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→ Conceitue os termos “extroversão” e “introversão”, de acordo com os escritos de C. G. Jung. Em seguida responda: o De que maneira a extroversão poderia facilitar o processo de individuação? o Haveria alguma relação direta entre introversão e a energia psíquica? Qual (is)? O extrovertido age em função dos objetos do mundo externo, lançando sua energia para estes; já o introvertido, se defende dos aspectos externos, criando sua fortaleza e resguardando sua energia. As ações do sujeito extrovertido são orientadas pelos objetos, dados e circunstâncias objetivas, aquilo que compreende um “senso comum”, a maioria, possui mais influência sobre o indivíduo do que seus próprios pensamentos e opiniões subjetivas. Sua consciência toda olha para fora porque a determinação importante e decisiva sempre lhe vem de fora. Mas ela vem de lá porque ele espera que venha dali (JUNG, 1971). O introvertido se orienta através dos fatores subjetivos, ao confrontar-se com o objeto e o agir, este coloca sua opinião subjetiva no meio. O introvertido valoriza mais o fator subjetivo do que o fator objetivo, os objetos não lhe são da mesma importância que seriam aos outros. O sujeito vai agir de acordo com aquilo que lhe excitar os sentidos, no que a impressão externa causar em si. O mundo não existe apenas em si mesmo, mas também é o que representa para mim (JUNG, 1971). O processo de individuação ocorre quando o indivíduo atinge certo ponto de maturação física e mental, em que seu Ego desenvolve novas capacidades, como a percepção da cultura que domina seu ambiente e como utilizá-la para se realizar, desenvolvendo sua personalidade. Essa adaptação cultural depende muito da história desse sujeito, sua família, seus costumes e até mesmo o período histórico em que foi concebido, sendo estes fatores de grande influência quando falamos sobre diferenciações. Sabendo que o sujeito extrovertido lança sua energia para o mundo externo e seus objetos, tal atitude auxilia o processo de individuação devido ao fato de que este indivíduo possui uma noção mais abrangente a respeito da cultura que o envolve. Uma vez que, em toda sua vida esteve disposto a agir de acordo com aquilo que lhe foi postulado, tais ações acabam favorecendo sua adaptação às condições externas. A comunicação entre consciente e inconsciente é o fator decisivo do processo de individuação, pois o indivíduo está buscando compreender e desenvolver, conscientemente, as suas potencialidades que ainda estão por surgir, guardadas no inconsciente. Na atitude extrovertida, a libido consciente flui normalmente na direção do objeto, mas há uma reação contrária, secreta inconsciente voltada para o sujeito (FRANZ, 1990). Teoria Analítica Junguiana II Prof. Ms. Fábio Rezeck Laura P. da Encarnação A atitude inconsciente de um sujeito extrovertido age para compensar os dispêndios de energia da consciência, apresentando um caráter introvertido que faz com que o indivíduo possua momentos em que se preocupa com tudo aquilo que reprimiu, se realmente era necessário, se o queria fazê-lo, ou se apenas correspondeu aos anseios dos objetos externos. Tais ações são importantes para o processo de individuação do sujeito, visto que o contato com o inconsciente nos permite aprofundar o conhecimento acerca de nós mesmos e daquilo que levamos como vida. Energia psíquica é aquilo que move o ser humano para realizar suas necessidades básicas, obrigações e desejos; sabendo que a introversão é o ato de voltar-se para dentro da libido, o indivíduo do tipo introvertido resguarda sua energia para aquilo que julga necessário. O sujeito, então, ao deparar-se com os objetos, pensa, sente e age de acordo com a sua interpretação destes, retirando a energia presente nos objetos e tomando-as para si. Tudo se abate sobre a pessoa, que é constantemente oprimida por impressões, embora não perceba que secretamente está tomando energia psíquica do objeto e passando-a a ele através da sua extroversão inconsciente (FRANZ, 1990). A reação interna de um tipo introvertido pode parecer lenta, pois este toma seu tempo para analisar os possíveis resultados de suas ações, se é válido gastar a sua energia psíquica com aquele objeto, como se estivesse contando moedas para pagar um sorvete. É, por natureza, um indivíduo mais resguardado, se o convidar para sair não irá receber resposta imediata. Não é que o sujeito não tenha energia disponível, ele faz um uso mais econômico desta, voltando suas ações para o que for mais útil. R e fe rê n c ia s • JUNG, C.G. Tipos Psicológicos. Rio de Janeiro, Editora Vozes, 1971. • VON FRANZ, M.L.; HILMAN, J. A Tipologia de Jung. São Paulo, Editora Cultrix, 1990.
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