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Helicobacter pylori

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Helicobacter pylori 
- A bactéria H. pylori é um bacilo gram-negativo, de 
forma curva ou espiralar (em colônias envelhecidas 
podem ter aspecto de cocos); 
- Microaerófilo (precisa de menos O2 e mais CO2, 
importante para o meio de cultura); 
- Catalase positiva (importante para neutralizar as 
espécies reativas de oxigênio, que podem danificar a 
bactéria). 
- Móvel (devido o flagelo) e não esporulado; 
- Contém de 5 a 7 flagelos. 
-Fastidioso (precisa de muitos nutrientes no meio de 
cultura) 
- Produz urease (urease hidrolisa a ureia, tornando o 
ph mais básico, fazendo com que a bactéria 
sobreviva). 
 
- A infecção pela bactéria é considerada a principal 
causa de: 
 Gastrite crônica ativa e desempenha 
importante papel na ulcera péptica e na pré-
disposição ao adenocarcinoma gástrico (fator 
de risco). 
Obs.: Bactéria consegue colonizar de forma 
prolongada o estômago de pessoas que não foram 
tratadas. Promove inflamação, alterara a produção de 
ácido clorídrico e causa destruição das células. 
EPIDEMIOLOGIA 
• Morte de pelo menos um milhão de indivíduos 
anualmente (morrem pelo processo da infecção e o 
que ela provoca); 
• A infecção por H. pylori é de distribuição 
cosmopolita; 
• Dentre as formas de câncer de estômago, o tipo 
mais comum tem 89% de correlação com a infecção 
pelo H. pylori. 
 
 
H. pylori 
 
- Antes da descoberta da bactéria, em 1982, o 
estresse e o estilo de vida eram considerados as 
principais causas da úlcera (meio inóspito); 
- 1993 (isolamento em biópsia gástrica de pacientes) 
- Em 2005 (Marshall e Warren) estabeleceu-se que a 
H. pylori ocasiona mais de 90% das úlceras de 
duodeno e até 80% das úlceras gástricas 
- A infecção é contraída com maior frequência na 
infância (é maior a predisposição de desenvolver na 
fase adulta uma forma mais grave, como úlcera e até 
mesmo adenocarcionama, nesse caso tem relevância 
a questão genética – oncogenes e protooncogenes); 
- A bactéria pode permanecer no estômago pelo resto 
da vida da pessoa. 
- 80% são assintomáticas e o restante desenvolve 
úlcera em algum momento 
H. pylori- virulência 
 
 
OBS.: Para ocorrer a colonização inicial no 
estômago é necessário bloquear a produção de 
ácidos, para isso, a bactéria tem a proteína 
bloqueadora-inibidora de ácidos (bloqueia a 
produção de HCl). Além de bloquear, ela produz 
urease, que neutraliza o ácido presente devido a ação 
da enzima urease. Com o ambiente mais favorável o 
flagelo realiza o movimento em zig-zag (atravessa o 
muco) e alcança as células epiteliais gástricas, em 
seguida através das adesinas as bactérias conseguem 
se aderir. Além disso, a H. pylori possui proteínas de 
superfície que se ligam a proteínas do hospedeiro 
(por exemplo, se ligam à receptores do sistema ABO), 
confundindo o sistema imunológico, e dessa forma a 
bactéria escapa da resposta imune. Com a bactéria 
aderida, o próximo passo é causar lesão tecidual 
através das citotocinas (ex: VAC A) que entram na 
célula epitelial e formam vacúolos que destroem a 
célula. Um dos genes famosos é o Cag A, que codifica 
o sistema se secreção tipo 4 (forma uma espécie de 
seringa que injeta a proteína dentro da célula 
hospedeira), causando um desequilíbrio no 
citoesqueleto da célula hospedeira e destruindo-a. Ela 
também estimula a produção de interleucinas, que 
atrai neutrófilos, aumentando o processo 
inflamatório. 
Obs: principal resposta é a celular, que acaba 
não sendo tão eficiente 
- Flagelos: possibilita melhor locomoção pelo muco de 
uma forma impossível para outros tipos de bactérias 
que possuem flagelos normais (movimento em zigzag) 
 Permite que a bactéria atravesse o muco 
atingindo o epitélio e evita o efeito 
destrutivo do suco gástrico. Com as enzimas 
conseguem inibir a produção de ácidos 
(hipocloridria é comum) 
- Urease: a bactéria expressa altos níveis desta 
enzima; 
 
Ureia: (elevando o pH da mucosa gástrica de 6,0 para 
7,0 tornando-se básico); 
 Urease hidrolisa a ureia, tornando o ph mais 
básico, fazendo com que a bactéria 
sobreviva. 
- Urease: conversão da ureia em amônia; 
- Flagelo: H. pylori atravessar o muco estomacal, 
atingindo o epitélio e evitando o efeito destrutivo do 
suco gástrico; 
- Pesquisas apontam que 95% dos casos de gastrites 
crônicas tem como agente etiológico o H. pylori 
 
- Os fatores de aderência ao epitélio gástrico 
favorecem a colonização e contribuem para a 
patogenicidade; 
- A degradação da superfície do epitélio ocasionada 
pela infecção: indução de infiltração inflamatória 
 Produção de adesinas ajuda na adesão da 
bactéria, mas também degrada a superfície 
do epitélio, através dos subprodutos da 
urease (mucinases, fosfolipases, entre outros) 
- Proteínas de choque térmico: são homólogas às de 
humanos (seres humanos também têm); 
 As bactérias possuem essas proteínas, que se 
ligam ao DNA e auxiliam na reparação em 
caso de estresse e dano celular. 
- Principais proteínas de choque térmico da H. pylori: 
(HspA e HspB) 
 
 
- Enzimas degradativas: a produção de proteases A e 
fosfolipases leva à: 
 Degradação das membranas das células 
epiteliais e do complexo lipídico-glicoprotéico 
da camada de muco; 
 
 Aumento da solubilidade do mesmo: danos à 
mucosa gástrica 
Sequência: bloqueia a produção de ácidos/ neutraliza 
por conta da urease/ se desloca através dos flagelos 
até chegar nas células gástricas/ quando chega na 
mucosa há toda uma proteção, para a bactéria se 
aderir ela destrói a mucosa e produz as proteases e 
fosfolipases que degradam a membrana das células 
epiteliais, causando dano à mucosa/ danos sem 
tratamento podem evoluir para úlcera ou 
adenocarcinoma. 
- Produz catalase e superóxido dismutase: enzimas 
que neutralizam a ação oxidativa tóxica dos radicais 
livres (produzida pelo sistema imune humano, no 
momento da fagocitose- macrófagos). 
- Possui adesinas (hemaglutina e fímbrias): 
fundamental para associação com a mucosa gástrica 
 Hemaglutina: Se liga à receptores das células 
sanguíneas e foge da resposta do sistema 
imune 
-Mecanismo de escape- LPS (gram-negativa): baixa 
imunogenicidade 
 Geralmente o LPS estimula uma elevada 
resposta imune no corpo humano, mas no 
caso da H. pylori, o polissacarídeo O (que 
compõe o LPS é similar com algo pertencente 
às hemácias e o corpo não reconhece como 
estranho (mimetismo molecular) e portanto 
não ocorre uma resposta imune forte. 
- Ilha de patogenicidade cag > codifica o gene Cag A > 
citotoxina 
 Predisposição ao câncer gástrico (câncer 
depende de fatores do hospedeiro e da 
bactéria, entre eles esse gene aumenta a 
presisposição). 
 Induzem a expressão de interleucinas 
(especialmente IL-8, atraí neutrófilos e gera 
resposta inflamatória). 
 Sistema de secreção tipo IV – proteína CagA – 
alteração do citoesqueleto 
- Gene de citotoxina vacuolizante (VAC A) > a proteína 
é endocitada pela célula epitelial e as danificam pela 
produção de vacúolos. 
H. pylori - Transmissão 
- Ser humano: o único reservatório natural do H. 
pylori; 
- A via de transmissão do H. pylori tem sido um dos 
assuntos mais estudados e controvertidos desde a 
redescoberta desta bactéria; 
- Dados sugerem que a transmissão de H. pylori 
ocorre por meio do contato inter-hospedeiros e pela 
ingestão de alimentos ou água contaminados 
- Via oral-oral: a cavidade oral tem sido proposta 
como reservatório da infecção e reinfecção pela H. 
pylori; 
 
- Via fecal-oral: Não se conhece o mecanismo exato 
de transmissão do agente por essa via (eliminação das 
fezes humanas pode infectar a água); 
- Um trabalho de 1992 é considerado o primeiro 
relato do isolamento do H. pylori a partir de fezes 
humanas; 
- Transmissão iatrogênica: este tipo de infecção pela 
H. pylori tem sido documentada; 
- Alta prevalência: entre os endoscopistas com o 
hábito de não usar luvas; 
- Sugere que:a transmissão ocorra por instrumentos 
contaminados com secreções gástricas 
H. pylori- Patogenia 
• O desenvolvimento de câncer gástrico, raramente, 
ocorre abaixo dos 40 anos; 
• Aquisição da H. pylori na infância pode levar a um 
aumento da prevalência da atrofia gástrica. 
Aumentaria o risco de desenvolver, posteriormente, 
adenocarcinoma gástrico. 
 
H. pylori - Diagnóstico 
 
-Teste da urease: coloca o material coletado em um 
meio de cultura que possui ureia e corante. Na 
presença de bactéria há produção de urease que 
degrada a ureia e provoca a mudança na coloração. 
- Teste respiratório (indivíduo ingere ureia marcada 
com carbono, se ela estiver infectada pelo H. pylori a 
bactéria irá degradar a ureia em bicarbonato e 
amônia. O ar eliminado na respiração irá conter o 
carbono marcado). 
 O indivíduo ingere ureia marcada com 
carbono 13 (não-radioativo) ou 14 
(radioativo); 
 Mensura a quantidade de dióxido de carbono 
marcado que foi liberado (após o paciente 
expirar em um recipiente para detectar a 
presença dos marcadores, por espectrografia 
ou cintilação); 
 H. pylori tem capacidade de hidrolisar ureia 
em amônia e carbonato; 
- Por não ser invasivo, considera-se como o método 
de escolha para controle da erradicação da infecção. 
- Os testes sorológicos são importantes e muito 
utilizados em estudos epidemiológicos pediátricos; 
- Prevalência: não devem ser utilizados para 
monitorar a erradicação bacteriana; 
- Sorologia não reflete a infecção aguda e, sim, a 
exposição à bactéria (dúvida se há infecção recente ou 
anticorpo de memória). 
 Obs.: para testes de cultura é importante ressaltar 
que a bactéria é fastidiosa 
Obs.: endoscopia com teste da urease é o mais 
usado, se tiver recursos é feito o PCR. Em grandes 
centros é feito o teste respiratório 
 
 
H. pylori - Tratamento 
 
- Ainda hoje não existe um esquema terapêutico ideal 
para este tipo de infecção; 
1. Associação de um inibidor da bomba de prótons 
(IBP), o qual pode ser omeprazol 20mg, lanzoprazol 
30mg, pantoprazol 40mg ou rabeprazol 20; 
2. com amoxicilina 1000 mg e claritromicina 500 mg.

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