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EXAME FÍSICO DO ABDOME PERCUSSÃO OBJETIVOS DA PERCUSSÃO · Identificar a presença de ar livre, líquidos e massas abdominais. · Dimensionar os órgãos maciços do abdome. · Identificar e localizar graus diferentes de irritação peritoneal. · Orientar a palpação. TÉCNICA DA PERCUSSÃO É uma manobra digito-digital que deve ser feita no abdome como um todo. PASSOS: 1. Realizar a percussão da linha média e nas linhas hemiclaviculares. · Sentido céfalo-caudal. · Início no tórax, na altura do segundo espaço intercostal. · Não percutir sob as costelas ou sub as cartilagens costais, e sim nos espaços intercostais. 2. Realizar a percussão no flanco esquerdo, na linha média axilar (baço). · Percutir também na linha axilar média, além da linha hemiclavicular esquerda, porque o baço possui uma posição mais posterior. · No baço ocorre a transição do som de timpânico para maciço e novamente para timpânico. · Importância de percutir na linha axilar média: baço ocupa uma posição posterior à região chamada de espaço de Traube. · Espaço de Traube: região anterior do abdome no formado de meia lua. Delimitada superiormente pelo sexto espaço intercostal; Inferiormente pelo rebordo costal; Medialmente pela linha costal esquerda; Lateralemente pela linha axilar anterior. · Percussão no espaço de Traube tem som timpânico pela presença do estômago. · Percussão posterioramente ao espaço de Traube Posterior possui som maciço, pela presença do baço. · PERCUSSÃO NO ESPAÇO DE TRAUBE – SOM MACIÇO: indica esplenomegalia, avanço do baço no sentido anterior, quando o baço está aumentado/maior, invadindo o espaço de Traube. 3. Realizar a percussão na linha hemiclavicular direita no sentido contrário. · Percutir também no sentido contrário, identificando o tamanho do fígado (macicez hepática). · Delimitar a região ocupada pelo fígado pela transição dos sons. · Hepatimetria: nome dado ao dimensionamento da extensão do fígado. · Delimitação feita pela transição do som de timpânico para maciço e de novo para timpânico. SONS TIMPÂNICO · Por causa das vísceras ocas dentro da cavidade abdominal. MACIÇO · Nas regiões em que houver massas abdominais, como por exemplo, vísceras. SINAL DE JOBERT · Sinal de Jobert: identificação de som timpânico sobre a área hepática. · Na área hepática espera-se auscultar-se som maciço pela presença do fígado. · Indica: ar a cavidade abdominal ou interposição de alça entre o fígado e a parede abdominal. SINAL DE GIORDANO · Sinal de Giordano: · É preciso tirar o paciente da posição típica do exame (decúbito dorsal) e posicionar o paciente sentado. · Com o paciente sentado, o médico com a mão aberta espalmada, usando o lado cubital da mão. · Em seguida, aplica-se um golpe seco e firme (sem colocar muita força) na região posterior do abdome na altura do ângulo costovertebral, de ambos os lados. · Positivo: é dor a percussão, e indica quadro renal agudo. PALPAÇÃO ABDOMINAL · Manter o paciente relaxado: promove conforto e também torna o exame confiável para o médico. · Conversar com o paciente durante o exame e obervar suas reações. · Em caso de queixa de dor abdominal, examinar por último a região da dor: para não comprometer a palpação das outras regiões e também para não confundir o resultado do exame, uma vez que uma região dolorosa quando palpada pode irradiar a dor para outras regiões confundindo a interpretação do médico no momento do exame. · Usar técnicas para relaxamento da musculatura abdominal, se necessário. PALPAÇÃO SUPERFICIAL PASSOS: 1. Manter a mão e o antebraço no plano horizontal. · Mantendo no mesmo plano do abdome. 2. Utilizar as polpas digitais. · Com os dedos unidos. · Com movimentos leves e delicados no sentido circular. 3. Fletir os dedos nas articulações metacarpofalangianas em movimentos leves e delicados. · Movimentos de flexoestensão nas articuçãoes metacarpofalangianas. 4. Palpar todas as regiões do abdome. DIVISÕES DO ABDOME HIPOCÔNDRIO DIREITO · Lobo direito do Fígado · Vesícula biliar · Flexura hepática do cólon · Rim direito · Suprarrenal direita EPIGÁSTRICO · Lobo esquerdo do Fígado · Estômago e piloro · Cólon transverso e omento · Duodeno · Pâncreas · Rins e suprarrenais · Aorta e linfonodos HIPOCÔNDRIO ESQUERDO · Fígado · Estômago · Flexura esplênica do cólon · Baço · Cauda do pâncreas · Rim esquerdo · Suprarrenal esquerda FLANCO DIREITO (região lombar direita) · Lobo hepático de Riedel · Cólon ascendente · Intestino delgado · Rim direito REGIÃO UMBILICAL (MESOGÁSTRICO) · Estômago · Duodeno · Cólon transverso e omento · Úraco (ligamento umbilical mediano) · Intestino delgado · Aorta e linfonodos FLANCO ESQUERDO (região lombar esquerda) · Cólon descendente · Intestino delgado · Rim esquerdo FOSSA ILÍACA DIREITA (fossa inguinal direita) · Ceco · Apêndice vermiforme · Linfonodos SUPRAPÚBICA (HIPOGÁSTRICO) · Intestino delgado · Flexura sigmoide · Bexiga distendida · Úraco · Útero gravídico e anexos FOSSA ILÍACA ESQUERDA (fossa inguinal esquerda) · Colo sigmoide · Linfonodos Correlação de cada área abdominal com os órgãos que a ocupam. Nem todos os órgãos são palpáveis. ÓRGAOS PALPÁVEIS · Rim direito: na altura do flanco. · Ceco: na altura da fossa ilíaca. · Útero gravídico: na região do hipogástrico. · Bexiga distendida/cheia: na região do hipogástrico. · Aorta: na região superior a cicatriz umbilical. PALPAÇÃO PROFUNDA PASSOS: 1. Palpar todas as regiões do abdome. · Se houver uma região dolorida, deixar por último. 2. Realizar uma palpação profunda sob o abdome do paciente, forçando a parede abdominal para baixo e puxando com os dedos (movimento como se estivesse cavando ou buscando massas intra-abdominais). 3. Técnica pode ser feita com as duas mãos sobrepostas (bimanual - 1) ou com uma mão apenas (monomanual - 2). MANOBRAS ESPECIAIS PALPAÇÃO DO FÍGADO PALPAÇÃO EM GARRA · Médico apoia as duas mãos sobre o rebordo costal direito. · Médico deslizando as pontas dos dedos para baixo sob o rebordo costal na tentativa de identificar o fígado nessa região. PALPAÇÃO BIMANUAL · Mão esquerda da médica posicionada sob o abdome do paciente, empurrando no sentido superior. · Mão direita palpando no sentido caudal-cefálico, começando na altura da fossa ilíaca direita e pressionando a mão até identificar o limite inferior do fígado, próximo ao rebordo costal. IMPORTÂNCIA DE CONCILIAR OS MOVIMENTOS DE PALPAÇÃO COM A INSPIRAÇÃO DO PACIENTE: Na inspiração há uma retificação do diafragma que empurra o fígado para baixo e facilita a palpação da víscera. No momento de palpar o fígado é importante que o médico solicite ao paciente que inspire profundamente e prenda a respiração. PALPAÇÃO DO BAÇO · Médico coloca a mão do dorso do paciente na altura da 11ª a 12ª costela, puxando o tronco do paciente para cima. · Médico localizado à direita do paciente, braço esquerdo passa por cima do paciente para alcançar o dorso do lado esquerdo do paciente. · Médico com a mão direita faz movimentos no sentido caudal-cefálico tentando encontrar a borda do baço, que não deve ser palpável em condições normais. SINAL DE BLUMBERG · Médico com a mão no sentido vertical deve comprimir a parede do abdome o máximo que o paciente suportar. · Médico deve descomprimir subitamente. · SINAL POSITIVO: ocorre aumento súbito da dor após a descompressão. · Dor apenas à compressão não caracteriza o sinal positivo. · Caso o paciente apresente dor à compressão e à descompressão, recomenda-se repetir a manobra lentamente, explicando ao paciente e perguntando em qual situação da dor é pior (durante a compressão ou durante a descompressão). · Se for pior durante a descompressão confirma-se Blumberg positivo. · Blumberg positivo: indicativo peritonite; Caso sinal seja positivo na região de fossa ilíaca direita, sugere um quadro de apendicite. SINAL DO PSOAS · Paciente em decúbito lateral (1) ou dorsal (2). · Médico realiza força contrária à perna estendida (na altura da coxa) do paciente, paciente tenta manter a posição da perna (elevada). · Esse movimento é capaz de provocar o estiramentodas fibras do músculo psoas. · SINAL POSITIVO: paciente sente dor na região hipogástrica (caso a dor já exista, ela piora). · Sinal positivo indica irritação do peritônio posterior ou do espaço retroperitoneal. Sinal positivo à direita indica apendicite retrocecal.