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GRATUITA Esta publicação não pode ser comercializada PRÁTICAS INCLUSIVAS NA ESCOLA Atribuições da Educação Física Ana Luisa Batista Santos José Jander Teixeira de Oliveira Matheus Pontes Lopes 6 Todos os direitos desta edição reservados à: Fundação Demócrito Rocha Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora CEP: 60.055-402 - Fortaleza-Ceará Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 fdr.org.br | fundacao@fdr.org.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD P967 Inclusão Social Através do Esporte / vários autores ; organizado por Ricardo Catunda ; ilustrado por Guabiras. - Fortaleza : Fundação Demócrito Rocha, 2021. 192 p. : il. ; 26cm x 30cm. – (Inclusão Social Através do Esporte ; 12v.) Inclui bibliografia e apêndice/anexo. ISBN: 978-85-7529-972-2 (Coleção) ISBN: 978-85-7529-975-3 (Fascículo 6) 1. Esporte. 2. Inclusão Social. 3. Políticas Públicas. 4. Educação Física. 5. Educação Inclusiva. 6. Esporte Inclusivo. 7. Estratégias Pedagógicas. 8. Acessibilidade. 9. Esporte Adaptado. I. Catunda, Ricardo. II. Guabiras. III. Título. IV. Série. CDD 796.0456 2021-3267CDU 796:364 Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410 Índice para catálogo sistemático: Esporte : Inclusão Social 796.0456 Esporte : Inclusão Social 796:364 Copyright © 2021 Fundação Demócrito Rocha FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) Presidência Luciana Dummar Direção Administrativo-Financeira André Avelino de Azevedo Gerência Geral Marcos Tardin Gerência Editorial e de Projetos Raymundo Netto Gerência Canal FDR Chico Marinho Gerência Marketing & Design Andrea Araujo Análise de Projetos Aurelino Freitas e Fabrícia Góis Edição de Mídias Isabel Vale UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE) Gerência Pedagógica Viviane Pereira Coordenação de Cursos Marisa Ferreira Design Educacional Joel Lima Front End Isabela Marques INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE Concepção e Coordenação Geral Valéria Xavier Coordenação de Conteúdo Ricardo Catunda Coordenação Editorial e Revisão Daniela Nogueira Projeto Gráfico e Edição de Design Andrea Araujo Design Miqueias Mesquita Estagiária Design Kamilla Damasceno Ilustração Guabiras Analista de Projetos Juliana Montenegro Análise de Marketing Digital Fábio Júnior Braga Estratégia e Relacionamento Adryana Joca Apoio Secretaria do Esporte e Juventude do Ceará | Lei de Incentivo ao Esporte do Ceará | Conselhos Federal e Regionais de Educação Física | Universidade Estadual do Ceará Patrocínio Enel Realização Uane | FDR Este fascículo é parte integrante do projeto Inclusão Social Através do Esporte, viabilizado por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, Lei nº 15.700 de 20 de novembro de 2014, CAP nº 25. Sumário Apresentação 1. Legislação 2. Conceito de inclusão na escola 3. Potencialidades da Educação Física Escolar 4. Recomendações de Modelos de Práticas Inclusivas 5. Práticas experimentais pela educação somática Referências Glossário 84 85 86 88 90 92 94 95 Apresentação Francisco é professor de Educação Física. Ao chegar para ministrar a primeira aula do ano sobre a unidade temá-tica Esportes, deparou com uma aluna com deficiência. Francisco ficou surpreso, pois a escola não o informou sobre a chegada da aluna. Francisco pensou: quais são as minhas responsabilidades com esta aluna? Será que ela conseguirá realizar as atividades que eu vou propor? Como irei avaliá-la? A educação é um direito para todos. Um dos seus propósitos é diminuir os espaços de desigualdades na sociedade, com vistas a dar as mesmas oportunidades a todos. A disciplina de Educação Física compõe a educação enquanto direito social, pois abre portas para que crianças e adolescentes possam conquistar uma melhor qualidade de vida, no âmbito individual e coletivo. A escola é um espaço do saber que tem a capacidade de pro- porcionar experiências significativas para a formação do estu- dante. O objetivo da Educação Física na escola é contribuir para o desenvolvimento integral de um sujeito crítico, autônomo, ativo e participativo. Para tanto, utiliza-se das práticas corporais/ativida- des físicas no intuito de desenvolver habilidades físico-motoras, psicológicas, cognitivas, afetivas e socioculturais dentro de um ambiente escolar democrático, inclusivo, humano e diversificado. No decorrer deste módulo, convido você a acompanhar o per- curso de reflexão e aperfeiçoamento do professor Francisco. Ele irá (re)conhecer suas atribuições enquanto professor de Educação Física e mostrará algumas possibilidades metodológicas de práticas esportivas em busca da inclusão social. Ao fim deste fascículo, você deverá ser capaz de: (1) conceituar educação inclusiva; (2) conhecer as potencialidades da Educação Física na escola; (3) compreender as possibilidades de aplicação do esporte na escola de forma inclusiva. 84 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE 1 Legislação O percurso de exclusão social percorrido pelas pessoas com deficiência (PcD) é tão antigo quanto a socialização do homem. Logo, os processos de contex- tualização da educação inclusiva no Brasil foram marcados por diversas lutas e trâmites legislativos (leis). A citar, cronologicamente: • Declaração de Salamanca (1994), influenciada pela Declaração Mundial sobre Educação para Todos (1990) • Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) • Lei 13.146 (2016). De acordo com a Declaração de Sala- manca, todos os alunos têm o direito ao acesso à educação, mesmo apresentando características e habilidades diferentes. Portanto, determina que as escolas rece- bam e adaptem qualquer criança no espaço educacional, independentemente das suas peculiaridades. Direito que é reforçado pela Lei de Dire- trizes e Bases da Educação Nacional, ao garantir no capítulo V a todas pessoas com deficiência o direito de acesso e permanên- cia à educação escolar. Segundo a Política Nacional de Edu- cação Especial, a educação inclusiva é um meio para ampliar a participação de PcD nas instituições de ensino regular e, sobre- tudo, contribuir para a transformação da sociedade. Essa política tem como objetivo a melhoria da qualidade de ensino, indepen- dentemente da condição do aluno, pois eles são assegurados pelas leis. Portanto, devem ser garantidas a igualdade e as oportunida- des a todos no âmbito escolar. Por fim, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, em seu primeiro artigo, indica que é “destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fun- damentais por PcD, visando à sua inclusão social e cidadania”. INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 85 2 Conceito de inclusão na escola O professor Francisco ficou procurando respostas para as perguntas que lhe sur-giram no primeiro contato com a aluna com deficiência. Foi quando percebeu que, para incluir essa aluna na aula, ele precisa permitir que ela tenha as mesmas oportunidades que os demais colegas de turma, respeitando sua indivi- dualidade e criando um ambiente físico e social para tal. Nesse sentido, um fator fundamental em todo o processo de inclusão social é a acessibilidade, que é definida como uma condição de possibilidade de acesso das pessoas em vários contextos e aspectos da vida social. Assim, a acessibilidade remete a seis dimensões distintas, que são: Arquitetônica escola sem barreiras ambientais e físicas em todos os espaços externos e internos escola sem barreiras ambientais e físicas em todos os espaços externos e internos. Comunicacional docentes, gestores e demais funcionários não apresentam barreiras na comunição interpessoal, escrita e virtual. Metodológica escola e docentes devem eliminar barreiras nos instrumentos e nas ferramentas de estudo. Instrumental escola e docentes devem eliminar barreiras nos instrumentos e ferramentas de estudo. Programática escola, docentes e organizações devem eliminar as barreiras invisíveis embutidas em documentos institucionais.Atitudinal a escola e os professores devem eliminar as barreiras na convivência. 86 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Ao pensar em inclusão nos espaços esco- lares, é preciso certificar que todos os estu- dantes aprendam em ambientes educativos comuns, com qualidade, com currículo que permita e desenvolva a aprendizagem efetiva, com revisão do modo de ensino, metodologia e avaliação, com respeito às singularidades e valorização das potencialidades. Dentro desse contexto, alguns con- ceitos e características eminentemente humanas perpassam pelo espaço escolar inclusivo, a saber: empatia, cooperação, coletividade, solidariedade e cultura de paz. A Educação Física escolar tem papel imprescindível, pois é palco desse cenário. Quadra, pátio, sala de aula dividida e com- partilhada igualmente por diversos alunos de diversas características permitem uma escola aberta para todos. Vale destacar que a escola inclusiva sempre é dinâmica. As problemáticas con- tinuam a surgir para que novos debates e conversas sejam gerados com toda a comunidade escolar para que, dessa forma, a verdadeira qualidade educacional e inclu- siva seja alcançada. Por fim, neste tópico sobre inclusão na escola, o professor Francisco convida você a refletir sobre possibilidades inclusivas para uma educação de qualidade. Uma possibilidade é agir em prol de projetos escolares que são contextualizados e que fazem sentido para o cotidiano dos alu- nos e da comunidade escolar. A partir do momento em que o aluno se identifica e se sente representado pelas ações escola- res, ele atua mais ativamente nas aulas e, consequentemente, na sociedade. Nesse contexto, a disciplina de Educação Física deve ser protagonista na consolidação de um elo extremamente importante: esporte e inclusão (FERNANDES; MULLER, 2018). INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 87 Potencialidades da Educação Física Escolar 3 O professor Francisco já apre-sentou o conceito de inclusão escolar e pode desenvolvê-la por meio de projetos escolares contextualizados. Mas ele ainda acha impor- tante destacar o seu papel de professor de Educação Física no processo. Ele acredita que o professor de Educação Física tem uma função única dentro da escola pela sua prática pedagógica com dinâmica diferenciada. Pode ser protagonista na cria- ção da relação aluno-comunidade escolar ao contextualizar o processo de ensino-apren- dizagem fazendo uma ligação entre a escola, a sociedade, o conhecimento e o aprendiz. Portanto, para realizar uma prática docente inclusiva, ele precisa: priorizar as principais necessidades educacionais do aluno; considerar o ambiente da escola – o espaço físico deve ser um local adequado para realização de atividades físicas; e de forma contextualizada com a deficiência, é necessário avaliar e excluir comportamen- tos inadequados que possam prejudicar o desempenho dos educandos com e sem deficiência (FREITAS, 2008). Para que haja inclusão nas aulas de Edu- cação Física, o aluno precisa estar integrado à aula e à turma. Nesse tocante, os discentes precisam ser ouvidos mediante suas suges- tões, opiniões e singularidades. Além disso, a arquitetura acessível da localidade escolar também precisa ser levada em conta e se articular com professor, aluno e comunidade escolar (ALONSO et al., 2020). Não restam dúvidas do poder inclusivo da disciplina de Educação Física no âmbito escolar, pois permite socialização, aprendi- zagem pelo movimento corporal, confiança e autoestima e corporeidade por meio da utilização das práticas corporais/ativida- des físicas, dentre as quais se destacam os esportes (SOUZA, 2017). A efetividade da promoção de inclusão social de PcD está intrinsecamente vinculada à transformação de paradigmas, estereótipos e preconceitos. A mudança é viável por meio da educação escolar, da mídia e de fenômenos socioculturais com potencial para modificar ou reforçar valores morais, como o esporte (MARQUES, 2016, p. 89). Outrosssim, a Base Nacional Comum Cur- ricular (BNCC) aponta que a unidade temática Esportes contempla tanto manifestações tradicionais/formais quanto suas derivações, sinalizando que o esporte é passível de Saiba mais Existe uma diferença entre Educação Física adaptada e Educação Física inclusiva. Na Educação Física adaptada, os estudantes com deficiência praticam atividades físicas separados dos seus colegas. Na Educação Física inclusiva, todos participam das mesmas atividades propostas. Fonte: https://impulsiona.org.br/ como-trabalhar-a-inclusao-na- educacao-fisica-escolar/ 88 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE recriação pelos atores que estão envolvi- dos nele, independentemente dos modos e ambientes físicos ou sociais. Promove o exercício da cidadania e o protagonismo comunitário propiciando a ampliação da compreensão dos escolares pelas dinâmicas sociais associadas ao esporte. O esporte, enquanto manifestação das atividades físicas e corporais, permite o autoconhecimento aprimorado e um conhe- cimento sobre o coletivo. Além disso, ajuda o sujeito a saber lidar com as adversidades advindas dos desafios. Por fim, neste tópico sobre potencialida- des da Educação Física escolar, o professor Francisco sugere uma possibilidade de ala- vancar a discussão e a afirmação inclusiva no âmbito escolar da Educação Física que é a ruptura urgente de tendência tecnicista adotada nas aulas esportivas. Portanto, indica a construção dos conhecimentos sobre os diversos conteúdos, incluindo os esportes de forma lúdica. Os esportes adaptados abarcam uma grande quantidade de atividades esportivas adaptadas às PcD, que permitem a vivência plena do esporte por meio da inclusão. Nesse contexto, esporte paralímpico é uma vertente dos esportes adaptados, sendo ainda mais específico por envolver moda- lidades que são praticadas por pessoas que tenham deficiências físicas. Saiba mais Assim como existe o órgão regulador e representativo das modalidades olímpicas, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), existe uma instituição reguladora e representativa das modalidades paralímpicas, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). O CPB foi fundado em 1995, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), e é uma instituição sem fins lucrativos com atuação em todo o território nacional. Fonte: https://www.cpb.org.br/ upload/link/0e904873af73496a9f1 0ba83f8a06580.pdf VOCÊ SABE COMO FUNCIONAM AS MODALIDADES ADAPTADAS? Existem 22 modalidades paralímpicas dos Jogos de Verão. Cada modalidade, especi- ficamente, tem seu sistema de classificação functional ou oftalmológica, dividindo os atletas segundo níveis de deficiência, permi- tindo, assim, um equilíbrio nas competições. Apesar da especificidade do esporte paralímpico, o professor Francisco pode adaptá-los para o cotidiano escolar. Isso não é apropriação indevida. Pelo contrário, é uma estratégia de inclusão, visto que a inclusão social das PcD não foge da dualidade empo- deramento e transformação da sociedade, na perspectiva de fomentar oportunidades para uma participação social plena. Portanto, a proposta de efetivação dos esportes paralímpicos no círculo escolar demanda estudos nessas perspectivas, “através de propostas diferenciadas, seja como evento ou ensino nas aulas de educação física, como modalidades esportivas, estru- turado pedagogicamente para contribuir na formação dos alunos em todos os aspectos [...]” (BORGMANN; ALMEIDA, 2015, p. 65). Falar de educação inclusiva é, querendo ou não, falar de exclusão, mas com um com- portamento necessário quando se procura atingir o oposto ao que é praticado (SANCHES, 2011). O professor precisa eliminar qualquer tipo de comportamento preconceituoso ou discriminatório, expresso por meio da lingua- gem verbal, corporal ou digital (redes sociais). Você deve estar se perguntando: mas como pensar em práticas de educação inclu- siva para a escola? É possível? Colocar isso em práticaé uma forma de garantir a quebra dos processos exclusivos e a possibilidade de participação de todos. Está disposto(a)? Então, vem com a gente! Na próxima seção, o professor Francisco dará 10 recomenda- ções para o desenvolvimento de práticas inclusivas na Educação Física escolar. INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 89 Recomendações de Modelos de Práticas Inclusivas 4 O professor Francisco elaborou 10 recomendações para você, professor(a), que não sabe por onde começar sua prática docente inclusiva. Para tanto, ele precisou pensar na escola como um todo e trazer alguns conceitos da Base Nacional Comum Curricular. Anota o passo a passo! A primeira recomendação para o desenvol- vimento de um modelo educacional inclusivo é: dialogar com a gestão escolar. O professor precisa estar ciente se há ou não alunos com deficiência matriculados em sua aula. A segunda recomendação é conhecer o diagnóstico detalhado junto com diálogo com os pais ou responsáveis para saber caracterís- ticas, limitações, potencialidades e experiências vividas pelo estudante. Além disso, apresentar- -se e conversar com o aluno para construção inicial de um vínculo de confiança. 90 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE A oitava recomendação é comparar os resultados das avaliações de aprendizagem e de ensino da disciplina de educação física com os professores das demais disciplinas com o objetivo de verificar o desempenho das turmas frente aos diferentes conteúdos. No momento de partilha com os demais professores e com a gestão, é oportuno apre- sentar hipóteses sobre os fatores condicio- nantes para este desfecho no contexto das aulas de educação física (nona recomendação). A décima recomendação é ajustar o planejamento das aulas e modelos ava- liativos e reiniciar o ciclo das 10 recomen- dações propostas aqui. Portanto, as recomendações do professor Francisco indicam que você precisa se aproxi- mar e dialogar com a gestão escolar, com os professores de todas as disciplinas, com os pais e responsáveis, com o aluno com deficiência e com a turma, pois todos os sujeitos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem precisam estar cientes das demandas e das potenciali- dades do aluno com deficiência. As demandas precisam ser sanadas, via adequação da estrutura arquitetônica da escola, adaptação de materiais utilizados nas aulas ou comportamento do restante da turma. As potencialidades do aluno com deficiência precisam ser destacadas e estimuladas, pois todo ser humano tem debilidades e eficiências que podem evoluir dentro da sua individualidade. A terceira recomendação é estu- dar a deficiência para compreender as possibilidades de estímulo e ativi- dades que poderá propor nas aulas, de modo a desenvolver uma Educação Física inclusiva, e não a Educação Física adaptada. Nesse âmbito, destaca-se a importância da formação continuada de professores desenvolvida pela escola e pela iniciativa do próprio professor. A quarta recomendação é planejar as atividades com diferentes níveis de difi- culdades e possibilidades de execução, considerando que será a primeira vez que você verá o comportamento da PcD na frente do restante da turma. Vale salientar que o professor também terá de observar o com- portamento dos demais alunos. Será que eles serão solidários? Será que eles serão precon- ceituosos? O professor deve estar preparado para intervir nos casos de comportamento de “pena”, preconceito, capacitismo*. A quinta recomendação é estudar for- mas avaliativas que já funcionaram nas experiências anteriores do aluno com defi- ciência e propor novas formas avaliativas que possam mensurar a aprendizagem e a evolução do aluno com deficiência de forma mais qualitativa do que quantitativa e que contemplem o progresso das dimensões da aprendizagem: experimentação*, uso e apropriação*, fruição*, reflexão sobre a ação*, construção de valores*, análise*, com- preensão* e protagonismo comunitário*. A sexta recomendação é avaliar o ensino com o objetivo de conhecer a percepção dos alunos convencionais* e dos alunos com deficiência acerca das atividades viven- ciadas, da interação com os colegas, da interação com o professor e da competência de alcançar os objetivos da aula. A sétima recomendação é analisar os resultados das avaliações de aprendi- zagem e de ensino com vistas a verificar se os dados são positivos ou negativos e levantar hipóteses sobre os fatores con- dicionantes para este desfecho. 10 recomendações para uma Educação Física inclusiva 1. Dialogar com a gestão escolar. 2. Conhecer o diagnóstico detalhado junto com diálogo com os pais ou responsáveis. 3. Estudar a deficiência (formação continuada). 4. Planejar as atividades com diferentes níveis de dificuldades e possibilidades de execução. 5. Estudar formas avaliativas que já funcionaram nas experiências anteriores e propor novas. 6. Avaliar o ensino. 7. Analisar os resultados das avaliações de aprendizagem e de ensino. 8. Comparar os resultados das avaliações de aprendizagem e de ensino. 9. Apresentar hipóteses sobre os fatores condicionantes para o rendimento escolar. 10. Ajustar o planejamento das aulas e modelos avaliativos. INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 91 Práticas experimentais pela educação somática 5 Agora que você já percorreu o passo a passo de como desen-volver uma Educação Física inclusiva, o professor Francisco apresentará algumas propostas de práticas a serem experimentais por você nas suas turmas, desde o momento inicial do contato com a proposta inclusiva no âmbito indivi- dual a práticas coletivas aplicadas ao esporte. O termo incluir não é partir da catego- rização/rotulagem do indivíduo, mas, sim, da elencagem e da superação das barreiras sociais e educativas que impedem o acesso às aprendizagens e à participação na escola/ comunidade. Quando as dificuldades são conhecidas, gerando e gerindo os recursos necessários para a transposição das barrei- ras, criam-se condições para que todos, e não só um grupo específico, possam usufruir de resposta às suas necessidades. As experiências e as vivências sensoriais têm um papel importante para estruturação das sensações do próprio corpo. O sentir é o primeiro objetivo dessa vivência. Faça com que o seu aluno sinta. Assim, o corpo é o instrumento com o qual o estudante vai manusear, de diferentes modos, para remexer o ambiente. Os estímulos são escolhidos pelos prota- gonistas para trazerem interesse naquilo que desejam. Seja conduzindo objetos, seja provo- cando os órgãos dos sentidos, trarão sempre experiências novas. Esses estímulos podem ser auditivos, visuais, táteis ou vestibulares, fazendo com que sua gama de informações possa aprimorar os órgãos dos sentidos. O professor Francisco o convida a expe- rimentar uma proposta inclusiva com base na educação somática que ele desenvol- veu com sua turma. A atividade foi inspi- rada na obra denominada “Tropicália” (1967) e é descrita como um ambiente labiríntico, com plantas, areia, araras, poemas-objetos, capas de Parangolé e um aparelho de televisão. As atividades que serão descritas estimulam os sentidos como o olfato, o paladar, o tato, visão e a audição para realizar em sala de aula. Para envolver as crianças nas atividades, deve-se utilizar brincadeiras e jogos. Diferentemente da obra “Tropicá- lia”, do pintor Hélio Oiticica, músicas aleatórias estarão presentes em todos os ambientes, trazendo memórias dos participantes. Assim, poderá trabalhar com estudantes que tenham deficiência visual ou alguma debilidade no campo da visão, fazendo com que todos possam participar sem haver diferença ou exclu- são durante a atividade. Todos os participantes entrarão em todos os ambientes com vendas nos olhos e descalços. Os órgãos dos sentidos da visão serão restritos, porém os sentidos da audição, do tato e do olfato estarão aguçados para a experimentação. Ao escolheruma sala de aula, os alu- nos do 8º ano organizaram o ambiente interno, sem muitos adereços. Somente com tecidos ou materiais para fazer divi- sórias, as crianças produziram quatro ambientes diferentes. Professor Francisco, ao se preparar para participar da experiência sensorial, retirou seus sapatos na entrada da sala e colocou uma venda nos olhos. Como trabalhar a inclusão na Educação Física escolar? ESPORTES INCLUSIVOS FUTEBOL DE 5: é disputado em uma quadra que segue as medidas do futsal, com algumas alterações nas regras tradicionais. GOALBALL: desenvolvido especificamente para deficientes visuais, é o único esporte paralímpico não adaptado. Uma partida de goalball ocorre entre em duas equipes com três atletas cada com o objetivo de fazer gols. No primeiro ambiente da sala de aula, ele pisou em areia, espalhada por todo o chão. A sensibilidade do caminhar com os pés na areia trouxe sensações, disse o pro- fessor. O segundo ambiente foi preenchido com folhas secas e verdes, também para aguçar os sentidos do olfato e do tato. A memória dos participantes pode ter reme- tido ao campo. Professor Francisco relatou que sua memória foi buscar lembranças do interior da Região do Cariri (CE), onde nasceu. O terceiro espaço tinha pedras em toda a sala. O quarto teve um pouco de água. Professor Francisco notou um som ambiente na sala, enquanto vagava pelos espaços sem enxergar nada. Depois de um tempo dentro da sala, as músicas levaram- -no a bater o pé no ritmo tocado. Logo após, o ombro acompanhava a marcação do pé de acordo com a música. Ao fim, cada participante estava se movendo livremente, levando em consi- deração a memória dos percursos que fez e a música que está tocando. Tais propostas foram pensadas e colocadas em prática pelo artista Hélio Oiticica. 92 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Filmes e séries com a temática inclusão e esporte PARATODOS (2016) O documentário acompanha alguns dos principais atletas brasileiros nos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. A obra apresenta o cotidiano de treinamentos, os medos e as ambições dos esportistas. Além disso, escancara os obstáculos com que esses profissionais têm de lidar para competir e nos lembra da urgência da inclusão das pessoas com deficiência física na sociedade e no esporte. AUDIBLE (2021) Um jogador de futebol americano da escola para surdos lida com a família e os relacionamentos enquanto se prepara para um grande jogo. 23 BLAST (2014) História de um jogador de futebol americano que fica cego e precisa superar as adversidades para continuar treinando e jogando no mais alto nível esportivo. E o professor Francisco? Estava lá, dan- çando, sem dar conta de que a proposta era essa. Agora que a turma do professor Fran- cisco percebeu cada sentido de forma única e intensa, ele decide trabalhar o desenvol- vimento dos esportes de forma inclusiva. Para isso, ele compartilha a sequência pedagógica utilizada em suas aulas: 1) apre- sentação das modalidades esportivas por meio das experiências que os alunos tiveram (ou não) com o esporte e algumas curiosida- des (ver sugestões no decorrer do fascículo); 2) sensibilização e/ou vivência de atividades relacionadas à modalidade; 3) explanação das experiências e aprendizagens da aula; 4) demonstração da atividade; 5) observação do desenvolvimento da atividade; e 6) avaliação do processo de ensino-aprendizagem. Além disso, professor Francisco acha muito importante compartilhar algumas dicas e curiosidades sobre esportes inclu- sivos apresentadas nos parágrafos a seguir, como propostas de práticas inclusivas a serem experimentadas. Dica para a aplicação do goalball na escola: na indisponibilidade de uma bola de goalball, você pode utilizar uma bola de basquetebol dentro de sacolas plásticas que imitarão o guizo* da bola oficial. Sugeriu-se a bola de basquete porque ela tem dimensões e peso semelhante à bola oficial do goalball. A quadra pode ser demarcada na área do voleibol, fixando barbante por toda a sua dimensão. Os alunos que não estiverem par- ticipando deverão permanecer em silêncio ou deverão auxiliar na orientação dos colegas em quadra, além de restabelecerem a bola ao jogo. A manutenção do silêncio é um exercício de empatia, ao considerar que qualquer ruído pode desconcentrar o jogador. INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 93 Curiosidades sobre os Jogos Paralímpicos O Brasil ganhou todas as edições dos Jogos Paralímpicos no futebol de cinco até hoje! Essa modalidade é praticada por deficientes visuais e faz parte da competição desde Atenas 2004. O símbolo dos Jogos Paralímpicos são os três agitos (“eu me movo”, em latim). As cores – vermelho, azul e verde – são as mais representadas nas bandeiras dos países de todo o mundo. Os agitos apontam na mesma direção, simbolizando a missão do Comitê Paralímpico Internacional de unir atletas de todos os continentes para competirem juntos. Em algumas categorias, corredores com deficiência visual necessitam de guias nas disputas. Os guias precisam estar em forma para não ficar para trás! Fonte: https://impulsiona.org. br/10-curiosidades-sobre-os- jogos-paralimpicos/ Ainda no contexto dos esportes coletivos em uma abordagem inclusiva, o basquete e o handebol podem ser experenciados utilizando as próprias cadeiras da sala de aula (sem braço) ou cadeiras de plástico que estiverem à disposição do professor. A intenção é que o aluno possa experienciar as dificuldades de arremesso da bola de basquete na tabela (idêntica à do basquete convencional) e do arremesso ao gol de handebol (a quadra é a mesma do esporte convencional). As regras estabelecidas são: só pode arremessar ou receber a bola quem estiver sentado; para se deslocar, tem que levar a cadeira consigo. Por fim, uma observação muito impor- tante: nas atividades com deficientes audi- tivos, a ideia é propor brincadeiras, jogos e esportes adaptados com o intuito de dificul- tar/delimitar/impedir a comunicação verbal durante o desenvolvimento das atividades. Diferentemente da deficiência visual, para as pessoas com deficiência auditiva não há um esporte específico/exclusivo. O professor Francisco chega ao fim do fascículo com a esperança de que a expe- riência compartilhada com você possa ser útil para o desenvolvimento de uma prática docente inclusiva por meio do esporte e, consequentemente, para uma educação com potencial de transformação social. Referências ALEXANDRE, Marcelo G.; KAWASHIMA, Larissa B. In: KAWASHIMA, Larissa B. Educação Física no Ensino Médio Integrado da Rede Federal: compartilhando experiências. Cuiabá-MT: EdUFMT Digital, 2021. p. 92-108. ALONSO. E. M., DE CARVALHO. C. L., DE ARAÚJO. P. F., SALERNO. M. B. Inclusão na educação física escolar na concepção dos escolares com deficiência visual. Conexões, v. 18, p. e020008-e020008, 2020. BORGMANN, Tiago; ALMEIDA, José Júlio Gavião. Esporte paralímpico na escola: revisão bibliográfica. Movimento, Porto Alegre, n. 1, jan/ mar, 2015, p. 53-68. MARQUES, Renato Francisco Rodrigues. A contribuição dos Jogos Paralímpicos para a promoção da inclusão social: o discurso como um obstáculo. Revista USP, São Paulo, n. 108, jan/mar 2016, p. 87-96. SANCHES, I. Em busca de indicadores de educação inclusiva: a “voz” dos professores de apoio sobre o que pensam, o que fazem e o que gostariam de fazer. Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas, 2011. 94 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Uso e apropriação: refere-se ao conhe- cimento que possibilita ao estudante ter condições de realizar de forma autônoma a prática esportiva. Trata-se do mesmo tipo de conhecimento gerado pela experimentação (saber fazer), mas dele se diferencia por possi- bilitar ao estudante a competência necessária para potencializar o seu envolvimento com o esporte no lazer ou para a saúde, dentro e fora da sala de aula. (BRASIL,2017) Fruição: é a apreciação estética das experiên- cias sensíveis geradas pelos esportes, oriundos das mais diversas épocas, lugares e grupos. Essa dimensão está vinculada com a apro- priação de um conjunto de conhecimentos que permita ao estudante desfrutar da prática esportiva e/ou apreciar essa e outras tantas quando realizadas por outros. (BRASIL, 2017) Reflexão sobre a ação: refere-se aos conheci- mentos originados na observação e na análise das práticas esportivas e daquelas realizadas por outros. Vai além da reflexão espontânea, gerada em toda experiência corporal. Trata-se de um ato intencional, orientado a formular e empregar estratégias de observação e aná- lise para: (a) resolver desafios peculiares aos esportes; (b) apreender novas modalidades; e (c) adequar os esportes aos interesses e às possibi- lidades próprios e aos das pessoas com quem compartilha a sua realização. (BRASIL, 2017) Construção de valores: vincula-se aos conhe- cimentos originados em discussões e vivên- cias no contexto da tematização dos esportes, que possibilitam a aprendizagem de valores e normas voltadas ao exercício da cidadania em prol de uma sociedade democrática. A produ- ção e partilha de atitudes, normas e valores (positivos e negativos) são inerentes a qual- quer processo de socialização. No entanto, essa dimensão está diretamente associada ao ato intencional de ensino e de aprendizagem e, portanto, demanda intervenção pedagó- gica orientada para tal fim. Por esse motivo, a BNCC se concentra mais especificamente na construção de valores relativos ao respeito às diferenças e no combate aos preconceitos de qualquer natureza. Ainda assim, não se pretende propor o tratamento apenas desses valores, ou fazê-lo só em determinadas etapas do componente, mas assegurar a superação de estereótipos e preconceitos expressos nas práticas corporais. (BRASIL, 2017) Análise: está associada aos conceitos neces- sários para entender as características e o funcionamento dos esportes (saber sobre). Essa dimensão reúne conhecimentos como a classificação dos esportes, os sistemas táticos de uma modalidade, o efeito de determinado exercício físico no desenvolvimento de uma capacidade física, entre outros. (BRASIL, 2017) Compreensão: está também associada ao conhecimento conceitual, mas, diferente- mente da dimensão anterior, refere-se ao esclarecimento do processo de inserção dos esportes no contexto sociocultural, reunindo saberes que possibilitam compreender o lugar dos esportes no mundo. Em linhas gerais, essa dimensão está relacionada a temas que permitem aos estudantes inter- pretar os esportes em relação às dimensões éticas e estéticas, à época e à sociedade que as gerou e as modificou, às razões da sua produção e transformação e à vinculação local, nacional e global. Por exemplo, pelo estudo das condições que permitem o surgi- mento de um determinado esporte em uma dada região e época ou os motivos pelos quais os esportes praticados por homens têm uma visibilidade e um tratamento midiático diferente dos esportes praticados por mulheres. (BRASIL, 2017) Protagonismo comunitário: refere-se às atitudes/ações e conhecimentos necessários para os estudantes participarem de forma confiante e autoral em decisões e ações orientadas a democratizar o acesso das pes- soas às práticas esportivas, tomando como referência valores favoráveis à convivência social. Contempla a reflexão sobre as possi- bilidades que eles e a comunidade têm (ou não) de acessar uma determinada prática esportiva no lugar em que moram, os recur- sos disponíveis (públicos e privados) para tal, os agentes envolvidos nessa configuração, entre outros, bem como as iniciativas que se dirigem para ambientes além da sala de aula, orientadas a interferir no contexto em busca da materialização dos direitos sociais vinculados a esse universo. (BRASIL, 2017) Guizo: esfera oca de metal que é percutida quando as bolinhas de ferro colocadas em seu interior são agitadas. Glossário Capacitismo: é uma forma de preconceito com pessoas com deficiência. Alunos convencionais: quem não tem impe- dimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Pessoas com deficiência (PcD): são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelec- tual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na socie- dade em igualdades de condições com as demais pessoas. Experimentação: refere-se à dimensão do conhecimento que se origina pela vivên- cia dos esportes. O professor precisa ser cuidadoso para que as sensações geradas no momento da realização de uma deter- minada vivência sejam positivas ou, pelo menos, não sejam desagradáveis a ponto de gerar rejeição à prática em si. (BRASIL, 2017) INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 95 Autores Ana Luisa Batista Santos É graduada em Educação Física (Universidade Estadual do Ceará – Uece/Indiana University) e mestra em Saúde Coletiva (Uece) e Segurança de Aviação Civil (ITA). É professora pesquisadora do Núcleo de Investigação em Atividade Física na Escola (Niafe), professora do Instituto Federal do Maranhão e coordenadora do curso de Educação Física da Faculdade do Vale do Jaguaribe. José Jander Teixeira de Oliveira É licenciado pleno em Educação Física, licenciado pleno em Dança, especialista em Educação Física no Ensino Básico e mestrando no Programa de Pós- Graduação em Educação (Universidade Estadual do Ceará – Uece). É professor pesquisador do Núcleo de Investigação em Atividade Física na Escola (Niafe). Matheus Pontes Lopes É graduado em Educação Física (Universidade Estadual do Ceará – Uece) e membro do Núcleo de Investigação em Atividade Física na Escola (Niafe). É professor de Educação Física da educação básica em Fortaleza (CE). Ilustrador Guabiras Carlos Henrique Santos da Costa é cartunista e jornalista por formação. Trabalhou no O POVO (Fortaleza/CE) de 1998 a 2019. Colaborou para a revista MAD (SP) de 2003 a 2016. Publicou em 2003 uma história em quadrinhos no jornal Extra, de Nova York (EUA). Ganhou em 2015, junto com a equipe de arte do O POVO, o prêmio Esso de Jornalismo na categoria Criação Gráfica. Em 2016, o Prêmio Ângelo Agostini de “Melhor Cartunista” e dois Troféus HQ MIX em parcerias. Participou de projetos como Tarja Preta (RJ), Escape (SP), Gibi Quântico (SP) e Marcatti 40 (SP). PATROCÍNIO REALIZAÇÃOAPOIO
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