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GRATUITA
Esta publicação 
não pode ser 
comercializada
PRÁTICAS 
INCLUSIVAS 
NA ESCOLA
Atribuições da 
Educação Física
Ana Luisa Batista Santos 
José Jander Teixeira de Oliveira 
Matheus Pontes Lopes
6
Todos os direitos desta edição reservados à:
Fundação Demócrito Rocha
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora 
CEP: 60.055-402 - Fortaleza-Ceará 
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148
fdr.org.br | fundacao@fdr.org.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD 
P967
Inclusão Social Através do Esporte / vários autores ; organizado por Ricardo Catunda ; 
ilustrado por Guabiras. - Fortaleza : Fundação Demócrito Rocha, 2021.
192 p. : il. ; 26cm x 30cm. – (Inclusão Social Através do Esporte ; 12v.)
Inclui bibliografia e apêndice/anexo.
ISBN: 978-85-7529-972-2 (Coleção)
ISBN: 978-85-7529-975-3 (Fascículo 6) 
1. Esporte. 2. Inclusão Social. 3. Políticas Públicas. 4. Educação Física. 5. Educação 
Inclusiva. 6. Esporte Inclusivo. 7. Estratégias Pedagógicas. 8. Acessibilidade. 9. Esporte 
Adaptado. I. Catunda, Ricardo. II. Guabiras. III. Título. IV. Série.
CDD 796.0456
2021-3267CDU 796:364 
Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410 
Índice para catálogo sistemático:
Esporte : Inclusão Social 796.0456
Esporte : Inclusão Social 796:364
Copyright © 2021 Fundação Demócrito Rocha
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)
Presidência Luciana Dummar 
Direção Administrativo-Financeira André Avelino de Azevedo 
Gerência Geral Marcos Tardin
Gerência Editorial e de Projetos Raymundo Netto 
Gerência Canal FDR Chico Marinho
Gerência Marketing & Design Andrea Araujo
Análise de Projetos Aurelino Freitas e Fabrícia Góis
Edição de Mídias Isabel Vale
UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE)
Gerência Pedagógica Viviane Pereira
Coordenação de Cursos Marisa Ferreira
Design Educacional Joel Lima
Front End Isabela Marques
INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE
Concepção e Coordenação Geral Valéria Xavier 
Coordenação de Conteúdo Ricardo Catunda
Coordenação Editorial e Revisão Daniela Nogueira
Projeto Gráfico e Edição de Design Andrea Araujo 
Design Miqueias Mesquita
Estagiária Design Kamilla Damasceno
Ilustração Guabiras
Analista de Projetos Juliana Montenegro
Análise de Marketing Digital Fábio Júnior Braga
Estratégia e Relacionamento Adryana Joca
Apoio Secretaria do Esporte e Juventude do Ceará | Lei de Incentivo ao Esporte do Ceará | 
Conselhos Federal e Regionais de Educação Física | Universidade Estadual do Ceará
Patrocínio Enel
Realização Uane | FDR
Este fascículo é parte integrante do projeto Inclusão Social Através 
do Esporte, viabilizado por meio da Lei Estadual de Incentivo 
ao Esporte, Lei nº 15.700 de 20 de novembro de 2014, CAP nº 25.
Sumário
Apresentação
1. Legislação
2. Conceito de inclusão na escola
3. Potencialidades da 
Educação Física Escolar
4. Recomendações de Modelos 
de Práticas Inclusivas
5. Práticas experimentais 
pela educação somática
Referências
Glossário
84
85
86
88
90
92
94
95
Apresentação
Francisco é professor de Educação Física. Ao chegar para ministrar a primeira aula do ano sobre a unidade temá-tica Esportes, deparou com uma aluna com deficiência. Francisco ficou surpreso, pois a escola não o informou 
sobre a chegada da aluna. Francisco pensou: quais são as minhas 
responsabilidades com esta aluna? Será que ela conseguirá realizar 
as atividades que eu vou propor? Como irei avaliá-la? 
A educação é um direito para todos. Um dos seus propósitos é 
diminuir os espaços de desigualdades na sociedade, com vistas a 
dar as mesmas oportunidades a todos. A disciplina de Educação 
Física compõe a educação enquanto direito social, pois abre portas 
para que crianças e adolescentes possam conquistar uma melhor 
qualidade de vida, no âmbito individual e coletivo.
A escola é um espaço do saber que tem a capacidade de pro-
porcionar experiências significativas para a formação do estu-
dante. O objetivo da Educação Física na escola é contribuir para o 
desenvolvimento integral de um sujeito crítico, autônomo, ativo e 
participativo. Para tanto, utiliza-se das práticas corporais/ativida-
des físicas no intuito de desenvolver habilidades físico-motoras, 
psicológicas, cognitivas, afetivas e socioculturais dentro de um 
ambiente escolar democrático, inclusivo, humano e diversificado. 
No decorrer deste módulo, convido você a acompanhar o per-
curso de reflexão e aperfeiçoamento do professor Francisco. Ele 
irá (re)conhecer suas atribuições enquanto professor de Educação 
Física e mostrará algumas possibilidades metodológicas de práticas 
esportivas em busca da inclusão social.
Ao fim deste fascículo, você deverá ser capaz de:
(1) conceituar educação inclusiva;
(2) conhecer as potencialidades da Educação Física na escola;
(3) compreender as possibilidades de aplicação do esporte na 
escola de forma inclusiva.
84 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
1
Legislação
O percurso de exclusão social percorrido pelas pessoas com deficiência (PcD) é tão antigo quanto a socialização 
do homem. Logo, os processos de contex-
tualização da educação inclusiva no Brasil 
foram marcados por diversas lutas e trâmites 
legislativos (leis). A citar, cronologicamente:
• Declaração de Salamanca (1994), 
influenciada pela Declaração Mundial 
sobre Educação para Todos (1990)
• Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (1996)
• Lei 13.146 (2016).
De acordo com a Declaração de Sala-
manca, todos os alunos têm o direito ao 
acesso à educação, mesmo apresentando 
características e habilidades diferentes. 
Portanto, determina que as escolas rece-
bam e adaptem qualquer criança no espaço 
educacional, independentemente das suas 
peculiaridades. 
Direito que é reforçado pela Lei de Dire-
trizes e Bases da Educação Nacional, ao 
garantir no capítulo V a todas pessoas com 
deficiência o direito de acesso e permanên-
cia à educação escolar. 
Segundo a Política Nacional de Edu-
cação Especial, a educação inclusiva é um 
meio para ampliar a participação de PcD 
nas instituições de ensino regular e, sobre-
tudo, contribuir para a transformação da 
sociedade. Essa política tem como objetivo 
a melhoria da qualidade de ensino, indepen-
dentemente da condição do aluno, pois eles 
são assegurados pelas leis. Portanto, devem 
ser garantidas a igualdade e as oportunida-
des a todos no âmbito escolar.
Por fim, a Lei Brasileira de Inclusão da 
Pessoa com Deficiência, em seu primeiro 
artigo, indica que é “destinada a assegurar 
e a promover, em condições de igualdade, o 
exercício dos direitos e das liberdades fun-
damentais por PcD, visando à sua inclusão 
social e cidadania”.
INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 85
2
Conceito de 
inclusão na escola
O professor Francisco ficou procurando respostas para as perguntas que lhe sur-giram no primeiro contato 
com a aluna com deficiência. Foi quando 
percebeu que, para incluir essa aluna na 
aula, ele precisa permitir que ela tenha 
as mesmas oportunidades que os demais 
colegas de turma, respeitando sua indivi-
dualidade e criando um ambiente físico 
e social para tal. 
Nesse sentido, um fator fundamental 
em todo o processo de inclusão social é a 
acessibilidade, que é definida como uma 
condição de possibilidade de acesso das 
pessoas em vários contextos e aspectos da 
vida social. Assim, a acessibilidade remete 
a seis dimensões distintas, que são:
Arquitetônica
escola sem barreiras ambientais e físicas em todos os espaços 
externos e internos escola sem barreiras ambientais e físicas em 
todos os espaços externos e internos.
Comunicacional docentes, gestores e demais funcionários não apresentam barreiras na comunição interpessoal, escrita e virtual.
Metodológica escola e docentes devem eliminar barreiras nos instrumentos e nas ferramentas de estudo.
Instrumental escola e docentes devem eliminar barreiras nos instrumentos e ferramentas de estudo.
Programática escola, docentes e organizações devem eliminar as barreiras invisíveis embutidas em documentos institucionais.Atitudinal a escola e os professores devem eliminar as barreiras na convivência.
86 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Ao pensar em inclusão nos espaços esco-
lares, é preciso certificar que todos os estu-
dantes aprendam em ambientes educativos 
comuns, com qualidade, com currículo que 
permita e desenvolva a aprendizagem efetiva, 
com revisão do modo de ensino, metodologia 
e avaliação, com respeito às singularidades 
e valorização das potencialidades.
Dentro desse contexto, alguns con-
ceitos e características eminentemente 
humanas perpassam pelo espaço escolar 
inclusivo, a saber: empatia, cooperação, 
coletividade, solidariedade e cultura de 
paz. A Educação Física escolar tem papel 
imprescindível, pois é palco desse cenário. 
Quadra, pátio, sala de aula dividida e com-
partilhada igualmente por diversos alunos 
de diversas características permitem uma 
escola aberta para todos.
Vale destacar que a escola inclusiva 
sempre é dinâmica. As problemáticas con-
tinuam a surgir para que novos debates 
e conversas sejam gerados com toda a 
comunidade escolar para que, dessa forma, 
a verdadeira qualidade educacional e inclu-
siva seja alcançada.
Por fim, neste tópico sobre inclusão na 
escola, o professor Francisco convida você 
a refletir sobre possibilidades inclusivas 
para uma educação de qualidade. Uma 
possibilidade é agir em prol de projetos 
escolares que são contextualizados e que 
fazem sentido para o cotidiano dos alu-
nos e da comunidade escolar. A partir do 
momento em que o aluno se identifica e 
se sente representado pelas ações escola-
res, ele atua mais ativamente nas aulas e, 
consequentemente, na sociedade. Nesse 
contexto, a disciplina de Educação Física 
deve ser protagonista na consolidação de 
um elo extremamente importante: esporte 
e inclusão (FERNANDES; MULLER, 2018).
INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 87
Potencialidades da 
Educação Física Escolar 
3
O professor Francisco já apre-sentou o conceito de inclusão escolar e pode desenvolvê-la por meio de projetos escolares 
contextualizados. Mas ele ainda acha impor-
tante destacar o seu papel de professor de 
Educação Física no processo.
Ele acredita que o professor de Educação 
Física tem uma função única dentro da escola 
pela sua prática pedagógica com dinâmica 
diferenciada. Pode ser protagonista na cria-
ção da relação aluno-comunidade escolar ao 
contextualizar o processo de ensino-apren-
dizagem fazendo uma ligação entre a escola, 
a sociedade, o conhecimento e o aprendiz. 
Portanto, para realizar uma prática 
docente inclusiva, ele precisa: priorizar as 
principais necessidades educacionais do 
aluno; considerar o ambiente da escola – o 
espaço físico deve ser um local adequado 
para realização de atividades físicas; e de 
forma contextualizada com a deficiência, é 
necessário avaliar e excluir comportamen-
tos inadequados que possam prejudicar o 
desempenho dos educandos com e sem 
deficiência (FREITAS, 2008).
Para que haja inclusão nas aulas de Edu-
cação Física, o aluno precisa estar integrado 
à aula e à turma. Nesse tocante, os discentes 
precisam ser ouvidos mediante suas suges-
tões, opiniões e singularidades. Além disso, 
a arquitetura acessível da localidade escolar 
também precisa ser levada em conta e se 
articular com professor, aluno e comunidade 
escolar (ALONSO et al., 2020).
Não restam dúvidas do poder inclusivo 
da disciplina de Educação Física no âmbito 
escolar, pois permite socialização, aprendi-
zagem pelo movimento corporal, confiança 
e autoestima e corporeidade por meio da 
utilização das práticas corporais/ativida-
des físicas, dentre as quais se destacam os 
esportes (SOUZA, 2017).
A efetividade da promoção de inclusão 
social de PcD está intrinsecamente vinculada 
à transformação de paradigmas, estereótipos 
e preconceitos. A mudança é viável por 
meio da educação escolar, da mídia e de 
fenômenos socioculturais com potencial para 
modificar ou reforçar valores morais, como 
o esporte (MARQUES, 2016, p. 89). 
Outrosssim, a Base Nacional Comum Cur-
ricular (BNCC) aponta que a unidade temática 
Esportes contempla tanto manifestações 
tradicionais/formais quanto suas derivações, 
sinalizando que o esporte é passível de 
Saiba mais
Existe uma diferença entre 
Educação Física adaptada e 
Educação Física inclusiva.
Na Educação Física adaptada, 
os estudantes com deficiência 
praticam atividades físicas 
separados dos seus colegas. 
Na Educação Física inclusiva, 
todos participam das mesmas 
atividades propostas.
Fonte: https://impulsiona.org.br/
como-trabalhar-a-inclusao-na-
educacao-fisica-escolar/
88 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
recriação pelos atores que estão envolvi-
dos nele, independentemente dos modos 
e ambientes físicos ou sociais. Promove o 
exercício da cidadania e o protagonismo 
comunitário propiciando a ampliação da 
compreensão dos escolares pelas dinâmicas 
sociais associadas ao esporte.
O esporte, enquanto manifestação das 
atividades físicas e corporais, permite o 
autoconhecimento aprimorado e um conhe-
cimento sobre o coletivo. Além disso, ajuda 
o sujeito a saber lidar com as adversidades 
advindas dos desafios.
Por fim, neste tópico sobre potencialida-
des da Educação Física escolar, o professor 
Francisco sugere uma possibilidade de ala-
vancar a discussão e a afirmação inclusiva 
no âmbito escolar da Educação Física que é 
a ruptura urgente de tendência tecnicista 
adotada nas aulas esportivas. Portanto, 
indica a construção dos conhecimentos 
sobre os diversos conteúdos, incluindo os 
esportes de forma lúdica.
Os esportes adaptados abarcam uma 
grande quantidade de atividades esportivas 
adaptadas às PcD, que permitem a vivência 
plena do esporte por meio da inclusão. 
Nesse contexto, esporte paralímpico é uma 
vertente dos esportes adaptados, sendo 
ainda mais específico por envolver moda-
lidades que são praticadas por pessoas que 
tenham deficiências físicas.
Saiba mais
Assim como existe o órgão 
regulador e representativo das 
modalidades olímpicas, o Comitê 
Olímpico Brasileiro (COB), existe 
uma instituição reguladora e 
representativa das modalidades 
paralímpicas, o Comitê 
Paralímpico Brasileiro (CPB). 
O CPB foi fundado em 1995, na 
cidade do Rio de Janeiro (RJ), 
e é uma instituição sem fins 
lucrativos com atuação em todo o 
território nacional.
Fonte: https://www.cpb.org.br/
upload/link/0e904873af73496a9f1
0ba83f8a06580.pdf
VOCÊ SABE COMO 
FUNCIONAM AS 
MODALIDADES ADAPTADAS?
Existem 22 modalidades paralímpicas dos 
Jogos de Verão. Cada modalidade, especi-
ficamente, tem seu sistema de classificação 
functional ou oftalmológica, dividindo os 
atletas segundo níveis de deficiência, permi-
tindo, assim, um equilíbrio nas competições.
Apesar da especificidade do esporte 
paralímpico, o professor Francisco pode 
adaptá-los para o cotidiano escolar. Isso não 
é apropriação indevida. Pelo contrário, é uma 
estratégia de inclusão, visto que a inclusão 
social das PcD não foge da dualidade empo-
deramento e transformação da sociedade, 
na perspectiva de fomentar oportunidades 
para uma participação social plena. 
Portanto, a proposta de efetivação dos 
esportes paralímpicos no círculo escolar 
demanda estudos nessas perspectivas, 
“através de propostas diferenciadas, seja 
como evento ou ensino nas aulas de educação 
física, como modalidades esportivas, estru-
turado pedagogicamente para contribuir na 
formação dos alunos em todos os aspectos 
[...]” (BORGMANN; ALMEIDA, 2015, p. 65). 
Falar de educação inclusiva é, querendo 
ou não, falar de exclusão, mas com um com-
portamento necessário quando se procura 
atingir o oposto ao que é praticado (SANCHES, 
2011). O professor precisa eliminar qualquer 
tipo de comportamento preconceituoso ou 
discriminatório, expresso por meio da lingua-
gem verbal, corporal ou digital (redes sociais).
Você deve estar se perguntando: mas 
como pensar em práticas de educação inclu-
siva para a escola? É possível? Colocar isso 
em práticaé uma forma de garantir a quebra 
dos processos exclusivos e a possibilidade 
de participação de todos. Está disposto(a)? 
Então, vem com a gente! Na próxima seção, 
o professor Francisco dará 10 recomenda-
ções para o desenvolvimento de práticas 
inclusivas na Educação Física escolar.
INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 89
Recomendações de Modelos 
de Práticas Inclusivas
4
O professor Francisco elaborou 10 recomendações para você, professor(a), que não sabe por onde começar sua prática 
docente inclusiva. Para tanto, ele precisou 
pensar na escola como um todo e trazer 
alguns conceitos da Base Nacional Comum 
Curricular. Anota o passo a passo! 
A primeira recomendação para o desenvol-
vimento de um modelo educacional inclusivo 
é: dialogar com a gestão escolar. O professor 
precisa estar ciente se há ou não alunos com 
deficiência matriculados em sua aula. 
A segunda recomendação é conhecer o 
diagnóstico detalhado junto com diálogo com 
os pais ou responsáveis para saber caracterís-
ticas, limitações, potencialidades e experiências 
vividas pelo estudante. Além disso, apresentar-
-se e conversar com o aluno para construção 
inicial de um vínculo de confiança.
90 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
A oitava recomendação é comparar os 
resultados das avaliações de aprendizagem 
e de ensino da disciplina de educação física 
com os professores das demais disciplinas 
com o objetivo de verificar o desempenho 
das turmas frente aos diferentes conteúdos. 
No momento de partilha com os demais 
professores e com a gestão, é oportuno apre-
sentar hipóteses sobre os fatores condicio-
nantes para este desfecho no contexto das 
aulas de educação física (nona recomendação).
A décima recomendação é ajustar o 
planejamento das aulas e modelos ava-
liativos e reiniciar o ciclo das 10 recomen-
dações propostas aqui.
Portanto, as recomendações do professor 
Francisco indicam que você precisa se aproxi-
mar e dialogar com a gestão escolar, com os 
professores de todas as disciplinas, com os pais 
e responsáveis, com o aluno com deficiência e 
com a turma, pois todos os sujeitos envolvidos 
no processo de ensino-aprendizagem precisam 
estar cientes das demandas e das potenciali-
dades do aluno com deficiência. 
As demandas precisam ser sanadas, via 
adequação da estrutura arquitetônica da 
escola, adaptação de materiais utilizados 
nas aulas ou comportamento do restante 
da turma. As potencialidades do aluno 
com deficiência precisam ser destacadas 
e estimuladas, pois todo ser humano tem 
debilidades e eficiências que podem evoluir 
dentro da sua individualidade.
A terceira recomendação é estu-
dar a deficiência para compreender 
as possibilidades de estímulo e ativi-
dades que poderá propor nas aulas, 
de modo a desenvolver uma Educação 
Física inclusiva, e não a Educação Física 
adaptada. Nesse âmbito, destaca-se a 
importância da formação continuada de 
professores desenvolvida pela escola e 
pela iniciativa do próprio professor.
A quarta recomendação é planejar as 
atividades com diferentes níveis de difi-
culdades e possibilidades de execução, 
considerando que será a primeira vez que 
você verá o comportamento da PcD na frente 
do restante da turma. Vale salientar que o 
professor também terá de observar o com-
portamento dos demais alunos. Será que eles 
serão solidários? Será que eles serão precon-
ceituosos? O professor deve estar preparado 
para intervir nos casos de comportamento 
de “pena”, preconceito, capacitismo*. 
A quinta recomendação é estudar for-
mas avaliativas que já funcionaram nas 
experiências anteriores do aluno com defi-
ciência e propor novas formas avaliativas 
que possam mensurar a aprendizagem e a 
evolução do aluno com deficiência de forma 
mais qualitativa do que quantitativa e que 
contemplem o progresso das dimensões 
da aprendizagem: experimentação*, uso 
e apropriação*, fruição*, reflexão sobre a 
ação*, construção de valores*, análise*, com-
preensão* e protagonismo comunitário*. 
A sexta recomendação é avaliar o ensino 
com o objetivo de conhecer a percepção dos 
alunos convencionais* e dos alunos com 
deficiência acerca das atividades viven-
ciadas, da interação com os colegas, da 
interação com o professor e da competência 
de alcançar os objetivos da aula.
A sétima recomendação é analisar os 
resultados das avaliações de aprendi-
zagem e de ensino com vistas a verificar 
se os dados são positivos ou negativos e 
levantar hipóteses sobre os fatores con-
dicionantes para este desfecho.
10
recomendações 
para uma 
Educação 
Física inclusiva
1. Dialogar com a gestão 
escolar.
2. Conhecer o diagnóstico 
detalhado junto com 
diálogo com os pais ou 
responsáveis.
3. Estudar a deficiência 
(formação continuada).
4. Planejar as atividades 
com diferentes níveis 
de dificuldades e 
possibilidades de execução.
5. Estudar formas avaliativas 
que já funcionaram nas 
experiências anteriores e 
propor novas.
6. Avaliar o ensino. 
7. Analisar os resultados das 
avaliações de aprendizagem 
e de ensino.
8. Comparar os resultados das 
avaliações de aprendizagem 
e de ensino. 
9. Apresentar hipóteses sobre 
os fatores condicionantes 
para o rendimento escolar.
10. Ajustar o planejamento das 
aulas e modelos avaliativos.
INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 91
Práticas experimentais 
pela educação somática
5
Agora que você já percorreu o passo a passo de como desen-volver uma Educação Física inclusiva, o professor Francisco 
apresentará algumas propostas de práticas 
a serem experimentais por você nas suas 
turmas, desde o momento inicial do contato 
com a proposta inclusiva no âmbito indivi-
dual a práticas coletivas aplicadas ao esporte.
O termo incluir não é partir da catego-
rização/rotulagem do indivíduo, mas, sim, 
da elencagem e da superação das barreiras 
sociais e educativas que impedem o acesso 
às aprendizagens e à participação na escola/
comunidade. Quando as dificuldades são 
conhecidas, gerando e gerindo os recursos 
necessários para a transposição das barrei-
ras, criam-se condições para que todos, e 
não só um grupo específico, possam usufruir 
de resposta às suas necessidades.
As experiências e as vivências sensoriais 
têm um papel importante para estruturação 
das sensações do próprio corpo. O sentir 
é o primeiro objetivo dessa vivência. Faça 
com que o seu aluno sinta. Assim, o corpo 
é o instrumento com o qual o estudante 
vai manusear, de diferentes modos, para 
remexer o ambiente.
Os estímulos são escolhidos pelos prota-
gonistas para trazerem interesse naquilo que 
desejam. Seja conduzindo objetos, seja provo-
cando os órgãos dos sentidos, trarão sempre 
experiências novas. Esses estímulos podem 
ser auditivos, visuais, táteis ou vestibulares, 
fazendo com que sua gama de informações 
possa aprimorar os órgãos dos sentidos.
O professor Francisco o convida a expe-
rimentar uma proposta inclusiva com base 
na educação somática que ele desenvol-
veu com sua turma. A atividade foi inspi-
rada na obra denominada “Tropicália” 
(1967) e é descrita como um ambiente 
labiríntico, com plantas, areia, araras, 
poemas-objetos, capas de Parangolé e 
um aparelho de televisão. As atividades 
que serão descritas estimulam os sentidos 
como o olfato, o paladar, o tato, visão e 
a audição para realizar em sala de aula. 
Para envolver as crianças nas atividades, 
deve-se utilizar brincadeiras e jogos.
Diferentemente da obra “Tropicá-
lia”, do pintor Hélio Oiticica, músicas 
aleatórias estarão presentes em todos 
os ambientes, trazendo memórias dos 
participantes. Assim, poderá trabalhar 
com estudantes que tenham deficiência 
visual ou alguma debilidade no campo 
da visão, fazendo com que todos possam 
participar sem haver diferença ou exclu-
são durante a atividade.
Todos os participantes entrarão em 
todos os ambientes com vendas nos olhos 
e descalços. Os órgãos dos sentidos da 
visão serão restritos, porém os sentidos 
da audição, do tato e do olfato estarão 
aguçados para a experimentação.
Ao escolheruma sala de aula, os alu-
nos do 8º ano organizaram o ambiente 
interno, sem muitos adereços. Somente 
com tecidos ou materiais para fazer divi-
sórias, as crianças produziram quatro 
ambientes diferentes.
Professor Francisco, ao se preparar 
para participar da experiência sensorial, 
retirou seus sapatos na entrada da sala e 
colocou uma venda nos olhos. 
Como trabalhar 
a inclusão 
na Educação 
Física escolar?
ESPORTES INCLUSIVOS
FUTEBOL DE 5: é disputado 
em uma quadra que segue 
as medidas do futsal, com 
algumas alterações nas regras 
tradicionais.
GOALBALL: desenvolvido 
especificamente para deficientes 
visuais, é o único esporte 
paralímpico não adaptado. Uma 
partida de goalball ocorre entre 
em duas equipes com três atletas 
cada com o objetivo de fazer gols.
No primeiro ambiente da sala de aula, 
ele pisou em areia, espalhada por todo o 
chão. A sensibilidade do caminhar com os 
pés na areia trouxe sensações, disse o pro-
fessor. O segundo ambiente foi preenchido 
com folhas secas e verdes, também para 
aguçar os sentidos do olfato e do tato. A 
memória dos participantes pode ter reme-
tido ao campo. Professor Francisco relatou 
que sua memória foi buscar lembranças 
do interior da Região do Cariri (CE), onde 
nasceu. O terceiro espaço tinha pedras em 
toda a sala. O quarto teve um pouco de água.
Professor Francisco notou um som 
ambiente na sala, enquanto vagava pelos 
espaços sem enxergar nada. Depois de um 
tempo dentro da sala, as músicas levaram-
-no a bater o pé no ritmo tocado. Logo após, 
o ombro acompanhava a marcação do pé 
de acordo com a música. 
Ao fim, cada participante estava se 
movendo livremente, levando em consi-
deração a memória dos percursos que fez e 
a música que está tocando. Tais propostas 
foram pensadas e colocadas em prática pelo 
artista Hélio Oiticica. 
92 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Filmes e séries 
com a temática 
inclusão e esporte
PARATODOS (2016)
O documentário acompanha 
alguns dos principais atletas 
brasileiros nos Jogos Paralímpicos 
de 2016, no Rio de Janeiro. A 
obra apresenta o cotidiano de 
treinamentos, os medos e as 
ambições dos esportistas. Além 
disso, escancara os obstáculos 
com que esses profissionais têm 
de lidar para competir e nos 
lembra da urgência da inclusão 
das pessoas com deficiência física 
na sociedade e no esporte. 
AUDIBLE (2021)
Um jogador de futebol 
americano da escola para 
surdos lida com a família e os 
relacionamentos enquanto se 
prepara para um grande jogo.
23 BLAST (2014)
História de um jogador de futebol 
americano que fica cego e precisa 
superar as adversidades para 
continuar treinando e jogando no 
mais alto nível esportivo.
E o professor Francisco? Estava lá, dan-
çando, sem dar conta de que a proposta era 
essa. Agora que a turma do professor Fran-
cisco percebeu cada sentido de forma única 
e intensa, ele decide trabalhar o desenvol-
vimento dos esportes de forma inclusiva.
Para isso, ele compartilha a sequência 
pedagógica utilizada em suas aulas: 1) apre-
sentação das modalidades esportivas por 
meio das experiências que os alunos tiveram 
(ou não) com o esporte e algumas curiosida-
des (ver sugestões no decorrer do fascículo); 
2) sensibilização e/ou vivência de atividades 
relacionadas à modalidade; 3) explanação 
das experiências e aprendizagens da aula; 4) 
demonstração da atividade; 5) observação do 
desenvolvimento da atividade; e 6) avaliação 
do processo de ensino-aprendizagem.
Além disso, professor Francisco acha 
muito importante compartilhar algumas 
dicas e curiosidades sobre esportes inclu-
sivos apresentadas nos parágrafos a seguir, 
como propostas de práticas inclusivas a 
serem experimentadas.
Dica para a aplicação do goalball na 
escola: na indisponibilidade de uma bola 
de goalball, você pode utilizar uma bola de 
basquetebol dentro de sacolas plásticas que 
imitarão o guizo* da bola oficial. Sugeriu-se a 
bola de basquete porque ela tem dimensões 
e peso semelhante à bola oficial do goalball. 
A quadra pode ser demarcada na área do 
voleibol, fixando barbante por toda a sua 
dimensão. Os alunos que não estiverem par-
ticipando deverão permanecer em silêncio 
ou deverão auxiliar na orientação dos colegas 
em quadra, além de restabelecerem a bola ao 
jogo. A manutenção do silêncio é um exercício 
de empatia, ao considerar que qualquer ruído 
pode desconcentrar o jogador.
INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 93
Curiosidades 
sobre os Jogos 
Paralímpicos
O Brasil ganhou todas as edições 
dos Jogos Paralímpicos no 
futebol de cinco até hoje! Essa 
modalidade é praticada por 
deficientes visuais e faz parte da 
competição desde Atenas 2004.
O símbolo dos Jogos Paralímpicos 
são os três agitos (“eu me movo”, 
em latim). As cores – vermelho, 
azul e verde – são as mais 
representadas nas bandeiras dos 
países de todo o mundo. Os agitos 
apontam na mesma direção, 
simbolizando a missão do Comitê 
Paralímpico Internacional de unir 
atletas de todos os continentes 
para competirem juntos.
Em algumas categorias, 
corredores com deficiência visual 
necessitam de guias nas disputas. 
Os guias precisam estar em forma 
para não ficar para trás!
Fonte: https://impulsiona.org.
br/10-curiosidades-sobre-os-
jogos-paralimpicos/
Ainda no contexto dos esportes coletivos 
em uma abordagem inclusiva, o basquete 
e o handebol podem ser experenciados 
utilizando as próprias cadeiras da sala de 
aula (sem braço) ou cadeiras de plástico 
que estiverem à disposição do professor. A 
intenção é que o aluno possa experienciar 
as dificuldades de arremesso da bola de 
basquete na tabela (idêntica à do basquete 
convencional) e do arremesso ao gol de 
handebol (a quadra é a mesma do esporte 
convencional). As regras estabelecidas são: 
só pode arremessar ou receber a bola quem 
estiver sentado; para se deslocar, tem que 
levar a cadeira consigo.
Por fim, uma observação muito impor-
tante: nas atividades com deficientes audi-
tivos, a ideia é propor brincadeiras, jogos e 
esportes adaptados com o intuito de dificul-
tar/delimitar/impedir a comunicação verbal 
durante o desenvolvimento das atividades. 
Diferentemente da deficiência visual, para 
as pessoas com deficiência auditiva não há 
um esporte específico/exclusivo. 
O professor Francisco chega ao fim do 
fascículo com a esperança de que a expe-
riência compartilhada com você possa ser 
útil para o desenvolvimento de uma prática 
docente inclusiva por meio do esporte e, 
consequentemente, para uma educação 
com potencial de transformação social.
Referências
ALEXANDRE, Marcelo G.; KAWASHIMA, Larissa 
B. In: KAWASHIMA, Larissa B. Educação Física 
no Ensino Médio Integrado da Rede Federal: 
compartilhando experiências. Cuiabá-MT: 
EdUFMT Digital, 2021. p. 92-108.
ALONSO. E. M., DE CARVALHO. C. L., DE ARAÚJO. 
P. F., SALERNO. M. B. Inclusão na educação 
física escolar na concepção dos escolares 
com deficiência visual. Conexões, v. 18, p. 
e020008-e020008, 2020.
BORGMANN, Tiago; ALMEIDA, José Júlio 
Gavião. Esporte paralímpico na escola: revisão 
bibliográfica. Movimento, Porto Alegre, n. 1, jan/ 
mar, 2015, p. 53-68. 
MARQUES, Renato Francisco Rodrigues. A 
contribuição dos Jogos Paralímpicos para a 
promoção da inclusão social: o discurso como 
um obstáculo. Revista USP, São Paulo, n. 108, 
jan/mar 2016, p. 87-96. 
SANCHES, I. Em busca de indicadores de 
educação inclusiva: a “voz” dos professores de 
apoio sobre o que pensam, o que fazem e o que 
gostariam de fazer. Lisboa: Edições Universitárias 
Lusófonas, 2011.
94 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Uso e apropriação: refere-se ao conhe-
cimento que possibilita ao estudante ter 
condições de realizar de forma autônoma a 
prática esportiva. Trata-se do mesmo tipo de 
conhecimento gerado pela experimentação 
(saber fazer), mas dele se diferencia por possi-
bilitar ao estudante a competência necessária 
para potencializar o seu envolvimento com o 
esporte no lazer ou para a saúde, dentro e fora 
da sala de aula. (BRASIL,2017)
Fruição: é a apreciação estética das experiên-
cias sensíveis geradas pelos esportes, oriundos 
das mais diversas épocas, lugares e grupos. 
Essa dimensão está vinculada com a apro-
priação de um conjunto de conhecimentos 
que permita ao estudante desfrutar da prática 
esportiva e/ou apreciar essa e outras tantas 
quando realizadas por outros. (BRASIL, 2017)
Reflexão sobre a ação: refere-se aos conheci-
mentos originados na observação e na análise 
das práticas esportivas e daquelas realizadas 
por outros. Vai além da reflexão espontânea, 
gerada em toda experiência corporal. Trata-se 
de um ato intencional, orientado a formular 
e empregar estratégias de observação e aná-
lise para: (a) resolver desafios peculiares aos 
esportes; (b) apreender novas modalidades; e (c) 
adequar os esportes aos interesses e às possibi-
lidades próprios e aos das pessoas com quem 
compartilha a sua realização. (BRASIL, 2017)
Construção de valores: vincula-se aos conhe-
cimentos originados em discussões e vivên-
cias no contexto da tematização dos esportes, 
que possibilitam a aprendizagem de valores e 
normas voltadas ao exercício da cidadania em 
prol de uma sociedade democrática. A produ-
ção e partilha de atitudes, normas e valores 
(positivos e negativos) são inerentes a qual-
quer processo de socialização. No entanto, 
essa dimensão está diretamente associada ao 
ato intencional de ensino e de aprendizagem 
e, portanto, demanda intervenção pedagó-
gica orientada para tal fim. Por esse motivo, a 
BNCC se concentra mais especificamente na 
construção de valores relativos ao respeito 
às diferenças e no combate aos preconceitos 
de qualquer natureza. Ainda assim, não se 
pretende propor o tratamento apenas desses 
valores, ou fazê-lo só em determinadas etapas 
do componente, mas assegurar a superação 
de estereótipos e preconceitos expressos nas 
práticas corporais. (BRASIL, 2017)
Análise: está associada aos conceitos neces-
sários para entender as características e o 
funcionamento dos esportes (saber sobre). 
Essa dimensão reúne conhecimentos como a 
classificação dos esportes, os sistemas táticos 
de uma modalidade, o efeito de determinado 
exercício físico no desenvolvimento de uma 
capacidade física, entre outros. (BRASIL, 2017)
Compreensão: está também associada ao 
conhecimento conceitual, mas, diferente-
mente da dimensão anterior, refere-se ao 
esclarecimento do processo de inserção dos 
esportes no contexto sociocultural, reunindo 
saberes que possibilitam compreender o 
lugar dos esportes no mundo. Em linhas 
gerais, essa dimensão está relacionada a 
temas que permitem aos estudantes inter-
pretar os esportes em relação às dimensões 
éticas e estéticas, à época e à sociedade que 
as gerou e as modificou, às razões da sua 
produção e transformação e à vinculação 
local, nacional e global. Por exemplo, pelo 
estudo das condições que permitem o surgi-
mento de um determinado esporte em uma 
dada região e época ou os motivos pelos 
quais os esportes praticados por homens 
têm uma visibilidade e um tratamento 
midiático diferente dos esportes praticados 
por mulheres. (BRASIL, 2017)
Protagonismo comunitário: refere-se às 
atitudes/ações e conhecimentos necessários 
para os estudantes participarem de forma 
confiante e autoral em decisões e ações 
orientadas a democratizar o acesso das pes-
soas às práticas esportivas, tomando como 
referência valores favoráveis à convivência 
social. Contempla a reflexão sobre as possi-
bilidades que eles e a comunidade têm (ou 
não) de acessar uma determinada prática 
esportiva no lugar em que moram, os recur-
sos disponíveis (públicos e privados) para tal, 
os agentes envolvidos nessa configuração, 
entre outros, bem como as iniciativas que 
se dirigem para ambientes além da sala de 
aula, orientadas a interferir no contexto em 
busca da materialização dos direitos sociais 
vinculados a esse universo. (BRASIL, 2017)
Guizo: esfera oca de metal que é percutida 
quando as bolinhas de ferro colocadas em 
seu interior são agitadas.
Glossário
Capacitismo: é uma forma de preconceito 
com pessoas com deficiência.
Alunos convencionais: quem não tem impe-
dimento de longo prazo de natureza física, 
mental, intelectual ou sensorial, o qual, em 
interação com uma ou mais barreiras, pode 
obstruir participação plena e efetiva na 
sociedade em igualdade de condições com 
as demais pessoas.
Pessoas com deficiência (PcD): são 
aquelas que têm impedimentos de longo 
prazo de natureza física, mental, intelec-
tual ou sensorial, os quais, em interação 
com diversas barreiras, podem obstruir 
sua participação plena e efetiva na socie-
dade em igualdades de condições com as 
demais pessoas.
Experimentação: refere-se à dimensão do 
conhecimento que se origina pela vivên-
cia dos esportes. O professor precisa ser 
cuidadoso para que as sensações geradas 
no momento da realização de uma deter-
minada vivência sejam positivas ou, pelo 
menos, não sejam desagradáveis a ponto de 
gerar rejeição à prática em si. (BRASIL, 2017)
INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 95
 
Autores
Ana Luisa Batista Santos 
É graduada em Educação Física (Universidade 
Estadual do Ceará – Uece/Indiana University) e 
mestra em Saúde Coletiva (Uece) e Segurança de 
Aviação Civil (ITA). É professora pesquisadora do 
Núcleo de Investigação em Atividade Física na 
Escola (Niafe), professora do Instituto Federal do 
Maranhão e coordenadora do curso de Educação 
Física da Faculdade do Vale do Jaguaribe.
José Jander Teixeira de Oliveira 
É licenciado pleno em Educação Física, licenciado 
pleno em Dança, especialista em Educação Física no 
Ensino Básico e mestrando no Programa de Pós-
Graduação em Educação (Universidade Estadual do 
Ceará – Uece). É professor pesquisador do Núcleo de 
Investigação em Atividade Física na Escola (Niafe).
Matheus Pontes Lopes 
É graduado em Educação Física (Universidade 
Estadual do Ceará – Uece) e membro do Núcleo 
de Investigação em Atividade Física na Escola 
(Niafe). É professor de Educação Física da 
educação básica em Fortaleza (CE).
Ilustrador
Guabiras
Carlos Henrique Santos da Costa é cartunista e 
jornalista por formação. Trabalhou no O POVO 
(Fortaleza/CE) de 1998 a 2019. Colaborou para 
a revista MAD (SP) de 2003 a 2016. Publicou em 
2003 uma história em quadrinhos no jornal Extra, 
de Nova York (EUA). Ganhou em 2015, junto com 
a equipe de arte do O POVO, o prêmio Esso de 
Jornalismo na categoria Criação Gráfica. 
Em 2016, o Prêmio Ângelo Agostini de “Melhor 
Cartunista” e dois Troféus HQ MIX em parcerias. 
Participou de projetos como Tarja Preta (RJ), 
Escape (SP), Gibi Quântico (SP) e Marcatti 40 (SP).
PATROCÍNIO REALIZAÇÃOAPOIO

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