APS Praticas IV

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Atividade Prática Supervisionada
Práticas de Enfermagem IV
Thaissa Taynara Dias Felix RA:5746488
 São Paulo
2021
Proposta: Uma das habilidades do enfermeiro no que se refere ao processo de trabalho é assistir e realizar curativos, coordenar e supervisionar a equipe de enfermagem na prevenção e cuidados às feridas. Nessa trajetória de aprendizado, é necessário o desenvolvimento contínuo das práticas que envolvem a realização do curativo de feridas em vários estágios de complexidade e que exijam tomadas de decisão imediata. Cabe ao Enfermeiro executar os curativos para o tratamento de lesões agudas ou crônicas de maior complexidade, conforme descrito na legislação do exercício profissional de Enfermagem. Esse processo é sistemático e envolve a utilização de uma abordagem organizada para alcançar seu propósito maior – a qualidade dos serviços de enfermagem.
Assim, a proposta consiste em construir um diagrama das substâncias utilizadas no curativo contendo: composição, indicação, mecanismo de ação, tipo de ferida, modo de usar, contraindicação, periodicidade de troca. As substâncias são: Ácidos graxos
essenciais (AGE), Hidrocolóide, Hidrogel, Protosan gel, Papaína, Sulfadiazina de prata, Bota de Uma, Colagenase, Carvão ativado, Filme transparente semipermeável – membranas semipermeáveis, Hidropolímero.
Substâncias utilizadas em curativos
· Ácidos graxos essenciais (AGE)
Composição: Óleo vegetal composto por ácido linoléico, ácido caprílico, ácido cáprico, vitamina A, E e lecitina de soja.
Indicações: prevenção de úlceras de pressão, feridas abertas superficiais com ou sem infecção.
Mecanismos de ação: Promove a quimiotaxia e a angiogênese, mantém o meio úmido e acelera o processo de granulação tecidual. A aplicação em pele íntegra tem grande absorção, forma uma película protetora na pele, previne escoriações devido à alta capacidade de hidratação e proporciona nutrição celular local.
Tipos de feridas: Úlceras por pressão grau I, II e III, úlceras venosas, úlceras arteriais, úlceras diabéticas, feridas por queimaduras, feridas crônicas, feridas agudas.
Modo de usar: remover o exsudato e o tecido desvitalizado. Espalhar o AGE no leito da ferida ou embeber gazes estéreis de contato o suficiente para manter o leito da ferida úmido até a próxima troca. Ocluir com cobertura secundária estéril de gaze e fixar.
Contra indicação: Não relatada.
Periodicidade de troca: sempre que o curativo secundário estiver saturado ou, no máximo, a cada 24 horas.
Tipos de curativos: Curativo primário, Curativo aberto.
Nome comercial: Agederm®; Ativo Derme®; Dersani®
· Hidrogel
Composição: Gel transparente, incolor, composto por: água (77,7%), carboximetilcelulose (CMC-2,3%) e propilenoglicol (PPG-20%). 
Indicações: Feridas superficiais moderada ou baixa exsudação. Remover as crostas, fibrinas, tecidos desvitalizados ou necrosados.
Mecanismos de ação: Amolece e remove tecido desvitalizado através de desbridamento autolítico. A água mantém o meio úmido, o CMC facilita a re-hidratação celular e o desbridamento. O PPG estimula a liberação de exsudato.
Tipos de feridas: Feridas com tecido de granulação, úlceras venosas, úlceras arteriais, úlceras por pressão, queimaduras de primeiro e segundo grau com pequena extensão, feridas com perda total ou parcial de tecidos e áreas pós traumas.
Modo de usar: Lavar o leito da ferida. Espalhar o curativo ou introduzi-lo na cavidade assepticamente. Ocluir a ferida com cobertura secundária estéril.
Contra indicação: Feridas colonizadas ou infectadas. Feridas com tecido desvitalizado ou necrose e queimaduras de terceiro grau.
Periodicidade de troca: A cada um a três dias, dependendo da quantidade de exsudato.
Tipos de curativos: Curativo Oclusivo, curativo semi oclusivo, curativo primário, curativo aberto.
Nome comercial: Duoderm Gel®; Hydrosorb®; Hypergel®; Nu-Gel®; Caregel®
Outras observações: Produz sensação de alívio na ferida. Deve ser de uso único ao paciente após aberto, e tem um custo relativamente alto para a utilização, se comparado a outras substâncias curativas.
· Hidrocolóide
Composição: Camada externa de espuma de poliuretano e outra interna composta de gelatina, pectina e carboximetilcelulose sódica. 
Indicações: Feridas abertas não infectadas, com leve a moderada exsudação. Prevenção ou tratamento de úlceras de pressão não infectadas.
Mecanismos de ação: Estimula a angiogênese e o desbridamento autolítico. Acelera o processo de granulação tecidual.
Tipos de feridas: Feridas abertas não infectadas e pouco exsudativas.
Modo de usar: Lavar a ferida. Escolher o hidrocolóide, com diâmetro que ultrapasse a borda da ferida pelo menos 3 cm.
Contra indicação: Feridas colonizadas ou infectadas. Feridas com tecido desvitalizado ou necrose e queimaduras de terceiro grau.
Periodicidade de troca: A cada um a sete dias, dependendo da quantidade de exsudação.
Tipos de curativos: Curativo oclusivo e semi oclusivo.
Nome comercial: Comfeel®; Duoderm®; Hydrocoll®; Tegasorb® 
· Papaína
Composição: É composta por enzimas proteolíticas e peroxidases: papaína, quimiopapaína A e B e papayapeptidase.
Indicações: como desbridante químico e facilitador do processo cicatricial, como coadjuvante da antibioticoterapia sistêmica de feridas infectadas.
Mecanismos de ação: Atua como desbridante químico, facilitando o processo cicatricial. Tem ação bacteriostática, bactericida e antiinflamatória.Proporciona alinhamento das fibras de colágeno, promovendo crescimento tecidual uniforme.
Tipos de feridas: Feridas abertas e infectadas que necessitem de desbridamento de tecidos desvitalizados e/ou necróticos.
Modo de usar: Na presença de tecido de granulação a concentração deverá ser de 2%. Na presença de necrose de liquefação a ferida deverá ser lavada em jatos com solução de papaína de 4 a 6% diluída em solução fisiológica. Na presença de necrose de coagulação na concentração de 8 a 10%, após efetuar o desbridamento. 
Contra indicação: Em pacientes com sensibilidade à substância ou outro componente da formulação.
Periodicidade de troca: A substituição do curativo é indicada, em média, a cada 12 horas.
Tipos de curativos: Curativo primário, oclusivo.
Nome comercial: Papaína
Outras observações: É um método enzimático de desbridamento que pode levar dias a semanas para apresentar resultado. O exsudado liquefeito da digestão enzimática pode irritar a pele. Comercializadas na forma de pó, pasta, creme e gel, sendo que o pó deve ser diluído no momento do uso, em concentrações que irão variar conforme as características da ferida (quantidade de tecido necrótico, presença de infecção, presença de tecido de granulação, etc).
· Sulfadiazina de prata
Composição: Sulfadiazina de prata a 1% hidrofílica.
Indicações: Feridas causadas por queimaduras ou que necessitem ação antibacteriana. 
Mecanismos de ação: O íon prata causa a precipitação de proteínas e age diretamente na membrana citoplasmática da célula bacteriana, exercendo ação bactericida imediata, e ação bacteriostática residual, pela liberação de pequenas quantidades de prata iônica.
Tipos de feridas: Queimaduras, úlceras venosas, úlceras por pressão e feridas cirúrgicas.
Modo de usar: Remover o excesso de pomada e tecido desvitalizado. Lavar a ferida e aplicar o creme, assepticamente, em toda extensão da lesão (5 mm de espessura). Colocar gaze de contato úmida. Cobrir com curativo estéril.
Contra indicação: Hipersensibilidade a sulfas
Periodicidade de troca: No máximo a cada 12 horas ou quando a cobertura secundária estiver saturada.
Tipos de curativos: Curativo primário, oclusivo, semi oclusivo.
Nome comercial: Dermazine®; Pratazine®
Outras observações: No momento da troca a pomada pode apresentar aspecto purulento devido a sua oxidação sem, contudo apresentar infecção real.
· Bota de Unna
Composição: Bandagem impregnada com pasta à base de óxido de zinco, goma acácia, glicerol, óleo de rícino e água deionizada.
Indicações: Indicado para o tratamento de úlceras venosase também edema linfático dos membros inferiores.
Mecanismos de ação: Exerce força de compressão no membro acometido. Aumenta o fluxo venoso nos membros inferiores. Promove fibrinólise e aumenta a pressão intersticial local.
Tipos de feridas: Úlceras venosas, edemas linfáticos em membros inferiores.
Modo de usar: Lave e seque a extremidade inferior, aplique loção hidratante ou vaselina à pele ressecada da perna, peça ao paciente para manter o pé em um ângulo de 90 graus em relação à perna. Ele não deve manter o pé em posição de bailarina. O ângulo de 90 graus fará com que o curativo seja mais confortável durante o caminhar. Comece a enrolar a Bota de Unna logo acima dos dedos na região metatársica e continue até chegar a 3 cm abaixo do joelho. Envolva 75% de sobreposição em cada fileira. O curativo pode ser dobrado ou cortado para evitar rugas. Alise a cobertura conforme você avança. Não estique ou puxe a Bota de Unna. Se houver sobras da atadura da Bota de Unna quando esta chegar ao joelho, a atadura poderá ser cortada e reaplicada do tornozelo para cima. Aplique um material para absorver a secreção ou exsudato sobre a Bota de Unna e uma atadura elástica para fazer a compressão.
Contra indicação: Celulite (inchaço e eritema na área da ferida) e processo inflamatório intenso e diabetes mellitus.
Periodicidade de troca: A Bota de Unna é trocada semanalmente, porém trocas mais ou menos frequentes podem ser feitas, dependendo da quantidade de secreção. Para pacientes com grande volume de secreção, pode ser necessário trocá-la 2 vezes por semana.
Tipos de curativos: Curativo primário, oclusivo, compressivo.
Nome comercial: Bota de unna Curatec®, Derma Care Plus®, Casex Unna Heal®, Viscopaste®, UnnaFlex®.
Outras observações: Ela se tornará rígida durante o processo de secagem. Se houver muita tensão na aplicação, ela ficará rígida demais após a secagem e o paciente sentirá desconforto. Orientar o paciente para elevar a perna quando estiver sentado. Ele deve ser estimulado a caminhar. Deve ser desencorajado a permanecer de pé em um único lugar ou sentado durante longos períodos com as pernas dependuradas. A Bota de Unna deve ser mantida seca. Para tomar banho, a perna deve ser embrulhada em plástico para que não haja contato com a água.
· Colagenase
Composição: Colagenase clostridiopeptidase A e enzimas proteolíticas.
Indicações: Feridas com tecido desvitalizado.
Mecanismos de ação: Age degradando o colágeno nativo da ferida.
Tipos de feridas: Úlceras e lesões necróticas em geral.
Modo de usar: Aplicar a pomada sobre a área a ser tratada. Colocar gaze de contato úmida. Cobrir com gaze de cobertura seca e fixar.
Contra indicação: Feridas com cicatrização por primeira intenção. 
Periodicidade de troca: : A cada 24 horas.
Tipos de curativos: Curativo primário, oclusivo.
Nome comercial: Iruxol®; Kollagenase®; Santyl®
· Carvão Ativado
Composição: Tecido carbonizado e impregnado com nitrato de prata a 0,15%, envolto por camada de tecido sem carvão ativado. 
Indicações: Feridas fétidas, infectadas e exsudativas.
Mecanismos de ação: O carvão ativado absorve o exsudato e filtra o odor. A prata exerce ação bactericida.
Tipos de feridas: Úlceras por pressão, úlceras venosas, feridas crônicas e feridas agudas.
Modo de usar: Remover o exsudato e o tecido desvitalizado. Colocar o curativo de carvão ativado sobre a ferida e oclui-la com cobertura secundária estéril.
Contra indicação: Feridas limpas e lesões de queimaduras. 
Periodicidade de troca: A cada um a quatro dias, dependendo da quantidade de exsudação.
Tipos de curativos: Curativo primário, oclusivo.
Nome comercial: Carboflex®; Vliwaktiv®
Outras observações: É um método eficaz e de fácil aplicação para controle de mau odor nas feridas, porém não pode ser cortado, pois ocorre a liberação do carvão e do nitrato de prata.
· Filme transparente semi permeável
Composição: membrana de poliuretano, coberto com adesivo hipoalergênico.
Indicações: cobertura de incisões cirúrgicas, prevenção de úlceras de pressão, fixação de cateteres vasculares.
Mecanismos de ação: mantém um ambiente úmido entre a Lesão por Pressão e o curativo, favorece o desbridamento autolítico, protege contra traumas, ajudando a cicatrização. A umidade natural reduz a desidratação e a formação de crosta, o que estimula a epitelização.
Tipos de feridas: Feridas cirúrgicas, incisões , 
Modo de usar: Limpar a pele e a ferida, irrigando com soro fisiológico a 0,9%. Secar a pele ao redor da lesão, escolher o filme transparente do tamanho adequado, com o diâmetro que ultrapasse a borda. Aplicar o filme transparente.
Contra indicação: não é recomendado para úlceras exsudativas, profundas e infectadas.
Periodicidade de troca: Trocar em média sete dias ou quando descolar da pele, ou em presença de sinais de infecção.
Tipos de curativos: Curativo primário, curativo secundário
Nome comercial: Aqua Gard®;Bioclusive®;Blisterfilm®;Hydrofilm®;Mefilm®;Opsite®;
SuprasobF®:Tegaderm®.
Outras observações: Pode proporcionar barreiras bacterianas e virais, dependendo de sua porosidade. Permite visualizar a úlcera, além de permanecer sobre a mesma por vários dias, diminuindo o número de trocas. Pode também ser utilizado como curativo secundário. Se usado de forma inadequada, pode levar à maceração da pele ao redor da lesão
· Hidropolímero
Composição: almofada de espuma composta de camadas sobrepostas de não tecido e hidropolímero e revestida por poliuretano.
Indicações: Feridas abertas não infectadas com leve a moderada exsudação.
Mecanismos de ação: Proporciona um ambiente úmido e estimula o desbridamento autolítico. Absorve o exsudato e expande-se à medida que a absorção se faz.
Tipos de feridas: Feridas cirúrgicas e traumáticas, úlceras vasculogênicas, úlceras por pressão.
Modo de usar: Posicionar o curativo sobre o local de forma que a almofada de espuma cubra a ferida e a parte central lisa fique sobre ela.
Contra indicação: Feridas infectadas ou com tecidos necrosados
Periodicidade de troca: Trocar o curativo sempre que houver presença de fluído nas bordas da almofada de espuma ou, no máximo, a cada 7 dias.
Tipos de curativos: Curativo oclusivo.
Nome comercial: Elasto-gel®; Hydrafoam®; Oprasorb®; Tielle® .
Outras observações: É fácil de aplicar e absorve bem o exsudato presente, porém pode aderir na ferida quando o exsudato diminui. 
Referências
FRANCO, Diogo; GONÇALVES, Luiz Fernando. FERIDAS CUTÂNEAS: A ESCOLHA DO CURATIVO ADEQUADO. 2007. 1 v. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina, Serviço de Cirurgia Plástica, Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro., Rio de Janeiro, 2007. Cap. 1. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rcbc/v35n3/a13v35n3.pdf. Acesso em: 25 abr. 2021.
Geovanini T, Oliveira Jr AG, Palermo, TCS. Manual de Curativos. 2ª Ed. Rev. e ampl. Editora Corpus, São Paulo, 2009. Manual de curativos. Prefeitura Municipal de Campinas. Secretaria de Saúde. Departamento de Saúde – Campinas, 2016