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A´lgebra A – Grupos e Teorema de Euler Elaine Pimentel 1o Semestre - 2010 Semi-grupos, mono´ides e grupos Um semi-grupo (G, ·) e´ tal que (i) a · (b · c) = (a · b) · c. Um mono´ide e´ um semigrupo G que conte´m um (ii) elemento neutro e tal que a · e = e · a = a. Um grupo e´ um mono´ide G tal que (iii) para todo a ∈ G, ∃a−1 tal que a−1 · a = a · a−1 = e. Propriedades Um grupo e´ abeliano se o produto · e´ comutativo. Para grupos em geral temos: • a ∈ G e a · a = a ⇒ a = e. • ∀a, b, c ∈ G tal que a · b = a · c ⇒ b = c. • (a−1)−1 = a. • (a · b)−1 = b−1 · a−1. Homomosfismos A func¸a˜o f : G −→ H e´ um homomorfismo se f (a · b) = f (a) · f (b) ∀a, b ∈ G. Se f e´ injetivo, enta˜o f e´ um monomorfismo Se f e´ sobrejetivo, enta˜o f e´ um epimorfismo . Se f e´ bijetivo, enta˜o f e´ um isomorfismo . Exemplos •O mapeamento f : Z→ Zn dado por x 7→ x e´ um epimorfismo. • Se A e´ um grupo abeliano, enta˜o a 7→ a−1 e´ um automorfismo e o mapeamento a 7→ a2 e´ um endomorfismo. • Se n > 1 e k ∈ N∗ enta˜o g : Zn→ Zkn dado por x 7→ kx e´ um monomorfismo. Subgrupos, subgrupos c´ıclicos Seja G um grupo e H um subconjunto de G que e´ fechado com relac¸a˜o ao produto de G. Se H e´ um grupo, enta˜o H e´ um sub-grupo de G. Se G e´ um grupo, enta˜o o grupo gerado pelo elemento a ∈ G e´ chamado um grupo c´ıclico . Representamos H = 〈a〉. Grupos c´ıclicos Todo grupo c´ıclico infinito e´ isomorfo ao grupo aditivo Z e todo grupo c´ıclico finito e´ isomorfo ao grupo aditivo Zn. Seja G um grupo e a ∈ G. A ordem de a e´ igual ao nu´mero de elementos de 〈a〉. Se m = e´ a ordem de a, m finito, m > 0, enta˜o •m e´ o menor inteiro tal que am = e. • ak = e se e somente se m|k. • 〈a〉 = {a, a2, . . . , am−1, am = e}. Func¸a˜o de Euler Definic¸a˜o. Seja n um inteiro positivo. A func¸a˜o de Euler φ(n) e´ definida como o nu´mero de inteiros positivos na˜o excedendo n que sa˜o relativamente primos com n. A tabela abaixo apresenta os valores de φ(n) para 1 ≤ n ≤ 12. n 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 φ(n) 1 1 2 2 4 2 6 4 6 4 10 4 Func¸a˜o de Euler U(n) = {a ∈ Zn : mdc(a, n) = 1} φ(n) = #U(n). Se p e´ primo: φ(p) = p− 1 Se 0 ≤ a < pk e´ divis´ıvel por p, enta˜o a = p.b onde 0 ≤ b < pk−1 Ha´ pk−1 inteiros positivos menores que pk divis´ıveis por p =⇒ ha´ pk − pk−1 que na˜o sa˜o divis´ıveis por p. Ou seja, φ(pk) = pk−1(p− 1) Func¸a˜o de Euler Teorema. Se m,n sa˜o inteiros positivos tais que mdc(m,n) = 1, enta˜o φ(mn) = φ(m).φ(n) Exemplo. φ(100) = φ(22).φ(52) = (2.1).(5.4) = 40 Pelo teorema acima temos que, se n = p e1 1 . . . . .p ek k , enta˜o, φ(n) = p e1−1 1 . . . . .p ek−1 k (p1 − 1). . . . .(pk − 1) Teorema de Euler Vai ser necessa´rio, para decodificac¸a˜o de mensagens, saber calcular a func¸a˜o de Euler. Tambe´m vamos ter que aplicar o teorema de Euler. O teorema de Euler e´ uma generalizac¸a˜o do teorema de Fermat para o caso em que o mo´dulo na˜o e´ primo: Teorema de Euler. Se n e´ um inteiro positivo e a e´ um inteiro tal que mdc(a, n) = 1, enta˜o aφ(n) ≡ 1 (mod n) Teorema de Euler Exemplo. U(8) = {1, 3, 5, 7} e φ(8) = 4. Observe que, se a, b, c ∈ U(8), enta˜o a.b ∈ U(8) e, se c 6= b, enta˜o a.b 6≡ a.c (por que?) Para ver como isso funciona, tome a = 3. Enta˜o, 3.1 ≡ 3 (mod 8) 3.3 ≡ 1 (mod 8) 3.5 ≡ 7 (mod 8) 3.7 ≡ 5 (mod 8) Logo, (3.1).(3.3).(3.5).(3.7) ≡ 1.3.5.7 (mod 8) 34.1.3.5.7 ≡ 1.3.5.7 (mod 8) 34 ≡ 1 (mod 8) Teorema de Euler Teorema de Euler Se n e´ um inteiro positivo e a um inteiro tal que mdc(n, a) = 1, enta˜o aφ(n) ≡ 1 (mod n) Prova. Escrevendo U(n) = {b1, . . . , bφ(n)}, temos que: (a.b1). . . . .(a.bφ(n)) ≡ b1. . . . .bφ(n) (mod n) Logo, aφ(n).b1. . . . .bφ(n) ≡ b1. . . . .bφ(n) (mod n) Como mdc(b1. . . . .bφ(n), n) = 1, podemos cortar o termo comum dos dois lados e portanto, aφ(n) ≡ 1 (mod n) Exerc´ıcios propostos - Cap´ıtulo 8 4, 6, 8, 9, 10, 18
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