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1 PSIQUIATRIA – PSICOPATOLOGIA Gizelle Felinto PSICOPATOLOGIA Para Campbell (1986), a psicopatologia é um ramo da ciência que trata da natureza essencial da doença mental – suas causas, mudanças estruturais e funcionais associadas a ela e suas formas de manifestação De forma mais ampla é o conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental do ser humano Visa ser científico, não inclui critérios de valor, nem aceita dogmas ou verdades a priori Busca-se apenas observar, não julgar moralmente, identificando e compreendendo os diversos elementos do transtorno mental FORMA E CONTEÚDO DOS SINTOMAS Forma dos Sintomas é a estrutura básica, que, geralmente, é semelhante na maioria dos pacientes Alucinação Delírio Ideia obsessiva Labilidade afetiva, etc. Conteúdo é aquilo que preenche a alteração estrutural, que é mais pessoal e depende da história de vida do paciente, de seu universo cultural e da personalidade prévia ao adoecimento Conteúdo de culpa Conteúdo religioso Conteúdo de perseguição, etc. AVALIAÇÃO DO PACIENTE Na entrevista deve-se fazer: Anamnese completa Exame psíquico (ou exame do estado mental atual) Exame físico é importante para evitar subdiagnóstico de outras doenças Avaliação neurológica: sinais e reflexos primitivos REFLEXO DE PREENSÃO (GRASPING OU GRASP REFLEX) é a flexão dos dedos provocada pelo contato de algum objeto na região palmar ou plantar do paciente (é observado, normalmente, em recém-nascidos e lactentes). Em adultos: BILATERAL lesão ou disfunção do lobo frontal ou encefalopatia (sofrimento cerebral difuso) UNILATERAL lesão na área 6 de Broadman contralateral A ENTREVISTA COM O PACIENTE As primeiras entrevistas são as mais cruciais para o diagnóstico e tratamento, devendo produzir no paciente uma sensação de confiança e esperança em relação ao alivio do sofrimento O exame psíquico começa a ser executado desde o início da entrevista, desde o momento em que o paciente entra no consultório ele já começa a ser avaliado Deve-se ter EMPATIA, estabelecendo uma boa relação médico- paciente Escuta participativa: é a priorizada no primeiro momento Priorizar questionamentos abertos Esperar o melhor momento para fazer perguntas Em pacientes em surto, psicóticos e agitados – que não tem juízo crítico e não sabem o motivo de estarem na consulta – as perguntas devem ser mais objetivas Anamnese: visão longitudinal traçar cronologicamente toda a história do paciente Exame do estado mental: visão transversal o que se consegue constatar do paciente na hora da entrevista Exame físico neurológico: direcionados de acordo com a queixa Ex: paciente com queixa de síncopes frequentes avaliar se há doença neurológica e ver a possibilidade de encaminhar para um neurologista Crise Pseudoconvulsiva (CRISES CONVERSIVAS) são de fundo emocional, origem psicológica. É similar à uma crise convulsiva, mas não tem causa neurológica, mas sim psicogênica Sempre agir de modo a descartar possibilidade de uma convulsão ou doença crônica Aspecto geral: aparência, atitude Funções psíquicas: avaliadas no exame do estado mental Consciência é o que primeiro deve-se avaliar Orientação Afetividade Pensamento Sensopercepção Memoria Inteligência ASPECTO GERAL DO PACIENTE Aparência física: Destacar as características físicas mais marcantes Expressão facial, cabelos, estatura, biotipo, postura, deformidades, lesões, marcha Condições de higiene Vestes, adornos, maquiagens, cabelos Atitude em relação ao entrevistador: Colaborativo Hostil Suspicaz desconfiado (ter cuidado com esse tipo de paciente!) Desinibido Indiferente Sedutor paciente em mania, hipersexualizados Tímido Autoritário Sentimentos despertados no entrevistador (ressonância afetiva): Medo, bom-humor, compaixão, pena, raiva, repulsa 2 PSIQUIATRIA – PSICOPATOLOGIA Gizelle Felinto CONSCIÊNCIA Estado psíquico que nos permite entrar em contato com o mundo exterior e interior. Reconhecimento da realidade Capacidade de responder aos estímulos Vigil/desperto aspecto quantitativo Alterações quantitativas da consciência: Obnubilação ou turvação torpor coma Obnubilização ou turvação da consciência trata-se do rebaixamento da consciência em grau leve a moderado. Na inspeção inicial o paciente pode já estar claramente sonolento ou parecer desperto, o que dificulta o diagnóstico. Porém, há sempre diminuição do grau de clareza sensório, com lentidão da compreensão e dificuldade de concentração. Paciente tende a cair no sono quando não estimulado. Confusão dificuldade de compreensão juntamente à desorientação Torpor (sopor) estado de marcante turvação da consciência, no qual o paciente pode ser despertado apenas por estímulo enérgico, sobretudo de natureza dolorosa. O paciente sempre se mostra sonolento. Coma grau mais profundo de rebaixamento do nível de consciência. Não é possível qualquer atividade voluntária consciente Hiperalerta paciente ansioso, com hiperatividade autonômica e com respostas aumentadas aos estímulos Alterações qualitativas ORIENTAÇÃO Capacidade do indivíduo se situar dentro do ambiente (tempo espaço ou situação) Capacidade do individuo de reconhecer sua própria pessoa Depende da integridade das demais funções Baixa especificidade As alterações de orientação podem ser decorrentes de déficits de memória (como nas demências) e de qualquer transtorno mental grave que desorganize o funcionamento da mente Orientação autopsíquica: É a orientação do indivíduo em relação a si mesmo Nome, idade, data de nascimento, profissão, estado civil Orientação alopsiquica: capacidade de orientar-se em relação ao mundo Orientação espacial Orientação temporal se o paciente sabe em que momento cronológico está vivendo. Sugere-se que seja do mais fácil para o mais difícil (1. Em que ano estamos? 2. Em quem mês? 3. Em que dia da semana?...) ATENÇÃO Prosexia Pode ser espontânea ou reflexa: Espontânea quando apenas o objeto desperta a atividade psicológica (atenção passiva) ou se esta atividade segue uma reação voluntária (atenção ativa) Capacidade de concentrar a atividade mental sobre um objeto em particular ou alguma atividade Tenacidade x Vigilância: Tenacidade: capacidade de MANTER o foco Vigilância: capacidade de DESVIAR o foco (qualidade da atenção que permite o indivíduo mudar seu foco de um objeto para outro) Hipervigil Hipovigil Concentração capacidade de manter a atenção voluntária em processos internos do pensamento ou em alguma atividade mental Alterações quantitativas da atenção: Normoprosexia Hiperprosexia excesso de atenção. Superatividade da atenção espontânea EX: casos de excitação psicomotora dos maníacos, esquizofrenia paranóide, uso de anfetamina, LSD... Hipoprosexia enfraquecimento da atenção EX: estados infecciosos com obnubilação da consciência, embriaguez alcoólica, psicoses tóxicas, esquizofrenia catatônica e depressão Pode ocorrer por: Falta de interesse deprimidos e esquizofrênicos Déficit intelectual oligofrenia e demência Alterações de consciência delirium Aprosexia falta absoluta de atenção EX: estados demenciais, estados de estupor... Alterações qualitativas da atenção: Distraibilidade muita facilidade de desviar o foco da atenção (desvia facilmente, de uma forma patológica) Ex: transtorno bipolar na fase de mania Distração (hipovigilante) incapacidade de manter o foco da atenção em determinado estímulo, sem caráter patológico EX: sábio ou estudioso concentrado Desatenção incapacidade de voltar o foco para determinado estímulo RIGIDEZ DA ATENÇÃO (HIPOVIGILÂNCIA + HIPERTENACIDADE) HIPOVIGILÊNCIA incapacidade de desviar a atenção HIPERTENACIDADE manutenção exagerada do foco de atenção num único objeto, exacerbação da atenção voluntária Exemplo na depressão o individuo fica concentrado em seus pensamentos dolorosos, sem conseguir desviar a atenção para mais nada LABILIDADE DA ATENÇÃO (HIPERVIGILÂNCIA + HIPOTENACIDADE) HIPERVIGILÂNCIA mudança acelerada e excessiva do foco da atenção HIPOTENACIDADE incapacidade de manter o foco de atenção 3 PSIQUIATRIA – PSICOPATOLOGIA Gizelle Felinto Exemplo o quadro de TDAH se caracteriza por essa labilidade, com desatenção seletiva somente daquilo que gera ansiedade AFETIVIDADE É um termo genérico, que compreende várias modalidades de vivencias afetivas: Humor estado emocional basal e difuso em que se encontra a pessoa em determinado momento Afeto reações afetivas agudas, momentâneas, desencadeadas por estímulos significativos externos ou internos Alterações do humor: Normotímico Hipotímico/hipofórico humor baixo (ex: paciente depressivo) Hipertímico/hiperfórico exaltado, euforia (ex: paciente em mania) Disfórico irritado, agressivo Ansioso Alterações do afeto: Normal (modulado) capacidade de responder a variações do ambiente e dos seus estados emocioanais Ex: paciente começa a contar uma história triste e fica excessivamente triste, ou chora (é aquilo que se espera da situação) Inadequado pode ocorrer em pacientes com retardo mental Ex: paciente está contando algo triste e está dando risada Embotado/Aplainado tom apático. Permanece com a mesma expressão facial, independente se a história contada é triste ou feliz Ex: paciente conta uma história sem mostrar afeto. É comum em pacientes esquizofrênicos SENSOPERCEPÇÃO Capacidade de perceber e interpretar estímulos que se apresentam aos órgãos dos sentidos Dividida em duas Sensação e Percepção Sensação momento em que somos sensibilizados através dos órgãos dos sentidos (etapa passiva na qual há a transmissão do estimulo do órgão receptor até uma região especifica do cérebro) Percepção quando o indivíduo toma consciência da sensação e atribui significado a ela (etapa ativa). Soma memoria com o contexto sociocultural Ex: ao colocar a mão em uma chapa quente o corpo irá perceber e vai reagir, retirando a mão da superfície ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO: Ilusão consiste em uma percepção alterada de um objeto real Não é necessariamente algo patológico Há a sensação, mas a percepção é diferente Existe a presença do objeto, mas a percepção é alterada Acontece nas seguintes situações: Rebaixamento do nível de consciência Cansaço ou desatenção Estados afetivos intensos EXEMPLO: quando o paciente está no escuro e observa uma pessoa, mas quando acende a luz era apenas uma pilha de roupas Alucinação a gente tem uma percepção de um objeto (voz, ruído, imagem), sem uma sensação O paciente tem certeza dessa percepção Não há objeto (sensação) nossa mente é quem cria o objeto Normalmente encontra-se com mais frequência as alucinações auditivas em fenômenos psíquicos, já a alucinação visual é mais comum em quadros médicos gerais, mas pode ocorrer sim nos casos psiquiátricos Paciente deprimido pode ter alucinações, não são só pacientes esquizofrênicos que tem Pode ocorrer em vários tipos de transtornos Alucinações auditivas: mais comuns em fenômenos psíquicos (esquizofrenia, depressão) Simples menos frequentes e são ruídos primários (ouve alguém chamando, um grito) Complexas ouve alguém conversando com ele o Audioverbal vozes que comentam ação, vozes de comando o Outros fenômenos: sonorização/eco do pensamento, publicação do pensamento esquizofrenia Alucinações visuais comum em quadros médicos gerais (paciente que passou por uma cirurgia e está confuso, luto, depressão psicótica...) Alucinações táteis são referidas como formigamentos. Podem ocorrer na intoxicação por cocaína, anfetaminas, em psicoses e delirium tremens devido à abstinência do álcool Alucinações cinestésicas movimentos do corpo, dos membros OBS: DELÍRIO É UMA ALTERAÇÃO DO PENSAMENTO, LEVANDO A PESSOA A ACREDITAR NAQUILO. JÁ A 4 PSIQUIATRIA – PSICOPATOLOGIA Gizelle Felinto ALUCINAÇÃO APRESENTA-SE COMO UMA ALTERAÇÃO DOS ÓRGÃOS DOS SENTIDOS. PORÉM, AMBAS PODEM OCORRER JUNTAS Pseudoalucinação: A diferença para a alucinação é que na pseudoalucinação o paciente tem dúvida em relação à percepção É vivenciada no espaço subjetivo é mais por uma imagem que foi criada no seu próprio subconsciente (quando o paciente tem a consciência da natureza estranha dessa percepção. Ex: eu não sei se é algo da minha cabeça ou se é algo do ambiente) Mais associada à imagem representativa do que alteração da sensopercepção É sujeita a influência, podendo haver modificação do conteúdo em razão de estados afetivos ou sugestionabilidade Relativa consciência de sua natureza estranha, irreal Alucinose: O que causa não é um transtorno mental primário, é consequência de um quadro médico geral (intoxicação, abstinência, lesão estrutural do SNC, dependência crônica de álcool) Alteração sensoperceptiva verdadeira Paciente reconhece como sendo um fenômeno estranho e anormal PENSAMENTO O pensamento normal caracteriza-se pelo respeito à lógica formal, orientando-se segundo a realidade e os princípios de racionalidade cultural na qual o indivíduo se insere Dimensões do processo de pensar: Curso modo como o pensamento flui, velocidade e ritmo Forma é a estrutura básica, “arquitetura” Conteúdo aquilo que dá substância. São as ideias propriamente ditas, sua conexão ou não com a realidade, refletindo ou não aspectos reais do mundo externo ou interno Alterações do CURSO do pensamento: Taquipsiquismo pensamento acelerado Bradipsiquismo pensamento lento Bloqueio do pensamento (paciente que para do nada de falar, e fica parado olhando você. Ex: Paciente esquizofrênico) Perda de associações paciente se perde no meio do discurso sem saber sobre o que falava Tangencialidade não há aprofundamento nos assuntos Circunstancialidade fala coisas desnecessárias ao invés de chegar ao ponto da questão Alteração da FORMA do pensamento: Fuga de ideias variação rápida dos temas, fácil desvio por estímulos externos. Muito comum em pacientes eufóricos Associação por rimas ou consoantes Ex: “Tenho muitos negócios em curso, não ando a dormir bem. Mas não quero dormir muito, quatro horas chegam... Chegam e sobram! Sobram e desdobram! O relógio está a andar... Não posso parar! Parar e assobiar...” Afrouxamento das associações embora ainda haja concatenação logica entre as ideias, nota-se já o afrouxamento dos enlaces associativos Esquizofrênicos, bipolares... A continuidade da fala do paciente não apresenta relação com a anterior Há uma confusão das ideias, como se na mente do paciente existisse todas essas ideias, porém o paciente não organiza o pensamento e acaba saindo tudo confuso Desagregação paciente fala um monte de palavras soltas. Miscelânia de fragmentos de pensamentos heterogêneos, perda das associações e o pensamento não faz sentido Alterações do CONTEÚDO do pensamento (DELÍRIO): quando se tem uma alteração particular do conteúdo do pensamento e do juízo crítico Persecutórios de perseguição Depreciativos Religiosos Sexuais De poder, riqueza, grandeza De ruína ou culpa 5 PSIQUIATRIA – PSICOPATOLOGIA Gizelle Felinto Conteúdos hipocondríacos Delírio ideia falsa ou crença irreal com impossibilidade de conteúdo Ideias supervalorizadas crenças exageradas,como implicância gratuita ou desconfiança Obsessões ideias, imagens ou impulsos repetitivos desagradáveis que entram involuntariamente na mente do paciente JUÍZO DE REALIDADE Produzir juízos significa separar a verdade do erro. Juízos falsos podem ser gerados de diferentes maneiras e podem ser patológicos ou não Alterações do juízo de realidade – não delirantes: Erro simples preconceitos, superstições Ideias prevalentes ou sobrevaloradas Ideias errôneas por superestimação afetiva. (ex: o homem pensar que a mulher dele o está traindo, podendo ser devido ao fato de já ter ocorrido com ele e ele ter essa ideia fixa na mente). Podem ou não se encaminhar para um delírio DELÍRIO: Convicção extraordinária, certeza subjetiva, absoluta, que não gera dúvida Irremovível impossível de modificar pela experiencia objetiva (não há nada que se diga que vá fazer o paciente mudar de ideia) Conteúdo impossível não tem como ser verdade o que ele fala Produção associal, idiossincrática em relação ao grupo cultural do doente o delírio vai ter que estar dissonante do meio em que ele vive (deve-se sempre interpretar a produção do pensamento de acordo com a cultura) Delírio primário x Delírio secundário: DELÍRIO PRIMÁRIO não derivam de nenhuma outra alteração mental subjacente. É comum na esquizofrenia, com alteração do pensamento DELÍRIO SECUNDÁRIO derivam de estados mentais prévios facilitadores. Alteração de humor fortemente afetada e o paciente começa a perceber as coisas de forma diferente, como na psicose (ex: delírios maníacos, eufóricos, depressivos e confusionais) Tipos mais comuns de delírio segundo seus conteúdos: Persecutório perseguição Autorreferente tudo que está acontecendo no meio diz respeito a ele (ex: paciente acredita que as pessoas estão olhando-o, falando dele...) De influência ou controle o indivíduo acredita estar sendo controlado De grandeza o doente se sente o mais poderoso dos homens (é comum o indivíduo se identificar como um personagem da história ou como um artista famoso) Místico-religioso indivíduo acredita-se ser Deus ou um profeta Erotomania paciente acredita que tem alguém totalmente apaixonado por ele (ex: alguém famoso, rico, o próprio médico...). É mais comum em mulheres De ciúmes sentimento de ciúmes intenso, acredita ser traído pelo cônjuge De culpa ou autoacusação o indivíduo acredita ser culpado por tudo. É comum nas formas graves de depressão De ruína ou niilista o indivíduo acredita viver em um mundo de desgraças, que está destinado à miséria... De negação de órgãos paciente acredita que não tem determinado órgão, que seu corpo está apodrecendo. É mais marcante em casos de depressão grave com marcante componente ansioso, mas também pode ocorrer na esquizofrenia Hipocondríaco indivíduo tem convicção extrema de que tem uma doença grave, que está contaminado... MEMÓRIA Não é uma função psíquica, mas é o primeiro ponto a ser descrevido no exame mental, dando valiosas informações sobre o quadro clínico do indivíduo HIPOAMNÉSIA memória encontra-se debilitada HIPERAMNÉSIA memória muito exagerada AMNÉSIA memoria abolida. Incapacidade parcial ou total de evocar experiencias passadas Amnésia Psicogênica normalmente é ligada a fatores traumáticos. (Ex: uma mulher que foi estuprada e depois não lembra o que aconteceu nesse momento – cria um bloqueio). O paciente apaga memorias sobre os fatos que podem prejudicar e desencadear sentimentos ruins. A pessoa lembra do que veio antes e do que veio depois do evento, mas não lembra do evento em si. É DE ORIGEM PSICOLÓGICA Amnésia Orgânica menos seletiva, Lei de Ribot (as memorias são perdidas em uma ordem – primeiro as mais recentes...). Ocorre quando há alguma injuria cerebral Ex: demência Amnésia Lacunar perda da memória é circunscrita, delimitada pela duração do evento que a precipitou. É comum 6 PSIQUIATRIA – PSICOPATOLOGIA Gizelle Felinto em pacientes com epilepsia (perde a memória em relação ao momento em que teve a crise). É DE ORIGEM NEUROLÓGICA Amnésia Anterógrada paciente não consegue fixar novas memórias a partir do incidente que causou a lesão. (Ex: TCE) Amnésia Retrógrada perda de conteúdos mnêmicos prévios ao adoecimento. (Ex: acidente de carro) CONFABULAÇÕES memórias falsas que surgem no contexto de uma síndrome amnésica anterógrada, preenchendo as lacunas de continuidade causadas pelo prejuízo de fixação Ex: paciente com quadro de demência (Alzheimer) que acredita no que diz, mesmo não sendo verdade. Ele começa a ter dificuldade de fixar novas memórias, mas lembra de fatos antigos. Relembrando: Hipocampo relacionado às memórias temporárias, onde serão guardadas e processadas para saber se são importantes ou não. Se forem importantes, serão encaminhadas para o córtex. É facilmente afetado em pessoas que apresentam QUADROS DEMENCIAIS Córtex onde as memórias importantes são gravadas. É mais afetado em quadros avançados de demência INTELIGÊNCIA Capacidade do paciente de assimilar conhecimentos factuais, compreender as relações entre eles e integrá-los aos conhecimentos já adquiridos anteriormente, de raciocinar logicamente e de forma abstrata manipulando conceitos, números e palavras Capacidade de resolver situações novas com rapidez e êxito mediante a realização de tarefas que envolvam a apreensão de relações abstratas entre fatos, antecedentes e consequências As alterações da inteligência são divididas entre: Desenvolvimento deficitário a pessoa já nasce assim (Ex: deficiência mental). Há o atraso ou insuficiência do desenvolvimento intelectual Deterioração intelectual de um indivíduo desenvolveu depois de adulto. Sem alterações do nível de consciência. (Ex: demência) Elementos para avaliar a inteligência: Capacidade adaptativa Avaliar DNPM (desenvolvimento neuropsicomotor) Nível educacional Raciocínio Solução de problemas Planejamento Pensamento abstrato Aprendizado Nível de escolaridade Independência pessoal Responsabilidade social
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