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Psicopatologia: Avaliação e Sintomas

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1 PSIQUIATRIA – PSICOPATOLOGIA 
Gizelle Felinto 
PSICOPATOLOGIA 
 Para Campbell (1986), a psicopatologia é um ramo da ciência que 
trata da natureza essencial da doença mental – suas causas, 
mudanças estruturais e funcionais associadas a ela e suas 
formas de manifestação 
 De forma mais ampla  é o conjunto de conhecimentos 
referentes ao adoecimento mental do ser humano 
 Visa ser científico, não inclui critérios de valor, nem aceita 
dogmas ou verdades a priori 
 Busca-se apenas observar, não julgar moralmente, identificando 
e compreendendo os diversos elementos do transtorno mental 
FORMA E CONTEÚDO DOS SINTOMAS 
 Forma dos Sintomas  é a estrutura básica, que, geralmente, 
é semelhante na maioria dos pacientes 
 Alucinação 
 Delírio 
 Ideia obsessiva 
 Labilidade afetiva, etc. 
 Conteúdo  é aquilo que preenche a alteração estrutural, que é 
mais pessoal e depende da história de vida do paciente, de seu 
universo cultural e da personalidade prévia ao adoecimento 
 Conteúdo de culpa 
 Conteúdo religioso 
 Conteúdo de perseguição, etc. 
AVALIAÇÃO DO PACIENTE 
 Na entrevista deve-se fazer: 
 Anamnese completa 
 Exame psíquico (ou exame do estado mental atual) 
 Exame físico  é importante para evitar subdiagnóstico de 
outras doenças 
 Avaliação neurológica: sinais e reflexos primitivos 
 REFLEXO DE PREENSÃO (GRASPING OU GRASP REFLEX)  é a 
flexão dos dedos provocada pelo contato de algum objeto na 
região palmar ou plantar do paciente (é observado, 
normalmente, em recém-nascidos e lactentes). Em adultos: 
 BILATERAL  lesão ou disfunção do lobo frontal ou 
encefalopatia (sofrimento cerebral difuso) 
 UNILATERAL  lesão na área 6 de Broadman 
contralateral 
 
A ENTREVISTA COM O PACIENTE 
 As primeiras entrevistas são as mais cruciais para o diagnóstico 
e tratamento, devendo produzir no paciente uma sensação de 
confiança e esperança em relação ao alivio do sofrimento 
 O exame psíquico começa a ser executado desde o início da 
entrevista, desde o momento em que o paciente entra no 
consultório ele já começa a ser avaliado 
 Deve-se ter EMPATIA, estabelecendo uma boa relação médico-
paciente 
 Escuta participativa: é a priorizada no primeiro momento 
 Priorizar questionamentos abertos 
 Esperar o melhor momento para fazer perguntas 
 Em pacientes em surto, psicóticos e agitados – que não tem 
juízo crítico e não sabem o motivo de estarem na consulta – 
as perguntas devem ser mais objetivas 
 Anamnese: visão longitudinal  traçar cronologicamente toda a 
história do paciente 
 Exame do estado mental: visão transversal  o que se 
consegue constatar do paciente na hora da entrevista 
 Exame físico neurológico: direcionados de acordo com a queixa 
 Ex: paciente com queixa de síncopes frequentes  avaliar 
se há doença neurológica e ver a possibilidade de 
encaminhar para um neurologista 
 Crise Pseudoconvulsiva (CRISES CONVERSIVAS)  são de 
fundo emocional, origem psicológica. É similar à uma crise 
convulsiva, mas não tem causa neurológica, mas sim 
psicogênica 
 Sempre agir de modo a descartar possibilidade de uma 
convulsão ou doença crônica 
 Aspecto geral: aparência, atitude 
 Funções psíquicas: avaliadas no exame do estado mental 
 Consciência  é o que primeiro deve-se avaliar 
 Orientação 
 Afetividade 
 Pensamento 
 Sensopercepção 
 Memoria 
 Inteligência 
ASPECTO GERAL DO PACIENTE 
 Aparência física: 
 Destacar as características físicas mais marcantes 
 Expressão facial, cabelos, estatura, biotipo, postura, 
deformidades, lesões, marcha 
 Condições de higiene 
 Vestes, adornos, maquiagens, cabelos 
 Atitude em relação ao entrevistador: 
 Colaborativo 
 Hostil 
 Suspicaz  desconfiado (ter cuidado com esse tipo de 
paciente!) 
 Desinibido 
 Indiferente 
 Sedutor  paciente em mania, hipersexualizados 
 Tímido 
 Autoritário 
 Sentimentos despertados no entrevistador (ressonância 
afetiva): 
 Medo, bom-humor, compaixão, pena, raiva, repulsa 
 
 
 
 
2 PSIQUIATRIA – PSICOPATOLOGIA 
Gizelle Felinto 
CONSCIÊNCIA 
 
 Estado psíquico que nos permite entrar em contato com o mundo 
exterior e interior. Reconhecimento da realidade 
 Capacidade de responder aos estímulos 
 Vigil/desperto  aspecto quantitativo 
 Alterações quantitativas da consciência: 
 Obnubilação ou turvação  torpor  coma 
 Obnubilização ou turvação da consciência  trata-se do 
rebaixamento da consciência em grau leve a moderado. Na 
inspeção inicial o paciente pode já estar claramente 
sonolento ou parecer desperto, o que dificulta o diagnóstico. 
Porém, há sempre diminuição do grau de clareza sensório, 
com lentidão da compreensão e dificuldade de concentração. 
Paciente tende a cair no sono quando não estimulado. 
 Confusão  dificuldade de compreensão juntamente à 
desorientação 
 Torpor (sopor)  estado de marcante turvação da 
consciência, no qual o paciente pode ser despertado apenas 
por estímulo enérgico, sobretudo de natureza dolorosa. O 
paciente sempre se mostra sonolento. 
 Coma  grau mais profundo de rebaixamento do nível de 
consciência. Não é possível qualquer atividade voluntária 
consciente 
 Hiperalerta  paciente ansioso, com hiperatividade 
autonômica e com respostas aumentadas aos estímulos 
 Alterações qualitativas 
 
ORIENTAÇÃO 
 Capacidade do indivíduo se situar dentro do ambiente (tempo 
espaço ou situação) 
 Capacidade do individuo de reconhecer sua própria pessoa 
 Depende da integridade das demais funções 
 Baixa especificidade 
 As alterações de orientação podem ser decorrentes de déficits 
de memória (como nas demências) e de qualquer transtorno 
mental grave que desorganize o funcionamento da mente 
 Orientação autopsíquica: 
 É a orientação do indivíduo em relação a si mesmo 
 Nome, idade, data de nascimento, profissão, estado civil 
 Orientação alopsiquica: capacidade de orientar-se em relação 
ao mundo 
 Orientação espacial 
 Orientação temporal  se o paciente sabe em que momento 
cronológico está vivendo. Sugere-se que seja do mais fácil 
para o mais difícil (1. Em que ano estamos? 2. Em quem mês? 
3. Em que dia da semana?...) 
 
ATENÇÃO 
 Prosexia 
 Pode ser espontânea ou reflexa: 
 Espontânea  quando apenas o objeto desperta a atividade 
psicológica (atenção passiva) ou se esta atividade segue 
uma reação voluntária (atenção ativa) 
 Capacidade de concentrar a atividade mental sobre um objeto em 
particular ou alguma atividade 
 Tenacidade x Vigilância: 
 Tenacidade: capacidade de MANTER o foco 
 Vigilância: capacidade de DESVIAR o foco (qualidade da 
atenção que permite o indivíduo mudar seu foco de um objeto 
para outro) 
 Hipervigil 
 Hipovigil 
 Concentração  capacidade de manter a atenção voluntária em 
processos internos do pensamento ou em alguma atividade 
mental 
 Alterações quantitativas da atenção: 
 Normoprosexia 
 Hiperprosexia  excesso de atenção. Superatividade da 
atenção espontânea 
 EX: casos de excitação psicomotora dos maníacos, 
esquizofrenia paranóide, uso de anfetamina, LSD... 
 Hipoprosexia  enfraquecimento da atenção 
 EX: estados infecciosos com obnubilação da 
consciência, embriaguez alcoólica, psicoses tóxicas, 
esquizofrenia catatônica e depressão 
 Pode ocorrer por: 
 Falta de interesse  deprimidos e 
esquizofrênicos 
 Déficit intelectual  oligofrenia e demência 
 Alterações de consciência  delirium 
 Aprosexia  falta absoluta de atenção 
 EX: estados demenciais, estados de estupor... 
 Alterações qualitativas da atenção: 
 Distraibilidade  muita facilidade de desviar o foco da 
atenção (desvia facilmente, de uma forma patológica) 
 Ex: transtorno bipolar na fase de mania 
 Distração (hipovigilante)  incapacidade de manter o foco 
da atenção em determinado estímulo, sem caráter 
patológico 
 EX: sábio ou estudioso concentrado 
 Desatenção  incapacidade de voltar o foco para 
determinado estímulo RIGIDEZ DA ATENÇÃO (HIPOVIGILÂNCIA + HIPERTENACIDADE) 
 HIPOVIGILÊNCIA  incapacidade de desviar a atenção 
 HIPERTENACIDADE  manutenção exagerada do foco de 
atenção num único objeto, exacerbação da atenção 
voluntária 
 Exemplo  na depressão o individuo fica concentrado em 
seus pensamentos dolorosos, sem conseguir desviar a 
atenção para mais nada 
 LABILIDADE DA ATENÇÃO (HIPERVIGILÂNCIA + HIPOTENACIDADE) 
 HIPERVIGILÂNCIA  mudança acelerada e excessiva do foco 
da atenção 
 HIPOTENACIDADE  incapacidade de manter o foco de 
atenção 
 
3 PSIQUIATRIA – PSICOPATOLOGIA 
Gizelle Felinto 
 Exemplo  o quadro de TDAH se caracteriza por essa 
labilidade, com desatenção seletiva somente daquilo que 
gera ansiedade 
 
 
AFETIVIDADE 
 É um termo genérico, que compreende várias modalidades de 
vivencias afetivas: 
 Humor  estado emocional basal e difuso em que se 
encontra a pessoa em determinado momento 
 Afeto  reações afetivas agudas, momentâneas, 
desencadeadas por estímulos significativos externos ou 
internos 
 Alterações do humor: 
 Normotímico 
 Hipotímico/hipofórico  humor baixo (ex: paciente 
depressivo) 
 Hipertímico/hiperfórico  exaltado, euforia (ex: paciente 
em mania) 
 Disfórico  irritado, agressivo 
 Ansioso 
 Alterações do afeto: 
 Normal (modulado)  capacidade de responder a variações 
do ambiente e dos seus estados emocioanais 
 Ex: paciente começa a contar uma história triste e fica 
excessivamente triste, ou chora (é aquilo que se espera 
da situação) 
 Inadequado  pode ocorrer em pacientes com retardo 
mental 
 Ex: paciente está contando algo triste e está dando 
risada 
 Embotado/Aplainado  tom apático. Permanece com a 
mesma expressão facial, independente se a história contada 
é triste ou feliz 
 Ex: paciente conta uma história sem mostrar afeto. 
 É comum em pacientes esquizofrênicos 
 
SENSOPERCEPÇÃO 
 
 Capacidade de perceber e interpretar estímulos que se 
apresentam aos órgãos dos sentidos 
 Dividida em duas  Sensação e Percepção 
 Sensação  momento em que somos sensibilizados através 
dos órgãos dos sentidos (etapa passiva na qual há a 
transmissão do estimulo do órgão receptor até uma região 
especifica do cérebro) 
 Percepção  quando o indivíduo toma consciência da 
sensação e atribui significado a ela (etapa ativa). Soma 
memoria com o contexto sociocultural 
 Ex: ao colocar a mão em uma chapa quente o corpo irá 
perceber e vai reagir, retirando a mão da superfície 
 ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO: 
 Ilusão  consiste em uma percepção alterada de um objeto 
real 
 Não é necessariamente algo patológico 
 Há a sensação, mas a percepção é diferente 
 Existe a presença do objeto, mas a percepção é 
alterada 
 Acontece nas seguintes situações: 
 Rebaixamento do nível de consciência 
 Cansaço ou desatenção 
 Estados afetivos intensos 
 EXEMPLO: quando o paciente está no escuro e observa 
uma pessoa, mas quando acende a luz era apenas uma 
pilha de roupas 
 Alucinação  a gente tem uma percepção de um objeto 
(voz, ruído, imagem), sem uma sensação 
 O paciente tem certeza dessa percepção 
 Não há objeto (sensação)  nossa mente é quem cria 
o objeto 
 Normalmente encontra-se com mais frequência as 
alucinações auditivas em fenômenos psíquicos, já a 
alucinação visual é mais comum em quadros médicos 
gerais, mas pode ocorrer sim nos casos psiquiátricos 
 Paciente deprimido pode ter alucinações, não são só 
pacientes esquizofrênicos que tem 
 Pode ocorrer em vários tipos de transtornos 
 Alucinações auditivas: mais comuns em fenômenos 
psíquicos (esquizofrenia, depressão) 
 Simples  menos frequentes e são ruídos 
primários (ouve alguém chamando, um grito) 
 Complexas  ouve alguém conversando com ele 
o Audioverbal  vozes que comentam ação, 
vozes de comando 
o Outros fenômenos: sonorização/eco do 
pensamento, publicação do pensamento  
esquizofrenia 
 Alucinações visuais  comum em quadros médicos 
gerais (paciente que passou por uma cirurgia e está 
confuso, luto, depressão psicótica...) 
 Alucinações táteis  são referidas como 
formigamentos. Podem ocorrer na intoxicação por 
cocaína, anfetaminas, em psicoses e delirium tremens 
devido à abstinência do álcool 
 Alucinações cinestésicas  movimentos do corpo, 
dos membros 
 OBS: DELÍRIO É UMA ALTERAÇÃO DO PENSAMENTO, 
LEVANDO A PESSOA A ACREDITAR NAQUILO. JÁ A 
 
4 PSIQUIATRIA – PSICOPATOLOGIA 
Gizelle Felinto 
ALUCINAÇÃO APRESENTA-SE COMO UMA ALTERAÇÃO DOS 
ÓRGÃOS DOS SENTIDOS. PORÉM, AMBAS PODEM 
OCORRER JUNTAS 
 Pseudoalucinação: 
 A diferença para a alucinação é que na 
pseudoalucinação o paciente tem dúvida em relação à 
percepção 
 É vivenciada no espaço subjetivo  é mais por uma 
imagem que foi criada no seu próprio subconsciente 
(quando o paciente tem a consciência da natureza 
estranha dessa percepção. Ex: eu não sei se é algo da 
minha cabeça ou se é algo do ambiente) 
 Mais associada à imagem representativa do que 
alteração da sensopercepção 
 É sujeita a influência, podendo haver modificação do 
conteúdo em razão de estados afetivos ou 
sugestionabilidade 
 Relativa consciência de sua natureza estranha, irreal 
 Alucinose: 
 O que causa não é um transtorno mental primário, é 
consequência de um quadro médico geral (intoxicação, 
abstinência, lesão estrutural do SNC, dependência 
crônica de álcool) 
 Alteração sensoperceptiva verdadeira 
 Paciente reconhece como sendo um fenômeno 
estranho e anormal 
 
PENSAMENTO 
 O pensamento normal caracteriza-se pelo respeito à lógica 
formal, orientando-se segundo a realidade e os princípios de 
racionalidade cultural na qual o indivíduo se insere 
 Dimensões do processo de pensar: 
 Curso  modo como o pensamento flui, velocidade e ritmo 
 Forma  é a estrutura básica, “arquitetura” 
 Conteúdo  aquilo que dá substância. São as ideias 
propriamente ditas, sua conexão ou não com a realidade, 
refletindo ou não aspectos reais do mundo externo ou 
interno 
 Alterações do CURSO do pensamento: 
 Taquipsiquismo  pensamento acelerado 
 Bradipsiquismo  pensamento lento 
 Bloqueio do pensamento (paciente que para do nada de 
falar, e fica parado olhando você. Ex: Paciente 
esquizofrênico) 
 Perda de associações  paciente se perde no meio do 
discurso sem saber sobre o que falava 
 Tangencialidade  não há aprofundamento nos assuntos 
 Circunstancialidade  fala coisas desnecessárias ao 
invés de chegar ao ponto da questão 
 Alteração da FORMA do pensamento: 
 Fuga de ideias  variação rápida dos temas, fácil desvio 
por estímulos externos. 
 Muito comum em pacientes eufóricos 
 Associação por rimas ou consoantes 
 Ex: “Tenho muitos negócios em curso, não ando a 
dormir bem. Mas não quero dormir muito, quatro horas 
chegam... Chegam e sobram! Sobram e desdobram! O 
relógio está a andar... Não posso parar! Parar e 
assobiar...” 
 
 Afrouxamento das associações  embora ainda haja 
concatenação logica entre as ideias, nota-se já o 
afrouxamento dos enlaces associativos 
 Esquizofrênicos, bipolares... 
 A continuidade da fala do paciente não apresenta 
relação com a anterior 
 Há uma confusão das ideias, como se na mente do 
paciente existisse todas essas ideias, porém o paciente 
não organiza o pensamento e acaba saindo tudo 
confuso 
 
 Desagregação  paciente fala um monte de palavras 
soltas. Miscelânia de fragmentos de pensamentos 
heterogêneos, perda das associações e o pensamento não 
faz sentido 
 
 Alterações do CONTEÚDO do pensamento (DELÍRIO): quando se 
tem uma alteração particular do conteúdo do pensamento e do 
juízo crítico 
 Persecutórios  de perseguição 
 Depreciativos 
 Religiosos 
 Sexuais 
 De poder, riqueza, grandeza 
 De ruína ou culpa 
 
5 PSIQUIATRIA – PSICOPATOLOGIA 
Gizelle Felinto 
 Conteúdos hipocondríacos 
 Delírio  ideia falsa ou crença irreal com impossibilidade 
de conteúdo 
 Ideias supervalorizadas  crenças exageradas,como 
implicância gratuita ou desconfiança 
 Obsessões  ideias, imagens ou impulsos repetitivos 
desagradáveis que entram involuntariamente na mente do 
paciente 
 
JUÍZO DE REALIDADE 
 
 Produzir juízos significa separar a verdade do erro. Juízos falsos 
podem ser gerados de diferentes maneiras e podem ser 
patológicos ou não 
 Alterações do juízo de realidade – não delirantes: 
 Erro simples  preconceitos, superstições 
 Ideias prevalentes ou sobrevaloradas  Ideias errôneas 
por superestimação afetiva. (ex: o homem pensar que a 
mulher dele o está traindo, podendo ser devido ao fato de já 
ter ocorrido com ele e ele ter essa ideia fixa na mente). 
Podem ou não se encaminhar para um delírio 
 DELÍRIO: 
 Convicção extraordinária, certeza subjetiva, absoluta, que 
não gera dúvida 
 Irremovível  impossível de modificar pela experiencia 
objetiva (não há nada que se diga que vá fazer o paciente 
mudar de ideia) 
 Conteúdo impossível  não tem como ser verdade o que 
ele fala 
 Produção associal, idiossincrática em relação ao grupo 
cultural do doente  o delírio vai ter que estar dissonante 
do meio em que ele vive (deve-se sempre interpretar a 
produção do pensamento de acordo com a cultura) 
 Delírio primário x Delírio secundário: 
 DELÍRIO PRIMÁRIO  não derivam de nenhuma outra 
alteração mental subjacente. É comum na 
esquizofrenia, com alteração do pensamento 
 DELÍRIO SECUNDÁRIO  derivam de estados mentais 
prévios facilitadores. Alteração de humor fortemente 
afetada e o paciente começa a perceber as coisas de 
forma diferente, como na psicose (ex: delírios 
maníacos, eufóricos, depressivos e confusionais) 
 Tipos mais comuns de delírio segundo seus conteúdos: 
 Persecutório  perseguição 
 Autorreferente  tudo que está acontecendo no 
meio diz respeito a ele (ex: paciente acredita que as 
pessoas estão olhando-o, falando dele...) 
 De influência ou controle  o indivíduo acredita 
estar sendo controlado 
 De grandeza  o doente se sente o mais poderoso 
dos homens (é comum o indivíduo se identificar como 
um personagem da história ou como um artista 
famoso) 
 Místico-religioso  indivíduo acredita-se ser Deus 
ou um profeta 
 Erotomania  paciente acredita que tem alguém 
totalmente apaixonado por ele (ex: alguém famoso, rico, 
o próprio médico...). É mais comum em mulheres 
 De ciúmes  sentimento de ciúmes intenso, acredita 
ser traído pelo cônjuge 
 De culpa ou autoacusação  o indivíduo acredita ser 
culpado por tudo. É comum nas formas graves de 
depressão 
 De ruína ou niilista  o indivíduo acredita viver em 
um mundo de desgraças, que está destinado à miséria... 
 De negação de órgãos  paciente acredita que não 
tem determinado órgão, que seu corpo está 
apodrecendo. É mais marcante em casos de depressão 
grave com marcante componente ansioso, mas 
também pode ocorrer na esquizofrenia 
 Hipocondríaco  indivíduo tem convicção extrema de 
que tem uma doença grave, que está contaminado... 
 
MEMÓRIA 
 Não é uma função psíquica, mas é o primeiro ponto a ser 
descrevido no exame mental, dando valiosas informações sobre o 
quadro clínico do indivíduo 
 HIPOAMNÉSIA  memória encontra-se debilitada 
 HIPERAMNÉSIA  memória muito exagerada 
 AMNÉSIA  memoria abolida. Incapacidade parcial ou total de 
evocar experiencias passadas 
 Amnésia Psicogênica  normalmente é ligada a fatores 
traumáticos. (Ex: uma mulher que foi estuprada e depois não 
lembra o que aconteceu nesse momento – cria um bloqueio). 
O paciente apaga memorias sobre os fatos que podem 
prejudicar e desencadear sentimentos ruins. A pessoa 
lembra do que veio antes e do que veio depois do evento, mas 
não lembra do evento em si. É DE ORIGEM PSICOLÓGICA 
 Amnésia Orgânica  menos seletiva, Lei de Ribot (as 
memorias são perdidas em uma ordem – primeiro as mais 
recentes...). Ocorre quando há alguma injuria cerebral 
Ex: demência 
 Amnésia Lacunar  perda da memória é circunscrita, 
delimitada pela duração do evento que a precipitou. É comum 
 
6 PSIQUIATRIA – PSICOPATOLOGIA 
Gizelle Felinto 
em pacientes com epilepsia (perde a memória em relação ao 
momento em que teve a crise). É DE ORIGEM NEUROLÓGICA 
 Amnésia Anterógrada  paciente não consegue fixar 
novas memórias a partir do incidente que causou a lesão. 
(Ex: TCE) 
 Amnésia Retrógrada  perda de conteúdos mnêmicos 
prévios ao adoecimento. (Ex: acidente de carro) 
 CONFABULAÇÕES  memórias falsas que surgem no contexto 
de uma síndrome amnésica anterógrada, preenchendo as lacunas 
de continuidade causadas pelo prejuízo de fixação 
 Ex: paciente com quadro de demência (Alzheimer) que 
acredita no que diz, mesmo não sendo verdade. Ele começa 
a ter dificuldade de fixar novas memórias, mas lembra de 
fatos antigos. 
 Relembrando: 
 Hipocampo  relacionado às memórias temporárias, 
onde serão guardadas e processadas para saber se 
são importantes ou não. Se forem importantes, serão 
encaminhadas para o córtex. É facilmente afetado em 
pessoas que apresentam QUADROS DEMENCIAIS 
 Córtex  onde as memórias importantes são 
gravadas. É mais afetado em quadros avançados de 
demência 
 
INTELIGÊNCIA 
 
 Capacidade do paciente de assimilar conhecimentos factuais, 
compreender as relações entre eles e integrá-los aos 
conhecimentos já adquiridos anteriormente, de raciocinar 
logicamente e de forma abstrata manipulando conceitos, números 
e palavras 
 Capacidade de resolver situações novas com rapidez e êxito 
mediante a realização de tarefas que envolvam a apreensão de 
relações abstratas entre fatos, antecedentes e consequências 
 As alterações da inteligência são divididas entre: 
 Desenvolvimento deficitário  a pessoa já nasce assim 
(Ex: deficiência mental). Há o atraso ou insuficiência do 
desenvolvimento intelectual 
 Deterioração intelectual de um indivíduo  desenvolveu 
depois de adulto. Sem alterações do nível de consciência. 
(Ex: demência) 
 Elementos para avaliar a inteligência: 
 Capacidade adaptativa 
 Avaliar DNPM (desenvolvimento neuropsicomotor) 
 Nível educacional 
 Raciocínio 
 Solução de problemas 
 Planejamento 
 Pensamento abstrato 
 Aprendizado 
 Nível de escolaridade 
 Independência pessoal 
 Responsabilidade social

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