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Cefaleias: Conceito, Epidemiologia e Classificação

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1 CEFALEIAS 
Gizelle Felinto 
INTRODUÇÃO 
➢ CONCEITO → Cefaleia é todo processo doloroso referido no 
segmento cefálico, com origem em estruturas faciais ou 
cranianas 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• Estima-se que 80% da população apresentará dor de cabeça 
pelo menos 1 vez no ano e que 50% terá recorrência do 
episódio no mesmo ano (2 episódios no ano) 
➢ ESTRUTURAS SENSÍVEIS À DOR: 
• Estruturas faciais superficiais e profundas (seios da 
face, região interna do nariz, orofaringe...) 
• Couro cabeludo 
• Periósteo craniano → localizado entre o couro cabeludo e 
os ossos cranianos (a região interna dos ossos não tem 
periósteo) 
• Grandes vasos sanguíneos extracranianos (Artéria 
carótida interna, Artérias vertebrais, Artéria carótida 
externa, Artéria carótida comum, vasos da face...) 
• Artérias do polígono de Willis e porções extracerebrais 
de seus ramos (cerebral anterior, cerebral média, cerebral 
posterior, comunicante anterior, comunicante posterior, 
basilar...) 
• Grandes seios venosos intracranianos (seio reto, 
transverso, sigmoide...) e suas veias tributárias 
• Dura-máter basal → dura-máter na base do crânio 
• Nervos sensitivos 
➢ ESTRUTURAS NÃO SENSÍVEIS À DOR: 
• Ossos da calota craniana 
• Leptomeninges (pia-máter e aracnóide) e maior parte da 
dura-máter (exceto a dura-máter basal) 
• Parênquima encefálico 
• Vasos localizados no interior do parênquima 
CLASSIFICAÇÃO 
➢ A Classificação Internacional das Cefaleias encontra-se 
atualmente na sua 3ª edição (2018). Assim, de acordo com essa 
classificação, as dores de cabeça são divididas em 3 partes: 
• Primeira Parte → CEFALEIAS PRIMÁRIAS 
▪ Tem-se 4 grupos de cefaleias: 
✓ Enxaqueca ou Migrânea 
✓ Cefaleia Tensional 
✓ Cefaleias Trigêmino-autonômicas 
✓ Outras Cefaleias Primárias → 
necessariamente, precisa-se descartar que a 
cefaleia é secundária, investigando a presença de 
processo patológico secundário, para poder 
classificar ela como sendo primária 
▪ Quando se está diante de um paciente com dores de 
cabeça recorrentes (vários casos de dor de cabeça), 
há 80% de chance de ser uma ENXAQUECA ou uma 
CEFALEIA TENSIONAL → isso é diferente de um caso 
em que uma dor de cabeça se iniciou recentemente em 
uma pessoa que antes não tinha dor de cabeça e que, 
ao longo dos dias, tem piorado sua intensidade, por 
exemplo 
• Segunda Parte → CEFALEIAS SECUNDÁRIAS 
▪ Ocorrem em decorrência de uma outra patologia 
▪ Tem-se 8 grupos de cefaleias: 
✓ Cefaleias atribuídas a traumatismo craniano e/ou 
cervical 
✓ Cefaleias atribuídas a doença vascular cerebral 
e/ou cervical 
✓ Cefaleias atribuídas a patologia intracraniana 
não-vascular 
✓ Cefaleias atribuídas ao uso ou privação de 
substância 
✓ Cefaleias atribuídas a infecção 
✓ Cefaleias atribuídas a perturbação da 
homeostasia 
✓ Cefaleia ou dor facial atribuídas a patologia do 
crânio, pescoço, olhos, ouvidos, nariz, seios 
perinasais, dentes, boca ou outra estrutura facial 
ou cervical 
✓ Cefaleias atribuídas a doenças psiquiátricas 
▪ São cefaleias raras → assim, não se pode fazer uma 
investigação de cefaleia secundária em todo paciente. 
Dessa forma, investiga-se cefaleia secundária quando 
não se tem dores de cabeça compatíveis com 
enxaqueca, cefaleia tensional ou cefaleias trigêmino-
autonômicas, mas que tenham critérios de 
gravidade/sinais de alarme, como: 
✓ Cefaleias fora da faixa etária, como em idosos 
✓ Cefaleia nova em paciente imunossuprimido 
✓ Cefaleia que mudou totalmente o seu padrão 
✓ Cefaleia que vem gradativamente piorando 
✓ Cefaleia com alteração do exame neurológico → 
rebaixamento do nível de consciência, crise 
convulsiva, alterações do exame físico... 
✓ Presença de febre e/ou emagrecimento junto à 
dor de cabeça... 
• Terceira Parte → NEUROPATIAS CRANIANAS DOLOROSAS, 
OUTRAS DORES FACIAIS E OUTRAS CEFALEIAS 
▪ Tem 2 grupos de cefaleias: 
✓ Lesões dolorosas dos nervos cranianos e outras 
dores faciais 
✓ Outras cefaleias 
➢ Quando investigar um processo patológico secundário → 
quando se tem dores de cabeça do grupo das cefaleias primárias 
(exceto as clinicamente compatíveis com enxaqueca, cefaleia 
tensional ou cefaleias trigêmino-autonômicas) ou quando se tem 
sinais de alarme 
ATENÇÃO! 
A intensidade da dor não é proporcional à 
gravidade da lesão 
Ex: paciente sem qualquer lesão cerebral pode ter uma 
dor de cabeça muito mais intensa do que a dor de 
cabeça de uma pessoa com um tumor cerebral 
 
2 CEFALEIAS 
Gizelle Felinto 
MIGRÂNEA ou ENXAQUECA 
EPIDEMIOLOGIA 
➢ É a segunda cefaleia mais comum no mundo → 
epidemiologicamente, a cefaleia tensional é a mais comum, mas 
em consultas médicas, tanto em pronto-socorro quanto em 
ambulatórios, a mais comum de aparecer é a 
enxaqueca/migrânea. Assim, a enxaqueca é a cefaleia mais 
comum nos prontos-socorros/ambulatórios, mas não é a mais 
comum no mundo, posição ocupada pelas cefaleias tensionais 
➢ É a mais comum em consultas médicas (pronto-socorro e 
ambulatório) 
➢ Prevalência: 
• Mulheres (17%) → sendo quase 3 vezes mais comum nas 
mulheres do que nos homens 
• Homens (6%) 
➢ 25% dos casos já começam com as primeiras crises antes 
dos 10 anos de idade 
➢ A maioria dos casos (80 – 90%) iniciam-se antes dos 20 
anos de idade 
➢ Há história familiar positiva em 2/3 dos casos de enxaqueca 
➢ A migrânea não engloba apenas dores de cabeça, podendo-se ter 
outros fatores associados à essa enxaqueca em dias nos quais o 
paciente pode ou não apresentar a dor de cabeça, por exemplo. 
Exemplos disso são: maior dificuldade para raciocinar, humor 
mais hipotímico, enjoos... 
➢ Pessoas que tem enxaqueca tem implicações sociais, familiares 
e laborais, como: 
• Escolaridade inferior 
• Maior associação com ansiedade e/ou depressão 
• Maior possibilidade de divórcio (principalmente se a 
mulher é a portadora da migrânea) 
• Maior absenteísmo/ausência ao trabalho 
• Intercrises → entre as crises, o paciente pode 
apresentar-se com: 
▪ Letargia 
▪ Ansiedade 
▪ Depressão 
▪ Fadiga 
▪ Vertigem postural 
▪ Falta de concentração 
▪ Visão borrada 
▪ Fotofobia 
▪ Fonofobia 
▪ Náusea 
▪ Mãos/pés frios 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
A. Pelo menos 5 episódios preenchendo os critérios B a D 
• Assim, no primeiro episódio não se pode dar o diagnóstico 
de enxaqueca, podendo-se chamar de uma provável crise 
migranosa, mas pode ser que o paciente nunca venha a ter 
outra crise igual a essa 
B. Episódios de cefaleia com duração de 4 a 72 horas (para crise 
não tratada ou tratada sem sucesso) 
• Se tratar esse paciente desde o início da crise esse tempo 
de duração irá diminuir, abortando a crise 
C. A cefaleia tem, pelo menos, 2 das 4 características seguintes: 
1. Localização unilateral → frontal, temporal, parietal 
unilateral... 
▪ Na maioria das vezes, inicia-se apenas de um lado. Essa 
cefaleia é denominada migrânea porque em um 
momento pode se iniciar do lado direito e em outro 
momento do lado esquerdo, por exemplo 
2. Pulsátil → o paciente relata: como se tivesse um coração 
batendo, como algo latejando ou como marteladas na cabeça 
3. Dor de intensidade moderada ou grave → para saber a 
gravidade desse quadro álgico deve-se saber o quanto ela 
impede o paciente de realizar as atividades que ele tinha 
preparado para aquele dia (essa dor de cabeça impede ou 
atrapalha de forma demasiada as atividades do dia-a-dia) 
▪ Não se utiliza a escala analógica da dor (perguntar ao 
paciente de 1 a 10 qual a intensidade da dor) para saber 
se ela é moderada ou grave, pois é algo subjetivo do 
paciente 
▪ Paciente precisa parar as atividades do dia por causa 
da dor de cabeça? 
✓ Sim (não realiza ou faz muito mal feitas e o mais 
rápido possível) → enxaqueca 
✓ Não (consegue fazer mesmo com a dor) → fala 
mais a favor de uma cefaleia leve, como a cefaleia 
tensional 
4. Piora com atividade física rotineira (andar, subir escadas,lavar louças, assinar algum documento...) 
D. Durante a cefaleia, pelo menos, 1 dos seguintes: 
1. Náuseas e/ou vômitos 
2. Fotofobia e fonofobia → é necessária a presença dos dois 
para que se tenha o diagnóstico de enxaqueca 
▪ Ex: Se o paciente não tem náusea, nem vômito e nem 
fonofobia, apresentando apenas fotofobia, não se pode 
fechar o diagnóstico de enxaqueca, mesmo que ele 
preencha todos os outros critérios 
E. Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 
(classificação internacional de cefaleias) 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS - ALGUMAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
➢ Fonofobia → a conversa em tom normal incomoda muito o 
paciente 
➢ Fotofobia → a luz normal de um ambiente incomoda o paciente 
como se fosse uma luz muito forte (assim, tipicamente, o paciente 
acaba indo para um quarto escuro) 
➢ Osmiofobia → intolerância a odores. Paciente pode sentir um 
desagrado/incomodo com os cheiros normais do seu dia-a-dia 
➢ Considerações: 
• 80% dos pacientes tem fotofobia 
• 60% tem náuseas 
• 30% tem vômitos → tipicamente, o vômito melhora a crise 
de dor de cabeça 
 
3 CEFALEIAS 
Gizelle Felinto 
▪ Isso ocorre porque o vômito é realizado pelo nervo 
vago, causando uma descarga adrenérgica que ajuda a 
melhorar a crise 
▪ Após vomitar, o paciente pode ter uma sudorese, tem 
uma redução gradual da dor e em 30-40min a dor 
melhora 
▪ O paciente tem uma náusea que leva ao vômito → o 
que difere da hipertensão intracraniana, na qual o 
paciente tem um tumor, por exemplo, e, sem ter tido 
náuseas, vomita. Assim, um vômito em jato, e 
tipicamente pela manhã, fala mais a favor de uma 
hipertensão intracraniana (Ex: paciente foi dormir com 
dor de cabeça e pela manhã acordou vomitando do nada 
sem ter tido qualquer vontade de vomitar/náusea). 
Além disso, na hipertensão intracraniana, a dor diminui 
por um período de tempo, mas não melhora, retornando 
a piorar depois desse tempo 
• 60% tem início unilateral 
▪ 40% dos casos tem início bilateral 
• Os pacientes também podem apresentar (sintomas 
parassimpáticos, mas não estarão tão evidentes, pois dores 
de cabeça tipicamente ocorrendo no território do nervo 
trigêmeo e com sintomas autonômicos tem outra 
classificação): 
▪ Diarreias 
▪ Retenção hídrica 
▪ Oligúria 
▪ Congestão nasal e/ou conjuntival 
▪ Palidez 
▪ Sudorese 
• A dor de cabeça é pulsátil ou latejante na maioria das 
vezes → o paciente não necessariamente tem dor pulsátil, 
pois nos critérios diagnósticos não é obrigatório que a dor 
tenha essa característica 
• A dor de cabeça piora durante o período menstrual → 
assim, geralmente, as mulheres reclamam que a dor de 
cabeça fica mais intensa no período menstrual. Porém, isso 
é diferente de ocorrer apenas no período menstrual. Assim, 
quando se tem uma epilepsia ou uma cefaleia que ocorre 
exclusivamente no período menstrual, chama-se de epilepsia 
ou cefaleia Catamenial (isso é apenas uma classificação, 
pois o tratamento é muito semelhante ao das outras dores 
de cabeça) 
AURA 
➢ O paciente pode ou não ter aura 
➢ A aura não é critério diagnóstico para migrânea. Ela apenas 
classifica a migrânea em migrânea com aura ou migrânea sem 
aura 
➢ Critérios diagnósticos da Aura: 
A. 1 ou mais dos seguintes sintomas neurológicos (de aura), 
que são totalmente reversíveis (é autolimitada): 
▪ Visual → é o mais comum 
▪ Sensitivo 
▪ Fala e/ou linguagem → Ex: disartria ou afasia 
▪ Motor → Ex: hemiparesia 
▪ Tronco cerebral → Ex: disfagia, disartria, diplopia, 
ataxia, rebaixamento do nível de consciência 
▪ Retiniano 
B. Pelo menos 3 das 6 características seguintes: 
1. Pelo menos um sintoma de aura alastra/vai 
crescendo gradualmente em 5 ou mais minutos 
2. Dois ou mais sintomas de aura ocorrem 
sucessivamente 
3. Cada sintoma individual de aura dura 5 a 60 minutos 
4. Pelo menos um sintoma de aura é unilateral 
✓ Tipicamente, na maioria dos casos, é 
ipsilateral/homolateral (do mesmo lado) à dor 
5. Pelo menos um sintoma de aura é positivo 
6. A aura é acompanhada, ou seguida em 60 minutos, 
por cefaleia → é o que mais ocorre 
➢ Exemplo → tem-se um embaçamento/escotoma visual que vai 
aumentando de tamanho ao longo de 5 ou mais minutos de forma 
lenta e, com o tempo, começa a estabilizar e se apagar. Dentro de 
60 minutos inicia-se a dor latejante/pulsátil, provavelmente do 
mesmo lado da aura, que vai aumentando de intensidade e se 
desenvolvendo a crise de enxaqueca 
➢ Assim, pacientes que tem migrânea com aura sabem que após o 
episódio de aura terão dor de cabeça 
➢ AURA VISUAL: 
• É a aura mais comum 
• Pode ter fenômenos positivos (luzes, cores, cintilantes) ou 
negativos (escotomas) 
 
Espectro de fortificação (com formas geométricas) 
- Paciente apresenta evolução da aura e no tempo 25 (figura D) apresenta 
resolução da parte central, apresentando aura apenas nas partes mais 
periféricas 
 
Espectro de fortificação 
 
 
4 CEFALEIAS 
Gizelle Felinto 
• A aura da enxaqueca é mais duradoura que a crise epiléptica 
visual 
➢ AURA MIGRANOSA SEM DOR: 
• Episódios de aura não seguidos pela dor 
• Exemplo → paciente que tem diagnóstico de migrânea com 
aura, e que já teve várias crises ao longo do tempo, que 
apresenta uma aura que não é seguida de uma dor 
MIGRÂNEA CRÔNICA 
➢ É diferente da migrânea episódica 
➢ Não é classificada de acordo com o tempo → não significa dizer 
que um paciente que tem enxaqueca há mais de 10 anos tem uma 
migrânea crônica 
➢ Caracteriza-se por cefaleia ocorrendo em 15 ou mais dias por 
mês, durante mais de 3 meses, em que pelo menos em 8 dias 
por mês tem as características que fecham critérios para 
enxaqueca, ou seja: 
• Mais da metade do mês tem dor de cabeça + 1/4 do mês tem 
crises de enxaqueca 
COMPLICAÇÕES DAS MIGRÂNEAS 
➢ Estado de Mal Enxaquecoso → cefaleia com duração maior 
que 72 horas 
• Independente de ter sido tratada ou não 
➢ Aura Persistente sem Infarto → aura com duração maior que 
1 semana, sem infarto na neuroimagem 
➢ Infarto migranoso → aura que persiste por mais de 60 
minutos e infarto na neuroimagem 
• Aura dura mais de 60 min → Tipicamente, quando a aura 
dura mais de 60 minutos já se deve se preocupar com essa 
aura e investigar, no exame de imagem (que deve ser a 
Ressonância, pois tem melhor resolução) para investigar 
se ela gerou um infarto 
➢ Cris Epiléptica Desencadeada por Enxaqueca com Aura → 
crise epiléptica provocada por um episódio de enxaqueca com 
aura, ocorrendo até 1 hora após o episódio de aura 
➢ Cefaleia por Abuso de Analgésicos → geralmente quando o 
paciente faz uso de mais de 3 comprimidos de analgésicos por 
semana 
• Exemplo: uma menina que teve a primeira menstruação aos 
12 anos e logo após começou a ter crises de enxaqueca que 
ficam piores no período menstrual, mas que também 
ocorrem fora desse período. Se essa criança não procura 
um médico e fica apenas se automedicando com analgésicos 
durante suas crises, aumentando o número de tomadas cada 
vez mais com o passar dos anos. Quando ela chega a 3 
comprimidos analgésicos por semana, ela já começa a 
viciar o seu corpo em analgésicos. Assim, essa paciente 
terá, por exemplo, 2 crises de enxaqueca na semana e nos 
outros 5 dias terá apenas dores de cabeça que representam 
o corpo sentindo os sintomas de abstinência, para fazer com 
que a paciente tome analgésico 
• Assim, o tratamento para enxaqueca não tem como base as 
medicações abortivas (analgésicos), mas sim as 
preventivas, que o paciente toma todos os dias para reduzir 
consideravelmente o número e o risco de crises de 
enxaqueca 
SINTOMAS 
➢ SINTOMAS PREMONITÓRIOS → horas ou 1 dia antes da crise de 
enxaqueca 
• Sintomas que fazem com que o paciente saiba que terá uma 
crise migranosa 
• Os sintomas são: 
▪ Fadiga 
▪ Dificuldade de concentração 
▪ Rigidez cervical 
▪ Foto e fonofobia → sensibilidade à luz e/ou som 
▪ Náuseas▪ Visão embaçada 
▪ Bocejo 
▪ Palidez 
➢ SINTOMAS DE RESOLUÇÃO → até 48 horas após a enxaqueca 
• Fadiga 
• Dificuldade de concentração 
• Rigidez cervical 
FISIOPATOLOGIA 
 
Fosfenas (brilhos) 
 
 
Escotomas 
- Geralmente é no centro da visão 
- Para onde o paciente olha a mancha continua no 
mesmo lugar da visão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 CEFALEIAS 
Gizelle Felinto 
➢ O paciente que tem enxaqueca tem uma predisposição genética 
com alterações nos canais de cálcio, promovendo uma 
hipersensibilidade neuronal no tronco cerebral (assim, os 
pacientes com enxaqueca atravessam o limiar da dor de forma 
mais fácil do que as pessoas que não tem), bastando apenas um 
desencadeante para que esse paciente desenvolva a enxaqueca. 
Esse desencadeante inicia um processo denominado depressão 
alastrante, que é um fenômeno cortical e não vascular, como 
acreditava-se antigamente, pois esse fenômeno não respeita 
territórios vasculares e a depressão alastrante tem velocidade 
semelhante à da aura (3mm/min), demonstrando-se que a 
migrânea é um mecanismo de inflamação neuronal cortical, e 
não vascular. Essa depressão alastrante também ativa o núcleo 
do nervo trigêmeo (através do gene C-fos), havendo ativação 
do sistema trigeminovascular da dor 
➢ Em outras palavras → tem-se o Sistema Nervoso Central (SNC) 
com predisposição genética, causando uma hiperexcitabilidade 
maior que o normal. Assim, quando ocorre a exposição a 
determinados desencadeantes, que fazem com que essa 
hiperexcitabilidade ultrapasse o limiar da dor, inicia-se a 
depressão alastrante, que vai, centralmente, ativar o núcleo do 
trigêmeo (sistema trigemino-vascular), onde está localizada a 
dor. Perifericamente, também haverá a ativação do sistema 
trigemino-vascular com fibras simpáticas, parassimpáticas e 
substâncias locais, agindo nos vasos. Tanto as alterações 
centrais quanto as periféricas levam à liberação de substâncias 
vasodilatadoras ou vasoconstritoras. Essas substâncias 
liberadas nos vasos irão voltar na fibra sensitiva, da periferia 
para o SNC, para a ativação, novamente, do sistema trigemino-
vascular da dor. Ainda, no sentido das fibras simpáticas e 
parassimpáticas, do centro para a periferia, haverá a liberação 
de substâncias também vasoativas 
➢ Depressão alastrante: 
• Vai se alastrando corticalmente, sem respeitar territórios 
vasculares 
• Todos os indivíduos com enxaqueca têm essa depressão 
alastrante, mas ela pode ou não se expressar clinicamente 
• A vasoconstrição cortical reativa que ocorre inicialmente 
pode dar sintomas neurológicos, que são, em alguns 
indivíduos, a aura 
• Assim, a expressão clínica da depressão alastrante é a aura 
• No SNC → ativa o núcleo do trigêmeo, causando dor 
▪ Substâncias vasoativas que seguem o caminho das 
fibras simpáticas e parassimpáticas: 
✓ Fibras parassimpáticas: 
o Peptídeo vasoativo intestinal (VIP) 
o Acetilcolina (ACh) 
o Óxido nítrico (NO) 
✓ Fibras simpáticas: 
o Noradrenalina (NA) 
o Peptídeo Y (NPY) 
• Na periferia (SNC) → age sobre os vasos (as substâncias 
retornam para o SNC, ativando novamente o sistema 
trigemino-vascular da dor) 
▪ Os vasos liberam: 
✓ Substância P (SP) 
✓ CGRP → proteína relacionada ao gene da 
calcitonina 
✓ Neuroquinina A (NKA) 
✓ Endotelina (ET) 
✓ Óxido Nítrico (NO) 
➢ Substâncias Vasodilatadoras: 
• A vasodilatação é a segunda etapa 
• Agem principalmente no momento em que o paciente está 
com dor 
• A dor, na maioria dos casos, é pulsátil justamente por causa 
dessa vasodilatação após a vasoconstrição. Assim, cada 
etapa de vasodilatação das artérias vai gerar a dor 
• Liberadas pelo sistema nervoso parassimpático: 
▪ Acetilcolina (ACh) 
▪ Peptídeo vasoativo intestinal (VIP) 
▪ Óxido nítrico (NO) 
• Liberadas pelo endotélio: 
▪ Substância P (SP) 
▪ CGRP 
➢ Substâncias Vasoconstritoras: 
• A vasoconstrição é a primeira etapa 
• São mais responsáveis pelos mecanismos de aura 
• Liberadas pelo sistema nervoso simpático: 
▪ Noradrenalina (NA) 
▪ Peptídeo Y (NPY) 
• Liberadas pelo endotélio: 
▪ Endotelina 
➢ NO, CGRP, Endotelina e 5-HT → são os principais marcadores 
da enxaqueca 
 
6 CEFALEIAS 
Gizelle Felinto 
• CGRP: 
▪ É um dos mais potentes, causando intensa e prolongada 
vasodilatação, agindo no mecanismo da dor 
▪ Tem abundância na divisão oftálmica do nervo trigêmeo 
▪ É um neuromodulador, pois facilita a ação da 
substância P 
▪ Tem um tratamento recente que tem como alvo esse 
CGRP 
➢ SEROTONINA (5-HT) → é um dos principais marcadores da 
enxaqueca 
• Níveis aumentados de metabólito da 5-HT na urina de 
pacientes com enxaqueca 
• Tem receptores diversos espalhados em diversas áreas do 
SNC → retina, núcleo do trato solitário, núcleo do trigêmeo, 
córtex visual... 
• Está muito relacionada aos sintomas na migrânea 
• A ativação do Receptor 5-HT1B provoca vasoconstrição 
 SUMATRIPTANO → faz parte de um grupo de remédios 
abortivos, o Triptanos, que agem nos receptores 5-
HT1B, causando vasoconstrição, pois são os 
vasodilatadores que tem relação com a dor 
QUANDO SE TEM UM PACIENTE COM ENXAQUECA DEVE-SE REALIZAR A 
SEGUINTE ORDEM 
1. Anamnese e Exame físico: 
• Dor de cabeça que começou em uma faixa etária equivalente 
→ entre 10 e 20 anos de idade (é muito difícil de ocorrer a 
primeira crise após os 20 anos, mas pode ocorrer entre os 
20 a 30 anos. Porém, depois dos 30 é praticamente 
impossível) 
• Exame físico e neurológico são normais 
2. Identificação de fatores desencadeantes: 
• Fatores desencadeantes: 
▪ Alimentares 
▪ Bebidas alcoólicas fermentadas (vinho e cerveja) 
▪ Sono irregular 
▪ Jejum prolongado 
▪ Anticoncepcional com doses de estrógeno moderadas a 
altas → assim, só se deve usar anticoncepcional com 
estrógeno em doses muito baixas 
• Fatores contribuintes: 
▪ Sedentarismo 
▪ Abuso de analgésicos → também é uma complicação 
3. Tratamento das crises → medicamentos abortivos 
4. Tratamento profilático → para prevenir as crises 
5. Reavaliações periódicas → a cada 2 a 3 meses, por exemplo, 
de acordo com a gravidade do paciente 
ORIENTAÇÕES HIGIENO-DIATÉTICAS PARA ENXAQUECA/MIGRÂNEA 
➢ Deve-se EVITAR: 
• Café, chá verde, chá mate, refrigerantes, suco de caixinha, 
chocolate 
• Bebidas alcoólicas (vinho, cerveja) 
• Adoçantes tipo aspartame e ciclamato → deve-se utilizar 
sucralose 
• Carnes curadas, embutidos, salsicha, linguiça, presunto, 
mortadela, salame 
• Queijos “amarelos” (mussarela, parmesão, roquefort, 
camembert, gorgonzola, suíço) 
• Pimenta, pimentão, pepino 
• Melão, melancia, frutas cítricas, pitanga 
• Amendoim, castanha 
• Glutamato monossódico → presente em temperos (sazon, 
alhos prontos, molho de tomate) e alimentos industrializados 
(chips, salgadinhos, tempero de miojo) 
➢ É PROIBIDO: 
• Abuso de analgésicos, como: 
▪ Neosadina 
▪ Cefalive 
▪ Dorflex 
▪ Enxaque 
▪ Dipirona 
▪ Paracetamol 
▪ Doril 
▪ Anador 
▪ Lisador 
▪ Advil 
• Uso de triptanos em enxaqueca com aura, como: 
▪ Sumax 
▪ Maxalt 
▪ Naramig 
▪ Porém, hoje em dia pode-se fazer uso desses 
medicamentos 
• Uso de anticoncepcionais orais com estrógeno em doses 
moderadas a altas → é preferível o de progesterona ou o 
DIU 
➢ Deve-se MANTER: 
• Sono regular → dormir e acordar no mesmo horário, evitar 
privação de sono, evitar cochilos durante o dia, não dormir 
em excesso 
• Alimentação de 3 em 3 horas, evitando jejum prolongado 
• Atividade física regular 
• Uso correto da medicação profilática 
• Consulta em pronto-socorro caso tenha crise intensa ou 
prolongada 
TRATAMENTO DAS CRISES➢ Quando o paciente se encontra em crise enxaquecosa, pode-se 
fazer uso de medicações específicas ou não para o tratamento 
dessa crise 
➢ MEDICAÇÕES QUE PODEM SER UTILIZADAS: 
• Analgésicos Comuns: 
 DIPIRONA 
 PARACETAMOL 
 ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) 
• Anti-inflamatórios não esteroidais (AINES): 
 NAPROXENO 
 CETOPROFENO 
 DICLOFENACO 
 ÁCIDO MEFENÂMICO 
 
7 CEFALEIAS 
Gizelle Felinto 
 NIMESULIDA 
• Vasoconstritores → são o tratamento específico da crise 
de enxaqueca 
 ERGOTAMINA 
 DIHIDROERGOTAMINA 
 ISOMEPTENO 
 TRIPTANOS 
▪ Deve ser usado apenas no momento da dor, evitando-
se nos momentos de auras 
▪ Atenção → esses vasoconstritores são utilizados para 
tratar a dor porque é a vasodilatação que gera a dor 
pulsátil. Porém, sabe-se que a vasoconstrição é a 
responsável pela aura, assim deve-se evitar o uso de 
vasoconstritores nos momentos em que o paciente 
está com aura 
• Cafeína → geralmente vem associada aos 
vasoconstritores 
• Antieméticos: 
 METOCLOPRAMINA 
 BROMOPRIDA 
 DIMENIDRINATO 
▪ Podem ser usados, pois a náusea e a êmese são 
sintomas da crise de enxaqueca 
▪ Ajuda tanto no abortamento da crise quanto na 
sintomatologia 
▪ Pode-se fazer uso apenas de um antiemético para 
tratar a crise, pois eles têm eficácia 
• Ansiolíticos e tranquilizantes → não é rotineiro, mas 
podem ser utilizados 
▪ Podem abortar uma crise 
▪ Em pacientes que estão em uma crise muito prolongada 
pode-se utilizar um ansiolítico ou um tranquilizante, por 
exemplo 
• Geralmente, utiliza-se as seguintes combinações: 
▪ Analgésico comum + AINE + Antiemético 
▪ Vasoconstritor + Antiemético 
➢ ESTADO DE MAL ENXAQUECOSO: 
• No tratamento dessas crises pode-se utilizar 
medicamentos mais específicos, como: 
 HALOPERIDOL → bloqueador dopaminérgico 
 CLORPROMAZINA → bloqueador dopaminérgico 
 PULSOTERAPIA COM CORTICOIDE → via oral ou 
endovenosa, principalmente naqueles pacientes que 
tem crises de enxaqueca que duram vários dias 
seguidos 
 BLOQUEIO ANESTÉSICO (Lidocaína 2%) DO GÂNGLIO 
ESFENOPALATINO 
• Bloqueio do gânglio esfenopalatino: 
 
▪ Gânglio esfenopalatino: 
✓ Localização → abaixo da mucosa da cavidade 
nasal, na região posterior do teto da cavidade 
nasal 
✓ Esse gânglio está relacionado ao sistema 
nervoso parassimpático e que tem muita 
relação com o mecanismo da dor. Assim, quando 
o paciente está com dor, o gânglio do sistema 
nervoso parassimpático que está ativo é o 
esfenopalatino 
✓ É um gânglio muito fácil de se acessar 
▪ Procedimento: 
✓ Coloca-se 0,5 mL de LIDOCAÍNA 4% (no Brasil não 
tem a 4%, então utiliza-se a 2%) na região 
intranasal e com o paciente deitado na posição 
correta. Não precisa de agulha para a realização 
do procedimento, necessita-se apenas do 
direcionamento correto da seringa 
▪ Efeitos colaterais raros e graves: 
✓ Epistaxe 
✓ Diplopia 
▪ Efeitos colaterais mais leves/esperados (efeitos da 
medicação): 
✓ Sabor amargo na boca → a lidocaína tem um 
sabor amargo, fazendo com que o paciente sinta 
um sabor amargo durante a aplicação 
✓ Anestesia da garganta → normalmente, parte da 
medicação cai na garganta, anestesiando-a 
• Tratamento com Toxina Botulínica → 25 – 50 unidades de 
toxina onabotulínica A na fossa pterigopalatina 
TRATAMENTO PROFILÁTICO 
➢ É individualizado, devendo-se sempre pensar nos seguintes 
pontos: 
• Eficácia, tolerabilidade e segurança 
• Doenças associadas (outras doenças que o paciente 
apresenta) → Ex: Glaucoma, Hipertensão... 
• Interações medicamentosas e farmacológicas → com 
os medicamentos que ele já faz uso, principalmente quando 
ele tem outra doença associada 
ATENÇÃO! 
O uso de Triptanos, Corticoides e Opioides tem risco aumentado 
de CEFALEIA DE REBOTE 
- Cefaleia Rebote → paciente toma uma dessas medicações, há 
melhora da dor, mas algumas horas depois essa dor de cabeça 
retorna de forma muito mais intensa 
- Assim, deve-se evitar fazer uso de Corticoides e Opioides em 
crises de enxaqueca mais simples 
- O corticoide pode ser utilizado no mal enxaquecoso 
 
8 CEFALEIAS 
Gizelle Felinto 
• Relação custo-benefício → deve-se sempre pensar nas 
condições financeiras do paciente 
• Preferências do paciente 
• Particularidades do paciente → Ex: obesidade, paciente 
muito magro, se as crises só ocorrem no período menstrual 
ou ocorrem de maneira mais intensa nesse período... 
• Frequência das crises 
• Grau de incapacidade 
• Falência das medicações prévias → não conseguiu 
controle da enxaqueca com outras medicações já utilizadas. 
Assim, não se deve utilizar essas mesmas medicações 
novamente nesses pacientes 
• Subtipos especiais de migrânea → o tratamento se 
diferencia 
• Ineficácia da profilaxia não farmacológica 
➢ TRATAMENTO PROFILÁTICO NÃO FARMACOLÓGICO: 
• Tem baixa evidência 
• Evidência classe I: 
▪ Homeopatia 
• Evidência classe II: 
▪ Biofeedback e técnicas de relaxamento 
▪ Terapia cognitiva comportamental (TCC) 
▪ Dieta 
▪ Acupuntura 
• Evidência classe III: 
▪ Psicoterapia 
▪ Fisioterapia 
• Outros métodos terapêuticos (sem informação científica) 
➢ TRATAMENTO PROFILÁTICO FARMACOLÓGICO: 
• Betabloqueadores: 
 PROPANOLOL → é o principal 
✓ 40 – 240mg (2 a 3 tomadas por dia) 
 ATENOLOL 
✓ 25 – 150mg (1 a 2 tomadas por dia) 
 NADOLOL 
✓ 40 – 120mg (1 a 2 tomadas por dia) 
 METOPROLOL 
✓ 100 – 200mg (1 a 2 tomadas por dia) 
▪ São doses mais altas do que as que se utiliza para o 
tratamento de hipertensão 
▪ Efeitos colaterais: 
✓ Hipotensão arterial 
✓ Bradicardia 
✓ Sonhos vívidos 
✓ Pavor noturno 
✓ Insônia 
✓ Astenia 
✓ Impotência sexual 
✓ Broncoespasmo 
✓ Depressão 
• Antidepressivos, principalmente os Tricíclicos: 
 AMITRIPTILINA 
✓ 12,5 – 75mg (1 a 3 tomadas por dia) 
 NORTRIPTILINA 
✓ 10 – 75mg (1 a 3 tomadas por dia) 
▪ Efeitos adversos: 
✓ Sonolência 
✓ Ganho de peso 
✓ Constipação intestinal 
✓ Taquicardia 
✓ Secura de mucosas (em particular Xerostomia) 
✓ Hipotensão postural 
✓ Aumento da perspiração 
✓ Alteração da libido 
✓ Retenção urinária 
• Bloqueadores dos Canais de Cálcio (BCC): 
 FLUNARIZINA 
✓ 5 – 10mg (1 tomada por dia) 
 CINARIZINA 
 NIMODIPINO 
▪ Efeitos colaterais: 
✓ Sonolência 
✓ Ganho de peso 
✓ Depressão 
✓ Síndromes extrapiramidais 
✓ Astenia 
✓ Dores musculares 
✓ Parestesias 
• Antagonistas da Serotonina: 
 METISERGIDA e PIZOTIFENO → eram os representantes 
dessa classe, mas foram retirados do mercado 
• Antiepilépticos: 
 ÁCIDO VALPROICO ou DIVALPROATO DE SÓDIO → é uma 
das melhores medicações na neurologia 
✓ Ácido valproico → 500 – 1500mg (2 a 3 tomadas 
por dia) 
✓ Divalproato de sódio → 500 – 1500mg (1 – 2 
tomadas por dia) 
✓ Efeitos colaterais → sonolência, ganho de peso, 
tremor, alopecia, ataxia, epigastralgia, náuseas, 
Hepatopatia. O Divalproato tem efeitos adversos 
gastrointestinais de menor frequência e 
intensidade 
✓ Jamais pode-se falar que o paciente tem crises 
refratárias ao tratamento sem ele nunca ter 
feito uso de Ácido Valproico ou Valproato de Sódio 
 CARBAMAZEPINA 
 GABAPENTINA 
✓ 300 – 2400mg (1 a 3 tomadas por dia) 
✓ Efeitos colaterais → sonolência 
 TOPIRAMATO 
✓ 25 – 200mg (1 a 3 tomadas por dia) 
✓ Efeitos colaterais → sonolência, parestesias, 
perda de peso, alterações cognitivas, alterações 
do paladar, anorexia, diarreia, predisposição a 
nefrocalcinose 
• Miscelânea → não é uma classe medicamentosa, mas sim 
várias outras medicamentosas, constituindo as medicações 
mais recentes 
 TOXINA BOTULÍNICA 
 
9 CEFALEIAS 
Gizelle Felinto 
✓ Classe I de evidência para tratamento da 
migrânea crônica 
✓ ANVISA → existe a aprovação de uma única toxina 
botulínica, a do tipo A 
✓ Estudo PREEMPT → estudo que foi desenvolvido 
em relação à toxina botulínica, apresentando as 
seguintes localizações do seu estudo: 
 
✓ Ainda não é disponível no SUS 
✓ É disponível em alguns planosde saúde 
particulares 
 ERENUMABE 
✓ Pasurta® - Novartis 
✓ Anticorpo monoclonal que bloqueia os receptores 
do peptídeo relacionado com os genes de 
Calcitonina (CGPR) → pois sabe-se que o CGRP 
está fortemente relacionado ao mecanismo da 
dor na enxaqueca 
✓ Administração → 1 vez por mês, subcutânea, 70 
ou 140mg 
✓ Alto Custo → 575 dólares uma única dose mensal 
ou 6.900 dólares por ano 
 
CEFALEIA TENSIONAL 
GENERALIDADES 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• É a cefaleia mais comum na população 
• 40% de prevalência 
• Acomete igualmente ambos os sexos 
• Tem incidência maior na 3ª década de vida 
➢ FATORES DESENCADEANTES: 
• Emocionais → estresse, ansiedade, depressão 
• Assim, devido a esses fatores desencadeantes, há grande 
indicação de psicoterapia nesses casos 
➢ Apesar do nome, o mecanismo primário não é a contração 
muscular → seu nome “tensional” tem relação com estresse, que 
é um fator desencadeante 
➢ Tem associação frequente com a Migrânea → assim, em 
algumas crises o paciente pode ter critérios para migrânea e em 
outras pode ter critérios para cefaleia tensional. Assim, dá-se os 
dois diagnósticos para esse paciente 
 
 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
A. Pelo menos 10 episódios de cefaleias e preenchendo os critérios 
de B a D 
B. A cefaleia dura desde 30 minutos a 7 dias 
C. A cefaleia tem pelo menos 2 das 4 seguintes características: 
1. Localização bilateral 
2. Tipo em pressão ou aperto (não pulsátil) 
3. Intensidade leve ou moderada → paciente consegue 
realizar suas atividades do dia-a-dia 
4. Não é agravada por atividade física de rotina → a realização 
de atividades rotineiras não torna a dor mais intensa 
D. Ambos os seguintes critérios: 
1. Sem náuseas e/ou vômitos 
2. Apenas um dos dois: fotofobia ou fonofobia 
E. Não é melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 
CLASSIFICAÇÃO 
➢ Episódica: 
• Pouco frequente → quando se tem menos de 1 crise por 
mês (Ex: uma crise a cada 2 meses) 
• Frequente → quando se tem mais de uma crise, mas por 
menos de 14 dias por mês, por mais de 3 meses 
➢ Crônica → quando se tem a crise por mais de 14 dias por mês, 
por mais de 3 meses 
➢ Pode-se ter uma cefaleia tensional crônica associada a uma 
migrânea crônica 
TRATAMENTO 
➢ Retirada de fatores estressantes 
➢ Analgésicos → são pouco eficazes, não resolvendo a dor. Assim, 
seu uso leva a um maior abuso de analgésicos 
➢ Antidepressivos → Tricíclicos e Inibidores Seletivos da 
Recaptação de Serotonina (ISRS) 
• Tricíclicos: 
 IMIPRAMINA 
 CLOMIPRAMINA 
 AMITRIPTILINA 
 NORTRIPTILINA... 
• ISRS: 
 FLUOXETINA 
 PAROXETINA 
 CITALOPRAM 
 ESCITALOPRAM 
 SERTRALINA... 
➢ Psicoterapia 
➢ Acupuntura 
➢ Biofeedback 
CEFALEIAS TRIGÊMINO-AUTONÔMICAS 
INTRODUÇÃO 
➢ TEM 4 CEFALEIAS NESSE GRUPO (todas ocorrem no território 
do nervo trigêmeo e com sintomas autonômicos): 
1. Cefaleia em Salvas → é a mais importante 
 
 
10 CEFALEIAS 
Gizelle Felinto 
2. Hemicrania Paroxística 
3. Cefaleia de Curta Duração (short lasting), unilateral, 
neuralgiforme (doem no território do nervo trigêmeo): 
▪ Com hiperemia conjuntival e lacrimejamento (SUNCT) 
▪ Com sintomas autonômicos cranianos (SUNA) 
4. Hemicrania Contínua 
CEFALEIA EM SALVAS 
➢ É uma cefaleia rara, mas que é muito importante, devendo-se 
diagnosticar o paciente rapidamente, pois o tratamento é 
totalmente diferente do das demais dores de cabeça 
➢ É uma doença neurológica que pode levar o paciente a cometer 
suicídio, pois a dor é muito severa 
➢ Paciente pode ter um período em que apresenta as crises de 
cefaleia em salvas, que pode durar dias, semanas ou até mesmo 
meses, podendo ter as dores de cabeça 1 a 8 vezes por dia. Depois 
desse período, essa dor desaparece sozinha e, após um grande 
período intercrítico sem dores, ela volta a acontecer durante 
alguns dias/semanas até desaparecer novamente 
• Exemplo → paciente passa 3 semanas tendo dores de 
cabeça todos os dias, depois passa 5 meses sem dor e, 
depois, começa a apresentar novamente as dores de cabeça, 
reiniciando esse ciclo. É devido a essas características que 
o nome é “em Salvas” 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• Maior prevalência no sexo masculino → os homens tem 6 
vezes mais do que as mulheres 
• A maioria tem início entre 20 e 30 anos 
➢ CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: 
A. Pelo menos 5 crises preenchendo os critérios de B a D 
B. Dor severa ou muito severa, unilateral, supraorbitária 
e/ou temporal com duração de 15 a 180 minutos (quando 
não tratada) 
C. Um dos dois ou ambos os seguintes: 
1. Pelo menos 1 dos seguintes sintomas ou sinais 
ipsilaterais/homolaterais à cefaleia (sintomas 
parassimpáticos): 
a) Hiperemia da conjuntiva e/ou lacrimejamento 
b) Congestão nasal e/ou rinorreia 
c) Edema da pálpebra 
d) Sudorese da face e da região frontal (apenas do 
lado da dor) 
e) Miose e/ou ptose 
2. Sensação de inquietude ou agitação 
✓ Ex: paciente chega desesperado no consultório 
médico, reclamando que fortes dores no olho, 
agitado e pedindo para o médico resolver logo o 
seu problema 
D. As crises tem uma frequência de 1 a 8 vezes por dia 
E. Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 
➢ CLASSIFICAÇÃO: 
• Episódica: 
▪ Crises em períodos de sete dias a um ano com períodos 
livres de dor com, pelo menos, 3 meses ou mais (ou 
seja, dura menos de 1 ano e tem período sem dor 
durando 3 meses ou mais) 
• Crônica: 
▪ Crises em períodos maiores que um ano ou períodos 
livres de dor inferior a 3 meses 
➢ TRATAMENTO: 
• Das crises: 
▪ Oxigênio 100% ou 7L/min por 15 minutos → a maioria 
dos pacientes sai da crise apenas com o Oxigênio. 
Quando ele não sai da crise apenas com essa medida, 
pode-se utilizar alguma das medidas listadas abaixo 
 TRIPTANOS 
 OCTREOTIDE 100mcg subcutâneo 
▪ Boqueio anestésico do gânglio esfenopalatino 
• Transição (após tratar a crise, deve-se fazer esse 
tratamento de transição, pois tratou-se apenas aquela crise 
que, se nada mais for feito, pode voltar a ocorrer no mesmo 
dia ou no dia seguinte): 
 Pulsoterapia com CORTICOIDE → é o mais utilizado 
▪ Anestesia dos Nervos Occipitais 
• Profilaxia: 
 VERAPAMIL (240 – 480mg por dia, divididos em 3 doses) 
→ os neurologistas preferem o uso do Verapamil 
 LÍTIO → os psiquiatras preferem o uso do lítio 
▪ Outras medicações com menor evidência → quando 
não se consegue o controle com o Verapamil ou com o 
Lítio, podendo-se tentar outras medicações como: 
 CARBAMAZEPINA 
 ÁCIDO VALPROICO 
 TOPIRAMATO 
 PREGABALINA 
 GABAPENTINA... 
• No tratamento profilático, caso necessário, pode-se fazer 
uso de mais de um medicamento para o controle da doença 
OUTRAS CEFALEIAS 
CEFALEIAS 
➢ Essas cefaleias não se encaixam nos critérios das demais 
cefaleias citadas acima 
➢ É necessário primeiramente descartar uma patologia primária 
que leve a uma cefaleia secundária para poder dar o diagnóstico 
de alguma dessas outras cefaleias 
 
Cefaleia em Salvas 
- Paciente com edema de pálpebra do lado direito, hiperemia, 
lacrimejamento, rinorreia, edema na face, sudorese na fronte e 
miose (tudo do mesmo lado da dor) 
 
11 CEFALEIAS 
Gizelle Felinto 
 
➢ CEFALEIAS ASSOCIADAS AO ESFORÇO FÍSICO: 
• Cefaleia primária da tosse → relacionada apenas à tosse 
• Cefaleia primária do exercício → relacionada apenas ao 
exercício 
• Cefaleia primária associada à atividade sexual → pré-
orgasmica ou orgasmica 
• Cefaleia explosiva primária → como se explodisse algo 
dentro da cabeça (pode ocorrer ao abaixar a cabeça, nas 
manobras de valsalva...) 
➢ CEFALEIAS ATRIBUÍDAS DIRETAMENTE A UM ESTÍMULO FÍSICO: 
• Cefaleia por estímulo frio → Ex: “Congelamento” do cérebro 
quando toma um sorvete 
• Cefaleia por pressão externa → Ex: paciente usando uma 
tiara começa a desenvolver uma dor nessa região 
➢ CEFALEIAS EPICRANIANAS (dor no couro cabeludo): 
• Cefaleia primária tipo guinada → em facada oupicador de 
gelo 
▪ É recorrente e imprevisível, com poucos fatores 
desencadeantes associados 
▪ Podem ser orbiculares, temporais ou parietais 
▪ São irregulares e sem sintomas associados 
• Cefaleia numular → cefaleia localizada com formato de uma 
moeda 
➢ MISCELÂNEA: 
• Cefaleia hípnica → é típica de idosos, ocorre ao acordar e 
vai melhorando ao longo do dia 
• Cefaleia persistente diária desde o início 
PONTOS IMPORTANTES 
➢ São muito raras 
➢ A fisiopatologia dessas cefaleias anda não está bem definida 
➢ O tratamento é apenas sugerido na base de relatos isolados ou 
ensaios clínicos não controlados, pois, como são raras, não se 
consegue juntar quantidade de casos suficiente para gerar uma 
evidência científica consistente 
➢ Nesses casos, é obrigatório realizar uma investigação 
apropriada e completa (particularmente com neuroimagem - 
Ressonância) → pois deve-se primeiramente excluir patologias 
que causam uma cefaleia secundária 
CEFALEIAS INDOMETACINA-RESPONSIVAS 
 INDOMETACINA 25 – 250 mg por dia: 
• É um anti-inflamatório 
➢ São as cefaleias que respondem a esse anti-inflamatório 
➢ Cefaleias Trigêmino-Autonômicas: 
• Hemicrania Contínua 
• Hemicrania Paroxística 
• Cefaleia em Salvas → pode responder 
➢ Outras cefaleias: 
• Cefaleia Primária Tipo Guinada 
• Cefaleia da Tosse 
• Cefaleia Primária do Exercício 
• Cefaleia Primária associada à atividade sexual 
CEFALEIAS SECUNDÁRIAS 
CEFALEIAS 
➢ Cefaleia atribuída a lesão ou traumatismo cranioencefálico e/ou 
cervical 
➢ Cefaleia atribuída a doença vascular craniana ou cervical 
➢ Cefaleia atribuída a patologia intracraniana não vascular 
➢ Cefaleia atribuída a uma substância ou sua privação: 
• Cefaleia por abuso de analgésicos (Complicação da 
Tensional e da Migrânea) → é uma cefaleia secundária 
devido ao abuso de analgésicos 
➢ Cefaleia atribuída a infeção 
➢ Cefaleia atribuída a uma perturbação da homeostasia 
➢ Cefaleia ou dor facial atribuída a uma patologia do crânio, 
pescoço, olhos, ouvidos, nariz, seios perinasais, dentes, boca ou 
outra estrutura do crânio ou da face 
➢ Cefaleia atribuída a doença psiquiátrica 
PONTOS IMPORTANTES 
➢ É uma cefaleia nova (de novo), ocorrendo com outra patologia 
reconhecida como capaz de a causar, sendo sempre 
diagnosticada como secundária 
➢ Paciente que, previamente, apresenta um tipo de cefaleia 
primária que agrava em estreita relação temporal com a 
ocorrência de outra perturbação/patologia → recebe ambos os 
diagnósticos, primário e secundário 
➢ Ou seja, será uma cefaleia secundária quando ela é uma cefaleia 
nova associada a uma patologia, piora com o surgimento dessa 
patologia ou melhora com o tratamento da patologia 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
A. Qualquer cefaleia preenchendo o critério C 
B. Foi diagnosticada outra patologia cientificamente 
documentada como podendo causar cefaleias 
C. Evidências de causalidade demonstrada por, pelo menos, 2 dos 
seguintes: 
1. A cefaleia desenvolveu-se em relação temporal com o 
início da presumida patologia causal 
2. Um dos dois seguintes: 
a) A cefaleia piorou significativamente em paralelo com o 
agravamento da presumida patologia causal 
b) A cefaleia melhorou significativamente em paralelo 
com a melhoria da presumida patologia causal 
3. A cefaleia tem as características típicas da patologia 
causal 
4. Existe outra evidência de causalidade 
D. Não é melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 
NEURALGIA DO TRIGÊMEO 
GENERALIDADES 
➢ É uma das dores mais graves na medicina, também podendo ser 
causa de suicídio 
 
12 CEFALEIAS 
Gizelle Felinto 
➢ Ocorrem em 1 ou mais território do nervo trigêmeo → ao 
contrário das trigêmino-autonômica, elas não têm sintomas 
autonômicos importantes (sintomas autonômicos podem ocorrer, 
mas não tão sugnificativos quanto nas trigêmino-autonômicas) 
➢ É evocada por estímulos → como toque, vento, escovação, 
comer, falar, sorrir... 
➢ É paroxística 
➢ É semelhante a um choque 
➢ São rápidas e ocorrem diversas vezes ao dia 
➢ Fatores desencadeantes: 
• Falar (5,1%) 
• Brisa ou vento (12,8%) 
• Mastigar (17,9%) 
• Contato cutâneo (64,1%) ... 
➢ Devido a esses choques intensos que o paciente sofre, o lado do 
rosto em que ele sente as dores é mais mal cuidado (Ex: barba 
mal feita de um lado do rosto) 
➢ 50% dos pacientes tem uma alteração estrutural → CONTATO 
DE UMA ARTÉRIA COM O NERVO TRIGÊMEO na saída do nervo do 
tronco encefálico 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
➢ Cefaleias Trigêmino-Autonômicas → os sintomas autonômicos 
são mais evidentes 
➢ Cefaleias Pós-Traumáticas → o paciente tem a história de 
algum traumatismo facial pré-existente, e tipicamente dentro de 
1 ano inicia-se a dor 
➢ Cefaleia Pós-Herpética → paciente tem um quadro de Herpes 
Zoster e, como sequela, fica com uma dor 
TRATAMENTO 
➢ Anticonvulsivantes: 
 CARBAMAZEPINA 
 TEGRETOL 
 VALPROATO DE SÓDIO 
 OXCARBAZEPINA 
 TOPIRAMATO... 
➢ Antidepressivos: 
 DULOXETINA → antidepressivo dual 
 AMITRIPTILINA 
 NORTRIPTILINA 
 FLUOXETINA... 
➢ Cirurgias → não é muito indicada, pois a taxa de recidiva é muito 
alta, mais de 50% dos pacientes tem recorrência da dor 
➢ Toxina botulínica → tem um ótimo resultado 
 
 
CURIOSIDADE 
3 doenças neurológicas que são causas de suicídio: 
- Cefaleia em Salvas 
- Neuralgia do Trigêmeo 
- Doença de Huntington

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