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APOSTILA NUTRIÇÃOE SAUDE NA EDUCAÇÃO FÍSICA UNINA

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1 
 
Disciplina: Nutrição, Saúde e Educação Física 
Autores: Esp. Felipe Pereira da Luz 
Revisão de Conteúdos: Carolinne Prado Engelhardt 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso 
Ano: 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
LUZ, Felipe Pereira da. 
Nutrição, Saúde e Educação Física / Felipe Pereira da Luz – Curitiba, 
2017. 
55 p. 
Revisão de Conteúdos: Carolinne Prado Engelhardt. 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. 
Material didático da disciplina de Nutrição, Saúde e Educação Física – 
Faculdade São Braz (FSB), 2017. 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
Nutrição, Saúde e Educação 
Física 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2017 
 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio 
Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 
299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e 
Extensão Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Apresentação da disciplina 
 
Falar sobre saúde na Educação Física parece ser um assunto muito 
simples, no entanto, é possível perceber que existe uma determinada carência 
teórica e uma relação dicotômica entre esses dois temas. 
 No âmbito escolar o tema saúde, segundo o Ministério da 
Educação deve estar presente em todos os conteúdos através da inserção dos 
temas transversais. 
A disciplina irá apresentar conceitos sobre nutrição e saúde, embasados 
nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Saúde, passando por suas leis e 
sua inserção nos currículos escolares. Foi feita a classificação se alimento e 
nutrientes, a pirâmide alimentar e relação de consumo, assim como entrar-se-á 
em distúrbios alimentares: Anorexia, bulimia, vigorexia e ortorexia. 
Ao final irá ser abordado o papel do professor em conscientizar seus 
alunos e como acontece a absorção dos alimentos pelo organismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
6 
 
AULA 1 – PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – TEMA 
TRANSVERSAL – SAÚDE 
 
Apresentação da Aula 01 
 
A aula irá introduzir os elementos dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais de Educação Física, no tema transversal saúde, assim promovendo 
um pensamento crítico dialético entre os preceitos teóricos e práticos desses 
na sala de aula. 
 
1.1 Saúde: Dificuldades de Aplicação 
 
O processo saúde e doença é inerente à vida. Conhecimentos, dores e 
perplexidades associados às enfermidades, bem como recomendações para a 
conquista da longevidade e do vigor físico e mental, foram sendo transmitidos de 
geração a geração ao longo da história humana. As interpretações sobre as 
circunstâncias nas quais as pessoas se protegem das doenças, sobre suas causas, o 
relato de sua repercussão na história de cada indivíduo e/ou grupo social foram 
elementos sempre presentes nas diferentes formações culturais. 
Saiba Mais 
A palavra de origem latina, salute — salvação, conservação 
da vida — vem assumindo significados muito diversos, pois a 
concepção de saúde que permeia as relações humanas não 
pode ser compreendida de maneira abstrata ou isolada. Os 
valores, recursos e estilos de vida que contextualizam e 
compõem a situação de saúde de pessoas e grupos em 
diferentes épocas e formações sociais se expressam por meio 
de seus recursos para a valorização da vida, de seus sistemas de 
cura, assim como das políticas públicas que revelam as 
prioridades estabelecidas. 
 
Na atualidade, convive-se com uma diversidade considerável de concepções de 
saúde, entre as quais algumas bastante conhecidas que funcionam como 
referências mundiais e/ ou nacionais. É o caso, por exemplo, do conceito de 
saúde assumido em 1948, pela Organização Mundial de Saúde: “Saúde é o 
 
7 
 
estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de 
doença”. Esse conceito remete à utopia de “saúde ótima”, embora não se forneça 
muitas indicações concretas sobre o que seria essa situação de “completo bem-
estar”. 
 
Importante 
 
O ensino de saúde tem sido um desafio para a educação no que 
se refere à possibilidade de garantir uma aprendizagem efetiva e 
transformadora de atitudes e hábitos de vida. 
 
 
 
Se saúde não é apenas ausência de doença, “quais são as outras 
características que nos permitem concluir que um indivíduo não doente seja 
saudável de fato?”. Com uma razoável facilidade, compreende-se o que é uma 
pessoa doente tomando como referência o ponto de vista biológico, no entanto, 
essa mesma pessoa pode estar perfeitamente bem integrada a seu grupo de 
relações e inserida nos processos de produção, sendo, do ponto de vista 
social, uma pessoa considerada saudável, a despeito de seu reconhecido 
comprometimento físico. 
 
 
O Conceito de saúde é de grande dificuldade de compreensão. 
 
 
 
 
 
O fato é que saúde e doença não são valores abstratos ou situações 
absolutas, entre os quais se possa interpor uma clara linha divisória; da mesma 
maneira, não são condições estáticas, já que a mudança, e não a estabilidade, é 
predominante na vida, tanto do ponto de vista individual quanto do ponto de vista 
social. 
O que se entende por saúde depende da visão que se tenha do ser humano e 
de sua relação com o ambiente, e esse entendimento pode variar de um indivíduo 
para outro, de uma cultura para outra e ao longo do tempo, ou seja, a saúde 
 
8 
 
depende dos aspectos sociais, físicos e cultuais. A diversidade de expressões 
idiomáticas e artísticas relacionadas ao assunto pode ilustrar a enorme variedade de 
maneiras de sentir, viver e explicitar valores e padrões de saúde ou doença. É 
necessário reconhecer que a compreensão de saúde tem alto grau de subjetividade 
e determinação histórica, na medida em que indivíduos e coletividades consideram 
ter mais ou menos saúde dependendo do momento, do referencial e dos valores 
que atribuem a uma situação. 
Quando, por exemplo, as relações mais amplas entre o organismo vivo e 
o meio ambiente são ignoradas ou minimizadas, a doença é entendida como uma 
disfunção orgânica que afeta um indivíduo (ou parte de seu corpo), causada por um 
agente químico, físico ou biológico, capaz de provocar alterações nesse organismo. 
Diz-se, nesse caso, que se tem uma visão reducionista de saúde, pois a sua 
interpretação se restringe à relação entre um provável candidato a doente — o ser 
humano — e um vírus, bactéria ou outro agente qualquer que pode causar a 
doença.Ao se ampliar o entendimento das relações entre o indivíduo e o meio 
ambiente, a condição de saúde ou doença passa a ser interpretada de maneira mais 
complexa: parte-se de uma circunstância biológica conhecida, no caso, a doença, 
para a especificação das condições mais favoráveis à sua instalação. Ainda assim, 
permanece a possibilidade de tratar saúde e doença como estados independentes 
que resultam de relações mecânicas dos indivíduos com o ambiente. 
Um modelo mais abrangente de análise do fenômeno saúde/doença considera-
o como emergente das próprias formas de organização da sociedade. Esse 
modelo não nega a existência e/ou a relevância do fenômeno biológico, muito 
menos o processo de interação que se estabelece entre o agente causador da 
doença, o indivíduo suscetível e o ambiente. No entanto, prioriza o entendimento de 
saúde como um valor coletivo, de determinação social. Essa concepção traz em 
seu bojo a proposição de que a sociedade se organiza em defesa da vida e da 
qualidade de vida. 
Na realidade, para pensar e atuar sobre a saúde é preciso romper com 
enfoques que dividem a questão, ou seja, colocar todo o peso da conquista da saúde 
no indivíduo, em sua herança genética e empenho pessoal é tão limitado quanto 
considerar que a saúde é determinada apenas pela realidade social ou pela ação 
do poder público. Interferir sobre o processo saúde/doença está ao alcance de todos e 
 
9 
 
não é uma tarefa a ser delegada, deixando ao cidadão ou à sociedade o papel de 
objeto da intervenção “da natureza”, do poder público, dos profissionais de saúde ou, 
eventualmente, de vítima do resultado de suas ações. 
 
Acreditar que cidadania é exercício de sujeitos do processo 
saúde/doença é a motivação essencial da educação para a saúde. Esta é a 
concepção de saúde que fundamenta os Parâmetros Curriculares Nacionais 
de Educação para a Saúde. (BRASIL. Parâmetros Curriculares 
Nacionais: saúde, 1997 p. 251) 
 
Vídeo 
Sobre a importância do ensino sobre saúde, assista ao vídeo 
Saúde e Sociedade, o qual fala aborda a relação e as 
consequência da má alimentação ou da alimentação adequada 
para as pessoas. 
Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=qnugCPV6m2o 
 
 
1.2 Em Busca de um Conceito Dinâmico de Saúde 
 
A despeito das diferentes possibilidades de encarar o processo saúde/doença, 
não se pode compreender ou transformar a situação de saúde de indivíduos e 
coletividades sem levar em conta que ela é produzida nas relações com o meio 
físico, social e cultural. 
Intrincados mecanismos determinam as condições de vida das pessoas e a 
maneira como nascem, vivem e morrem, bem como suas vivências em saúde e 
doença. Entre os inúmeros fatores determinantes da condição de saúde, 
incluem-se os condicionantes biológicos (sexo, idade, características pessoais 
eventualmente determinadas pela herança genética), o meio físico (que abrange 
condições geográficas, características da ocupação humana, fontes de água para 
consumo, disponibilidade e qualidade dos alimentos, condições de habitação), assim 
como o meio socioeconômico e cultural, que expressa os níveis de ocupação e 
renda, o acesso à educação formal e ao lazer, os graus de liberdade, hábitos e 
formas de relacionamento interpessoal, as possibilidades de acesso aos serviços 
voltados para a promoção e recuperação da saúde e a qualidade da atenção por eles 
 
10 
 
prestada. 
Falar de saúde, portanto, envolve componentes aparentemente tão díspares 
como a qualidade da água que se consome e do ar que se respira, as condições de 
fabricação e uso de equipamentos nucleares ou bélicos, o consumismo desenfreado e 
a miséria, a degradação social e a desnutrição, os estilos de vida pessoais e as 
formas de inserção das diferentes parcelas da população no mundo do trabalho. 
Implica, ainda, na consideração dos aspectos éticos relacionados ao direito à vida e à 
saúde, aos direitos e deveres, às ações e omissões de indivíduos e grupos sociais, 
dos serviços privados e do poder público. 
A humanidade já dispõe de conhecimentos e de tecnologias que podem 
melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas. No entanto, além de não 
serem aplicados em benefício de todos por falta de priorização de políticas 
sociais, há uma série de enfermidades relacionadas ao potencial genético de 
indivíduos ou etnias ou ao risco pura e simplesmente de viver. Por melhores que 
sejam as condições de vida, necessariamente convive-se com doenças e 
deficiências, problemas de saúde e com a morte. 
 
Importante 
A busca do entendimento do processo saúde/doença e seus múltiplos 
determinantes leva a concluir que nenhum ser humano (ou 
população) pode ser considerado totalmente saudável ou totalmente 
doente: ao longo de sua existência, vive condições de saúde/doença 
de acordo com suas potencialidades, suas condições de vida e sua 
interação com elas. 
 
 
A saúde deixa de ser avesso ou imagem complementar da doença, 
expressando-se na luta pela ampliação do uso das potencialidades de cada pessoa e 
da sociedade, refletindo sua capacidade de defender a vida. E a vitalidade física, 
mental e social para a atuação frente às permanentes transformações pessoais e 
sociais, frente aos desafios e conflitos, expressa esse potencial. Saúde é, portanto, 
produto e parte do estilo de vida e das condições de existência, sendo a vivência do 
processo saúde/doença uma forma de representação da inserção humana no 
mundo. 
 
11 
 
 
1.3 Saúde na Legislação 
 
No Brasil, na última década, vem se incorporando progressivamente a 
cultura e a legislação, a concepção de que saúde é direito de todos e dever do 
Estado. Um passo importante foi dado ao se promulgar a Constituição de 1988, 
que legitima o direito de todos, sem qualquer discriminação, às ações de saúde, 
assim como explicita o dever do poder público em prover pleno gozo desse direito. 
A concepção abrangente de saúde assumida no texto constitucional aponta 
para: 
 
(...) uma mudança progressiva dos serviços, passando de um modelo 
assistencial, centrado na doença e baseado no atendimento a quem 
procura, para um modelo de atenção integral à saúde, no qual haja 
incorporação progressiva de ações de promoção e de proteção, ao lado 
daquelas propriamente ditas de recuperação. (Ministério da Saúde, 1990, 
s/p). 
 
 
 A Constituição de 1988 prevê, ainda, a implantação do Sistema Único de 
Saúde (SUS). O SUS tem caráter público, deve compreender uma rede de serviços 
regionalizada, hierarquizada e descentralizada, com direção única em cada esfera 
de governo (municipal, estadual e federal) e sob controle dos usuários por meio 
da participação popular nas Conferências e Conselhos de Saúde. 
A despeito de que a legislação estabeleça um modelo de atenção integral à 
saúde, o que inclui a prática de ações de promoção, proteção e recuperação, as 
políticas públicas e privadas para o setor favorecem, em muitos casos, a 
disseminação da ideia que a saúde se concretiza exclusiva ou prioritariamente 
mediante o acesso a serviços, em especial ao tratamento médico. 
Caminhar para a implantação plena do SUS, na forma como é definido em lei, 
é hoje uma estratégia para a conquista da cidadania. Seus princípios doutrinários de 
universalidade, equidade e integralidade são referências para o planejamento e 
implementação de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde. 
 
 
 
 
12 
 
Saiba Mais 
A maior parte dos casos de doença e morte prematura tem, 
ainda hoje, como causa direta, condições desfavoráveis de vida: 
as elevadas taxas de desnutrição infantil e anemia e a 
prevalência inaceitável de hanseníase (conhecida ainda como 
lepra) decorrem da falta de condições mínimas de alimentação, 
saneamento e moradia para a vida humana. 
 
Paradoxalmente, as doenças cardiovasculares, típicas de países 
desenvolvidos, vêm ganhando crescente importância entre as causas de morte, 
associadas principalmenteao estresse, a hábitos alimentares impróprios, ao 
tabagismo compulsivo, à vida sedentária e à ampliação da expectativa de vida. 
Entretanto, doenças associadas aos estilos de vida, que se impõem de forma 
global neste fim de século, distribuem-se entre pessoas de diferentes faixas de 
renda e posições socioeconômicas de forma mais igualitária do que aquelas 
associadas à pobreza, de forma que a maioria da população brasileira, submetida a 
precários padrões de vida, fica sujeita a um espectro mais amplo de riscos. 
Em suma, convivem no Brasil a antiga necessidade de implantação efetiva de 
ações básicas para a proteção da saúde coletiva e a exigência crescente de 
atendimento voltado para as chamadas doenças modernas. 
 
1.4 A Ação 
 
Os impasses vivenciados na área da saúde podem sugerir que o desafio que se 
impõe é grande demais para ser enfrentado ou caro demais para ser custeado. 
O relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), “Situação 
Mundial da Infância - 1993”, combate com ênfase essa ideia. Demonstra que o 
atendimento universal de necessidades humanas elementares - entre as quais 
destacam-se alimentação, habitação adequada, acesso à água limpa, aos cuidados 
primários de saúde e à educação básica - é viável em uma década a um custo extra 
de US$ 25 bilhões anuais. Cita, para fins de comparação, que essa cifra é inferior ao 
gasto anual da população dos Estados Unidos com o consumo de cerveja. O relatório 
reporta-se, ainda, ao sucesso obtido no cumprimento de metas, como a da vacinação 
 
13 
 
de 80% das crianças do mundo até 1990. Bangladesh, por exemplo, ampliou a 
cobertura vacinal de suas crianças de 2 para 62% em apenas cinco anos, entre 
1985 e 1990. É interessante lembrar que, neste século, uma doença milenar como 
a varíola foi eliminada e que a paralisia infantil está prestes a ser erradicada. 
 
Saiba Mais 
O conceito de “Cidade Saudável”, originado no Canadá na 
década de 80, vem norteando a implementação de projetos 
em favor da qualidade de vida em diversas regiões do 
mundo, a partir de sua incorporação pela Organização 
Mundial de Saúde. Considera-se que uma “Cidade Saudável” 
deva ter: 
• Uma comunidade forte, solidária e constituída sobre bases de 
justiça social, na qual ocorre alto grau de participação da 
população nas decisões do poder público; 
• Ambiente favorável à qualidade de vida e à saúde, limpo e 
seguro; satisfação das necessidades básicas dos cidadãos, 
incluídos a alimentação, a moradia, o trabalho, o acesso a 
serviços de qualidade em saúde, educação e assistência social; 
• Vida cultural ativa, sendo promovidos o contato com a herança 
cultural e a participação numa grande variedade de 
experiências; 
• Economia forte, diversificada e inovadora. 
 
 
A promoção da saúde ocorre, portanto, segundo o PCN, quando são 
asseguradas as condições para a vida digna dos cidadãos, e, especificamente, por 
meio da educação, da adoção de estilos de vida saudáveis, do desenvolvimento de 
aptidões e capacidades individuais, da produção de um ambiente saudável, da 
eficácia da sociedade na garantia de implantação de políticas públicas voltadas para 
a qualidade da vida e dos serviços de saúde. Entre as ações de natureza 
eminentemente protetoras da saúde, encontram-se também as medidas de 
vigilância epidemiológica (identificação, registro e controle da ocorrência de 
doenças), saneamento básico, vigilância sanitária de alimentos, do meio ambiente e 
de medicamentos, adequação do ambiente de trabalho ou aconselhamentos 
específicos como os de cunho genético ou sexual. 
 
14 
 
256 
 
Importante 
 
Protege-se a saúde por meio da vacinação, da realização de exames 
médicos e odontológicos periódicos, da fluoretação das águas para 
prevenir a cárie dental e, principalmente, conhecendo em cada 
momento o estado de saúde da comunidade e desencadeando, 
quando necessário, medidas dirigidas à prevenção e ao controle de 
agravos, mediante a identificação de riscos potenciais. A grande 
maioria das causas de doenças e deficiências poderiam ser evitadas 
por meio de ações preventivas. As medidas curativas e assistenciais, 
voltadas para a recuperação da saúde individual, complementam a 
atenção integral à saúde. 
 
 
 
1.5 Educação Para a Saúde – Saúde no Currículo 
 
No interior da escola, as questões sobre a saúde encontraram espaço para 
diferentes abordagens, segundo as inflexões socioeconômicas, políticas e 
ideológicas de cada momento histórico. Em outras palavras, o que a sociedade 
entende por saúde está sempre presente na sala de aula e no ambiente escolar. 
Desde o século passado, ainda que não se tivesse destinado um espaço 
específico para abordar a questão, os conteúdos relativos a saúde e doença foram 
sendo incorporados ao currículo escolar brasileiro de uma maneira que refletia 
as mesmas vicissitudes e perspectivas com as quais essas questões eram 
socialmente tratadas. Assim, por exemplo, disciplinas como Higiene, Puericultura, 
Nutrição e Dietética ou Educação Física, e, mais recentemente, Ciências 
Naturais e Biologia, divulgaram conhecimentos relativos aos mecanismos pelos 
quais os indivíduos adoecem ou asseguram sua saúde. 
Em suas práticas pedagógicas, a escola adotou sistematicamente uma 
visão reducionista de saúde, enfatizando os seus aspectos biológicos. Mesmo ao 
considerar a importância das condições ambientais mais favoráveis à instalação da 
doença, a relação entre o “doente” e o “agente causal” continuou, e continua até 
hoje, a ser priorizada. 
Apesar dessa longa tradição, apenas em 1971, a Lei nº 5.692 veio 
introduzir formalmente no currículo escolar a temática da saúde, sob a 
 
15 
 
designação genérica de Programas de Saúde, com o objetivo de “levar a criança e 
ao adolescente ao desenvolvimento de hábitos saudáveis quanto à higiene pessoal, 
alimentação, prática desportiva, ao trabalho e ao lazer, permitindo-lhes a sua 
utilização imediata no sentido de preservar a saúde pessoal e a dos outros”. 
A lei estabeleceu, igualmente, que os Programas de Saúde fossem 
trabalhados não como disciplina, mas sim “de modo pragmático e contínuo, por meio 
de atividades (segundo um) tipo de ensino que deve contribuir para a formação 
de atitudes e aquisição de conhecimentos, de valores que condicionem os 
comportamentos dos alunos, estimulando-os a aprender e capacitando-os a tomar 
atitudes acertadas nesse campo”. 
Em 1977, o Conselho Federal de Educação reafirma a posição de que os 
Programas de Saúde não devem ser encarados como uma matéria ou disciplina, 
mas como uma “preocupação geral do processo formativo, intrínseca à própria 
finalidade da escola”, devendo ser trabalhados “por meio de uma correlação 
dos diversos componentes curriculares, especialmente Ciências, Estudos Sociais 
e Educação Física” 
Na década de 80, diversos estados brasileiros já haviam desencadeado 
processos de reformulação de seus currículos, buscando a incorporação de 
tendências mais progressistas na área da educação. No entanto, inúmeros estudos 
sobre a incorporação dos temas da saúde nos currículos fornecem indicações de que, 
na prática, pouco se caminhou para romper com a tendência de restringir essa 
abordagem aos aspectos informativos e exclusivamente biológicos. Com efeito, é 
em Ciências Naturais que a temática continua sendo prioritariamente 
abordada, ainda que as propostas curriculares de muitos estados tenham procurado 
romper com essa situação. 
Logo, respeitadas as possíveis exceções, o que se tem, ainda hoje, é o 
ensino de saúde centrado basicamente na transmissão de informações sobre como as 
pessoas adoecem, os ciclos das doenças, os seus sintomas e as formas de profilaxia. 
Quando a escola prioriza a dimensão biológica, as aulas sobre saúde têm como 
temas predominantes as doenças. E apesar de receber informações sobre formas 
específicas de proteção contra cada doença que “estuda”, o aluno tem dificuldade em 
aplicá-lasàs situações concretas de sua vida cotidiana. Da mesma maneira, quando a 
ênfase recai sobre a doença e a valorização dos comportamentos individuais 
capazes de evitá-la, abre-se pouco espaço para que se construa com o aluno a 
 
16 
 
convicção de que as condições de vida que favorecem a instalação de doenças 
também podem ser modificadas. Limitam-se as possibilidades de desenvolver 
novos esquemas de proteção, pois o “biologismo”, que valoriza a anatomia e a 
fisiologia para explicar a saúde e a doença, não dá conta dessa tarefa. 
Se essa opção não se tem revelado suficiente para que o aluno adote 
comportamentos e desenvolva atitudes necessárias à promoção da saúde, “como 
deveria a escola redirecionar suas ações nessa área?” 
 
1.6 A Inter-Relação Entre Educação E Educação Para A Saúde 
 
É evidente a associação entre acesso à educação e melhores níveis de 
saúde e de bem-estar. O desenvolvimento da comunicação verbal e escrita, por 
exemplo, prioritário no ensino fundamental, é elemento essencial na luta pela saúde: 
quando se decifra mensagens dos programas educativos e da mídia em geral, 
quando se lê uma prescrição médica ou uma bula de remédio, na 
compreensão da saúde como um direito, ou quando se busca a melhoria da 
qualidade na prestação de serviços. 
Ao falar de educação, fala-se de articular conhecimentos, atitudes, 
aptidões, comportamentos e práticas pessoais que possam ser aplicados e 
compartilhados com a sociedade em geral. Nessa perspectiva, o processo educativo 
favorece o desenvolvimento da autonomia, ao mesmo tempo em que atende a 
objetivos sociais. 
Naturalmente, a educação para a Saúde não cumpre o papel de substituir as 
mudanças estruturais da sociedade, necessárias para a garantia da qualidade de 
vida e saúde, mas pode contribuir decisivamente para sua efetivação. Educação e 
saúde estão intimamente relacionadas e, em especial, a educação para a Saúde é 
resultante da confluência desses dois fenômenos. A despeito de que educar para a 
saúde seja responsabilidade de muitas outras instâncias, em especial dos próprios 
serviços de saúde, a escola ainda é a instituição que, privilegiadamente, pode se 
transformar num espaço genuíno de promoção da saúde. 
Muitas iniciativas locais vêm sendo tomadas para implementar a educação 
para a Saúde, e o desafio, no momento, é construir referenciais que contemplem 
esse direito para todos os alunos do ensino fundamental. 
 
17 
 
Segundo a Organização Mundial da Saúde, as escolas que fazem 
diferença e contribuem para a promoção da saúde são aquelas que conseguem 
assegurar as seguintes condições: 
 
• Têm uma visão ampla de todos os aspectos da escola, provendo um ambiente 
saudável e que favorece a aprendizagem, não só nas salas de aula, mas 
também nas áreas destinadas ao recreio, nos banheiros, nos espaços em que 
se prepara e é servida a merenda, enfim, em todo o prédio escolar; 
• Concedem importância à estética do entorno físico da escola, assim como 
ao efeito psicológico direto que ele tem sobre professores e alunos; 
• Estão fundamentadas num modelo de saúde que inclui a interação dos 
aspectos físicos, psíquicos, socioculturais e ambientais; 
• Promovem a participação ativa de alunos e alunas; 
• Reconhecem que os conteúdos de saúde devem ser 
necessariamente incluídos nas diferentes áreas curriculares; 
• Entendem que o desenvolvimento da autoestima e da autonomia 
pessoal são fundamentais para a promoção da saúde; 
• Valorizam a promoção da saúde na escola para todos os que nela estudam 
e trabalham; 
• Têm uma visão ampla dos serviços de saúde voltados para a escola; 
• Reforçam o desenvolvimento de estilos saudáveis de vida e oferecem 
opções viáveis e atraentes para a prática de ações que promovem a saúde; 
• Favorecem a participação ativa dos educadores na elaboração do projeto 
pedagógico da educação para a Saúde; 
• Buscam estabelecer inter-relações na elaboração do projeto escolar. 
 
Para muitos, essa perspectiva pode parecer ambiciosa e levantar a 
polêmica já conhecida dos educadores: “é responsabilidade da escola também 
trabalhar com a educação para a Saúde?” 
A resposta é simples: queira ou não assumir a tarefa da educação para a 
Saúde, a escola está continuadamente submetendo os alunos a situações que lhes 
permitem valorizar conhecimentos, princípios, práticas ou comportamentos 
saudáveis ou não. 
Quando não inclui os diferentes conteúdos relativos ao fenômeno 
 
18 
 
saúde/doença no currículo, ou lida com eles como se não tivessem relação direta 
com as situações da vida cotidiana, ou ainda, quando os alunos convivem 
com salas de aula, banheiros, quadras de esporte, espaços de recreio, 
entorno escolar que lhes oferecem referências que nada têm a ver com o que é 
saudável, a escola está optando por um tipo de educação que afasta as crianças e os 
adolescentes de uma tarefa de cidadania. Ou seja, afasta-os da discussão e da 
prática de ações individuais e coletivas de cuidados em saúde. 
Ao iniciar sua vida escolar, a criança traz consigo a valoração de 
comportamentos relativos à saúde oriundos da família, de outros grupos de relação 
mais direta ou da mídia. Durante a infância e a adolescência, épocas decisivas na 
construção de condutas, a escola passa a assumir papel destacado por sua 
potencialidade para o desenvolvimento de um trabalho sistematizado e 
contínuo. Precisa, por isso, assumir explicitamente a responsabilidade pela 
educação para a saúde, já que a conformação de atitudes estará fortemente 
associada a valores que o professor e toda a comunidade escolar transmitirão 
inevitavelmente aos alunos durante o convívio cotidiano. 
 
Importante 
Não se deseja afirmar que cabe ao professor ditar regras de 
comportamento ou exercer a função de modelo a ser seguido. Não 
seria coerente com a possibilidade de construção de caminhos 
próprios. Em um mundo em rápidas, contínuas e profundas 
transformações, a discussão sobre um modelo de “comportamento 
correto” é muito menos significativa do que o desenvolvimento 
progressivo da capacidade de identificar problemas e buscar 
respostas originais e criativas, pois “educamos, hoje, crianças e 
jovens que irão viver a maior parte de suas vidas em um mundo que 
é desconhecido para nós”. 
 
 
Nos primeiros ciclos do ensino fundamental, as normas e a reprodução de 
padrões tendem a encontrar mais eco entre os escolares. Já os alunos dos últimos 
ciclos mostram-se pouco submissos às convenções sociais e às regras 
preestabelecidas. Na educação para a Saúde o papel mais importante do professor 
é o de motivador, mediador, que introduz os problemas presentes, busca 
 
19 
 
informação e materiais de apoio, problematiza e facilita as discussões por meio da 
formulação de estratégias para o trabalho escolar. 
A transformação do papel psicossocial do adolescente deve ser 
considerada nas diversas instâncias do convívio escolar como elemento contextual da 
educação para a Saúde nessas faixas etárias. A adolescência representa uma 
ampliação importante dos graus de autonomia e diferenciação em relação à família 
e a vivência entre os pares ganha especial dimensão. Ocorrem, de forma 
simultânea e aparentemente contraditória, a busca de afirmação da identidade 
pessoal e uma intensa padronização de comportamentos que simboliza a 
“pertinência” ao grupo, com normas de convivência, costumes, valores e 
interesses compartidos. 
As intensas modificações corporais e emocionais próprias da 
puberdade e da adolescência compõem, no terceiro e quarto ciclos, o momento da 
aprendizagem. Do ponto de vista social, são períodos nos quais ocorre uma 
significativa ampliação da liberdade de ação, com a diminuição do controle e 
proteção exercidos durante a infância por parte dos adultos, especialmente dos pais. 
Ao mesmo tempo, a curiosidade, a ansiedade, a busca de novas experiências, a 
pressão do grupo de iguais e os próprios mecanismos de afirmaçãocaracterísticos 
desse momento do desenvolvimento humano compõem um pano de fundo 
favorável à exposição a diferentes comportamentos de risco. E cada vez mais a 
educação, elemento favorecedor da construção da autonomia para a tomada de 
decisões, revela-se essencial para a adoção de comportamentos de valorização da 
vida. 
Na adolescência, a referência grupal torna-se progressivamente mais 
importante na formulação de conceitos, atitudes e comportamentos. Há maior 
identificação com valores observados em modelos externos à família, 
ocorrendo, habitualmente, uma “padronização” de comportamentos e atitudes 
valoradas como positivas pelo grupo de referência. Por isso, a discussão sobre 
comportamentos saudáveis passa necessariamente pela formulação e explicitação, 
pelos próprios grupos, de suas concepções de vida. A identificação das ideias, 
hábitos e atitudes dos alunos com relação a cada tópico do trabalho permite checar 
concepções sobre a saúde para discuti-las, contrastá-las e refletir em grupo sobre 
elas. 
A liberdade necessária ao desenvolvimento psicossocial é 
 
20 
 
complementar à necessidade do estabelecimento de acordos e limites. Cabe, na 
escola, a definição de normas próprias do ambiente escolar, o estabelecimento e o 
cumprimento de regras coletivas, pautas de comportamento e normas básicas 
de convivência, preferencialmente com participação dos alunos. Com isso, eles, 
protagonistas de sua própria aprendizagem, podem incorporar uma dinâmica mais 
ativa, com maior tendência a aprender significativamente. 
Os alunos deverão: 
 
• Identificar problemas; 
• Levantar hipóteses; 
• Reunir dados; 
• Refletir sobre situações; 
• Descobrir e desenvolver soluções comprometidas com a promoção e a 
proteção da saúde pessoal e coletiva; 
• Aplicar os conhecimentos adquiridos. 
 
Deve-se considerar também que, nas últimas décadas, além dos 
temas tradicionalmente trabalhados sobre saúde e nutrição, as questões 
biopsicossociais adquiriram maior visibilidade, e a escola foi compelida, pelas 
circunstâncias e pelo reclamo da própria sociedade, a lidar com problemas 
emergentes, como a contaminação crescente do meio ambiente, a Aids, o consumo 
abusivo do álcool e outras drogas, a violência social e as diferentes formas de 
preconceito. E não há como lidar com esses temas por meio da mera informação ou 
da prescrição de regras de comportamento. 
Sem dúvida, a informação ocupa um lugar importante na aprendizagem, 
mas a educação para a Saúde só será efetivamente contemplada se puder 
mobilizar para as necessárias mudanças na busca de uma vida saudável. Para isso, 
os valores e a aquisição de hábitos e atitudes constituem as dimensões mais 
importantes. A experiência dos profissionais de saúde vem comprovando, de 
longa data, que a informação, isoladamente, tem pouco ou nenhum reflexo nos 
comportamentos. 
A escola precisa enfrentar o desafio de permitir que seus alunos 
reelaborem conhecimentos de maneira a conformar valores, habilidades e práticas 
favoráveis à saúde. Nesse processo, espera-se que possam estruturar e fortalecer 
 
21 
 
comportamentos e hábitos saudáveis, tornando-se sujeitos capazes de influenciar 
mudanças que tenham repercussão em sua vida pessoal e na qualidade de vida da 
coletividade. 
Para isso, é necessária a adoção de abordagens metodológicas que permitam 
ao aluno identificar problemas, levantar hipóteses, reunir dados, refletir sobre 
situações, descobrir e desenvolver soluções comprometidas com a promoção e a 
proteção da saúde pessoal e coletiva, e, principalmente, aplicar os conhecimentos 
adquiridos. 
Na perspectiva da projeção social da aprendizagem, na escola, na 
família e na comunidade, deve ser estimulada a geração de alternativas para a 
difusão dos estudos e trabalhos realizados. A produção de mensagens educativas 
em saúde pelos próprios alunos pode ser uma forma importante de permitir que se 
sintam e se tornem, de fato, protagonistas em Saúde. 
Um ponto fica bastante evidente: quando a escola deseja comprometer-se 
com a educação para a Saúde de seus alunos, além de funcionar como um espaço 
que oferece fortes referências para a prática e desenvolvimento de estilos de vida 
saudáveis, também inclui a abordagem da temática da saúde nos diferentes 
componentes curriculares. 
Sob o ponto de vista do processo saúde/doença, as suas múltiplas 
dimensões, por si só, justificam a opção de caracterizar a educação para a 
Saúde como um tema transversal do currículo. Com efeito, somente a 
participação das diferentes áreas, cada qual enfocando conhecimentos 
específicos à sua competência, pode garantir que os alunos construam uma 
visão ampla do que é saúde. Como contraponto, a transversalidade requer 
atenção para a consistência na concepção do tema, que não pode se diluir, 
levando a perder de vista os objetivos que se pretende atingir. 
A proposta de permear o conjunto dos componentes curriculares com a 
dimensão de saúde permite a recomposição de um conhecimento que vem 
sendo progressivamente fragmentado nas diferentes áreas do saber e no 
interior de cada uma delas. Assim, se os padrões de saúde e os diferentes 
conceitos de saúde são construções sociais e históricas, resgatar o 
componente saúde/doença da vida nos diferentes momentos e sociedades 
permite recompor a história, tradicionalmente reduzida a uma sequência 
cronológica de fatos, mais do que isso, ao se tomar em conta a diversidade 
 
22 
 
cultural e, em especial, a pluralidade intrínseca à cultura brasileira, gera-se 
uma excelente oportunidade para a discussão sobre a situação de saúde de 
diferentes grupos, suas percepções diferenciadas quanto à questão, como 
resolvem seus problemas cotidianos e como têm se mobilizado para 
transformar sua realidade. 
Isso demonstra que a transversalidade também pressupõe uma inter-
relação permanente entre educação para a Saúde e os demais temas 
transversais, pois a própria natureza desses temas faz com que entre eles haja 
sempre uma grande afinidade, dado que compõem, em seu conjunto, uma 
visão ética do mundo e das relações humanas. 
 
Resumo da Aula 01 
 
O desenvolvimento de concepções e atitudes, o aprendizado de 
procedimentos e valores positivos com relação à saúde vão além das áreas e 
temas do currículo. Realiza-se nas diferentes atividades escolares, em todos os 
espaços da escola e do entorno escolar, por meio da construção gradual de 
uma dinâmica que permita a vivência de situações favoráveis ao fortalecimento 
de compromissos para a busca da saúde. 
Por isso, a educação para a Saúde desenvolve-se, com igual 
importância, em situações de convivência que se criam e no atendimento 
oportuno de interesses dos alunos, tanto quanto no ensino de seus conteúdos 
nas diferentes áreas, de forma regular e contextualizada. Muitas vezes ocorrem 
manifestações afetivas, conflitos ou casos de doença entre os colegas. São 
momentos em que o tema já se encontra presente entre os alunos e o 
interesse do grupo está previamente estabelecido. 
Assim, a educação para a Saúde precisa ser assumida como uma 
responsabilidade e um projeto de toda a escola e de cada um dos educadores, 
para que não se corra o risco de transformá-la em um projeto vazio. 
Atividade de Aprendizagem 
Discorra sobre a importância de se discutir sobre saúde na 
escola. 
 
23 
 
AULA 2 – PIRÂMIDE ALIMENTAR 
 
Apresentação da Aula 02 
 
Na aula serão apresentados os conceitos básicos sobre nutrição, 
através do esquema da pirâmide alimentar. 
 
2 VISÃO GERAL 
 
Com o advento dos padrões de beleza estabelecidos na sociedade 
contemporânea, a adoção de uma estilo de vida saudável vêm conquistando 
espaço entre as discussões, sejam elas informais, num grupo de amigos ou no 
cunho acadêmico científico, através das pesquisas que vêm sendo realizadas 
nessa temática. Nesse sentido, é fundamental que sejam tomadas medidas 
para que essas influências entremno espaço da escola com uma perspectiva 
bidimensional. 
Por um lado, os padrões de beleza impostos pela sociedade ocasionam 
diferentes influencias na cabeça dos jovens e adolescentes, tendo como 
resultado um reflexo negativo. Por outro lado, a adoção de um estilo de vida 
ativo regrado de atividade física, hábitos saudáveis e medidas preventivas 
aumentam de forma significativa o nível de qualidade de vida e saúde dos 
indivíduos. 
Cabe ao profissional de Educação Física um papel de mediador entre 
esses dois extremos. O professor de Educação Física na escola tem atuado 
ainda de forma muito tímida com relação à essa instrumentalização, assim, 
tentar-se-á estabelecer uma prática pedagógica que esteja voltada a uma 
abordagem metodológica que tenha como objetivo as questões inerentes a 
hábitos relacionados aos padrões de beleza estabelecidos na sociedade atual. 
 
 
 
 
 
 
24 
 
Importante 
A questão da estética tem levado milhares de jovens e 
adolescentes a cometerem equívocos muitas vezes irreparáveis, 
e, esse extremismo condicionado pela busca do corpo perfeito 
tem acarretado diversos desvios comportamentais que tem 
gerado patologias físicas e psicológicas. 
 
 
O assunto que diz respeito a nutrição que concerne aos abusos 
realizados pelos jovens e adolescentes pela busca do corpo perfeito é de 
extrema importância ser estudado. 
Muitas vezes, os professores de Educação Física na escola pouco se 
atentam a relações de prática de exercício com a meta dos alunos de terem 
corpos perfeitos, porque afinal de contas a atividade física é a manifestação 
mais pura da disciplina. Entretanto, tem que dar uma atenção especial a 
atividade física, pois como qualquer outra coisa, em excesso pode estar 
trazendo diversos malefícios. 
A escola como um todo deve ser repensada, a ponto de estabelecer 
estratégias que venham de encontro com as necessidades da sociedade, e a 
Educação Física também deve contribuir com essas necessidades, uma vez, 
que faz parte do currículo como disciplina obrigatória. 
Diversas metodologias de ensino vêm sendo produzidas ao longo dos 
anos na tentativa de fundamentar a disciplina de Educação Física na escola, e, 
é comum os professores serem bombardeados por abordagens metodológicas, 
que na maioria das vezes, na prática, pouco se aplica. 
O assunto saúde apareceu na Educação Física pela primeira vez por 
meio das ideologias e pressupostos apresentados pelo higienismo. A 
sociedade passava por transformações higiênico sanitárias que acabou 
influenciando como a escola deveria estar apresentada naquele momento 
histórico. 
A disciplina de Educação Física de forma geral também é um produto 
cultural, que está em constante transformação, pensar na disciplina como algo 
pronto, é reduzir suas potencialidades dentro do ambiente escolar, e muitos 
 
25 
 
autores buscando legitimar suas teorias, acabam defendendo seus 
pressupostos por meio da afirmação, o que deve ser tomado um grande 
cuidado para não ocasionar esse reducionismo de possibilidades que a 
Educação Física assume na escola. 
 
 
Fonte: http://vestibulares2016.com.br/vestibular-para-nutricao-2016/ 
 
A defesa de uma transformação social segundo alguns autores deve 
estar permeada em todas as prática escolares. Tendo essa ótica como 
parâmetro, pode-se observar que a saúde também é um aspecto que deve ser 
levado em consideração, o que se justifica pela forte influência que a sociedade 
exerce sobre o pensamento das pessoas, pautada muitas vezes pelos 
interesses da classe burguesa (venda de cosméticos, suplementos 
alimentares, serviços de atividade física), todavia, muito que se apresenta nas 
questões relacionadas a saúde também devem ser defendidas, como a adoção 
de um estilo de vida ativo, alimentação balanceada, entre outros aspectos que 
também são merecedores de atenção. 
Nesse sentido, saber realizar uma leitura crítica das abordagens 
metodológicas permite ao professor adequar suas realidade de acordo com as 
necessidades presentes em cada realidade escolar. Portanto, é possível dizer 
que algumas metodologias de ensino colocam as questões inerentes a saúde 
 
26 
 
apenas por um ótica sociológica, antropológica e cultural o que, por muitas 
vezes, acaba culminando num certo ofuscamento do próprio conteúdo saúde. 
Uma das questões de fundamental importância nas questões dos 
extremismos práticos pelos indivíduos está relacionado a diversidade de 
informações presentes nos meios de comunicação. Com o advento das redes 
sociais não é incomum estar repleto de informações referentes a diferentes 
tipos de dieta, seja ela para aumento da massa muscular, seja para 
emagrecimento. Essa diversidade de informações chegam até os jovens e 
adolescentes numa velocidade que não suprime a demanda de informações 
presentes nos meios oficiais, ou seja, a escola e esses indivíduos não tem 
condição de avaliar e selecionar essas informações e acabam seguindo isso 
que pode ser considerado como “modismo da saúde e estética”. 
Deve-se tomar muito cuidado com essas informações que chegam de 
forma acelerada aos alunos, uma vez, que grande maioria não tem criticidade e 
poder de seleção. 
 
2.1 Nutrição e Educação Física 
 
A nutrição e a Educação Física talvez seja, duas áreas de atuação 
profissional que atuam paralelamente. Geralmente quando uma pessoa 
ingressa num programa de atividade física, também busca o serviço de um 
nutricionista para conseguir alcançar seus objetivos. 
Embora exista uma estreita relação entre Educação Física e Nutrição, os 
professores de Educação Física da escola não estão totalmente preparados 
para trabalhar com esse conteúdo em suas aulas. 
 
27 
 
 
Fonte: http://www.differencedietetics.com.au/our-facility 
 
Com o crescente aumento de doenças crônico degenerativas em jovens 
e adolescentes é de fundamental importância que o conteúdo nutrição seja 
trabalhado nas aulas de Educação Física nos diferentes níveis de ensino. 
Em primeiro lugar, para realizar uma proposta de ensino coerente, o 
profissional deve ter consciência do que se trata a palavra nutrição e seus 
possíveis significados em diferentes contextos sociais. 
 
Vocabulário 
Nutrição é o processo de fornecimento aos organismos 
animais e vegetais dos nutrientes necessários para a vida. É 
também a ciência que investiga as relações entre o alimento 
ingerido pelo homem e as doenças, buscando o bem-estar e a 
preservação da saúde humana. 
Disponível em: http://www.significados.com.br/nutricao/ 
 
 Baseado nesses conceitos pode-se identificar a nutrição como uma 
importante e fundamental ferramenta para aquisição e manutenção da saúde, 
assim como a atividade física regular, o que reforça a ideia de trabalhá-la como 
conteúdo na Educação Física Escolar. 
 Indo de encontro com essas necessidade diversas pesquisas foram 
realizadas no âmbito da Educação Física escolar desde da década de 80, 
 
28 
 
procurando estabelecer metodologias de ensino que fossem compatíveis com 
esse objetivo, tendo como temática a saúde e qualidade de vida. 
 
Saiba Mais 
As teorias pedagógicas em Educação Física se encontram 
divididas basicamente em duas escola: biológicas e 
humanas. Nos cursos de bacharelado em Educação Física 
as noções biológicas são enfatizadas através de disciplinas 
como fisiologia, bioquímica e biomecânica, sendo essas 
muitas vezes, inclusive, com um número maior de horas; 
enquanto o curso de licenciatura preocupa-se com as 
questões antropológicas, pedagógicas e sociais presentes 
nas práticas da cultura corporal de movimento, isso se 
demonstra nas disciplinas de psicologia, prática de ensino, 
etc. 
 
 
Essa diferenciação do currículo nos cursos de graduação em Educação 
Física é também um dos motivos que leva os profissionais da escola terem 
pouca proximidade com as disciplinas meramente biológicas. No entanto, é 
importante salientar que não existam disciplinas puramentebiológicas ou 
puramente humanas, tendo em vista que as transformações nas disciplinas 
também ocorreram através da história e a produção cultural da humanidade, 
porém, quando se refere a tais disciplinas, serão levados em consideração o 
caráter predominante da mesma. 
 A lacuna que existe na formação profissional pode ser facilmente 
minimizada através de cursos de formação continuada, esses que devem 
capacitar os professores a atuar dentro das salas de aula de forma coerente 
com as realidades apresentadas pela sociedade contemporânea, uma vez, que 
as tendências pedagógicas também sofrem mudanças com o decorrer do 
tempo. 
 
Nutrição como ciência: área do conhecimento que estuda os 
alimentos, suas interações e os mecanismos dos processos desde a 
ingestão, até a sua excreção. 
 
29 
 
[...] Ciência que estuda os alimentos e seus nutrientes, bem como sua 
ação, interação e balanço em relação a saúde doença, além dos 
processos pelos quais o organismo ingere, absorve, transporta, utiliza 
e excreta os nutrientes 
 
 Analisar a nutrição nesse aspecto é identificá-la como uma ciência que 
estuda todas as relações existente entre o alimento e o corpo humano. De 
acordo com essa concepção, a nutrição estará sempre preocupada com as 
interações que os alimentos fazem no corpo humano, suas relações com 
diferentes sistemas, não apenas no sistema digestório como maioria das 
pessoas pensam, e sim estar relacionada com o sistema endócrino, por 
exemplo, na estimulação ou suprimação de determinados hormônios, conforme 
o tipo de alimento ingerido. Além disso, olhar a nutrição como uma área de 
conhecimento é analisar todo o conhecimento produzido acerca dessa 
temática, inclusive nas publicações referente a educação nutricional, nesse 
caso, a utilização dos recursos da nutrição para o ensino da disciplina de 
Educação Física na escola. 
Além disso, a nutrição pode estar atrelada a prática que tem como um 
conjunto de processos orgânicos através dos quais retira-se dos alimentos os 
nutrientes e os distribui por todas as células do corpo. Esse talvez, seja a mais 
relevante como instrumento pedagógico na Educação Física escolar. 
 
2.2 Conceitos Básicos da Nutrição 
 
 A nutrição como conteúdo da disciplina de Educação Física na escola 
deve estar amparada por alguns conceitos básicos dessa área do 
conhecimento. Vindo de encontro com esse propósito pode-se citar a questão 
da diferenciação entre o alimento e o nutriente. 
 
Alimento: todas as substâncias sólidas e líquidas que levadas ao tubo 
digestivo são degradadas e usadas para formar e/ou manter os 
tecidos do corpo, regular processos orgânicos e fornecer energia 
(EVANGELISTA, 2002, s/p). 
 
 Através da ingestão desses alimentos acontecerá a degradação dos 
mesmos, convertendo-os em nutrientes, que são todas as substâncias 
 
30 
 
químicas que fazem parte dos alimentos e que são absorvidas pelo organismo, 
desempenhando diferentes funções importantes, como manutenção da 
homeostase do organismo: “Nutrientes são substâncias que estão inseridas 
nos alimentos e possuem funções variadas no organismo. São eles: proteínas, 
gorduras, carboidratos, vitaminas, minerais e fibras” (EVANGELISTA, 2002, 
s/p). 
Os alimentos podem ser divididos em três grupos de alimentos: 
 
 Construtores: Alimentos o qual a fonte principal é Proteínas; 
 Energéticos: Alimentos o qual as fontes principais são Carboidratos e 
Lipídeos; 
 Reguladores: Alimentos o qual as fontes principais são Vitaminas, 
Minerais e Fibras. 
 
Partindo desse pressuposto que deve ser analisado de forma cautelosa 
a forma com que os jovens e adolescentes estão se alimentando, procurando 
diagnosticar os equívocos encontrados na dieta e estabelecendo estratégias 
que possibilitem reverter esse quadro. 
 A Educação Física nesse ponto será uma forte aliada para orientar os 
jovens e adolescentes na escolha de alimentos mais saudáveis que possam 
contribuir para melhoria e manutenção da saúde, além de contribuir para a 
melhoria do desempenho atlético e estético. 
Uma dieta equilibrada requer regularidade de tempo entre as refeições e 
tipos variados de alimentos. Manter uma alimentação balanceada é 
fundamental para o bom funcionamento do organismo e para ter uma vida 
saudável. (TIRAPEGUI, 2005) 
 
2.2.1 Classificação de Nutrientes 
 
 Os nutrientes também recebem uma classificação, Macro e 
Micronutrientes: 
 
 Macronutrientes: são as proteínas, os carboidratos e as gorduras 
(lipídeos). São ingeridos em grandes quantidades e, por serem estruturas 
 
31 
 
grandes, precisam ser quebrados em unidades menores para serem 
absorvidos pelo organismo. Ao serem transformados em compostos menores, 
fornecem energia ao organismo através de um processo bioquímico complexo 
denominado metabolismo. 
 
Vocabulário 
Metabolismo é o conjunto de reações químicas responsáveis 
pelos processos de síntese e de degradação dos nutrientes na 
célula. Divide-se em anabolismo e catabolismo. Anabolismo é 
a síntese de compostos grandes a partir de unidades 
pequenas (por exemplo, a formação de proteínas a partir de 
aminoácidos). Em geral, estas reações são endergônicas, ou 
seja, precisam de energia. Catabolismo é a degradação de 
compostos grandes em unidades pequenas (por exemplo, a 
quebra de proteína em suas unidades estruturais, que são os 
aminoácidos). Em geral, estas reações são exergônicas, ou 
seja, são reações que liberam energia. 
 
Micronutrientes: são as vitaminas e os minerais. Eles não fornecem 
energia ao organismo, mas são essenciais para o perfeito funcionamento do 
corpo. São necessárias pequenas quantidades e, em geral, são absorvidos em 
nível intestinal sem sofrer alteração. Todos os alimentos contém a maioria dos 
nutrientes em quantidades variáveis e cada nutriente tem uma função 
específica no organismo. 
 
Os nutrientes são responsáveis pelo correto funcionamento do 
organismo através da manutenção de todas as reações bioquímicas. Os 
nutrientes essenciais são aqueles que não são produzidos pelo organismo, e 
que, por isso, devem ser obtidos através da alimentação (são eles: ácidos 
graxos linoleico e linolênico, vitaminas, minerais e alguns aminoácidos). 
 A possibilidade de obter nutrientes de que o organismo necessita 
depende da quantidade e da diversidade dos alimentos ingeridos. Além disso, 
cada pessoa tem seus próprios gostos, preferencias e hábitos alimentares. A 
alimentação é um componente fundamental para ter uma boa qualidade de 
vida. É necessário também manter o peso corporal, combater a obesidade, 
 
32 
 
praticar esporte, diminuir o consumo exagerado de álcool, eliminar o cigarro e 
consumir quantidade moderadas de sal, gorduras e açúcar refinado. 
 Todos os alimentos podem fazer parte de uma alimentação saudável, o 
mais importante é que esse alimento se combine com outros para satisfazer as 
necessidades de energia e de nutrientes do indivíduo. É recomendável que 
uma pessoa ingira diariamente uma ampla variedade de alimentos e que 
distribua esse consumo no transcorrer do dia. Isso é necessário, especialmente 
em crianças que não conseguem satisfazer as necessidades nutricionais em 
uma ou duas refeições. 
 A correta manipulação das variáveis desses nutrientes garantirá aos 
indivíduos a perfeita manutenção da saúde. Para que essa manipulação seja 
correta é imprescindível conhecer a classificação do grupo dos alimentos. 
 
Saiba Mais 
O consumo de alimentos que contenham essas 
propriedades deverá ser realizada durante todas as 
refeições para garantir que a mesma seja balanceada. No 
entanto, o entendimento desses conceitos isoladamente 
não podem ser considerados como fatores preponderantes 
para a escolha do alimentos, uma vez que todo esse 
entendimento deverá ser acompanhado de bom senso, de 
acordo com as necessidades calóricas do indivíduo, para a 
construção e prescrição de dietas o único profissional 
habilitadoé o nutricionista. Estabelecer dentro do espaço da 
escola esse entendimento é garantir que sejam respeitados 
os princípios da individualidade e necessidade biológica de 
cada indivíduo. 
 
 Segundo TIPAGUERI (2005) das calorias que um indivíduo adulto 
necessita diariamente para ter uma alimentação saudável, 50% a 60% 
precisam vir de carboidratos, 25% a 30% devem ser provenientes das gorduras 
e 10% a 15% tem origem nas proteínas. 
 Os carboidratos são encontrados principalmente em cereais e 
leguminosas. Para suprir suas necessidade diárias, em carboidratos, um 
indivíduo adulto precisa consumir cerca de 340 g deste nutriente (uma grama 
de carboidrato fornece 4 quilocalorias). Quanto as gorduras, é preciso ingerir 
 
33 
 
cerca de 50 a 70 g por dia (1 g de gordura fornece 9 quilocalorias). Já as 
necessidades de proteínas são supridas com a ingestão de 60 a 70 g por dia (1 
g de proteína fornece 4 quilocalorias). 
 
Todos os alimentos podem fazer parte de uma alimentação 
saudável. Do ponto de vista nutricional, um alimento não pode 
ser classificado em bom ou ruim. 
 
 
Os alunos deverão ao final do processo reconhecer o grupo de 
alimentos e ter condições de determinar/escolher e diversificar esses alimentos 
em sua rotina alimentar, respeitando também, o que os nutricionistas 
denominam de leis da nutrição: 
 
1- Lei da Quantidade: a quantidade de alimentos deve ser suficiente para 
cobrir as exigências energéticas do organismo. 
2- Lei da Qualidade: a alimentação diária deve conter todos os nutrientes. 
3- Lei da Harmonia: as quantidades dos diversos nutrientes que integram a 
alimentação devem guardar uma proporção entre si. 
4- Lei da Adequação: a alimentação deve adequar-se aos hábitos individuais, 
situação econômico-social e aspectos clínicos individuais. 
 
2.4 Pirâmide dos Alimentos 
 
Para uma melhor compreensão por parte da população, em 1992, o 
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States Departament 
of Agriculture – USDA) adotou a pirâmide alimentar como uma forma gráfica de 
distribuição dos alimentos. Desde então diversos países tem utilizado deste 
instrumento com a finalidade de educar sua população com relação à 
qualidade e à quantidade de alimentos a serem ingeridos. Porém, atualmente, 
sabe-se que diferentes populações possuem diferentes fatores, como hábitos 
alimentares, disponibilidade de alimentos, entre outros. Seguindo esse 
raciocínio, novos estudos propuseram uma adaptação da pirâmide original as 
necessidades das populações. 
 
 
34 
 
 
Fonte: http://www.weblaranja.com/nutricao/piramide-alimentar.php#.WSiOP2jyvcc 
 
Base da Pirâmide: este nível da pirâmide é constituído por alimentos 
ricos em carboidratos, ou seja, cereais, tubérculos e raízes. Alguns exemplos 
são: arroz, macarrão, pães, farinhas, batata, mandioca, entre outros. 
Originalmente, a pirâmide alimentar proposta pelos americanos sugeria o 
consumo de seis a onze porções desse grupo alimentar, porém, com a 
adaptação brasileira, sugere-se a ingestão de cinco a nove porções desses 
alimentos. Uma porção de carboidrato equivale a um pão francês, ou duas 
fatias de pão de forma, a quatro bolachas ou, ainda meia xícara de cereais ou 
arroz. 
Segundo nível: representa os alimentos ricos em fibras, sais minerais e 
água, ou seja, hortaliças e frutas. Alguns exemplos são: alface, agrião, repolho, 
tomate, cenoura, beterraba, pimentão, banana, laranja, pera, maracujá, 
pêssego, entre tantos outros. Devido as frutas e as hortaliças serem alimentos 
comuns a dieta é de fácil acesso a população brasileira, as porções originais 
foram aumentadas para três a cinco no grupo das frutas, e para quatro a cinco 
no grupo das hortaliças. Um porção de frutas equivale a uma maçã, banana ou 
laranja. 
 
35 
 
 Terceiro nível: ao contrário da pirâmide americana, que reuniu os 
alimentos ricos em proteínas em um único grupo, a adaptação brasileira teve a 
preocupação em subdividir este nível de acordo com a qualidade proteica de 
cada tipo de alimento, levando em consideração, ainda, os hábitos alimentares 
da população alvo e contribuição dos micronutrientes de cada tipo de alimento. 
O resultado dessa subdivisão apresenta-se da seguinte forma: 
* Grupo do leite e derivados: rico em proteínas, cálcio, magnésio e riboflavina 
(vitamina B2). O leite mereceu atenção especial pelo fato de ser fonte de 
cálcio, micronutriente importante em todas as fases da vida. Com três porções 
diárias de leite consegue-se, em média, 800 mg de cálcio, suficientes para 
cobrir as necessidades exigidas para adultos e crianças. É preciso, no entanto, 
aumentar o consumo de alimentos que são fontes de cálcio para gestantes, 
nutrizes e adolescentes. Uma porção de leite equivale a uma xícara, ou a duas 
fatias médias de queijo. 
* Grupo das carnes e ovos: rico em proteínas e, com relação as carnes, 
também em ferro, zinco e algumas vitaminas do complexo B. A adaptação 
brasileira sugere o consumo de uma a duas porções desse grupo. Uma 
porção de carnes ou ovos equivale a um filé de peixe, a um bife pequeno 
ou a um ovo. 
* Grupo das leguminosas: devido as leguminosas serem comuns na 
alimentação básica do brasileiro, principalmente o feijão, achou-se 
conveniente colocá-las a parte, uma vez que não possuem os mesmos 
valores nutritivos que carnes e ovos e são os produtos isolados que mais 
contribuem para o consumo de proteínas na população, não podendo ser 
substituídas pelas outras, sem o necessário ajuste no equilíbrio de 
aminoácidos, que é dado pelo consumo simultâneo com o arroz. As 
oleaginosas também foram incluídas nesse grupo, apesar do baixo 
consumo nas dietas habituais. Uma porção de leguminosa equivale a 
meia xicara de feijão. 
 Topo da Pirâmide: representa alimentos ricos em gorduras e açucares, 
devendo ser consumidos com moderação. É por essa razão que permanecem 
no topo da pirâmide, onde o espaço é menor, sugerindo a ideia de moderação 
(óleos e gorduras: uma a duas porções; açucares e doces: uma a duas 
porções). Alguns exemplo são a margarina, manteiga, óleo, mel e açúcar. 
 
36 
 
Resumo da Aula 02 
 
A aula abordou sobre as classificações dos alimentos, nutrientes, suas 
divisões e a sua abordagem quando se fala do consumo, mostrando a pirâmide 
alimentar utilizada na atualidade no Brasil. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Discorra sobre a divisão de proteínas, carboidratos e gorduras 
que devem ser consumidas diariamente e o que é notado na 
alimentação atual. 
 
 
AULA 3 – IMAGEM CORPORAL E DISTÚRBIOS 
 
Apresentação da Aula 03 
 
Na aula serão abordados como o corpo é culturalmente produzido, 
assim como ocorrem e o que são os distúrbios alimentares e de imagem 
corporal, e como o professor por atuar sobre os mesmos. 
 
3 DISTÚRBIOS DE IMAGEM CORPORAL 
 
 Os distúrbios de imagem corporal é um assunto imprescindível no 
currículo da disciplina de Educação Física na escola. 
 Esses distúrbios vêm aumentando a cada ano na população de jovens e 
adolescentes. Permeados pelas características impostas pela mídia e a 
sociedade relacionada aos padrões de beleza almejados, acabam levando 
cada vez mais cedo adolescentes a cometer extremismos, tudo em prol do 
“corpo perfeito”. 
 A análise sóciocultural da realidade brasileira tem sugerido que os 
jovens e adolescentes que são acometidos por essas doenças, muitas vezes, 
não receberam nenhum tipo de orientação a respeito das mesmas, e 
 
37 
 
desconhecem os efeitos nocivos à saúde da adoção de determinadas práticas, 
principalmente alimentares. 
 A disciplina de Educação Física, deve assumir uma responsabilidade em 
conjunto com as demais disciplinas de propiciar aos alunos uma visão crítica 
desses problemas, dando subsídios necessários para que se minimize tais 
problemas. 
 Além disso, as questões relacionadas a saúde devem ser discutidas na 
escola em geral, pois tem se percebido um considerávelaumento de doenças 
crônico degenerativas na população de crianças, jovens e adolescentes. 
 
 
Fonte: Acervo do Professor 
 
3.1 O Corpo 
 
Para poder conhecer sobre os distúrbios de Imagem Corporal, deve-se 
ter conhecimento sobre alguns aspectos, como a importância do corpo na 
pratica da Educação Física. 
 
 
 
Na Educação Física o corpo é visto como Objeto e Simbologia. 
 
 
 
 
 
38 
 
O Corpo é culturalmente produzido, pois a cultura contemporânea é 
palco de transformações radicais relacionadas ao lugar ocupado pelo corpo 
enquanto objeto estético e modulador das relações. 
Assim, atingir as expectativas dos novos ideais estético-morais exige 
disciplina no que concerne à educação dos sentidos e manutenção da forma 
física, num momento em que o corpo é percebido como responsável pela ferida 
narcísica causada pela possível falta de interesse do outro. 
Nesse contexto, a imagem do corpo é utilizada para sustentar o 
interesse do outro e a ideia de perfeição física passa a permear um imaginário 
que encontra na realidade, através dos avanços científicos, a possibilidade de 
se materializar. 
 
Vídeo 
Assista ao vídeo Domingo espetacular em busca do corpo 
perfeito, suplementos alimentares são cada vez mais usados 01, 
no qual se fala sobre o uso desses suplementos e seus riscos. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=H9qng-V-I2M 
 
 
3.1.1 Estética Corporal na Adolescência 
 
A fase em que mais se percebe as mudanças corporais, se busca um 
ideal de corpo perfeito e se é maior influenciado pelo meio, é na adolescência. 
“(...) os distúrbios da imagem do corpo na adolescência são patologias 
que usam o corpo para narrar aquilo que a mente ainda não sabe fazê-lo” 
(CAMPOS, s/d, p. 7.) 
Uma outra questão recorrente na adolescência é a necessidade de 
reconhecimento do que lhe pertence e do que pertence ao outro. Em termos 
corporais, o corpo vivido como estranho pode trazer a percepção de ter partes 
em excesso que precisam ser eliminadas. 
Segundo Ballone (apud FERREIRA, 2007), crianças são alvo de 
gozações na escola, o que leva ao entendimento de que ser magro é 
esteticamente agradável. Muitas das vezes a criança não está gorda, mas por 
 
39 
 
possuir uma personalidade frágil, é afetada por esses comentários, levando-a a 
acreditar que está com excesso de peso. 
 
A imagem subjetiva do próprio corpo formada na nossa mente, 
enquanto objeto único; não é apenas perceptiva, é construída de 
forma dinâmica a partir das interações sociais e segundo os padrões 
de uma cultura (SCHILDER, 1994, s/p). 
 
Quando se fala de imagem corporal, deve-se compreender que cada 
pessoa ou grupo de pessoas irão ter seu conceito dessa imagem, que irá variar 
de acordo com a estimação do tamanho do corpo e atitudes e sentimentos em 
relação ao mesmo (SLADE, 1994). 
 
Fonte: Elaborado pelo DI (2017) 
 
 
 
40 
 
Saiba Mais 
Leia o artigo de Dilly, Educação Física: Nutrição e 
transtornos alimentares em adolescentes e aprofunde um 
pouco mais seu conhecimento na área. 
Disponível em: http://re.granbery.edu.br/artigos/MzQ3.pdf 
 
 
3.2 Distúrbios de Comportamentos Alimentares 
 
Nos distúrbios alimentares, o corpo é seu primeiro veículo de expressão, 
a problemática principal não reside, essencialmente, em aspectos de ordem 
fisiológica ou sociocultural (como a variação do conceito de beleza), mas 
fundamentalmente em aspectos relacionados com a história pessoal e familiar 
do sujeito que promovem um funcionamento psicopatológico. 
Os transtornos alimentares são mais comuns nas sociedades 
industrializadas, pois o alimento é abundante e em contrapartida existe a 
cobrança social por um corpo magro (PAPALIA et al, 2000). 
A busca incansável do corpo perfeito é prioridade para milhões de 
pessoas que querem ficar dentro dos padrões de beleza impostos pelo cinema, 
moda, televisão, publicidade, entre outros, e transforma esse desejo em 
escravidão. 
 
3.2.1 Anorexia 
 
A anorexia se caracteriza pela recusa do alimento perante o medo de 
engordar. Está associada a uma combinação de fatores como disfunção 
hipotalâmica, estresse, exercício em excesso, perda de peso e gordura, 
restrição dietética progressiva com eliminação de alimentos e comportamento 
isolativo. A perda de peso é tida como uma conquista, enquanto o ganho de 
peso é considerado um fracasso do autocontrole. 
 
 
41 
 
Vídeo 
Para compreender um pouco mais sobre como pensam as 
pessoas que sofrem da desordem, assista ao vídeo Programa “A 
Liga” – Anorexia e Bulimia Nervosa, no qual se tem algumas 
entrevistas com pessoas que sofrem de Anorexia. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EvvVG-oA0Lk 
 
 
3.2.2 Bulimia 
 
Esse transtorno apresenta alguns sintomas em comum com a Anorexia, 
como preocupação excessiva com o peso e uma representação alterada da 
forma corporal, distorcida. Cabe aos familiares e pessoas mais próximas 
identificarem o problema e oferecer ajuda, já que dificilmente os pacientes 
reconhecem que estão doentes. 
Na bulimia, a pessoa geralmente se mantém próxima ao peso normal ou 
até mesmo com um leve sobrepeso. Ela é caracterizada pela compulsão que a 
pessoa tem de se alimentar (ataque voraz pela comida) seguida de vômito, e 
uso contínuo de laxantes ou diuréticos, como forma de evitar que a quantidade 
ingerida a faça engordar. 
Segundo Baptista et al. (apud Ferreira, 2007), a grande maioria das 
bulêmicas preenche padrões de depressão, tristeza e ideias de suicídio. Elas 
não têm distorção de imagem, mas preocupam-se com o peso e, sentem-se 
culpadas pela compulsividade e a forma com que não conseguem resistir ao 
alimento. 
 
Saiba Mais 
Veja o artigo Bulimia: sintomas, tratamentos e causas, onde 
são discutidos todos os aspectos do distúrbio. 
Disponível em: 
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/bulimia 
 
 
42 
 
3.2.3 Vigorexia 
 
A Vigorexia, segundo Ballone (apud Ferreira, 2007), está nascendo no 
seio de uma sociedade consumista e competitiva, em que o culto à imagem 
acaba adquirindo prioridade. Afeta predominantemente os homens, entre 15 a 
35 anos, que desejam desenvolver seus músculos. 
Tentando alcançar o corpo perfeito, a pessoa torna-se dependente da 
academia e exercícios físicos, implicando mudança de dieta, baseada em 
proteínas e carboidratos e, quase sempre acarretando o consumo de 
estimulantes, desde a cafeína, passando por anfetaminas, cocaína, 
anabolizantes e esteroides. (Diário da Manhã – GO, 2008). 
 
Vídeo 
Assista ao vídeo Vigorexia: quando a busca pelo corpo perfeito 
vira uma obsessão, e entenda os detalhes desse distúrbio. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RxRjupp7GGI 
 
 
3.2.4 Ortorexia 
 
De acordo com Ballone (apud Ferreira, 2007), dentro das “patologias 
culturais”, descreve-se também o exagero em dietas naturalistas, a Ortorexia. 
O portador preocupa-se muito com os hábitos alimentares e planeja, compra e 
prepara as refeições. Com o tempo, essas pessoas restringem cada vez mais o 
cardápio e dispõem de um autocontrole rigoroso para não se renderem às 
tentações. 
 
 
 
 
 
 
43 
 
Vídeo 
Assista ao vídeo Ortorexia | A obsessão por comer saudável, no 
qual a nutróloga Liliane Oppermann fala sobre o assunto, o novo 
distúrbio do comportamento alimentar, onde de tem obsessão de 
comer saudável. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LCWkv0Evl4I 
 
 
Resumo da Aula 03 
 
Na aula foram vistos os conceitos da nutrição, do corpo perfeito para 
então se abordar os distúrbios alimentares, no caso a anorexia, bulimia, 
vigorexia e ortorexia. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Discorra sobre a diferenciação de Anorexia, Bulimia, Vigorexia 
e Ortorexia. 
 
 
 
4 – IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR 
 
Apresentação da Aula 04 
 
Na aula será apresentado o papel do professor para os alunos, quando 
se fala ao quesito de conscientização e instrução sobre a nutrição, erros 
cometidos,o que se deve fazer para ir de encontro a se ter uma boa saúde, 
além dos processos de formação e uso dos nutrientes pelo organismo. 
 
4 PAPEL DO PROFESSOR 
 
 
44 
 
Muito se discute sobre a relevância do professor quando se diz respeito 
sobre o auxílio da educação em saúde nas escolas, percebe-se que o 
professor tem papel fundamental na conscientização e instrução dos alunos, 
mediando, questionando, refletindo e discutindo para dar maior clareza sobre 
esses assuntos e interferindo de maneira segura e adequada na vida dos 
mesmos. Deve-se trabalhar com a heterogenia da turma, conhecer suas 
angústias, medos e, de maneira efetiva, ensiná-los a conviver com suas 
realidades, emoções, pensamentos e mudanças corporais. 
Deve-se conduzir o trabalho de modo que, ao final do mesmo, o aluno 
tenha uma concepção crítica sobre os conflitos que o acompanham no 
cotidiano, uma opinião própria, sem o senso comum, sem as pressões da 
mídia, da sociedade e da família, para que ele possa tomar suas decisões, e 
elas sejam as melhores para o seu desenvolvimento: físico, social e cognitivo. 
 
Saiba Mais 
Para compreender melhor sobre o desenvolvimento crítico 
do aluno e como a escola auxilia no mesmo, leia o artigo O 
papel da escola na formação de cidadãos críticos, o qual 
faz uma abordagem geral do assunto. 
Disponível em: http://www.marupiara.com.br/o-papel-da-
escola-na-formacao-de-cidadaos-criticos/ 
 
 
É importante priorizar a promoção de saúde e não somente da beleza ou 
estética, como a mídia impõe. Incentivando essa campanha de recuperação, 
manutenção e planejamento da saúde nos adolescentes é possível conseguir 
mudanças a longo prazo, porém significativas. 
Saúde, sem dúvida, é um dos assuntos que mais se discute na 
sociedade atual. Alguns autores apontam a saúde e a qualidade de vida como 
principal fator para o desenvolvimento político, econômico e social de 
determinada sociedade. 
 
 
 
45 
 
 
Saiba Mais 
Quando se fala de saúde, vem agregado a ela um outro 
conceito, o de qualidade de vida. Sobre o assunto, leia o 
artigo Qualidade de vida: abordagens, conceitos e avaliação, 
o qual mostra as diversas abordagens de qualidade de Vida. 
Disponível em: 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-
55092012000200007 
 
A saúde é alvo de programas de televisão, está presente nos discursos 
de políticos, e não é difícil aparecer o assunto nas rodas de amigos, sempre 
alguém tem algo a acrescentar a comentar sobre saúde. 
Muitas vezes trabalhar com esse conceito na escola, torna-se obsoleto e 
existe uma determinada dificuldade para trabalhar com esse conteúdo nas 
aulas de Educação Física. 
A reportagem “O Mundo Diz Não As Tentações” publicada na revista 
“ISTO É” do dia 30 de julho de 2003, informa que o planeta tinha seis bilhões 
de habitantes, sendo que 1,4 bilhão estava com excesso de peso. Já no Brasil, 
40% da população estava com quilos a mais do que deveria. 
 Nesta mesma análise de dados, atenção maior deve ser dada às 
crianças, pois pesquisas revelam que uma criança em cada sete, entre 6 a 11 
anos, está no mínimo 25% acima do peso ideal. (Revista Veja – 02/06/2004) 
Crianças obesas de até 6 anos têm 33% de chances de serem adultos obesos, 
com 10 anos o percentual é de 50% e entre os adolescentes cresce para 80%. 
 Assim, o problema do ponto de vista técnico é considerado pela 
Organização Mundial da Saúde como uma epidemia. E é por isso que 
governantes, profissionais da área de saúde e empresas se voltam atualmente 
para essa difícil situação. 
 
4.1 Alimentação e Nutrientes 
 
 
46 
 
 A obesidade é responsável por várias doenças cardíacas o infarto, 
derrames, diabetes, e é consequente o aumento do número de internações 
pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 
 O excesso de peso e o sedentarismo aumentam os níveis de pressão 
arterial, favorecendo o desenvolvimento da hipertensão (pressão alta), além de 
elevar a taxa de colesterol no organismo. Esses fatores, por sua vez, colocam 
o coração em perigo. 
 O corpo é formado de moléculas simples, como a água, mas também 
por moléculas mais complexas, como as proteínas, gorduras, açúcares e sais 
minerais. 
As moléculas complexas são formadas principalmente por átomos de 
carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio que se ligam mantendo unidos os 
átomos das moléculas. Essas formam as substâncias presentes nos corpos e 
nos alimentos. A energia química contida nessas ligações entre os átomos 
forma as proteínas, os açúcares e as gorduras contidos praticamente em todos 
os alimentos. 
 
Importante 
 
É através da urina, suor, células mortas e de gases, que se está 
continuamente perdendo substâncias, mas a composição do 
corpo permanece constante. Isso porque é através da 
alimentação que o ser humano repõe as perdas, cresce e se 
mantém vivo. 
 
 
 Os alimentos são constituídos por uma mistura de substâncias. Nenhum 
alimento contém todas as substâncias para o bom funcionamento do 
organismo humano. Precisa-se conhecer a composição dos alimentos e 
combiná-los entre si, de modo a conservar o valor nutricional. Por sorte a 
alimentação tradicional do brasileiro é uma combinação adequada, como o 
arroz e o feijão. 
 
47 
 
 A digestão consiste em fragmentar os alimentos em unidade menores 
de alimentos, substâncias mais simples que podem ser assimiladas pelo 
organismo. 
 As proteínas liberam os aminoácidos que se combinam de forma 
diferente, formando suas próprias proteínas, as quais são absorvidas e 
transportadas pelo sangue. Podem ser de origem animal presente nas carnes, 
no leite, nos ovos, ou de origem vegetal encontradas nas leguminosas como 
nos feijões, soja, grão-de-bico, etc. 
 As gorduras liberam seus ácidos graxos, ácidos orgânicos com grande 
quantidade de átomos de carbono, e glicerina que atravessam a parede 
intestinal que se recombinam novamente, aonde vão se unir com as proteínas 
sintetizadas formando as lipoproteínas. As lipoproteínas são transportadas para 
o coração, de onde se encaminham para corrente sanguínea e são distribuídas 
para todo o organismo. Algumas gorduras vão passar diretamente aos 
capilares sanguíneos que irrigam o intestino. As gorduras, além de fornecer 
energia para o organismo, são responsáveis pela sensação de saciedade, pelo 
paladar dos alimentos e se constituem como fontes de vitaminas lipossolúveis 
(A,D,E,K). Aquelas que são de origem animal encontram-se nos tecidos 
adiposos e nos produtos lácteos. As gorduras de origem vegetal, encontram-se 
nas sementes. As frutas e hortaliças apresentam pequenas quantidades. Bons 
exemplos de gorduras de origem vegetal são os óleos, e de origem animal são 
a manteiga e a banha. As gorduras animais apresentam uma substância 
denominada colesterol, parecida com uma cera, além dos ácidos graxos. 
 Apesar do colesterol ser uma substância que em excesso no organismo 
é responsável pelas doenças do aparelho circulatório, ele é utilizado na 
formação das membranas celulares e na síntese de outras substâncias como 
os hormônios sexuais. 
 Por isso, o fígado sintetiza quatro vezes mais que a quantidade ingerida 
na alimentação. Porém, quando em excesso, o colesterol deposita-se nas 
paredes dos vasos sanguíneos, artérias e veias, formando placas que 
endurecem e com o tempo podem dificultar ou até bloquear a passagem de 
sangue. Esse quadro é diagnosticado como arteriosclerose. 
 
 
48 
 
 
Fonte: http://www.saudedescomplicada.com/doencas/arteriosclerose-e-aterosclerose/ 
 
Os vegetais não sintetizam colesterol, portanto os alimentos 
que derivam de vegetais não tem colesterol. 
 
 
 
 Os açúcares quando são fragmentados se transformam num açúcar 
mais simples, a glicose. Ao saborear massas, doces, batata, leite, pães etc., 
ingere-se açúcar. O organismo usa pequenas quantidades de carboidratos, o 
restante é completamente queimado com a respiração celular, formando CO2 e

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