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ETEC COTIA CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO JÚLIA AYUMI KUDO LIVIA APARECIDA GONÇALVES MAINARA BARBOSA DA SILVA VITÓRIA DA SILVA MACHADO IMPACTO DE UMA GESTÃO INOVADORA PARA AUMENTAR A PRODUTIVIDADE DE UM EMPREENDIMENTO NO ESTADO DE SÃO PAULO COTIA – SP DEZEMBRO / 2020 JÚLIA AYUMI KUDO LIVIA APARECIDA GONÇALVES MAINARA BARBOSA DA SILVA VITÓRIA DA SILVA MACHADO IMPACTO DE UMA GESTÃO INOVADORA PARA AUMENTAR A PRODUTIVIDADE DE UM EMPREENDIMENTO NO ESTADO DE SÃO PAULO COTIA- SP DEZEMBRO / 2020 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Etec Cotia, do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, como requisito para a obtenção do diploma de Técnico de Nível Médio em administração sob a orientação das Professoras Natasha Young Buesa e Gisele Leite Silva Maia. JÚLIA AYUMI KUDO LIVIA APARECIDA GONÇALVES MAINARA BARBOSA DA SILVA VITÓRIA DA SILVA MACHADO IMPACTO DE UMA GESTÃO INOVADORA PARA AUMENTAR A PRODUTIVIDADE DE UM EMPREENDIMENTO NO ESTADO DE SÃO PAULO Aprovada em : ______ / _______ / _________ Conceito: ______________________________ Banca de Validação: _________________________________ - Presidente da Banca Professor............................................................... Etec Cotia Orientador ___________________________________ Professor ............................................................ Etec Cotia ____________________________________ Professor ............................................................ Etec Cotia COTIA – SP 2020 AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente à Deus. Ademais, somos gratas às orientadoras Natasha e Gisele, que nos acompanharam durante essa jornada, bem como aos demais professores que contribuíram com nosso trabalho; aos nossos pais, que com muita paciência foram compreensivos e nos ajudaram a sermos perseverantes; aos nossos colegas (em específico: David e Alice) que nos acalmaram e incentivaram; aos produtores de entretenimento (Studios Ghibli, BTS), que nos ajudaram a levar o tcc com maior calmaria; em específico, ao querido professor Johnny, que nos inspirou a fazer este trabalho. Por fim, agradecemos umas às outras, pelo apoio, compreensão, paciência, risadas e distração em momentos de tensão. EPÍGRAFE Essa é a elite das falhas, da qual o maior erro é não ralar o suficiente. Maurício Benvenutti. RESUMO A gestão inovadora é aquela que segue as atuais tendências e soluções empresariais em todos os âmbitos de um negócio, de modo que as evoluções econômicas e tecnológicas sejam acompanhadas e reproduzidas em proporção. Sendo assim, o objetivo principal do trabalho foi identificar qual o impacto de uma gestão inovadora para aumentar a produtividade de um empreendimento no Estado de São Paulo. De modo a atingir o objetivo, essa pesquisa foi feita por meio de abordagem descritiva-quantitativa, desenvolvida por meio de pesquisa bibliográfica e estudo de caso, cujo os fins foram descritivos e exploratórios. Para isso, foram enviados questionários, tanto de forma online, quanto aplicados presencialmente, para os CEO's, administradores, gestores e profissionais de RH do Estado de São Paulo, questionando-os em relação à produtividade e o sistema interno de gestão de pessoas da empresa. A partir disso, foi possível concluir que a atuação do setor de Gestão de Pessoas impacta positivamente na produtividade de um empreendimento, sendo os principais impactos: melhora na produtividade dos funcionários, aumento no desempenho dos demais setores da empresa, vantagem competitiva no mercado e melhoras na cultura e desenvolvimento organizacional. Outrossim, constatou-se que nenhuma empresa deixa de inovar, pois precisa acompanhar desde as tendências de mercado e exigências internas, até a concorrência, evidenciando como uma gestão inovadora, apesar de suas dificuldades, exerce um impacto de extrema importância para aumentar a produtividade de diversos setores de uma empresa no estado de São Paulo, propondo maior resiliência e sendo um estímulo para avançar no mercado. Palavras-chave: Gestão de Pessoas. Gestão Inovadora. Produtividade. Abstract The innovative management is one that follows current trends and business solutions in the whole ambit of a business, so that the economic and technological developments are monitored and reproduced in proportion. Therefore, the main objective of this work was to identify the impact of an innovative management to increase the productivity of a business in the State of São Paulo. In order to achieve the objective, this research was done through a descriptive-quantitative approach, developed through bibliographic research and case study, whose purposes were descriptive and exploratory. To that, questionnaires were sent online, and also applied in person, to CEOs, administrators, HR managers and professionals from the State of São Paulo, questioning them about the relation between productivity and the intern system of people management of the company. From that, it was possible to conclude that performance of People Management sector has a positive impact on the productivity of an enterprise, the main impacts being: improvement in employee productivity, increase in the performance of other sectors of the company, competitive advantage in the market and improvements in culture and organizational development. Furthermore, it was found that no company stops innovating, because they need to keep up with, since market trends and internal requirements, to the competition, evidencing how innovative management, despites its difficulties is necessary for the company to improve the productive results of its activities. Keywords: People management. Innovative management. Productivity SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 8 2. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................... 11 2.1. Conceito e Modelos de Gestão de Empresas .............................................. 11 2.2. Breve Origem e Evolução da gestão ......................................................... 12 2.3. Impacto da inovação na gestão de pessoas durante a primeira Revolução Industrial .................................................................................................................... 12 2.4. Impacto da inovação na gestão produtora durante a segunda Revolução Industrial .................................................................................................................... 14 2.5. Vertente da Gestão Inovadora ...................................................................... 15 2.5.1. Empowerment .......................................................................................... 16 2.6. Mudanças no sistema de Gestão de Recursos Humanos (GRH) ............... 16 2.7. Benefícios de uma gestão inovadora para um empreendimento ................ 17 2.7.1. Resultados de empresas que aderiram a uma gestão de pessoas inovadora ............................................................................................................... 18 2.7.2. Como esse modelo de gestão reflete no empreendedorismo interno ... 19 2.8. O que impede uma empresa de inovar ......................................................... 212.8.1. Capital limitado ......................................................................................... 21 2.8.2. Empresas tradicionalistas e o medo de arriscar ..................................... 22 2.8.3. Carência de pessoal especializado para implantar inovação ................. 23 2.8.4. Fatores legais ........................................................................................... 23 2.9. Desafios no crescimento de uma empresa .................................................. 23 2.9.1. A agilidade e a Gestão de Tempo ........................................................... 25 3. METODOLOGIA E ESTUDO DE CASO ................................................ 26 3.1. Universo, Amostra e Coleta de Dados .......................................................... 26 4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ......................................................... 27 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 38 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 40 8 1. INTRODUÇÃO Atualmente, no cenário econômico mundial, a gestão empresarial tem sido essencial para estabelecer concorrência no mercado, determinando o direcionamento, interno e externo, para o crescimento da empresa. Todavia, tem-se debatido a respeito da forma de gestão que deve ser aplicada a uma empresa para que seu desenvolvimento seja significativo, evitando estagnar suas atividades em relação à concorrência. Será explicado, então, o impacto de uma gestão inovadora para aumentar a produtividade de um empreendimento, seja este um grande negócio ou uma pequena empresa. Visto isso, será realizada uma pesquisa com CEO’s, administradores, gestores e profissionais de RH do estado de São Paulo para analisar como gerenciam suas empresas e coordenam a inovação de seus negócios. O tema foi escolhido pois fazer um estudo sobre a gestão de uma empresa agrega em melhorias e na identificação de oportunidades em potencial para alavancar as atividades internas e, também, comerciais. No âmbito social, tal estudo é importante para incentivar novos empreendedores, movimentar as atividades econômicas de forma adaptada ao público, beneficiando ambas as partes, impulsionando um desenvolvimento para todos os envolvidos no processo, sejam eles funcionários, gestores ou consumidores, e o ambiente no qual essa mudança ocorre. Consequentemente, é importante estudar a gestão inovadora para que os futuros administradores saibam gerir de forma inteligente e flexível um negócio, agregando novas técnicas de gestão e se adaptando às mais diversas situações no mercado e na empresa, reunindo conteúdo relevante a qualquer tipo de empreendimento. A gestão inovadora visa ampliar as formas de gestão de uma empresa, criando possiblidades de crescimento no ambiente interno, em principal, e externo, garantindo maior adaptação às adversidades, evitando maiores problemas na empresa. Tendo isso em vista, será desenvolvida a seguinte questão: qual o impacto de uma gestão inovadora para aumentar a produtividade de um empreendimento? Durante este trabalho, provavelmente será identificado que a gestão inovadora afeta positivamente o desenvolvimento da produtividade de uma empresa, visto que é uma forma de resiliência diante de crises, solucionando problemas internos, se 9 adaptando e criando oportunidades de avanço no mercado. Porém, não se trata de um problema de fácil solução, podendo exigir grande empenho das empresas perante os desafios que enfrentarão durante o processo. O objetivo principal é identificar qual é o impacto de uma gestão inovadora para aumentar a produtividade de uma empresa. De forma a atingir o objetivo geral, serão realizados os seguintes objetivos específicos: • Conhecer a origem, evolução e conceitos da gestão de empresas; • Explicar a vertente da gestão inovadora; • Apresentar os benefícios de uma gestão inovadora para um empreendimento; • Pontuar as dificuldades de implantar uma nova gestão; • Mostrar os impactos na produtividade de uma empresa quando é utilizado esse modelo de gestão; • Mostrar os resultados e fazer uma comparação entre empresas que aderiram a esse novo sistema de gestão mediante aplicação de questionário. O desenvolvimento deste trabalho será feito por meio de pesquisas: exploratória e descritiva, qualitativa e quantitativa, bibliográfica e, também, estudo de caso. Pesquisas exploratórias são caracterizadas por explorar um conceito. São principalmente utilizadas quando não há muita informação sobre o assunto estudado ou para se aprofundar ainda mais nele. Gil (2002, p.41) cita que: “seu planejamento é portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado”. Com essa afirmação, nota-se que é uma pesquisa que pode se aprofundar mais no assunto procurado, o qual pode ocorrer através de diversos meios tornando-o mais flexível. Sobre as pesquisas descritivas, Gil (2002, p. 42) cita que “têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”. Sendo assim, pode ser afirmado que esse modo de pesquisa tem o objetivo de determinar características, normalmente através de coletas de dados apurados dentro de uma determinada população. Há diversos estudos que podem ser classificados como pesquisas 10 descritivas. Em alguns casos podem ser comparados com as pesquisas exploratórias por determinar a origem de um problema e dar um novo caminho a ele. A pesquisa qualitativa é aquela que destaca e aprofunda características a respeito do estudo feito, que não podem ser observadas durante um estudo quantitativo. Richardson (1999, p. 80) menciona que "os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais". Em contrapartida, a pesquisa quantitativa caracteriza-se pela utilização de instrumentos estatísticos, seja na coleta ou no tratamento dos dados. Esse tipo de pesquisa faz uma busca mais superficial a respeito da problemática, encontrando uma ocorrência geral dos fatos acerca dela. (RICHARDSON, 1999) Por sua vez, o autor explica que, compreende-se por pesquisa bibliográfica a revisão da literatura utilizada sobre os principais fatores teóricos que norteiam o trabalho científico. Essa revisão é conhecida por levantamento bibliográfico, o qual pode ser efetuado por meio de artigo de jornais, periódicos, livros, sites da internet entre vários outros. O estudo de caso, de acordo com Yin (2001), trata-se de um tipo de pesquisa, cujo propósito consiste em estudar determinado problema ou situação, a fim de explicar, detalhadamente, porque e como ele se realiza. Logo, no decorrer do estudo, avaliam-se alguns fatores para construção de argumentos coerentes, sendo, talvez, propostas algumas soluções para o problema. 11 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. Conceito e Modelos de Gestão de Empresas As empresas têm um sistema organizacional baseado em seus objetivos que é focado no crescimento empresarial, trazendo sempre um número de resultados cada vez maior e melhor. É um esforço organizado por determinadas pessoas para auxiliar a produção de bens ou serviços com o propósito de vendê-los ao mercado, sendo recomendados financeiramente. Seja para uma multinacional ou até para um pequeno negócio, a gestão tem um papel indispensável, pois é a base do sucesso de qualquer empreendedor, visto que diariamente o mercado exige mais competitividade, dinâmica e a mudança é sempre constante. (CHIAVENATO,2007). A gestão nada mais é do que a administração do seu negócio. Para Chiavenato (2007), o gestor necessita de sua capacidade e preparo técnico para prever possíveis novos riscos e desafios para que, de maneira cautelosa, saiba lidar com eles da melhor maneira. Ele é o responsável pela longevidade de um negócio, é a base de estruturação empresarial, e, se a base não for sólida, todo o resto da estrutura do projeto também não será. Por isso o objetivo de uma boa empresa é ter uma boa gestão responsável com atitudes racionais. (TAYLOR,1990) Em geral, existem dois modelos de gestão que são bastante conhecidos e que conseguem suprir a necessidade de várias organizações: tradicional e moderno. Para escolher o melhor modelo para cada caso, é importante que os gestores definam como a empresa se porta diante do mercado, a maneira como conduzem o trabalho e a organização, estruturando a forma como alcançarão as principais metas e objetivos. Assim, a administração não se confunde com a execução, porém paira sobre ela para garantir eficácia e a eficiência (CHIAVENATO, 2007). Ademais, deve-se pensar acerca da produção dos bens ou serviços, integração dos processos e as reações da empresa perante adversidades. 12 2.2. Breve Origem e Evolução da gestão A origem da gestão tem início estimado em 5.000 a.C., na Suméria, quando os habitantes da região buscavam maneiras de melhorar seus problemas práticos, tendo origem a arte de gestão. Com o passar do tempo essa gestão foi se expandindo e fazendo com que outras regiões adotassem também essa prática, tanto para ajudar em seus governos, quanto para trabalhos e projetos que não dariam certo se não fossem feitos de maneira tão sistemática e organizada. Para Chiavenato (2007), gestão é um engenho que proporciona inovação e desenvolvimento econômico constante. O fenômeno que revolucionou e inovou a gestão das empresas de maneira significativa foi a Revolução Industrial, na Inglaterra, no final do século XVIII, com a invenção da máquina à vapor. Segundo a perspectiva de Hobsbawm (2015), tal criação foi o ponto de partida para essa repercussão revolucionária. O uso da invenção no processo fez com que a velocidade de produção aumentasse significativamente, trazendo rápidas mudanças econômicas, sociais e políticas, se estendendo, então, para outros países. Durante esse evento revolucionário o mundo não era mais o mesmo e os métodos de gestão também não. 2.3. Impacto da inovação na gestão de pessoas durante a primeira Revolução Industrial A invenção da máquina a vapor e suas muitas adaptações para serem utilizadas em diversas áreas, foi uma das invenções inovadoras mais promissoras do final do século XVIII, que auxiliou no avanço da produção têxtil. A adaptação responsável por grande parte dos lucros da Inglaterra durante a primeira Revolução Industrial era a máquina de tear mecânica que, conforme dito por Pevsner (1995), substituiu a produção artesanal pela rotina mecânica. Isso era algo tão inovador na época que quebrava todos os limites de velocidade e de produção artesanal. A criação estava acima da capacidade dos artesãos, como cita o historiador Hobsbawm (2015). A grande produção industrial fez com que tal invenção afetasse a imagem da tecelagem, fazendo com que suas características artísticas e artesanais passassem a ser associadas a um trabalho automático e braçal (PEVSNER, 1995). Dessa 13 maneira, podia ser realizado por qualquer pessoa de qualquer idade e gênero, sem ter, necessariamente, uma especialização ou conhecimento básico na área, fazendo com que houvesse grandes oportunidades de empregos nas indústrias têxteis. Sob essas condições, os trabalhadores, em sua grande maioria mulheres e crianças, trabalhavam muito e recebiam pouco (HOBSBAWM, 2015). Isso era bom para as empresas, pois os salários deles eram 50% menores do que os salários dos operários homens adultos, o que desencadeou, em 1848, o Ludismo e o Carlismo, dois movimentos dos operários nos quais se buscavam melhores condições trabalhistas. Porém, essa não era uma causa sustentada apenas por operários pobres, como é citado por Hobsbawm (2015). Diversos setores econômicos foram afetados pela Revolução Industrial, desde pequenos comerciantes, até mesmo a pequena burguesia, assim despertando a revolta de muitos. Com base nos problemas dentro das indústrias que surgiram, desde a criação da inovadora máquina a vapor até a má gestão dos funcionários, seus salários injustos, contratações e cargas horárias exaustivas, houve uma necessidade de soluções tão inovadoras quanto a invenção que transformou o ambiente de trabalho em um lugar mais ‘justo’. Então, no início do século XX, em 1903, Frederick Winslow Taylor aparece com suas teorias inovadoras que ajudaram a inovar a gestão nas empresas. Segundo Taylor (1990), a administração é uma ciência que, se aplicada corretamente, irá trazer resultados admiráveis. Na teoria, questões salariais, em exemplo, afetavam a produtividade e a velocidade dos funcionários visto que estes são ambiciosos. Portanto, atribuir-lhes um pagamento maior por sua competência seria como um incentivo adicional para sempre buscarem um melhor rendimento, assim beneficiando o empregador (TAYLOR, 1990). Com isso, os superiores das indústrias adotaram a metodologia de oferecer recompensas para aqueles fabricantes que se destacassem ou que tivessem maneiras inovadoras de expandir a produção de forma rápida e sem muito investimento (HOBSBAWM, 2015). Uma série de outros problemas na gestão de empresas foram solucionados graças às teorias ousadas e inovadoras de Taylor e vários outros que contribuíram para transformar a administração nessa área fundamental, pois, como dizia Jobs (1997, apud ISAACSON, 2011), as únicas pessoas que são loucas o suficiente para acreditar que podem mudar o mundo são aquelas que realmente o mudam. 14 2.4. Impacto da inovação na gestão produtora durante a segunda Revolução Industrial A inovação é incessante. Há mais de um século, em 1903, criada por Henry Ford, nascia a atual e marcante Ford Motor Company, uma fábrica que iria revolucionar e marcar a segunda fase da Revolução Industrial de uma maneira memorável. Para Crowther e Ford (1925), as máquinas só são úteis quando proporcionam uma facilidade de viver, por isso ele não considerava suas criações como simples invenções, e sim, como uma teoria que tentava fazer do mundo algo melhor para a vida. Além disso, de acordo com Crowther e Ford (1925), se a padronização não viesse acompanhada de uma redução do preço seria sinal de um mal negócio, isso ganhou fama de ‘sistema Fordista’. Com isso, em 1914, criou o método inovador do uso de esteiras rolantes para a produção de automóveis em massa para baratear os produtos de maneira considerável. Junto com o aumento de produção veio a queda do preço dos produtos e da qualidade, acompanhados de grandes desperdícios em diversas áreas de produção, assim deixando claro que tal ato inovador possuía diversas falhas que precisavam de reparos. Ford e Crowther (1925) deixavam claro que sua ambição era fabricar peças de modo que tivessem uma grande duração. Em 1962, Taiichi Ohno cria o Sistema Toyota de Produção, o Just in time. Tal invenção foi devido à necessidade de corte de custos e de desperdícios dos produtos. Ohno (1997) cita que a imitação de produção em massa do sistema americano poderia ter trazido resultados positivos durante muito tempo para os americanos, mas, no Japão, poderia ser algo perigoso para a indústria, mesmo que fosse um método adotado em diversas áreas da indústria japonesa. Assim, foi criado o sistema toyotista que tinha como propósito produzir muitos modelos diferentes em pequenas quantidades, reduzindo consideravelmente o desperdício. (OHNO, 1997)A comparação do sistema toyotista com o sistema fordista é que ambos estavam baseados no sistema de fluxo do trabalho, mas a diferença é que a Ford se preocupava com o armazenamento de peças enquanto a Toyota eliminou todo o depósito. Isso se deu porque, segundo Ohno (1997), a eliminação do desperdício é a 15 base do sistema de produção toyotista, e na perspectiva de Ford e Crowther (1925) a meta era produzir cada vez mais aperfeiçoando a qualidade. Assim como na primeira Revolução Industrial, a segunda também teve falhas desenvolvidas após uma invenção inovadora e teve como solução atitudes inovadoras. Como apontado por Ohno (1997), o progresso não se deve à satisfação de algo e sim à ausência de novos métodos de aperfeiçoamento, sem isso as pessoas nunca seriam capazes de fazer novas perguntas que levariam à novas respostas inovadoras. Tendo isso em vista, é possível analisar que desde o princípio e durante a evolução da gestão, o risco de inovar se mostra presente até os dias atuais. Segundo Chiavenato (2007) a decisão de coordenar uma empresa deve ser muito bem planejada, o empreendedor deve estar profundamente focado em acompanhar o mercado e saber lidar com todas as dificuldades que provavelmente irá enfrentar, assim fortalecendo-se e evitando a morte prematura de seu negócio, deixando claro que um bom empreendimento deve estar atento às inovações e acompanhando tudo de acordo com a necessidade do público, pois, o processo de implantação de uma gestão inovadora é necessário, apesar de seus diversos riscos. 2.5. Vertente da Gestão Inovadora Para Tálamo (2002), inovação é o que compreende a disponibilização de uma invenção para ser consumida em larga escala. Portanto, todos os modelos de gestão são inovadores para a época em que estão contextualizados, assim, a considerada gestão inovadora é aquela que acompanha as principais tendências e soluções corporativas mais atuais, englobando a empresa como um todo, de modo que as tendências tecnológicas e econômicas sejam acompanhadas e reproduzidas em larga escala. Segundo Bessant e Tidd (2009), é essencial que se mude o que é oferecido ao mundo, como se cria e se oferta, para que um empreendimento não seja superado por seus concorrentes, necessitando de novas estratégias de gestão empresarial. Ademais, “praticamente todo o crescimento econômico desde o século XVIII é resultante, em última análise, da inovação” (Bessant e Tidd, 2009, p.5), destacando a 16 importância de inovar nos métodos de gerir um empreendimento para se ter vantagem competitiva e aumento da produtividade em questão. 2.5.1. Empowerment O Empowerment é a ação da administração de descentralizar a autoridade em uma organização, aproximando-se do produto e do cliente ao máximo. Ademais, tem como finalidade o fortalecimento das equipes e dos funcionários, o aumento da proatividade e assim, consequentemente, gerando maior autonomia e iniciativa individual dos empregados (CHIAVENATO, 2014). Além disso, o empowerment está atrelado ao rendimento produtivo da empresa, tendo em vista que “é uma abordagem do projeto de trabalho que visa delegação de poder de decisão, a fim de aumentar a eficiência e a eficácia nas organizações” (RODRIGUES, 2002, p.28). Outrossim, essa inovação pode gerar um aumento produtivo dos funcionários por meio da redução ou até prevenção dos problemas que podem vir a encontrar, segundo Rappaport (1990). Para Chiavenato (2014) isso se dá pelo fato de que o empowerment, lida com a autoestima das pessoas, dando novas responsabilidades para as tarefas, incentivando a participação decisiva, acentuando o empoderamento individual e em equipe e dando visibilidade e reconhecimento aos funcionários. Assim, cria-se um sentimento coletivo empresarial, uma sensação de pertencimento que impulsiona o desempenho. 2.6. Mudanças no sistema de Gestão de Recursos Humanos (GRH) Para Caetano e Vala (2007), a área de Recursos Humanos (RH) constitui, por meio do conhecimento, experiências e competências dos funcionários, a base competitiva da empresa. Ou seja, o elemento humano é um dos principais pilares a ser movimentado em um processo de inovação, visto que é ele que garante o funcionamento de um empreendimento. 17 Bergamini e Coda (1997) citam que, para obter-se eficazmente as estratégias e objetivos da empresa, é necessário que se resolvam os problemas de integração interna por meio de esforço cooperativo e estabilidade das pessoas na organização. Assim, cria-se uma cultura organizacional diferenciada e inovadora, facilitando a integração empresarial dos funcionários. É nesse sistema de gestão que entram os benefícios e recompensas da empresa, artifício utilizado para a motivação de funcionários, visando aumentar a produtividade e qualidade do rendimento. Dessa maneira, Chiavenato (2014) diz que é necessário que a gestão de pessoas da empresa proporcione funcionários bem treinados e motivados, ou seja, “construir o mais valioso patrimônio da empresa – as pessoas – significa preparar e capacitar continuamente as pessoas” (CHIAVENATO, 2014, p.12). Essa preparação constante se dá através do sistema de recompensas, porém é apenas o primeiro passo que precede. Portanto, o segundo passo é: reconhecimento não monetário dos esforços pessoais das equipes e empregados, auxiliando na autoestima de cada funcionário, motivando e desenvolvendo as equipes. Ademais, visando esse estímulo interno, tem-se o chamado endomarketing. Para Bekin (1995, p.2) “o endomarketing consiste em ações de marketing voltadas ao público interno da empresa, com o fim de promover entre seus funcionários e departamentos valores destinados a servir o cliente”, assim promovendo valores próprios, motivados cada vez mais pelos valores não-monetários. Além de beneficiar a cultura organizacional, mudanças internas, seja no endomarketing ou gestão de pessoas, é responsável por agregar benefícios às empresas que o aplicam. 2.7. Benefícios de uma gestão inovadora para um empreendimento Uma gestão inovadora acarreta demasiados benefícios para uma empresa. Dentre eles estão o estímulo ao empreendedorismo interno, apresentar um diferencial competitivo no mercado, conquista de clientes, integração de equipe e criação de uma cultura organizacional mais participativa. 18 2.7.1. Resultados de empresas que aderiram a uma gestão de pessoas inovadora Como citado, foi percebido que não há um método específico para uma Gestão Inovadora, afinal, assim como dito por Masters e Thiel (2014), não existe um padrão na forma de inovar. Diante disso, muitas empresas encontram jeitos de se adaptar e adquirir novas técnicas e adotar atitudes que aperfeiçoem seus negócios. Para isso, tem-se dado maior importância à gestão de pessoas, valorizando cada vez mais a produtividade e bem-estar de seu colaborador, contribuindo tanto de forma interna, como externa à empresa. Segundo Rhinow (2001), o enfoque na gestão de pessoas é concentrado quando a empresa evidencia a necessidade de um aprendizado organizacional, pelo fato de as pessoas serem consideradas essa fonte de aprendizado nas corporações. Com isso, empresas revolucionárias têm dado a devida atenção à motivação e ao conforto de seus funcionários, visto que funcionários desmotivados podem afetar toda a produtividade da empresa. Entretanto, por outro lado, confortáveis em seu ambiente, podem contribuir para o referencial em termos de qualidade da empresa, transmitindo os seus reais valores para seus clientes. A Nubank é um exemplo disso. Conhecida também pelo seu excelente atendimento, a empresa proporciona aos seus ‘nubankers’ um ambiente descontraído na própria empresa, que conta com piscina de bolinhas em áreas abertas, sinuca, ping pong, vídeo game em espaços para relaxar etc. Em seu blog,eles afirmam que “nosso objetivo é ter um ambiente que traduza e reforce os nossos valores. Um local que fortaleça nossos times e nos ajude na nossa missão de descomplicar a vida financeira das pessoas.” (EQUIPE NUBANK, 2020, par. 18). Com isso, atribui-se a ela vantagens competitivas com sua estratégia inovadora perante os concorrentes, já que seu time é referencial no quesito atendimento ao cliente, devido à atenção dada à gestão de equipe. Dessa maneira, Benvenutti (2016, p. 74) relata que, o verdadeiro status é “aquele que existe dentro de você: seu conteúdo, suas ideias, sua capacidade de inspirar”, e, mediante o exposto, muitas empresas estudam a maneira correta de treinar os seus funcionários, a fim de que se sintam importantes e participem de uma 19 cultura inovadora e inspiradora. Isso é o mesmo que a Starbucks transmite: uma cultura organizacional que demonstre a sua real missão, tanto aos clientes, quanto aos funcionários. Virgil Jones relata em Michelli (2014, p. 14) a respeito de um atendimento inovador que o gerente da Starbucks ofereceu a ele, em que perguntou ao rapaz se ele era novo por lá e lhe ofereceu um mocha (bebida vendida no Starbucks à base de café). Jones acrescenta dizendo que "ele meu (sic) entregou a bebida e disse: 'Essa é por minha conta, mas quero que você volte. Da próxima vez eu vou lhe apresentar alguns outros dos nossos cafés'". Logo, com esse atendimento exclusivo por parte do gerente, os benefícios foram notórios: além de ter ganhado um cliente, conquistou um fã da loja que em seguida decidiu que queria trabalhar na companhia. Além disso, integrar colaboradores ao objetivo principal da organização é fundamental para se diferenciar no mercado competitivo e alcançar os resultados almejados, assim como dito por Magaldi e Neto (2018). Os autores relatam o sucesso da Sony, na década de 90, e como seu auge foi passageiro. Isso, devido ao fato de a empresa ser desintegrada. As repartições possuíam objetivos distintos do principal. Dessa forma, foi substituída rapidamente pela Apple, que diferentemente da Sony, integrou seus funcionários ao propósito da época, levando-os à melhoria contínua na produção de novos equipamentos e tecnologias. Em virtude dos fatos mencionados, torna-se evidente que, para aplicar a inovação dentro de um negócio, deve-se focar no que a empresa produz internamente, com relação ao capital humano proporcionado pelos funcionários que agregam valor à empresa. Logo, é necessário dedicação para coordenar de forma produtiva os colaboradores de uma organização, sendo eles determinantes para o sucesso ou fracasso de determinado propósito (WAENGERTNER, 2018). 2.7.2. Como esse modelo de gestão reflete no empreendedorismo interno Atualmente, as empresas buscam por um diferencial que as coloque à frente no mercado competitivo. Com isso, tem-se dado enfoque às competências exclusivas de cada colaborador, observando sua produtividade e empenho perante assuntos 20 visionários, com relação aos mercados interno e externo que afetam a empresa, e a forma como cada um se comporta diante de desafios, dedicando-se em contribuir com ideias inovadoras (LIMA, 2015). Para Baron e Shane (2007), são chamados intraempreendedores os funcionários que aplicam práticas inovadoras dentro da empresa na qual estão inseridos, ao invés de abrirem um estabelecimento próprio. Dessa maneira, funcionários assim são cada vez mais requisitados, no entanto, assim como dito por Hashimoto (2013), é necessário, antes, que a empresa estimule uma cultura organizacional mais participativa, proporcionando certa autonomia aos colaboradores contribuintes. Com relação a isso, a Porto Seguro é o exemplo de empresa que investe em seus intraempreendedores. Como visto em Waengertner (2018), a organização criou um plano, no qual, colaboradores apresentariam um projeto empreendedor, e caso a empresa visse que tinha chances de se desenvolver no mercado, o funcionário seria afastado por 6 (seis) meses para focar em seu projeto. Caso ele tivesse sucesso, poderia se demitir, e vir a ser sócio da Porto Seguro, com seu novo empreendimento; caso contrário, ele poderia continuar exercendo suas funções em seu cargo, ou ser transferido a fim de pôr em prática os conhecimentos adquiridos ao longo da experiência. Por esse modo, eles incentivam os seus colaboradores a crescerem profissionalmente, além de estimular o Intraempreendedorismo. Diante o exposto, vale ressaltar que, apostar em colaboradores de uma forma drástica como essa, requer da empresa uma cultura inovadora e que valorize o capital humano presente no seu negócio. Assim como dito por Silva (2015), é necessário que ela se conforme com as prováveis falhas que sofrerá, investindo em propostas revolucionárias, esquivando-se da estagnação de projetos, e apostando no que cada um de seus funcionários têm a oferecer. A empresa de telecomunicações Vivo também aderiu a uma gestão inovadora com foco na autonomia de seu pessoal, porém, seus resultados demoraram a ser obtidos. Ela propôs aos colaboradores a inserção em times autônomos, nos quais, cada esquadrão se encarrega de resolver desafios que se encontram para a empresa. Para isso, iniciou-se com um pequeno grupo de funcionários, já que alguns outros acharam a ideia estranha, de início. Logo, colaboradores compartilharam uns com os 21 outros e começaram a se empolgar cada vez mais com a ideia (WAENGERTNER, 2018). Tendo em vista o que foi abordado, percebem-se os benefícios atribuídos a uma organização que aposte nos seus empreendedores internos, e desse modo, é preciso que empresas com a gestão tradicional se adaptem às novas exigências que o mercado competitivo impõe, pois, segundo Magaldi e Neto (2018), certas empresas possuem receio em abrir-se ao desconhecido e aceitar que os atuais empreendimentos, ou mesmo que funcionários possam se responsabilizar por trazer diferencial e inovação ao seu negócio. 2.8. O que impede uma empresa de inovar Existem diversos fatores que fazem com que muitas empresas desistam de investir em uma gestão inovadora. O maior fator se dá pela incerteza de que haverá resultados. Segundo Beltrame et al. (2013), há diversos fatores que podem impedir um processo de inovação, dentre eles os econômicos, corporativos, culturais e legais. Empresas iniciantes e de pequeno porte não costumam inovar, pois, de acordo com Cristófoli et al. (2008, p.23), “os negócios iniciais adotam inovações, quando percebem oportunidades de negócio ou quando estão sob pressão de clientes e fornecedores”. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2005, p.26) também cita alguns motivos que impedem as empresas e fazem com que não iniciem o processo de inovação. Neles, são inclusos os “fatores econômicos, como custos elevados e deficiências de demanda, fatores específicos a uma empresa, como a carência de pessoal especializado ou de conhecimentos, e fatores legais, como regulações ou regras tributárias.” 2.8.1. Capital limitado Feigelson, Fonseca e Nybo (2018) contam que empresas iniciais desenvolvem seu negócio através de recursos próprios, o que pode tornar o processo de 22 crescimento lento. Isso torna mais difícil uma empresa investir em inovação, pois nem sempre há capital para arcar com as despesas e investimentos. Empresas pequenas e iniciantes, em fase de criação são impulsionadas através de investidores-anjos, que são pessoas jurídicas ou físicas as quais investem em empresas novas que acreditam ter potencial para crescer, mesmo assim o valor não é tão alto e esse processo tem se tornado cada vez mais seletivo. Com isso o empreendedor muitas vezes custeia seu projeto até certo ponto. (FEIGELSON, FONSECA e NYBO 2018) 2.8.2. Empresas tradicionalistas e o medo de arriscarDe acordo com Gimael (2019) empresas tradicionalistas normalmente passaram por uma mudança no mercado, mas os gestores mais antigos, que estavam presentes no crescimento da empresa através da adoção de uma determinada cultura, não querem adotar outros tipos de culturas. Assim, elas simplesmente não querem inovar. Seriam necessárias outras pessoas que conseguissem mudar essa forma de pensamento tradicionalista da empresa e de seus gestores. Como citam Faccin, Genari e Macke (2010), com a inovação de gestão vem implícito o desvio de princípios, processos e práticas tradicionais. Empresas podem ser tradicionais e se limitarem a fazer apenas o que tem funcionado há muito tempo e, como o processo de inovação é relativamente novo, empresas mais tradicionalistas que trabalham com o mesmo tipo de gestão há muito tempo, nem sempre gostam de inovar. Assim como dito por Gasalla (2007), com o decorrer do tempo vai se tornando mais arriscado ter atitudes conservadoras. Quando uma empresa se move, move também ao redor dela. Em uma empresa, o único jeito de saber como será a mudança é mudando antes, correndo risco. Não se sabe ao certo o que virá com a mudança, onde surge um outro problema que faz as empresas não quererem inovar, o medo de arriscar. 23 2.8.3. Carência de pessoal especializado para implantar inovação Muitas vezes não há pessoal especializado com conhecimentos para ser implantada alguma inovação. Uma empresa poderia precisar de profissionais na área de desenvolvimento e criação. Os agentes criativos, de acordo com Rezende (2002), utilizam de informações para solucionar diversos problemas dentro de uma empresa ou gerar ideias que ajudarão a ter vantagem competitiva. 2.8.4. Fatores legais Há algumas leis que devem ser seguidas e podem impedir ou dificultar algumas áreas para que a empresa inove. Vargas et al. (2015) analisam as leis que limitam a implantação de inovação, e ainda citam que nem sempre as limitações que existem pelas leis impedem que as técnicas modernas para aumento de eficiência e produtividade sejam implantadas. Há uma certa necessidade de análise por parte do setor judiciário da empresa. 2.9. Desafios no crescimento de uma empresa Segundo Rezende (2002, par.1) “Qualidade, produtividade e competitividade. Estes são os três conceitos sinalizadores dos atuais desafios das empresas que, nos últimos anos, passaram a constituir a trilogia do sucesso empresarial.” Aquilo que faz a empresa crescer é também um desafio. Para uma empresa crescer é necessário inovar e repensar sobre a estrutura do negócio, é importante saber como enfrentar os desafios do mercado, com a participação de pessoas qualificadas. (WAENGERTNER, 2018) Ferreira, Fortuna e Tachizawa (2006) comentam que o maior desafio dos gestores é melhorar a produtividade da mão de obra para que assim possa trazer maior qualidade no atendimento aos clientes e melhorar a competitividade no mercado. O crescimento de uma empresa acompanha o crescimento de desafios e complexidades. Dentro dela, há necessidade de inovar em diversas áreas para 24 crescer e se desenvolver melhor. Uma das coisas que movem a empresa são as pessoas, e com o crescimento da empresa é normal que haja o crescimento de pessoal, com isso é indispensável intensificar as áreas que afetam a competitividade da empresa (CHIAVENATO, 2014) Abrucio (2014) comenta que gerir pessoas no setor público é muito mais complicado do que no setor privado, e ainda, há valores que são complementares, mas podem criar conflitos e serem contraditórios. De acordo com Gasalla (2007) as empresas hoje em dia são muito padronizadas, e o que realmente as diferencia é a forma de gestão de pessoal da organização. A única coisa que realmente pode se achar em um ambiente altamente competitivo são as pessoas e a cultura organizacional. Uma boa gestão de pessoas é o fato mais impactante que pode trazer inovação, maior competitividade e produtividade para a empresa. Chiavenato (2014) cita que as empresas ultimamente têm investido em formas de gerenciamento e contratação de pessoal especializado, ao invés de investir nos seus clientes e produtos diretamente. Pessoas especializadas podem fazer grandes mudanças na empresa de forma a desenvolver melhor seus produtos e serviços, como no caso dos agentes criativos, que atuam através da informação para aumentar a competitividade da empresa e soluções de possíveis problemas. (REZENDE, 2002) Segundo Gasalla (2007) com o aumento da complexidade dos desafios da organização, deve ser aproveitado o conhecimento das pessoas, visto que as informações de cada participantes são deveras valiosas. Para saber aproveitar melhor o conhecimento que há dentro de uma empresa, se vê a necessidade de uma boa gestão do conhecimento, para avaliar e converter esse conhecimento em grandes transformações dentro da empresa. De fato, há diversos métodos que ajudam a empresa a superar desafios que muitas vezes estão relacionados com o pessoal. Alguns desses métodos são necessários e podem ser implantados como uma forma de inovação. A gestão do desempenho ajuda tanto a empresa, quanto seu pessoal. Ela está relacionada com a avaliação que pode identificar necessidade e medidas a serem tomadas com o foco sempre no desempenho. É um processo de gerenciamento que não se restringe a somente avaliação como ponto final. (ORSI e SILVA, 2014) 25 Investir no seu pessoal e em práticas que lhes ajudam pode também ajudar a empresa. As empresas e o seu pessoal se movimentam juntos, utilizando das capacidades e habilidades em conjunto, e assim entram em harmonia. Há diversos objetivos pessoais que certamente não seriam alcançados somente com dedicação. (CHIAVENATO, 2014) 2.9.1. A agilidade e a Gestão de Tempo Segundo Ferreira, Fortuna e Tachizawa, (2006) um dos maiores desafios é responder com agilidade às ameaças de concorrentes e às mudanças que ocorrem. Será necessária uma gestão de tempo de qualidade para que possa combater as ameaças com relação aos concorrentes da melhor maneira e eliminar problemas organizacionais relacionados com o tempo. De acordo com Jesus e Lima (2011), tornou-se comum um funcionário realizar atividades que antes eram feitas por duas ou mais pessoas, com isso vem a necessidade de saber controlar melhor o tempo, um desafio para muitos. Utilizar de ferramentas de gestão de tempo é essencial para o aumento de produtividade do pessoal e da empresa. Jesus e Lima (2011) ainda citam que a gestão de tempo pode trazer mais controle de recursos de uma forma mais eficiente e eficaz. A agilidade faz com que a empresa, além de ter uma boa produtividade, alcance uma vantagem competitiva, combatendo possíveis ameaças e melhorando os problemas organizacionais. 26 3. METODOLOGIA E ESTUDO DE CASO Esta pesquisa desenvolveu-se de maneira descritiva e quantitativa, caracterizada pela utilização de técnicas padronizadas para a realização da coleta de dados, feita exclusivamente por meio de questionário. 3.1. Universo, Amostra e Coleta de Dados Há, no estado de São Paulo, segundo o site DataSebrae (SEBRAE, 2020), 1.384.829 empresas de pequeno, médio e grande porte que poderiam responder ao questionário proposto. O questionário foi enviado, durante o mês de novembro, do dia 9 ao dia 23, para mais de 150 empresas e apenas 27 responderam, sendo 16 questionários válidos. Houve uma grande dificuldade, pois, muitas empresas não quiseram responder, algumas das empresas não podiam fornecer informações que já não fossem públicas, outras não responderam o e-mail que foi enviado, e, ademais, aconteceu de algumas empresas não atenderem ao telefone ou não disponibilizarem o contato dos gestores da área procurada. Ainda assim, 8 pessoas que responderamao questionário foram pessoas próximas que trabalhavam ou conheciam respondentes compatíveis com o público procurado na pesquisa. Além do envio do questionário por e-mail, também foi entregue de forma presencial. Foi feita a tentativa de contato com 20 empresas, obtendo 3 respostas por esse meio, 7 das empresas passaram outra forma de contato para que pudessem responder e, dentre essas 7 empresas, 2 responderam de fato. O questionário aplicado continha 12 questões: 1 aberta e 11 objetivas, dentre elas 1 pergunta filtro, 1 questão de classificação e 1 de escala Likert. O público-alvo se tratava de CEOs, administradores, gestores e profissionais de RH que tivessem trabalhado ou trabalhassem em empresas no estado de São Paulo. Necessitou-se do formulário impresso para a realização da pesquisa presencial e digital para aqueles realizados através da internet. Foi necessária a busca por um meio de contato, seja através do e-mail ou por meio do telefone da empresa. O questionário foi criado na plataforma Microsoft forms e disponibilizado através um link para que as pessoas pudessem responder. 27 4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Gráfico 1- Cargo dos respondentes Nesta pergunta foi questionado o cargo que os respondentes exercem na empresa que trabalham Fonte: Elaborado pelas autoras Pode ser observado que 41% das empresas não faziam parte do público-alvo. No entanto os demais respondentes faziam parte do público procurado, sendo eles: 25% profissionais de RH ou gestão de pessoas, 11% CEO’s, 19% administradores e 4% gestores, dessa forma, nota-se que a minoria das respostas foi através dos gestores. Nesta pergunta foi questionado o nome da empresa, seu ramo de atividade e o município em que está localizada. Quadro 1 – Empresas respondentes Nome da empresa Atividade que exerce Município localizado New space processos e serviços ltda Controle de Pessoa física e Pessoa jurídica - HF&F serviços Restauração de maquininha Cotia TRUE CPA GROUP Especializada em Auditoria e Consultoria Escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro Plural Pallets Eireli Serviços Cotia Softtek - Barueri - Academia - Lojão do Brás - - 11% 19% 4% 25% 41% CEO Administrador Gestor Profissional de RH ou Gestão de pessoas Outra 28 WTB Indústria Fabricante de transformadores de pequeno porte Cotia SURF CO - - BRASALPLA BRASIL INDÚSTRIA DE EMBALAGENS LTDA - Friozen Armazenagens – armazenagem frigorífico Jandira Fuchs lubrificantes do Brasil Ltda Ramo de lubrificantes para industrial, aplicações especiais e automotivo Barueri Mar del plata Captação de água, distribuição Cotia Dom Bosco Indústria de Plásticos Eireli Indústria no ramo de plásticos Cotia Espaço Colaborativo Educacional - - Monteferro América Latina Ramo metalúrgico, fazemos Guias e kits para elevadores Cotia Fonte: Elaborado pelas autoras A partir disso, nota-se a resposta de dezesseis empresas, sendo visto que a maior parte está localizada na zona oeste da região metropolitana de São Paulo, porém algumas não mencionaram a cidade específica em que atuam. Dentre as dezesseis, quatro não especificaram a atividade que exercem. E apenas uma empresa não identificou seu nome, apenas o seu ramo de atividade. Gráfico 2- Tempo de atuação da empresa Nesta pergunta questionou-se o tempo que a empresa atua no mercado Fonte: Elaborado pelas autoras Nota-se que 62% atuam no mercado há mais de dez anos, 19% das empresas atuam do mercado entre um a cinco anos, 13% das empresas atuam no mercado há 13% 19% 6% 62% Menos de 1 ano De 1 a 5 anos De 5 a 10 anos Mais de 10 anos 29 menos de um ano e apenas 6% atuam no mercado de cinco a dez anos. Pode ser notado então que a maioria atua no mercado há mais de dez anos. Gráfico 3- Relacionamento entre produtividade e o sistema interno de gestão de pessoas Foi questionado o nível de relação entre a produtividade da empresa e o sistema de gestão de pessoas. Fonte: Elaborado pelas autoras Observa-se que 75% das empresas afirmam que o nível de relacionamento é alto,19% têm um nível mediano e 6% afirmam que o nível é baixo. Pode ser notado que nenhuma empresa respondeu que eles não estão relacionados pois são independentes. Ademais, nota-se que também é alto o percentual de empresas que atua por mais tempo no mercado, mostrando que a produtividade que têm para se manter no mercado por tanto tempo está atrelada, indiretamente, ao setor de gestão de pessoas das empresas. 75% 19% 6% 0% 0% Altamente relacionados Nível mediano de relacionamento Baixo nível de relacionamento Não se relacionam, são independentes Não sei responder 30 Gráfico 4- Desenvolvimento da gestão de recursos humanos da empresa Aqui questionou-se o quão desenvolvida é área de gestão de recursos humanos da empresa (GRH). Fonte: Elaborado pelas autoras Constata-se que 56% dos respondentes consideram que a área de gestão de recursos humanos tem pontos a melhorar, 31% consideram a área bem desenvolvida e 13% que o desenvolvimento é mediano, pode ser visto que a maioria das empresas afirmou ter pontos a serem melhorados, ou seja, notam que podem obter melhor resultados vindos de seus funcionários e da gestão que exercem sobre eles. Gráfico 5- sistema de recompensas dos funcionários A pergunta levantada nesta questão foi, se há algum sistema de recompensa aos funcionários. Fonte: Elaborado pelas autoras 25% 43% 13% 19% 0% Não Sim, monetários Sim, não monetários Sim, monetários e não monetários outra 31% 56% 13% 0% 0% Bem desenvolvida Com alguns pontos a melhorar Médio desenvolvimento Pouco desenvolvida Não sei responder 31 Analisa-se que 43% falam que existe algum sistema de recompensas e é monetário, 25% das empresas não possuem nenhum sistema de recompensas aos funcionários, 19% possuem o sistema de recompensas monetário e não monetário e 13% afirmam que existe, mas são não monetários. Percebe-se então que grande parte das empresas possui um sistema de recompensas monetário, mas ainda assim a maioria também identifica que tem pontos a melhorar na gestão de pessoas, ou seja, os incentivos não monetários não são suficientes para obter o máximo da produtividade dos funcionários. Assim, nota-se a necessidade de recompensas não monetárias para incentivar o desenvolvimento do capital humano em uma empresa. Gráfico 6- Nível de Empowerment da empresa A questão levantada foi a do nível de Empowerment (delegação de poder) presente na empresa, sendo que 0 é o mais baixo e 5 o mais alto. Fonte: Elaborado pelas autoras Dentre as respostas, nota-se que oito empresas deram a classificação ‘4’, cinco empresas classificaram como ‘3’, uma empresa deu a classificação ‘1’ para o nível de empowerment da empresa, uma empresa classificou com ‘2’, e apenas uma empresa classificou o nível de empowerment como ‘5’, sendo assim, apenas uma das empresas possui o nível mais alto de delegação de poder. Dessa maneira, percebe- se que, independentemente do nível, a delegação de poder está presente em todas as empresas, ou seja, há autonomia dos funcionários em todos os empreendimentos, o que é necessário para não se ter um processo produtivo muito burocratizado e mais fluido. Observa-se esse tipo de delegação de poder na administração japonesa. 0 1 1 5 8 1 0 0 2 4 6 8 10 0 1 2 3 4 5 Não sei responder 32 Gráfico 7- Frequência de inovação da empresa Foi levantado o questionamento sobre a frequência da empresa com relação à inovação nos setores de gestão. Fonte: Elaborado pelas autoras Observa-se que 44% das empresas estão sempre inovando, 25% inovam quando percebem que a situação é mais oportuna, 19% dificilmente inovam de alguma forma e 12% apenaspara superar seus concorrentes ou para a resolução de algum problema interno. Pode então ser notado que todas as empresas inovam, porém as situações de inovação para cada uma delas é diferente, não há nenhuma empresa que não inove e continue com a mesma gestão estática. Assim, é notório que, para se manter no mercado, uma empresa deve estar sempre atenta às modificações que deve fazer para acompanhar as novidades externas, como a concorrência, e internas, como os novos funcionários. 44% 25% 12% 19% 0% Está sempre em constante inovação Inova em situações mais oportunas e pontuais Apenas quando precisa superar os concorrentes ou resolver algum problema interno Dificilmente tem alguma alteração no modelo de gestão da empresa Nunca, a gestão permanece a mesma 33 Gráfico 8- Benefícios da inovação para as empresas Nesta questão foi perguntado quais os benefícios trazidos por uma gestão inovadora, sendo essa uma questão de múltipla escolha. Fonte: Elaborado pelas autoras Dentre os resultados, nove das respostas foram para um dos benefícios sendo a garantia que a gestão de funcionários vá refletir também na satisfação dos clientes, nove sendo que a inovação ajuda na integração de equipes, oito sendo que a inovação incentiva uma cultura organizacional mais participativa, sete sendo que o estímulo ao empreendedorismo interno é um dos benefícios trazidos através de inovação, seis respostas para um dos benefícios sendo os profissionais com um diferencial competitivo no mercado e seis respostas foram que através disso há um incentivo à autonomia dos funcionários, tomada de decisões e o maior empenho dos funcionários. Pode-se então confirmar que são diversos os benefícios trazidos por uma gestão inovadora, todos eles capazes de impulsionar o desenvolvimento do capital humano e também da cultura organizacional, visando uma empresa bem estruturada internamente quanto aos seus funcionários para melhorias, consequentemente, na produtividade. 7 6 9 9 8 6 0 0 2 4 6 8 10 Estímulo ao empreendedorismo interno Profissionais com um diferencial competitivo no mercado Garantir que a gestão de funcionários reflita também na satisfação da clientela Integração de equipes Incentivar uma cultura organizacional mais participativa Incentivo à autonomia, tomada de decisões e maior empenho dos funcionários outra 34 Gráfico 9- Dificuldades que as empresas enfrentam no processo de inovação. Nesta alternativa, foram questionadas as maiores dificuldades enfrentadas ao implantar uma gestão inovadora que podem inviabilizar o processo, sendo esta, uma pergunta de múltipla escolha. Fonte: Elaborado pelas autoras Pode ser visto então que, oito respostas foram marcadas como sendo a falta de capital uma das dificuldades, cinco respostas foram como um dos pontos sendo a incerteza dos resultados, sete respostas como sendo os fatores burocráticos e legais, três respostas como sendo a cultura organizacional da empresa que é rígida ou tradicional, três respostas foram que se trata da falta de capital humano especializado uma das dificuldades, duas respostas como sendo o medo de riscos e apenas uma das respostas foi comentada dizendo que o que inviabiliza esse processo é o medo da mudança que os funcionários têm. Pode-se ver, portanto, que grande parte das empresas colocou a questão financeira e a questão burocrática como sendo os maiores empecilhos no meio de inovação, mas há uma variada gama de dificuldades 5 8 3 7 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Incerteza dos resultados Limitações financeiras Cultura organizacional rígida ou tradicional Fatores burocráticos e legais Falta de capital humano especializado Medo de arriscar outra 35 além dessas, pois cada empresa vai enfrentar diferentes problemas dependendo do ramo em que atua. Gráfico 10- Nível de representatividade dos funcionários na empresa Nesta pergunta foi levantada a questão sobre qual é o nível de representatividade dos funcionários na empresa. Fonte: Elaborado pelas autoras Nota-se que 56% das empresas afirmam que o nível representativo é mediano, o funcionário passa parcialmente a imagem da empresa, 38% responderam que o funcionário representa um alto nível representativo, o funcionário passa a imagem da empresa e 6% comentam que o nível que o funcionário passa da empresa é baixo, podendo então se notar que a maioria das empresas respondeu que o funcionário consegue passar apenas parcialmente a imagem da empresa. Dessa forma, evidencia-se que o sistema de gestão de pessoas precisa oferecer maior integração entre a empresa e seus funcionários para que haja uma melhor representação da empresa para seus clientes e incentivar um aumento na produtividade das vendas feitas. Precisa-se, portanto, de melhor atenção ao setor de GRH, para entender esse empecilho dos funcionários, e de endomarketing, para superá-los promovendo uma solução de integração empresa-funcionário e atingir boa representatividade. 38% 56% 6% 0% Alto nível representativo, o funcionário é um espelho da organização Médio nível representativo, o funcionário consegue passar parcialmente a imagem da organização Baixo nível representativo, o funcionário não consegue passar muito bem a imagem da empresa Nenhum nível representativo, o funcionário não transmite a imagem da empresa 36 Gráfico 11- Nível do impacto da inovação nos setores, financeiro, de recursos humanos, administrativo, produção e vendas Questionou-se aqui, por meio de uma escala Likert, o nível de impacto que a inovação tem nos setores financeiro, RH, administrativo, produção e no setor de vendas. Colocando 0 como nenhum impacto e 5 um grande impacto. Fonte: Elaborado pelas autoras Nessa escala é possível visualizar que para a maioria das empresas a gestão inovadora impacta de certa forma os demais setores além do setor de gestão de pessoas. No setor financeiro, o nível de impacto se concentrou entre 4 e 5, com 7,5% e 6,25% respectivamente, evidenciando que a maior parte das empresas nota um impacto significativo da gestão inovadora nesse setor. Esse impacto pode se dar através da redução de custos da empresa, como por exemplo, com processos 0% 0% 0% 0% 1.25% 0% 0% 0% 0% 0.00% 2.50% 1.25% 1.25% 2.50% 1.25% 5% 3.75% 5% 3.75% 3.75% 5.00% 8.75% 6.25% 6.25% 7.50% 5.00% 1.25% 6.25% 6.25% 6.25% 2.50% 5% 1.25% 1.25% 0% 0% 2% 4% 6% 8% 10% Setor de vendas (aumento ou diminuição de vendas, melhores avaliações de atendimento, maior rapidez.) Setor de produção (mudanças no ritmo produtivo, diminuição dos problemas durante a produção.) Setor administrativo (melhoria na cultura organizacional, maior integração de equipe, profissionais com um maior diferencial.) Recursos Humanos (Diminuição da rotatividade, maior produtividade dos funcionários, maior autonomia dos funcionários.) Setor financeiro (redução de custos na empresa, aumento dos lucros, menor gasto com problemas em geral na empresa.) Não sei responder 5 4 3 2 1 0 37 seletivos, tendo em vista que um dos benefícios desse modelo de gestão é um profissional com diferencial no mercado criado internamente, sem necessitar da procura frequente de capital humano capacitado. Além disso, com o aumento da produtividade, há também um aumento na produção e lucros da empresa e diminuição dos gastos com problemas internos. No setor de Recursos Humanos, as avaliações estiveram, em sua maioria, entre 4 e 5, ambas com 6,25%, mostrando que a maior parte dos respondentes reconhece que há um considerável impacto nesse setor através de um novo modelo de gestão. Assim, confirma-se o aumento produtivo do capital humano e sua maior eficiência, acarretando profissionais mais motivados e com um desenvolvimento de produtividade refletido diretamente naprodutividade da empresa. No setor administrativo, por sua vez, as avaliações se concentraram entre 3, 4 e 5, com 5%, 6,25% e 6,25% respectivamente, mantendo, ainda, um impacto relevante nesse setor devido à gestão inovadora. Isso se dá pela maior integração de equipes, facilitando a solução de problemas internos, criando uma cultura organizacional participativa, em exemplo. Além disso, há uma considerável diminuição no número de problemas administrativos, visto que os funcionários possuem mais autonomia e podem resolver empecilhos pontuais. Já no setor de produção, a concentração de avaliações se deu no 3 com 8,75% da avaliação total, expressando um médio impacto nesse setor a partir da implantação de uma gestão inovadora. Esse impacto corresponde à agilização do processo produtivo, visto que, com maior autonomia, os funcionários poderiam resolver os problemas de produção com menos burocracia e maior produtividade, impulsionando as atividades da empresa como um todo. Por fim, no setor de vendas, a maior parte das avaliações esteve presente nos níveis 3, 4 e 5, todos com 5% de correspondência, demonstrando um impacto relevante, tendo em vista que, com uma melhora da autonomia e integração de equipe dos funcionários, haja maior conquista de clientela. Esse crescimento é, portanto, acentuado pela capacitação diferencial do capital humano empresarial, gerando melhores avaliações e eficiência no processo de vendas, garantindo vendas mais expressivas e desenvolvimento da empresa espelhado na satisfação de seus clientes. 38 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se, portanto, que, seja baixa ou alta, a atuação do setor de Gestão de Pessoas estabelece relação com as demais áreas, além de também ser responsável por interferir na sua produtividade segundo a maioria das empresas. Entretanto as atividades relacionadas ao capital humano ainda têm pontos a melhorar, indicando que o processo de inovação dentro de uma empresa é contínuo e gradual. Ademais, nota-se que as empresas possuem uma significativa delegação de poder, o que reflete na imagem representativa que o funcionário desempenha acerca da empresa ainda que de forma mediana, pois tomam decisões com certo nível de autonomia, auxiliando no funcionamento menos sistemático de um empreendimento, tornando-o inovador. Outrossim, as empresas têm perceptiva visão a respeito dos benefícios de uma gestão inovadora, visto que concordam, em sua maioria, que podem ser observados resultados positivos como a maior integração de equipes, garantia de uma boa gestão de funcionários, refletida na satisfação dos clientes, um maior incentivo ao empreendedorismo interno, gerando profissionais com um diferencial no mercado e também o incentivo à autonomia dos funcionários da empresa. Porém, apesar de concordarem nos benefícios desse modelo de gestão, as empresas demonstraram que há uma variação de dificuldades encontradas para a implantação de uma gestão inovadora, tais como limitações financeiras, falta de capital humano especializado, fatores burocráticos e legais, incerteza dos resultados e o medo, tanto da empresa quanto dos funcionários, em relação ao risco da mudança. Dentre essas, as principais destacadas foram as dificuldades com a limitação financeira e fatores burocráticos e legais, as demais variam de acordo com a realidade de cada empresa e atividade que exerce. Ainda assim, nenhuma empresa deixa de inovar, pois precisa acompanhar desde as tendências de mercado e exigências internas, até a concorrência, evidenciando como uma gestão inovadora, apesar de suas dificuldades, é necessária para que a empresa tenha uma melhora nos resultados produtivos de suas atividades. Dessa forma, buscando identificar qual o impacto de uma gestão inovadora para aumentar a produtividade de um empreendimento no estado de São Paulo, foi identificado que a gestão inovadora afeta positivamente o desenvolvimento da produtividade de uma empresa, trazendo impacto no desenvolvimento do capital 39 humano, impulsionando a cultura organizacional, estabilizando vantagens nos demais setores e conferindo uma melhor organização interna para, consequentemente, refletir essas melhoria na produtividade do empreendimento em questão. Por fim, notou-se que apesar de ser uma forma de resiliência diante de crises, solução problemas internos e um meio de adaptação e criação oportunidades de avanço no mercado, esse modelo de gestão exige grande empenho das empresas perante os desafios enfrentados em sua implantação, confirmando a hipótese inicialmente proposta. 40 REFERÊNCIAS ABRUCIO, F. Uma leitura da gestão de pessoas sob a perspectiva do mérito, desempenho e resultados. 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Impacto da inovação na gestão produtora durante a segunda Revolução Industrial 2.5. Vertente da Gestão Inovadora 2.5.1. Empowerment 2.6. Mudanças no sistema de Gestão de Recursos Humanos (GRH) 2.7. Benefícios de uma gestão inovadora para um empreendimento 2.7.1. Resultados de empresas que aderiram a uma gestão de pessoas inovadora 2.7.2. Como esse modelo de gestão reflete no empreendedorismo interno 2.8. O que impede uma empresa de inovar 2.8.1. Capital limitado 2.8.2. Empresas tradicionalistas e o medo de arriscar 2.8.3. Carência de pessoal especializado para implantar inovação 2.8.4. Fatores legais 2.9. Desafios no crescimento de uma empresa 2.9.1. A agilidade e a Gestão de Tempo 3. METODOLOGIA E ESTUDO DE CASO 3.1. Universo, Amostra e Coleta de Dados 4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS
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