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Aula 09 - Tricoses

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1 Aula 09 – Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
Tricoses 
Tricoses são as afecções dos pelos. 
 As afecções pilares são classificadas em grupos: 
− Malformações dos pelos ou displasias pilosas 
− Alopecias 
− Hipertricose e hirsutismo 
CICLO DO FOLÍCULO PILOSO 
 Processo contínuo de regeneração e 
transformação 
 “Miniórgãos” imunoprivilegiados → Unidades 
protegidas imunologicamente contra a expressão 
de proteínas anômalas que possam interferir no seu 
metabolismo 
 Alterações/interferências no metabolismo e ciclo 
piloso ⇨Tricoses 
Lembrar: os pelos também podem sofrer alterações 
na vigência de doenças destrutivas, como 
infecções, a exemplo da hanseníase. 
 Os pelos são compostos por queratina 
 Dividido em três fases que possuem duração 
específica: 
(1) Anágena 
(2) Catágena 
(3) Telógena 
ATENÇÃO! A maior parte dos pelos e cabelos encontram-se 
em condições fisiológicas na fase ANÁGENA – crescimento 
ativo da haste pilosa 
FASE ANÁGENA: 
 Fase de crescimento 
 Grande atividade mitótica e ceratogênica 
 Duração variável → Entre 3 a 7 anos 
 Durabilidade variável – Geneticamente 
determinado por herança poligênica, relacionado 
com a duração da fase anágena. Portanto, se o 
paciente tem por determinação genética uma fase 
anágena curta, nenhum medicamento ou medida 
pode fazer com que aquele pelo saia ou entre da 
fase anágena. 
FASE CATÁGENA: 
 Interrupção da atividade mitótica, com: 
− Regressão da matriz perifolicular 
− Perda metamitótica da papila 
− Apoptose dos queratinócitos triquilemais 
 Duração média de 3 semanas 
FASE TELÓGENA: 
 Fase de repouso 
 Duração de 3 a 6 meses 
 Término representado pela saída do fio telógeno do 
couro cabeludo 
 Não acontece ao mesmo tempo em todos os fios – 
é cíclica ao longo da vida 
 
DISTRIBUIÇÃO DOS PELOS 
 A pele possui cerca de 5 milhões de folículos pilosos 
e, em média, 100.000 deles encontram-se no couro 
cabeludo. 
 Várias alterações da distribuição desses pelos 
podem ser vistas a depender da idade do indivíduo 
 Sofrem influência de fatores genéticos 
(distribuição, crescimento, rarefação), epigenéticos 
(nutrição, uso de substâncias químicas) e 
hormonais 
MALFORMAÇÕES DOS PELOS OU DISPLASIAS 
PILOSAS 
Alterações morfológicas e/ou estruturais dos pelos, 
hereditárias ou não, congênitas ou adquiridas. São 
alterações na haste do cabelo, mão necessariamente no 
folículo. Terapêutica muitas vezes difícil. 
TRICOPTILOSE 
 Bifurcação das pontas/pontas duplas 
 Alterações estruturais da haste pilosa por excesso 
de calor 
 
2 Aula 09 – Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
 “Cabelo em bolhas” – À microscopia óptica, as 
hastes pilosas apresentam bolhas largas 
irregularmente espaçadas, que expandem e afinal o 
córtex piloso, fragilizando-o 
TRICHOSTASIA ESPINULOSA 
 Presença de mais de um pelo por óstio folicular 
 Simula comedões abertos – Pontos negros no nariz, 
barba, couro cabeludo e outras áreas do corpo 
TRATAMENTO: epilação a laser 
PILLI RECURVATTI 
 Alteração que promove a curvatura precoce do 
pelo durante do seu crescimento, que vai se 
curvando e perfurando a pele adjacente 
 Hastes curvas = ulotríquio 
 Leva à pseudofoliculite → Condição inflamatória 
crônica em que o ulotríquio, curto e enovelado, 
penetra na derme de forma extrafolicular (após a 
extrusão da pele) ou intrafolicular (antes da 
extrusão – perfuração), que provoca uma reação 
inflamatória do tipo corpo estranho e aspecto 
foliculite-símile. Mais comum na barba e raiz das 
coxas nas mulheres. 
TRATAMENTO: epilação a laser 
*Para minimizar o quadro, pode realizar epilação com lâmina 
no mesmo sentido que o pelo cresce (corte do pelo com 
menor profundidade; não deixa a sensação de pele lisa). 
Epilação com cera deve ser desencorajada. 
ALOPECIAS 
DEFINIÇÃO: perda de pelos do corpo. 
CLASSIFICAÇÃO 
Podem ser difusas ou circunscritas, cicatriciais e não 
cicatriciais: 
ALOPECIAS DIFUSAS NÃO CICATRICIAIS 
Eflúvio telógeno, eflúvio associado a endocrinopatias 
(hipotireoidismo, hipertireoidismo, hipopituitarismo, 
hipoparatireoidismo e diabetes descompensado), doenças 
metabólicas e nutricionais (desnutrição, deficiência de ferro 
e zinco, homocistinúria), colagenoses (LES, dermatomiosite 
etc.), medicamentosas (tálio, ácido valproico, antagonistas 
tireoidianos, anticoagulantes, citostáticos, hipervitaminose 
A, retinoides, ácido bórico, lítio, betabloqueadores, 
clofibrato, estatinas etc.), tóxicas, alopecia androgenética, 
congênitas e outras. 
 
ALOPECIAS DIFUSAS CICATRICIAIS 
Radiações ionizantes (doses elevadas), queimaduras 
extensas, medicações quimioterápicas (bussulfano, 
docetaxel, cisplatina/etoposide) e outras. 
ALOPECIAS CIRCUNSCRITAS NÃO CICATRICIAIS 
Alopecia areata, traumática, sífilis secundária, lúpus 
discoide e outras colagenoses sistêmicas, herpes-zóster, 
foliculites, fármacos, tração, desnutrição e outras. 
ALOPECIAS CIRCUNSCRITAS CICATRICIAIS 
Esclerodermia, lúpus discoide tardio, colagenoses 
localizadas, quérion, tinea por M. audouinii e T. schoenleinii, 
foliculite decalvante, penfigoide cicatricial, neoplasias, 
foliculite dissecante e outras. 
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA 
 Avaliação dos pelos de todo o couro cabeludo e 
todo o corpo do paciente 
 Análise da cor, brilho, textura e comprimento 
 Exame das unhas – Grande associação de 
onicopatias e alopecias inflamatórias 
 Teste de tração 
 Tricograma 
 Tricoscopia 
 Histopatológico 
 
ALOPECIAS DIFUSAS NÃO CICATRICIAIS 
 
ALOPECIA ANDROGENÉTICA (AAG) 
Pode afetar de maneira significativa a vida psicossocial do 
indivíduo com graus variáveis de comprometimento da 
qualidade de vida. 
Alguns autores consideram a alopecia androgenética não 
como um distúrbio de expressão genética, mas como um 
traço da característica inerente ao próprio ser humano. 
EPIDEMIOLOGIA 
 Prevalência não totalmente estabelecida, mas tem 
relação com idade, sexo e etnia. 
 Homens brancos > Negros e asiáticos 
 A frequência e gravidade aumentam com a idade 
 Estima-se que cerca de 62% dos homens brancos 
entre 20 e 40 anos apresentam recesso bitemporal 
e mais de 80% mostram sinais de AAG por volta dos 
70 anos de idade. É menos prevalente em negros e 
asiáticos. 
 
 
3 Aula 09 – Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
 Também afeta mulheres, mas é mais frequente nos 
homens. O padrão também é diferente. 
 Nos homens, tem início em qualquer idade a partir 
da puberdade – com dois picos de incidência, um 
entre a 2ª e a 3ª e outro entre a 5ª e 6ª década de 
vida. 
FISIOPATOGENIA 
Interação entre fatores hormonais e genéticos – 
predisposição genética + androgênios + receptores de 
androgênio + coativadores dos receptores de androgênio. 
MECANISMO: maior resposta negativa ao estímulo 
androgenético nos folículos pilosos do couro cabeludo. 
O folículo piloso é um tecido-alvo para andrógenos e 
considerado um órgão periférico capaz de sintetizar 
quantidades significativas de androgênios, podendo afetar 
seu próprio crescimento fisiológico, tanto no couro 
cabeludo, quanto no corpo. 
A testosterona é produzida em homens e mulheres. Toda a 
testosterona produzida, ou boa parte dela, a partir da ação 
da enzima 5α- redutase é convertida no seu metabólito ativo 
mais potente, a di-hidrotestosterona (DHT). 
 DHT 
− Forma ativa da testosterona 
− Responsável pelo crescimento de pelos em 
terminais da área da barba, pela hiperplasia 
prostática benigna e desenvolvimento dos 
recessos frontoparietais. 
− É o principal hormônio para indução da 
alopecia androgênica masculina 
 5α-redutase 
Tipo 1 
− Mais encontrada nas glândulas sebáceas e 
fígado 
 Tipo 2 
− Mais encontrada nos folículos pilosos (todos 
presentes no corpo; não apenas no couro 
cabeludo) 
− PESSOAS GENETICAMENTE DEFICIENTESDESSA ENZIMA SÃO INCAPAZES DE 
DESENVOLVER AAG 
Do ponto de vista hormonal, em folículos geneticamente 
determinados: 
Transformação de folículos terminais → Folículos 
miniaturizados 
Na AAG, ocorre redução gradual da duração média da fase 
anágena em cada ciclo folicular por ação da di-
hidrotestosterona (DHT) nas células da papila dérmica por 
intermédio da ação da 5α-redutase tipo II. 
Como a duração da fase anágena é a responsável pelo 
crescimento do cabelo, e ela estará reduzida na AAG, o 
comprimento anágeno do novo cabelo após queda sempre 
será mais curto do que o seu antecessor. A duração do 
cabelo telógeno não é alterada, mas o tempo em que o 
folículo fica vazio (período de latência ou fase quenógena) 
torna-se mais logo. Dessa forma, os folículos capilares se 
tornam progressivamente miniaturizados. 
Testosterona → 5α-redutase tipo II → Di-hidrotestosterona 
→ Folículos pilosos → ↓ fase anágena e ↑ fase telógena → 
Miniaturização da haste pilosa → Inviabilização da 
produção da haste pilosa 
 
IMAGEM 1 → Recesso frontoparietal 
IMAGEM 2 e 3 → Atrofia/perda capilar por miniaturização 
do vértex e na região frontoparietal 
 
Nos homens NÃO se observa aumento dos níveis de 
andrógenos. 
As principais áreas andrógeno-dependentes no homem são: 
(1) Frontoparietal 
(2) Bitemporal 
(3) Vértice 
As principais áreas andrógeno-dependentes na mulher são: 
(1) Frontoparietal 
(2) Vértice 
ALOPECIA ANDROGENÉTICA MASCULINA 
RAREFAÇÃO DOS FIOS EM GRAUS VARIÁVEIS NAS REGIÕES 
FRONTOPARIETAL, TEMPORAL E VÉRTICE. 
 Alguns pacientes podem apresentar sintomas locais 
associados como dor, prurido e alterações da 
sensibilidade. 
 
4 Aula 09 – Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
 
CLASSIFICAÇÃO HAMILTON-NORWOOD 
Padrão de evolução da alopecia. 
 
ALOPECIA ANDROGENÉTICA FEMININA 
Mais difusa do que o padrão masculino. 
Rarefação na região FRONTOPARIETAL e no VÉRTEX com 
MANUTENÇÃO DA LINHA DE IMPLANTAÇÃO FRONTAL. 
 Há ampliação da risca mediana 
 
 Pode ter início na puberdade (se forte 
predisposição genética) até a menopausa, sendo a 
última mais comum – alterações do metabolismo 
androgênico 
 Geralmente são mulheres idosas que se queixam de 
que o cabelo está ficando mais “ralo” – perda da 
densidade difusa → Miniaturização 
 Se início mais precoce e/ou com outros sinais de 
hiperandrogenismo (acne, hirsutismo, alterações 
menstruais), deve-se encaminhar a paciente para 
investigação endocrinológica → SOP e outras 
síndromes virilizantes, como hiperplasia 
suprarrenal congênita 
 Frequentemente há associação de seborreia e 
hiperidrose (muitos autores usam 
inadequadamente o termo alopecia seborreica) 
Classificada em três graus de acordo com a escala de Ludwig. 
ESCALA DE LUDWIG 
 
ALTERAÇÕES LABORATORIAIS 
 Relação LH/FSH 
 Testosterona total e livre 
 Androstenediona 
 17-hidroxiprogesterona e sulfato de di-
hidroepiandrosterona (S-DHEA) 
ATENÇÃO! A MAIOR PARTE DAS MULHERES TEM EXAMES 
LABORATORIAIS NORMAIS. Essas alterações ocorrem 
apenas naquelas com alterações hiperandrogênicas 
associadas à alopecia. 
DIAGNÓSTICO: história clínica + exame físico 
 Tricoscopia manual → Verificação da 
MIANUTIRIZAÇÃO DOS FIOS pela redução do 
diâmetro, comprimento e pigmentação dos fios 
 Testa da tração positivo apenas em áreas afetadas 
pela AAG 
 Tricograma → Diferenciação de condições como 
eflúvio telógeno e alopecia aerata 
 
 
5 Aula 09 – Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
TRATAMENTO 
Igual para homens e mulheres. 
Base: MEDICAMENTOS QUE PROLONGAM A FASE 
ANÁGENA 
 Minoxidil 1 a 5% TÓPICO 
− 1ª escolha de medicação tópica 
− Considerado modificador da resposta biológica 
do folículo pilossebáceo → Menos responsivo 
aos hormônios androgênicos + vasodilatação 
periférica, aumentando o aporte sanguíneo da 
papila e melhorando a nutrição da haste pilosa 
− Pouca evidência para uso oral – efeitos 
colaterais; repilavam ou nascia cabelo em 
locais indesejados 
 Finasterida 1mg/dia 
− 1ª escolha de medicação sistêmica para 
HOMENS 
− Mais direcionado para os homens (*droga 
teratogênica – indicada com cautela para 
mulheres associado a uma contracepção 
rigorosa) 
− Inibe parcialmente a ação da 5α-redutase 
− Precisa ser tomada para o resto da vida porque, 
ao interromper o medicamento, o processo 
retrocede → Pode tentar fazer pausas 
terapêuticas (6 meses de uso e 3 meses de 
pausa) 
− Efeito colateral: redução da libido 
ATENÇÃO! O USO CRÔNICO da FINASTERIDA ALTERA O PSA. 
É preciso realizar a correção laboratorial desse marcador 
para não correr o risco de mascarar alterações prostáticas, 
como CaP. 
 Contraceptivos ou drogas anti-androgênicas para 
MULHERES 
− ALGUMAS podem ter benefício 
− Espironolactona 
− Flutamida (*muito restrita para essa 
finalidade) 
− Cuidado com os efeitos secundários – dosar 
risco x benefício 
− Espironolactona – Diurético poupador de 
potássio 
− Contraceptivo hormonal – Avaliar risco de CA 
de mama 
EFLÚVIO TELÓGENO 
Caracterizado pelo aumento da queda de cabelos, como 
consequência da reentrada em uma nova fase anágena, de 
grande número de folículos precipitados antecipadamente 
em telógeno provocado por estresse físico ou psíquico 
prolongado. 
A queda de fios telógenos pode aumentar de 120 para 400 
fios por dia. 
Existem cinco mecanismos descritos para justificar o eflúvio 
telógeno: 
 Liberação anágena imediata 
− Evento agudo 
− Conversão prematura do anágeno em telógeno 
− Queda observada 2 a 3 meses após o evento → 
Corresponde à duração da fase telógena 
− Ocorre após doença consumptiva, doenças 
tireoidianas, febre alta dietas radicais para 
emagrecer (principalmente hipoproteica), 
cirurgias, hemorragias, anemias, deficiência de 
ferro, zinco ou vitamina A e retinoides, em 
especial acicretina, colchicina, 
betabloqueadores e outros 
 Liberação anágena tardia 
− Mecanismo de eflúvio pós-parto 
− Durante a gestação, há prolongamento da fase 
anágena e, se muitos fios são envolvidos, a 
conversão para fase telógena será seguida de 
aumento da queda 2 a 3 meses após o parto 
 Síndrome do anágeno curto 
− Encurtamento idiopático da fase anágena 
− Pode causar persistente em alguns 
 Liberação telógena imediata 
− Encurtamento da fase telógena, com 
consequente expulsão desses fios e conversão 
para anágena 
− Observado no início do tratamento com 
Minoxidil 
 Liberação telógena tardia 
− Prolongamento e sincronização de muitos fios 
na fase telógena e queda na transição para a 
fase anágena 
− Fenômeno provavelmente responsável pela 
queda sazonal experimentada por alguns 
pacientes 
ATENÇÃO! Existem formas crônicas que podem ser primárias 
ou secundários – persiste por mais de 6 meses, de forma 
contínua ou em ciclos. Alguns pacientes referem como 
gatilho o estresse emocional. 
DIAGNÓSTICO 
Observação da acentuação dos recessos bitemporais, 
associados a: 
 
6 Aula 09 – Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
 Teste de tração leve com prova positiva se > 5 fios 
destacados ou > 10% do total de fios tracionados 
 Prova de tração forçada + Tricograma com > 25% 
de pelos telógenos – uso de pinça hemostática para 
retirar alguns fios forçadamente + análise 
microscópica para avaliação do equilíbrio das fases 
das hastes pilosas 
Se dúvidas sobre o eflúvio telógeno patológico, pode-se 
solicitar que o paciente faça a contagem de fios perdidos → 
Com a escova limpa, escovar os cabelos por 60 segundos e 
contar quantos foram perdidos. A perda de até 100 fios é 
considerada fisiológica. 
EFLÚVIO ANÁGENO: ocorre nas quimioterapias 
antineoplásicas – citostáticos e antimetabólitos e alquilantes 
agem inibindo a fase anágena. Início da queda após poucas 
semanas do uso da medicação. 
SÍNDROME DO ANÁGENO FROUXO: distúrbio de ancoragem 
de pelos anágeno entrea cutícula e a bainha interna, que 
leva a uma adesão defeituosa dos pelos no folículo. Pode ser 
familial ou adquirida. Mais comum em meninas, na infância. 
A maioria dos casos tem melhora espontânea para a idade. 
O uso de Minoxidil parece ser a 1ª linha de tratamento. 
 
ALOPECIAS CIRCUNSCRITAS NÃO CICATRICIAIS 
 
ALOPECIA AREATA (AA) 
Perda rápida e completa de pelos em uma ou mais áreas do 
couro cabeludo, envolvido em 90% dos casos, e, 
ocasionalmente, de outras regiões pilosas (barba, supercílio, 
púbis etc.). Essa perda não é associada a nenhuma alteração 
inflamatória perceptível, exceto do ponto de vista 
etiopatogênico. 
 Afeta igualmente homens, mulheres, crianças e 
idosos. 
 Via de regra, são pessoas que têm algum tipo de 
desequilíbrio imunológico. Logo, podem ter 
doenças autoimunes associadas e/ou 
comorbidades, como DM, e precisam de 
investigação adequada. 
 Trata-se de uma ALOPECIA NÃO-CICATRICIAL 
AUTOIMUNE, ÓRGÃO-ESPECÍFICA (folículo piloso), 
envolvendo CÉLULAS T 
 Há envolvimento de fatores genéticos e ambientes 
ETIOPATOGENIA 
Causa exata desconhecida. A teoria mais aceita na literatura 
é a autoimune. 
Fatores genéticos + ambientais + epigenéticos → Expressão 
de receptores de membranas (HLA – tipo A, B, C, DR) pelas 
células do folículo pilossebáceo → Linfócitos TCD8+ → 
Parada temporária na produção da haste pilosa, até que a 
condição normal seja reestabelecida 
 Base teórica: presença de células inflamatórias 
lesionais, autoanticorpo folículo-específico no 
sangue dos pacientes, resposta aos tratamento 
com imunossupressores e associação com doenças 
autoimunes. 
 Presença de infiltrado inflamatório peri e 
intrabulbar composto predominantemente por 
linfócitos TCD4+ e TCD8+ - perda do privilégio 
imunológico folicular 
 A inflamação mantém os folículos pilosos em 
estado anágeno distrófico, forçando-o a passar 
precocemente à fase telógena ou, em casos 
crônicos, perpetuados em fase telógena. 
Na maioria dos casos há repilação espontânea em alguns 
meses. Entretanto, pode se tornar uma condição crônica, na 
qual o paciente passa períodos de remissão e fases de 
reativação, quando ocorre novamente a expressão anômala 
dos receptores nos folículos pilossebáceos. 
Quando as placas se repilam, o cabelo formado é branco, 
sem pigmento, tornando-se pigmentado posteriormente. A 
partir disso, foi descoberta a relação da placa alopécica 
areata com expressão desordenada de melanócitos nos 
folículos pilossebáceos acometidos – que se regularizam 
após a normalização do folículo. 
QUADRO CLÍNICO 
Diferentes expressões clínicas. 
 Perda circunscrita de pelos não restrita ao couro 
cabeludo, podendo ocorrer em sobrancelhas, 
barbas, pelos pubianos etc. 
 Prurido e tricodinia (hipersensibilidade do couro 
cabeludo) podem acompanhar o quadro. 
 Clinicamente, placas alopécicas, sem sinais 
inflamatórios, geralmente circulares, são 
observadas com a pele lisa e desnuda ou pelos velus 
– fios finos e pouco pigmentados. 
 
 
7 Aula 09 – Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
 
 Raramente há eritema, coloração amarelada, ou 
leve descamação da área alopécica 
 Na periferia das placas, pelos aparentemente 
normais são facilmente destacáveis ao teste de 
tração 
 Pelos “em ponto de exclamação” – Característicos; 
extremidade distal mais espessa que a proximal; 
mais bem visualizados por tricoscopia 
 Repilação com pelos despigmentados → POLIOSE 
 
 Alterações ungueais em 7 a 66% dos casos 
− Pittings ungueais – mais comumente 
encontradas 
− Também podem ser encontradas 
traquioníquia, linhas de Beau, onicorrexe, 
coiloníquia, espessamento ou afinamento das 
unhas, onicomadese, leuconiquia puntata ou 
transversa e pontos vermelhos na lúnula 
 Achados oftalmológicos 
− Opacidade assintomática do cristalino em 51% 
− Alterações no fundo de olho em 41% 
O processo pode progredir com o surgimento de novas 
lesões que, por confluência, podem atingir todo o couro 
cabeludo (alopecia total) ou todo o corpo (alopecia 
universal). 
VARIANTES CLÍNICAS MENOS FREQUENTES 
 Ofiásica 
− Se inicia na região occipital (nuca) e avança 
bilateralmente para as parietais 
− Mais grave; pode evoluir para a forma 
UNIVERSAL 
− Única condição em que de fato pode-se ter 
mulheres completamente carecas 
− Tratamento: aplicação de nitrogênio líquido 
 
 Ofiásica inversa ou “sisaihpo” 
− Muito raro 
− Acometimento da área frontoparietotemporal 
 Difusa 
− Não há formação da placa alopécica 
− Caracterizada por pelos em exclamação entre 
os cabelos normais 
 
FORMA OFIÁSICA - Criança que conseguiu repilação a partir da técnica de 
aplicação de nitrogênio líquido; última imagem demonstrando o a 
técnica de aplicação "em xadrez" 
TRATAMENTO 
DROGAS RUBEFACIENTES TÓPICAS 
 Promovem vasodilatação, ruborização, pequena e 
controlável alteração inflamatória → Objetiva 
modificar a resposta imune da região 
 
8 Aula 09 – Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
CORTICOTERAPIA TÓPICA 
 Imunossupressão 
 *Também pode empregar corticoterapia sistêmica 
a depender da gravidade do caso (*ciclosporina) 
TRATAMENTOS COADJUVANTES 
 Microagulhamento 
 Infiltração intralesional 
 Laser de baixa potência 
 Minoxidil → MANTENEDOR; NÃO é a droga de 1ª 
escolha 
ATENÇÃO! Finasterida NÃO tem indicação. 
OUTRAS FORMAS DE ALOPECIA 
ALOPECIA DE TRAÇÃO 
 Mais frequente, sobretudo, em afrodescendentes 
(maior hábito de prender os cabelos e uso de 
extensão capilares) 
 Cabelos quimicamente tratados com alisantes ou 
permanentes têm maior risco de desenvolvimento 
por causa da fragilidade do fio 
 Tração contínua e permanente → Perda de cabelo 
 Pode ser reversível 
 É possível observar fios mais curtos (“franja”) na 
margem do couro cabeludo. Nas fases iniciais, pode 
haver desconforto, vermelhidão, escamas e pontos 
de pus – ainda é reversível. Com a evolução, ocorre 
redução do volume e tamanho dos cabelos na área 
acometida – e em algumas áreas o cabelo não volta 
a crescer. 
TRATAMENTO: recomendar evitar prender os cabelos + 
drogas que promovem manutenção da fase anágena - 
recuperação das hastes pilosas. 
 
*Com o tempo, a alopecia de tração promove um 
remodelamento cicatricial. Se a paciente procurar 
tratamento já em estágio cicatricial, não haverá mais 
folículos pilosos viáveis para obter uma terapêutica 
adequada. 
ALOPECIA FRONTAL FIBROSANTE 
 Forma de alopecia CICATRICIAL progressiva 
 Recesso simétrico das margens frontal e temporal 
de implantação dos cabelos; pele afetada pálida e 
atrófica, com ausência de orifícios foliculares 
 Frequentemente irreversível 
 Mais descrita em mulheres caucasianas 
 Considerada uma variante clínica localizada do 
LÍQUEN PLANO PILAR 
 Também imunomediada 
 Histopatologia semelhante à do líquen plano → 
Alteração no infiltrado do folículo pilossebáceo → 
Infiltrado linfocítico ao redor dos folículos, com 
reação liquenoide e marcada redução do número 
de folículos e fibrose 
ALOPECIA FRONTAL FIBROSANTE: RELATO DE CASO 
TRATAMENTO: pouca resposta. Tenta microagulhamento, 
laser etc. 
 
HIPERTRICOSE E HIRSUTISMO 
Hipertricose é o crescimento desproporcional de pelos em 
qualquer local do corpo, fugindo dos padrões de idade, raça 
e sexo. Pode ser congênita ou adquirida, localizada ou 
generalizada. 
O hirsutismo é um aumento de pelos na mulher em áreas 
que, fenotipicamente, são características do homem. 
Diretamente relacionando com alterações endocrinológicas 
com aumento de andrógenos circulantes, como 
poliendocrinopatias, excesso de ACTH, adenoma hipofisário, 
hiperprolactinemia e hiperandrogenismo. 
Por isso, o tratamento deve ser guiado por um 
endocrinologista. Ao dermatologista cabe realizar o 
diagnóstico e remover os pelos indesejados. 
 
https://www.scielo.br/j/abd/a/dKcczx5CJDHZSr7YyFncw3K/?lang=pt9 Aula 09 – Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
 
TRATAMENTO: remoção dos pelos + correção do distúrbio 
de base 
 Laser 
 Luz pulsátil 
− Melhor para remoção de pelos finos 
 Finasterida tópica 0,5% 
− Terapia coadjuvante 
− Teratogênica – Contracepção rigorosa

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