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1 Ovários S 12 P 1- Mulher XY Ana Rita Nogueira Pereira, 2a período @med.by.ana ASSUNTOS ➔ Anatomia do sistema reprodutivo ➔ Embriologia e diferenciação sexual ➔ Eixo hipotálamo- hipófise- ovariano/testicular Anatomia do sistema reprodutivo Sistema reprodutivo feminino Localização Órgão retroperitoneal, lateralmente ao útero, sendo contralateral a parede óssea da pelve verdadeira. Morfologia Tem forma amendoada, mede em torno de 3 cm por 1,5 cm por 1 cm, superfícies dos ovários são lisas nas meninas, mas após a puberdade elas adquirem cicatrizes e depressões decorrentes da liberação mensal dos óvulos. Fixação fixados por mesos e ligamentos derivados do peritônio - O meso do ovário, o horizontal mesovário , faz parte do ligamento largo , uma grande dobra de peritônio que cobre o útero e as tubas uterinas como uma tenda . - O ligamento suspensor do ovário, uma continuação lateral do ligamento largo, conecta o ovário à parede lateral da pelve. 2 . Tubas uterinas Finalmente, o ovário é preso ao útero medialmente pelo ligamento útero-ovárico (próprio do ovário), uma faixa fibrosa distinta envolvida pelo ligamento largo Vascularização Artérias ováricas, que são ramos da parte abdominal da aorta, e pelos ramos ováricos das artérias uterinas, que surgem da artéria ilíaca interna *As artérias, as veias e os nervos chegam aos ovários percorrendo o interior do ligamento suspensor e depois passando pelo mesovário. Inervação São inervados pelas duas partes da divisão autônoma do sistema nervoso. Drenagem linfática Os linfonodos lombares são responsáveis pela drenagem linfática dos ovários. Localização Inicia-se lateralmente perto de um ovário e termina medialmente, onde se abre na parte superior do útero, coberta por peritônio Função As tubas uterinas recebem o ovócito, sendo o local da fertilização. Morfologia Infundíbulo- em uma região lateral, aberta para os ovários Fímbrias- são projeções ciliadas que se dobram sobre o ovário Ampola- medial ao infundíbulo, representa a metade do comprimento da tuba uterina e é o local onde costuma ocorrer a fertilização. Istmo- terço medial da tuba uterina Fixação Sustentada por um meso curto chamado mesossalpinge , uma parte do ligamento largo. 3 Útero Vascularização Recebe suprimento arterial das artérias uterina e ovariana . A primeira é um ramo da artéria ilíaca interna e a segunda emerge da aorta abdominal. A drenagem venosa das tubas uterinas é mediada pelas veias tubárias . Estas drenam para os plexos venosos uterino e pampiniforme . Inervação Recebe inervação simpática do plexo hipogástrico superio r (T10-L2) através do nervo hipogástrico. A inervação parassimpática é proveniente dos nervos esplâncnicos pélvicos e do nervo vago. Drenagem linfática A linfa é drenada das tubas uterinas para os linfonodos para-aórticos, ilíacos internos e inguinais. Localização Na cavidade pélvica, em posição anterior ao reto e posterossuperior à bexiga urinária. Função É receber, reter e nutrir o óvulo fertilizado (ovo) durante a gravidez. Morfologia Trata-se de um órgão oco e com paredes espessas, é inclinado na direção anterior, ou antevertido, na parte superior da vagina, nas mulheres mais velhas ele costuma se inclinar posteriormente, ou seja, é retrovertido. - Corpo- maior parte - Fundo- região arredondada superior próxima à entrada das tubas uterinas - Colo- extremidade mais inferior que se projeta na vagina A parede do útero é composta por três camadas básicas - O perimétrio , a membrana serosa externa, é peritoneal. 4 - O miométrio , a camada intermediária volumosa, consiste em feixes entrelaçados de músculo liso que se contraem para expelir o bebê durante o parto. - O endométrio (“dentro do útero”) é o revestimento mucoso da cavidade uterina e consiste em um epitélio colunar simples contendo células secretórias e ciliadas sustentadas por uma lâmina própria de tecido conjuntivo. Se ocorrer fertilização, o embrião abriga-se no endométrio e ali permanece pelo resto de seu desenvolvimento, até o nascimento. O endométrio possui duas camadas principais: a camada funcional e a camada basal. O endométrio contém glândulas uterinas tubulares retas que mudam de tamanho à medida que o endométrio se espessa ou se adelgaça Sustentação Vários ligamentos e mesmos peritoneais ajudam a manter o útero em posição, que é FIXO ÀS PAREDES PÉLVICAS LATERAIS PELO MESOMÉTRIO , que é a maior divisão do ligamento largo . Inferiormente, os ligamentos transversos do colo ( cardinais laterais ) seguem horizontalmente a partir do colo uterino e superiormente à vagina até as paredes da pelve laterais. Esses “ligamentos” são espessamentos da fáscia da pelve. Fixa-se à PAREDE CORPORAL ANTERIOR POR LIGAMENTOS REDONDOS DO ÚTERO DIREITO E ESQUERDO , cada um deles começando na face superior lateral do útero, descendo pelo mesométrio e pelo canal inguinal e inserindo-se em cada um dos lábios maiores dos genitais externos. Vascularização As artérias uterinas, ramos das artérias ilíacas internas na pelve, descem pelos lados do corpo uterino, emitem ramos na parede uterina e dividem-se nas artérias arqueadas que seguem pelo miométrio. As artérias radiais chegam ao endométrio, onde emitem artérias retas (artérias basais) até a camada basal e artérias espirais até a camada funcional. As artérias espirais sofrem degeneração e regeneração durante cada ciclo menstrual sucessivo e ao serem contraídas fazem que a camada funcional seja descamada durante a menstruação. Linfonodos A drenagem linfática do útero ocorre para os linfonodos lombares, inguinais superficiais, ilíacos (internos e externos) e sacrais. Inervação Plexo hipogástrico inferior Colo uterino Localização Extremidade estreita e inferior do útero que se comunica com a vagina 5 Características É a porção fibromuscular interior do útero, com formato cilíndrico e mede entre 3 e 4 cm de comprimento e 2,5 de diâmetro. Sustentação É sustentado por ligamentoscardinais e uterossacrais. Composição A metade inferior do colo uterino, denominada de porção vaginal, projeta-se na parede anterior da vagina, e a metade superior permanece acima da vagina. Em suma, a abertura voltada para a vagina contém um orifício chamado de orifício cervical externo. Já a porção do colo uterino que se encontra externamente é denominada de ectocérvix. O espaço ao redor do colo uterino na cavidade vaginal é denominado fundo de saco vaginal. 6 7 Vagina Localização Superiormente insere-se no contorno da parte média da cérvix do útero e para baixo atravessa o diafragma urogenital para se abrir no pudendo feminino, cujo orifício chama-se óstio da vagina. Características É um canal tubular muscular e elástico que possui entre 10 e 15 centímetros de comprimento Composição Estruturalmente, é constituída por uma túnica fibrosa, que envolve uma túnica muscular e internamente é revestida por uma túnica mucosa. Toda superfície mucosa é pregueada transversalmente, pregas essas conhecidas por rugas vaginais. O revestimento mucoso do canal do colo contém glândulas cervicais que secretam um muco que preenche o canal e cobre o óstio externo, presumivelmente para bloquear a disseminação de bactérias da vagina para o útero. Vascularização É irrigada por ramos da artéria ilíaca interna: as artérias uterina , vaginal e pudenda interna . A drenagem venosa da vagina é realizada pelas veias vaginais , que desembocam nas veias ilíacas internas. Inervação É derivada do: Plexo hipogástrico inferior , através do plexo uterovaginal - as fibras simpáticas e parassimpáticas são conduzidas pelos nervos toracolombar (T12-L1) e esplâncnico 8 Órgãos externos pélvico (S2-S4), respetivamente. Nervo pudendo através do nervo perineal profundo. Linfonodos É drenada da vagina para os linfonodos ilíacos e inguinais superficiais. Vulva 9 Localização Se localiza abaixo do ventre. Características Constituindo como uma moldura para essa abertura fusiforme,formada por: lábios maiores, lábios menores, comissura anterior e posterior, clitóris, Monte pubiano, vestíbulo, bulbo vestibular e glândulas vestibulares. Monte pubiano É uma massa de tecido subcutâneo adiposo localizado anteriormente à sínfise púbica. A pele sobre o monte pubiano é coberta com uma camada triangular de pêlos pubianos. Lábios Maiores São a parte mais lateral da vulva, estendendo-se desde o monte pubiano até o períneo. A fenda entre os grandes lábios é chamada de fenda da vulva ou rima do pudendo. Unem-se anteriormente, nas proximidades da sínfise da pube, formando um ângulo agudo que se denomina Comissura Anterior . O mesmo acontece posteriormente, no centro do períneo, constituindo a Comissura Posterior . Lábios Menores São duas dobras cutâneas longitudinais, finas e sem pêlos, encontradas entre os grandes lábios. Eles cercam o vestíbulo vaginal e seus orifícios uretral e vaginal. Os pequenos lábios contribuem para a formação do prepúcio e do frênulo do clitóris. Cada lábio menor é semilunar, afilando-se nas extremidades. O espaço (fusiforme) compreendendo entre os lábios menores, recebe o nome de Vestíbulo da Vagina . Na profundidade da base de implantação dos lábios menores e portanto, de cada lado da parte mais alta do vestíbulo da vagina, encontramos uma outra formação esponjosa, denominada bulbo do vestíbulo . Cada bulbo do vestíbulo é envolto pelo respectivo músculo bulbocacernoso . Imediatamente por trás da extremidade posterior de cada bulbo do vestíbulo encontramos uma glândula esférica de tamanho aproximado ao de um grão de ervilha, denominada glândula vestibular maior . Os ductos dessas glândulas, vão se abrir na base do lábio menor correspondente. Clitóris É uma miniatura do pênis masculino, sendo considerado assim um órgão erétil. Formado por um tecido esponjoso denominado corpo cavernoso , passível de se encher de sangue. Localizado na parte mais superior do vestíbulo vulvar, o clítoris é circundado pela parte anterior dos pequenos lábios. Tem três partes: base, corpo e glande . O corpo é composto por dois corpos cavernosos e dois pontos de fixação. O corpo cavernoso do clitóris origina-se por dois ramos (direito e esquerdo) bastante longos, que se acoplam medial e depois inferiormente aos ramos (direito e esquerdo) inferiores da pube, indo se unir ao nível do centro da sínfise da pube, constituindo o corpo do clitóris, o qual se dirige obliquamente para frente e para baixo, terminando numa dilatação que é a glande do clitóris . Cada ramo do corpo cavernoso é envolto por um músculo isquiocavernoso . 10 Vestíbulo A região entre os pequenos lábios é chamada de vestíbulo. Esta área perineal contém o orifício vaginal, a abertura da uretra feminina e as aberturas dos ductos excretores das glândulas vestibulares maiores e menores. Glândulas vestibulares Existem três tipos de glândulas que desembocam no vestíbulo: As glândulas vestibulares maiores (de Bartholin) são encontradas de cada lado do vestíbulo. Elas são homólogas às glândulas bulbouretrais no sexo masculino e servem para lubrificar a vulva durante a relação sexual As glândulas vestibulares menores estão localizadas entre os orifícios uretral e vaginal. Essas glândulas são homólogas à próstata masculina. Bulbo vestibular Os bulbos vestibulares são um par de tecidos eréteis subcutâneos análogos ao bulbo peniano e ao corpo esponjoso no sexo masculino. Eles se estendem de cada lado do vestíbulo e se unem na frente do orifício uretral. 11 Anatomia do sistema reprodutor masculino 12 Testículos Pênis Localização Está situado no escroto (“bolsa”), um saco de pele e fáscia superficial localizado inferiormente e do lado de fora da cavidade da pelve, próximo à raiz do pênis Morfologia tem, em média, 2,5 cm de largura e 4 cm de comprimento, envolvido por um saco seroso chamado túnica vaginal, este desenvolve-se como uma projeção da cavidade peritoneal abdominal, que precede a descida dos testículos para dentrodo escroto Vascularização Os testículos recebem sangue arterial das longas artérias testiculares que se ramificam da aorta no abdome superior. As veias testiculares, que seguem aproximadamente em paralelo com as artérias testiculares na parede posterior do abdome, surgem de uma rede venosa no escroto chamada plexo pampiniforme. Inervação são inervados pelas duas partes da divisão autônoma do sistema nervoso. Os abundantes nervos sensitivos viscerais transmitem impulsos que resultam em dor agonizante e nauseante quando os testículos são golpeados vigorosamente. Localização Anterior ao corpo, na região pélvica medial, superior aos testículos. Função Sua função é fornecer uma via de saída para a urina e o fluido seminal, uma vez que comporta a uretra. Morfologia Consiste em uma raiz fixa e um corpo livre que termina em uma ponta alargada chamada glande do pênis. pele que cobre o pênis é frouxa e estende- -se na direção distal em volta da glande, formando uma manga chamada prepúcio. Internamente, o pênis contém a parte esponjosa da uretra e três corpos cilíndricos longos de tecido erétil. Cada um desses três corpos eréteis é um tubo espesso coberto por uma bainha de tecido conjuntivo denso e preenchido com uma rede de partições que consistem em músculo liso e tecido conjuntivo. 13 Órgãos secundários Vascularização e inervação Suprido por ramos da artéria pudenda interna, enquanto o sangue venoso é conduzido pela veia pudenda externa superficial. Os nervos sensitivos dorsais são ramos do nervo pudendo a partir do plexo sacral. Os nervos autônomos para o pênis, que acompanham as artérias e abastecem os corpos eréteis, surgem do plexo hipogástrico inferior na pele. Drenagem linfática Linfonodos inguinais superficiais Próstata é uma glândula única do sistema reprodutor masculino. É encontrada inferiormente à bexiga e é atravessada pela uretra. A função da próstata é produzir um fluido que é secretado na uretra durante a ejaculação, função esta que é auxiliada pelas outras glândulas reprodutivas acessórias, isto é, a vesícula seminal e a glândula bulbouretral (glândula de Cowper). As secreções das glândulas acessórias do aparelho reprodutor masculino fluem para a parte prostática da uretra através do ducto ejaculatório. Juntamente com os espermatozóides, elas formam o sêmen. Epididimo O epidídimo está localizado na superfície posterior do testículo. É constituído por uma série de ductos e a sua principal função é o armazenamento e a maturação dos espermatozóides. O epidídimo é dividido em três partes: a cabeça, que está conectada aos ductos eferentes dos testículos, o corpo e a cauda. A cauda do epidídimo continua distalmente como o ducto deferente. Funículo espermático O funículo espermático conduz o feixe neurovascular dos testículos e os suspende no escroto. O feixe consiste em artérias, nervos, plexos pampiniformes, vasos deferentes, vasos linfáticos e túnica vaginal dos testículos, e no músculo cremaster. Envolvendo essas estruturas neurovasculares estão três camadas de tecido: fáscia espermática externa, músculo cremaster e fáscia espermática interna. Ductos ejaculatórios É um fino tubo, que penetra pela face posterior da próstata atravessando seu parênquima para ir se abrir, por um pequeno orifício, no colículo seminal da uretra prostática, ao lado do forame do utrículo prostático. Ducto deferente O ducto deferente é um longo e fino tubo par, de paredes espessas, o que permite identifica-lo facilmente pela palpação, por se apresentar como um cordão uniforme, liso e duro, o que o distingue dos elementos que o cercam, que são de consistência muito branca.Próximo à sua terminação o ducto deferente apresenta uma dilatação que recebe o nome de ampola do ducto deferente. 14 15 Assim que o início do processo embriológico se inicia os gametas femininos e masculino, que tem cada um 23 pares de cromossomos. Com a união dos gametas, o sexo cromossômico é definido, mas as características externas só começam a se formar por volta da 5º semana, mas seu dimorfismo sexual permanece até por volta da 7º semana. A diferenciação sexual do embrião decorre principalmente em 3 etapas As gônadas, que são os testículos e ovários, são os órgãos produtores de gametas, este deriva de 3 principais tecidos. Embriologia X Diferenciação Sexual - Primeiramente durante a fecundação, quando se determina o sexo de maneira cromosssomica, que depende especifiamente do cormossomo sexual que o espermatozóide carrega. - Em seguida, o aparelho genital passa por um período indiferenciado no qual a morfologia dos embriões é idêntica. - A diferenciação morfológica ocorre entre as 6 e as 8 semanas Mesotélio → epitélio mesodérmico que reveste a parede abdominal posterior Mesênquima subjacente → tecido conjuntivo embrionário Células germinativas primordiais → primeiras células sexuais indiferenciadas 16 O início da diferenciação gonadal se dá na 5º semana , uma área mesotélica se prolifera no lado medial do ducto mesonéfrico, também chamado Ducto de Wolff. Ocorre, então, em torno da 4º a 6º semana , a migração das células germinativas (originadas do endoderma da vesícula vitelina), para próximo dessas protuberâncias. Que adentram a crista, se juntando às células dos cordões gonadais que foram formados anteriormente com a proliferação do mesotélio. Essas células germinativas que migram, são grandes e esféricas, depois de se inserirem dentro das cristas, ocorre uma divisão do órgão primitivo em medula e córtex, que dependendo da indução do cromossomo sexual, gera uma estrutura específica. O interessante é que para formar o ovário não é necessário que nenhuma mensagem genética ocorra, o ovário irá se formar independente do cariótipo sexual. Mas para a formação do testículo é necessária a presença da mensagem do gene SRY (ligado ao cromossomo Y) para que a crista genital se diferencie em testículo. A ausência deste gene levará a formação dos ovários. E sob a influência desse gene os cordões gonadais se diferenciam em cordõesseminíferos (que formam o futuro túbulo seminífero). sexuais O gene da região determinante do sexo no Y (SRY) que codifica uma proteína denominada fator de determinação testicular ou proteína SRY, esta inicia uma cascata de ativações genéticas que faz com que as células do tubérculo (crista) genital se diferenciem em células que secretam testosterona e, por fim, formam os testículos, enquanto o cromossomo feminino faz com que a crista se diferencie em células que secretam estrogênios. O trato urogenital inferior interno é derivado de dois conjuntos de ductos, os ductos de Wolff e ductos de Müller , os quais estão presentes precocemente em ambos os sexos. Nas mulheres Ductos de Muller - originam as trompas uterinas, útero e os ⅔ superiores da vagina. Ductos de Wolff- persistem na forma vestigial 17 *É importante sabermos que o desenvolvimento dos ductos de Müller e de Wolff dependem de controles hormonais. O hormônio antimülleriano (AMH ou MIF – Fator de inibição Mülleriano) , uma glicoproteína secretada pelas células de Sertoti do testículo fetal (a partir da 6º semana) é fundamental para a regressão dos ductos de Müller. A testosterona, secretada pelos testículos a partir da 8º semana vai estimular a diferenciação dos ductos de Wolff. Desta forma, na presença de hormônios masculinos ocorre a formação da genitália interna masculina e ausência da feminina. Na ausência de qualquer hormônio, o caminho natural da diferenciação é a formação da genitália interna feminina. Temos que saber que o embrião, tanto masculino quanto feminino, encontra-se sob estímulo de elevados níveis de estrogênio materno. *Por isso a ausência de hormônios masculinos no embrião XY pode levar ao aparecimento de caracteres femininos. 18 Desenvolve-se tanto no homem quanto na mulher, a partir de precursores comuns: Tubérculo Genital, Protuberância Genital (eminências labioescrotais), Dobras Urogenitais e Seio Urogenital . Mulheres Tubérculo genital Origina o clitóris Protuberâncias genitais Origina os grandes lábios Dobras urogenitais Origina os pequenos lábios Homens Protuberâncias genitais Se fundem para formar a bolsa escrotal Dobras urogenitais Se alongam e se fundem para formar o corpo do pênis e a uretra peniana Seio urogenital Próstata Tubérculo genital Forma a glande do pênis - 8° semana: os canais de Muller dirigem-se um para o outro na linha média. - 9° semana: os canais de Muller estão encostados mas ainda não iniciaram a fusão. A extremidade distal encosta, sem abrir, à parede do seio urogenital, que se espessa e dá origem ao tubérculo de Muller. - 10° semana: dá-se a fusão dos canais de Muller, segundo um gradiente crânio-caudal. Os dois tubérculos de Muller fundem-se num só. O esboço uterino começa a perder a forma em V pelo afastamento progressivo dos segmentos proximais das trompas e pelo desenvolvimento do miométrio. Desenha-se o esboço do colo. - 11° semana: reabsorção progressiva do septo inter- Mulleriano que separa as duas cavidades, iniciando-se no local do futuro istmo, progredindo para cima e para baixo simultaneamente. - 12° semana: desaparecimento completo do septo em condições normais; a partir desta data inicia-se uma progressiva diferenciação anatômica e estrutural do útero até às 40 semanas. 19 20 Testosterona É responsável pelas características que diferenciam o corpo masculino, e na vida fetal é estimulado pela gonadotrofina coriônica que é produzido na placenta, depois da vida fetal, a testosterona somente é produzida intensamente novamente na puberdade. Como já citado na embriologia, a testosterona começa a ser elaborada pelos testículos fetais masculinos por volta da sétima semana de vida embrionária, especialmente induzida pelo gene SRY. A testosterona é um andrógeno, sendo produzido e liberado pelo testículo, especificamente pelas células intersticiais de Leydig (aumentam em quantidade das células), situadas no interstício entre os túbulos seminíferos. Eixo hipotálamo-hipofisário-ovariano/testicular Fisiologia da testosterona Secreção em outros locais do corpo - as glândulas adrenais secretam, pelo menos, cinco androgênios, embora a atividade masculinizante total desses androgênios seja normalmente tão baixa (< 5% do total no homem adulto), que, mesmo na mulher, eles não geram características masculinas significativas, exceto a indução do crescimento de pelos pubianos e das axilas. O ovário normal também produz pequenas quantidades de androgênio, mas não são significativas. 21 Após ser produzida e secretada para sua atuação no corpo, grande parte se liga a albumina como proteína transportadora, e mais fortemente a betaglobulina, chamada globulina ligada ao hormônio sexua l, circulando de 30 minutos a várias horas. O hormônio desce do seu carro transportador, e é transferido aos tecidos ou é degradado, formando seus produtos inativados. Em suma, a maior parte da testosterona que se liga aos tecidos é convertida em di - hidrotestosterona . Mas após se metabolizada, a testosterona que não se fixa nos tecidos é convertida rapidamente, principalmente pelo fígado, em androsterona e desidroepiandrosterona e, simultaneamente, conjugada com glicuronídeos ou sulfatos, sendo excretadas pelo intestino, por meio da bile, ou na urina, pelos rins. *Além da testosterona, pequena quantidade de estrogênio é formado no homem, e não é totalmente esclarecido a fonte destas substâncias, mas sabe-se que existe uma grande concentração dos estrogênios nos túbulos seminíferos tendo provável importância na espermiogênese, e grandes quantidades deste estrogênio advém da testosterona que é convertida em estradiol, principalmente no fígado. Funções da testosterona (geral é a produção das características masculinas) Descida dos testículos Os testículos em situação fetal, ficam no abdômen até 2-3 meses de gestação, onde descem para o saco escrotal, a administração de testosterona induz esse processo. 22 Mecanismo de ação da testosteronaDesenvolvimento de características sexuais primárias e secundárias Na puberdade, o aumento da produção faz com que o pênis, saco escrotal e testículos aumentem de tamanho, sendo esta as características primárias. Já as secundárias envolvem a indução do crescimento dos pelos (principalmente no púbis, face e tórax), e de forma contraditória reduz o crescimento de cabelo no topo da cabeça. Além de efeitos na hipertrofia da mucosa laríngea e alargamento da laringe, aumenta a espessura da pele, aumentando o número de glândulas sebáceas e consequentemente o maior surgimento de acne. Apresenta um aumento nas proteínas e deposição proteica muscular. Os ossos tendem a crescer, e amadurecer, se tornando mais espessos e mineralizados, aumento do metabolismo basal principalmente diante o aumento do anabolismo proteico. E por fim, apresenta um efeito diminuto no aumento da reabsorção de sódio nos túbulos distais renais. 23 Não muito diferente de outros hormônios corporais, ela induz o aumento da formação de proteínas nas células alvo. Induzindo principalmente as células prostáticas em pouco tempo. 1. A testosterona é convertida sob a influência da enzima intracelular 5alfa - redutase , em di-hidrotestosterona. 2. Esta por sua vez se liga a proteína receptora citoplasmática, o complexo formado sai correndo para o núcleo da células, onde se liga a uma proteína nuclear, induzindo assim a transcrição do DNA em RNA. 3. Pouco tempo depois o RNA polimerase fica ativo, e a concentração de RNA começa a aumentar, consequentemente aumentando a quantidade de proteínas celulares. E em uma resposta mais lenta, as células prostáticas se proliferam. *Importante lembrar que o exemplo usado é de uma célula prostática, mas a testosterona atua em todo o corpo. Regulação da produção de testosterona Em sua grande maioria, o controle das funções sexuais começa com a secreção do hormônio peptídico de 10 aminoácidos, chamado de hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) pelo hipotálamo. Este estimula a adeno hipófise a secretar os hormônios gonadotrópicos , que exercem seus efeitos principalmente sobre os testículos ativando o sistema de segundo mensageiros de AMPc. 1. O GnRH é liberado pelos neurônios que estão localizados no núcleo arqueado do hipotálamo, as terminações deste neurônio produtor se localizam na eminência mediana do hipotálamo, onde ocorre a liberação da substância no sistema porta hipofisário. *O GnRH é secretado durante poucos minutos intermitentemente a cada 1 a 3 horas, sendo sua intensidade determinada pela frequência da liberação e pela quantidade produzida. *O LH também é liberado ciclicamente quase concomitante ao GnRH, ao contrário do FHS, em tem uma flutuação de liberação relativa. 2. Ocorre então o transporte desse hormônio para a hipófise anterior que estimula a produção de liberação do LH e FSH a partir da células gonadotrófica (basófila). LH x Testosterona As Células intersticiais de Leydig somente produzem testosterona sobre influência do LH, e a quantidade de testosterona produzida é diretamente proporcional à quantidade de LH disponível. - Hormônio luteinizante (LH)- é o estímulo primário para a secreção de testosterona - Hormônio folículo-estimulante (FSH)- estimula a espermatogênese 24 Após a secreção de testosterona, esta tem um efeito de inibir a secreção de LH pela hipófise anterior, com efeito direto no hipotálamo diminuindo a produção ou os ciclos do GnRH. Porém, de maneira quase contraditória, uma produção de pequena quantidade de testosterona induz um “FEEDBACK POSITIVO” sobre o hipotálamo, aumentando a produção de GnRH, e consequentemente a de testosterona. Mas ai que tá o pulo do gato, quando ocorre uma saturação desta testosterona, ela mesma inibe sua produção, iniciando novamente este ciclo. O processo dos hormônios sexuais femininos se apresentam de forma mais complexa, quando falamos de variações rítmicas mensais de secreção hormonal, denominado de ciclo menstrual (ou capeta em pessoa kkk). Este duram em média de 28 dias, mas pode variar de mulher para mulher, e existem dois significados cruciais neste ciclo que apenas um gameta pode ser liberado ou fecundado a cada ciclo, e que o útero, mas especificamente o endométrio se prepara para receber esse possível feto. As mudanças nos ovários são produzidas pelos hormônios gonadotróficos, que como já falado anteriormente, é estimulado pelo GnRH hipotalâmico. Na ausência destes Como o corpo sabe que chegou a puberdade e começa a secretar testosterona? Basicamente, durante a infância produz o GnRH em menor quantidade, e uma das razões para isso é que, na infância, pequena secreção de qualquer hormônio esteroide exerce efeito inibitório intenso sobre a secreção de GnRH. Fisiologia dos hormônios sexuais femininos 25 hormônios, como na infância, os ovários permanecem inativos, e somente é produzido de forma considerável na puberdade feminina. 1. Então o hormônio hipotalâmico é produzido em maior quantidade estimulando a hipófise anterior, produzindo o LH e FSH, que são liberados na corrente sanguínea até os ovários. 2. Nas membranas destes ovários têm receptores específicos para cada hormônio, ao formar o complexo receptor-hormônio, ocorre o aumento da secreção das células e o crescimento e proliferação celular. De uma forma geral, as funções do LH e FSH no ciclo ovariano é- FSH No primeiro momento do ciclo tem uma liberação moderada, e atua causando o crescimento acelerado de 6 a 12 folículos por mês, nesta primeira metade do ciclo a maturação folicular nos ovários têm um papel muito maior do FSH. Este crescimento acelerado causa a secreção de estrogênio pelo folículo ovariano, aumentando em quantidade o número de receptores de FSH. A soma da atuação do FSH e estrógeno promovem os receptores de LH permitindo que ocorra sua estimulação *É o FSH que regula o crescimento, desenvolvimento, puberdade, reprodução e secreção de hormônios sexuais pelos testículos e ovários LH Após a maturação folicular este óvulo deveser liberado, e o LH é crucial para esta liberação do óvulo, chamada de ovulação. Causando efeito também nas células ovarianas, induzindo a liberação de progesterona. Quando o ovócito não é fecundado, o LH atua como agente luteinizante nas células ovarianas, causando a luteinização destas células, que logo se proliferam crescem e secretam grande quantidade de progesterona e estrogênio, quando este deixa de secretar esses hormônios, o FSH E LH voltam a ser produzidos iniciando um novo ciclo. *induz o amadurecimento dos folículos, ovulação e produção de progesterona. 26 Estrogênio Estão envolvidos na primeira fase do ciclo. Diversas são as suas ações em todo organismo feminino. - No aparelho reprodutor, suas principais ações são: produção de muco mais fluido, a fim de favorecer o ato sexual e a penetração do espermatozóide, para que a fecundação possa ocorrer; também aumenta o crescimento uterino, em especial o endométrio, crescimento das tubas uterinas e da vagina; nas tubas uterinas, os estrogênios promovem também o aumento da atividade ciliar e da contração, tornando mais fácil a movimentação. - Na mama, onde o estrogênio estimula o desenvolvimento da mesma, por seu efeito mamogênico, e promove também a pigmentação da aréola. - No esqueleto ósseo, os estrogênios estimulam a preservação da massa óssea (pois ativa os osteoblastos), o crescimento e o fechamento das epífises (ao se fecharem a menina não cresce mais). - No sistema nervoso central, onde garante uma das características femininas, que é o comportamento dócil (o que nem sempre acontece hahaha), possui efeito antidepressivo e preserva a memória. - Atua no metabolismo, estimula a deposição de gordura no quadril e nas mamas, o que é uma característica típica do sexo feminino. - No sistema cardiovascular, promove aumento do HDL e redução do LDL, o que é uma vantagem, reduzindo assim o risco cardiovascular. Mas, no mesmo sistema, os estrogênios promovem vasodilatação e pode propiciar a formação de edemas. - E quanto a pele e os pelos, os estrogênios garantem características femininas, como pele macia, distribuição pilosa tipicamente feminina e aumento da resistência da pele. Progesterona é um hormônio envolvido na segunda fase do ciclo mensal, após a ovulação. - No endométrio uterino, a progesterona estimula a secreção, preparando o mesmo para a nidação. O miométrio uterino sofre 27 relaxamento para proteger a gestação, caso tenha ocorrido a fecundação. - Nas tubas uterinas, a progesterona promove uma secreção mucosa, a fim de nutrir e movimentar o embrião. - Já o muco cervical, ao contrário do que ocorre pela ação dos estrogênios, torna-se mais espesso sob ação da progesterona, para impedir a entrada de espermatozóide. - E, por fim, nas mamas, a progesterona, assim como os estrogênios, possuem efeito termogênico, promovendo o desenvolvimento das mesmas.
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