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ESTAGIO GESTAO LABORATORIAL

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Contato:
 
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FERNANDA EIKO CANEVASSI KAGUE SILVA DE OLIVEIRA
ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
GESTÃO LABORATORIAL
Fernandópolis – SP
2021
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UNIVERSIDADE
 
BRASIL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA
CAMPUS
 
FERNANDÓPOLIS – SP
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FERNANDA EIKO CANEVASSI KAGUE SILVA DE OLIVEIRA 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
GESTÃO LABORATORIAL
Trabalho apresentado ao curso de Biomedicina da Universidade Brasil como requisito para aprovação na disciplina de Estagio Supervisionada em Gestão Laboratorial.
Discente: Fernanda Eiko Canevassi Kague Silva de Oliveira
Período: 7º Semestre
RA: 0718597-8 
Coordenador de Curso: Wagner Rafael Da Silva
Supervisor de Estágio: Dirce Maria Ignácio dos Santos Gonzaga
Total de Horas: 165 
FERNANDÓPOLIS –SP
2021
 (
 
CURSO
 
DE
 
GRADUAÇÃO EM
 
BIOMEDICINA
)
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	6
2.	QUALIDADE	9
FASE PRÉ ANALÍTICA	10
FASE ANALÍTICA	12
FASE PÓS-ANALÍTICA	13
3.	PNCQ- PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DE QUALIDADE	16
4.	GESTÃO DE MATERIAIS E INSUMOS	20
Vantagens da gestão de insumos	20
Controle do estoque	21
Padronização de estoque	22
Realização de inventários	22
Monitoramento de entradas e saídas	23
Controle de prazos e projeções	23
Relacionamento com fornecedores	24
Tecnologia	25
5.	GESTÃO DE COMPRAS	27
Monitoramento de entrada e saída de estoque	28
Fornecedores	28
Cálculo de giro de estoque	28
Estudo da sazonalidade	29
6.	GESTÃO ADMINISTRATIVA	30
Gestão financeira	30
Gestão de pessoas	31
7.	BIOSSEGURANÇA	33
Princípios da Biossegurança	33
Procedimentos Operacionais Padrão – POP	34
Descrição das Responsabilidades em Biossegurança	35
Equipamentos de Proteção Individual - EPI	36
Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC	38
Boas Práticas Laboratoriais	40
Descontaminação e Descarte de Resíduos	43
Acidentes	45
Como Proceder em Casos de Acidentes	47
8.	VIGILÂNCIA SANITÁRIA	49
	Necessários	49
Recomendáveis	50
 INTRODUÇÃO
O Biomédico, é um profissional a serviço da saúde e da ciência, com um respeitado histórico de luta em prol do bem estar da população, contribui, com seu ramo de atividade amplamente diversificado, para com a evolução do ser humano. Biomedicina é uma área das Ciências Biológicas que estuda as doenças humanas, suas causas e meios de tratá – las. O trabalho do biomédico é identificar, classificar e estudar os microrganismos causadores de doenças e procurar medicamentos e vacinas para combate – los. Esse profissional faz exames e interpreta análises clínicas para diagnosticar doenças. O profissional é capacitado para coletar, processar e emitir laudos de exames e análises clínicas.
O presente relatório de estágio supervisionado tem por objetivo desenvolver experiências práticas no campo da Biomedicina, mais especificamente na área de Gestão Laboratorial.
O estágio Supervisionado foi realizado na Universidade Brasil, e teve ênfase na área de gestão laboratorial. Este estágio proporcionou um aprimoramento aos meus conhecimentos. As atividades desenvolvidas nesse estágio foram fundamentais para o meu crescimento pessoal e profissional.
1. CONTROLE DE QUALIDADE NO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS
Desde o século passado, percebe-se, em todas as situações, uma importante evolução no conceito de qualidade, particularmente, diante das exigências dos clientes. Em consequência disso, o "melhorar continuamente os processos" passou a ser meta e conduta de toda instituição ou organização. Nos laboratórios clínicos, isso não foi diferente. Em face dessas exigências, a melhoria da qualidade do produto oferecido (resultado de exames) e seu controle foram as consequências naturais desse processo.
O laboratório clínico deve assegurar que os resultados produzidos reflitam, de forma fidedigna e consistente, a situação clínica apresentada pelos pacientes, assegurando que não representem o resultado de alguma interferência no processo. A informação produzida deve satisfazer as necessidades de seus clientes e possibilitar a determinação e a realização correta de diagnóstico, tratamento e prognóstico das doenças.
A melhoria contínua dos processos envolvidos deve representar o foco principal de qualquer laboratório. Para isso, procura-se oferecer, cada vez mais, os melhores produtos ou serviços para os clientes.
Entretanto, para que as inovações e melhorias deem certo, torna-se imprescindível o controle desses processos, que deve ser capaz de identificar possíveis falhas que possam vir a acontecer ou as que já aconteceram. Além disso, o laboratório deverá estar preparado para agir prontamente para evitar ou minimizar as consequências e a recorrência dessas falhas. Isso tudo acaba por se traduzir em um processo chamado garantia da qualidade.
Em um laboratório de análises clínicas, a garantia da qualidade é alcançada tendo-se total e absoluto controle sobre todas as etapas do processo, o qual pode ser denominado de realizar exame, que compreende as fases pré-analítica, analítica e pós-analítica.
A gestão da qualidade, por sua vez, abrange as ações utilizadas para produzir, dirigir e controlar essa qualidade, incluindo a determinação de uma política e de objetivos da qualidade, com o uso de indicadores e metas.
A garantia da qualidade de todas as fases pode ser conseguida por meio da padronização de cada uma das atividades envolvidas, desde o atendimento ao paciente até a liberação do laudo. Com isso, pode-se alcançar a qualidade que se almeja e, com a gestão da qualidade, garanti-la.
Todas essas atividades no laboratório devem ser documentadas por meio de procedimentos operacionais padrão (POP) ou instruções de trabalho (IT), que deverão estar sempre acessíveis aos funcionários envolvidos nas atividades.
Com a incessante procura por qualidade nos processos laboratoriais, foram criados os programas de acreditação brasileiros, como o Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC) da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), e o Departamento de Inspeção e Credenciamento da Qualidade (DICQ) da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC). Além disso, surgiram, no Brasil, nas décadas de 1970-80, os programas de controle da qualidadeem laboratório clínico, como o Proficiência em Ensaios Laboratoriais (PELM) e o Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ). Esses sistemas são utilizados para atender às necessidades de ampla e melhor avaliação dos laboratórios clínicos.
Com a qualidade melhorada, os desperdícios podem ser evitados, reduzindo-se os custos e aumentando-se a produtividade, e, com isso, haverá melhora da competitividade no mercado.
2. QUALIDADE
O constante progresso tecnológico na área laboratorial tem possibilitado a ampliação do número e dos tipos de analitos passíveis de análise, aumentando, significativamente, a importância do laboratório na decisão médica e na tomada de condutas terapêuticas. Segundo Westgard e Darcy, os resultados das análises laboratoriais são responsáveis por 65% a 75% das informações pertinentes à decisão médica. A medicina laboratorial pode ser considerada setor pioneiro na área médica a promover e introduzir os conceitos da qualidade. Na década de 1960, Barnett e Tonks iniciaram estudos sobre variabilidade biológica, os quais foram aprimorados por Harris e Fraser nas décadas subsequentes. Nos anos 1990, houve um consenso sobre os objetivos da qualidade e suas especificações no ambiente do laboratório clínico. Assim, foram definidos os conceitos de controle da qualidade, garantia da qualidade e gestão total da qualidade. A evolução tecnológica foi uma das principais alavancas que permitiu a implantação dos modernos conceitos da qualidade no laboratório clínico. No entanto, as novas práticas resultaram no aumento do custo global de todo o processo laboratorial, nem sempre acompanhado do aumento na remuneração pelas fontes pagadoras. Ao contrário, os laboratórios clínicos, particularmente no Brasil, passaram a sofrer forte pressão dos provedores de serviço de saúde suplementar, no sentido de diminuir drasticamente os custos de execução dos exames. Para Plebani, uma das consequências da elevação do custo laboratorial refere-se a não adequação do mesmo ao objetivo a que se destina. Um exame é apropriado quando é efetivo e claramente indicado, não custoso e disponível para a população apropriada. Na solicitação de um exame, é necessária a avaliação de seu custo/benefício, ou seja, se o teste trará benefícios para diagnóstico, prognóstico ou tratamento. Caso contrário, o exame pode ter um custo desnecessário, além de aumentar o risco de resultados falsos positivos, desencadear outras investigações e gerar modificações errôneas na terapia, atraso diagnóstico ou aumento da permanência hospitalar. Segundo Ismail, a liberação de um laudo incorreto pode desencadear aumento de consultas médicas e testes laboratoriais e de imagem, elevando ainda mais o custo dos serviços de saúde. A busca de melhoria contínua exigiu, em um primeiro momento, a análise minuciosa dos diferentes processos envolvidos na realização do exame laboratorial, incluindo aspectos técnicos, organizacionais e administrativos, além de identificar desvios e propor oportunidades de melhoria. Para Plebani, o erro laboratorial é definido como uma falha ocorrida em qualquer parte do ciclo laboratorial, ou seja, desde a solicitação médica até a interpretação e a reação do médico diante do resultado reportado, ou qualquer defeito na realização do teste que gere um resultado inapropriado ou uma interpretação equivocada. Segundo Hollensead, o processo que culmina na execução de um exame laboratorial inicia-se na avaliação clínica, no estabelecimento de uma hipótese diagnóstica e na solicitação de exames dirigida para os diagnósticos aventados. O processo final se concretiza por meio da utilização, pelo médico, da informação gerada pelo laboratório. As diversas etapas de execução de um exame são divididas, classicamente, em três fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica. 
FASE PRÉ ANALÍTICA
Atualmente, os termos fase pré-pré-analítica e fase póspós-analítica foram introduzidos para definir as etapas de execução de um exame que independem propriamente do laboratório. 
A pré-analítica corresponde à seleção, pelo clínico, de exames apropriados ao diagnóstico a que se pretende e à solicitação dos mesmos. Coleta, transporte e recepção das amostras adequadas ao exame, quando não são de responsabilidade do laboratório, também podem estar inclusos nessa fase. 
A pós-pós-analítica refere-se à interpretação do resultado pelo clínico. Desse modo, o sistema da qualidade do laboratório requer disciplina e organização em todas as etapas dos diferentes processos. 
Nesse contexto, os indicadores Laboratoriais permitem avaliar a eficácia e a eficiência das diferentes etapas de execução do exame laboratorial.
Pode-se definir indicador como uma informação de natureza qualitativa ou quantitativa, associada a um evento, processo ou resultado, sendo possível avaliar as mudanças durante o tempo e verificar ou definir objetivos ou utilizá-lo para a tomada de decisões ou escolhas. Ricósdefine indicadores laboratoriais como medidas numéricas de erros ou falhas de determinado processo em relação a seu número total (acertos e erros). São especificações da qualidade, pois o desempenho de um processo é considerado satisfatório se estiver nos limites estabelecidos nos indicadores. Seu objetivo não é prover respostas, mas indicar problemas potenciais que necessitam de ações preventivas. A definição do número e dos tipos de indicadores costuma ter como base a complexidade e o tamanho da organização, assim como a missão e os objetivos do serviço. A falta de um padrão internacional, ou mesmo nacional, dificulta a definição de metas ou objetivos, assim como a prática de benchmarking, visto que um mesmo indicador pode diferir no modo de reportar os dados, na coleta dos mesmos e na metodologia utilizada para expressar o indicador (percentual ou números absolutos). Algumas publicações relatam os indicadores mais comumente utilizados pelos laboratórios clínicos e seus respectivos limites de aceitabilidade. Esses dados possibilitam que outros laboratórios clínicos monitorem seus processos em busca da melhoria contínua. Alguns aspectos necessitam de maior atenção na fase pré-analítica, conforme descritos a seguir: 
• orientações acerca do preparo adequado para a coleta; 
• identificação correta do paciente; 
• informações relevantes, como idade, sexo, raça, uso de medicamentos, entre outros; 
• coleta, identificação e transporte da amostra biológica; 
• processamento da amostra (centrifugação e aliquotagem). 
Estima-se entre 46% e 68% o percentual de erros laboratoriais referentes a problemas ocorridos durante a fase pré-analítica. Segundo Plebani, entre os erros observados na fase pré-analítica destacam-se: identificação incorreta, amostra coletada erroneamente ou em volume insuficiente e condição de transporte ou conservação inadequada. 
São relatados, ainda, problemas de centrifugação, aliquotagem e identificação das alíquotas como erros pré-analíticos. 
Além disso, a escolha inapropriada de testes laboratoriais ou de seus painéis também pode ser considerado um erro pré-analítico. 
Indicadores mais comumente citados na literatura, associados a essa fase, referem-se a índices de recoleta, relacionados com falhas anteriormente mencionadas(39). Outros exemplos são: 
• erros na abertura de cadastro (identificação equivocada do paciente ou do médico e erro no cadastro dos exames); 
• amostras solicitadas e não coletadas; 
• falhas na coleta (coleta de tubo errado, hemólise, amostras coaguladas e razão inadequada de sangue/anticoagulante); 
• problemas no transporte das amostras.
FASE ANALÍTICA
 A fase analítica corresponde à etapa de execução do teste laboratorial, a qual pode ser monitorada pelo controle interno da qualidade (CIQ) e pelos ensaios de proficiência ou avaliação externa da qualidade (AEQ). CIQ e AEQ são ferramentas utilizadas na prática laboratorial para assegurar seus serviços ou, mais especificamente, o processo de realização dos testes. Controles internos que se assemelham às amostras biológicas são preparados e utilizados em conjunto comestas, com a finalidade principal de monitorar a estabilidade e a reprodutibilidade do sistema analítico durante todas as etapas de sua execução. As amostras-controle possuem valores conhecidos e seu monitoramento é realizado por meio das análises estatísticas, como média, desvio padrão e coeficiente de variação. O gráfico de LeveyJennings e as regras múltiplas de Westgard são ferramentas mundialmente difundidas na avaliação do CIQ, sendo utilizadas há pelo menos 20 anos. O CIQ permite, sobretudo, avaliação do erro aleatório de uma análise. O AEQ tem por finalidade avaliar o desempenho dos sistemas analíticos por meio de ensaios de proficiência e realizar comparações interlaboratoriais. A simples participação em um programa de ensaio de proficiência não garante o bom desempenho dos testes avaliados. Os dados fornecidos devem ser utilizados para comparação com resultados das diversas rodadas subsequentes. É possível calcular o erro total permitido para cada analito, utilizando-se dados de variabilidade biológica. O erro total é, por definição, a soma dos erros sistemático e aleatório (ou variação aleatória) que podem ocorrer em uma análise, como exemplificado na Figura.
Nos EUA, o CAP disponibiliza os programas Q-Probe e Q-Traks para avaliação externa da qualidade. No Brasil, os ensaios de proficiência da Control-Lab, vinculados à SBPC/ML, e o Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ) da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) são os mais difundidos (www.controllab.com.br; www.pncq.org.br). 
Recentemente, Westgard demonstrou que, tendo como base a escala sigma, resultados das fases analíticas de ensaios simples e bem estabelecidos, como a dosagem de colesterol total, cálcio, glicose e hemoglobina glicada, não são totalmente satisfatórios. Foram analisados dados de um ensaio de proficiência de aproximadamente 9 mil participantes para esses analitos e concluiu-se que, na métrica sigma, os melhores resultados variam em torno de três a quatro sigmas, bem distantes dos seis sigmas idealizados na área industrial. São poucos os indicadores da fase analítica mencionados na literatura, sendo que estes se baseiam, principalmente, no número de resultados inaceitáveis de CIQ e AEQ, conforme descrito na Tabela 1.
 Segundo Plebani, a dificuldade de relatar os erros da fase analítica ocorre pela dificuldade de observá-los, visto que aproximadamente 75% deles resultam em valores na faixa de referência e 12,5% produzem resultados totalmente incoerentes, os quais são prontamente corrigidos. Desse modo, 12,5% são os erros que podem afetar o cuidado ao paciente. 
Estes podem ser minimizados com treinamento e qualificação da equipe profissional do laboratório e adoção de condutas de identificação e correção de falhas de CIQ e AEQ. 
FASE PÓS-ANALÍTICA
A fase pós-analítica, por sua vez, tem início no ambiente do laboratório clínico e envolve os processos de validação e liberação de laudos e se encerra após o médico receber o laudo final, seguido de sua interpretação e tomada de decisão perante o resultado reportado.
Erros frequentemente associados a essa etapa correspondem às falhas na liberação dos resultados, por erros de transcrição ou digitação ou pelo não cumprimento do prazo de entrega. O desenvolvimento da tecnologia de informação (TI) aplicada ao setor laboratorial tem contribuído para a diminuição dos erros de transcrições de resultados, principalmente após o advento dos sistemas de interfaceamento, os quais possibilitam a transmissão das informações diretamente do equipamento automatizado de análise para o sistema de informação laboratorial (SIL). A identificação das amostras por meio das etiquetas de código de barras também tem sido fundamental na busca de melhoria da qualidade e redução dos erros. Outros processos vinculados à fase pós-analítica são relacionados com as informações adicionais contidas em um laudo laboratorial, além do resultado. Trata-se dos valores de referência e comentários que auxiliam na interpretação clínica. Valores de referência de determinado analito são, na maior parte das vezes, transcritos das instruções do fabricante do conjunto diagnóstico e podem não representar adequadamente a população em estudo. Do mesmo modo, informações quanto à sensibilidade do método utilizado, coeficiente de variação, entre outros, devem ser acrescentados aos laudos com o objetivo de informar as peculiaridades metodológicas das análises. 
Falhas nessas informações devem ser consideradas erros laboratoriais, pois influenciam diretamente a interpretação clínica. O tempo total de liberação do resultado também é um quesito a ser verificado na garantia de qualidade do laboratório, principalmente para exames cujo tempo de liberação influencia diretamente a decisão clínica ou quando há resultados críticos que devem ser comunicados com rapidez. A falta de notificação imediata de valores críticos pode ser tão negativa quanto a liberação de resultados inadequados. Os erros recorrentes dessa fase do ciclo laboratorial giram em torno de 18% a 47%. 
São exemplos de indicadores da fase pós-analítica: sucesso na comunicação de valores críticos, percentagem de resultados liberados no prazo e intercorrências na liberação de resultados, exames liberados e não solicitados, exames solicitados e não liberados e porcentagem de laudos retificados. Os indicadores laboratoriais auxiliam na padronização e na definição das especificações da qualidade para o processo de realização de um exame. 
Ainda não há consenso acerca dos melhores indicadores para as fases analíticas e extra-analíticas, bem como seus respectivos limites de aceitabilidade, uma vez que há grande variabilidade nos processos, principalmente nas fases pré e pós-analíticas, dos diversos laboratórios clínicos. Desse modo, uma alternativa muito aplicada atualmente refere-se à prática de benchmarking, em especial para comparar os indicadores mais conhecidos e utilizados, como índices de recoleta, amostras coaguladas e hemolisadas. Galoro et al. relataram a dificuldade na padronização e na coleta de dados, assim como a consistência dos dados obtidos para a prática de benchmarking. Os autores sugerem a segregação dos participantes com características semelhantes em grupos e cita o exemplo brasileiro do Programa de Indicadores Laboratoriais, desenvolvido pela SBPC/ML e pelo Control-Lab. 
A busca da padronização dos indicadores da qualidade nem sempre é uma tarefa fácil quando se envolvem diversos laboratórios clínicos, cada qual com características distintas, mas que procuram trocar experiências com seus pares nos programas de benchmarking. Cabe aos gestores o desafio de ampliar os conhecimentos, envolver e treinar a equipe de colaboradores, visando difundir os conceitos e a importância dos indicadores na gestão dos processos.
CONFIDENCIALIDADE/ LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD)
A proteção das informações dos pacientes (dados pessoais e resultados de exames), consta no Procedimento Geral de Confidencialidade (PG-COM), que trata das normas para entrega de resultados, acesso ao Sistema Gerenciador do laboratório, arquivo de resultados e contato com o paciente.
Agora implantado a nova Lei de Proteção de Dados Pessoais – LGPD.
A Lei Geral de Proteção de Dados (13.709/2018) tem como principal objetivo proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural. Também tem como foco a criação de um cenário de segurança jurídica, com a padronização de regulamentos e práticas para promover a proteção aos dados pessoais de todo cidadão que esteja no Brasil, de acordo com os parâmetros internacionais existentes.
A lei define o que são dados pessoais e explica que alguns deles estão sujeitos a cuidados ainda mais específicos, como os dados pessoais sensíveis e dados pessoais sobre crianças e adolescentes. Esclarece ainda que todos os dados tratados, tanto no meio físico quanto no digital, estão sujeitos à regulação. Além disso, a LGPD estabelece que não importa se a sede de uma organizaçãoou o centro de dados dela estão localizados no Brasil ou no exterior: se há o processamento de informações sobre pessoas, brasileiras ou não, que estão no território nacional, a LGPD deve ser observada. A lei autoriza também o compartilhamento de dados pessoais com organismos internacionais e com outros países, desde que observados os requisitos nela estabelecidos. 
Consentimento:
Na LGPD, o consentimento do titular dos dados é considerado elemento essencial para o tratamento, regra excepcionada nos casos previstos no art. 11, II, da Lei.
A lei traz várias garantias ao cidadão, como: poder solicitar que os seus dados pessoais sejam excluídos; revogar o consentimento; transferir dados para outro fornecedor de serviços, entre outras ações. O tratamento dos dados deve ser feito levando em conta alguns requisitos, como finalidade e necessidade, a serem previamente acertados e informados ao titular. 
O “consentimento” para a LGPD é condição fundamental para a viabilidade das operações de tratamento dos dados de um indivíduo. Representa uma “manifestação livre, informada e inequívoca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados pessoais para uma finalidade determinada Por isso, os usuários devem ter a sua disposição de forma expressa, clara, com linguagem acessível, todas as informações acerca do tratamento que seus dados terão, tais como: a finalidade para a qual estão sendo coletados; o meio de captura; o período de tempo em que ficarão armazenados; a identificação do controlador com o respectivo contato; se serão compartilhados com terceiros; quais as responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamento; dentre outras.
É direito do titular dos dados a retirada ou revogação do consentimento, bem como se houver mudança na finalidade dos dados coletados originalmente, efetuar novo consentimento.
Igualmente, o titular tem o direito de corrigir ou alterar seus dados. Tais opções à disposição do usuário ou cliente devem ser facilitadas e disponibilizadas gratuitamente.
ARMAZENAMENTO DE DADOS
O armazenamento de laudos e exames contendo todo o histórico do paciente é essencial para acompanhar a sua evolução, diagnosticar quadros clínicos e concluir sobre a saúde do indivíduo. O fato é que a lei prevê que os estabelecimentos de saúde têm a obrigação de zelar pela integridade e pela conservação desses arquivos por um tempo.
Contudo, trata-se de uma tarefa que não é tão fácil quanto parece. Além da grande quantidade de ações a serem anotadas, o acúmulo de papéis pode causar um verdadeiro transtorno. Nesse sentido, a tecnologia surgiu como uma aliada, sendo que, atualmente, laboratórios clínicos utilizam sistemas digitais como instrumentos de gestão. Nesse caso, além da infraestrutura tecnológica necessária, é importante prestar atenção a alguns aspectos.
O armazenamento do histórico do paciente é um assunto que é tratado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que é uma organização vinculada ao Ministério da Saúde responsável por exercer o controle sanitário de todos os produtos e serviços, em que se incluem diretrizes para gestão da rotina laboratorial.
Logo, ela regula as questões referentes à elaboração e ao armazenamento de laudos e todas as informações importantes que são passíveis de uso e consulta pelos profissionais de saúde. Assim, a Resolução de Diretoria Colegiada – RDC Nº 302/2005 prevê que todos esses exames, incluindo os de imagens e laudos, são de inteira responsabilidade do estabelecimento de saúde.
Nesse sentido, o item 6.3.8 da RDC 302/2005 prevê que as cópias dos laudos de análise, bem como os dados brutos, devem ser arquivadas de modo que sejam facilmente recuperáveis e de forma a garantir a sua rastreabilidade. Na verdade, não se trata apenas do laudo, e, sim, de todas as informações que são utilizadas para compor o resultado da análise.
É necessário manter os exames dos pacientes armazenados durante um certo prazo, conforme disposição da RDC 302/2005, os exames de imagem e laudos fazem parte do histórico do paciente e os que são impressos em papel devem ser armazenados no estabelecimento pelo período mínimo de 5 anos. Por sua vez, caso sejam arquivos digitalizados, o armazenamento deve ser feito de forma permanente, ou seja, não há um tempo definido.
Convém mencionar que as instituições têm a obrigação de guardar os exames até o momento em que eles são retirados pelo paciente. Entretanto, há a obrigatoriedade de manter uma cópia contendo outra via, que será, então, arquivada. Ou seja, com relação aos exames que já foram entregues aos pacientes, cabe guardar o laudo emitido, bem como o comprovante de entrega devidamente assinado pelo paciente.
Como o prazo estabelecido para o armazenamento é longo, seria extremamente complicado manter o arquivo contendo esse volume de documentos. Nesse cenário, o uso de sistemas digitalizados veio para otimizar esse processo, contribuindo para a diminuição dos espaços e mantendo os arquivos salvos em pastas digitais, em servidores ou online, por meio da nuvem.
Trata-se de uma forma econômica, prática e moderna de armazenar o histórico dos pacientes, de maneira permanente, sem o risco de perdas. Nesse sentido, os arquivos digitais ou microfilmados devem ser mantidos armazenados permanentemente nos computadores, nos dispositivos móveis ou na computação em nuvem.
Há a possibilidade de uso de mecanismos tecnológicos com o objetivo de armazenar os documentos dos pacientes. Para isso, é necessário que esses sistemas ofereçam as condições mínimas de segurança a fim de garantir a privacidade dos dados e a integridade dos arquivos. Nesse sentido, o armazenamento em nuvem é uma excelente alternativa.
O laboratório de análises clínicas pode proceder de duas formas: armazenar os exames em papel físico pelo prazo de 5 anos, ou guardar o laudo e o comprovante por um período indeterminado. Além disso, pode adotar sistemas online para guardar permanentemente esses exames.
A importância de guardar integralmente os exames médicos para evitar a sua deterioração e não comprometer o resgate das informações, é essencial analisar o mecanismo de implantação que permite variadas formas de armazenamento.
A primeira alternativa (armazenamento dos documentos em caixas) traz alguns empecilhos. Um deles é a necessidade de se dispor de um espaço considerável para estocar todos os arquivos físicos. Nem sempre isso é uma tarefa fácil, dependendo do porte do laboratório.
Isso porque é necessário deixar o ambiente em uma temperatura adequada para evitar a deterioração. Além disso, um grande volume de material demanda uma maior organização e a padronização dos arquivos, sem falar nos gastos referentes à manutenção do espaço.
A segunda opção adota a tecnologia como aliada. Trata-se de uma maneira inovadora que permite o armazenamento, o acesso e o compartilhamento virtual dos arquivos contendo o histórico do paciente.
Essa ferramenta digital trouxe algumas vantagens, tanto para os pacientes quanto para os estabelecimentos de saúde:
· mobilidade;
· segurança dos arquivos;
· conectividade entre os pacientes e a instituição de saúde;
· redução de custos (não há necessidade de um ambiente físico para o armazenamento);
· eficiência operacional e segurança (otimização do processo de gestão e guarda dos arquivos);
· mais escalabilidade (é possível mensurar o volume de informações inseridas e não há limites de armazenamentos).
O armazenamento dos documentos contendo o histórico do paciente é uma etapa essencial para a gestão de um laboratório clínico. Nesse sentido, cumpre destacar as funcionalidades do aplicativo Onlife. Trata-se de uma plataforma móvel que permite que o paciente tenha acesso a todas as informações referentes ao seu histórico de saúde por meio do celular, aumentando a experiência e a satisfação.
3. PNCQ- PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DE QUALIDADE
O PNCQ teve início em 1976, durante a realização do V Congresso Brasileiro de Análises Clínicas em Belo Horizonte - MG, onde foi distribuído a alguns laboratórios um soroliofilizado para determinadas dosagens em bioquímica. Posteriormente outras amostras-controle foram enviadas, sem frequências definidas. Em 1980, foi firmado um contrato da Sociedade Brasileira De Análises Clínicas - SBAC com uma empresa, terceirizando o PNCQ por 5 anos. Em 1985, sob a presidência do Dr. José Abol Corrêa, a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas assumiu a administração do Programa Nacional de Controle de Qualidade, dando início a uma fase de crescimento e modernização do Programa, até tornar-se o maior e melhor existente no país. A partir desta época foram introduzidos novos materiais destinados ao Controle Externo, novas planilhas de resultados e procedimentos informatizados de inserção de resultados no CPD do PNCQ, tornando-se um dos programas mais ágeis na divulgação de suas avaliações. Pela divulgação efetuada dessas iniciativas e pela agilização da entrega da avaliação dos resultados, uma considerável adesão de Laboratórios Clínicos vem se processando continuamente, chegando em 2016 com mais de 5000 Laboratórios Participantes.
O PNCQ é patrocinado pela SBAC, é uma empresa técnico-científica produtora de amostrascontrole e provedora de ensaios de proficiência e avaliação externa da qualidade para Laboratório Clínicos, Bancos de Sangue, Organizações de Diagnóstico “in vitro” e Laboratórios de Controle de Qualidade de Alimentos, administrada sob a forma de Governança Corporativa.
Tem por objetico, divulgar e implantar em todo o Território Nacional o Programa de Controle Externo da Qualidade - PRO-EX ou Ensaio de Proficiência, destinado aos Laboratórios Clínicos e Serviços de Hemoterapia e Bancos de Sangue, monitorando seu desempenho analítico; Obedecer às normas internacionais preconizadas pela Organização Mundial de Saúde – OMS, pela Federação Internacional de Química Clínica – IFCC, Confederação Latino-americana de Bioquímica Clínica - COLABIOCLI e Normas ABNT ISO 15.189 – Laboratórios Clínicos – Requisitos de qualidade e competência e ABNT ISO 17.043 – Avaliação de conformidade – Requisitos gerais para ensaios de proficiência. Estas normas são utilizadas no planejamento, composição, implantação e avaliação, relativos aos ensaios de proficiência; Fornecer mediante solicitação, aos Laboratórios Participantes, amostras-controle para o controle interno, necessárias para a avaliação da qualidade nas especialidades e dos seus respectivos analitos examinados; Prover os Laboratórios Participantes de um questionário de perguntas e respostas sobre as especialidades de Análises Clínicas, destinado à educação continuada do pessoal do Laboratório; Fornecer instruções técnicas aos Laboratórios Participantes, sobre a instalação do Controle Interno da Qualidade - PRO-IN, assim como, aquelas referentes às análises a serem realizadas com as amostras-controle do PRO-EX; Elaborar apostilas sobre assuntos técnicocientíficos, administrativos ou de controle da qualidade para auxiliar o Laboratório Participante na sua educação continuada; Incentivar os Laboratórios Participantes a adquirirem materiais certificados, como termômetros, condutivímetros e pesos, para a calibração e aferição, possibilitando a verificação da conformidade em seus equipamentos e instrumentos; Avaliar os resultados por rodada dos Laboratórios Participantes, calculando a média de consenso dos métodos, desvio-padrão, coeficiente de variação e desvio relativo à média, assim como, a avaliação anual, fornecendolhes um conceito e classificação; Fornecer aos Laboratórios Participantes, de acordo com as normas próprias, o Selo de Qualidade, o Certificado anual de participação no PNCQ, os Certificados de Excelência e ainda, Assessoria Técnico-Científica; Incentivar e auxiliar os Laboratórios Participantes a preparar os procedimentos para a implantação de um sistema de gestão da qualidade, compatível com o seu porte e complexidade. Para esta atividade, em 2009 foi elaborada uma nova ferramenta, denominada PNCQ Gestor, para oferecer uma consultoria para os laboratórios clínicos do País com a finalidade de cumprir em sua totalidade as exigências da RDC ANVISA 302:2005, assim como preparar o Sistema de Gestão da Qualidade para a acreditação com base nas normas do DICQ – Sistema Nacional de Acreditação da SBAC – Sociedade Brasileira de Análises Clínicas e da ABNT ISO 15.189 – Laboratórios Clínicos – Requisitos de qualidade e competência. Esta ferramenta, PNCQ Gestor, consta de um manual com instruções e de um pen drive com um grande número de documentos modelos, incluindo MQ – Manual da qualidade; PQ – Procedimentos da qualidade; IT – Instruções de trabalho; DC – Descrição de cargos; FR – Formulários; LM – Lista mestra, etc. Estes modelos permitem que o laboratório clínico faça as modificações de acordo com a sua realidade em cumprimento à legislação vigente das vigilâncias sanitárias e das normas de acreditação.
Atendendo às recomendações de organismos internacionais como a OMS - Organização Mundial de Saúde; IFCC - International Federation of Clinical Chemistry and Laboratory Medicine; COLABIOCLI - Confederación Latinoamericana de Bioquímica Clínica; Normas ABNT ISO 15.189 – Laboratórios Clínicos – Requisitos de qualidade e competência, e ABNT ISO 17.043 – Avaliação de conformidade – Requisitos gerais para ensaios de proficiência e a CLSI – Clinical and Laboratory Standards Institute, o PNCQ está apto a oferecer um Programa de Controle Externo da Qualidade ou Ensaio de Proficiência, que possua por suas normas, frequência e agilização das avaliações, a aceitação e credibilidade nacional e internacional. O atendimento às normas desses organismos e a participação ativa de seus Assessores em reuniões internacionais, permite ao PNCQ uma constante atualização, mantendo-se nivelado com os melhores programas existentes em outros países. Participam do PNCQ laboratórios clínicos privados e estatais, bancos de sangue, universidades, serviços públicos civis e militares, além de laboratórios de outros países, o que comprova o seu conceito nos meios científicos do País e de outras nações. 
O PNCQ prepara suas próprias amostrascontrole em suas instalações no Rio de Janeiro o que facilita e diminui o custo dos seus programas fornecidos aos seus participantes. Com a capacidade de produção instalada o PNCQ está exportando amostras-controle para países da América Latina e da Europa.
Há uma Equipe Técnica, encarregada de realizar as gestões de coordenação de todas as atividades-meio e fins do PNCQ, para atingir os seus objetivos. Atualmente, seu Superintendente é eleito pelo Conselho de Administração.
A equipe técnico-científica do Programa Nacional de Controle de Qualidade é formada pelos Assessores Científicos. Os Assessores são profissionais com conhecimentos e experiência comprovados nas análises clínicas, bancos de sangue e em controle da qualidade, o que valoriza o PNCQ no meio científico nacional e internacional. Esses profissionais assessoram em toda a área técnica e de controle da qualidade, além de estarem encarregados de estudar o desenvolvimento de novas amostras-controle e sua validação, oferecer assistência técnico-científica aos Laboratórios Participantes e proferir cursos no País e no exterior sobre Controle da Qualidade, Garantia da Qualidade e Gestão da Qualidade Total. Durante os Congressos Brasileiros de Análises Clínicas, no estande do PNCQ, os Assessores estão à disposição dos Laboratórios Participantes para a discussão dos problemas comuns, além de receberem sugestões para a melhoria do PNCQ. A maior parte desta equipe participa de reuniões, como membros efetivos de diferentes organismos nacionais e internacionais, com o objetivo de trazer conhecimentos atualizados para a melhoria contínua da qualidade e difusão para os Laboratórios Participantes.
Para ser avaliado, o Participante deve realizar todos os analitos que realmente dosa em seu laboratório, de acordo com a RDC ANVISA 302 de 13/10/2005; Os Laboratórios Especializados inscritos no PNCQ devem realizar somente os analitos de sua especialidade; As amostras-controle do ProgramaBásico são remetidas mensalmente para os Laboratórios Participantes e, as devoluções, dos resultados devem ser, no mínimo de 11 dos 12 lotes por ano, para que sejam realizadas a avaliação anual e a certificação do desempenho da qualidade, com a emissão do certificado de participação correspondente Os Participantes, ao assinarem o contrato de participação, devem definir em qual Programa do PNCQ querem participar: o Básico, e quais os Avançados; O Programa Básico tem um custo fixo, e o Avançado um custo de acordo com as especialidades contratadas. O custo mensal do Programa Básico e do Programa Avançado é determinado em contrato, conforme a tabela de identificação das opções; Os custos mensais, cujos responsáveis técnicos sejam sócios em dia da SBAC, têm um desconto apreciável; O PNCQ pode subcontratar e informar aos participantes o fornecimento de amostras-controle de fornecedores qualificados.
4. GESTÃO DE MATERIAIS E INSUMOS
Realizar a gestão de insumos para laboratório de análises clínicas é organizar os recursos materiais do negócio. Em outras palavras, é fazer a gestão ou controle de estoque. Ela envolve o planejamento de todos os fatores sobre aquisição de materiais para abastecer o laboratório, nos quesitos qualidade e quantidade.
Uma das práticas necessárias para gerir os insumos para laboratório de análises clínicas é estudar a relação custo-benefício dos produtos, os prazos, os fornecedores e outros pontos que abordaremos adiante. Essa atividade essencial deve ser desempenhada por uma equipe capacitada, porque o controle se relaciona diretamente à eficiência da rotina laboratorial.
Vale destacar também que boa parte da receita bruta de um laboratório é investida na compra de materiais e insumos. Por isso, o erro nessa gestão, seja de cálculo ou de planejamento, causa prejuízos financeiros relevantes para o negócio. 
Sem mencionar que as falhas podem, inclusive, prejudicar a imagem do laboratório perante o consumidor. Já imaginou o constrangimento causado pela falta de um tubo de armazenamento ao realizar um mero exame de sangue no paciente? É um sinal de desorganização, que prejudica o atendimento de qualidade.
Considerando tudo que envolve a gestão de insumos para laboratório de análises clínicas, o gestor deve ter especial preocupação com ela. O controle de estoque, para ser bem feito, deve considerar as informações acerca das necessidades do laboratório e do consumo médio em determinado período de tempo, o que pode ser feito pela análise do histórico de utilização dos materiais. Dessa forma, consegue propiciar vantagens para o negócio.
Vantagens da gestão de insumos
Os erros ao fazer a gestão de insumos para laboratório de análises clínicas acontecem em negócios de todo o porte. Se no início de seu empreendimento você se deparou com a falta de uma substância na análise clínica, saiba que isso também pode ocorrer naquele laboratório enorme, cheio de filiais e solidificado no mercado. Com o tempo, os erros são cada vez menos frequentes, porque a gestão dos recursos materiais se torna eficaz. Afinal, o controle de estoque é uma estratégia essencial no laboratório. Ele se relaciona à prestação de um serviço de qualidade, e traz as seguintes vantagens:
· Ausência de perdas significativas de material: ainda que exista sazonalidade (períodos de maior e menor movimento), uma boa gestão realiza o controle de entradas e saídas no laboratório periodicamente, o que também evita que as substâncias fiquem vencidas;
· Maior qualidade e eficiência no atendimento: a equipe de profissionais consegue atender aos pacientes de maneira satisfatória, pois não há falta de insumos na hora do atendimento. Essa postura também contribui para fidelizar e atrair novos clientes;
· Economia financeira: um controle de estoque eficiente evita o desperdício de recursos financeiros com compras desnecessárias de materiais e controla a saída prioritária das substâncias que estão prestes a vencer;
· Mais investimentos: com o menor impacto no fluxo de caixa do laboratório, a eficiência financeira da organização aumenta, disponibilizando mais recursos para investir.
Para otimizar a logística do laboratório, o primeiro passo é ter um setor específico responsável pelos procedimentos relativos às compras de insumos para laboratório de análises clínicas. É ela quem fará o controle do estoque quanto ao prazo de validade dos materiais, controle de inventários, entrada e saída de insumos, informações sobre fornecedores e cotações, prazos e logística de entrega, dentre outros pontos. 
Um dos pontos que merece muita atenção é a visão global do responsável pelo setor acerca das informações pertinentes à gestão de insumos para laboratório de análises clínicas. Para tanto, entra o trabalho da tecnologia. Veja a seguir cada fator que possibilita uma boa gestão.
Controle do estoque
Os insumos para laboratório de análises clínicas devem ser controlados periodicamente para evitar faltas e excessos. São três medidas de controle que você pode adotar: padronização de estoque, inventário e monitoramento de entradas e saídas.
Padronização de estoque
Padronizar o estoque é definir um esquema que deve ser seguido por todos da equipe. Quando a padronização é sistematizada e ordenada, os profissionais encontram os materiais mais facilmente, agilizando os atendimentos.
Você pode, por exemplo, organizar os itens por data de validade (controle dos prazos máximos para consumo), utilizar etiquetas ou códigos de barras para garantir a rastreabilidade dos produtos, e organizar os itens por ordem alfabética.
Realização de inventários
Inventários são ferramentas de organização e planejamento que fazem um levantamento do estoque, inclusive sua contabilização. Ele deve ser feito periodicamente para que a equipe entenda o fluxo e o perfil de uso dos insumos. 
A periodicidade deve ser definida conforme as particularidades do laboratório, que consideram tipos de procedimentos, fluxo de caixa, número de atendimentos mensais e outros pontos. As mercadorias e produtos de saída diária, por exemplo, devem ser controladas continuamente para facilitar a contabilização do estoque e a organização. 
Você pode classificar os itens em três faixas: Faixa A (produtos de maior valor, que precisam de inventários mensais), Faixa B (produtos de médio valor, cujos inventários podem ser feitos bimestralmente) e Faixa C (produtos de baixo valor, com pouca influência no montante econômico, que podem integrar um inventário semestral).
O inventário pode ser feito utilizando planilhas, caso você não possua um software para auxiliar na gestão laboratorial. No entanto, as chances de erros são maiores.
A contabilização do inventário é o processo de contagem completa dos itens em estoque. Ela dá um panorama completo do nível dos insumos para laboratório de análises clínicas. A partir dele, você começa a gerenciar mercadorias, organizar as quantidades e os respectivos relatórios.
Monitoramento de entradas e saídas
Uma prática importante para realizar o controle de insumos para laboratório de análises clínicas é o monitoramento de entradas e saídas. Com ele, o profissional tem conhecimento sobre itens de maior rotatividade, que devem ser comprados com maior frequência, e de menor rotatividade. Isso evita a falta e o excesso de materiais no estoque, que poderia comprometer as rotinas laboratoriais, causar atrasos nos serviços ou prejudicar a saúde financeira.
Esse monitoramento está diretamente relacionado à elaboração de inventários periódicos e pode ser feito com base na lista de suas últimas compras. Perceba o que foi utilizado e subtraia do total adquirido. Fazendo isso diariamente, você pode ter uma média dos gastos.
Controle de prazos e projeções
Os insumos para laboratório de análises clínicas devem ser adquiridos com que constância? E nos momentos de maior demanda, como proceder? Para fazer uma boa gestão, o responsável deve realizar um controle de prazos e projeções eficientes. Isso se faz com um cálculo de giro de estoque e com estudo da sazonalidade.
O cálculodo giro de estoque é estudar a velocidade e a frequência com a qual o inventário é renovado. Neste cálculo, também é possível ver o controle do período médio de permanência dos materiais antes do uso. Assim, o cálculo do giro de estoque é um indicador de análise dessa movimentação. Sem o cálculo, o laboratório pode ficar sem estoque ou ter prejuízo por material excedente.
Já o estudo de sazonalidade é a percepção sobre os fatores externos que influenciam no negócio. O aumento da demanda de materiais faz com que os preços subam. A baixa nas compras ocasiona redução de valor. No laboratório, a equipe de gestão de compras deve estudar e fazer projeções dessas sazonalidades para planejar suas ações nestes momentos. 
Relacionamento com fornecedores
Outro fator fundamental no controle de insumos para laboratório de análises clínicas é o relacionamento com fornecedores. Qualquer negócio possui uma lista de fornecedores de confiança com quem você realiza transações. Com eles, é importante prezar pelos vínculos e pelo bom relacionamento, uma vez que são verdadeiros parceiros do negócio. Em geral, quanto mais antigo o cliente, mais benefícios (descontos e formas de pagamento flexíveis) ele consegue.
Porém, é um longo caminho até chegar neste ponto de confiança. No início, quando aparece a necessidade de compra de materiais, o gestor adota algumas práticas para começar uma relação com determinado fornecedor. Veja um passo a passo resumido:
1. Pesquise a reputação de alguns fornecedores no mercado para verificar se ele é bem-visto por outros clientes;
2. Conheça os serviços oferecidos por cada um, inclusive questões como flexibilidade na entrega ou garantia contra acidentes ou casos fortuitos;
3. Peça orçamentos para, pelo menos, 3 fornecedores que passaram pelas etapas anteriores;
4. Escolha o fornecedor de melhor custo-benefício, mas não se atenha a somente um fornecedor, porque você pode precisar de outros em caso de urgência.
Manter um relacionamento próximo com fornecedores pode lhe proporcionar algumas vantagens, como programas de benefícios (semelhante aos programas de relacionamento e fidelidade), que permitem agendamento de entregas, pagamento único, garantia de melhor preço. 
Há também a vantagem da confiabilidade (garantia constante da qualidade dos insumos para laboratório de análises clínicas), dos acordos de entregas e valores (melhores preços ou opções diferentes de formas de pagamento), e da segurança em períodos de alta demanda (agendamento de pedido com acordo de desconto, já que a previsibilidade é vantajosa para o fornecedor).
 Tecnologia
Como você pode perceber, todas as questões pertinentes à gestão de insumos para laboratório de análises clínicas envolvem muitas informações e análises. Realizar inventários, monitorar entradas e saídas, controlar prazos e projeções, manter uma lista de fornecedores, tudo envolve dados preciosos para um bom controle de estoque.
Felizmente, há meios de tornar esse trabalho mais rápido, eficaz e menos propenso a erros. O uso de tecnologia, especialmente de softwares, possibilita ao gestor fazer um gerenciamento com menos riscos. São essas soluções que permitem ao responsável acessar a relatórios e dados concretos sobre a demanda de material. Elas organizam todo o fluxo de monitoramento.
Veja a seguir algumas ações que você pode realizar com um sistema laboratorial:
· Cadastrar o novo lote de insumo, com quantidade e data de validade;
· Visualizar e gerenciar os vencimentos, recebendo avisos sobre qual insumo deve ser utilizado primeiro;
· Monitorar níveis máximo e mínimo de insumos, com alerta sobre providências de novas compras.
As boas práticas que listamos para realizar a gestão de insumos para laboratório de análises clínicas, inclusive, estão integradas em bons softwares laboratoriais.
 Muitos gestores acreditam que utilizar um software laboratorial é um custo desnecessário. No entanto, relegar o controle de insumos para práticas tradicionais (controle visual ou por meio de planilhas, por exemplo) é um grande risco. Confiar somente na intuição dos colaboradores, que veem os itens no estoque, ou utilizar as tabelas pode causar gastos maiores ainda. 
Por fim, pensando em reunir as informações mais valiosas sobre a gestão de insumos para laboratório de análises clínicas, seja em épocas de alta demanda ou não, separamos algumas dicas para otimizar esse processo. A ideia é evitar atrasos e problemas que podem afetar uma prestação de serviços de qualidade ao cliente. Veja:
· Materiais e reagentes devem ser organizados, armazenados, manipulados, transportados e descartados conforme incompatibilidade ou reatividade das substâncias químicas;
· Os equipamentos laboratoriais (tubos para coleta, agulhas, etc.) devem ser agrupados de acordo com seu tipo e armazenados, de maneira segura, em gavetas e armários específicos com identificação;
· O controle por código de barras é uma medida simples que substitui o controle manual de entrada e saída de insumos, além de possui bom custo-benefício e de diminuir a margem de erros;
· O estoque mínimo deve ser gerenciado de acordo com a entrada e a saída de produtos, controlando o número de lotes e de vencimentos;
· Verifique a temperatura ideal de armazenamento de todas as substâncias para evitar o desperdício com o mau uso;
· Um sistema de identificação para os materiais é extremamente necessário para evitar erros banais;
· Adote padrões para aviso de necessidade de compra.
Uma boa gestão de insumos para laboratório de análises clínicas é muito benéfico para a administração do seu negócio, pois traz economia e produtividade. Com o auxílio de tecnologia, da automatização de processos e da conscientização das equipes, é possível otimizar esse gerenciamento e usufruir de seus benefícios.
5. GESTÃO DE COMPRAS
A gestão de compras de materiais para laboratórios é um procedimento que exige cautela por parte dos profissionais.
Trata-se de uma das etapas mais importantes para as atividades de um laboratório. O segredo está em conhecer o processo de gestão de compras para que seja possível aproveitar as oportunidades de maneira mais inteligente, tudo isso sem implicar necessariamente o aumento de investimentos. Para tal, é importante analisar o mercado e fazer um planejamento adequado que controle o fluxo de entrada de materiais e garanta que eles serão utilizados para fins adequados.
A gestão de compras consiste nas ações que visam planejar todos os fatores que envolvem a aquisição de materiais adequados e nas quantidades corretas para o abastecimento de um laboratório. Do mesmo modo, é feito um estudo para conseguir os produtos que apresentam a melhor relação custo-benefício, bem como para que sejam entregues na data acordada previamente. Ela é, portanto, uma atividade essencial a ser desempenhada pela equipe de gerenciamento de uma empresa.
Para se ter uma noção melhor dessa importância, vamos citar um exemplo. Atualmente, uma empresa investe cerca de 50% a 80% de toda a sua receita bruta na compra de materiais e insumos.
Na prática, um laboratório de análises clínicas que utiliza toda essa porcentagem de capital em produtos que têm alta taxa de rotatividade trabalha com uma quantia considerada alta. Do mesmo modo, as chances de prejuízos causados por erros de cálculo ou falhas no planejamento e nas operações também são grandes.
Todo laboratório que deseja o sucesso deve manter um setor específico que cuida de todos os procedimentos relativos às compras de materiais a serem utilizados pelo estabelecimento. Essa medida otimiza a logística de toda a empresa.
A equipe ficará responsável, dentre outras funções, por verificar o prazo de validade dos materiais e manter uma lista atualizada, contendo as informações sobre os fornecedores e a cotação de cada um, como uma forma de acompanhar e comparar os preços e poupar tempo no momento da compra. Da mesma forma, também devem ser combinados os prazos e a logística de entrega, por exemplo.
Além disso, é importante integrar as demais equipes do laboratório e promover campanhasde conscientização relativas à economia dos materiais e aos insumos que são utilizados, evitando, assim, o desperdício.
 Monitoramento de entrada e saída de estoque
O controle rígido e preciso de toda entrada e saída de produtos do estoque ajuda a ter o conhecimento dos itens que têm maior índice de rotatividade e que devem ser comprados com maior frequência.
Essa medida evita a falta de materiais no estoque, o que poderia comprometer as rotinas laboratoriais e, até mesmo, causar atrasos na realização, processamento de exames e entrega de resultados.
Nesse sentido, o laboratório pode adotar mecanismos automatizados — softwares — que ajudam o profissional na administração e no acompanhamento de entradas e saídas dos produtos, registrando cada nova movimentação que venha a acontecer.
Fornecedores
Antes de fechar negócios, faça uma boa gestão dos fornecedores com os quais vai manter vínculos e mantenha um bom relacionamento com os parceiros de negócios. Isso é importante para garantir que as fases de negociação decorram de maneira mais fluente e espontânea, sendo possível, até mesmo, obter descontos ou formas de pagamento mais atrativas para o seu laboratório.
Saiba qual é a reputação daquele fornecedor no mercado e se ele é bem-visto perante os demais compradores, por exemplo. Isso ajuda a evitar problemas no futuro. Além disso, conheça os serviços oferecidos, veja se há flexibilidade na entrega e se há algum tipo de garantia contra acidentes ou casos fortuitos que possam, porventura, acontecer durante o transporte dos produtos.
O ideal é trabalhar com mais de um fornecedor ou, pelo menos, conhecer mais de um. Assim, em caso de situações de urgência, você poderá contratar outro provedor e não correrá o risco de ficar com o estoque esgotado.
Cálculo de giro de estoque
O giro de estoque — rotatividade — consiste na velocidade e na frequência com a qual o inventário de um estoque é renovado, bem como mantém o controle do período médio de permanência dos materiais no armazenamento antes do seu uso no laboratório.
Nesse sentido, o cálculo do giro de estoque é um indicador que analisa essa movimentação. Assim, a operação pode ser prejudicada se o cálculo não for feito, podendo a empresa ter que parar as atividades por falta de estoque ou ter prejuízo por conta de material sobrando e que não foi utilizado.
Estudo da sazonalidade
A sazonalidade envolve fatores externos que influenciam determinado negócio. Nesse sentido, se houver aumento da demanda de materiais, os preços tendem a subir. Por outro lado, caso haja uma baixa nas compras, os valores reduzem.
Desse modo, a gestão de compras será responsável por estudar e prever prováveis sazonalidades. De posse dessas informações, é possível montar um planejamento com o intuito de se preparar para esse momento e explorar as oportunidades oferecidas para garantir melhores resultados.
A atenção a esses pontos é fundamental para otimizar os resultados do laboratório, como uma forma de reduzir os custos e aumentar a lucratividade. Como uma sugestão para melhorar a performance da gestão de compras, há a possibilidade de adotar mecanismos tecnológicos com o objetivo de aperfeiçoar as operações de gerenciamento, conhecer melhor o fluxo do laboratório e otimizar o controle de todo o estoque, como softwares de gestão que ajudam no controle e na administração dos materiais adquiridos e na sua rotatividade.
6. GESTÃO ADMINISTRATIVA
 A gestão de qualidade é crucial para se afirmar e se manter no mercado. A gestão de pessoas é importante para manter um ambiente de trabalho produtivo e saudável. Esses são pontos que não podem ser negligenciados na gestão de laboratório de análises clínicas.
O planejamento administrativo é, de forma bastante simples, a organização de toda a atividade. Implementar uma rotina eficiente faz com que o fluxo de trabalho flua bem, trazendo resultados eficientes para o negócio. Para realizar um bom planejamento, pode-se pensar nos conceitos de administração já conhecidos, que são planejamento estratégico e plano de negócios.
Basicamente, a partir de uma análise dos fatores internos e externos do laboratório, o gestor reúne dados sobre as fraquezas, as forças, as oportunidades e as ameaças de seu empreendimento. Em cima disso, estabelece objetivos de curto, médio e longo prazo e traça um plano de ação para atingi-los. É preciso monitorar a execução das ações e, frequentemente, rever o plano para corrigir eventuais falhas e propor melhorias. 
Claro que todo o laboratório deve estar envolvido na execução desse plano. Por isso, é preciso unificar os processos para torná-los mais eficientes. Quando realizados de modo organizado e conjunto, há ganho em agilidade e eficiência, além de minimizar eventuais erros. Mas cada um tem sua atribuição e responsabilidade, contribuindo para o processo como um todo.
Dentro do planejamento administrativo, o gestor deve se atentar a 3 pontos cruciais para o sucesso na gestão de laboratório de análises clínicas: sazonalidade, estoque e finanças.
Gestão financeira
A gestão financeira é um dos pilares da boa gestão de laboratório de análises clínicas. Controlar o fluxo de caixa, tendo visibilidade de receitas e despesas ordinárias e extraordinárias, é uma tarefa difícil, porém. Além disso, as finanças também se relacionam com as possibilidades de investimento em determinadas áreas e sofrem interferência do planejamento tributário, por exemplo. Em suma, diversos fatores podem complicar a gestão financeira se o administrador não tiver máxima atenção.
Em muitos laboratórios tradicionais, o controle das finanças ainda é feito por planilhas do Excel. Elas já foram práticas e resolutivas para as demandas diárias de trabalho. No entanto, atualmente, o fluxo de informação é muito alto, o que pode comprometer a análise e o monitoramento da saúde financeira.
Por isso, a melhor dica para realizar uma boa gestão de laboratório de análises clínicas no tocante às finanças é adotar um software. Projetado para o dimensionamento do seu negócio, ele fará com que o gestor economize tempo da inserção de dados, tenha registros precisos com informações detalhadas, forneça detalhes de cada transação, monitore e corrija possíveis erros, atualize os fluxos de caixa e facilite o acesso.
Gestão de pessoas
Chefes autoritários, ambiente de trabalho ruim, equipe desconectada. Esses são alguns sintomas que negócios que não possuem uma gestão de pessoas eficientes. E o mesmo se aplica à gestão de laboratório de análises clínicas. Deixar de lado essa gestão é correr o risco de sofrer interferências na produtividade, na performance e, consequentemente, nos resultados. 
Há uma necessidade urgente do gestor estabelecer um conjunto de práticas ou políticas internas para administrar os recursos humanos. Isso significa melhorar a performance dos colaboradores, potencializando suas capacidades e mantendo-os engajados com os objetivos da empresa. Para que isso ocorra, é preciso ter bons líderes, conhecer a equipe, motivá-la, ter uma boa comunicação interna, reconhecer os colaboradores e investir em sua capacitação.
A presença do líder é importante para toda a equipe. Em geral, o gestor é um deles, mas pode ter vários. O líder é o responsável por coordenar, inspirar e motivar os colaboradores. Sem ele, é comum vermos talentos procurando outros locais para trabalhar. 
E um bom líder conhece sua equipe. Quais são os pontos fortes e fracos de cada colaborador? Em qual função ele rende mais? Quais são suas habilidades que podem ser melhor aproveitadas em determinadas tarefas? Tudo isso influencia na produtividade e na otimização do tempo no ambiente de trabalho.
Soma-se a isso a necessidade de promover reuniões de motivação dos colaboradores. É nesses momentos que a equipe é informada sobre os objetivos do laboratório para aquele dia ou semana, sobre os resultados alcançados e outros pontos que motivam os profissionais.
É também crucial que a comunicação interna seja eficiente. Afinal, a gestão de pessoas não é um processo meramente burocrático.Líderes devem ter bom diálogo com a equipe e saber transmitir corretamente as informações. Além deste ponto, é comum que alguns laboratórios tenham uma assessoria de comunicação, com jornalistas e profissionais de relações públicas, que elabora estratégias e produtos de comunicação interna (boletins para intranet ou jornais internos), o que promove a aproximação e o diálogo dos gestores com os colaboradores.
Por fim, a capacitação de pessoal é um dos pontos que sempre merece destaque, pois os serviços de saúde se atualizam a todo o momento. Investir no treinamento profissional é uma forma de demonstrar preocupação com os colaboradores e de garantir a prestação otimizada dos serviços. Diferentes atividades de capacitação podem ajudar a mantê-los sempre atualizados em alto nível.
 
Recursos Humanos
Muitas vezes, o Departamento Pessoal, a Gestão de Pessoas e os Recursos Humanos são considerados a mesma coisa dentro de uma empresa, apesar de apresentarem funções e características distintas. É fundamental compreender essas variedades para desenvolver um trabalho mais amplo e qualificado na organização.
Com os avanços sociais e tecnológicos observados nos últimos anos, as empresas precisaram buscar novas formas de gestão com o intuito de melhorar o desempenho, atingir resultados e alcançar a missão empresarial para o pleno atendimento das necessidades de seus clientes. Foi assim que se passou a investir mais nas áreas de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas.
Esses investimentos têm como objetivo oferecer ferramentas para os funcionários atingirem suas metas, além de contribuir para a comunicação, a interação, o reconhecimento, a satisfação e o bem-estar dos colaboradores.
Tudo isso influencia no desenvolvimento da empresa em que trabalham, pois fomenta sua motivação e produtividade. Além disso, continua sendo necessário dar atenção a fatores objetivos como a remuneração, o que fica a cargo do Departamento Pessoal (DP). 
Recentemente, o setor de Recursos Humanos deixou de ser apenas uma área dentro das organizações para se tornar o principal personagem responsável pela transformação do ambiente de trabalho. Há pouco tempo, o setor se restringia a contratar, demitir e cuidar dos benefícios dos colaboradores, e funcionava de forma mecanicista.
No entanto, a partir da década de 80, as organizações começaram a entender que, para conquistar resultados cada vez mais expressivos, precisariam cuidar das pessoas. Então, a principal preocupação passou a ser a valorização do capital humano, que agora é percebido como o maior patrimônio da organização.
A diferença entre essas áreas está nos processos. O segmento de Recursos Humanos trabalha, por exemplo, com políticas de RH, recrutamento e seleção, plano de carreira, avaliação de desempenho, banco de talentos e clima organizacional, entre outros.
Compete também a esse setor a promoção, o planejamento, a coordenação e o controle das atividades relacionadas à qualificação, orientação, avaliação de desempenho funcional e comportamental. Além disso, há o acompanhamento do pessoal da empresa como um todo e das atividades relacionadas à qualidade de vida, saúde, benefícios e segurança no ambiente de trabalho.
Portanto, Recursos Humanos é uma área na qual os profissionais trabalham como recrutadores, administradores de salários e benefícios, avaliadores de desempenho, contadores, psicólogos, médicos do trabalho, engenheiros de segurança, assistentes sociais, economistas, advogados e tecnólogos, entre outros.
Já a área de Gestão de Pessoas é focada em facilitar o crescimento e a contribuição de cada pessoa para o negócio, tendo sob sua responsabilidade a participação, envolvimento, capacitação e desenvolvimento das pessoas dentro das empresas. É sua função humanizar as organizações, um grande desafio a ser vencido diariamente.
Tal setor trabalha o comportamento organizacional, desenvolvimento de equipe, comunicação interpessoal, liderança, entendimento e motivação dos colaboradores, aplicação da ética nas relações de trabalho e estratégias empresariais, entre outros. Quando alinhados, eles servem para uma melhor estratégia de gestão.
Assim, tal ciência entende que o ser humano é único e apresenta características próprias, trabalhando as competências de cada colaborador para desenvolvê-las em conjunto com a estratégia das empresas e em conformidade com seus valores e princípios, por meio de treinamentos, por exemplo.
É importante, ainda, salientar que existem diferenças entre Gestão de Pessoas RH e Departamento Pessoal. Esse último é responsável por atividades mais específicas, como pagamentos, controle de férias, realização de contratações e cálculos de indenizações. Trata-se, portanto, de um segmento com afazeres mais objetivos, normalmente voltado a questões financeiras e burocráticas. Em algumas organizações, como as de pequeno porte, esse trabalho é realizado por um contador ou pela própria equipe de RH.
A necessidade das empresas de conquistarem colaboradores para atuar de forma mais estratégica modificou o perfil do profissional desejado por elas. Atualmente, o profissional de RH precisa alcançar soluções que gerem vantagens competitivas e ofereçam suporte aos funcionários das outras áreas, a fim de que todos eles atinjam os resultados esperados.
Assim, é imprescindível que ele conheça todo um leque de possibilidades de atuação da área e, principalmente, tenha visão estratégica de negócios. Um profissional completo de RH será a pessoa mais apta para atuar em um departamento integrado.
Já na área de Gestão de Pessoas, a função requer que se tenha uma visão sistêmica, bom relacionamento interpessoal, capacidade de planejamento, assim como facilidade de trabalho em equipe, flexibilidade e criatividade. Saber liderar, ser dinâmico e comunicativo também são características importantes que não podem ser esquecidas.
No que diz respeito ao departamento pessoal, muitas vezes, as atividades são realizadas por profissionais da contabilidade ou que tenham o perfil adequado para essas tarefas. O trabalhador vai ter que lidar com números e com a legislação entre seus afazeres, já que se trata de uma função mais burocrática.
Para reter os melhores profissionais, as empresas tiveram de modificar sua forma de administrar as pessoas. Os funcionários agora são vistos como colaboradores e o chefe passou a desempenhar o papel de gestor.
Contudo, não foram somente as nomenclaturas que mudaram, a principal transformação está na mente das pessoas. Afinal, elas, hoje, conseguem ver o empregado não mais apenas como parte do processo, mas como o diferencial dele.
A Gestão de Pessoas está apoiada em cinco pilares essenciais:
· treinamento e desenvolvimento;
· motivação;
· comunicação;
· conhecimento e competência;
· e trabalho em equipe.
O treinamento é a principal função da Gestão de Pessoas, atuando para a melhoria contínua da capacitação dos profissionais nas empresas. Para que isso aconteça com sucesso, é preciso estruturar e coordenar a execução de um plano de capacitação anual, direcionado para o desenvolvimento do colaborador, que seja compatível com as necessidades da empresa e os recursos disponíveis.
Tal exercício requer a construção de ações no sentido de colaborar para a formação de gerentes com uma postura pró-ativa, tornando-os capazes de desempenhar o papel tanto de orientador como de estimulador do desenvolvimento e do desempenho das equipes.
O gestor de pessoas também precisa ter condições de desenvolver avaliações da satisfação dos colaboradores e do andamento dos indicadores empresariais, bem como propor ações para identificar, analisar e solucionar os problemas, e oferecer a melhoria dos serviços.
Como vimos, a área de Gestão de Pessoas está crescendo dentro das empresas e pode levar as organizações a uma melhor performance. Fazer a gestão de pessoas não se trata apenas de deixar as pessoas satisfeitas e motivadas, mas sim, criar uma estratégia completa que envolva toda a estrutura empresarial em busca do desenvolvimento, capacitação e humanização de quem faz parte dela.Nesse sentido, o profissional de RH precisa ter conhecimento das rotinas de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas. Somente assim, ele poderá desenvolver um trabalho relevante e que gere valor para a sua carreira e para a organização.
Apesar das diferenças entre Recursos Humanos, Departamento Pessoal e Gestão de Pessoas, podemos dizer que as atividades se complementam e estão interligadas de diversas formas. 
O líder de uma área, com um trabalho de gestão de pessoas, aponta a necessidade de um profissional a mais para complementar as habilidades que faltam na equipe atual, por exemplo.
Com base nas informações, o setor de RH define o processo de recrutamento e seleção, de forma a encontrar a pessoa com o perfil ideal para preencher a vaga em questão.
O papel da Gestão de Pessoas é permitir que o gestor da área analise o desempenho dos profissionais da sua equipe e identifique quais são as principais dificuldades e aspectos a serem melhorados. Com isso, o RH planeja e desenvolve um treinamento para qualificar essas pessoas.
É o Recursos Humanos a área responsável por criar e implementar um plano de carreira na empresa. Porém, é o gestor das equipes que consegue, com análises do dia a dia, apontar quais deles cumprem os critérios estabelecidos no planejamento e, portanto, merecem receber a promoção.
O RH atua para solucionar o problema de desmotivação e falta de engajamento, identificando qual estratégia é a mais adequada, como é o caso de modificar a política de benefícios ou oferecer flexibilidade de horário.
Porém, é a Gestão de Pessoas que permite identificar de perto quais são os colaboradores que estão desmotivados e quais as causas para que essas situações ocorram individualmente.
A Gestão de Pessoas aponta quais colaboradores precisam ser desligados da empresa, bem como a forma mais adequada de tratar cada caso. A partir daí, é o RH que realiza a identificação de quais cargos podem ser eliminados (e abertos) sem prejudicar os resultados.
Em conjunto, as atividades da gestão de Pessoas e do RH contribuem para o processo de reestruturação, minimizando os efeitos negativos que a saída dos profissionais pode causar.
Enquanto essas duas áreas dialogam da maneira que foi explicada nos tópicos acima, o Departamento Pessoal acompanha os acontecimentos e vai aplicando as medidas que tiverem a ver com o salário e demais questões democráticas. É fundamental que os três setores se articulem para um trabalho mais completo. Portanto, o segmento de DP também precisa ficar atento à motivação, satisfação e demais demandas humanas.
O trabalho dessas áreas em conjunto contribui para aprimorar o mapeamento das competências dos profissionais, a identificação das necessidades de melhorias e a implementação de estratégias eficazes para manter os colaboradores mais motivados e reter os talentos.
Conhecer as diferenças e o papel de cada atividade dentro da empresa é essencial para evitar deixar a responsabilidade de uma nas mãos da outra, é o caso de organizações que acham que a Gestão de Pessoas deve ser feita pelo RH e não pelo gestor (um erro comum, mas não deve ocorrer).
7. BIOSSEGURANÇA
A Biossegurança é um conjunto de ações voltadas para prevenção, minimização e eliminação de riscos para a saúde, ajuda na proteção do meio ambiente contra resíduos e na conscientização do profissional da saúde. 
Acredita-se que o problema não está nas tecnologias disponíveis para eliminar e minimizar os riscos e sim, no comportamento inadequado dos profissionais. Mas todas as medidas possíveis devem ser consideradas para que os acidentes se torne uma exceção. 
As equipes do laboratório clínico e de apoio devem receber treinamentos constantes e apropriados sobre os riscos potenciais associados aos trabalhos desenvolvidos, inclusive os profissionais de condutas inadequadas para que se conscientizem. 
A biossegurança em laboratórios de análises clínicas é uma responsabilidade individual, sendo que seus gestores devem garantir um local seguro para o exercício de todas as atividades.
Princípios da Biossegurança 
Os profissionais de laboratórios clínicos, além de estarem expostos aos riscos ocupacionais: ergonômicos, físicos e químicos, trabalham com agentes infecciosos e com materiais potencialmente contaminados, que são os riscos biológicos. Esses profissionais devem ser conscientizados sobre os riscos potenciais, e treinados a estarem aptos para exercerem as técnicas e práticas necessárias para o manuseio seguro dos materiais e fluidos biológicos. 
Os riscos biológicos se subdividem em classes: 
• Classe de Risco 1: o risco individual e para comunidade é baixo, são agentes biológicos, que têm probabilidade nula ou baixa de provocar infecções no homem ou em animais sadios e de risco potencial mínimo para o profissional do laboratório e para o ambiente. Exemplo: Lactobacillus. 
 • Classe de Risco 2: o risco individual é moderado e para comunidade é limitado. Aplica-se a agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo risco de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, não constituindo em sério risco a quem os manipula em condições de contenção, pois existem medidas terapêuticas e profiláticas eficientes. Exemplo: Toxoplasma spp. 
• Classe de Risco 3: o risco individual é alto e para comunidade é limitado. Aplica-se a agentes biológicos que provocam infecções, graves ou letais, no homem e nos animais e representam um sério risco a quem os manipulam. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de indivíduo para indivíduo, mas existem medidas de tratamento e prevenção. Exemplo: Bacillus anthracis. 
• Classe de Risco 4: o risco individual para a comunidade é elevado. Aplica-se a agentes biológicos de fácil propagação, altamente patogênicos para o homem, animais e meio ambiente, representando grande risco a quem os manipula, com grande poder de transmissibilidade via aerossol ou com riscos de transmissão desconhecido, não existindo medidas profiláticas ou terapêuticas. Exemplo: Vírus Ebola. 
A classe de risco 2 aplica-se a laboratórios de análises clínicas, onde o trabalho envolve sangue humano, líquidos corporais, tecidos ou linhas de células humanas primárias onde a presença do agente infeccioso pode ser desconhecida. Os agentes infecciosos são de um espectro de gravidade moderada para a comunidade e gravidade variável a uma patologia humana. 
Devido aos riscos ocupacionais, principalmente os riscos biológicos, cada laboratório deverá desenvolver um manual de biossegurança ou de operações que identifique os riscos que poderão ser encontrados. E que se especifique também as práticas e procedimentos específicos para minimizar ou eliminar as exposições a estes riscos. 
Procedimentos Operacionais Padrão – POP 
Os POP são protocolos que descrevem detalhadamente cada atividade realizada no laboratório, desde a coleta até a emissão de resultado final, incluindo utilização de equipamentos, procedimentos técnicos, cuidados de biossegurança e condutas a serem adotadas em acidentes. Para biossegurança dos laboratórios de análises clínicas o POP é fundamental, pois ele tem como objetivo padronizar todas as ações para que diferentes técnicos possam compreender e executar, da mesma maneira, uma determinada tarefa. 
Esses protocolos devem estar escritos de forma clara e completa possibilitando a compreensão e adesão de todos. Além disso, eles devem ser realistas para que seus técnicos possam de fato, seguir o estabelecido. As chefias dos laboratórios devem convidar os funcionários para participarem da elaboração dos POP. Esses protocolos devem ser atualizados regularmente e suas alterações apresentadas e discutidas com os técnicos. Os técnicos do laboratório devem assinar um termo atestando que conhecem e se comprometem a cumprir o POP.
Os POP devem estar disponíveis em local de fácil acesso e conhecido de todos os profissionais que atuam no ambiente laboratorial. 
Descrição das Responsabilidades em Biossegurança

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