Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Imunologia Humana UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE BEATRIZ FERNANDES NOGUEIRA ATM 2025/1 Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 2 - RESPOSTA IMUNOLÓGICA x O sistema imune tem como função defender o organismo humano contra microrganismos infecciosos, mesmo que possa ser ativado em algumas circunstâncias por substân- cias não infecciosas e produtos de células que foram dani- ficadas. x A defesa imunológica é formada por respostas inatas e adaptativas, as quais são essenciais para a eliminação dos microrganismos infecciosos. IMUNIDADE INATA Defesa inicial, ocorre nas primeiras horas e dias após infecção. x Possui especificidade para moléculas compartilhadas por grupos de microrganismos relacionados e moléculas produ- zidas por células lesadas do hospedeiro (PAMPS); x Possui uma diversidade limitada; x Não possui memória ou essa é muito limitada; x Não reage ao que é próprio; x É composta por barreiras celulares e químicas, proteínas do complemento e células (fagócitos, células dendríticas, cé- lulas NK, mastócitos e células linfoides inatas). IMUNIDADE ADAPTATIVA Reconhece e reage a antígenos, sendo mais forte, especiali- zada e demorada que a inata. É feita pelos linfócitos T e B. x É específica para antígenos microbianos e não microbianos; x Possui uma diversidade muito ampla; x Possui memória (forma células de memória capazes de res- ponder rapidamente a um novo contato com o mesmo mi- crorganismo); x Não reage ao que é próprio; x É composta por linfócitos e anticorpos. Tipos de imunidade adaptativa: x Imunidade mediada por células: é mediada por linfócitos T, que promove a destruição de microrganismos dentro de fagócitos e a morte das células infectadas para eliminar reservatórios de infecção. x Imunidade humoral: mediada por anticorpos (imunoglobulinas) presentes no sangue ou em secreções mucosas, as quais são produzidas por linfócitos B, que neutralizam microrga- nismos e toxinas. IMUNIDADE ATIVA E PASSIVA x Ativa: imunidade induzida pela exposição a um antígeno e gera memória específica → infecção, vacina. x Passiva: imunidade induzida pela transferência de anticor- pos de um indivíduo imunizado para outro não imunizado → anticorpos maternos no feto, soroterapia. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 3 - Classificação Agranulócitos Linfócitos Monócitos Granulócitos Eosinófilos Basófilos Neutrófilos ⇨ Hematopoiese x Progenitor multipotente se diferencia em precursores comprometidos a uma linhagem mieloide ou amieloide. x Marcadores específicos nas células-tronco → marcado- res específicos às linhagens específicas. x Receptores para fator de crescimento independentes de linhagens são expressos no início da diferenciação. x Expressão de receptores que recebem fatores estimulan- tes/inibidores. FAGÓCITOS MONONUCLEARES (MONÓCITOS) x Ingerem e destroem vários tipos de partículas estranhas, como bactérias, células danificadas ou neoplásicas e macro- moléculas. x Célula apresentadora de antígeno: colocam antígenos na su- perfície para que sejam reconhecidos pelo linfócito T. x Removem antígenos recobertos por opsoninas, porque o processo de opsonização marca uma célula para facilitar a fagocitose → p. ex.: bactérias. ⇨ Maturação FAGÓCITOS POLIMORFONUCLEARES (NEUTRÓFILOS) x Células inflamatórias iniciais → chegam antes dos macró- fagos, que demoram para atravessar os vasos. x Estimulados por citocinas liberadas pelas células T x Produção estimulada pelo G-CFS → fator estimulante de colônia de granulócitos. EOSINÓFILOS x Granulócitos sanguíneos que expressam grânulos citoplas- máticos contendo enzimas que danificam paredes celulares de parasitas e tecidos do hospedeiro → p. ex. helmintos. x Apresentam capacidade fagocítica, porém em menor quan- tidade comparado aos anteriores. BASÓFILOS x Granulócitos sanguíneos com similaridades estruturais e funcionais com os mastócitos (teciduais). x Baixa concentração no sangue. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 4 - MASTÓCITOS x Células provenientes da medula óssea que estão presentes na pele e no epitélio das mucosas. x Contém grânulos citoplasmáticos abundantes VER MAIS x Alergias CÉLULAS APESENTADORAS DE ANTÍGENO (APCs) x Capturam microrganismos e outros antígenos na “porta de entrada” dos microrganismos: pele, trato gastrointestinal e trato respiratório. x Células epiteliais que capturam os antígenos, os transpor- tam para os tecidos linfoides periféricos e os apresentam aos linfócitos T através de moléculas de superfície, dentre elas as do complexo principal de histocompatibilidade (MHC). x Células dendríticas, macrófagos, linfócitos B ⇨ Maturação x Plasmocitoide possui citocinas antivirais (interferons tipo 1). LINFÓCITOS x Reconhecimento de moléculas apresentadas x Expressam receptores de antígenos x Produção de anticorpos x Citotoxicidade direta x Imunofenotipagem: diferenciação dos tipos de linfócitos por marcadores específicos de superfície. ⇨ Maturação de linfócitos ⇨ Subgrupos de linfócitos x TCD4+ (auxiliar ou helper): ao liberar citocininas, ampliam a produção de anticorpos e induzem a migração de monócitos e macrófagos para causar resposta inflamatória. x TCD8+ (citotóxico): matam a célula alvo. x T regulador: supressão da autoimunidade. x T gama delta (recente): x B foliculares x B da zona marginal x B1 x Células neutral killer (NK): matam células infestadas sem ex- pressarem receptores de antígenos. GERADORES x Medula óssea: produção de linfócitos T e B. x Timo: maturação do linfócito T e seleção clonal. PERIFÉRICOS Otimizam a circulação e direcionamento das células imunes, uma vez que são muito escassas para estarem presentes por todo o organismo. ⇨ Linfonodos: agregados nodulares encapsulados de tecidos linfoides que filtra a linfa proveniente dos vasos linfáticos. Con- forme isso ocorre, suas APCs identificam se algum antígeno entrou pela epiderme, derme ou tecido subcutâneo. x Zonas de células T: paracórtex. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 5 - x Zonas de células B: folículos primários → folículos secun- dários quando desenvolvem centros germinativos (local de ativação das células B) devido a presença de antígeno. ⇨ Baço: órgão abdominal altamente vascularizado com mesmo papel imunológico dos linfonodos, filtrando o sangue por capila- res sinusoides. x Polpa branca: reconhece antígenos sanguíneos, destruindo- os por fagocitose. Possui zonas de células B (folículos) e zonas de células T (bainha linfoide periarteriolar) ao redor. x Polpa vermelha: região de depuração → células responsá- veis pela remoção de hemácias velhas e defeituosas + ma- crófagos. ⇨ Anatomia da ativação de linfócitos ⇨Tecidos linfoides associados à mucosa (MALT): coleções es- pecializadas de tecidos linfoides, APCs e moléculas efetoras no interior e sobre o epitélio dos tratos respiratório e gastroin- testinal (placas de Peyer). x Muitos dos linfócitos daqui são células de memória. x Ação de linfócitos T reguladores e células dendríticas na supressão de linfócitos T para impedir a destruição de mi- crorganismos simbióticos. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 6 - TERMOS ⇨ Antígeno: toda estrutura capaz de reagir com as células do sistema imune ou com anticorpos previamente produzidos con- tra este antígeno. x Estranho ao sistema imune. x Nem todo antígeno é capaz de causar resposta imunológica. ⇨ Imunógeno: causa resposta após interagir com o sistema imune. ⇨ Hapteno: pequena molécula que, por si só, não é capaz de produzir resposta imunológica. Precisa de carreador. x Antibióticos e fármacos. ⇨ Epítopo (determinante antigênico): menor porção do antí- geno capaz de gerar uma resposta imune. x Sítio de ligação específico reconhecido por um anticorpo ou por um receptor de superfíciedo linfócito T. x Um antígeno pode ter diversos epítopos (iguais ou diferen- tes), mas há um que é imunodominante. DETERMINANTES ANTIGÊNICOS a. Conformacional: perdido após desnaturação b. Linear: Ig se liga apenas ao determinante linear, seja des- naturado ou nativo c. Neoantigênico: criado por proteólise FATORES QUE CONDICIONAM A RESPOSTA IMUNE x Estranheza x Alto peso molecular x Complexidade química x Degrabilidade → antígeno tem que ser processado. x Constituição genética do indivíduo. x Repertório de células T e B x Dosagem x Vias de administração TIPOS DE ANTÍGENOS 1. Antígenos extracelulares (exógenos): derivados de organis- mos fagocitados depois processados e apresentados por APC → MHC classe 2 → linfócito T auxiliador. 2. Antígenos citoplasmáticos (endógenos): proteínas produzi- das por uma célula infectada → MHC classe 1 → linfócito T citotóxico. 3. Antígenos T-dependentes: dependem de linfócitos T para sua ativação → o reconhecimento do epítopo é feito pelo complexo TCR-MHC das APCs. 4. Antígenos T-independentes: podem ser imunogênicos sem a aparente participação de linfócitos T, e sim ativando di- retamente de linfócitos B. ANTICORPOS x São imunoglobulinas (Ig): globulinas (proteínas globulares) sé- ricas com atividade de anticorpo. Estão presentes no soro após a exposição a um antígeno. x Produzidos pelos linfócitos B ativados, que se diferenciam em plasmócito para secretá-los. Também podem permane- cer na superfície do linfócito. x Capazes de reagir especificadamente contra o antígeno que induziu sua formação, desencadeando uma resposta biológica ao tentar proteger o organismo contra nova in- fecção → segunda exposição induz níveis mais altos de anticorpos. EXPRESSÃO DE IGs NA MATURAÇÃO DO LINFÓCITO B x Linfócito imaturo: produção de IgM de membrana. x Linfócito B maduro: produção de IgM e IgD de membrana. x Linfócito B ativado: baixa taxa de secreção, mudança de classe da cadeia pesada e maturação da afinidade. x Célula secretora de anticorpos: alta taxa de secreção e baixa produção de IgM e IgD de membrana. FUNÇÕES DAS IGs x Inativação de toxinas e outros agentes químicos; Toda a substância imunogênica é antigênica, mas, nem toda a substância antigênica é imunogênica, pois nem todas as estruturas capazes de reagir com o sistema imune são ca- pazes de gerar uma resposta. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 7 - x Inativação de vírus; x Lise de bactérias; x Opsonização; x Participação na citotoxicidade dependente de anticorpos; x Transferência de imunidade para fetos; x Transferência de imunidade para lactentes; x Fixação a ativação de complemento; x Regulação da resposta imunológica; x Participação de reações autoimunes e alérgicas. ESTRUTURA DAS IGs Formato de Y com duas cadeias leves (L) idênticas e duas ca- deias pesadas (H) idênticas. x Duas porções variáveis: cadeia leve + pesada → ligação ao antígeno pela região aminoterminal. x Porção constante (FC): duas cadeias pesadas → funções efetoras: fixação do sistema complemento, ligação a células NK e macrófagos. Também permite a transferência de an- ticorpos pré-formados para sítios onde sua ação é neces- sária. x Região da dobradiça confere flexibilidade → importante na ligação à superfície celular. x Domínios (“alças”): sítios de ligação para o sistema comple- mento (funções efetoras). CLASSES DE IGs ⇨ IgG: maior concentração no soro. x Neutraliza toxinas, vírus e bactérias. x Pode opsonizar, aglutinar e precipitar antígenos. x Importante papel na ADCC x Só ativa a via clássica do complemento quando múltiplas mo- léculas de IgGs estão agregadas. x Tem função de anticorpo bloqueador, quando são formados contra alérgenos, evitando que estes se fixem às IgEs fi- xadas nos tecidos. x Atravessa a barreira placentária. x Subclasses: IgG1 (65%), IgG2 (23%), IgG3 (8%) e IgG4 (4%). ⇨ IgM: produzida em maior quantidade na resposta primária, indicando primo-infecção ou fase aguda da doença. Há alguma produção na resposta secundária, porém o IgG é mais expres- sivo. x Forma: no soro está como pentâmero e como receptora de antígenos na superfície de linfócitos B, como monômero. x Não atravessa a placenta → indicador de infecção congê- nita quando presente no soro do recém-nascido. x Função: aglutinar e lisar células patogênicas e ativar o com- plemento, sendo a primeira a aparecer na corrente circu- latória. ⇨ IgA: proteção das superfícies mucosas contra a invasão de micro-organismos. x Imunoglobulina em maior concentração no intestino, trato respiratório e urogenital, leite e lágrimas. x Forma: no soro, em monômero; nas secreções, em dímero ligados pelo componente J. ⇨ IgE: responsável pelas reações alérgicas, devido a sua fixa- ção a receptores Fc de mastócitos e basófilos. x Baixa concentração no soro de indivíduos não parasitados. ⇨ IgD: parece estar correlacionada à eliminação de células B com capacidade de gerar anticorpos autorreativos. x Não há produção em uma resposta imune convencional. x Primeiro receptor antigênico na superfície das células B. Classes de cadeia H determinam as classes de Ig γ → IgG µ → IgM α → IgA ϵ → IgE δ → IgD Podem apresentar a mesma especificidade contra um antí- geno (regiões de ligação ao antígeno) tendo, ao mesmo tempo, propriedades funcionais diferentes (efeito biológico). Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 8 - VARIANTES DAS IGs x Isótopos: variação estrutural das cadeias pesadas. x Alótipos: variação estrutural ocasionada por diferenças ge- néticas. x Idiótipos: variação ocasionada por diferenças na região amino terminal (ligação antígeno-anticorpo) OBTENÇÃO DE ANTICORPOS MONOCLONAIS Visa obter células que produzam apenas o anticorpo desejado. Atualmente, os anticorpos monoclonais são amplamente utiliza- dos como terapêuticos e reagentes diagnósticos em muitas do- enças em humanos. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 9 - Mecanismos inatos reconhecem os produtos de células danifi- cadas e mortas do hospedeiro e servem para eliminar tais cé- lulas, iniciando o reparo. x Primeira etapa na defesa do hospedeiro x Instrui a imunidade adaptativa x Reconhece PAMPs (padrões moleculares associados a pa- tógenos): estruturas comuns a diversas classes de micror- ganismos não presentes em células do nosso corpo, como RNA duplo, LPS (lipopolissacarídeo bacteriano) → gera de- fesa x Reconhece DAMPs (padrões relacionados ao dano): estru- turas relacionadas a células danificadas ou necróticas, como ATP extracelular → gera inflamação x Tipos de reações: inflamação e defesa antiviral ⇨ Receptores x São codificados na linhagem germinativa, logo não são pro- duzidos em recombinação gênica, diferentes dos recepto- res de antígenos dos linfócitos. x Não são distribuídos clonalmente, logo praticamente todas as células da imunidade inata podem reconhecer e respon- der ao mesmo organismo. BARREIRAS CONTRA MICRORGANISMOS ⇨ Epitélio x Barreira física: superfícies epiteliais íntegras → proximi- dade das células, queratina x Barreira química: defensinas (células do epitélio e neutrófi- los), catelicidinas, psoriasina (antimicrobiano para E. coli ), in- terferons, ác. graxos, pH baixo. x Barreira celular: linfócitos intraepiteliais ⇨ Trato respiratório x Muco: x Cílios: varrem o muco. x Tosse e espirro x Macrófagos nos alvéolos ⇨ Trato gastrointestinal x Saliva → lisozima x Suco gástrico → pH baixo ⇨ Outras barreiras x Urina: jato elimina microrganismos. x Sêmen → espermina e zinco x Leite → lactoperoxidase x Colicinas MOLÉCULAS SOLÚVEIS DE RECONHECIMENTO Facilitam a fagocitose e a ativação do sistema complemento. ⇨ Anticorpos naturais x Antifosfolípides: os fosfolípides são liberados em lesões de membrana celular. x Anti-ABO: contra antígenos eritrocitários → produzidos pela microbiota. ⇨ Sistema complemento:proteínas hepáticas com reações em cascata → lise osmótica ⇨ Proteínas de fase aguda: pentraxinas (reativa), colectinas (leptina ligante de manose) e ficolinas x Estimuladas por citocinas pró-inflamatórias: TNF-α, IL-1 e IL-6 x Funcionam como opsoninas. RECEPTORES DE RECONHECIMENTO DE PADRÕES (PRRs) Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 10 - x Reconhecem PAMPs e DAMPs x Distinguem próprio de não próprio. x Detecção de PAMPs pode ser feita por iniciadores do sis- tema complemento (como as leptinas ligantes de manose) e pelas pentraxinas (como a proteína C reativa). x PAMP + PRR → quimiocinas e citocinas ⇨ TLR (Toll-like receptors): na membrana plasmática de células dendríticas imaturas e macrófagos. x Extracelular → PAMPs de bactérias x Endossômica → material genético x São 9 tipos geralmente na forma de dímeros. x Ativação do fator nuclear NF-kB → expressão de genes inflamatórios: citocinas pró-inflamatórias, quimiocinas, mo- léculas de adesão endotelial, moléculas coestimuladoras (sinal 2) → inflamação aguda e estímulo à imunidade adaptativa. x Ativação do fator nuclear IRF → interferon tipo I (α e β) secretado → estado antiviral. ⇨ NLR (Nod-like receptors): receptor citosólico. x Inflamassomos: complexos de sinalização que promovem a inflamação. 1. TLR ativa o fator de transcrição NF-kB. 2. Produção de uma forma inativa de IL-1 β 3. No citosol, um NLR forma um oligômero (complexo) com uma proteína adaptadora e uma enzima caspase 1 inativa. 4. Caspase 1 se torna ativa. 5. Ativação da interleucina 1β, além da IL-18. ⇨ RLR (Rig-like receptors): receptor citosólico específico ao RNA viral, induzindo a produção de INF-1 ⇨ Lectina: ancorados na membrana celular extracelular reco- nhecendo fungos. ⇨ Outros receptores de reconhecimento de padrões x Receptor de carboidratos: receptor de manose e dectinas. x Receptor do tipo scavenger x Receptores N-formil FAGÓCITOS x Internalizam e matam microrganismos. x Produzem citocinas pró-inflamatórias e que aumentam a função antimicrobiana. x Estão envolvidos no reparo tecidual x Macrófagos alveolares, esplênicos e peritoniais. x Células de Kupffer x Células da micróglia ⇨ Fagocitose x ROSs: espécies reativas do oxigênio são produzidas pela oxi- dase do fagossoma NADPH (phox) → explosão oxidativa. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 11 - x RNSs: espécies reativas do nitrogênio são produzidas pelos altos níveis de iNOS (sintetase do ócido nítrico indutível) x Lisozimas e proteases x Proteínas bactericidas ⇨ Funções efetoras dos macrófagos: a partir da ativação dos receptores de INF-γ (citocina ativadora de macrófagos) e TLR x Produção de oxidase fagocitária e iNOS → morte de mi- crorganismos. x Produção de citocinas (TNF, IL-1, IL-12 → inflamação, esti- mulação da imunidade adaptativa. x Produção de fatores fibrogênicos e angiogênicos, metalo- proteinases → remodelamento tecidual. CÉLULAS DENDRÍTICAS x São os mais versáteis sensores de PAMPs e DAMPs. x Cél. dentrítica plasmocitoide é a maior fonte de citocinas antivirais (INF-1) → regiões de mucosa x Direcionam a resposta adaptativa através das citocinas que produzem, inclusive na ativação do T helper. x Células de vida longa. CÉLULAS NK x Atuam nos estágios iniciais da infecção viral e da tumoro- gênese → vigilância imunológica x Ativação regulada pelo equilíbrio entre sinais gerados por receptores de ativação e inibição. x Diferenciam células infectadas ou modificadas de células saudáveis. ⇨ Funções x Morte de células danificadas ou infectadas x Potencializar a morte de microrganismos fagocitados: ma- crófago que acabou de fagocitar produz IL-12, estimulando a célula NK a produzir IFN-γ. ⇨ Receptores de ativação e inibição x Célula autóloga normal: possui MHC classe 1 + peptídeo, o qual se liga com o receptor de inibição, induzindo a desfos- forilação do receptor de ativação → célula NK não é ati- vada. x Célula infectada por vírus: não expressa o MHC classe 1 (mecanismo de escape viral), logo o receptor de ativação está normal e gera sinal de ativação → ativação da célula NK mata a célula infectada. x Célula estressada (sinal de dano): maior expressão para o receptor de ativação torna insuficiente a desfosforilação causada pelo receptor de inativação → ativação da célula NK mata a célula estressada. CÉLULAS LINFOIDES INATAS x Morfologicamente similares aos linfócitos, porém sem re- ceptores capazes de reconhecerem antígenos, como as células NK. x Capazes de produzir citocinas de acordo com o tipo de pa- tógeno presente no corpo. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 12 - x Reação local inicial da imunidade inata. x Leucócitos são recrutados para o sítio da infecção e ativa- dos para erradicá-la, produzindo várias alterações sistêmi- cas no hospedeiro que acentuam a capacidade do sistema inato de acabar com a infecção e até acabar lesando o tecido ou causando morte. x Início da fase aguda minutos após a lesão, com respostas localizadas e sistêmicas. ⇨ Respostas inflamatórias localizadas: ação das cininas x Contração muscular x Relaxamento do músculo distal x Aumento da permeabilidade vascular devido a ação da bra- dicinina. x Aumento da expressão de moléculas de adesão no endoté- lio: citocinas pró-inflamatórias → quimiocinas + proteínas do sistema complemento (c5a, c3a) → integrinas → maior afinidade a ICAMs (moléculas de adesão intracelular) x Estimulação nervosa: dor e coceira ⇨ Respostas inflamatórias localizadas: ação da via de coagula- ção, formando coágulos (barreiras físicas) ⇨ Resposta inflamatória sistêmica x Indução de febre x Produção aumentada de leucócitos x Aumento da síntese de hidrocortisona e ACTH x Produção de proteínas de fase aguda MOLÉCULAS DE ADESÃO CELULAR (CAMs) x Promovem adesão de leucócitos às células endoteliais x Aumentam a força de interações funcionais entre células do sistema imune → sinapse imunológica para a transdu- ção de sinal. x Células endoteliais expressam selectinas e iCAMs (estão na superfamília das imunoglobulinas porque são parecidas). x Leucócitos expressam CAMs semelhantes à mucina (ou li- gante de selectina) e integrinas. QUIMIOCINAS x Superfamília de pequenos polipeptídeos que controlam se- letivamente a adesão, a quimiotaxia e a ativação de alguns tipos de leucócitos. x Algumas apresentam papel regulatório na angiogênese e na cicatrização de ferimentos. x Ação mediada por receptores. ⇨ Funções x Migração dos neutrófilos e dos monócitos para locais de infecção e lesão tecidual (inflamação) x Migração de células T e B virgens para os tecidos linfoides secundários x Migração de células T efetoras e de memória para locais de infecção e de lesão tecidual durante a imunidade celular RECRUTAMENTO DE LEUCÓCITOS x Macrófagos teciduais estimulados secretam quimiocinas e citocinas pró-inflamatórias → aumentam a expressão de moléculas de adesão e a produção de quimiocinas. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 13 - 1. Rolamento x Acontece porque a interação entre a selectina e seu ligante é muito baixa. x Até o momento que o macrófago secreta quimiocinas o suficiente. 2. Ativação por estímulos quimioatraentes x Quimiocinas aumentam a atração com o endotélio x IL-8 age sobre a célula → mudança da conformação da integrina → ligação com a iCAM 3. Detecção e adesão à parede do vaso 4. Migração transendotelial por diapedese CITOCINAS Substâncias secretadas por células da imunidade inata e adqui- rida que estimulam o crescimento e a diferenciação dos linfó- citos, além de ativas diferentes células efetoras para a elimi- nação de microrganismos e outros antígenos. x Agem se ligando a receptores específicos de células-alvo, sendo a expressão deles também regulada por citocinas. ⇨ Pleiotropismo: uma citocina possui diferentes ações em di- ferentes tipos celulares.x IL-4 induz produção de IgE na célula B, diferenciação para Th2 em células TCD4+ e inibição em macrófagos. ⇨ Redundância: diferentes citocinas possuem um mesmo efeito sobre determinado tipo celular. x IL-2, IL-4 e IL-5 induzem proliferação nas células B. ⇨ Sinergia: duas ou mais citocinas agem em conjunto para induzir determinada função na célula. x INF-γ e TNF aumentam a expressão das moléculas de MHC classe I em muitos tipos celulares. ⇨ Antagonismo: duas ou mais citocinas possuem efeitos con- trários entre si em determinado tipo celular. x No macrófago, INF-γ o ativa e IL-4 o inibe ⇨ Fator de necrose tumoral (TNF): secretado principalmente por fagócitos mononucleares ativados. x Estimula o recrutamento de neutrófilos e monócitos para os sítios de infecção e faz com que as células endoteliais vasculares expressem moléculas de adesão, sendo assim o principal mediador da resposta inflamatória aguda; x Estimula as células endoteliais e os macrófagos a secreta- rem quimiocinas; x Induz a apoptose de alguns tipos celulares; x Funciona como pirógeno endógeno sobre o hipotálamo; x Participa da imunidade antitumoral; x Ativa neutrófilos; x Leva à caquexia em infecções crônicas e câncer; x Primeiro mediador do choque séptico. ⇨ Interleucina 1 (IL-1): secretada pelos fagócitos mononuclea- res ativados, podendo ser produzida também por neutrófilos, queratinócitos, células sinoviais, osteoblastos, células gliais e cé- lulas endoteliais. x Mediadora da resposta inflamatória, também induzindo a expressão de moléculas de adesão nas células endoteliais x Aumenta a adesão leucocitária em baixas concentrações; x Causa febre e induz a síntese de proteínas plasmáticas em concentrações maiores; x Contribui para a hipotensão do choque séptico. ⇨ Interleucina 6 (IL-6): produzida por fagócitos mononuclea- res, linfócitos T e B, fibroblastos, células endoteliais, queratinó- citos, hepatócitos e células da medula óssea. x Auxilia na diferenciação de linfócitos B em plasmócitos; x Auxilia na ativação, crescimento e diferenciação de céls T; x Mais importante indutor de proteínas de fase aguda e pi- rexia; x Importante papel na diferenciação em células Th17. ⇨ Interleucina 12 (IL-12): produzida pelos fagócitos mononu- cleares ativados e pelas células dendríticas. x Principal mediador da resposta imune inata inicial aos mi- crorganismos intracelulares x Estimula a diferenciação dos linfócitos Th1; x Exacerba as funções citolíticas das células NK e dos linfó- citos Tc ativados. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 14 - ⇨ Interleucina 2 (IL-2) x Fator de crescimento para os linfócitos T; x Promove a proliferação e diferenciação de outras células imunes potencializa a apoptose das células T antígeno-ati- vadas. ⇨ Interleucina 17 (IL-17): produzida por células Th17. x Gera resposta imune mediada por células contra patógenos extracelulares; x Induz a expressão de citocinas e quimiocinas; ⇨ Interleucina 4 (IL-4) x Principal estímulo para a produção de IgE e para o desen- volvimento das células Th2. ⇨ Interleucina 5 (IL-5) x Ativador dos eosinófilos x Estimula linfócitos B → produção de anticorpos IgA; x Induz a expressão de receptores de quimiocina e integrinas; x Participa da diferenciação de basófilos ⇨ Interleucina 9 (IL-9): produzida por células Th9. x Fator de crescimento de mastócitos; x Participa da produção de IgE e de eosinófilos. ⇨ Interleucina 10 (IL-10) x Inibidor de macrófagos; x Inibe a produção de IL-12, TNF e INF-γ; x Inibe a expressão de coestimuladores e das moléculas do MHC de classe II. ⇨ Interferon tipo 1 (INF-1) x Inibem a replicação viral; x Aumentam a expressão das moléculas do MHC classe I; x Estimulam o desenvolvimento das células Th1. ⇨ Interferon γ (INF-γ): produzido por células T e células NK x Ativa macrófagos; x Estimula a expressão das moléculas de classe I e II do MHC e dos coestimuladores; x Promove a diferenciação de células Th1 e inibe a prolifera- ção de Th2; x Ativa neutrófilos e estimula a ação citolítica das células NK ⇨ Fator de crescimento e transformação β: produzido por eosinófilos, monócitos e células T. x Inibe a proliferação e ativação dos linfócitos T e de outros leucócitos (macrófagos); x Estimula a fibrose; x Inibe a proliferação e induz a apoptose; x Papel central na diferenciação de células Th17 e Th9. OUTROS MEDIADORES x Sistema das cininas: bradicinina x Sistema de coagulação: fibrinopeptídeos, plaquetas x Sistema fibrinolítico: plasmina x Sistema complemento: anafilotoxinas x Lipídeos: prostaglandinas, tromboxanos, leucotrienos, fator ativador de plaquetas Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 15 - Proteínas hepáticas com a função de ligar o reconhecimento dos microrganismos às funções efetoras e ao desenvolvimento da inflamação, quando sua síntese está aumentada. São três vias de ativação: VIA DAS LECTINAS VIA CLÁSSICA VIA ALTERNATIVA ⇨ C3: possui grupo tioéster acessível apenas após a clivagem, permanecendo no c3b. O radical permite que esse fragmento se ligue covalentemente na membrana do microrganismo. Aquele c3b que não se liga tem o grupamento inativado por hidrólise. ⇨ Ativa a via clássica: x IgM ligada à antígeno (forma ligada) x Duas IgGs muito próximas e ligadas à antígeno ⇨ Não ativa a via clássica: x IgM solúvel (forma plana) x IgG solúvel (porções FC não estão próximas) Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 16 - REGULAÇÃO DO SISTEMA COMPLEMENTO x Importante para a proteção de células próprias. ⇨ Esterase inibidora de C1 ou C1 inibidor (C1INH) x Na via clássica, controla a ativação de C1 → forma com- plexos com C1r e C1s. x Na via das lectinas, remove a enzima MASP-2 do complexo MBL → inibe clivagem de c4 e c2. ⇨ MCP e DAF: proteína fator de membrana, expressa em leucócitos; e fator acelerador de decaimento expressa em cé- lulas endoteliais e eritrócitos, respectivamente → destroem as convertases das vias clássica e alternativa ao se ligarem com uma das partes. ⇨ Proteína ligante de C4b (C4bp): inibe a C3-convertase da via clássica (C4b2a) → separa C4b e C2a para facilitar a ação do fator i. ⇨ Fator H e DAF: um ou outro inibe a C3-convertase da via alternativa (C3bBbP) → separa Bb para facilitar a ação do fator i. ⇨ Fator i: x Na via clássica, quebra a C4b em fragmentos menores (C4bi, C4c e C4d), de forma a evitar a união com c2a. x Na via alternativa, quebra c3b em fragmentos menores (iC3b, C3c e C3d) de forma a evitar a união com BbP. ⇨ CD59: impede a polimerização de C9 ao se inserir no C5b. ⇨ Proteína S: impede o acoplamento do MAC à membrana do patógeno ao se ligar com C7. RECEPTORES DE MEMBRANA ⇨ CR1: receptor de C3b/C4b presente em... x Leucócitos: promove fagocitose em microrganismos opso- nizados por C3b. x Hemácias: remove imunocomplexos em excesso, carre- gando-os até o sistema reticular endotelial (polpa vermalha do baço) para destruição. ⇨ CR2: receptor de produtos da cluvagem de C3b presente em linfócitos B e em células dendríticas foliculares. Estimula respostas imunes humorais, aumenta a ativação de células B e retém imunocomplexos nos centros germinativos. ⇨ CR3 e CR4: integrinas da família das CAMs receptoras de iC3b presentes em leucócitos. Participam da fagocitose e ade- são leucocitária. FUNÇÕES DO SISTEMA COMPLEMENTO ⇨ Quimiotaxia: o C3a, C4a e C5a (mais forte) podem estimular a migração de granulócitos, neutrófilos, monócitos. ⇨ Opsonização: C3b, iC3b e C4b. O C3b reveste estruturas estranhas como membranas celulares de bactérias, sendo re- conhecido por receptores (CR1) para C3b existentes em diver- sos tipos de células (fagocitárias). ⇨ Lise de célula-alvo: citólise mediante formaçãodo MAC as- sociado a polimerização de C9, formando um poro. Importante contra bactérias do gênero Neisseria, que possuem parede celular delgada. ⇨ Imunoaderência: ligação de C3b (ligado a imunocomplexos) a receptores CR1 presentes na superfície de eritrócitos, le- vando à destruição dos imunocomplexos. ⇨ Ativação da resposta imune adquirida: imunocomplexos liga- dos a C3b são muito eficazes na ativação das células B; assim como o C3d que se liga ao CR2 em células B. ⇨ Atividade de anafilatoxina: C3a, C4a e C5a promovem a liberação de aminas vasoativas de mastócitos e basófilos, com consequente vasodilatação. DEFICIÊNCIAS DO SISTEMA COMPLEMENTO x Via clássica (C1, C2 e C4) → inflamação tecidual. x Lectina ligante de manose → infecções em lactentes. x Via alternativa e C3 → infecções bacterianas. x Via terminal → infecções por bactérias gram-negativas. x Inibidor de C1 → angioedema hereditário. x Reguladores da via alternativa → perda secundária de C3 (por ativação em excesso). DOENÇAS RELACIONADAS ⇨ Angioedema hereditário e adquirido: deficiência no C1INH ⇨ Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES): ocorrem deficiências de C1q, C4 ou C2 que levam à falha de eliminação de imunocom- plexos → deposição de imunocomplexos com formação de processos inflamatórios. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 17 - ⇨ Infecções recorrentes piogênicas: deficiências de fatores i e H promovem depleção de elementos da via alternativa e dos componentes tardios (MAC e poro). ⇨ Glomerulonefrite: o autoanticorpo fator nefrítico (C3Nef) causa deficiência de C3 ao estabilizar sua esterase da via al- ternativa (C3bBb), ou seja, consegue clivar mais C3 que é pro- duzido → ocorre em LES e lipodistrofia parcial. ⇨ Hemoglobinúria paroxística noturna: deficiência de DAF leva à maior destruição de hemácias (anemia hemolítica), mais in- tensa à noite e verificada pelo sangue na primeira urina. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 18 - COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE (MHC) Nome dado a um segmento cromossômico onde se localizam genes muito importantes para a resposta imune. Em humanos, o gene HLA (antígeno leucocitário humano) x MHC classe I: proteínas HLA-A, HLA-B, HLA-C x MHC classe II: proteínas HLA-DP, HLA-DQ, HLA-DR, HLA- DM (não participa de apresentação de antígenos). x “MHC classe III”: não envolvido diretamente na apresenta- ção de antígenos → produção de proteínas do comple- mento, citocinas etc. ⇨ MHC classe I: expressa em todas as células nucleadas, sendo importante para apresentar peptídeos infestados ou células tumorais → interação resposta inata x adaptativa. x Cadeia α longa ligada na porção carboxiterminal da mem- brana celular. Contém a fenda de ligação do peptídeo e do- mínios semelhantes aos das Ig’s. x Cadeia β menor, constituída pela β2-microglobulina (codifi- cada fora do MHC). ⇨ MHC classe II: expressa apenas em linfócitos B, APCs e linfócitos T em estágios específicos de ativação. Algumas ou- tras também apresentam, mas não se sabe porquê, uma vez que não há função significativa. x Cadeias α e β de mesmo tamanho, ambas ancoradas na porção carboxiterminal da membrana celular e com domí- nios semelhantes aos das Ig’s. A junção das cadeias forma a fenda de ligação do peptídeo CÉLULAS APRESENTADORAS DE ANTÍGENOS ⇨ Célula dendrítica: x Junto às células NK, produz INF-γ → age sobre as APC’s em repouso, tornando-as profissionais → melhores em apresentar antígenos → ativação e proliferação de céls T. É necessário certo processamento do antígeno porque so- mente um peptídeo linear é capaz de ligar-se à fenda do MHC e dessa forma ser apresentado. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 19 - x Reconhecimento de PAMPs → vias de transdução de sinal → expressão de MHC → apresentação de antígenos à célula T virgem → expansão clonal → produção de células T efetoras. ⇨ Macrófago: fagocitose e processamento do antígeno → expressão de MHC → apresentação de antígenos à célula T efetora ou virgem → produção de INF-γ → mais ativação de macrófagos (imunidade celular: ativação de várias céls imunes) ⇨ Linfócito B: imunoglobulinas de superfície reconhecem an- tígenos → endocitose de antígenos → expressão do MHC → apresentação de antígenos à célula T efetora → ativação mú- tua → ativação das células B → plasmócitos produtores de anticorpos (imunidade humoral). APRESENTAÇÃO DO ANTÍGENO AO LINFÓCITO T x Essencial à imunidade celular x Receptor de célula T reconhece resíduos de peptídeos complexados ao MHC → restrição ao MHC: a origem do antígeno na célula restringe qual MHC será ativado e, con- sequentemente, qual célula T será ativada. ⇨ Antígenos citosólicos: associados ao MHC classe I, são re- conhecidos por receptores TCR dos linfócitos T citotóxicos 1. Presença de proteínas no citosol por síntese local (de um vírus p. ex.) ou endocitose de antígenos, os quais escapam do fagossoma. 2. Degradação proteolítica das proteínas: são marcadas com ubiquitina (proteínas ubiquitinadas) para inserção no pro- teassoma, onde é degradada. 3. Transporte de peptídeos do citosol para o RE, onde poderão formar complexos com o MHC → passagem pelo TAP (transportador associado ao processamento do antígeno) → ação da enzima PARE → ligação ao MHC. 4. Montagem dos complexos no RE, onde a chaperona faz o dobramento da cadeia de MHC → tapasina liga o MHC com o TAP para receber peptídeos processados pela PARE. 5. Expressão dos complexos na superfície através de vesícu- las exocíticas liberadas pelo Golgi. ⇨ Antígenos extracelulares: associados ao MHC classe II, são reconhecidos por receptores TCR dos linfócitos T helper. 1. Captação de proteínas extracelulares para os comparti- mentos vesiculares da APC 2. Processamento das proteínas internalizadas em vesículas: degradação forma peptídeos 3. Biossíntese de moléculas do MHC no RE: chaperona auxilia o dobramento das cadeias → ligação da cadeia invariante na fenda para que não haja a ligação de possíveis peptídeos dentro do retículo 4. Transporte do MHC para o Golgi e então vesículas exocíti- cas, que se associam à vesícula dos peptídeos. 5. Montagem dos complexos na vesícula: após a fusão, há de- gradação automática da cadeia invariante → resta so- mente a porção ligada na fenda (CLIP), removida pelo HLA- DM junto ao MHC. 6. Expressão do complexo na superfície da célula. Células T não perdem a capacidade de realizarem expansão clonal depois de serem diferenciadas, mas a ocorrência disso depende do estímulo por IL-2. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 20 - FUNÇÕES EFETORAS DAS CÉLULAS T x Célula qualquer apresenta antígeno citosólico pelo MHC classe I → célula T citotóxica → destruição da célula que expressa o antígeno. x Macrófago apresenta antígeno extracelular pelo MHC classe II → célula T helper → produção de citocinas: INF- γ → ativa o macrófago → macrófago destrói antígeno fagocitado. x Célula B apresenta antígeno extracelular pelo MHC classe II → célula T helper → secreção de citocinas → maturação da célula B → produção de anticorpos específicos. ATIVAÇÃO DA CÉLULA T ⇨ Sinapse imunológica: interações intercelulares promovem transdução de sinal. x “Sinal 3”: citocinas liberadas importantes ao processo de diferenciação. ⇨ CD40: presentes nas APCs. x APC profissional possui CD40 porque possui estímulos in- fecciosos. x Células T reconhecem o antígeno → expressão de ligante de CD40 (CD40L) → complexo de CD40 e seu ligante → estímulo à expressão de B7 → secreção de citocinas → proliferação e diferenciação das células T. ⇨ Coestimuladores: B7, presente nas APCs. x APC em repouso não possui coestimulador → prevenção da resposta autoimune, já que o MHC pode apresentar pep- tídeos do próprio organismo. x APC ativada durante a resposta inata → expressão de coestimuladores e produção de citocinas (IL-12) → prolife- raçãoe diferenciação das células T. x Não depende da presença de CD40. x Quando em baixa quantidade, CD40 auxilia o aumento. T CD4+ HELPER ⇨ Desenvolvimento: célula virgem (naive) → APC apresenta o antígeno por MHC classe II → ativação → ação autócrina da IL-2 → expansão clonal → diferenciação em efetora e de memória. ⇨ Reações imunológicas: ativação de células (macrófagos e células B) e inflamação x Dependendo do meio em que ocorre a sinapse imunológica, pode se diferenciar em Th1, Th2, Th17, T folicular e T re- guladora (além de subtipos recém identificados). x Ativação mútua com macrófagos → produção de INF-γ x Regulação negativa: quando não são mais necessárias, são suprimidas ou sofrem apoptose (VIDE AUTOIMUNIDADE) TH1 x Defende o hospedeiro contra patógenos intracelulares. x Presente em doenças autoimunes e tecidos danificados em infecções crônicas. x Citocinas liberadas: INF-γ, TNF-α, linfotoxina (LT), IL-2 ⇨ Diferenciação: depois da apresentação ao T helper naive... x Macrófago secreta IL-12 → ativação do fator de trans- crição STAT4. x Célula NK secreta INF-γ → ativação do fator de transcri- ção STAT1. x Transcrição de INF-γ com ação autócrina (amplificação) ⇨ Reações imunes: padrão de resposta pró-inflamatória com perfil predominantemente celular. Secreção de INF-γ promove Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 21 - x Ativação clássica de macrófagos x Produção de anticorpos opsonizantes e ativadores do sis- tema complemento → fagocitose ⇨ Ativação clássica de macrófagos (M1): promove neles... x ↑ Produção de ROS, óxido nítrico e enzimas lisossomais → aumento da atividade antimicrobiana = fagocitose seguida de morte nos fagolisossomos x ↑ Secreção de citocinas (TNF, IL-1) e quimiocinas → recru- tamento de leucócitos → inflamação x ↑ Secreção de IL-12 → diferenciação de Th1 e produção de INF-γ x ↑ Expressão de B7 e MHC → amplificação da resposta da célula T (mais ativação). TH2 x Defende o hospedeiro contra helmintos. x Presente em doenças alérgicas x Citocinas liberadas: IL-4, IL-5, IL-13, IL-6 e IL-10. ⇨ Diferenciação: depois da apresentação ao T helper naive... x Mastócitos, eosinófilos e ILC2 secretam IL-4 → ativação do fator de transcrição STAT6 x Ativação do fator de transcrição GATA3 por estímulos des- conhecidos x Transcrição de IL-4 com ação autócrina (amplificação). ⇨ Reações imunes: padrão de resposta anti-inflamatória com perfil predominantemente humoral x Produção de anticorpos não opsonizantes (IL-4) x Ativação de mastócitos por produção de IgE (IL-4) x Ativação de eosinófilos (IL-5) x Ativação alternativa de macrófagos (IL-4 e IL-13) para re- paro tecidual. x Secreções mucosas no trato gastrointestinal e peristal- tismo (IL-13). ⇨ Ativação alternativa de macrófagos (M2): promove neles... x ↑ Secreção de IL-10 e TGF-β (alta concentração) → efei- tos anti-inflamatórios → inibe inflamação. x ↑ Secreção de poliaminas, prolinas e TGF-β → cicatrização e fibrose. Essa ativação é inibida pela presença de IL-4 e IL-13, bem como a inflamação resultante é inibida por efeitos anti-in- flamatórios. Essa ativação é inibida pela presença de INF-γ. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 22 - TH17 x Defende o hospedeiro contra bactérias extracelulares e fungos. x Presente na autoimunidade. x Citocinas liberadas: IL-21, IL-17, IL-22 e IL-21. ⇨ Diferenciação: depois da apresentação ao T helper naive... x Célula dendrítica libera IL-6 → ativação do fator de trans- crição STAT3 x TGF-β (baixa concentração) de fonte desconhecida → ati- vação do fator de transcrição RORγt x Transcrição de IL-21 com ação autócrina (amplificação) x Célula dendrítica libera IL-23 → mantém a célula Th17 di- ferenciada. ⇨ Reações imunes: padrão de resposta pró-inflamatória com perfil predominantemente celular. x IL-17 → leucócitos e tecidos: produção de quimiocinas, TNF, IL-1, IL-6, CSF (fator de crescimento de colônias) → infla- mação monocítica neutrofílica e produção de peptídeos an- timicrobianos. x IL-22 → tecidos → aumento do efeito de barreira e pro- dução de peptídeos antimicrobianos. T CD8+ CITOTÓXICO ⇨ Desenvolvimento: célula virgem (naive) → APC apresenta o antígeno por MHC classe I → ativação → ação autócrina da IL-2 → expansão clonal → diferenciação em efetora e de memória. ⇨ Reações imunológicas x Eliminação das células-alvo infectadas: sinapse imunológica → degranulação: perforinas abrem um poro na membrana da célula alvo, permitindo a entrada de granzimas → si- napse desfeita → ativação de caspases efetoras → in- dução de apoptose. x Eliminação das células-alvo infectadas: sinapse imunológica → expressão de ligante de Fas (FasL) → interação com Fas na célula-alvo → indução de apoptose. x Ativação de macrófagos. APRESENTAÇÃO CRUZADA Por uma célula infectada por vírus apresentar MHC classe I, se uma célula dentrítica fagocitá-la o antígeno também será apresentado via MHC classe I ao T CD8+, já que a origem inicial é citosólica. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 23 - RESPOSTA HUMORAL x Fase da resposta imunológica caracterizada pelo combate ao antígeno por meio de anticorpos. x Anticorpos específicos a um antígeno podem eliminá-lo por meio de opsonização, inativação direta etc. x Proliferação e diferenciação da célula B → células de me- mória e plasmócitos produtores de anticorpos. FASES DA RESPOSTA IMUNE HUMORAL ⇨ Fase de reconhecimento: célula B madura e em repouso (virgem) com IgM+ e IgD+ de superfície entra em contato com a forma nativa do antígeno, sendo ativada. x Ativação mútua com células T helper (auxiliares), sendo a célula B funcionando como APC! ⇨ Fase de ativação: proliferação e diferenciação da célula B x Expansão clonal x Secreção de anticorpos, inicialmente apenas IgM x Troca de classes permite a secreção de outras Ig’s x Maturação da afinidade seleciona plasmócitos secretores de anticorpos que possuem alta afinidade com o antígeno. x Formação de células B de memória (imunidade a longo prazo) RESPOSTA IMUNE HUMORAL PRIMÁRIA x Primeiro contato com o antígeno, apresentando resposta com menor pico e mais lenta (5-10 dias), sendo induzida por todos os imunógenos. x Desenvolvimento de plasmócitos de vida curta, que agem nos órgãos linfoides secundários → produção de IgG e IgM. x Desenvolvimento dos plasmócitos de vida longa, que migram para a medula óssea → produção de anticorpos a longo prazo. x Anticorpos com menor afinidade. RESPOSTA IMUNE HUMORAL SECUNDÁRIA x Contato repetido com o antígeno, apresentando resposta com maior pico (eficiente) e mais rápida (1-3 dias), sendo induzida por antígenos proteicos. x Células B de memória presentes nos órgãos linfoides se- cundários, no sangue e no tecido são ativadas, diferenci- ando-se em plasmócitos → prontamente produzem IgG e alguma quantidade de IgA ou IgE x Anticorpos com maior afinidade. SUBTIPOS DE CÉLULAS B ⇨ Células B foliculares: presente no centro germinativo de órgãos linfoides x Imunoglobulinas de superfície: IgD e IgM x Resposta dependente de célula T: célula Th identifica um antígeno proteico conformacional (sem degradação) e en- tão interage com essa célula B. x Diferenciação em plasmócito de vida longa produtor de imu- noglobulinas IgG, IgA e IgE (por troca de isótopos). ⇨ Células B da zona marginal: x Imunoglobulina de superfície: IgM Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 24 - x Resposta independente de célula T: reconhece polissacarí- deos, lipídeos e ácidos nucleicos com ligações multivalentes. x Diferenciação em plasmócito de vida curta produtor de IgM. ⇨ Células B1: presentes em mucosas e na cavidade peritoneal x Imunoglobulina de superfície: IgM e marcador CD5 x Resposta independente de célula T x Diferenciação em plasmócito de vida curta produtor de IgM. ATIVAÇÃO T-INDEPENDENTE Receptores de célula B (BCR)são as imunoglobulinas de super- fície que interagem com um antígeno. Nesse caso ele é con- formacional e é endocitado quando detectado pela célula B (funciona como APC) para futura apresentação à célula Th. Consequentemente, a célula é ativada sem precisar do Th. ⇨ Ligação cruzada entre o antígeno e a Ig de superfície de uma célula B naive. Há mudanças nas células, como... x Expansão clonal x ↑ Expressão de B7 x ↑ Expressão de receptores de citocina (IL-4, BAFF-R...) → torna-se mais responsiva x ↑ Expressão de receptores de quimiocina (CCR7) → mi- gração dos folículos para as áreas de célula T. ⇨ Devido às múltiplas ligações à superfície do linfócito B, estes antígenos geram um sinal suficientemente forte para induzir sua ativação. ⇨ Antígenos são processados por linfócitos B e então apre- senta-se um peptídeo a linfócitos T via MHC classe II. Este pode ativar células B foliculares. ATIVAÇÃO DO T HELPER x Linfócitos T helper são ativados pela apresentação de uma célula dendrítica ou linfócito B que funciona como APC. x Quando ativados, diminuem a expressão de CCR7 e aumen- tam a de CXCR5 → migração para a borda do folículo. x Linfócito B da zona marginal é ativado por resposta inde- pendente e, com isso, há aumento da expressão de CCR7 → migração para a zona de célula T x Na zona escura, encontram-se células B foliculares em ex- pansão clonal. ATIVAÇÃO T-DEPENDENTE x Reação de centro germinativo: interação entre as células Thf, Bf e dendrítica folicular x Th ativado expressa diversas proteínas de superfície que se ligam receptores do linfócito B → linfócito B é ativado. x Th ativado libera citocinas que agem no linfócito B: IL-2, IL- 4, IL-6 e IFN-γ → estimulam a proliferação e diferencia- ção dos linfócitos, além de direcionar a troca de classes. x Formação de plasmócitos de vida longa secretores de anti- corpos de alta afinidade + células B de memória TROCA DE CLASSES x Ocorre durante a formação do centro germinativo através de recombinação gênica, que troca isótopos da cadeia pe- sada das imunoglobulinas. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 25 - x Pode ocorrer um pouco com plasmócitos de vida curta, mas normalmente é insignificante. x Determinada pelas citocinas e ligante de CD40. ⇨ As imunoglobulinas x INF-γ → IgG: respostas fagocíticas dependentes do FC, ativação do sistema complemento, imunidade neonatal. x IL-4 → IgE: degranulação de mastócitos (alergias) e imuni- dade contra helmintos. x TGF-β etc. → IgA: imunidade de mucosas x Não sofreu troca de classes → IgM: ativação da via clás- sica do sistema complemento. MATURAÇÃO DA AFINIDADE x Ocorre por mutações somáticas puntiformes nos genes, as quais conseguem produzir anticorpos com mais afinidade. x Como em uma seleção natural, as células produtoras de an- ticorpos com mais afinidade pelo antígeno serão mantidas e receberão mais sinais mitogênicos. x Pode ocorrer um pouco com plasmócitos de vida curta, mas normalmente é insignificante. FUNÇÕES EFETORAS DOS ANTICORPOS Anticorpos são os mecanismos efetores da imunidade humoral. ⇨ Neutralização de microrganismos e toxinas x Bloqueia a ligação dos microrganismos em células x Bloqueia a infecção de célula adjacente x Bloqueia a ligação de toxinas a receptores celulares. ⇨ Opsonização mediada por anticorpos: facilitam a ação do macrófago, principalmente em bactérias encapsuladas. ⇨ Citotoxicidade mediada por células: anticorpo se liga à antí- genos expressos na superfície da célula infectada e permite que células NK (p. ex.) promova a morte de microrganismos. ⇨ Ativação do sistema complemento x Fagocitose de microrganismos opsonizados com fragmen- tos do complemento x Inflamação x Lise de microrganismos Sem a participação dos linfócitos Th na resposta, não há formação de células B de memória e a troca de classes é limitada, de modo que os anticorpos produzidos têm baixa afinidade e são do isotipo IgM (não há maturação da afini- dade). Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 26 - BARREIRAS EPITELIAIS E TECIDOS IMUNOLOGICAMENTE PRIVILEGIADOS IMUNIDADE EM BARREIRAS EPITELIAIS x Sistemas imunes de mucosas → gastrointestinal, bronco- pulmonar e genitourinário. x Sistema imune cutâneo. ⇨ Composição x Camada epitelial externa x Tecido conjuntivo subjacente: derme ou lâmina própria → presença de linfócitos, células dendríticas, macrófagos e mastócitos. x Linfonodos drenantes: responsáveis por ativação da res- posta imune por apresentação do antígeno x Os linfócitos efetores gerados nos linfonodos drenantes ou MALT (tecido linfoide associado a mucosa) entrarão no san- gue e retornarão para o mesmo órgão (homing). x Os sistemas imunes regionais têm funções regulatórias, prevenindo respostas indesejáveis. IMUNIDADE INATA ⇨ Células epiteliais intestinais x Células caliciformes: produção de muco → barreira física viscosa → glicosilação de mucinas; x Células epiteliais absortivas: produção de citocinas → au- menta a função de barreira da mucosa; Defensinas: proteção contra bactérias luminais; x Células M: transporte de antígenos para células dendríticas; x Células de Paneth: peptídeos antimicrobianos. ⇨ Outras células x Células dendríticas e macrófagos na lâmina própria do in- testino inibem a inflamação e servem para manter a ho- meostase (em indivíduos saudáveis) → produzem IL-10 ao serem diferenciadas por TGF-β; x Células linfoides inatas (predominam tipo 3) contribuem para a defesa e função de barreira → produzem IL-17 e IL-22; x TLRs e NLRs (receptores de padrões) limitam respostas inflamatórias a bactérias comensais de acordo com sua dis- tribuição, expressão e limiar de ativação. IMUNIDADE ADAPTATIVA CELULAR ⇨ Placas de Peyer (MALT): órgão linfoide secundário não en- capsulado presente no sistema gastrointestinal. Possui... x Folículos → células linfoides inatas: produzem citocinas se- melhantes aquelas do Th, com a diferença de não serem capazes de identificar um antígeno; x Reação do centro germinativo; x Ativação de células T e B; x Presença de células dendríticas; x Reconhecimento de antígenos. ⇨ Células M no epitélio do intestino delgado x Transporte transcelular do lúmen para células dendríticas, podendo servir como rota de invasão → uma Salmonella não humana invade aqui e mata a célula M x Emitem projeções citoplasmáticas entre as células epiteliais. ⇨ Linfonodos mesentéricos: linfonodos drenantes do intestino delgado e grosso que coletam antígenos trazidos da linfa. ⇨ Tonsilas linguais e palatinas: estruturas linfoides não encap- suladas situadas abaixo da mucosa epitelial escamosa estratifi- cada na base da língua e da orofaringe → respondem a mi- crorganismos na cavidade oral. O muco não possui células de defesa. O máximo que pode acontecer são projeções luminais das células dendríticas para a captura de antígenos superficiais presos no muco. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 27 - ⇨ Células T: encontradas no interior da camada epitelial do intestino, espalhadas pela lâmina própria e submucosa, nas pla- cas de Peyer e em outras coleções organizadas de folículos. x Th17: aumenta a função de barreira → produzida pela in- fluência de IL-6 e IL-23 x Treg: abundantes no GALT e previnem as reações inflama- tórias contra microrganismos comensais no intestino → produzida pela ação de TGF-β e ácido retinóico e mantida pelo estímulo de metabólitos bacterianos. x Algumas citocinas como TGF-β, IL-10 e IL-2, parecem ter papéis cruciais na manutenção da homeostase no sistema imune do intestino. x Processam e apresentam antígenos proteicos às células T do GALT. ⇨ Homing dos linfócitos intestinais: células B produtoras de IgA e células T efetoras com homing determinado por células den- dríticas através da ação do ácido retinóico durante o processo de ativação. 1. Vitamina A é capturada pelas células dendríticassobre a influência de fatores como o TSLP; 2. Célula dendrítica converte a vitamina A em ácido retinóico através do retinaldeído desidrogenase (RALDH); 3. Durante a apresentação do antígeno ao linfócito imaturo há ação do ácido retinóico; 4. Célula efetora apresenta maior expressão de moléculas de superfície, como o α4β7 e o CCR9; 5. Difusão para o sangue; 6. Célula efetora é atraída pelas células epiteliais intestinais por interação de MadCam e CCL25 com os receptores; 7. Difusão para a lâmina própria. IMUNIDADE ADAPTATIVA HUMORAL Neutralização dos microrganismos luminais mediada principal- mente pela IgA em dímeros, produzida por plasmócitos na lâ- mina própria do tecido mucoso (GALT). 1. Ligação ao receptor poli-Ig na base de células epiteliais 2. Transcitose: transporte do complexo para o lúmen, através do epitélio mucoso; 3. Clivagem proteolítica: liberação da IgA junto ao componente secretório. ⇨ Troca de classes para IgA: dependente ou não de célula T, precisa da célula dendrítica que fornece produção local de TGF- β, citocina APRIL (estimulada também por TSLP), ácido nítrico e ácido retinóico. Microbiota comensal São importantes na regulação das respostas imunes inatas no intestino e também influenciam a imunidade inata sistê- mica porquê... x Estimulam a expressão de mucinas e peptídeos antimi- crobianos → função de barreira; x Seus ácidos graxos de cadeia curta atenuam a inflama- ção neutrofílica (processo inflamatório); x Seus fragmentos de peptideoglicanos aumentam a ca- pacidade microbicida de neutrófilos; x Seus antígenos ativam as respostas de IgA dependentes de células T específicas a esses antígenos; x Induzem a expressão de fatores necessários à troca de classes da IgA; x São necessários para acumular células Th17 no intestino; x Contribuem para o desenvolvimento de células Treg. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 28 - TOLERÂNCIA ORAL x Tolerância imune adaptativa sistêmica aos antígenos que são ingeridos ou administrados oralmente → “falta de res- posta” x Ocorre para prevenir respostas imunes potencialmente perigosas em relação a proteínas provenientes de alimen- tos e de bactérias comensais. DOENÇAS RELACIONADAS ⇨ Enteropatias inflamatórias: grupo heterogêneo de distúr- bios caracterizados por inflamação remitente crônica nos in- testinos delgado e grosso, provavelmente em razão de res- postas mal reguladas a bactérias comensais. x Caracteriza a doença de Crohn e a colite ulcerativa. x Sintomas: dor abdominal, vômitos, diarreia e perda de peso. x Tratamento: anti-inflamatórios, antagonistas de TNF e anti- metabólitos Possíveis causas: x Defeiros na imunidade inata aos organismos comensais do intestino x Respostas Th1 e Th17 anormais x Função defeituosa de células Treg ⇨ Doença celíaca: inflamação da mucosa do intestino delgado causada por respostas imunes contra proteínas do glúten. x Promove atrofia das vilosidades → má absorção e várias deficiências nutricionais → manifestações extraintestinais. x Há produção de anticorpos específicos ao glúten e a trans- glutaminase 2A → produção de autoanticorpos. RESPOSTA IMUNE ⇨ Epiderme: barreira física à invasão microbiana. x Epitélio escamoso estratificado constituído por queratinóci- tos, que produzem peptídeos antimicrobianos¹ e citocinas² ¹ Defensinas, catelicidinas, S100. ² TNF-α, IL-1, IL-6, IL-18, IL-33, GM-CSF, IL-10 x Células dendríticas especializadas = células de Langerhans. x Queratinócitos são ricos em lipídeos e queratina, liberando- os quando se superficializam (morrem) → barreira “imper- meável” ⇨ Células T: abundantes na pele. x 95% possuem fenótipo de memória x Linfócitos intraepiteliais (CD8+) ⇨ Homing dos linfócitos da pele: adquirido nos linfonodos dre- nantes da pele presentes na derme. 1. Produção de vitamina D nas células dendríticas por estímulo dos raios UVB e ação de hidroxilases; 2. Forma ativa da vitamina D atua sobre as células T efetoras e de memória, estimulando a expressão de CCR10; 3. IL-12 induz a expressão do antígeno de linfócito cutâneo (CLA) ou ligante de e-selectina; 4. Outros sinais induzem a expressão de CCR4; 5. Difusão para o sangue; 6. CLA + e-selectina / CCR4 + CCL17 → migração dos ca- pilares para a derme; 7. CCR10 + CCL27 → migração para a epiderme. DOENÇAS RELACIONADAS Várias características da imunidade na mucosa gastrointes- tinal são compartilhadas pelas demais mucosas → barreiras epiteliais produtoras de muco, defensinas, tecidos linfoides localizados, produção de IgA etc. Quando há uma infecção a ser combatida, o privilégio imu- nológico é quebrado Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 29 - ⇨ Psoríase: distúrbio inflamatório crônico, caracterizado por placas escamosas vermelhas. x Causa: respostas imunes desreguladas (tanto inatas quanto mediadas por células T) desencadeadas por vários estímulos amientais. x Mecanismo: trauma/infecção induz a produção de catele- cidina LL-37 pelos queratinócitos → formação de comple- xos com o DNA do hospedeiro → ativação de células den- dríticas plasmocitoides → proliferação persistente de que- ratinócitos. ⇨ Dermatite atópica: doença crônica inflamatória da pele, ca- racterizada por erupções pruriginosas dirigidas por resposta do Th2 (e células linfoides inatas tipo 2) a antígenos ambientais em indivíduos geneticamente suscetíveis. x Há defeitos na função de barreira da epiderme. x Associação com mutações na filagrina (hidratação da pele). x Associado a presença de Staphylococcus aureus. x Cérebro x Olhos x Testículos x Placenta x Feto OLHO ⇨ Características anatômicas x Junções de oclusão x Barreira hemato-ocular: confere resistência ao extravasa- mento de líquido dos vasos sanguíneos para os tecidos ad- jacentes à câmara anterior do olho x Córnea avascular x Câmara anterior sem vasos linfáticos x Humor aquoso com imunossupressores solúveis: neuropep- tídeos, TGF-β e indolamina 2,3-dioxigenase. ⇨ Desvio imune associado a câmara anterior do olho: a intro- dução de antígenos proteicos estranhos na porção anterior do olho ativamente induz tolerância sistêmica àquele antígeno. x Antígenos próprios no olho são isolados pelo sistema imune, logo a tolerância sistêmica a esses antígenos não é induzida → pode ser um problema em traumas, pela exposição dos autoantígenos. CÉREBRO x Não é um sítio rigorosamente imunoprivilegiado → menin- ges possuem linfonodos drenantes x Barreira hematoencefálica x Escassez de células dendríticas x Ação de neuropeptídeos x Microglia com limiar de ativação mais alto → precisa de mais PAMPs. TESTÍCULO x Visa limitar a inflamação, que pode prejudicar a fertilidade masculina; e prevenir a autoimunidade. x Barreira hematotecidual: células de Sertoli x Andrógenos com ação anti-inflamatória x Produção local de TGF-β (é supressor) FETO x Visa proteger o feto da rejeição (similar ao transplante) x Localização anatômica: fator crítico na ausência de rejeição x Decídua uterina: respostas imunes funcionalmente inibidas por concentrações locais de triptofano e seus metabólitos (inibem respostas de células T). x Tolerância materna ao feto mediada por células Treg x Células do trofoblastos não expressam moléculas do MHC paternas (classe II) para que não sejam reconhecidos como estranhos pela mãe x Presença de HLA-G protege o trofoblasto das células NK. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 30 - São fatores que influenciam... x Envelhecimento → imunoseneiscência; x Gênero → não bem esclarecido, acredita-se que seja de- vido ao estrogênio; x Fatores neuroendócrinos → glicocorticoides (supressão), estrogênio, prolactina; x Estado nutricional → desnutrição proteico-calórica, defici- ência de zinco, vitamina A e vitamina D; x Expressão de moléculas do MHC; x Efeitos das citocinas;xx x Efeitos do antígeno → dose, via de exposição,natureza e forma do antígeno, tempo de contato, interferência com outros antígenos (reconhecimento cruzado); x Regulação por anticorpos → retroalimentação/feedback. REGULAÇÃO DAS FUNÇÕES DOS LINFÓCITOS ⇨ Supressão ativa: via células Treg ⇨ Rede idiotípica: anticorpos anti-idiotípicos conseguem se ligar aos anticorpos já formados, promovendo eliminação quando não são mais necessários. ⇨ Apoptose: linfócitos autorreativos. (vide patologia) Estado ausente de resposta a um epítopo antigênico particular por mecanismos de tolerância que eliminam ou inativam linfóci- tos que expressam receptores de alta afinidade para autoan- tígenos (linfócitos autorreativos). x Tolerógenos → induzem autotolerância x Autoimunidade: autotolerância não funciona direito → causa doenças autoimunes x Imunógenos → desencadeiam a resposta imune ⇨ Determinam a tolerância: x Por onde o antígeno entrou → via oral tem mais tolerância; x Persistência do antígeno proteico; x Ausência ou presença de adjuvantes → substâncias capa- zes de induzir a expressão de coestimuladores (ex. B7).; x Propriedades das APCs: baixo ou alto nível de coestimulado- res (tolerância e resposta, respectivamente). ⇨ Tolerância central: alterações nos linfócitos autorreativos durante sua maturação nos órgãos linfoides primários/gera- dores. Quando reconhecem autoantígenos... x Células sofrem apoptose (aka deleção ou seleção negativa); Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 31 - x Célula B sofre mudança nos receptores para deixar de re- conhecer antígenos próprios; x Células T CD4+ se diferenciam em Treg; ⇨ Tolerância periférica: quando linfócitos maduros ainda são autorreativos nos órgãos linfoides secundários/periféricos, sofrem... x Anergia → não funcionais; x Apoptose x Supressão por células Treg. TOLERÂNCIA EM CÉLULAS T ⇨ Tolerância central: timo. As células epiteliais medulares tími- cas (MTECs) apresentam antígenos de vários tecidos do corpo (produzidos* ou advindos do sangue) para testar se os linfóci- tos são autorreativos. Se sim, sofre apoptose ou se diferencia em Treg. * AIRE: proteína reguladora autoimune → regula a produ- ção de antígenos pelas MTECs. Sua falha pode determinar autoimunidade. ⇨ Tolerância periférica: célula dendrítica apresentando antí- geno próprio causando anergia. A não ativação ocorre por... x Ausência de coestimuladores; x Bloqueio na transdução de sinal induzido por menor expres- são de TCR; x Ligação a receptores inibitórios: CTLA-4 e PD-1. x Função celular intrínseca do CTLA-4: tem mais afinidade pelo B7 que o CD28, bloqueando o sinal 2 de ativação. ⇨ Tolerância periférica: célula dendrítica apresentando antí- geno próprio causando supressão por células Treg. x Função celular extrínseca do CTLA-4: expresso pela célula Treg, se liga ao B7 da célula dendrítica e fagocita o com- plexo, impedindo que a APC realize sinal 2 com a célula au- torreativa também ligada na APC. x Treg: muitos receptores para IL-2 promovem grande con- sumo, evitando estimulação autócrina das células que pro- duziram → Treg crescem em número e as outras não. x Treg também suprime as células autorreativas pela produ- ção de citocinas supressoras → TGF-β, IL-10. TOLERÂNCIA EM CÉLULAS B x Ligação cruzada: um mesmo antígeno pode se ligar a vários receptores de célula B (Ig’s de superfície) ao mesmo tempo ⇨ Tolerância central: células B autorreativas podem reconhe- cer o antígeno próprio com... x Alta avidez, devido a ligação cruzada → alterações nos receptores ou apoptose. x Baixa avidez, devido à ausência de ligação cruzada → me- nor expressão de receptores → bloqueio de sinalização → anergia. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 32 - ⇨ Tolerância periférica: x Apoptose x Anergia x Regulação por receptores reguladores: CD22, sem um li- gante definido. ⇨ Mecanismos associados: x Falhas na tolerância central e periférica; x Função defeituosa ou baixo número de linfócitos Treg; x Apoptose defeituosa de linfócitos autorreativos maduros; x Função inadequada de receptores inibitórios; x Ativação excessiva de células T. ⇨ Como ocorre a autoimunidade: suscetibilidade genética → falha da tolerância → liberação de linfócitos autorreativos → APCs teciduais apresentam antígenos próprios → ativação de linfócitos autorreativos → dano tecidual que caracteriza do- ença autoimune. ⇨ Fatores genéticos: são necessários fatores ambientais que desencadeiem a expressão dos genes de suscetibilidade. x Genes do MHC são os mais associados. x Alterações poligênicas são a maioria. ⇨ Infecções: podem... x Contribuir com o desenvolvimento ou agravamento da au- toimunidade → ativação bystander¹, mimetismo molecular² ¹ Ativação da imunidade inata pode ativar os linfócitos au- torreativos “sem querer”. ² Produção de anticorpos para antígenos microbianos que acabam sendo muito semelhantes a um encontrado no corpo → ocorre na febre reumática. x Proteger contra o desenvolvimento da autoimunidade x Influenciar o desenvolvimento da autoimunidade. ⇨ Fatores relacionados: x Exposição de autoantígenos: desencadeados por alterações teciduais como inflamação, lesões isquêmicas ou trauma quando estão normalmente ocultos ao sistema imune → órgãos imunoprivilegiados. x Hormônios sexuais: desempenham papel em algumas doen- ças autoimunes. CARACTERÍSTICAS GERAIS x Predisposição genética → associação ao MHC e outros marcadores genéticos; x Fatores hormonais; x Fatores ambientais → infecções → mimetismo molecular, exposição de antígenos criptogênicos, espalhamento de an- tígenos, persistência do patógeno ou de antígenos, supe- rantígenos bacterianos e retrovírus; A autoimunidade não patogênica facilita a eliminação das células e das moléculas desgastadas ou danificadas. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 33 - x Alterações imunológicas → liberação de antígenos anato- micamente sequestrados, alterações na tolerância central e/ou periférica. ARTRITE REUMATOIDE x Doença crônica com inflamação articular que causa defor- midade. x Associada ao HLA-DR4 x Afeta basicamente mulheres x Atenuada durante a gestação x Deposição de imunocomplexos nas articulações x Evolução: formação do pannus (tecido inflamatório) → des- truição da cartilagem → erosão óssea LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO x É um distúrbio crônico, inflamatório e sistêmico (multiorgâ- nico) que afeta principalmente mulheres em idade fértil. x Agravada durante a gestação. x Desencadeado por exposição excessiva a raios UV em por- tadores de genes de suscetibilidade → apoptose intensa deixa exposto antígenos nucleares → reconhecidos por células autorreativas → produção de autoanticorpos. x Produção de autoanticorpos contra DNA fita simples → anti-dsDNA → usados para diagnóstico. x Grande atuação do sistema complemento → C3 e C4. x Morte: usualmente resulta de insuficiência renal ou infec- ção provocada por terapia imunossupressora. ESCLEROSE MÚLTIPLA x Doença neuromuscular recorrente de períodos de exacer- bação e remissão. x Possível relação com infecções virais em pessoas com gene de suscetibilidade. x Células T autorreativas x Lesões inflamatórias: placas escleróticas → infiltrado de células mononucleares → desmielinização no SNC. MIASTENIA GRAVE x É uma doença crônica resultante de transmissão neuro- muscular defeituosa. x Produção de autoanticorpos que bloqueiam os receptores de acetilcolina na junção mioneural x Caracterizado pela não manutenção do tônus muscular → não consegue manter a pálpebra aberta. DIABETES MELITO TIPO 1 x Destruição imunológica das células β nas ilhotas de Lange- rhans do pâncreas causa deficiência de insulina. x Hiperssensibilidade tardia (DTH) x Citotoxicidade dependente de anticorpos (ADCC) x Ativação de linfócitos T citotóxicos DOENÇA DE GRAVES x Doença autoimune da tireoide caracterizada por hipertire- oidismo, levando a oftalmopatia(inflamação de fibroblastos orbitais), bócio e dermopatia infiltrativa x Anticorpos mimetizam o hormônio estimulador da tireoide (TSH), ativando seu receptor → ativação contínua da tire- oide → aumento de T3 e T4 e redução do TSH (feedback) TIREOIDITE DE HASHIMOTO x Doença autoimune da tireoide caracterizada por hipotireoi- dismo. x Autoanticorpos contra a tireoglobulina (anti-TG) e a peroxi- dase tireoidiana (anti-TPO) → inflamação x Ativação de células Th1 específicas para a tireoide. x Tireoidite destrutiva x Concentração elevada do TSH na tentativa de aumentar a produção de T3 e T4. TRATAMENTO DE DOENÇAS AUTOIMUNES Depende da doença, mas no geral são usados... x Drogas imunossupressoras: agentes antirreumáticos modi- ficadores da doença, agentes antimitóticos x Timectomia x Plasmaferese x Antagonistas de TNF-α x INF-β x Reposição Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 34 - RESPOSTA A MICRORGANISMOS Mediada por mecanismos inatos e adaptativos que respondem de modo distinto e especializado a diferentes tipos de micror- ganismos. x Resposta inata: reconhece PAMPs. x Mecanismos de evasão dos influenciam a patogenicidade; x Podem estabelecer infecções latentes¹ ou persistentes; ¹ Ficam “dormentes” até uma boa imunossupressão. x A lesão tecidual e a doença podem ser causadas pela res- posta do hospedeiro ao microrganismo → hepatite B; x Defeitos na imunidade inata ou adquirida podem causar sus- cetibilidade a infecções. MECANISMOS DE DANO POR PATÓGENOS ⇨ Mecanismos diretos x Produção de exotoxina x Endotoxina x Efeito citopático direto ⇨ Mecanismos indiretos de dano tecidual por patógenos x Complexos imunes x Anticorpos anti-hospedeiro x Imunidade celular RESPOSTA A BACTÉRIAS EXTRACELULARES Causam doença por inflamação com destruição tecidual local ou por produção de toxinas com efeitos patológicos, que podem ser endotoxinas ou exotoxinas. x Resposta imunológica: eliminação da bactéria e neutraliza- ção das toxinas e seus efeitos → sistema imune adapta- tivo (imunidade humoral) e sistema imune inato (fagócitos). ⇨ Mecanismos da resposta inata: x Ativação do sistema complemento → via alternativa; x Ativação de fagócitos; x Inflamação: citocinas liberadas nos eventos acima; x Células linfoides inatas (ILCs) tipo III → produzem citocinas semelhantes ao Th17 (inflamatórias). ⇨ Mecanismos da resposta adaptativa x Produção de anticorpos → neutralização das bactérias e das toxinas; x Th → citocinas → ativação de macrófagos (INF-γ) e cé- lulas B (anticorpos). ⇨ Consequências da resposta: x Dano tecidual pela produção local de espécies reativas do oxigênio e enzimas lisossômicas → devido ao recrutamento de leucócitos; x Sepse e choque séptico: colapso circulatório e coagulação intravascular disseminada → ativação policlonal por supe- rantígenos e tempestade de citocinas; x Geração de anticorpos produtores de doenças → ex. au- toimunidade; x Síndrome inflamatória sistêmica. Ativação policlonal por superantígenos Normalmente, apenas um clone de célula T peptídeo-espe- cífico é ativado durante o reconhecimento pelo MHC classe II. No entanto, 2% de todas as células T expressam um re- ceptor TCR com uma parte especial Vβ3, que permite a ligação do superantígeno bacteriano (SEB) proveniente do agente bacteriano. Esse complexo promove ativação de to- dos os clones de linfócitos a que se apresenta um antígeno (até mesmo autoantígeno), independente se o receptor é específico a ele ou não. Isso gera uma produção de citocinas por todas estas células – ou seja, uma tempestade de cito- cinas sem regulação!! Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 35 - RESPOSTA A BACTÉRIAS INTRACELULARES São inacessíveis aos anticorpos circulantes, sendo controladas principalmente por macrófagos realizando lise das células in- fectadas. ⇨ Mecanismos da resposta inata: ação de fagócitos e ILCs tipo I sendo ativados via IL-12 e ativando via INF-γ. ⇨ Mecanismos da resposta adaptativa celular: citocinas pro- venientes de células T → CD40L e INF-γ. ⇨ Cooperação entre TCD4+ e TCD8+: as bactérias do fagoli- sossomo são destruídas com a ajuda do helper, mas caso elas escapem para o citoplasma, o citotóxico entra. x A bactéria intracelular não consegue sobreviver quando a célula infectada morre. ⇨ Consequências da resposta: dano tecidual devido a ativação de macrófagos. x Prognóstico é determinado pelos padrões de resposta, se são adequados ou não ao determinado microrganismo. MECANISMO DE ESCAPE DAS BACTÉRIAS x Variação antigênica → Neisseria gonorrhoeae, Escherichia coli e Salmonella typhimurium; x Inibição da ativação do complemento → muitas bactérias; x Resistência à fagocitose → bactérias encapsuladas → pneumococos; x Remoção das espécies reativas de oxigênio → Staphylo- coccus catalase-positivos x Inibição da formação do fagolisossomo → Mycobacterium tuberculosis e Legionella pneumophila; x Inativação das espécies reativas do oxigênio e nitrogênio → Mycobacterium leprae; x Ruptura da membrana do fagossomo, escape para o cito- plasma → Listeria monocytogenes. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 36 - De modo geral, essas bactérias são resistentes à... x Gram-positivas: ativação do complemento, mas podem ser opsonizadas e fagocitadas x Gram-negativas: sistema complemento, anticorpos especí- ficos e células fagocíticas. x Espiroquetas: sistema complemento, anticorpos específicos e imunidade celular. x Micobactérias: macrófagos e imunidade celular. ⇨ Mecanismos da resposta inata x Inibição da infecção por produção de INF-1 (α e β); x Morte de células infectadas por células NK. ⇨ Mecanismos da resposta adaptativa x Anticorpos bloqueiam a ligação e a entrada do vírus x Células T citotóxicas eliminam células infectadas ⇨ Consequências da resposta: x Infecções latentes: DNA viral persiste nas células hospe- deiras, porém o vírus não se replica nem mata as células. x Lesão tecidual causada por células Tc. MECANISMOS DE ESCAPE DOS VÍRUS x Produção de moléculas que inibem a imunidade inata e ad- quirida; x Infecção e lise ou inativação de células imunocompetentes → HIV; x Exaustão de células Tc, permitindo a persistência viral → doenças virais crônicas; x Inibição da apresentação de antígenos proteicos citosólicos associados a MHC classe I; Inibição da atividade proteossômica → Epistein-Barr ví- rus (EBV), citomegalovírus (CMV); Inibição do processamento antigênico por bloqueio de TAP → herpes simples (HSV); Bloqueio na síntese do MHC e/ou sua retenção no RE → adenovírus, CMV; Produção viral de receptores de inibição de células NK (moléculas do tipo classe I virais “decodificadoras”) → CMV murino. x Produção de homólogos do receptor de citocinas → vací- nia, poxvírus e CMV; x Produção de citocinas imunossupressoras → EBV x Variação antigênica → influenza, rinovírus e HIV; RESPOSTA A PROTOZOÁRIOS x Imunidade celular: citocinas Th1 ativam macrófagos x Produção de anticorpos e células Tc ⇨ Mecanismo de escape: x Variação antigênica; x Resistência ao complemento (DAF impede ativação); x Localização intracelular; x Expulsão do antígeno. RESPOSTA A HELMINTOS x Resposta humoral: IgE e citocinas Th2; x Eosinófilos: citotoxicidade celular dependente de anticorpo; x Resposta granulomatosa. ⇨ Mecanismos de escape: x Variação antigênica; x Resistência adquirida ao complemento; x Inibição de respostas imunes do hospedeiro; x Liberação de antígenos. Beatriz Nogueira – Medicina UFSM, Turma 110 - 37 - x Neutrófilos x Macrófagos e células dendríticas possuem dectinas, recep- tores de PAMPs das β-glucanas. ⇨ Fungos intracelulares x ILCs tipo I; x Imunidade celular. ⇨ Fungos extracelulares: x ILCs tipo III; x Resposta TH17. Beatriz Nogueira
Compartilhar