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Educação Alimentar e Nutricional Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª M.ª Fernanda Trigo Costa Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Técnicas Exploradas pela Nutrição Comportamental em Estratégias de Educação Alimentar e Nutricional Técnicas Exploradas pela Nutrição Comportamental em Estratégias de Educação Alimentar e Nutricional • Compreender a prática do aconselhamento nutricional e a forma multidisciplinar de se tra- tar a construção de recomendações e determinação de metas, para subsidiar e potencializar as ações educativas em alimentação e nutrição; • Conhecer estratégias motivacionais que podem ser utilizadas no aconselhamento nutricional. OBJETIVOS DE APRENDIZADO • Introdução; • Conceitos de Nutrição Comportamental; • Aconselhamento Nutricional; • Modelo Transteórico na Promoção de Mudanças no Comportamento Alimentar; • Empowerment como Estratégia de Comunicação; • Entrevista Motivacional. UNIDADE Técnicas Exploradas pela Nutrição Comportamental em Estratégias de Educação Alimentar e Nutricional Introdução Você já deve ter ouvido ou feito esta pergunta para você mesmo: “Por que comemos?” O nutricionista responderia que comemos para fornecer ao organismo os nutrientes necessários para a formação, crescimento e reparação, e a energia que ele precisa para funcionar, em plena atividade. Um indivíduo, considerando seus desejos, responderia a mesma pergunta dizendo que comemos porque queremos saciar nosso apetite e ter cer- to prazer. Outro indivíduo, mais ligado à cultura, diria que comer aproxima as pessoas e é indispensável para viver bem e ter saúde. Essa pergunta e suas respostas tratam de diferentes contextos em relação à alimen- tação abordando a necessidade, o desejo e a vontade. A primeira resposta traz a racionalidade científica para o ato de comer e considera como objeto o organismo; a se- gunda leva em conta as pulsões, os desejos que trazem para a mente o que está contido no inconsciente; por fim, a terceira amplia o olhar para a pessoa em sua relação com o alimento, dentro do contexto sociocultural e de seus valores. Caso a pergunta fosse modificada para: “O que devemos comer?”, o nutricionista mencionaria nutrientes, diretrizes e recomendações nutricionais, mas diria a quem? Ao intelecto, de forma técnica; a outros nutricionistas ou estudiosos da nutrição, com linguagem racional e abstrata, que geralmente não está associada à prática cotidiana. Para a pessoa que considera seus desejos, ou seja, os aspectos inconscientes, a resposta seria baseada naquilo que ela sente, no querer, força que a leva a buscar a satis- fação. Já para aquele que considera a cultura, a resposta levaria em conta os hábitos, as condições socioeconômicas, o meio ambiente, os valores sociais, os princípios filosóficos e religiosos, além do que ele compreende sobre as “normas” ou “o que os especialistas recomendam”. O desejo está no íntimo de todos os indivíduos. Se esse desejo estiver em desacordo com as normas conhecidas e interpretadas como “o correto/ideal a ser praticado”, o inconsciente poderá reprimir este desejo, o que gerará tensão interna, ou ainda irá deslocá-lo para outros objetos. É comum que o desejo inicial pela alimentação não esteja relacionado a uma necessidade física, mas a uma necessidade da sexualidade, ou da agressividade, por exemplo, e, por deslocamento, acaba sendo compreendido no psíquico como fome ou apetite. Deslocamento, nas teorias da Psicanálise, é o mecanismo pelo qual os afetos e desejos são ligados a diferentes ideias que não são as ideias que lhe deram origem de fato, mas estão associadas a elas de alguma forma. Se, mais uma vez, modificarmos a pergunta para: “O que você deseja comer?”, serão acionadas experiências e representações do inconsciente, podendo estar associadas à figura materna ou outras experiências de tensão e alívio, de prazer e desprazer. Muito bem, mas então, como aproximar o desejo da necessidade e da vontade? 8 9 O ponto crucial é “conscientização”. É preciso que a pessoa se torne consciente de seus desejos e de sua vontade. Ela precisa compreender de onde emergem esses de- sejos e vontade, para que então, possa associá-los à alimentação (MOTTA; MOTTA; FERRETTI, 2017). Agora, você deve estar se questionando: “Como o nutricionista poderia fazer isso? Essa função não seria de um psicólogo ou psicanalista?” O nutricionista pode auxiliar nesse processo, e é isto que trabalharemos nesta Unida- de, na qual serão abordadas algumas técnicas utilizadas na nutrição comportamental. A pergunta que norteia os estudos sobre este tema seria: como podemos estimular as pessoas a se expressarem por intermédio da fala e de que forma o nutricionista pode ter uma escuta empática e respeitosa, para utilizar e ampliar a prática clínica como um espaço educativo? Preparado(a)? Vamos lá! Conceitos de Nutrição Comportamental Para o sucesso das intervenções nutricionais, o estudo do comportamento alimentar tem se tornado cada vez mais importante. Considerando que a abordagem do nutri- cionista envolve, na maioria das vezes, mudança na forma com a qual o indivíduo se alimenta, é preciso reconhecer os sentimentos e os fatos que permeiam esse indivíduo para planejar e executar mudanças. E para que essas mudanças sejam alcançadas é ne- cessário lançar mão de técnicas adequadas para garantir o sucesso da proposta, além da continuidade e adesão ao tratamento (TORAL; SLATER, 2007; SILVA, 2008). Conforme Alvarenga e colaboradores (2015), a nutrição comportamental não é uma especialidade, mas uma abordagem que inclui aspectos fisiológicos, sociais e emocionais que envolvem a alimentação, deixando um pouco de lado a questão do “saudável e não saudável”, o que permite ampliar a atuação do nutricionista. Assim, o objetivo da nutrição comportamental é promover mudanças no relacio- namento das pessoas com a comida, considerando que as funções simbólicas como, por exemplo, cultura, religião, política, memórias afetivas, família, relacionamento e questões de gênero – tão importantes quanto às funções nutricionais. Na prática, utiliza-se a comunicação como pilar e o prazer de comer e o equilíbrio como peças-chave, acreditando que todo alimento independente dos nutrientes que apresenta ou não, pode ter espaço em uma alimentação saudável, respeitando as ques- tões de quantidade e frequência. Na nutrição comportamental, a orientação nutricional não se baseia em uma “dieta”, e o peso corporal é tratado como uma consequência de hábitos saudáveis (ALVARENGA et al., 2015; MACEDO, 2016). Importante! Na nutrição comportamental o prazer de comer e o equilíbrio andam lado a lado. Significa que a importância dada a ambos deve ser equivalente. 9 UNIDADE Técnicas Exploradas pela Nutrição Comportamental em Estratégias de Educação Alimentar e Nutricional O nutricionista que trabalha com essa abordagem é chamado de Terapeuta Nutri- cional (TN), pois, além de auxiliar o indivíduo com seu planejamento alimentar, orienta- -o no entendimento de como as emoções influenciam no comportamento e nas atitudes alimentares, procurando relacionar o consumo alimentar a pensamentos e sentimentos que possam interferir na alimentação. Assim, TN é responsável por ajudar o paciente a construir um percurso gradual, tornando viável a execução das metas estabelecidas. O TN utiliza ferramentas/técnicas para que o paciente se sinta motivado no processo de mudança do comportamento. Nessa abordagem, o nutricionista aplica técnicas para garantir a mudança de hábito efetiva, a exemplo da “entrevista motivacional”, entre ou- tras, fazendo, assim, uma comunicação mais responsável e inclusiva que estabeleça vínculos, segurança e respeito. Aconselhamento Nutricional Em seu sentido etimológico, aconselhar significa “com unidade”, “com união”. Em seu sentido amplo da atividade interpessoal (de duas ou mais pessoas), aconselhar está voltado para a consideração de algo, ou seja, uma relação face a face,na qual uma pes- soa é ajudada a resolver dificuldades e a utilizar melhor seus recursos pessoais. Tradicionalmente, nas consultas de nutrição predomina o método diretivo, baseado no chamado modelo biomédico, em que se dá ênfase ao histórico do caso, faz-se o diagnóstico a partir de avaliações diversas e se prescreve a conduta alimentar. A ativi- dade é complementada com orientações e recomendações gerais e estímulos motiva- cionais. Nos retornos, há o reforço do comportamento (positivo, pelo elogio ou prêmio; negativo, pela crítica ou punição), da informação e do estímulo motivacional (MOTTA; MOTTA; FERRETTI, 2017). O processo de aconselhamento nutricional se fundamenta na ênfase das vivências associadas ao comer, bem como nos pensamentos e nas percepções de quem se está aconselhando. Assim, combina conhecimentos nutricionais e habilidades terapêuticas focadas na alimentação. Como resultado, as pessoas são efetivamente auxiliadas a fazer modificações desejáveis relacionadas à alimentação e ao estilo de vida, havendo mudança de comportamentos – e não apenas a melhora dos conhecimentos sobre nutrição. As diferenças entre o modelo tradicional de tratamento nutricional e o modelo de aconse- lhamento nutricional podem ser observados no Quadro 1: Quadro 1 – Diferenças de paradigmas e abordagens entre o modelo tradicional de tratamento nutricional e o modelo de aconselhamento nutricional Modelo tradicional de tratamento nutricional • Foco nos alimentos e nutrientes, ou seja, no que se come; • Intervenções de curto prazo; • Ênfase na educação alimentar; • Relacionamento cordial, porém mínimo, entre o nutricionista e o indivíduo; • Plano de ação (geralmente na forma de uma dieta ou prescrição) é determinado rapidamente, nas primeiras consultas. 10 11 Modelo do aconselhamento nutricional • Foco também em como se come; • Intervenções de longo prazo; • Educação alimentar presente, mas não é o componente principal; • Relacionamento intenso entre o terapeuta nutricional e o indiví- duo, que por si só já é parte do tratamento; • Plano de ação (geralmente na forma de metas e planos alimenta- res) é muito individualizado, desenvolvendo-se a partir e ao longo de várias consultas e evolui com o tempo. Fonte: Adaptada de ULIAN et al., 2015, p. 166 Quando se pratica o aconselhamento centrado na pessoa, considera-se que serão as demandas por esta trazidas que definirão o andamento do trabalho, sendo as principais características desse tipo de aconselhamento: • A escuta, que permite compreender algo além do que já foi dito. Ou seja, a escuta não apenas das palavras ditas, mas do que é comunicado pela expressão corporal, pelos silêncios, pelo olhar, pelas atitudes e comportamento, e pelos próprios sinto- mas relatados ou observados; • A ausência de julgamento pelo profissional que se dispõe a ajudar o cliente, res- peitando o que ele manifesta como desejo e verdade, e permitindo que se crie um saber compartilhado na relação entre os dois; • O apoio para as mudanças alimentares desejadas, construídas não com base no dualismo entre o certo e o errado ou bom e o mau comportamento alimentar, mas, sim, por meio da problematização, pelo cliente, de seu comer e de seu desejo; • O questionamento, de modo que este modelo não se limita a analisar “o que” e “quanto” a pessoa ingere, mas, principalmente, “por quê”, “como”, “onde”, “em qual situação” come e, principalmente, “o que sente” sobre o seu comer; • Após colocar-se na posição de sujeito de ajuda, pelo acolhimento e escuta, o profissional encorajará a fala livre de seu cliente, para expressar suas queixas e sua história. Quando o profissional estimula o paciente a perguntar a si “do que se tem fome” ou, “de onde vem essa fome”, a pessoa pode acessar como respostas os desejos insatisfeitos e relatar isso ao profissional durante os encontros. Caberá ao profissional acolher o que lhe é narrado, mesmo que o conteúdo sejam os conflitos domésticos, as frustrações, as mágoas e prazeres mais antigos, entendendo que tudo, nesse momento, fala sobre a “fome” ou sua ausência, em seu sentido mais amplo. Uma das bases teóricas do aconselhamento nutricional está pautada na clínica am- pliada e compartilhada. Assim, entende-se que as diferentes abordagens profissio- nais se completam e se complementam para a compreensão ampliada do processo saúde-doença em oposição a intervenções pontuais e isoladas, procurando promover a autonomia e protagonismo dos participantes (ULIAN et al., 2015). Para ajudar a pessoa a tomar consciência de seus desejos, é preciso que o profissio- nal da nutrição se aproprie de conhecimentos das áreas da Psicologia e da Psicaná- lise, mesmo que sua ação, no processo, restrinja-se à sensibilização para a busca de cuidados específicos de profissionais dessas áreas. A transdisciplinaridade, nesse caso, é de fundamental importância, dada a complexidade do comportamento alimentar (MOTTA; MOTTA; FERRETTI, 2017). 11 UNIDADE Técnicas Exploradas pela Nutrição Comportamental em Estratégias de Educação Alimentar e Nutricional Vale enfatizar que não é o trabalho do TN lidar com as projeções das pessoas que ele atende, no entanto, o reconhecimento do processo pode ser útil para o tratamento. Projeção: é um processo inconsciente de defesa, no qual a pessoa atribui a outras pessoas pensamentos ou sentimentos que ela mesma tem. É importante lembrar que o TN tem como objetos a alimentação e o corpo e que outros assuntos deverão ser discutidos com um psicólogo. Importante! O TN deve ter seus limites bastante claros e não os ultrapassar, entrando na área de outro profissional. Se o TN começar a fazer o papel de psicoterapeuta, poderá prejudicar a pessoa atendida, deixando-a mais vulnerável, escolhendo uma abordagem inadequada ou impedindo que ela busque atendimento com um profissional da área. Modelo Transteórico na Promoção de Mudanças no Comportamento Alimentar O modelo transteórico pode ser considerado um instrumento promissor de auxílio à compreensão da mudança comportamental relacionada à saúde. Esse modelo tem sido aplicado a comportamentos como o tabagismo, alcoolismo, uso de drogas, manifestação de distúrbios de ansiedade e pânico, prática de atividade física, entre outras situações, e mais recentemente, tem sido aplicado na área da mudança alimentar, com foco em diferentes aspectos: consumo de gordura, frutas, hortaliças, fibras e cálcio, além de estratégias dietéticas para o controle do peso e do diabetes (TORAL; SLATER, 2007). É composto por estágios de mudança e, de acordo com este modelo, as alterações no comportamento relacionado à saúde ocorrem por meio de cinco estágios distintos (Qua- dro 2). Cada estágio representa a dimensão temporal da mudança do comportamento, ou seja, mostra quando a mudança ocorre e qual é seu grau de motivação para realizá-la. 12 13 Quadro 2 – Estágios de mudança, suas características e estratégias 1. Pré- contemplação Significado A mudança comportamental ainda não foi considerada pelo indivíduo ou não foram realizadas alterações no comportamento e não há intenção de adotá-las num futuro próximo (seis meses). Pode ser decorrente da falta de informações corretas sobre as consequências de seu comportamento ou o indivíduo já realizou diversas ten- tativas frustradas de alterar suas atitudes e atualmente não acredita mais em sua capacidade para modifica- -las de forma efetiva. Reconhece a solução, mas não reconhece o problema. Apresentam maior resistência, pouca motivação e são classificados como não prontos para os programas de promoção de saúde. Em relação ao comportamento alimentar, este estágio corresponde àqueles que não reconhecem suas práticas alimenta- res inadequadas ou não dispõem da motivação necessária para alterá-las. Estratégia de Ação • Identificar os problemas e fazer aconselhamento com base no encorajamento e nas vantagens e des- vantagens de mudar; • Reduzir os “contras” da mudança e começar a pensar em metas. 2.Contemplação Significado O indivíduo começa a considerar a mudança comportamental. Pretende alterar o comportamento no futu- ro, mas ainda não foi estabelecido um prazo. O indivíduo reconhece que o problema existe, está seriamente decidido a superá-lo, mas ainda não apresentam um comprometimento decisivo. Nesse estágio, há conheci- mentos dos benefícios da mudança, mas diversas barreiras são percebidas, as quais impedem a ação desejada (ambivalência = há motivos para mudar, mas também á motivos para não mudar). Ex.: o indivíduo reconhece que tem um padrão alimentar pouco saudável, mas acredita que a falta de tempo, o preço ou o sabor desagra- dável de alimentos tidos como saudáveis não possibilitam a adoção de um dieta adequada. Estratégia de Ação • Construir uma base, estabelecer um relacionamento e limitar confrontos; • Investigar e estimular a motivação; • Incentivar maior consciência sobre a decisão de mudar; • Aumentar a percepção do paciente sobre os riscos e probelmas do comportamento atual. 3. Decisão ou Preparação Significado O indivíduo pretende alterar seu comportamento num futuro próximo, como no próximo mês. Geral- mente, após ter superado tentativas anteriores frustradas, são realizadas pequenas mudanças e um plano de ação é adotado, ainda sem assumir um compromisso sério com o mesmo. Ex.: expressão carac- terística desse estágio: “na próxima segunda-feira, começarei a dieta”. Estratégia de Ação • Estruturar um plano para mudança; • Construir autoeficácia (acreditar em sua capacidade); • Oferecer ajuda para que a pessoa encontra uma estratégia de mudança ou um objetivo que seja aceitá- vel, apropriado e realizável; • Proporcionar treino e assistência. • Identificar passos e habilitações necessárias para mudança gradual. 13 UNIDADE Técnicas Exploradas pela Nutrição Comportamental em Estratégias de Educação Alimentar e Nutricional 4. Ação Significado Indivíduos que alteraram de fato seu comportamento, suas experiências ou seu ambiente de modo a superar as barreiras antes percebidas. Tais mudanças são visíveis e ocorreram recentemente, como nos últimos seis meses. Exige grande dedicação e disposição para evitar recaídas. Ex.: um indivíduo que reduziu seu consumo de alimentos gordurosos, visando a melhora do perfil lipídico, passa a reconhecer os primeiros benefícios da modificação de suas práticas anteriores. Estratégia de Ação • Provocar uma mudança na área do problema; • Desenvolver plano de ação e compromisso de mudança: assistir, reforçar, encorajar, trabalhar a solução de problemas; • Se necessário, revisar o planejamento. 5. Manutenção Significado O indivíduo já modificou seu comportamento e o manteve por mais de seis meses. O foco é prevenir recaí- das e consolidar os ganhos obtidos durante a ação. Não se trata de um estágio estático, tendo em vista que há uma continuação da mudança de comportamento iniciada no estágio anterior. Ex.: adulto que adotou uma dieta saudável há mais de um ano. Estratégia de Ação • Evitar recaídas e consolidar ganhos obtidos durante a fase de ação; • Reforçar o novo comportamento; • Esclarecer que lapsos e recaídas são normais e aproveitar para identificar o que o fez retornar os com- portamentos de risco; • Propor um plano de seguimento, suporte e fortalecimento; • Explorar estratégias de superação. Fonte: Adaptada de TORAL; SLATER,2007 e JUNIOR e colaboradores, 2015, p. 221 Há uma tendência de analisar os estágios de mudança de comportamento como uma sequência estática e linear. Porém, é comum que indivíduos classificados em ação não consigam manter suas estratégias na primeira tentativa, o que promove uma nova clas- sificação deste indivíduo em estágios anteriores. A ocorrência de recaídas acontece com frequência e leva a uma evolução dinâmica e a um delineamento em espiral do modelo de estágios de mudança. Leia o artigo intitulado Uso de dinâmicas baseadas no modelo transteórico – Nutri- compartilha: educação alimentar e nutricional em diferentes contextos. Disponível em: https://bit.ly/38TnFMQ Empowerment como Estratégia de Comunicação O empowerment, ou empoderamento, é um conceito complexo construído por re- flexões de diversos campos de conhecimento. No campo das ações em saúde, esse con- ceito passou a ser aplicado ao ser lançada a Carta de Ottawa, na Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, em 1986, quando se definiu promoção da saú- de como o processo pelo qual os indivíduos e a comunidade são capacitados a ter 14 15 maior controle sobre sua própria saúde, mobilizando recursos pessoais e sociais, que vão além desse setor (Figura 1). “Estabelecer Políticas de Saúde” Capacitar, servir de mediador, estimular a criatividade Reorientar os serviços de saúde Criar con diçõ es am bie nt ais fa vo rá ve is Reforçar a ação comunitária Desenvolver aptidões pessoais Figura 1 – Estratégias e campo de ação da Carta de Ottawa Fonte: Adaptada de The Pan American Health Organization (Paho); World Health Organization (WHO), 1986 Leia a Carta de Ottawa a partir da página 19. Disponível em: https://bit.ly/3s3H4lT O empoderamento é considerado um eixo que une consciência e liberdade, ou seja, pode ser entendido como um processo que emerge das interações sociais, nas quais os seres humanos problematizam a realidade, de modo que à medida que vão descobrindo e compreendendo a realidade, empoderam-se para transformar as relações sociais de dominação (FREIRE, 1996). O empoderamento possui dois sentidos: psicológico (ou individual) e social (ou comunitário): O empoderamento psicológico ou individual possibilita que os indivídu- os tenham um sentimento de maior controle sobre a própria vida, capaz de influenciar e adaptar-se ao seu meio e desenvolver mecanismos de autoajuda e de solidariedade. O empoderamento social ou comunitário busca destacar a ideia da saú- de como um processo e uma resultante de lutas de coletivos sociais por seus direitos. Ele não nega o psicológico, mas procura destacar a impor- tância de enfrentar as raízes e as causas das diferenças e injustiças sociais. (SOUZA et al., 2014) O objetivo do empowerment nos programas de educação alimentar e nutricional não é simplesmente fornecer algumas novas informações ou induzir a um comportamento específico. É apoiar os indivíduos a fazerem suas próprias análises e, desse modo, eles mesmos poderem decidir pelo melhor. Assim, o foco não é simplesmente melhorar a nu- trição do indivíduo, mas dar poder de escolha, busca, reflexão, análise, decisão etc. 15 UNIDADE Técnicas Exploradas pela Nutrição Comportamental em Estratégias de Educação Alimentar e Nutricional Figura 2 – Empoderamento Fonte: Getty Imgens Profissionais que dominam as estratégias de empowerment não discursam, colocan- do suas próprias análises como corretas, mas tentam fazer as pessoas desenvolverem seus próprios entendimentos sobre a situação, em seus próprios termos. Para isto, o conteúdo e método de ensino devem ser diferentes nesses processos. O nutricionista deve ser o facilitador, criando oportunidades para discussões e colocando perguntas que ajudem as pessoas a descobrirem os seus próprios problemas (Quadro 3). Quadro 3 – Estratégias de empowerment Ênfase na pessoa como um todo O respeito é a base para que as pessoas tenham um sentido de poder. Pode-se demonstrar respeito dando-lhes a orientação ne- cessária, oferecendo os recursos adequados, fornecendo as infor- mações na hora certa e aceitando o seu tempo. Estabelecimento de objetivos negociáveis As pessoas ficam mais motivadas, mais criativas e produtivas quando sabem que têm o apoio do profissional de saúde. Principalmente quando mostrarem dificuldade em seguir uma orientação, é preciso: • Ajuda-las a rever o objetivo do tratamento e onde está a dificul- dade como uma experiência positiva; • Avaliar o custo potencial de cada falha e oferecer diretriz para a situação; • Contribuir para que não haja inatividade e indecisão, ressaltan- do a responsabilidadedo cliente. Transferência de responsabilidade O objetivo é que o indivíduo tenha uma compreensão clara das responsabilidades inerentes à sua atitude. Essas devem ser trans- mitidas regularmente. O empenho de uma pessoa em alcançar o sucesso depende de sua capacidade de definir, analisar e agir sobre os próprios problemas. Promoção do cliente à saúde e ao bem-estar Quando se proporciona às pessoas a experiência de alcançar a excelência, é possível ajuda-las a sentir orgulho e autoconfiança; além de dar condições de crescer e enfrentar novos desafios. Por terem maior confiança e capacidade de realização, elas têm maior convicção do próprio poder. Além de alcançar seu objetivo, o clien- te deve analisar como chegar lá e ser capaz de obter o resultado novamente, fazendo melhor as coisas da próxima vez. 16 17 Educação para as escolhas informadas A seleção das necessidades de aprendizado deverá ser feita pelo cliente. Se uma pessoa quiser ter o poder para alcançar o sucesso, precisa receber as informações pertinentes. Quando esclarecidas, as pessoas ficam mais confiantes e competentes, e sentem-se motivadas a seguir as recomendações. Planos de tratamento Devem ser vistos como experimentos contínuos. Não são conve- nientes planos padronizados. Assim, há a necessidade de constan- tes aprimoramentos e adaptações. Fonte: Adaptado de ESPERANÇA; GALISA, 2017 As estratégias para a promoção da saúde, de caráter empoderador, são aquelas que envolvem diretamente a participação dos indivíduos nas decisões, destacando-se a for- ma como estes fazem suas escolhas, mostrando estreita relação entre o potencial de participação e a distribuição de poder nesses espaços de promoção da saúde, que po- dem ser o consultório, mas também o teatro, círculo de cultura, a terapia comunitária, oficina de escuta terapêutica, as atividades lúdicas, workshops etc. (SOUZA et al., 2014). A adesão às estratégias depende de diversos fatores, conforme o Quadro 4: Quadro 4 – Fatores que infl uenciam a adesão às orientações alimentares e nutricionais segundo o empowerment Relacionados ao cliente Quantidade de informações: quanto mais recebidas ao mesmo tempo, menor a adesão. O nutricionista deve estar atento às in- formações com relação à quantidade e à qualidade, que o cliente tem acesso pelas novas tecnologias da informação; Nível de ansiedade: os níveis extremos (alto ou baixo) do cliente quanto à mudança alimentar diminuem a taxa de ade- são às recomendações; Condições de moradia: cliente que moram sozinhos parecem ter níveis mais baixos de adesão às orientações alimentares.; Expectativa do cliente e da família: quanto mais positiva com re- lações às modificações a serem feitas, maior o nível de adesão; Irregularidade na rotina: quanto mais irregular o estilo de vida do cliente, menor a adesão. Relacionados ao nutricionista Grau de satisfação do cliente: quanto mais satisfeito o cliente es- tiver com o nutricionista e com o tratamento, maior será o nível de adesão. Relacionados ao ambiente Local de atendimento: quando ocorre em local claro, organizado e limpo, maiores são as chances de adesão; Tempo de espera: quanto menor, melhor o nível de adesão; Atitudes do pessoal de apoio: quanto melhor o atendimento do cliente pelo pessoal de apoio. Relacionados à orientação alimentar e nutricional Quantidade de mudanças: quanto maior a quantidade de mudan- ças recomendadas ao mesmo tempo, menor a taxa de adesão; Complexidade: quanto mais simples e claros os objetivos. Fonte: Adaptado de ESPERANÇA; GALISA, 2017 Os planos tornam-se das pessoas somente quando elas mesmas trabalham ne- les. Quando os planos são traçados pelos indivíduos responsáveis pelo agir, os objetivos e a motivação estão completamente internalizados, e a implementação (ação) torna-se 17 UNIDADE Técnicas Exploradas pela Nutrição Comportamental em Estratégias de Educação Alimentar e Nutricional menos problemática. Toda estratégia de empowerment também o é de promoção da saúde, mas nem toda estratégia de promoção da saúde é empoderadora. Não há como pensar em processos de empowerment sem considerar o funcionamento da vida em sociedade e a liberdade de cada indivíduo (SOUZA et al., 2014). Entrevista Motivacional A Entrevista Motivacional (EM) é uma abordagem de tratamento que auxilia o indiví- duo no reconhecimento de um problema e possíveis ambivalências para a mudança de comportamentos; é um meio de comunicação colaborativa entre profissional da saúde e paciente, que propicia um ambiente favorável para que o sujeito possa identificar suas motivações intrínsecas e promover resultados mais positivos no tratamento. Para tanto, o profissional da saúde evoca e explora as próprias razões do paciente para a mudança, dentro de uma atmosfera de aceitação e empatia, e pode ser aplicada nas diferentes especialidades da saúde (SOUZA; MEYER; OLIVEIRA, 2019). Para compreender a técnica da entrevista motivacional, é necessário abordar o con- ceito de motivação e a teoria da autodeterminação. Figura 3 – Motivação Fonte: Getty Images Motivação é um impulso, um sentimento que faz com que as pessoas ajam para atingir seus objetivos; ninguém é capaz de motivar o outro. Muito é dito sobre motivar o paciente ou cliente, mas a motivação é um aspecto individual. Cada indivíduo tem a capacidade de se motivar ou desmotivar, conhecida como automotivação, ou motivação intrínseca (autônoma), que ocorre por meio de uma força interior, e pode mudar ao longo do tempo e sofrer influências internas e externas. A motivação intrínseca envolve uma sensação de prazer e satisfação que pode ser vivenciada de três formas: 1. Ao aprender, explorar ou tentar compreender algo novo; 2. Ao tentar realizar uma tarefa, o desafio de criar algo ou se superar; 18 19 3. Pelo estímulo das sensações prazerosas associadas às mudanças (inclusive esté- ticas) que infl uenciam os sentidos. Assim, se alguém come de maneira saudável porque sente que é bom para seu corpo e sua vida, e faz bem em geral, é intrinsecamente motivado. A motivação extrínseca (controlada), é gerada pelo ambiente em que a pessoa vive, ou seja, o que acontece em sua vida e em seu entorno e que influencia a motivação. São descritos quatro tipos de motivação extrínseca: • Regulação externa, tais como prêmios e coação – reconhecida como controle e considerada a forma menos autônoma de motivação; • Regulação introjetada para evitar a culpa – o que é considerada outra forma pouco autônoma de motivação; • Regulação identificada; • Regulação integrada, quando feita em coerência com outros aspectos da vida, mes- mo sem escolha. Para trabalhar a mudança de comportamento é essencial saber o nível de motivação do indivíduo, pois mesmo que um paciente tenha procurado ajuda profissional, isso não garante que esteja motivado. O quadro a seguir auxilia na identificação do nível de motivação com base em al- guns exemplos: Quadro 5 – Exemplos de motivação extrínseca nas diferentes formas de regulação Regulação Externa Comer de determinada maneira para não levar bronca do tera- peuta nutricional ou de outro alguém (pai, mãe etc.), ou porque vai ganhar algum prêmio se assim fizer. Regulação Introjetada Comer de determinada maneira apenas para evitar sentimentos de culpa ou, ainda, comer para melhorar autoestima, aumentar ego, sentir orgulho e outros sentimentos de valor. Regulação Identifi cada Comer algum alimento apenas por acreditar que faz bem para a saúde, mesmo que este não desperte nenhum prazer - por uma recomendação nutricional, por exemplo. Regulação Integrada Aceitar a inclusão de determinado alimento agregando valores culturais, memória, sabor, satisfação, vontade de comê-lo e não só seu valor nutricional ou calórico. Fonte: Adaptada de JUNIOR et al., 2015, p. 218 A teoria da autodeterminação entende motivação como uma energia psíquica dire- cionada a uma meta particular. Essa teoria auxilia na compreensão dos comportamentos relacionados à saúde,pois enfatiza a qualidade da motivação – e não somente a quantidade (Figura 4). Tanto a motivação intrínseca ou autônoma quanto a motivação extrínseca ou controlada podem levar a mudanças, porém, a motivação intrínseca im- plica em maior comprometimento e manutenção de longo prazo no comportamento. 19 UNIDADE Técnicas Exploradas pela Nutrição Comportamental em Estratégias de Educação Alimentar e Nutricional Desmotivação Motivação Extrínseca Motivação Intrínseca Regulação Interna Regulação Integrada Regulação Identi�cada Regulação Introjeatada Regulação Externa Sem Regulação Figura 4 – Taxonomia da motivação humana Fonte: Adaptada de RYAN; DECI, 2000 O artigo intitulado Aspectos psicológicos e propostas teóricas relacionadas à adesão ao tratamento nutricional dos pacientes obesos, traz informações a respeito de três pro- postas teóricas relacionadas à adesão de pacientes obesos ao tratamento nutricional: teoria da autodeterminação, modelo transteórico e terapia cognitivo comportamental. Disponível em: https://bit.ly/3r0Nh0v Agora que já abordamos o conceito de motivação e da teoria da autodeterminação, podemos compreender a técnica da entrevista motivacional. Técnica da Entrevista Motivacional Para um profissional estar preparado para usar a EM, é preciso que as suas habilida- des se desenvolvam com a prática e supervisão de profissionais treinados. Ter o domínio da técnica de EM é um processo contínuo e de longo prazo. No desenvolvimento dessas habilidades, o estilo no qual o entrevistador conduz a conversa é essencial no processo de mudança, devendo conhecer os elementos-chave para construir o vínculo com o paciente na direção das mudanças, contemplando res- peito, empatia, colaboração e capacidade de escutar. Em especial, a capacidade de escutar é um dos grandes diferenciais da EM. Escutar é mais que fazer uma pergunta e ficar em silêncio, esperando a resposta; escutar exige muita atenção. Escutar não é uma atitude passiva, e sim ativa, exigindo prestar atenção, sentir, perceber. Para escutar é preciso ser completamente receptivo: com as emoções, pa- lavras e sinais corporais. A escuta não é importante apenas porque aumen- ta o vínculo entre o profissional e o paciente, ou porque permite compre- ender melhor a pessoa, mas também porque, por si só, já exerce um efeito terapêutico sobre o paciente. (VICENTE JR. ALVARENGA, 2017) A escuta é produto do silêncio. Esse silêncio não significa a ausência de ruídos com a boca, mas uma diminuição de ruídos interiores. Somente é possível ouvir as verda- des do outro quando me silencio. 20 21 As habilidades do profissional ao usar a EM estão relacionadas basicamente à ca- pacidade de fazer perguntas abertas direcionadas, fazer afirmações positivas que reforçam habilidades e comportamentos do indivíduo, escutar sem julgamento e interrupção e, por fim, resumir e refletir sobre as informações. O esquema apresen- tado na Figura 5 resume as etapas de condução de uma EM: Figura 5 – Etapas da entrevista motivacional Fonte: Adaptada de JUNIOR et al., 2015, p. 223-233 O profissional que opta por trabalhar com EM se despe do papel de “consertar” os pacientes e passa a exercer uma função de reconhecer e aceitar os indivíduos como eles se apresentam. Quando o profissional tenta “consertar” automaticamente um comportamento do paciente, esperando que ele mude, o que ele consegue, normalmen- te, é que o paciente defenda a forma que está no momento, mencionando empecilhos ou se justificando sobre as dificuldades para cumprir o que foi sugerido pelo profissional. Para aprofundamento da técnica, leia o texto intitulado Entrevista motivacional: bases teóricas e práticas. Disponível em: https://bit.ly/38Xi8Ff A EM é uma ferramenta potente no trabalho com foco na mudança de comporta- mento. Ela oferece um guia para a condução da conversa, o que auxilia o trabalho de aconselhamento nutricional e enfatiza a importância do vínculo e contato com o pa- ciente, fundamentais para um trabalho comportamental em nutrição (JUNGERMAN; LARANJEIRA, 1999). Finalizamos esta Unidade apresentando as estratégias para conduzir o trabalho do nutricionista com foco no comportamento dos indivíduos, privando pela autonomia, em- poderamento e respeito, através da empatia e escuta ativa. Vale ressaltar que para esta abordagem é preciso prática e dedicação no desenvolvimento das habilidades necessárias. Até a próxima! 21 UNIDADE Técnicas Exploradas pela Nutrição Comportamental em Estratégias de Educação Alimentar e Nutricional Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Instituto Nutrição Comportamental https://bit.ly/3eT8M0Z Vídeos A nutrição amorosa de Marcia Daskal | minidocumentário https://youtu.be/2fp8aLYSMuc Leitura Alterações comportamentais e alimentares em obesos após grupo de intervenção https://bit.ly/3cMbwKV Repensar a Carta de Ottawa 30 anos depois https://bit.ly/38WZHQU Comportamento alimentar em obesos e sua correlação com o tratamento nutricional https://bit.ly/2Qnot6k 22 23 Referências BIAGIO, L. D.; MOREIRA, P.; AMARAL, C. K. Comportamento alimentar em obesos e sua correlação com o tratamento nutricional. J. Bras. Psiquiatr., Rio de Janeiro, v. 69, n. 3, p. 171-178, jul. 2020. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0047-20852020000300171&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 05/12/2020. 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