Buscar

Insercao Curricular Formação de Professores

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 123 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 123 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 123 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INSERÇÃO CURRICULAR 
DA EA E A FORMAÇÃO 
DE PROFESSORES
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Eliane de Siqueira
Indaial - 2020
2ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jóice Gadotti Consatti
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2020
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
SSl618i
 Siqueira, Eliane de
 Inserção curricular da EA e a formação de professores. /Eliane 
de Siqueira. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 123 p.; il.
 ISBN 978-65-5646-032-1
 ISBN Digital 978-65-5646-033-8
1. Formação de professores. - Brasil. 2. Educação ambiental. – 
Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 372.2
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO ..........................................................................05
CAPÍTULO 1
Introdução à Educação Ambiental ............................................07
CAPÍTULO 2
Aspectos Legais da Educação Ambiental .................................47
CAPÍTULO 3
Educação Ambiental na Prática .................................................83
APRESENTAÇÃO
As transformações no nosso planeta ocorrem desde a sua formação há 4,5 
bilhões de anos. O Big Bang ativou a alavanca da evolução e de lá para cá muita 
coisa mudou. Essas mudanças não ficaram restritas apenas ao cenário evolutivo, 
não se limitam às grandes transformações naturais da biodiversidade, nem tão 
pouco extinções produzidas pela seleção natural. Desde o surgimento da espécie 
humana, uma avalanche de modificações desequilibram o fluxo natural do meio e 
comprometem o próprio desenvolvimento humano.
O que fazer? Como conter tudo isso ou ao menos amenizar seus impactos?
Um dos grandes desafios é fazer com que a própria espécie se perceba 
como agente de transformação, seja para aspectos positivos ou negativos. 
E é exatamente nesta sensibilização que a Educação Ambiental surge como 
ferramenta essencial.
Algumas mudanças são necessárias para o desenvolvimento econômico e 
social de uma nação, mas repensar posturas diante delas é uma emergência que 
se torna cada vez mais presente. 
Desta forma, a inserção da educação ambiental na formação de professores 
objetiva apresentar no Capítulo 1, os conceitos e os aspectos históricos da 
educação ambiental e mostrar suas possibilidades de desenvolvimento nos 
ambientes formais e informais capacitando-os a atuar diante dessa demanda 
planetária.
Após compreender essa dinâmica e toda composição do que ela representa 
atualmente, o Capítulo 2 deste livro versará sobre os aspectos legais da 
Educação Ambiental e você perceberá que um longo caminho até a aprovação 
de Leis específicas para o tema foi trilhado. Temos a Política Nacional de 
Educação Ambiental que regulamenta sua implantação assim como temos essa 
abordagem presente em documentos no âmbito educacional como é o caso 
dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e mais recentemente em 2017 a 
Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Além destes, outros requisitos legais 
serão apresentados para complementar a visão holística necessária para sua 
implantação.
No Capítulo 3 refletiremos sobre a importância da formação continuada de 
professores e desta formação ser feita em educação ambiental. As mudanças, 
como dissemos anteriormente, não param e os espaços escolares são aliados 
fortíssimos na multiplicação de atitudes que corroborem com o meio em todos 
os seus aspectos. As propostas de trabalho farão parte de nossos estudos assim 
como as possibilidades de desenvolvimentos com projetos e outras ações ativas, 
onde a vivência seja colocada em primeiro plano.
Teorias são muitas, textos diversos, fundamentações não faltam e 
conhecimento de que temos problemas a serem resolvidos mais ainda. Então 
como fazer para que tudo isso se transforme em ações efetivas e capazes de 
provocar a mudança?
O “fazer”, o “ser” em detrimento do “ter” e outras ações como repensar, refletir, 
mudar, agir, fazem parte da proposta de formação de professores que insere a 
educação ambiental como temática. Só conseguimos sensibilizar as pessoas com 
as quais convivemos quando nos sentimos parte do contexto. 
A ideia não é reproduzir conceitos, mas, sim, buscar fundamentações 
nessas informações historicamente construídas transpondo-as para a realidade e 
transformando-as em ações efetivas em prol de uma educação ambiental de fato 
transformadora.
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
Saber:
 Conhecer os principais conceitos associados à educação ambiental.
 Relatar o desenvolvimento histórico da Educação Ambiental.
 Apresentar a aplicação e caracterização da educação ambiental nos espaços 
formais e informais.
Fazer:
 Analisar os principais conceitos associados à educação ambiental e sua 
mudança ao longo do tempo.
 Diferenciar espaços formais e informais e o desenvolvimento da educação 
ambiental.
8
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
9
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A educação sempre foi alvo de muitas transformações desde o descobrimento 
do Brasil. Em quase todos os momentos a proposta desenvolvida baseava-se 
nos modelos tradicionais onde o professor transmitia as informações que julgava 
relevantes para aquele contexto ou período. Esse processo esteve em muitos 
momentos da história da educação, impregnados por interesses econômicos e 
políticos que associavam a educação como necessária para atender a demanda 
do mercado em forte ascensão.
Um modelo tradicional faz parte de uma concepção de educação que ao 
mesmo tempo caracteriza um modelo de escola. Nessa proposta a centralidade 
está no papel do professor que transmite conteúdos para alunos passivos. 
Passamos, então, pela Revolução Industrial iniciada em 1760 e com ela 
mais mudança. A necessidade do mercado produtivo aumentou, as escolas se 
profi ssionalizaram para formar pessoas com habilidades para operar a máquina 
da produção e, consequentemente, a demanda por recursos naturais também 
cresceu.
Nesse período, continuamos com a transmissão linear da informação 
acontecendo nos espaços educacionais e começamos a ter as grandes 
modifi cações causadas pela humanidade afetando, sobretudo, o meio ambiente.
Sempre que observar nos registros o termo “homem” como causador de 
impactos ambientais, devemos substituir por “ser humano” ou “humanidade”. A 
linguagem sexista, que associa algumas ações ao gênero masculino ou feminino, 
não deve mais ser aplicada.
Temos, então, a necessidade de uma educação que compreenda esses 
problemas e proporcione ações capazes de minimizar os danos. A educação 
ambiental começou a ser discutida em grandes encontros que contavam com a 
participação de diversas pessoas preocupadas com o planeta e que buscavam a 
formação de agentes multiplicadores, para disseminação de ações de preservação 
e a qualidade de vida. 
Vale lembrar que ao pensar em qualidade de vida, a educação ambiental 
também se preocupa com os aspectos sociais, pois compreende que, ao nos 
relacionarmos com as pessoas do nosso entorno conseguimos perceber as 
necessidades, mudanças e propor melhorias em benefício da coletividade.
Nesse contexto, a educação mais uma vez fi ca em destaque como 
possibilidade de transformação social e neste caso ambiental, com professores 
10
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessorescapacitados para sensibilizar seus alunos e demais membros da comunidade 
escolar para as necessidades do meio onde estão inseridos.
2 INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL
Você já parou para pensar como a Educação Ambiental tem sido apresentada 
em nossa sociedade? Devemos sempre pensar nessa temática como ferramenta 
de sensibilização.
Essa é a primeira grande lição que precisamos ter como refl exão em nossa 
prática docente. A Educação Ambiental não é usada como um componente 
curricular obrigatório como acontece com Língua Portuguesa, Matemática e 
Ciências, por exemplo. Mesmo assim, existe a obrigatoriedade de se trabalhar 
suas temáticas em todas as modalidades e níveis de ensino. Por não ser 
obrigatória como outras disciplinas, muitas vezes sua prática fi ca esquecida 
ou reduzida a pequenas ações que reproduzem modismos que não provocam 
mudanças de comportamento.
As duas ideias centrais para o trabalho com educação ambiental serão a 
busca pela sensibilização e a mudança de comportamento.
O mais comum, quando elaboramos objetivos educacionais ligados à 
temática ambiental, é usarmos o verbo conscientizar como ponto de partida. 
Pense agora em sensibilizar. Por que a diferença?
Todas as pessoas sabem que devemos economizar água, não é mesmo? 
Isso signifi ca que as pessoas são conscientes deste prejuízo, mas, não 
necessariamente, possuem ações que favoreçam a preservação do recurso. 
Quando internalizam práticas para este fi m estão sensibilizadas e, por esse 
motivo, a educação ambiental e demais temáticas que tenham como propósito a 
melhoria da qualidade do meio, priorizam a sensibilização. Pense nisso quando 
for realizar seu planejamento.
Outro exemplo para perceber esta relação pode ser observado quando, 
em um projeto institucional de coleta seletiva, toda escola fi ca mobilizada para 
coletar recicláveis, o material é destinado para cooperativas, a arrecadação é 
revertida para a escola, enfi m, todos compreendem a ideia do projeto e participam 
ativamente de suas ações. 
11
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 1 
Será que todos estão sensibilizados?
Ao saírem da escola, os papéis de bala continuam no chão assim como 
o pacote de salgadinho, a latinha de refrigerante, entre outros. Isso indica que 
a mudança de comportamento não aconteceu, ela foi pontual com objetivos 
específi cos e não se ampliou para outros espaços além do escolar. Dizemos 
então que essas pessoas têm consciência de que isso é um erro, mas, não 
estão sensibilizadas para fazer isso em todos os espaços onde o comportamento 
ambientalmente correto é necessário.
Ao pensar na educação como sensibilização, o que ocorre é a mudança 
de comportamento. A percepção dos problemas ambientais que estão a nossa 
volta passa a fazer parte da nossa rotina e isso permite o desenvolvimento de em 
ações de melhorias contínuas. 
A premissa é de que só cuido do que eu conheço e só me preocupo com 
o que verdadeiramente me incomoda. Dessa forma, a pessoa sensibilizada e 
incomodada com os problemas ambientais presentes no seu dia a dia buscará 
desenvolver atitudes que possibilitem mudanças de comportamento. Vejamos os 
exemplos da Figura 1 e Figura 2.
FIGURA 1 - DESCARTE INADEQUADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
FONTE: <https://pixnio.com/pt/diversos/lixo/lixo-poluicao-
zona-humida>. Acesso em: 2 dez. 2019.
12
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
FIGURA 2 - ENCHENTES
FONTE: <https://www.publicdomainpictures.net/pt/viewimage.
php?image=72423&picture=vila-inundada>.
Que relação poderíamos estabelecer entre as duas imagens?
Neste momento é importante construirmos um olhar para as questões 
apresentadas a partir da educação ambiental. Muitas pessoas vão 
responsabilizar apenas o poder público por não realizar a coleta adequada 
de resíduos sólidos ou por não construir galerias estruturadas para a vazão 
das águas pluviais. Um olhar sensibilizado compreenderá que o descarte 
inadequado dos resíduos sólidos é uma questão de atitude e que cada um 
deve fazer a sua parte para evitar uma série de problemas como é o caso 
das enchentes. A água ao encontrar galerias e outros ramais de descarga 
entupidos não tem vazão sufi ciente, atingem a superfície e produz grandes 
problemas para as pessoas. Essa é uma problemática importante que 
podemos usar como temática em nossas aulas.
Não é apenas uma questão de identifi car culpados, mas percebermos que, 
mesmo morando em uma área não afetada diretamente por alagamentos, precisamos 
ter a sensibilidade de cuidar dos resíduos produzidos em nosso dia a dia para que os 
problemas apresentados nas duas imagens anteriores não sejam recorrentes.
Mesmo com toda divulgação existente nos diferentes meios de comunicação, 
com as legislações que estão em vigor e até mesmo com punições para danos 
causados ao meio ambiente, ainda há na sociedade a crença de que os recursos 
naturais são fontes inesgotáveis e acreditam ainda que, ações como um papel de 
bala jogado no chão não causam nenhum agravo. 
13
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 1 
Toda limitação do pensamento humano e o egoísmo para algumas atitudes 
conforme exemplifi camos até o momento, precisa de ferramentas efetivas para 
mudanças de atitude. O comportamento ambientalmente correto depende da 
sensibilização para que ações efetivas ocorram. 
As atividades que envolvem a educação ambiental devem estar presentes 
nos diferentes espaços, sejam eles formais ou não, garantindo que as refl exões 
sobre o assunto aconteçam e formem os agentes multiplicadores, capazes de 
transpor essas ações para além dos espaços escolares.
Percebeu que a todo momento estamos falando de agentes multiplicadores?
Esse processo favorece uma rede de comunicação e construção de atitudes 
ambientalmente corretas. Temos acesso à informação corretamente, somos 
sensibilizados para a necessidade de agir e, desta forma, envolvemos outras 
pessoas para que também construam esses comportamentos. 
Antes de continuarmos, vamos ver se os princípios básicos da educação 
ambiental fi caram claros para você.
1 A educação ambiental é uma importante ferramenta de 
sensibilização e suas ações devem objetivar a mudança 
de comportamento em prol da qualidade do meio e 
consequentemente qualidade de vida das pessoas. Sobre o 
exposto, assinale a alternativa CORRETA que permite que estes 
dois princípios sejam contemplados:
a) ( ) Em uma turma de 4º ano, a professora passou um texto 
sobre meio ambiente e em seguida os alunos confeccionaram 
cartazes para expor suas ideias.
b) ( ) Em uma OnG a equipe realizou palestras sobre a importância 
da coleta seletiva em seguida implantaram a coleta com 
parcerias para a destinação do material às cooperativas. 
c) ( ) Em um condomínio os moradores começaram a receber 
multas caso deixassem a luz ligada após as 22 horas.
d) ( ) Em uma empresa, um treinamento fez com que os funcionários 
passassem a descartar copos descartáveis separados dos 
outros resíduos e depois isso era tudo novamente misturado 
na coleta, passando a ser apenas uma ação interna da 
empresa para certifi cação.
14
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
No dia a dia das escolas nos envolvemos com várias ações e, no desejo de 
trabalhar alguns assuntos, deixamos ricas oportunidades serem desperdiçadas. 
Com esta temática isso acontece com mais frequência. Para que você olhe 
para as ações escolares de maneira mais crítica a partir de agora, veja mais um 
exemplo (Figura 3).
FIGURA 3 - OFICINA DE SUCATA
FONTE: <https://www.fl ickr.com/photos/eciencia/6276724127/>.
A fi gura anterior representa uma atividade muito comum nos espaços 
escolares: a ofi cina de sucata, mas qual é o erro com uma atividade como essa?
A ofi cina de sucata possibilita o trabalho com a reutilização de maneira muito 
efetiva, desde que, na confecção dos objetos, brinquedos ou qualquer outro tipo 
de material, tenhamos de fato, o reaproveitamento destes recursos de maneiraadequada e durável. Caso contrário o que teremos é apenas o descarte sendo 
adiado, o que não faz nenhum sentido.
Um cachorrinho feito com a parte interna do rolo de papel higiênico tem uma 
funcionalidade e durabilidade bem diferente do que é ofertado com a construção 
de um porta treco de garrafa pet, um suporte com tampinhas de garrafas, um 
jogo, ou qualquer outro tipo de material (Figura 4).
15
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 1 
FIGURA 4 - REUTILIZAÇÃO DE GARRAFA PET
FONTE: <https://www.fl ickr.com/photos/myespresso/9397764914>.
Em algumas regiões temos os Centros de Educação Ambiental - 
CEAS -, que desenvolvem vários trabalhos na área. É muito comum 
na programação de atividades destes espaços ofi cinas diversas, 
que incluem os trabalhos manuais. No entanto, qual seria a relação 
disso com a Educação Ambiental? Lembre-se de que a educação 
ambiental atua entre o natural e o social onde muitas transformações 
acontecem. Assim, refl etir sobre a possibilidade de reaproveitamento 
de alguns materiais, produção sustentável, energia limpa e tantas 
outras discussões faz parte dessa abordagem.
2.1 CONCEITUAÇÃO E ASPECTOS 
HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL
A Educação Ambiental possui suas primeiras tentativas de defi nição por 
volta de 1970. De lá para cá, muito encontros, reuniões internacionais entre 
outros eventos, reuniram pessoas do mundo inteiro para discutir os problemas 
ambientais, fi rmarem acordos e defi nir ações capazes de minimizar os danos 
causados ao meio ambiente. Para não correr o risco de termos mais um modismo 
ou apenas a reprodução de termos, a defi nição usada por vários autores é a que 
fi cou estabelecida na Política Nacional de Educação Ambiental (Lei n. 9.795/99). 
Em seu artigo 1º temos:
16
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
Art. 1º Entendem-se por educação ambiental os processos por 
meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores 
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências 
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso 
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua 
sustentabilidade. (BRASIL, 1999, s.p.).
Essa defi nição encontra apoio em mandamentos constitucionais dos quais o 
meio ambiente é colocado como “bem de uso comum e do povo, essencial à sadia 
qualidade de vida”. Dessa forma, cabe a todos os seres racionais, pertencentes a 
esse meio, o dever de cuidar ao mesmo tempo que possuem o direito de usufruir 
de seus recursos, porém, agora pensados de forma sustentável.
A Educação Ambiental preocupa-se com as intervenções realizadas no meio, 
provocando sua alteração e desequilíbrio além de incluir as questões naturais e 
sociais, conforme explicitado em sua defi nição. A necessidade de conservação e 
propostas mitigadoras faz parte de suas ações e isso ainda é muito confundido 
com uma grande ciência que é a Ecologia.
De acordo com Odum (1983), a ecologia é o estudo da casa, incluindo todos 
os organismos que habitam esses locais bem como os processos funcionais que 
a tornam habitável.
Ecologia refere-se ao estudo das interações que naturalmente 
os seres vivos realizam com o meio. Quando pensamos, por exemplo, 
em uma cadeia alimentar com seres produtores, consumidores e 
decompositores, temos as interações destes seres com o meio (Eco 
= casa) para que possam sobreviver e isso faz parte dos estudos 
ecológicos e não da Educação Ambiental. Quando o ser humano 
interage com o meio, causando-lhe algum prejuízo como a poluição 
da água, aí sim temos uma ação que faz parte dos estudos da 
educação ambiental.
A educação ambiental não está desconectada de um contexto. Conforme 
afi rma Loureiro (2012, p. 26):
A ideia de que “tudo é válido” desde que se almeje proteger 
o ambiente, ignorando o modo como este se constitui, não 
colabora para alcançarmos novas relações sociais e formas 
17
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 1 
sensoriais e perceptivas de nos compreendermos e nos 
sentirmos como parte da sociedade e de uma vida planetária.
O mesmo autor fala ainda da necessidade de uma educação ambiental 
crítico-transformadora no contexto escolar. Isso envolve a compreensão de que 
todos as ações e comportamentos desenvolvidos atualmente são frutos de uma 
história que envolve o desenvolvimento da humanidade, suas relações sociais 
e culturais. Dessa forma, é necessário a entender esse modelo para propor 
mudanças fugindo a alienação.
E não somente os nomes estudados sob a perspectiva ambiental aparecem 
nestes estudos. Temos materiais que analisam a educação ambiental sob a 
perspectiva de Paulo Freire, importante nome na educação mundial. Defensor de 
uma escola pública de qualidade, sempre discutiu a importância do diálogo, da 
criticidade e da autonomia dos estudantes que deveriam participar ativamente da 
construção de suas aprendizagens. Na relação com a educação ambiental seu 
nome aparece exatamente nas discussões sobre a necessidade de um olhar 
crítico, de ter uma leitura de mundo e ainda conhecer como forma de inserção 
social.
Para melhor compreender a relação da educação ambiental 
com Paulo Freire, sugerimos a leitura do seguinte livro: Educação 
Ambiental: dialogando com Paulo Freire, desenvolvido sob a 
organização de Carlos Frederico B. Loureiro e Juliana Rezende 
Torres. 
Vejamos, então, o histórico que serviu de pano de fundo para o 
desenvolvimento da educação ambiental até chegarmos nos dias atuais.
O grande marco para o início das transformações ambientais no planeta foi 
a Revolução Industrial ocorrida no século XVIII. O modelo produtivo operando 
de novas formas teve como consequência desastres ambientais que incluíram 
não apenas a poluição atmosférica como também a morte de seres vivos, 
mutações e modifi cações na própria composição do meio físico e químico, cujas 
consequências ainda estão presentes em nossas vidas.
18
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
Pesquise sobre a mutação ocorrida durante a Revolução Industrial 
e que deu origem às mariposas de cor escura. Essa descoberta foi 
feita pelos pesquisadores da Universidade de Liverpool e retratam um 
pouco do que este período representou para o meio ambiente.
A seleção natural pode ser citada neste momento, pois, de acordo com a 
teoria evolucionista são as condições do meio que infl uenciaram na sobrevivência 
das espécies. As mais fortes se mantinham no ambiente e transmitiam suas 
caraterísticas genéticas para as futuras gerações. Esse estudo foi desenvolvido 
por Charles Darwin. 
Usando como exemplo o que teria acontecido com as girafas, no ambiente 
tínhamos esses seres vivos com pescoço comprido e de pescoço curto, no 
entanto, pela escassez alimentar, as girafas de pescoço curto não conseguiam 
mais alcançar os alimentos presentes no topo das árvores, morriam e aos 
poucos, essa característica deixou de existir. Temos então apenas a característica 
“pescoço comprido” sendo transmitida às futuras gerações (Figura 5).
FIGURA 5 - ESQUEMA REPRESENTATIVO DA SELEÇÃO NATURAL 
FONTE: A autora
19
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 1 
Em 1952, em Londres, uma intensa poluição atmosférica causou 
o que chamamos de smog fotoquímico (Figura 6) e provocou a morte 
de mais de 4 mil pessoas. Esse desastre ambiental, conhecido como 
“A Névoa Matadora” causou mobilização entre as pessoas, incluindo 
representantes do poder público, e a preocupação com a qualidade do 
ar torna-se pauta ambiental. Logo, em 1956 ocorreu a aprovação da 
Lei do Ar Puro na Inglaterra.
O smog fotoquímico acontece quando a quantidade de poluentes 
acumulados na atmosfera é tão grande que forma uma nuvem escura 
muito próxima da superfície, composta de ozônio e outras substâncias 
tóxicas. 
FIGURA 6 - SMOG FOTOQUÍMICO
O smog fotoquímico 
acontece quando 
a quantidade 
de poluentes 
acumulados na 
atmosfera é tão 
grande que forma 
uma nuvem escura 
muito próxima da 
superfície,composta 
de ozônio e outras 
substâncias tóxicas.
FONTE: <https://www.fl ickr.com/photos/steven-buss/349912280>.
Com essa preocupação inicial e outros desastres ambientais ocorrendo no 
mundo todo, em 1962 tivemos Rachel Carson publicando o livro “Primavera 
Silenciosa”. Nesta obra, de acordo com Hogan (2007), a autora alertava para os 
riscos do uso de compostos químicos que, aumentou signifi cativamente no pós-
guerra e alterava os ciclos naturais dos seres vivos. Isso fez com que a causa 
ambiental ganhasse ainda mais visibilidade entre as pessoas e o uso do DDT 
(Dicloro-Difenil-Tricloroetano), defensivo agrícola, passasse a ser proibido.
O DDT além de demorar de 4 a 30 anos para se decompor totalmente 
no meio ambiente, tinha baixo custo e foi amplamente utilizado na época para 
combater insetos causadores de doenças como a Malária, por exemplo. No 
entanto, enquanto não se decompõe por completo, continua interagindo com o 
meio de outras formas tais como: contaminando a água, enfraquecendo produtos 
20
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
derivados dos animais como cascas de ovos e ainda, atribui-se a essa substância 
o efeito carcinogênico.
O uso do DDT é proibido desde a homologação da Lei n. 11.936 
de 14 de maio de 2009. Antes disso muitos rumores sobre o seu uso 
já impediam a comercialização livre, sendo autorizado apenas em 
casos específi cos para uso de agricultores. Após aprovação da Lei a 
proibição relaciona-se ao uso, comercialização e também produção da 
substância.
Segundo Loureiro (2012, p. 77), “em termos cronológicos e 
mundiais, a primeira vez que se adotou o nome Educação Ambiental foi 
em um evento de educação promovido pela Universidade de Keele, no 
Reino Unido, no ano de 1965”.
 No ano de 1972 tivemos um grande marco para a história da 
Educação Ambiental. A realização da Conferência de Estocolmo ou 
Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente Humano. Entre 
as discussões, foi apontado o alerta de que a natureza não é fonte 
inesgotável de recursos naturais e que, cabe ao ser humano, o dever 
de preservá-la para as atuais e futuras gerações.
 Cerca de 400 instituições governamentais e 113 países participaram 
do evento onde acordos foram fi rmados, documentos assinados e projeções 
idealizadas como forma de garantir que o desenvolvimento acontecesse de forma 
mais equilibrada e consciente, para a preservação de seus recursos. 
Entre as principais temáticas as mudanças climáticas, desenvolvimento 
sustentável, uso de pesticidas na agricultura, emissão de metais pesados, 
qualidade da água e mitigação dos desastres naturais tiveram destaque.
Ainda em 1972 surgiu o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
- PNUMA -criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) com o objetivo de 
proteger o meio ambiente.
Entre seus principais objetivos manter o estado do meio 
ambiente global sob contínuo monitoramento; alertar povos 
e nações sobre problemas e ameaças ao meio ambiente e 
recomendar medidas para melhorar a qualidade de vida da 
população sem comprometer os recursos e serviços ambientais 
das gerações futuras (PNUMA, 1972, s.p.).
O uso do DDT é 
proibido desde a 
homologação da 
Lei n. 11.936 de 14 
de maio de 2009. 
Antes disso muitos 
rumores sobre o seu 
uso já impediam 
a comercialização 
livre, sendo 
autorizado 
apenas em casos 
específi cos para 
uso de agricultores. 
Após aprovação 
da Lei a proibição 
relaciona-se ao uso, 
comercialização e 
também produção 
da substância.
21
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 1 
Acesse o site ofi cial do PNUMA e conheça um pouco mais das 
atividades desenvolvidas, principalmente na sua representatividade 
no Brasil. Essas ações envolvem a implementação de projetos bem 
como parcerias que são fi rmadas com o objetivo de preservação dos 
recursos naturais. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/agencia/
onumeioambiente/>.
As discussões tiveram continuidade em 1975 com a Conferência de Belgrado 
(Ioguslávia). Nesta conferência tivemos a elaboração de um documento chamado 
“Carta de Belgrado”. De acordo com o Portal do Ministério da Educação - MEC -, 
a carta de Belgrado reforçava a importância de satisfazer as necessidades dos 
seres humanos, no entanto, pensando nas gerações futuras e, propõe, o trabalho 
com temas que abordam a erradicação da pobreza como fome, analfabetismo, 
poluição, exploração e dominação que deveriam ser tratados em conjunto. 
Nenhuma nação deve se desenvolver às custas de outra nação, havendo 
necessidade de uma ética global (BRASIL, 2019).
O mesmo documento fala ainda da reforma dos processos e sistemas 
educacionais para atender essa demanda e fi naliza com a proposta para um 
Programa Mundial de Educação Ambiental.
A carta de Belgrado tem muitas discussões que representaram verdadeiros 
avanços nas discussões ambientais. Como meta, estabelece “melhorar todas as 
relações ecológicas, incluindo a relação da humanidade com a natureza e das 
pessoas entre si”. Como meta específi ca da educação ambiental temos:
Formar uma população mundial consciente e preocupada com 
o meio ambiente e com os problemas associados, e que tenha 
conhecimento, aptidão, atitude, motivação e compromisso 
para trabalhar individual e coletivamente na busca de soluções 
para os problemas existentes e para prevenir novos (BRASIL, 
2019).
Para o desenvolvimento de programas de educação ambiental que permitam 
o alcance dos objetivos e metas predeterminadas, a Carta de Belgrado fala em 
tomada de consciência onde as pessoas precisam ter sensibilidade e perceber 
os problemas ambientais que estão à sua volta; adquirir conhecimentos para 
atuar como multiplicadores; desenvolver atitudes que as motivem a participar 
ativamente das causas ambientais; aptidões para não apenas colaborar com a 
22
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
resolução dos problemas mas também auxiliar outras pessoas nesta compreensão 
e nesta ação; capacidade de avaliação e participação (BRASIL, 2019).
Para conhecer um pouco mais sobre a Carta de Belgrado e as 
informações pertinentes sobre a Educação Ambiental, suas metas e 
diretrizes básicas para este trabalho, acesse: <http://www.fzb.rs.gov.
br/upload/20130508155641carta_de_belgrado.pdf>.
Com as ideias presentes na Carta de Belgrado, entre as quais estão a 
criação de um Programa Mundial de Educação Ambiental, em 1977, a UNESCO, 
em parceria com o PNUMA, realizaram a Conferência Intergovernamental 
de Educação Ambiental realizada em Tibilisi, antiga União Soviética. Nesta 
conferência, as características, objetivos e estratégias para o desenvolvimento 
da educação ambiental foram defi nidas e marcou-se a importância da 
interdisciplinaridade para que a temática possa ser amplamente discutida nos 
espaços formais e informais.
No Brasil, a disciplina de Ciências Ambientais torna-se obrigatória 
no Ensino Superior e todos os cursos de Engenharia.
Em Tibilisi, os objetivos centrais para desenvolvimento de 
atividades de Educação Ambiental envolvem:
• Comportamento.
• Participação.
• Habilidades.
Tudo isso pautado em propostas interdisciplinares e o uso do entorno 
como ponto de partida. Essa prática contextualizada reforça a importância da 
sensibilização e, ao mesmo tempo, ter a atitude para intervir no meio com o qual 
se relaciona diariamente.
 Chegamos na década de 1980 com um número muito grande de 
desastres ambientais. A cada catástrofe novas discussões surgiam em torno do 
impacto central. Ora o foco era energia nuclear, ora recursos hídricos e em 1981, 
no Brasil, temos um grande passo sendo dado: institui-se a Política Nacional do 
Meio Ambiente - PNMA -, Lei Federal n. 6.938 de 31 de agosto de 1981. Entre as 
conquistas temos o estabelecimento de um Sistema Nacional do Meio Ambiente 
No Brasil, a disciplina 
de Ciências 
Ambientais torna-se 
obrigatória no Ensino 
Superior e todos os 
cursos de Engenharia.
23
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo1 
(SISNAMA) e de um Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), além 
da criação de padrões de qualidade, zoneamentos, avaliações de impactos, 
regulamentações para uso e ocupação entre outras providências.
No artigo 2º, a Lei estabelece alguns princípios que devem ser observados 
nas propostas de preservação e melhoria da qualidade. Entre eles, a necessidade 
do trabalho de da formação em Educação Ambiental.
Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo 
a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental 
propícia à vida, visando assegurar, no País, condições 
ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da 
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, 
atendidos os seguintes princípios:
[...]
X - Educação Ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive 
a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para 
participação ativa na defesa do meio ambiente (BRASIL,1981).
Nessa disciplina, aprofundaremos nossos estudos na Política 
Nacional de Educação Ambiental. No entanto, também é importante 
conhecer a PNMA, pois representa uma grande conquista para a 
defesa do meio ambiente. 
A proposta interdisciplinar, já citada anteriormente, aparece explicitada 
no Brasil no Parecer do MEC 819/85 que fala sobre a necessidade de incluir 
conteúdos ecológicos ao longo do processo de formação do ensino de 1º e 2º 
grau. Esses conhecimentos estariam integrados a todas as áreas (caráter 
interdisciplinar) cujo objetivo seria formar a consciência ecológica dos cidadãos 
(BRASIL, 2002).
Ainda no Brasil, em 1986 foi publicada a primeira Resolução CONAMA n. 
1/86 que trata sobre a Avaliação de Impacto Ambiental.
Nesta Resolução, algumas defi nições foram extremamente importantes para 
que regulamentações sobre projetos e intervenções no meio fossem realizadas. 
Entre esses conceitos podemos citar o que de fato se considera impacto 
ambiental, a necessidade de um diagnóstico ambiental, estudos e relatórios de 
impacto ambiental além da criação de programas de acompanhamento.
24
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto 
ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, 
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer 
forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas 
que, direta ou indiretamente, afetam:
I- a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II- as atividades sociais e econômicas;
III- a biota;
IV- as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V- a qualidade dos recursos ambientais (CONAMA, 1986).
Em 1987, a publicação do relatório de Brundtland ou também conhecido como 
“Nosso Futuro Comum” trouxe a conceituação de desenvolvimento sustentável 
além de apresentar o levantamento de informações feito com relação a vários 
problemas ambientais que estavam em discussão nos últimos anos.
Falava-se em aquecimento global e efeito estufa pela primeira vez. Além 
disso, o relatório alertava para a necessidade de rever o processo de interação 
entre ser humano e meio ambiente o que inclui escolha consciente de recursos, 
diminuição no consumo e até mesmo a limitação do crescimento da população 
em escala mundial (Tabela 1).
Desenvolvimento sustentável é aquele que “satisfaz as 
necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das 
gerações futuras de suprir suas próprias necessidades” (Relatório de 
Brundtland, 1987).
FONTE: Disponível em: <(https://www.inbs.com.br/>.
25
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 1 
TABELA 1 - AÇÕES PREVISTAS NO RELATÓRIO DE BURTLAND
Para promoção do 
desenvolvimento sustentável
Ações na esfera internacional Outros programas e ações
• limitação do crescimento 
populacional; 
• garantia de recursos básicos 
(água, alimentos, energia) a 
longo prazo; 
• preservação da 
biodiversidade e dos 
ecossistemas; 
• diminuição do consumo de 
energia e desenvolvimento 
de tecnologias com uso 
de fontes energéticas 
renováveis; 
• aumento da produção 
industrial nos países não-
industrializados com base em 
tecnologias ecologicamente 
adaptadas; 
• controle da urbanização 
desordenada e integração 
entre campo e cidades 
menores; 
• atendimento das 
necessidades básicas 
(saúde, escola, moradia).
• adoção da estratégia de 
desenvolvimento sustentável 
pelas organizações de 
desenvolvimento (órgãos e 
instituições internacionais de 
fi nanciamento); 
• proteção dos ecossistemas 
supranacionais como a 
Antártica, oceanos etc., pela 
comunidade internacional; 
• banimento das guerras; 
• implantação de um programa 
de desenvolvimento 
sustentável pela Organização 
das Nações Unidas (ONU).
• uso de novos materiais na 
construção; 
• reestruturação da distribuição 
de zonas residenciais e 
industriais; 
• aproveitamento e consumo 
de fontes alternativas de 
energia, como a solar, a 
eólica e a geotérmica; 
• reciclagem de materiais 
reaproveitáveis; 
• consumo racional de água e 
de alimentos; 
• redução do uso de produtos 
químicos prejudiciais à saúde 
na produção de alimentos.
FONTE: Adaptado de <http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br>.
Outra conquista ambiental no Brasil ocorreu com a publicação da Constituição 
Federal em 1988. Em seu artigo 225 a Lei afi rma que:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade 
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações (BRASIL, 1988). 
Entre os critérios para assegurar esse direito, a Constituição Federal reforça:
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao 
poder público:
[...]
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de 
ensino e a conscientização pública para a preservação do meio 
ambiente.
26
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
A década de 1990 chegou com eventos importantes, entre os quais 
destacamos:
• Portaria MEC 678/1991: a educação escolar deve contemplar a 
Educação Ambiental em todos os níveis e modalidades de ensino e, para 
isso, o investimento em capacitação docente.
• 1992: Conferência Rio-92, mais uma vez um grande encontro que 
discutiu as questões ambientais com representantes de todo mundo 
e teve como um de seus registros a elaboração da Agenda 21, que 
representava uma proposta ou plano de ação, um compromisso fi rmado 
entre os participantes e ao mesmo tempo um planejamento em que 
a partir de um problema atual fi cavam estabelecidos os acordos e as 
medidas que seriam tomadas para mitigá-lo.
• 1994: Criação do Programa Nacional de Educação Ambiental - PRONEA 
- que segundo o MEC tinha o objetivo de capacitar o sistema de educação 
para o trabalho com a Educação Ambiental.
• 1996: criação da Câmara Técnica de Educação Ambiental junto ao 
CONAMA.
• 1999: Publicação da Lei 9.795 de 27 de abril que institui a Política 
Nacional de Educação Ambiental. Aprofundaremos nossas discussões 
sobre essa legislação no próximo capítulo.
A Rio + 10 marcou o início do século XXI. Aconteceu em Johanesburgo na 
África do Sul. Os desafi os foram mantidos e muitos impasses no que diz respeito 
ao desenvolvimento sustentável versus desenvolvimento econômico estiveram 
em pauta. Ao analisar a agenda 21 originada na Rio-92 percebeu-se que ainda 
havia muito para ser feito.
Questões de cunho social e que comprometem a qualidade de vida das 
pessoas incorporou-se aos debates.
Por fi m, em 2014, a ONU apresentou um relatório chamado “O caminho para a 
dignidade até 2030: acabando com a pobreza, transformando as vidas e protegendo o 
planeta”. Esse documento norteou a construção de uma nova agenda com propostas 
de ações e planejamento que alcancem essa proteção do planeta até 2030.
Nesta proposta, temos os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ODS - 
que subsidiam a construção da agenda 2030. De acordo com a ONU, esta Agenda 
é um plano de ação paraas pessoas, para o planeta e para a prosperidade. Ela 
também busca fortalecer a paz universal com mais liberdade. Reconhecemos 
que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo 
a pobreza extrema, é o maior desafi o global e um requisito indispensável para o 
desenvolvimento sustentável (ONU, 2014).
27
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 1 
Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ODS - são os seguintes:
1- Erradicação da pobreza.
2- Fome zero e agricultura sustentável.
3- Saúde e bem-estar.
4- Educação e qualidade.
5- Igualdade de gênero.
6- Água potável e saneamento.
7- Energia limpa e acessível.
8- Trabalho decente e crescimento econômico.
9- Indústria, Inovação e Infraestrutura.
10- Redução das desigualdades.
11- Cidades e comunidades sustentáveis.
12- Consumo e produção responsáveis.
13- Ação contra a mudança global do clima.
14- Vida na água.
15- Vida Terrestre.
16- Paz, justiça e instituições efi cazes.
17- Parceria e meios de implantação.
Assista ao vídeo disponível no link <https://vimeo.
com/269266902> e fi que por dentro de um detalhamento dos objetivos 
do desenvolvimento sustentável. Observe atentamente cada um deles 
e perceberá a educação ambiental em vários momentos. 
Vale lembrarmos que estes são apenas alguns dos marcos mais 
representativos das questões ambientais no Brasil e no mundo.
Segundo Layrargues (2009, p. 15):
A crise ambiental trouxe novos desafi os para as sociedades 
modernas, exigindo uma alteração no rumo civilizatório, e, 
na tentativa de escapar da catástrofe ambiental, os sistemas 
sociais vêm se adaptando à nova realidade. Em graus variáveis, 
o sistema econômico começou a internalizar a relação 
entre a economia e o meio ambiente para valorar os bens 
ambientais que se encontram fora do mercado, a tecnologia 
criou a tecnologia ecoefi ciente para economizar energia e 
recursos, a política viu nascer um partido verde para defender 
28
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
a causa ambiental e internalizou a variável ambiental em suas 
doutrinas político-ideológicas e programas de governo, o 
direito se ramifi cou com um direito ambiental contribuindo com 
um novo arcabouço legal normativo, a educação qualifi cou-
se de ambiental para auxiliar no processo de sensibilização e 
aquisição de uma nova cultura, a religião efetuou uma releitura 
de suas doutrinas e fundamentos espirituais, a comunicação 
criou editoriais na mídia para informar a população sobre a 
situação ambiental e assim sucessivamente.
E o que podemos dizer da Educação ambiental atualmente? 
As ações continuam em desenvolvimento e enfrentando, na maioria dos 
casos, iniciativas pontuais. Não se assuste se perguntar a alguém o que signifi ca 
a educação ambiental e a associação com movimentos ambientalistas for feita. 
Da mesma forma, ainda temos grande parte da população alheia ao que acontece 
no meio, não percebem algumas situações como problemas ambientais e muito 
menos se sentem responsáveis por isso. 
A ciência moderna introduziu novos paradigmas sobre 
as maneiras de conhecer e de intervir na natureza, que 
transformaram o mundo em objeto externo de conhecimento, 
calcados na racionalidade e na fragmentação. Essa visão 
reducionista que coloca o ser humano acima da natureza, 
dominando-a acaba levando à sujeição e à dominação de alguns 
seres sobre outros seres. A educação inserida nesse contexto 
sofreu com os refl exos do modelo da sociedade atual, norteando-
se pelos mesmos valores autoritários que dicotomizaram ser 
humano e natureza (SILVA et al., 2004, p. 34). 
Silva et al. (2004, p. 34) afi rmam ainda que “adição do termo ambiental à 
educação nada mais é do que uma tentativa de re-situar o lugar ocupado pelo ser 
humano na natureza, reconhecendo as diversidades culturais, étnicas, biológicas 
dentro da unidade global”.
Os autores reforçam que a questão ambiental deve buscar a conexão com a 
realidade dos estudantes e a comunidade com a qual convivem, deve ser pensada 
como metodologia de construção social do conhecimento e desta forma 
desenvolver-se a partir de currículos conectados com essas realidades, 
ter a participação da comunidade, enfrentando e construindo alternativas 
para intervir e mudar as problemáticas socioambientais locais.
Aspectos sociais e ambientais caminham juntos. A educação 
ambiental não prioriza apenas os aspectos naturais do meio, por isso o 
termo socioambiental é utilizado.
Aspectos sociais 
e ambientais 
caminham juntos. A 
educação ambiental 
não prioriza apenas 
os aspectos 
naturais do meio, 
por isso o termo 
socioambiental é 
utilizado.
29
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 1 
1 O histórico da educação ambiental e das discussões ambientais 
de maneira geral, possuem muitas tentativas, propostas e 
possibilidades conforme demonstrado no histórico. Tudo isso teve 
como objetivo principal a mudança. Uma mudança de atitude, de 
comportamento, de relações mais equilibradas com as pessoas e 
mais sustentáveis com relação ao meio ambiente. Com base no 
exposto, classifi que V para as sentenças verdadeiras e F para as 
falsas:
( ) Os problemas ambientais se agravaram com a Revolução 
Industrial que modifi cou os padrões de consumo e produtividade 
na sociedade.
( ) Atualmente, não temos nenhuma proposta que modifi que o que 
historicamente já foi instituído.
( ) Além das conferências e relatórios, algumas legislações 
foram fundamentais na construção do histórico da educação 
ambiental, meio ambiente e sua necessidade de preservação.
( ) A Agenda 21 é um documento de planejamento e agora já 
temos uma perspectiva da Agenda 2030 com a presença dos 
ODS.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - F - V - F.
b) ( ) F - F - F - V.
c) ( ) V - V - V - F.
d) ( ) V - F - V - V.
• Ecocidadania em pauta
Falar da educação ambiental, seu histórico e perspectivas de trabalho 
signifi ca também pensar sobre quem é essa pessoa que desejamos formar, quais 
são suas necessidades e contexto de vida. Refl etir sobre as atitudes e mudanças 
de comportamento não são tarefas simples tendo em vista que, muitas ações 
foram culturalmente construídas, estão carregadas de valores e hábitos que 
nem sempre são modifi cados com tranquilidade. Esse desconforto é visto como 
resistência e a prática pode fi car limitada a um projeto muito bem estruturado no 
papel, mas pouco executável. 
30
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
Um termo que tem sido cada vez mais utilizado para essa designação é 
“Ecocidadão”. Vejamos o que ele signifi ca, observando a fi gura a seguir:
FIGURA 7 - POLUIÇÃO DO MEIO AMBIENTE
FONTE: <https://pixabay.com/pt/illustrations/polui%C3%A7%C3%A3o-
lixo-degrada%C3%A7%C3%A3o-1603644/>.
Esses poluentes não foram parar nesse corpo d’água sozinhos, certo?
Mesmo que ainda tenhamos grande parte da população negligenciando a 
responsabilidade de culpa diante de situações como essas, é necessário sensibilizar 
e formar esse ecocidadão pode ser uma conquista importante neste caminho.
Agora compare com a ação exposta na Figura 7.
FIGURA 8 - COLETA SELETIVA
FONTE: <https://www.fl ickr.com/photos/cbnsp/4905602959>.
O cidadão, sensibilizado da necessidade de cuidar dos resíduos que produz 
busca as alternativas para que esses resíduos sejam descartados corretamente. 
A coleta seletiva é uma dessas possibilidades. Essa atitude é considerada uma 
ação ecocidadã.
31
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 1 
Muitas pessoas confundem a coleta seletiva com a reciclagem 
e nomeia de forma incorreta esses dois processos. Esteja atento! 
Quando falamos em coleta seletiva o processo refere-se à separação 
dos materiais que podem ser recicláveis e os que não podem 
ser direcionados para esse fi m. Não há mais a necessidade de 
separação por cores como era feito antigamente, o importante é 
separar plásticos, vidros, papéis e alumíniopara que possam ser 
direcionados à reciclagem. Na reciclagem os materiais previamente 
triados são submetidos ao processo industrial e transformados em 
outros materiais que voltam para circulação comercial. O que é 
possível fazer em escolas, ONGs, condomínios, residências etc. é a 
coleta seletiva.
De acordo com Pereira e Ferreira (2009, p. 17):
O ecocidadão é a pessoa consciente e que busca qualidade 
de vida no planeta Terra. É o indivíduo sintonizado com 
as questões de escassez de água, com o desmatamento 
crescente, com a caça predatória e o tráfi co de animais, com 
os problemas decorrentes do modelo de consumo adotado por 
uma determinada sociedade, que descarta mais e mais lixo no 
planeta, que contamina o ar que todos respiram e que altera 
as condições climáticas, que polui rios, mananciais e mares.
As autoras afi rmam ainda que o interesse pela questão ambiental está 
diretamente vinculado ao interesse pela realização integral do indivíduo como ser 
humano. Para elas, a atitude e postura assumida por um ecocidadão é que será 
capaz de assegurar a qualidade de vida das gerações futuras.
No exemplo utilizado, uma fi gura apresenta resíduos de uso comum 
descartados irregularmente e isso fi ca muito perceptível, por exemplo, se você 
for dar uma volta na praia no fi m de um dia bem quente de verão. A quantidade 
de material inorgânico e orgânico deixado a areia é imensa e não é difícil ter esse 
material caindo no mar. Além da poluição da água temos a vida de muitos seres 
vivos sendo comprometida. Alguns animais confundem a sacolinha plástica com 
alimento e morrem asfi xiados (Figura 9). Outros podem se enroscar em aros 
plásticos ou metálicos e ter um crescimento anormal do corpo. Tudo isso em 
função do comportamento humano.
32
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
As sacolas plásticas demoram cerca de 400 anos para se 
decompor. Enquanto estiverem no meio ambiente estão causando 
prejuízos.
FIGURA 9 - ANIMAIS INTERAGINDO COM SACOLAS PLÁSTICAS
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rotador_com_saco_na_boca.jpg>.
Para Freire (2009 apud PEREIRA; FERREIRA 2009) se para tornar-se 
um cidadão, o indivíduo faz parte de um Estado sujeito aos deveres e direitos 
sancionados por leis que regem e disciplinam a vida de toda comunidade, o que 
se espera é que agora a busca pela melhoria das condições sociais, políticas e 
econômicas, inclua a preservação ambiental, envolvido com as questões de seu 
tempo e lugar, seja também um ecocidadão.
O interesse pela questão ambiental está diretamente vinculado 
ao interesse pela realização integral do indivíduo como ser 
humano. O pouco caso com a questão ambiental denota pouco 
caso com a qualidade de vida. Por isso, é tão importante que 
o cidadão seja hoje, sobretudo, um ecocidadão. A educação 
ambiental é um instrumento de transformação social que 
favorece a aquisição de conhecimento e a prática de atitudes 
ambientalmente corretas. Interessa à educação ambiental 
para uma melhor compreensão dos problemas decorrentes do 
uso inadequado dos recursos naturais e incentivar hábitos e 
comportamentos voltados para um novo modelo de cidadania 
(PEREIRA; FERREIRA, 2009, p.18)
33
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 1 
1 A partir da conceituação de ecocidadão apresentada e sua 
relação com a educação ambiental, analise as sentenças a 
seguir:
I- A instalação de placas para aquecimento solar é uma atitude que 
pode ser considerada ecocidadã mesmo que seja individualmente 
pensada.
II- Uma pessoa que mora com você entrou no banho e já ultrapassou 
15 minutos com o chuveiro ligado. Você bate na porta para 
acelerar o processo e sua intenção é a economia do recurso 
hídrico, pois pensa como um ecocidadão.
III- A educação ambiental favorece a sensibilização dos indivíduos 
para a construção da ecocidadania.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
b) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
c) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença I está correta.
3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E OS 
AMBIENTES FORMAIS
Agora que já conhecemos alguns conceitos ligados à educação ambiental 
e seus aspectos históricos, vamos compreender sua aplicação em diferentes 
espaços.
Desde o desenvolvimento da escrita, a necessidade de comunicação 
passou por diversas transformações, códigos, desenhos e combinações foram 
progressivamente criadas até que, as escolas passam a ser o espaço responsável 
por multiplicar essas ações. Basta lembrar como os primeiros registros surgiram e 
evoluíram, das pinturas rupestres aos papiros até chegarmos nos cadernos e nos 
computadores.
34
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
FIGURA 10 - PRIMEIRAS FORMAS DE ESCRITA
FONTE: <https://pixabay.com/pt/photos/pinturas-rupestres-mural-eua-nevada-3699/>.
Onde aprender tudo isso? Era necessário sistematizar as informações e 
estabelecer uma sequência compreensível a todas as pessoas. Eis que chegamos 
no alfabeto e na necessidade de compartilhar essas informações de maneira 
sistematizada e então as escolas e um sistema educacional para estas e outras 
fi nalidades começa a ser formado.
Falar de educação é voltar um pouco no tempo e compreender as grandes 
transformações ocorridas, como tentativa de adequarmos aos contextos da 
época. Ao mesmo tempo é olharmos para alguns cenários e vermos que pouca 
coisa mudou.
FIGURA 11 - EDUCAÇÃO JESUÍTICA
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_de_Anchieta>.
35
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 1 
FIGURA 12 - ESCOLA ATUAL
FONTE: <https://pixabay.com/pt/photos/universidade-palestra-campus-105709/>.
Os primeiros modelos de escolas no Brasil estavam sob o controle dos 
jesuítas, responsáveis por catequizar os indígenas durante processo de 
colonização do Brasil. As informações estavam de acordo com os interesses 
políticos de Portugal, mas, representava a primeira forma de ensinar algo. 
Tivemos muitas reformas educacionais, criação das escolas de primeiras letras, 
aulas régias, mas, o modelo transmissivo permanecia inalterado. As imagens 
apresentadas como exemplo, com uma grande diferença temporal, representam 
ações educativas pautadas nesse modelo considerado tradicional e que 
contemplam uma tendência pedagógica.
Longe de trazer um relato completo sobre a história da educação no 
Brasil e suas concepções de educação, o objetivo é refl etir sobre o que estes 
modelos representavam e por que se enquadram dentro da abordagem formal da 
educação.
Passamos pelo Movimento da Escola Nova, Manifesto dos Pioneiros e novas 
visões sobre o processo de ensino aprendizagem passaram a fazer parte dos 
espaços formais onde essa ação se desenvolve. Tivemos as vivências sendo 
consideradas, o contexto sendo elemento problematizador para construção de 
aprendizagens e o aluno passando a ser protagonista de tudo isso. Professores 
assumem postura mediadora e a troca de saberes torna-se essencial. Essas ações 
caracterizariam então uma concepção mais construtivista para desenvolvimento 
das aprendizagens. Observe a diferença nas fi guras a seguir:
36
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
FIGURA 13 - CONCEPÇAO TRADICIONAL
FONTE: <https://br.freepik.com/vetores-gratis/modelo-de-sala-de-aula-da-
escola_3861909.htm#page=3&query=sala+de+aula&position=32>.
FIGURA 14 - CONCEPÇÃO CONSTRUTIVISTA
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-premium/as-criancas-na-sala-de-aula-colecionam-
fi guras-do-designer_6181640.htm#page=2&query=sala+de+aula&position=17>.
Mesmo com diferentes concepções sobre o ensino e a aprendizagem o 
espaço onde isso tudo se desenvolve continua sendo o mesmo: as escolas. Os 
atores principais são alunos e professores vinculados a um sistema de ensino com 
regulamentações específi cas, legislações e um currículo como elemento norteador 
e isso caracteriza o que chamamos de espaços formais para a educação.
Para Antunes(2014, p. 11) em sentido vocabular, a palavra “educação” 
nos remete ao ato ou efeito de educar, processos que busca o desenvolvimento 
harmônico das pessoas nos seus aspectos intelectual, moral e físico e sua 
inserção na sociedade.
O desenvolvimento citado por Antunes (2014) quando acontece em um 
espaço escolar, regulamentado para este fi m, e com ações que favorecem a 
construção de novas aprendizagens, refl etem o que chamamos de educação 
formal.
37
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 1 
Segundo Gadotti (2005, p. 2):
A educação formal tem objetivos claros e específi cos e é 
representada principalmente pelas escolas e universidades. 
Ela depende de uma diretriz educacional centralizada como 
o currículo, com estruturas hierárquicas e burocráticas, 
determinadas em nível nacional, com órgãos fi scalizadores 
dos ministérios da educação.
E como a Educação Ambiental insere-se nestes espaços?
Ação docente e prática educativa caminham lado a lado e resultam na escolha 
de recursos, organização de espaços, transposição adequada das informações, e 
muitas outras variáveis que caracterizam esse trabalho.
Para Libâneo (1994, p. 16) é nesse trabalho que os membros da sociedade 
são preparados para participação na vida social. Dessa forma, o autor entende a 
educação como prática educativa necessária e essencial para o funcionamento 
de todas as sociedades.
A prática educativa não é apenas uma exigência da vida em 
sociedade, mas também o processo de prover os indivíduos 
dos conhecimentos e experiências culturais que os tornam 
aptos a atuar no meio social e a transformá-lo em função de 
necessidades econômicas, sociais e políticas da coletividade.
Tendo como característica estrutural a interdisciplinaridade, a educação 
ambiental permeia todas as áreas do conhecimento. A proposta é que seja 
trabalhada com projetos ou ações estratégicas para alcançar os objetivos já 
descritos nesta unidade de estudo.
Durante muito tempo a temática ambiental e, consequentemente, a educação 
ambiental fi cou restrita a ser discutida nas aulas de ciências. É importante pensar 
que não se trata de ter um professor específi co para discutir seus fundamentos e 
conceitos, todos são responsáveis pela construção de atitudes e comportamentos 
refl exivos em prol da melhoria da qualidade do meio. Essas propostas devem ser 
contínuas nos espaços formais e transpor os muros das escolas fazendo diferença 
na vida das pessoas.
Lembre-se de que o trabalho com a educação ambiental possui 
respaldo em legislação específi ca e seus conceitos são obrigatórios 
em todos os níveis e modalidades de ensino.
Quando a escola toda se envolve em um projeto de coleta seletiva, 
por exemplo, o que se espera é que os alunos atuem como agentes 
multiplicadores e isso possa a acontecer também dentro de sua casa. 
Lembre-se de que 
o trabalho com a 
educação ambiental 
possui respaldo em 
legislação específi ca 
e seus conceitos 
são obrigatórios 
em todos os níveis 
e modalidades de 
ensino.
38
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
O mesmo acontece quando um projeto possibilita a implantação de um ecoponto 
na escola para coleta de óleo de cozinha. Temos ainda os mutirões de limpeza 
no entorno da escola. Essas ações não ocorrem desconectadas da realidade, 
são propostas que possuem continuidade e os benefícios contaminam todos que 
estão na escola e fora dela. Mais importante que isso é pensar que possuem 
uma fundamentação teórica, compartilhada entre professores e alunos e agem 
e sabem o porquê dessas ações e isso caracteriza o trabalho com a educação 
ambiental nos espaços formais.
Vale lembrar que, a circulação de informações nas escolas e demais espaços 
formais, ocorre mediada por um currículo defi nido no âmbito federal e, composto 
por uma parte geral e uma parte diversifi cada.
Na parte geral temos as disciplinas regulares como você já conhece bem. 
Na parte diversifi cada temos várias possibilidades de trabalho com temáticas 
interdisciplinares e que envolvem a educação ambiental. Além disso o trabalho 
com os saberes locais é possibilitado, e, neste sentido, as especifi cidades 
da comunidade do entorno podem ser potencializadas para favorecer o 
desenvolvimento das habilidades necessárias para resolução dos problemas, 
presentes neste contexto.
1 A educação formal inclui espaços e ações destinadas para fi ns 
específi cos associados à educação. Com base no exposto, 
analise as opções a seguir e assinale a alternativa CORRETA 
que apresenta um exemplo de espaço formal:
a) ( ) Igreja.
b) ( ) Escolas.
c) ( ) Praça.
d) ( ) Museu.
2 Disserte sobre a diferença principal entre os procedimentos 
adotados no ambiente formal e não formal no que diz respeito às 
práticas de educação ambiental.
R.:____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
________________________
39
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 1 
3.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E OS 
AMBIENTES INFORMAIS
Os espaços informais são todos aqueles onde é possível aprender algo sem 
as amarras de um cumprimento curricular, mas não desconectados da realidade.
Segundo Antunes (2014), o processo educativo passa por inúmeras 
transformações que faz com que este seja ajustado gradativamente aos padrões 
da sociedade. No entanto, esse processo também ocorre na informalidade, no 
cotidiano das pessoas e passa a ser chamado de educação informal.
O termo espaço não formal tem sido utilizado atualmente por 
pesquisadores em Educação, professores de diversas áreas 
do conhecimento e profi ssionais que trabalham com divulgação 
científi ca para descrever lugares, diferentes da escola, onde 
é possível desenvolver atividades educativas (JACOBUCCI, 
2008, p. 55).
Por outro lado, Gadotti (2005, p. 2) afi rma que:
Educação não formal é mais difusa, menos hierárquica e 
menos burocrática. Os programas de educação não formal 
não precisam necessariamente seguir um sistema sequencial 
e hierárquico de “progressão”. Podem ter duração variável, 
e podem, ou não, conceder certifi cados de aprendizagem 
(GADOTTI, 2005, p. 2).
Pensando nas diferentes conceituações de educação em espaços informais 
ou ainda a educação incidental, que acontece naturalmente ao longo da vida, 
vejamos as seguintes situações:
FIGURA 15 - MUSEU DO LOUVRE
FONTE: <https://pixabay.com/pt/photos/paris-museu-do-louvre-escultura-2643586/>.
40
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
FIGURA 16 - BILBIOTECA
FONTE: <https://pixabay.com/pt/photos/biblioteca-livro-
leitura-educa%C3%A7%C3%A3o-488690/>.
Os espaços apresentados nas imagens podem ser considerados formais ou 
não formais? 
Refl ita se são espaços onde as aprendizagens são efetivadas e que tipo de 
processo educativo é desenvolvido.
Tanto uma biblioteca como um museu são considerados espaços informais 
de educação. Nestes locais o conhecimento circula livremente e as informações 
estão ao alcance dos olhos e de acordo com o interesse de cada visitante. Não 
temos um currículo formalizado para ser cumprido nem disciplinas obrigatórias, 
mas temos grande quantidade de informações sendo compartilhadas, inclusive de 
educação ambiental. 
Lembre-se de que a abordagem não tem como foco apenas os 
aspectos naturais. A história de uma região pode sensibilizar para a 
necessidade de preservação dos seus recursos.
Neste mesmo segmento temos os zoológicos, jardins botânico, 
centros históricos, parques, mananciais e outros espaços com grande 
circulação de pessoas onde seja possível divulgar informações e 
propor medidas que mostrem a importância da preservação, sendo 
considerados espaços não formais onde a educação ambiental se faz 
presente.
Segundo Libâneo (1994, p. 18):
Podemos falar em educação não-formal quando se trata 
de atividade educativa estruturada fora do sistemaescolar 
convencional.
[...] as formas que assume a prática educativa, sejam não-
Lembre-se de que 
a abordagem não 
tem como foco 
apenas os aspectos 
naturais. A história 
de uma região pode 
sensibilizar para 
a necessidade de 
preservação dos 
seus recursos.
41
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 1 
intencionais ou intencionais, formais ou não-formais, escolares 
ou extraescolares, se interpenetram. O processo educativo, 
onde quer que se dê, é sempre contextualizado social e 
politicamente; há uma subordinação à sociedade que lhe faz 
exigências, determina objetivos e lhe prevê condições e meios 
de ação.
1 Os espaços informais são aqueles onde as informações circulam 
livremente sem um currículo predeterminado e, por esse motivo, 
não representam nenhuma preocupação e nem relação com 
o que acontece nos espaços formais. Sobre essa afi rmação, 
assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Ela é verdadeira tendo em vista a separação nítida do que 
acontece nos dois espaços.
b) ( ) Ela é verdadeira pois a atuação docente está relacionada ao 
currículo formal onde as disciplinas escolares são inseridas.
c) ( ) Ela é falsa pois o que acontece no entorno da escola, em 
outros espaços e contextos fundamentam aprendizagens 
escolares.
d) ( ) Ela é falsa se considerarmos apenas os espaços formais.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Para que a importância do trabalho com a educação ambiental possa ser 
conhecida e pensada na formação de professores é necessário, primeiramente, 
conceituá-la e compreender não apenas seus princípios, como também as 
possibilidades de desenvolvimento em espaços formais e não formais. 
Mesmo não sendo uma disciplina curricular obrigatória, suas propostas 
envolvem uma mudança de comportamento cujos conhecimentos são essenciais 
para atender as presentes e futuras gerações.
A partir de seu conceito, dois princípios devem ser internalizados: 
sensibilização e mudança de comportamento. Apenas a fundamentação teórica 
já não permite mais que a emergência planetária na qual estamos envolvidos seja 
solucionada ou pelo menos amenizada.
42
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
A percepção de que os problemas ambientais estão presentes em vários 
espaços onde atuamos e convivemos diariamente cria a relação de pertencimento 
e corresponsabilidade que permite a busca por melhorias. Pensar nesta 
coletividade e, ações mais signifi cativas, duradouras e contextualizadas faz parte 
do cenário onde a educação ambiental deve ser desenvolvida.
Associado a este conceito, apresentamos também o termo ecocidadão 
ou ainda ecocidadania. Formar para a ecocidadania é buscar incansavelmente 
essa mudança de comportamento, é analisar nossas ações individualmente 
conseguindo transpô-las para diferentes espaços em busca da melhoria da 
qualidade de vida de todos.
O histórico da educação ambiental nos mostra que apenas a partir de 
desastres ambientais de grande porte é que o mundo começa a olhar para o 
meio ambiente de outra forma. A Revolução Industrial agravou em diferentes 
níveis esses problemas e de lá para cá, a natureza é criminosamente explorada 
como fonte inesgotável de recursos naturais. A ação degradante e consumista da 
humanidade afeta também as relações sociais e tudo entra em colapso. 
O desequilíbrio do meio é um desequilíbrio da humanidade e mesmo com 
todos os encontros, discussões, legislações e demais caminhos trilhados ao 
longo dos anos, muitas propostas fi caram limitadas ao papel e na prática pouco 
avançamos.
Torna-se necessário que os profi ssionais em processo de formação 
incorporem essas informações e as multiplique, disseminando a semente da 
sensibilização e da mudança. O desenvolvimento sustentável não pode ser 
encarado apenas como marketing ambiental e a educação ambiental não pode 
ser apenas implantada como forma de atender a legislação desenvolvendo ações 
isoladas e sem continuidade.
Seja em espaços formais ou não formais, seus conhecimentos estão 
presentes. Os espaços formais, ou seja, as escolas institucionalizadas para 
desenvolver os processos educacionais precisam, por força de lei, trabalhar a 
educação ambiental de maneira interdisciplinar. Já os espaços não formais como 
museus, zoológicos, bibliotecas, entre outros, devem propor o movimento pela 
educação ambiental como forma de sensibilizar as pessoas sobre a necessidade 
de preservação.
O desafi o é grande, tendo em vista alguns hábitos e costumes fortemente 
arraigados ao desenvolvimento humano. Apenas quando as pessoas forem 
sensibilizadas, conhecerem os problemas presentes em seu contexto e se 
incomodarem com isso é que ações poderão ser desenvolvidas. A mudança 
43
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 1 
de comportamento é uma emergência e para que isso aconteça, a educação 
ambiental é ferramenta essencial.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, C. Introdução à educação. São Paulo: Paulus, 2014.
BRASIL. Políticas de melhoria da qualidade da educação - Educação 
Ambiental. 2002. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Relat.
pdf. Acesso em: 16 dez. 2019.
BRASIL. Lei n. 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação 
ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras 
providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm. 
Acesso em: 27 maio. 2019.
BRASIL. Constituição Federal. Dispõe sobre a Constituição da República 
Federativa do Brasil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 5 jun. 2019.
BRASIL. Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política 
Nacional do Meio Ambiente, seus fi ns e mecanismos de formulação e aplicação, 
e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/
L6938.htm. Acesso em: 2 dez. 2019. 
BRASIL. Lei n. 9795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação 
ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras 
providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm. 
Acesso em: 16 dez. 2019.
BRASIL. Lei n. 11.936 de 14 de maio de 2009. Proíbe a fabricação, a 
importação, a exportação, a manutenção em estoque, a comercialização e o 
uso de diclorodifeniltricloretano (DDT) e dá outras providências. Disponível em: 
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2009/lei-11936-14-maio-2009-588179-
norma-pl.html. Acesso em: 16 dez. 2019.
BRASIL. Histórico da Educação Ambiental. 2019. Disponível em: http://portal.
mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoambiental/historia.pdf. Acesso em: 2 jun. 
2019.
BRASIL. Carta de Belgrado. 2019. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/
arquivos/pdf/CBelgrado.pdf. Acesso em: 16 dez. 2019.
44
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
CONAMA. Resolução Conama n. 1, de 23 de janeiro de 1986. Publicada no 
DOU, de 17 de fevereiro de 1986, Seção 1, páginas 2548-2549. Disponível 
em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_
CONS_1986_001.pdf. Acesso em: 4 dez. 2019.
GADOTTI, M. (trad) A questão da educação formal/não formal. Institut 
international des droits de l’enfant (IDE) Droit à l’éducation: solution à tous les 
problèmes ou problèmes nas solution? Sion (Suisse), 18 au 22 octobre. 2005. 
HOGAN, D. J. População e Meio Ambiente: a emergência de um novo 
campo de estudos. In: HOGAN D. J. (Org.) Dinâmica populacional e mudança 
ambiental: cenários para o desenvolvimento brasileiro. Campinas: Núcleo de 
Estudos de População-Nepo, 2007. p.13-49.
JACOBUCCI, D. F. C. Contribuições dos espaços não formais de educação 
para a formação da cultura científi ca. In: Em Extensão, Uberlândia, v. 7, 2008, 
p. 55-56. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/revextensao/article/
view/20390/10860. Acesso em: 15 jun. 2019.
LAYRARGUES, P. P. Educação Ambiental como compromisso social: o 
desafi o da superação das desigualdades. Cap. 1. In: Loureiro, C. F. B. et al. 
Repensar a Educação Ambiental: umolhar crítico. São Paulo: Cortez, 2009.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994
LOUREIRO, C. F. Trajetória e Fundamentos da Educação Ambiental. 4. ed. 
São Paulo: Cortez, 2012.
LOUREIRO, C. F.; TORRES, J. R. (orgs). Educação Ambiental: dialogando com 
Paulo Freire. São Paulo: Cortez, 2014.
ONU. Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento 
Sustentável. 2015. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/pos2015/
agenda2030/>. Acesso em: 4 dez. 2019.
ODUM, E. P. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara S.A, 1983. 
PEREIRA, D. S.; FERREIRA, R. B. Ecocidadão. Cadernos de Educação 
Ambiental. São Paulo: SMA/CEA. 2008.
PNUMA. Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. 1972. 
Disponível em: https://nacoesunidas.org/agencia/onumeioambiente/. Acesso em: 
26 nov. 2019.
45
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 1 
SILVA, E. S. E.; RODRIGUES, K. A.; SOUZA, K. R.; BRUTTO, M. B.; ESMÉRIO, 
M. Política Pública de Educação Ambiental da Secretaria de Estado de 
Educação do Rio Grande do Sul. In. KINDEL, E. A. I et al. Educação Ambiental: 
vários olhares e várias práticas. Porto Alegre: Mediação, 2004.
ONU. Objetivos do Desenvolvimento sustentável - Agenda 2030. 2014. 
Disponível em: https://nacoesunidas.org/conheca-os-novos-17-objetivos-de-
desenvolvimento-sustentavel-da-onu/. Acesso em: 16 de dez. 2019.
ONU. Nosso Futuro Comum. 2019. Disponível em: https://nacoesunidas.org/
acao/meio-ambiente/. Acesso em: 26 nov. 2019.
46
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
CAPÍTULO 2
ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
Saber:
 Relatar os aspectos legais norteadores das ações de educação ambiental.
Fazer:
 Discutir os principais aspectos da educação ambiental presente em documentos 
legais.
 Analisar a presença da temática em diferentes documentos.
 Constatar a importância deste trabalho para melhoria da qualidade de vida e 
construção de ações mais sustentáveis.
48
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
49
ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 2 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Como apresentamos no capítulo anterior, a educação ambiental se constituiu 
ao longo do tempo a partir de inúmeras discussões e da percepção que as próprias 
pessoas tiveram sobre a necessidade de mudar hábitos e costumes em prol da 
melhoria da qualidade do meio e de sua própria qualidade de vida. Internalizar 
essas atitudes passou a ser uma emergência para a própria sustentabilidade 
do planeta que não possui mais capacidade de carga para suportar todas as 
transformações que continuam sendo desenvolvidas.
A capacidade de carga refere-se ao limite suportável para que o 
desenvolvimento do meio possa se manter. Refere-se a espaço, ocupação e 
disponibilidade de recursos naturais. 
O grande desafi o posto é alinhar as necessidades de desenvolvimento social 
e econômico com o equilíbrio do meio segundo o pilar da sustentabilidade que 
fala sobre ações economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente 
corretas. Essas características fazem parte dos pilares da sustentabilidade e 
norteiam as ações na área ambiental.
Neste cenário, os espaços formais são locais privilegiados para multiplicação 
de informações que objetivem a sensibilização para que todos se sintam 
envolvidos e responsáveis pela mudança.
O grande desafi o é entender essa necessidade e mobilizar-se com ações 
signifi cativas para este fi m, pois, questões culturais, os velhos hábitos e nem 
sempre perceber-se como parte dos problemas é algo muito comum entre as 
pessoas.
Pensar na educação ambiental é romper com tudo isso e olhar de forma 
diferente, pensar como um verdadeiro ecocidadão e principalmente agir, pois de 
nada adianta a informação ser contextualizada se ela não refl etir em mudança de 
comportamento.
Para alinhar esses discursos e as práticas, como não é uma disciplina 
obrigatória como acontece com ciências, matemática e história, por exemplo, 
legislações e outros documentos norteadores existem e contribuem para que 
propostas pedagógicas possam ser pensadas com mais critério.
Conhecer e compreender a Política Nacional de Educação Ambiental, 
os Parâmetros Curriculares Nacionais e a Base Nacional Comum Curricular 
contribuem para o desenvolvimento deste trabalho que pode ser potencializado a 
partir da formação continuada de professores.
50
 Inserção Curricular da EA e a Formação de ProFessores
2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL
A temática ambiental ganha destaque em todo território nacional a partir da 
Constituição Federal de 1988 que destina um capítulo específi co para tratar do 
meio ambiente afi rma que:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade 
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações (BRASIL, 1988).
Para garantir a preservação da qualidade do meio, o equilíbrio que está 
expresso na constituição e ainda garantir o uso dos recursos naturais para as 
presentes e futuras gerações, algumas ações devem ser pensadas e planejadas 
para este fi m. Entre elas destacam-se: VI - promover a educação ambiental em 
todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio 
ambiente (BRASIL, 1988).
Dessa forma, documentos foram criados para contribuir com o que, desde 
1988, era solicitado pela Constituição.
Uma das discussões atreladas a esta necessidade gira em torno da 
obrigatoriedade deste trabalho. Alguns defendem que a Educação Ambiental deve 
ser colocada como um componente curricular e outros entendem a necessidade 
deste trabalho permeando todas as áreas do conhecimento e modalidades de 
ensino.
Para compreender as modalidades de ensino praticadas 
atualmente a leitura da Lei de Diretrizes e Bases da Educação é 
indispensável. Desde 1996, a educação, em todo território brasileiro, 
é organizada em Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino 
Fundamental II, Ensino Médio e depois de concluída a Educação 
Básica temos a continuidade dos estudos podendo ser desenvolvida 
no Ensino Superior. Essa organização passou por muitas mudanças 
desde a primeira LDB em 1961, depois com a LDB nº 5692 de 1971 
e atualmente é regida pela legislação, disponível no link: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm>. Vale a pena relembrar!
51
ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Capítulo 2 
Para complementar a essa ideia, Lindner (2006 p.18) afi rma que:
Assim, acredito na educação ambiental como uma nova 
fi losofi a de vida e que deve permear o nosso fazer científi co 
e acadêmico. Não como uma educação apenas ecológica que 
busca, no conhecimento das relações entre seres vivos e seu 
ambiente natural, explicações parciais para fatos observáveis. 
Não como atividades esporádicas que coloquem as pessoas 
em contato com a natureza por um tempo limitado de suas 
vidas. Não como uma disciplina a ser inserida nos currículos 
escolares e que pode se perder em mais um dos compartimentos 
de nossa prática cartesiana. Um trabalho amplo, com auxílio 
mútuo entre pesquisadores naturais e sociais, deve se tornar 
frequente, permitindo um enriquecimento na pesquisa em 
ciências ambientais (LINDNER 2006 p.18).
No entanto, por que não considerar uma disciplina curricular? Estando na 
formação básica do currículo, não teríamos a garantia de que as informações 
chegariam até as pessoas?
Os defensores dessa ideia afi rmam que, ao se tornar uma disciplina 
obrigatória a sensibilização poderia fi car secundária e ações mecanizadas, 
decoradas para uma situação específi ca, não alcançariam os objetivos de 
mudança que tanto se necessita. 
Não se trata de aprender mais ou menos, mas sim de internalizar ações 
efi cazes na transformação do meio. Para que esta percepção se torne presente

Outros materiais