Pressupostos de Admissibilidade dos Recursos - Processo Civil

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Pressupostos de Admissibilidade dos Recursos (Recursos - Processo Civil) 1
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Pressupostos de 
Admissibilidade dos Recursos 
(Recursos - Processo Civil)
Também pode ser chamado por alguns doutrinadores como "Requisitos" de 
admissibilidade dos recursos.
Para que os recursos venham a produzir seus efeitos, é necessário que estejam 
presentes os pressupostos de admissibilidade.
Ou seja, para que ele possa ser analisado pelo Tribunal, é necessário pressupor que o 
recurso está admissível.
A doutrina divide os pressupostos de admissibilidade em Intrínsecos e Extrínsecos.
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
Relacionam-se com a existência do próprio direito de recorrer.
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Só é possível demonstrar os pressupostos intrínsecos se o indivíduo possuir o 
interesse e a legitimidade de recorrer, como também se o recurso for cabível.
São 4:
Interesse Recursal
Pode ser comparado ao interesse de agir, que é condição da ação representado pelo 
binômio utilidade + necessidade. Isto é, o recurso deve ser útil e necessário. 
O indivíduo só poder interesse recursal, caso seja a parte que perdeu, ou seja, o 
sucumbente. (A parte que ganhou não possui interesse recursal).
Deve-se considerar o interesse recursal também pelo Ministério Público, pois ele 
também pode ser titular do direito de recorrer, possuindo interesse quando for parte ou 
fiscal da ordem jurídica (custos legis).
Quando ele atuar como custos legis, ele vai ter interesse quando houver:
ofensa ao direito objetivo (lei material ou processual);
ofensa ao interesse público e ao regime democrático de direito.
Legitimidade Recursal
Assemelha-se com a legitimidade ad causam, que também é condição da ação. 
Neste caso, o direito de recorrer pertence somente a certas pessoas em determinadas 
condições. 
Art. 996, CPC. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, 
pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte 
ou como fiscal da ordem jurídica.
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Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade 
de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação 
judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir 
em juízo como substituto processual.
Ou seja, o terceiro deve demonstrar que tem legitimidade para recorrer, provando 
que aquela decisão atingiu a sua seara de direitos.
Cabimento
Ligado intimamente ao princípio da unirrecorribilidade, pois diz respeito à previsão 
legal e à adequação recursal. “É a chave e fechadura”. Para cada decisão, há um 
recurso cabível. É interpor o recurso correto. 
Embora exista o princípio da fungibilidade (que é uma exceção) e, por isso, necessita 
de dois requisitos: a dúvida objetiva sobre a modalidade de recurso adequada + a 
existência de erro grosseiro na interposição do recurso.
Inexistência de fato extintivo do direito de recorrer
Pressuposto de admissibilidade intrínseco NEGATIVO (-), pois exige que não exista 
algo que impeça o direito de recorrer. 
RENÚNCIA ▶ Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer 
independe da aceitação da outra parte. 
💡 O recurso é um ônus processual, você recorre se quiser. 
 
Renúncia e desistência são a mesma coisa: a pessoa interpõe o recurso, 
porém, posteriormente, desiste dele. Para isso, não precisa da aceitação da 
outra parte.
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ACEITAÇÃO TÁCITA ▶ Art. 1.000. A parte que aceitar expressa 
ou tacitamente a decisão não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem 
nenhuma reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer.
💡 Esse parágrafo é mal redigido, mas trata da aceitação tácita ou expressa à 
renúncia do direito de recorrer. 
 
 Aceitação: é antes da interposição do recurso. Ela pode ser: 
 
- Expressa: por exemplo, o indivíduo não recorreu e depositou os 1.000 
reais fixados na sentença ou advogado do sucumbente redige uma petição 
ao juiz no PJE dizendo que abdica do prazo recursal. 
 
- Tática: por exemplo, o indivíduo não faz nada e deixar o prazo de recurso 
expirar até ter que quando chegar a intimação e ele pague as custas. "ficar 
inerte, não recorrer, deixar o prazo transcorrer in albis"
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
Relacionam-se ao EXERCÍCIO do direito de recorrer. São 3:
Regularidade formal
Consiste na observação do procedimento legalmente estabelecido nas normas 
processuais para o processamento do recurso, ou seja, o recorrente tem que seguir o 
procedimento adequado para interpor aquele recurso.
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Tempestividade
Consiste no cumprimento do prazo legal previsto para interposição de cada recurso. 
Quando começa a contar o prazo para interpor recurso?
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data 
em que os advogados, a sociedade de advogados, a 
Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério 
Público são intimados da decisão.
§ 1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em 
audiência quando nesta for proferida a decisão.
§ 3º No prazo para interposição de recurso, a petição será 
protocolada em cartório ou conforme as normas de organização 
judiciária, ressalvado o disposto em regra especial.
💡 Hoje é realizada de maneira eletrônica, através do PJE.
§ 4º Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo 
correio, será considerada como data de interposição a data de 
postagem.
💡 "pelo correio". O CPC está desatualizado ainda se referindo ao processo 
físico. Porém, eles ainda existem. Em razão da demora, a data que se conta 
como interposição do recurso é a de quando ele fora postado nos correios.
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§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor 
os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.
💡 Prazo geral dos recursos: 15 dias; 
Embargos de declaração: 5 dias.
§ 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato 
de interposição do recurso. 
💡 Por exemplo, se no último dia de interposição para o recurso, for feriado 
local, como o do dia 8 de setembro (Feriado da Padroeira de Serra Talhada), 
deve-se comprovar este feriado com certidão emitida pela Prefeitura.
Art. 1.004. Se, durante o prazo para a interposição do recurso, 
sobrevier o falecimento da parte ou de seu advogado ⚰ ou 
ocorrer motivo de força maior que suspenda o curso do processo, 
será tal prazo restituído em proveito da parte, do herdeiro ou 
do sucessor, contra quem começará a correr novamente 
depois da intimação.
Preparo
Para recorrer, a parte deve fazer o preparo. O que é isto? Pagar as custas do processo. 
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente 
comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o 
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respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, 
sob pena de deserção.
💡 Destrinchando o artigo...
"comprovar o preparo". Como fazer isso? O advogado deverá gerar uma 
guia, que possui o valor do recurso (esse cálculo é feito em razão do valor da 
causa). O próprio site do TJ irá gerar a guia com o valor que o advogado 
deverá pagar. Após isso, deve-se anexar o comprovante de pagamento 
das custas a sua petição interposição de recurso. 
 
"inclusive porte de remessa e de retorno": o código está remetendo ao 
processo físico, o porte de remessa e retorno é a quantia devida para custear 
o deslocamento do processo até o STJ e devolução ao tribunal de origem. 
 
"sob pena de deserção": é quando o recurso é considerado deserto, seco, 
sem água. Aquele que não pode ser julgado. 
 O que acontece caso não seja anexado o preparo + porte de remessa e retorno? 
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do 
recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e 
de retorno, seráintimado, na pessoa de seu advogado, para 
realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. 
💡 Este parágrafo é um alívio realizado pelo legislador no novo CPC, uma vez 
que não será declara a deserção de maneira imediata, mas sim o advogado 
ainda será intimado para pagar as custas em dobro. 
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Quem é dispensado de preparo?
§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de 
retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela 
União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e 
respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.
💡 "pelos que gozam de isenção legal": se refere a quem é beneficiário da 
justiça gratuita.
O que acontece se não for pago o valor do preparo de maneira integral?
§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de 
remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, 
intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no 
prazo de 5 (cinco) dias. 
💡 Neste caso, estabelece-se um prazo de 5 dias para completar o valor, 
contado da data da intimação do advogado. Por exemplo, se o preparo era 
de 200R$, mas só foi pago 100R$, deverá ser suprido os outros 100R$. 
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno 
no processo em autos eletrônicos. 🖥
Por fim, para que um recurso ser conhecido e julgado, é necessário que estejam 
presentes todos esses pressupostos de admissibilidade, porém nada tem a ver com o 
mérito. Este será analisado posteriormente.
O recurso precisa ser conhecido (preencheu os pressupostos de admissibilidade) e 
provido (quando é aceito o mérito).
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