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Alegações Finais - DEFESA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR (A) DOUTOR (A) JUÍZ (A) DE DIREITO DA VARA 
DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE DOURADOS/MS 
 
 
 
 
Autos n°: 0002021-21.2021.8.12.0001 
Autor: Ministério Público Estadual 
Réu: Ederson 
 
 
EDERSON, já qualificado nos autos, por meio de sua advogada que esta 
subscreve, vem mui respeitosamente à presença de V. Exa, oferecer ALEGAÇÕES FINAIS 
SOB A FORMA DE MEMORIAIS, nos termos do Art. 403, §3º do Código de Processo 
Penal, consoante abaixo delineado: 
 
1- BREVE SINTESE DOS FATOS 
 
O acusado foi denunciado pelo Ministério Publico pela suposta prática das 
condutas ilícitas tipificadas no artigo 121, inciso II e IV, do Código Penal. 
A denúncia foi recebida em 31.08.2021 e o réu foi regularmente citado e 
apresentou resposta a acusação em 12.09.2021. 
Recebida a peça acusatória pelo Magistrado, foi determinado o prosseguimento do 
feito e designada a audiência para o dia 09.10.2021. Na oportunidade, foram ouvidas as 
testemunhas. 
Encerrada a instrução, foi determinada a remessa dos autos à acusação para 
apresentação de alegações finais, seguida pela apresentação de memoriais do acusado, os 
quais ora apresenta-os. 
 
2- DO MÉRITO 
 
2.1 – AUSÊNCIA DE PROVAS 
 
 
 
Faz-se necessário em um primeiro momento salientar a errônea acusação 
imputada ao acusado demonstrando que a prova judicializada, é completamente estéril e 
infecunda, no sentido de corroborar com a exordial acusatória, ante a manifesta anemia 
probatória hospedada na presente demanda. 
Para referendar-se uma condenação na esfera penal, é necessário que a autoria e a 
culpabilidade resultem incontroversas. Contrário senso, a absolvição se impõe por critério de 
justiça, visto que, o ônus da acusação recai sobre o artífice da peça acusatória. 
Entretanto, as provas carreadas aos autos são frágeis e de pouco valor, haja vista 
que uma das testemunhas não conseguiu reconhecer o acusado e que a prova oral produzida 
não comprova a autoria do acusado. As testemunhas não apontam o apelante como autor do 
crime. 
Ademais, todos os termos de declarações encartado aos autos demonstram com 
clareza a inexistência de indícios suficientes de autoria que possa ensejar um decreto 
condenatório, além do que, no caso dos autos, todo o conjunto probatório reúne 
apenas depoimentos de quem ouviu dizer algo, sendo forçoso reconhecer sua eficiência para 
comprovar a autoria do delito, sendo este o entendimento maciço da jurisprudência. 
Assim, não se pode perder de vista que a pronúncia deve sempre resultar de 
provas tranquilas, convincentes e certas. Na dúvida é preferível a IMPRONÚNCIA do 
acusado, visto que tal posicionamento é manifestação de um imperativo da justiça. 
 
3 – PEDIDO SUBSIDIÁRIO 
 
3.1 – DO AFASTAMENTO DAS QUALIFICADORAS - MOTIVO FÚTIL E 
RECURSO QUE TORNA IMPOSSÍVEL A DEFESA DO OFENDIDO 
 
Para ser admitida a circunstância qualificadora na sentença de pronúncia, exige-se 
o vislumbre existência de fortes indícios do cometimento do delito de maneira qualificada, 
incumbido de maior reprovabilidade. 
O reconhecimento da prática do crime de homicídio qualificado por motivo fútil 
é, no caso em tela, extremamente questionável. Por certo, é considerado motivo fútil a 
justificativa descabida de se chegar ao resultado morte. 
O parquet, em sua peça de ingresso, destaca, que por se tratar de uma mera dívida 
por um ferro de passar, ressalta essa pretensão como motivo fútil. 
 
 
 Entretanto, equivocadamente, almeja a majoração da pena, por decorrência de 
motivo fútil, confundindo, porém, com a ausência de razão para evento morte. 
O crime sempre tem uma motivação, de modo que desconhecer a razão que levou 
o agente a cometê-lo jamais deveria ser considerado motivo fútil. Uma pessoa somente é 
capaz de cometer um delito sem qualquer fundamento se não for normal, merecendo, nesse 
caso, uma avaliação psicológica, com possível inimputabilidade. 
Ainda, sobre a alegação de motivo fútil que ensejou o cometimento do delito, 
Nucci esclarece: 
 
[...] todo homicídio tem um motivo, cumprindo ao Estado descobri-lo, 
para poder valorá-lo, subsumindo-o ao tipo penal incriminador, seja 
como simples, qualificado ou privilegiado. O desconhecimento do 
motivo do agente para matar a vítima circunscreve a imputação 
no caput no art. 121, vale dizer, homicídio simples. A ignorância 
do real móvel do crime jamais pode ser base para insculpir a 
acusação qualificada, calcada no motivo fútil, pois seria uma 
responsabilidade objetiva, fruto da ilação de terceiros, 
incompatível com o efetivo querer do autor”. (grifei) 
 
 
Quanto à imputação da circunstância qualificadora prevista no artigo 121, IV do 
Código Penal, qual seja o homicídio qualificado por meio que dificulte ou torne impossível a 
defesa da vítima, ressalta-se que não deve prosperar a pretensão aduzida pela acusação, visto 
que não comprova nos autos que o réu tenha abordado a vítima de maneira despreparada, 
inesperada, mediante traição, espreita ou mesmo dissimulação. 
Portanto, não há razão para enquadrar a conduta como homicídio qualificado e 
também não houve a comprovação do animus necandi por parte do denunciado, por isso 
ausentes as qualificadoras essas são manifestamente improcedentes. 
 
DO PEDIDO 
 
Ante o exposto, a defesa, a fim de alcançar a mais LEGÍTIMA JUSTIÇA, requer 
que Vossa Excelência digne-se de: 
 
 
a) a IMPRONÚNCIA do acusado, dando-se por improcedente os termos 
narrados na acusatória, em razão da inexistência de suporte probatório mínimo a indicar a 
autoria do crime; 
b) como pedido subsidiário deseja o afastamento das qualificadoras, haja vista a 
não incidência destas no caso em tela. 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Campo Grande/MS, 26 de outubro de 2021. 
 
ADVOGADA XXXX 
OAB/MS nº xxxxx 
(Assinado por Certificação Digital)

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