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HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL Autor :Flávia Barbosa OBJETIVO: Conhecer a história das políticas de saúde no Brasil com a finalidade de colaborar com a formação de opinião e crítica a respeito do passado, presente e futuro da saúde pública no país. A CRISE NO SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO · Filas frequentes de pacientes nos serviços de saúde; · Falta de leitos hospitalares para atender a demanda; · Escassez de recursos financeiros, materiais e humanos para manter os serviços de saúde; · Atraso no repasse dos pagamentos do MS para os serviços conveniados; · Baixos valores pagos pelo SUS aos diversos procedimentos médicos-hospitalares; Aumento de incidência e o ressurgimento de diversas doenças transmissíveis; Denúncias de abusos cometidos pelos planos privados. HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE: PREMISSAS · Relaciona-se com a evolução político-social e econômica; · A saúde nunca ocupou lugar central dentro da política do estado brasileiro; · O processo evolutivo sempre obedeceu à ótica do capitalismo na sociedade brasileira; · As ações de saúde propostas pelo governo sempre incorporaram os problemas de saúde de grupos sociais importantes; · A conquista dos direitos sociais tem sido sempre uma resultante do poder de luta e organização dos trabalhadores. DA COLONIZAÇÃO À REPÚBLICA Medicina exercida por poucos médicos, cirurgiões e boticários de formação europeia, em cidades grandes e para a elite; As ações dos poderes públicos se restringiam a arte de curar; · 1832: Faculdades de medicina na BA e RJ, mas sem mudança no cenário; · Meados Séc XIX: crise sanitária e degradação do quadro sanitário no país (epidemia de febre amarela e varíola); · 1849-1851: Junta Central de Higiene Pública (polícia sanitária – limpeza e aeração urbana, vacinação antivariólica); DA COLONIZAÇÃO À REPÚBLICA · Dinamisno da economia agroexportadora e expansão da lavoura cafeeira; · Crescimento do setor de serviços, riqueza proveniente do setor café favorecia a troca de bens, estímulo à urbanização; · Crescente utilização da mão-de-obra imigrante trazida para o Brasil; DA COLONIZAÇÃO À REPÚBLICA · 1896: Reforma da Saúde Pública - Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP) · Direção dos serviços sanitários dos portos marítimos e fluviais; · Fiscalização do exercício da medicina e farmácia; · Estudos sobre doenças infecciosas; · Auxílios aos Estados em movimentos epidêmicos. REPÚBLICA - PRIMEIRAS DÉCADAS · Novas ondas de epidemias no RJ: varíola, malária, febre amarela, peste bubônica; · Reformas urbanas e saneamento; · Oswaldo Cruz: diretor DGSP, propôs a erradicar a febre amarela, a peste e a varíola: campanhas sanitárias, cujo uso da força e da autoridade eram instrumentos preferenciais de ação; REPÚBLICA - PRIMEIRAS DÉCADAS Insatisfação da população que se agrava com a Lei Federal 1261/1904: vacinação obrigatória contra varíola (Revolta da vacina); Transformação do perfil epidemiológico do RJ: controle da Febre Amarela e da Peste; · Ações de Saúde Pública voltadas para as grandes cidades, deixando às margens todo o interior do país; · Publicização da situação levou a algumas iniciativas para o saneamento rural. REPÚBLICA - PRIMEIRAS DÉCADAS · Movimento para Saneamento Rural tinha a criação de um Ministério da Saúde como principal objetivo; · 1919: Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP): direção de Carlos Chagas; · Educação sanitária na técnica rotineira de ação, inovando o modelo campanhista de Oswaldo Cruz que era puramente fiscal e policial; · Normatização das construções rurais para impedir a proliferação da Doença de Chagas; · Inspetoria de Higiene Industrial e Alimentar e de Profilaxia da Tuberculose. O NASCIMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL · Industrialização + urbanização + péssimas condições de trabalho; · Surgimento de movimentos operários; · 1923: Lei Elói Chaves (marco inicial da Previdência Social) · Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP): organizadas por empresas para os trabalhadores urbanos; · Sua criação não era automática (mobilização e organização dos trabalhadores); · CAP: mantidas por empregados, empresas e consumidores dos serviços das mesmas; · Socorro médico/medicamentos/aposentadoria/pensão para seus herdeiros em caso de morte. A ERA VARGAS (1930-1945/1951-1954) 1930: Criação de Ministério da Educação e Saúde Pública e reforma dos serviços sanitários do país (BARTOLLI FILHO, 2011); Substituição das CAP pelos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP), organizados por categorias profissionais; · Constituição 1934: assistência médica, licença à gestante trabalhadora, jornada de 8h e salário mínimo; · 1934: CLT. · 1951-1954: 2º Governo Vargas (Política de Saúde subordinada ao progresso da nação); · 1950: 2ª Conferência Nacional de Saúde (condições de higiene e de segurança no trabalho, assistência médico-sanitária e preventiva para trabalhadores e gestantes e malária); · 1953: Criação do Ministério da Saúde: sem uma nova postura do governo e preocupação em atender aos importantes problemas de saúde pública; · 1956: Departamento Nacional de Endemias Rurais (serviços de febre amarela, malária e peste) A SAÚDE PÚBLICA NA ERA PÓS VARGAS · 1960: Lei Orgânica da Previdência Social · Trabalhadores no regime CLT (exceção dos trabalhadores rurais, empregados domésticos e servidores públicos); · 1964: Golpe militar (efeitos negativos sobre o MS com redução das verbas destinadas à saúde pública) · Aumento dos casos de dengue, meningite e malária. · 1966: Criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) · Centralização administrativa, financeira e uniformização dos benefícios dos segurados; · Tendência à universalização da cobertura: ampliação da abrangência das ações e incorporação de segmentos de trabalhadores: acidentes de trabalho (1967); Programa de Assistência ao Trabalhador Rural e Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (1971), empregadas domésticas (1972) e trabalhadores autônomos (1973); · Não contribuintes; · Características da Previdência Social (OLIVEIRA; TEIXEIRA, 1986): · Extensão da cobertura Previdenciária para trabalhadores urbanos formalmente inseridos; · Prática médica individual, assistencialista; · Estímulo à criação de um complexo médico-industrial; · Padrão de organização da prática médica orientada para lucratividade do setor saúde, incorporando modelo capitalista (contratação de serviços de terceiros). · Medicina de Grupo: modalidade sustentada pela Previdência · 1978: complexidade leva criação do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) A SAÚDE PÚBLICA NA ERA PÓS VARGAS · 1981: crise da previdência torna-se pública · Implantação do Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária (CONASP): propor medidas racionalizadoras para conter os gastos da Previdência com assistência médica; · 1983: criação das Ações Integradas de Saúde (AIS) – projeto interministerial [Saúde, Assistência Social e Previdência]: modelo que incorporava ao setor público integração das ações curativas, preventivas e educativas; · Estratégias para unificação do sistema de saúde TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA E CRIAÇÃO DO SUS (1985-1990) · 1985: Movimento das DIRETAS JÁ e eleição de Tancredo Neves marcaram o fim do regime militar; · Movimentos sociais inclusive na área de saúde e a grande mobilização nacional por ocasião da realização da VIII Conferência Nacional de Saúde; 1987: Criação do Sistema Único Descentralizado de Saúde (SUDS); · 1988: Criação do Sistema Único de Saúde (SUS). REFERÊNCIAS · GIOVANELLA, L; LOBATO, L.V.C, NORONHA, J.C, CARVALHO, A.I. Políticas e Sistema de Saúde no Brasil. 2ª Edição revista e ampliada. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2012. · POLIGNANO, M. V. História das políticas de saúde no Brasil: uma pequena revisão. Disponível em: http://www.medicina.ufmg.br/dmps/internato/saude_no_brasil.rtf · ROSEMBURG, A. M. F. A. Breve história da Saúde Pública no Brasil. Epidemiologiae Saúde.
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