Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Solventes e Solubilizantes ❖ A água é o solvente ou veículo mais comu- mente usado e desejado para formas farma- cêuticas líquidas para todos os usos ❖ São considerados como água para uso farma- cêutico os diversos tipos de água emprega- dos na síntese de fármacos, na formulação e produção de medicamentos, em laboratórios de ensaios e em diagnósticos e demais aplica- ções, relacionadas à área da saúde, inclusive como principal componente na limpeza de utensílios, equipamentos e sistemas ❖ Os requisitos de qualidade da água depende- rão de sua finalidade e emprego e a escolha do sistema de purificação deve atender ao grau de pureza estabelecido ❖ O controle da contaminação da água é crucial, uma vez que a água tem grande capacidade de agregar compostos e, também, de se contaminar novamente após a purificação ❖ Os contaminantes da água são representados por dois grandes grupos: químico e microbio- lógico ❖ ▪ Orgânicos e inorgânicos têm origem de diversas fontes ▪ Incluem-se as endotoxinas bacterianas, re- sultantes de microrganismos aquáticos Gram negativos, contaminantes críticos que devem ser removidos adequadamen- te ❖ ▪ São representados principalmente por bactérias ▪ Originários da própria microbiota da fonte de água ▪ Equipamentos de purificação ▪ Procedimentos de limpeza e sanitização inadequados ▪ Contaminantes mais frequentes são bas- tonetes Gram negativos como Alcalige- nes, Pseudomonas, Escherichia, Flavobac- terium, Klebsiella, Enterobacter, Aeromo- nas e Acinectobacter ❖ ▪ Obtida por tratamento da água retirada de mananciais, por meio de processos adequados para atender às especifica- ções da legislação brasileira relativas aos parâmetros físicos, químicos, microbioló- gicos e radioativos, para um determinado padrão de potabilidade ▪ Amplamente utilizada e tem aplicação direta em instalações farmacêuticas, prin- cipalmente em procedimentos gerais de limpeza e como fonte de obtenção de água de mais alto grau de pureza ▪ Pode ser utilizada na climatização térmica de alguns aparatos e na síntese de ingre- dientes intermediários ❖ ▪ É obtida por uma combinação de siste- mas de purificação, em uma sequência lógica, tais como: múltipla destilação, troca iônica, osmose reversa, eletrodeionização, ultrafiltração ou outro processo ▪ É empregada como excipiente na produ- ção de formas farmacêuticas não paren- terais e em formulações magistrais, desde que não haja nenhuma recomendação de pureza superior no seu uso ou que não necessite ser apirogênica ▪ Pode ser utilizada na lavagem de material, preparo de soluções reagentes, meios de cultura, tampões, diluições diversas, micro- biologia em geral, análises clínicas, técnicas por Elisa ou radioimunoensaio, aplicações diversas na maioria dos laboratórios, princi- palmente em análises qualitativas ou quan- titativas menos exigentes ▪ Dependendo da aplicação, pode ser este- relizada, sem necessariamente atingir o limite de endotoxinas bacterianas estabe- lecido para a Água para injetáveis ❖ ▪ Utilizada como excipiente na preparação de produtos farmacêuticos parenterais de pequeno e grande volume, na fabricação de princípios ativos de uso parenteral, de produtos estéreis, demais produtos que requeiram o controle de endotoxinas e não são submetidos à etapa posterior de remoção, bem como na limpeza e prepa- ração de processos, equipamentos e componentes que entram em contato com fármacos e medicamentos estéreis durante sua produção ▪ O processo de purificação de primeira escolha é a destilação ❖ ▪ Possui baixa concentração iônica, baixa carga microbiana e baixo nível de COT ▪ É requerida em aplicações mais exigentes ▪ É ideal para métodos de análise que exi- jam mínima interferência e máxima preci- são e exatidão ▪ Usos: análises quantitativas de baixos teores de analito, análise de resíduos, dentre eles os traços de elementos mine- rais, endotoxinas, preparação de calibra- dores, controles, substância química de referência, espectrometria de absorção atômica em geral, espectrometria de massa, procedimentos enzimáticos, cro- matografia a gás, CLAE, métodos biologia molecular e com cultivo celular ▪ Deve ser utilizada no momento em que é produzida ou no mesmo dia da coleta ❖ ▪ Na química orgânica, os álcoois apresen- tam a fórmula geral R-OH, em que R re- presenta um grupo hidrocarboneto ▪ Quando a prescrição médica ou uma fór- mula farmacêutica apresentar o álcool como um dos componentes, a monogra- fia Álcool deve ser empregada ▪ Não deve ser substituído sem o consenti- mento do prescritor ▪ Há o álcool etílico, o álcool desidratado, o álcool desidratado para injeção, o álcool diluído e o álcool para limpeza ❖ ▪ Não menos que 94,9% e não mais que 96,0% em volume (v/v) de C2H5OH ▪ Miscível com água, álcool isopropílico, gli- cerina, acetona, propilenoglicol, polietileno- glicol 400, éter e clorofórmio; mistura-se com óleo de rícino, mas não com outros óleos fixos e nem com óleo mineral ▪ Usado como veículo em formas farma- cêuticas de uso interno ou externo ▪ É um antisséptico/desinfetante eficaz, sendo germicida em concentrações aci- ma de 60% e a concentração usual como um antisséptico é de 70% ❖ ▪ Não menos que 99,2% em volume (v/v) de C2H5OH ▪ Usa essa preparação quando o álcool “de- sidratado” ou “absoluto” é solicitado ▪ Líquido volátil, claro, incolor, móvel, infla- mável ▪ Entra em ebulição a 78ºC ▪ Tem um odor característico ❖ ▪ Álcool desidratado aceitável para uso pa- renteral ▪ Deve atender as exigências para Álcool Desidratado mais as exigências para pro- dutos parenterais, incluindo especificações de esterilidade, pirogenicidade, material particulado e outros contaminantes ▪ Acondicionamento e armazenamento: re- cipientes de vidro tipo 1 de dose única ❖ ▪ Mistura de álcool e água ▪ Teor de não menos que 48,4% e não mais que 49,5% em volume (v/v) ❖ ▪ Teor de álcool: 68,5% a 71,5% em volu- me de Álcool Desidratado ▪ É apenas para uso externo ▪ Usado como veículo ou solvente para fár- macos que são usados em medicamentos de uso tópico ▪ É um antisséptico eficaz ❖ ▪ Não menos que 99% de C3H8O ▪ Líquido transparente, incolor, volátil e infla- mável, com odor característico ▪ Miscível em água, álcool, glicerina, propile- noglicol, PEG 400, acetona, éter e cloro- fórmio; imiscível com óleos fixos e com o óleo mineral ▪ Empregado apenas para uso externo ▪ Ação antisséptica ❖ ▪ Não menos que 68% e não mais que 72% de álcool isopropílico (v/v), sendo o restante constituído de água ▪ Com ou sem estabilizantes, essências oleosas e corantes ▪ Descrição e solubilidade semelhante ao álcool isopropílico ▪ É empregado apenas para uso externo ▪ Pode ser usado como um veículo ou sol- vente para fármacos que são usados em medicamentos de uso tópico ▪ Apresenta ação antisséptica ❖ ▪ Não menos que 91% e não mais que 93% de álcool isopropílico (v/v), sendo o res- tante constituído de água ▪ Descrição e solubilidade semelhante ao álcool isopropílico ▪ É empregado apenas para uso externo ▪ Pode ser usado como um veículo ou solvente para fármacos que são usados em medicamentos de uso tópico ▪ Apresenta ação antisséptica ❖ ▪ São di-hidroxialcoóis que apresentam so- lubilidade aquosa maiores e pontos de ebulição mais elevados (são menos volá- teis) do que o hidroxiálcool comparável ▪ O etanol apresenta ponto de ebulição de 78%, enquanto o estruturalmente com- parável di-hidroxietilenoglicol tem um pon- to de ebulição de 197% ▪ O etilenoglicol é útil como anticongelante, devido às suas propriedades de baixo ponto de congelamento, elevado ponto de ebulição e alta solubilidade aquosa ▪ Variam muito em relação a sua toxicidade e um único átomo de carbono separa um glicol farmaceuticamenteútil e não tóxico de um altamente tóxico ▪ Usar apenas glicóis aprovados para a fina- lidade pretendida, seja para uso interno ou externo ▪ Exemplos: glicerina, propilenoglicol e poli- etilenoglicois ❖ ▪ Não menos que 99% e não mais que 101% de C3H8O3 ▪ Líquido viscoso, incolor, claro, praticamen- te inodoro e hidroscópico de pH neutro ▪ Miscível com água, etanol, álcool isopropí- lico, propilenoglicol e polietlienoglicol 400; solúvel na concentração de 1g/15mL de acetona; insolúvel em éter, clorofórmio, óleos fixos, óleo mineral e óleos voláteis ▪ Solvente ou veículo para preparações destinadas ao uso interno ou externo ▪ Apresenta propriedades umectantes e conservantes ❖ ▪ Não menos que 95% e não mais que 105% de C3H8O3 ▪ Descrição e solubilidade semelhante a glicerina, exceto pH entre 5,5 e 7,5 ▪ Solvente ou veículo para preparações de uso oral ❖ ▪ Não menos que 98,5% de C3H8O3, pode conter um ou mais conservantes antimi- crobianos adequados ▪ Descrição semelhante à solução oral de glicerina, exceto que é estéril ▪ Solubilidade semelhante à glicerina ▪ Para uso oftálmico ❖ ▪ Não menos que 99,5% de C3H8O2 ▪ Líquido viscoso, incolor e claro, pratica- mente inodoro e higroscópico ▪ Miscível com água, álcool etílico e isopro- pílico, acetona, glicerina, polietilenoglicol 400, clorofórmio e éter; dissolve muitos óleos voláteis, mas é imiscível com óleos fixos e com óleo mineral ▪ Solvente ou veículo para preparações destinadas ao uso interno ou externo ▪ Apresenta propriedades umectantes e conservantes ❖ ▪ São polímeros de óxido de etileno em água ▪ Fórmula estrutural H(OCH2CH2)nOH, onde o n representa o número de unidades de óxido de etileno ▪ São rotulados com um número que indica a massa molecular nominal média do PEG, variando entre 200 e 8000 ▪ Os PEGs 200, 300, 400 e 600 são líquidos a temperatura ambiente e os de massa maior apresentam-se como sólidos ▪ PEG 400 é o PEG líquido mais comumen- te utilizado como veículo ou solvente na preparação de uso interno e externo ▪ Líqudio viscoso, incolor, claro, pouco hi- groscópico e com leve odor ▪ Todos os PEGs são solúveis em água e muitos são solventes orgânicos ▪ PEG 400 é miscível em água, álcool etílico e isopropílico, acetona, glicerina e propile- noglicol; imiscível com óleos fixos e com óleo mineral ❖ ▪ Éter ▪ Clorofórmio ▪ Cetonas (acetona e metilisobulticetona – utilidade limitada) ❖ ▪ Líquido volátil e incolor ▪ Entra em ebulição a 56,5ºC ▪ Apresenta odor característico ▪ Uma solução 1:2 com água tem pH neutro ▪ Miscível com água, álcool, éter, clorofór- mio e com a maioria dos óleos ▪ É muito inflamável, não podendo ser em- pregada onde possa sofrer ignição ❖ ▪ De amêndoas, de amendoim, de cártamo, de gergelim, de milho, de oliva, de rícino, de semente de algodão, de soja, mineral e mineral leve ▪ Vegetais: tem aparência e odor caracterís- ticos e densidades específicas, sendo a maioria insolúvel em água; pouco solúvel em álcool; miscível com óleo mineral e outros óleos fixos, éter, clorofórmio e hexano ▪ De rícino: muito viscoso e insolúvel em água e óleo mineral; solúvel em álcool; miscível com álcool desidratado, outros óleos fixos, ácido acético glacial, clorofór- mio e éter ▪ Mineral/mineral leve: líquido oleoso, transparente e incolor, inodoro à tempe- ratura ambiente e insolúvel em água e ál- cool; solúvel em óleos voláteis; miscível com a maioria dos óleos fixos; imiscível com óleo de rícino ❖ ▪ São oligossacarídeos cíclicos que foram descobertos há mais de 100 anos ▪ São química e fisicamente estáveis, for- madas pela modificação enzimática do amido ▪ Contêm um número de monômeros de glicose variando de 6 a 8 unidades em um anel, criando uma forma de cone ▪ As mais comuns são as alfa-ciclodextrina (6 unidades de açúcar), a beta-ciclodextri- na (7 unidades) e a gama-ciclodextrina (8 unidades) ▪ São consideradas não tóxicas, no entanto, a beta-ciclodextrina pode formar comple- xos insolúveis com o colesterol, os quais prejudicam a função renal, por isso não devem ser usadas em aplicações paren- terais e seu uso oral deve ser limitado a uma dose diária de 5mg/kg ▪ Em formas farmacêuticas, têm sido princi- palmente usadas como agentes comple- xantes para aumentar a solubilidade aquo- as de fármacos pouco solúveis em água e aumentar a sua biodisponibilidade e es- tabilidade ▪ Exemplos: alfa-ciclodextrina (Alfadex), be- ta-ciclodextrina (Betadex) e derivados da beta-ciclodextrina, como 2-hidroxilpropil- beta-ciclodextrina (HP-beta-CD, utilizado para solubilizar o itraconazol, que é utiliza- do por via injetável) e sulfobutileter-beta- ciclodextrina (Captisol, utilizado para solu- bilizar moléculas muito lipofílicas para ad- ministração intramuscular)
Compartilhar