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Importância econômica, agronegócio e mercado da Bovinocultura de Corte 
Regis Luis Missio
1
 
 
A produção de bovinos de corte vem sofrendo profundas alterações nos últimos 20 anos, notadamente 
no último decênio. A partir da inexpressiva condição de entrante no mercado exportador de carne bovina, o 
setor atingiu posição de maior exportador no mercado mundial no ano de 2004, sendo atualmente um dos 
principais produtores de carne bovina do mundo. Contribuíram para isso, à abertura comercial e acordos 
entre países e blocos econômicos na década de 90, a valorização da moeda brasileira com o plano real, o 
aumento da competitividade com outras carnes como a de frango e as oportunidades mercadológicas 
decorrentes de crises sanitárias e climáticas nos países que dominavam o mercado mundial da carne (mal da 
vaca louca nos EUA, Canadá e Europa, febre aftosa na Argentina, seca na Austrália), bem como com o 
aumento da produção de carne bovina no mercado interno. Frente ao novo cenário vivido, foram necessários 
ajustes de natureza estrutural ao agronegócio da bovinocultura de corte. As novas demandas tecnológicas 
para uma produção mais eficiente e rentável e a adaptação a um novo marco regulatório pautado pela 
rastreabilidade e pela legislação ambiental e fundiária, associados às crescentes exigências de mercado, 
determinaram que a pecuária de corte passasse de uma atividade extrativista para uma atividade 
empreendedora, onde a gestão tornou-se elemento diferenciado. Ao longo desse tempo, verificaram-se 
incorporações expressivas de tecnologias que aumentaram a eficiência desta cadeia produtiva, 
particularmente do setor primário. Associado a isso houve avanços importantes na indústria de carnes, o que 
viabilizou a inserção definitiva do país no mercado internacional. 
O agronegócio da bovinocultura de corte, conceitualmente, envolve toda a cadeia produtiva, o antes 
da porteira, o dentro da porteira e o depois da porteira. A cadeia produtiva de bovinos de corte brasileira, 
nesse sentido, abrange todos os estados da federação e apresenta grande importância para o setor 
agropecuário brasileiro, visto que o PIB do agronegócio representa em torno de 22% do PIB brasileiro, 
representando em torno de 900 bilhões de reais no ano de 2011, em que a pecuária de corte representa 25% 
do PIB do agronegócio (10% setor insumos, 34% distribuição e serviços, 36% pecuária, 20% indústria). Essa 
característica torna o Brasil diferente dos países em desenvolvimento e aqueles produtores de carne bovina, 
nos quais o agronegócio não tem grande expressão no produto interno bruto (PIB). Assim, o agronegócio tem 
contribuído para manutenção do crescimento da economia nacional nos últimos anos, sendo superior ao 
crescimento médio da economia e de outros de outros setores importantes tal com a indústria. Nesse sentido, 
o crescimento da pecuária brasileira tem ficado acima das estimativas do Ministério da Agricultura, Pecuária 
e Abastecimento que é de 2,2% para os próximos anos, atingindo crescimento superior a 6% entre os anos de 
1995 a 2006. Segundo o IBGE (2006) a atividade pecuária aparece em 75% das propriedades agrícolas 
brasileiras, constituindo-se numa das principais atividades do meio rural. Em função disso, esta atividade 
participa na formação da renda de grande número de produtores, sendo componente essencial do fluxo de 
caixa das propriedades, gerando liquidez necessária para viabilizar o conjunto de atividades nelas 
desenvolvidas, impulsionando o agronegócio brasileiro. Estima-se a bovinocultura de corte gere em torno de 
7,2 milhões de empregos diretos e indiretos, o que, além da importância, contribuiu com a economia 
nacional, já que o setor de consumo vem sendo um dos principais impulsionadores no crescimento da 
economia nos últimos anos, após a última crise financeira mundial. Além dos aspectos mencionados, a 
exportação de carne bovina contribui ainda para a balança comercial brasileira, onde as exportações geraram 
no ano de 2012 acima de 5 bilhões de reais. Deve-se considerar ainda, a importância frente ao aumento da 
demanda por proteína animal devido ao aumento da população mundial, em que o Brasil supre em torno de 
18% do déficit entre consumo e produção de carne bovina no mercado internacional, representado 
atualmente pelas 9,2 milhões de toneladas exportadas (USDA, 2012). Além disso, o agronegócio é o setor da 
economia que demanda a menor quantidade de investimentos para geração de 1 vaga de emprego. 
O “antes da porteira” se refere aos fornecedores (sementes, mudas, fertilizantes, agroquímicos, 
tratores e implementos, equipamentos de irrigação, embalagens, etc). De forma geral, este segmento 
representa cerca de 11,0% do volume de recursos do agronegócio. “O dentro da porteira se refere ao sistema 
de produção, que é representado pela produção propriamente dita, o que envolve algo como 25,8% do 
agronegócio. O “depois da porteira” que se refere ao beneficiamento, transporte, armazenamento, 
processamento/industrialização e comercialização é responsável pela maior fatia da atividade (63,2%) . 
 
 
1
 Professor do Departamento de Agronomia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
http://www.seea.org.br/artigojoseadilson2.php
 
Figura. Representação da cadeia produtiva: fluxo de processos/mercadoria e capital 
 
 
Os atores do sistema cadeia produtiva estão sujeitos a influências de dois ambientes: institucional e 
organizacional. O ambiente institucional refere aos conjuntos de leis ambientais, trabalhistas, tributárias e 
comerciais, bem como, as normas e padrões de comercialização. Portanto, são instrumentos que regulam as 
transações comerciais e trabalhistas. O ambiente organizacional é estruturado por entidades na área de 
influência da cadeia produtiva, tais como: agências de fiscalização ambiental, agências de créditos, 
universidades, centros de pesquisa e agências credenciadoras. As agências credenciadoras podem ser órgãos 
públicos como às secretarias estaduais de agricultura ou empresas privadas. Essas em alguns casos possuem 
a função de certificar se um determinado seguimento da cadeia atende quesitos para comercialização e/ou 
exportação. Existem, ainda, as instituições de ensino, pesquisa, extensão rural, de assistência técnica, de 
crédito rural e as organizações de classe, que interagem e influenciam de maneira intensa o agronegócio. 
Deve-se destacar o caráter desarticulado das relações como pressuposto para a concentração 
industrial em forma de oligopsônio (poucos compradores da matéria-prima) e o elevado número de abates 
clandestinos, que segundo algumas estimativas ainda representa 25-30% dos abates no Brasil. Pelo lado da 
demanda, a carne bovina concorre com as carnes de frango e suínos, em termos de preços, que podem ser 
favorecidos pela transparência das relações verticais das cadeias das carnes de monogástricos. 
O objetivo final da cadeia produtiva, a produção de carne, é uma atividade que depende de todas as 
etapas do processo, sendo impossível o sucesso sem a competência em todas as fases. No entanto, a venda 
dos animais para abate ainda é cercada por uma série de problemas que geram riscos e contrastam com o 
elevado grau de profissionalismo que tem cercado o sucesso da cadeia produtiva. 
A relação comercial firgorífico-produtor é extremamente dinâmica e complexa, pois ocorre dentro de 
um ambiente rico em concorrência. Essa relação vem passando por uma serie de modificações nos últimos 
anos, em decorrência do aumento das exportações, o que tem favorecido os frigoríficos com diversas regiões 
e munidos de novas opções estratégicas. Aparentemente, esse processo resulta um aumento de poder de 
mercado dos frigoríficos. Tradicionalmente as operações entre produtores e frigoríficos envolvem transações 
com prazos em torno de 30 dias, período de crédito fornecido pelos pecuaristas e que possibilita o 
financiamentodestas instituições. As dimensões financeiras são elevadas. Como exemplo uma empresa que 
abate 1000 animais por dia, em 30 dias acumula um passivo de R$ 1,054 milhões junto aos produtores, 
evidenciando o quão fundamental é o credito do produtor para o giro de capital das empresas. O produtor tem 
condição de controlar os custos, por outro lado, mas os preços são formados pelo equilíbrio da oferta e 
demanda, por isso não apresentam condições para agir no processo de formação desses preços, constituindo-
se em tomadores de preço. 
Nos últimos anos, a cadeia produtiva da carne bovina vem sendo profundamente influenciada por 
mudanças, sobretudo no perfil do consumidor de carnes e o seu padrão de consumo, o que exige uma nova 
postura dos agentes que fazem parte de seus diversos elos frente aos desafios de um mercado cada dia mais 
competitivo. Tais transformações têm alterado o foco da competição entre organizações individuais para a 
competição entre as cadeias produtivas, exigindo uma ampla reformulação nas suas estruturas e estratégias 
para que se mantenham competitivas. No entanto, devido o seu expressivo crescimento e inserção em 
mercados competitivos, o Brasil sofre até hoje com inúmeras pressões e imposições quanto ao processo 
produtivo de carne bovina, que vão além de barreiras tarifárias como exemplo do protecionismo europeu, 
mas também com outras barreiras não tarifarias como as sanitárias, ambientais e trabalhistas e culturais. 
Além disso, outros entraves como campanhas negativas em detrimento do consumo de carne bovina 
deflagram a reputação mundial do país em termos de produção sustentável e ambientalmente correto, além de 
denegrirem o conceito nutricional dos produtos cárneos de origem bovina. Dentre outros problemas a cadeia 
produtiva de bovinos de corte sofre com a falta de organização e cooperação entre os agentes envolvidos no 
fluxo de produção e distribuição da carne bovina, bem como com a heterogeneidade entre os sistemas de 
produção, os quais não atendem com eficiência a tríade básica de produção competitiva como produtividade, 
qualidade e constância de produção. Outras questões, como a sanidade e informalidade, também envolvem 
certa atenção de ordem política econômica e tecnológica, uma vez que interferem nos aspectos que envolvem 
o consumo interno e, sobretudo, no que se refere ao esforço exportador. 
Fato é que o país ainda apresenta uma posição vantajosa frente aos demais países produtores de carne 
bovina, pois tem grande potencial competitivo, devido a maior disponibilidade de áreas agricultáveis, 
abundância de água e a possibilidade de aplicação de tecnologias relacionadas ao manejo nutricional, 
reprodutivo e genético para elevar os índices produtivos da pecuária bovina de corte, que ainda são 
considerados insatisfatórios. Nesse contexto, fica claro a importância do conhecimento e do entendimento da 
cadeia produtiva de bovinos de corte, como os principais agentes envolvidos, sua dinâmica de negociação e o 
grau de interação entre os agentes, além de conhecer as principais transações comerciais dessa atividade, e a 
postura do Brasil perante o mercado mundial e nacional, e suas perspectivas futuras. Isso nos propicia 
realizar uma analise mais criteriosa do fluxo da cadeia ao passo de identificação as limitações e os prováveis 
gargalos da atividade, avaliar preços de insumos, oportunidades de compra de insumos e venda dos produtos 
gerados para aumentar a lucratividade, entender as tendências de mercados, encontrar novos nichos de 
mercado e oportunidade de comercialização, articular parcerias, entre outros, a fim de gerar produtos mais 
competitivos e permanentes no mercado. 
 A alta competitividade empresarial, aliada às necessidades de adaptação ao mercado, tem-se 
caracterizado como uma das maiores exigências para a reestruturação e organização da cadeia produtiva da 
carne bovina. Nesse cenário, alguns setores e empresas não conseguiram obter desempenho suficiente. 
Outros, porém, se modernizaram e conseguiram atender os desafios competitivos. Isso ocorre devido, 
sobretudo, a atitudes estratégicas dos agentes. 
O termo cadeia produtiva refere-se ao amplo sistema organizacional que tem por objetivo organizar o 
complexo meio de produção agropecuário, tendo em vista que esse precisa apresentar uma correta 
formulação de estratégias setoriais. Sendo assim, a cadeia produtiva pode ser entendida com um conjunto de 
elos (setores) interativos, que participam de forma direta ou indiretamente nos processos de fornecimento de 
insumos, na indústria de processamento e transformação, distribuição e comercialização, além de 
consumidores finais. Os agentes mais comuns são o mercado consumidor, rede de atacadistas e varejistas, 
agroindústria, as propriedades, e as empresas privadas ou públicas que os disponibilizam insumos, os quais 
podem ser desde produtos ou serviços. No caso da cadeia produtiva de bovinos de corte, torna-se relevante o 
entendimento dos fatores que aprimoram o desenvolvimento da produção de bovinos, os processos de 
transformação agroindustriais, as características comerciais e o perfil consumidor. 
O consumidor demanda não só por qualidade do produto, mas também quanto aos aspectos de 
conveniência, de acessibilidade, de higiene, de apresentação, incluindo embalagem; funcionalidade e de 
segurança alimentar. Tais exigências são aumentadas com a melhoria dos níveis de educação, de informação 
e com o aumento da renda. Além disso, tem se verificado redução da taxa de natalidade populacional, com a 
melhoria da renda, do nível de instrução e qualidade de vida. Como resultado tem se o envelhecimento da 
população com implicações diretas sobre os requerimentos nutricionais e sobre o produto demandado. A 
estrutura e o tamanho da família também vem se modificando, com tendências claras de redução do número 
de componentes e no aumento de pessoas vivendo sós. Nesse mesmo contexto, se tem o crescimento de 
casais jovens em que ambos trabalham. Esse padrão reflete diretamente sobre a demanda de alimentos, 
influenciando itens como tamanho das porções, a embalagem, a acessibilidade, a apresentação e a facilidade 
de preparo. No tocante a educação, percebe-se claramente sua relação direta com o fortalecimento da 
importância de características relacionadas com os aspectos de saúde que influenciam cada vez mais a 
escolha dos alimentos, a consciência de alimentos bons e ruins e a valorização da aparência e a silhueta. No 
quesito emprego destacam se redução do intervalo para refeições e a distancia de casa, valorizando-se assim 
por itens de rapidez e facilidade de preparo. O aumento da renda eleva a demanda por alimentos com elevado 
valor agregados. Dois aspectos são relevantes quanto ao aumento do consumo de carne bovina e expansão de 
mercados, o aumento da exigência por qualidade e segurança alimentar. O atendimento desses pontos pode 
ser facilitado pelo desenvolvimento de marcas, que por sua vez, pode se constituir em estratégia viável para 
implantação de programas integrados, via alianças estratégicas. 
Vale destacar que a cadeia produtiva da carne bovina é formada por um conjunto de agentes muito 
heterogêneos: de pecuaristas altamente capitalizados a pequenos produtores tecnificados, de frigoríficos de 
alto padrão tecnológicos, capazes de atender a uma exigente demanda externa, a abatedouros que 
dificilmente preenchem requisitos mínimos de legislação sanitária e ambiental. Quanto ao sistema de 
distribuição podem ser encontrados agentes atrelados a alianças mercadológicas que garantem o 
abastecimento e a qualidade dos produtos ou outros que ficam a mercê do abastecimento sazonal dos 
frigoríficos e da falta de padronização dos produtos. 
 
Dentre os principais elos da cadeia de bovinos de corte estão: 
 
1) O sistema de apoio ou insumos: 
Compreendem todos os agentes fornecedores de insumos básicos para produção animal e vegetal, 
sejam eles deordem material ou de serviços assistenciais. 
Os insumos podem ser fertilizantes, medicamentos, sementes forrageiras, ração concentrada, 
suplementos minerais, equipamentos e máquinas agrícolas, material genético, como animais reprodutores e 
ou serviços de biotecnologias reprodutivas como equipamento e serviços de inseminação artificial, 
transferência de embriões, etc, assistência técnica, serviços de inspeção e fiscalização alimentar e ambiental, 
entre outros. Seus principais entraves são as altas taxas tributárias inseridas sobre os serviços; o incentivo 
político e econômico para desenvolver projetos para manter a pequena propriedade. Seus pontos fortes são o 
desenvolvimento e maior transferência e acessibilidade às tecnologias, e o desenvolvimento de sistemas 
alternativos integrados de produção. 
 
2) Sistema de produção de matéria prima: 
São as empresas rurais, que atuam na geração da matéria prima, ou seja, do produto em questão, que 
no caso é os bovinos de corte. São responsáveis pela cria, recria e engorda dos bovinos, para atender as 
necessidades de 1ª transformação que será descrita posteriormente. Podem apresentar somente uma fase, 
ex: somente cria, ou desenvolver o ciclo completo (cria, recria e engorda), sendo que a engorda pode ser 
feita a pasto ou em confinamento. Os principais entraves se referem às baixas taxas de produtividade 
média, reflexo do inadequado manejo nutricional, sanitário e reprodutivo; à heterogeneidade dos sistemas 
de produção, que gera despadronização na qualidade dos produtos, sazonalidade de produção, e falta de 
organização e associação entre os próprios produtores. O ponto positivo é que grande parte das criações 
ocorrem em sistemas de pastagem, que permite intensificar os sistemas e aumentar a produtividade/área, 
além de permitir elevação no marketing para a produção brasileira de gado de corte ser sustentavelmente 
correta, respeitando o bem estar animal. 
 
3) Sistema de industrialização e processamento: 
Esse elo esta dividido em dois subsistemas: 
- Agentes de 1ª transformação: frigoríficos, que fazem o abate dos animais, para atender a indústria 
de 2ª transformação ou o setor de comercialização. 
Os problemas: alta taxa tributária, problemas com vias de transporte e fretes, assim como, volume de 
animais adquiridos durante o ano, decorrente da sazonalidade, despadronização das carcaças, tratamento de 
residuos. Pontos fortes: bonificação e classificação de carcaças, selos de qualidade e implantação de 
(BPPCC). 
 
- Agentes de 1ª transformação: 
Agroindústrias. Possuem potencial de processar e transformar em vários outros produtos com maior 
valor agregado como embutidos, empanados, hambúrguer, etc. 
Principais entraves: altas taxas tributárias, padrão de qualidade, inspeção sanitária, informalidade. 
Pontos fortes: aumento de associação entre pequenos produtores para formar pontos de processamento e 
venda de produtos agroindustriais, diversificação dos subprodutos. 
 
4) Sistema de comercialização: 
Atuam na parte comercial. 
a) Atacadistas e exportadores: fazem o papel de agentes de estocagem e entrega. 
b) Varejistas: afetuam a venda direta para o consumidor – açougues, supermercados, boutiques. 
c) Empresa de alimentação coletiva: restaurantes, hotéis, hospitais, fast food, etc. 
Pontos fracos: altas taxas tributárias, pouco marketing da carne, perecidade do produto, baixo 
consumo de carne. 
Pontos fortes: expansão do consumo, preferência e estabilidade de consumo (sempre vai 
comprar carne), aumento do consumo de proteína e de produtos saudáveis. 
 
 
Analise da posição competitiva da cadeia: 
 
Tecnologia de produção: 
Quanto aos aspectos tecnológicos, os mais relevantes estão na escolha de raças e nos sistemas a 
serem adotados (em pastagem? em confinamento? suplementados? Com que? Quando? Quanto? Tipo de 
raça, mestiços, cruzamento industrial?) 
Existem aquelas que elevam a produção individual (melhoramento genético, sanidade, mineralizaçao, 
semiconfinamento, confinamento), ou aqueles que aumentam a produtividade por área (pastejo rotacionado, 
adubação, irrigação e integração lavoura-pecuária). 
Entre as tecnologias mais difundidas, estão àquelas relacionadas com a reprodução animal, tais como 
inseminação artificial, transferência de embriões e fertilização in vitro. 
O controle do melhoramento genético que, aliado com a informática, tem permitido a existência de 
diversos sumários zootécnicos que compilam e consolidam as características desejadas no melhoramento 
animal, normalmente difundidas por associações de criadores de raças, os quais estão cada vez mais 
empenhados no marketing para elevar o status racial de seus rebanhos. Ao lado de tecnologias de 
melhoramento genético, o controle sanitário e o melhoramento na nutrição animal também são aspectos que 
podem tornar a pecuária brasileira mais competitiva em relação à de outros países. 
A combinação de fatores genéticos e de manejo adequado pode permitir ao Brasil a produção de 
carnes diferenciadas segundo as diferentes demandas dos vários mercados importadores. Carnes com 
diferentes níveis de marmoreio são exemplos da diferenciação de produtos que podem advir da utilização 
combinada desses fatores. 
No que diz respeito ao aumento da produtividade por área, tecnologias como pastejo rotacionado, 
adubação, irrigação e integração lavoura-pecuária podem ser escolhidas e usadas de forma alternada ou 
concomitantemente, além de elevar o conceito de sustentabilidade ambiental, uma vez potencializa o uso da 
terra e da forragem, além de aumentar o seqüestro de carbono. 
Nos próximos anos, a produção deverá se expandir por meio de aumento do peso médio das carcaças 
e pelo aumento da taxa de abate do rebanho. 
 
Tecnologia de abate e processamento de carnes: 
Segundo pesquisas, foi constatado, que os métodos de transporte, abate, conservação, tratamento 
térmico, desidratação, cura e defumação de produtos, permaneceram praticamente inalterados na última 
década. Esses processos são considerados tradicionais, utilizados em todo o mundo. 
Já os fornecedores disponibilizavam de equipamentos tecnologicamente mais avançados e 
diversificados, voltados para diferentes escalas. No entanto, essa heterogeneidade é resultado, 
principalmente, do porte da empresa e do mercado que ela atende. Empresas de maior porte e mais 
tecnificadas, geralmente são voltadas para o mercado externo enquanto as de menor porte são voltadas para 
mercados regionais. 
Pode-se considerar que a tecnologia de abate são homogêneas e o processamento não tem 
comprometido a qualidade e a quantidade das exportações brasileiras de carne bovina, no entanto há uma 
maior preocupação na questão de agregar valor às suas atividades pelo desenvolvimento de produtos de 
conveniência, que não apresentem perda de qualidades organolépticas e nutricionais. Outro importante passo 
dos frigoríficos é o estímulo à entrega de produtos padronizados e de qualidade, realizando classificação de 
carcaças e atribuindo bonificação por produtos melhores. A distribuição conta com uma realidade 
tecnológica mais avançada. A evolução do mercado varejista, marcada pela concentração das grandes cadeias 
de supermercados em busca de economias de escala e escopo e pela busca de estratégias diferentes dessas 
por lojas independentes e especializadas em produtos cárneos. A tecnologia da informação, por exemplo, 
passou a ser amplamente utilizada, interligando e automatizando, em tempo real, as transações de compra e 
controle de estoques entre produtores/fornecedores e pontos de venda. 
Os demais avanços tecnológicos observados nos países desenvolvidos, principalmente voltados à área 
de embalagens e conservação (incluindo a cadeia do frio) são incorporados de forma rápida e direta, visto 
que as grandes empresas varejistas nacionais são, em grande parte, controladas por redes internacionais. 
Ainda na parte de comercialização,os segmentos de hotéis, restaurantes e fast-food possuem 
comportamentos similares aos das grandes empresas varejistas nacionais, especialmente os direcionados à 
população com melhores condições de renda. A tendência de preparação e comercialização de refeições 
coletivas e que utilizam pratos pré-preparados como forma de diminuir custos de matérias-primas e 
preparação, bem como a de composição familiar que esta cada vez menor, aumentou os serviço de consumo 
de porções menores, ou de serviços de pronta entrega, que exigiram produtos mais adequados, com cortes de 
carne e embalagens específicas a essas atividades. 
 
Avanços na gestão pecuária: 
A gestão das propriedades rurais ainda carece de desenvolvimentos de ferramentas mais adequadas às 
suas especificidades. Um fator que pode interferir nisso é de em grande parte a pecuária de corte ainda é 
vista como uma atividade exploratória, ou mesmo como uma forma de reserva de capital, sem muita atenção. 
No entanto, mesmo com os custos menores em comparação aos demais países produtores, somente a 
comparação simples dos custos não é suficiente para se avaliar a competitividade, que também está 
relacionada a atributos que podem incrementar os gastos, tais como certificação de qualidade e sanidade, 
diferenciação de cortes, embalagem e formação de marcas, a exemplo da marca Montana Premium beef. 
 
 Questões de inspeção e fiscalização: 
Sem duvida, um dos grandes entraves da cadeia produtiva de carne é a clandestinidade nos processos 
de abate e comercialização da carne bovina brasileira. O Sistema de Inspeção Sanitária vigente no Brasil até 
fins da década de 1980 era de total responsabilidade do Governo Federal. Com a Lei nº 7.889/89, o sistema 
foi reestruturado em três níveis de atuação (de responsabilidade federal, estadual e municipal), com o intuito 
de reduzir o abate clandestino. O Sistema de Inspeção de responsabilidade do Governo Federal (SIF) foi 
mantido com a atribuição de fiscalizar as condições sanitárias de carnes produzidas para serem 
comercializadas entre estados ou destinadas ao exterior. Em nível estadual, foram criados os Sistemas de 
Inspeção Estaduais (SIE) e em nível municipal. O problema é o número suficiente de profissionais 
contratados para atender essa demanda dos frigoríficos. O selo do SIF passou a ser uma referência de 
qualidade para o consumidor brasileiro. 
 
 Questões de rastreabilidade e certificação: 
 
A rastreabilidade tem um importante papel na melhoria da coordenação da cadeia de carne bovina. A 
criação e desenvolvimento do Sistema de Gestão para Certificadoras de Rebanho Bovino e Bubalino 
(SISBOV). 
 
 Questões ambientais: 
As pressões para reduzir o desmatamento e controlar a ocupação da Amazônia podem ter impactos na 
cadeia de carne bovina, uma vez que existe um deslocamento da atividade pecuária para o norte do País. 
Cada vez mais os consumidores estão preocupados em consumir produtos oriundos de cadeias produtivas 
que adotam práticas ambientalmente corretas e socialmente justas. 
A pecuária extensiva tem sido responsabilizada pela degradação ambiental em regiões tropicais. 
Dessa forma, o uso de sistemas de produção mais intensivos permitiria aumentar a sustentabilidade da 
atividade e agir proativamente na direção de transformar essa imagem de preocupação com o meio-ambiente 
em um ponto forte dessa cadeia agroindustrial no Brasil. 
 
Sistemas integrados de produção de bovinos de corte: 
Esses sistemas envolvem a associação integrada entre uma ou mais atividade agropecuária de modo a 
potencializar o uso dos recursos naturais como os sistemas silvipastoril e a integração lavoura pecuária. 
 
Oportunidades e ameaças na cadeia produtiva de bovinos de corte do Brasil. 
 
Quando se discutem estratégias de diferenciação na cadeia de carne bovina, normalmente vêm à tona 
os requisitos demandados pelos principais clientes internacionais, os quais são mais exigentes. No entanto 
existem oportunidades e ameaças que aparecem nos mais diversos ambientes da cadeia produtiva. 
 
a) Ambiente sócio-economico: 
 O aumento da renda - aumento nível educacional - aumento do consumo de carnes - porém exigiu 
maior exigência em marketing. 
 - Redução da taxa de juros e disponibilidade de capital e financiamento promoveu um crescente 
interesse em investimentos de grupos empresariais estrangeiros, com isso devem-se fazer políticas 
protecionistas de incentivo em tecnologias, em que redes nacionais devem ser preferencialmente priorizadas. 
 - maior comprometimento entre fornecedores e compradores, a ex das alianças mercadológicas. 
 - a diversidades regionais permitem a existência de diferentes raças, sistemas e nichos de mercado. 
 - maior investimento na infraestrutura portuária que do Brasil. 
 
b) Ambiente político-legal: 
- Maior abertura comercial – margens mais acirradas devido a barreiras protecionistas. 
 - Leis ambientais mais rigorosas – restringiu diversas áreas para a prática agrícola – incentivo de 
sistemas integrados com outras atividades. 
 - maior exigência de rotulagem – rastreabilidade de informações quanto às praticas produtivas e de 
informações nutricionais. 
 - alianças mercadológicas que consiste na associação de diferentes agentes como produtores, 
frigoríficos e comerciantes, que juntos tornam o fluxo da cadeia mais eficiente, menos arriscado e mais 
constante. 
- certificação de produtos sendo que as certificadoras mais exigentes. O consumidor europeu, por exemplo, é 
sensível à procedência do produto, à presença de mecanismos identificadores de origem e garantia da 
segurança do alimento, e está disposto a pagar um valor premium por esses atributos. Percebe-se que esse é 
um importante incentivo para o desenvolvimento de alianças entre os produtores e os frigoríficos a fim de 
formar produtos diferenciados e de maior valor agregado. Algumas empresas têm investido na criação de 
selos e marcas. Os padrões estabelecidos para os produtos são basicamente os mesmos e, na maioria dos 
casos, encontram-se vinculados à produção e comercialização de novilhos precoces. O controle ao longo do 
processo é extremamente rigoroso, para que não haja quebra da reputação construída. Produtos que seguem 
um certo padrão como confiabilidade, conveniência, maciez, palatabilidade, regularidade de oferta, garantia 
de origem, entre outros. 
Dentre as alianças de produtores que merecem destaque no país tem também o Programa Carne 
Angus Certificada que é uma iniciativa realizada pela Associação Brasileira do Angus (ABA) com os 
frigoríficos Mercosul (RS) e Marfrig (SP), e as redes de supermercados Pão de Açúcar e Zaffari, localizada 
no Rio Grande do Sul. 
- Seara Hereford, marca lançada pela carne certificada pampa e frigorífico marfrig; 
- Best beef: frigorífico silva x Mercobeef: frigorífico MERCOSUL. 
- Carne certificada angus, (marcas seara Hereford lançada pela certificadora pampa e frigorífico 
marfrig). 
 
b) Ambiente tecnológico: 
Algumas pesquisas têm indicado que as margens da atividade estão diminuindo tanto para o produtor 
quanto para os frigoríficos. Entre as causas principais estão: a elevação no preço dos insumos e a redução no 
preço de venda dos animais 
 - uso de raças mais adaptadas e mais específicas – animais mais precoces –tipo carne – seleção para 
qualidade de carne – marcadores moleculares. 
 - avanço computacional - escrituração zootécnica – troca de dados – pedidos automatizados – 
identificar o perfil de cada segmento - estratégias de marketing - aumento de alianças com bonificações - 
aumento do ponto de vendas e estratégias de marketing, boutiques. 
 - avanços na nutrição animal – melhora nos teores de nutrientes desejáveis na carne. 
 - diversificação de sistemas de produçao: boi verde, boi orgânico, livre de genética trangênica 
 
d) Ambiente sócio-cultural: 
- Conveniência: consumidores buscarão economizar tempo e, para tanto, procurarão soluções rápidas; nocaso da cadeia de carne bovina, isso exigirá melhorias nos cortes e nas embalagens, ampliação da oferta de 
produtos prontos ou semiprontos, assim como orientação ao consumidor no preparo de pratos rápidos. 
• Preocupação com saúde: é o critério mais valorizado; nesse caso, deve-se oferecer possibilidade de 
produtos com menor teor de gordura, sem perder sabor e maciez; o foco no valor nutricional da proteína 
animal e questões de sanidade, maior rigor legal e fiscal por parte da população. 
• Aspectos ligados à idade do consumidor – envelhecimento da população: existirão segmentos de mercado 
com diferentes faixas etárias e necessidades diversas, que deverão ser atendidos com produtos específicos; 
• Aspectos ligados à fase da vida: cada vez mais os estágios da vida não se dividirão entre solteiros e 
casados; outras organizações em termos de família deverão ser desenvolvidas com os conseqüentes reflexos 
em termos da escolha de produtos a serem consumidos; 
• Aspectos ligados à renda do consumidor: cada vez mais se busca democratizar o consumo de produtos 
considerados de luxo ou supérfluos (por exemplo, produtos de conveniência); 
• Aspectos ligados ao individualismo do consumidor: o crescimento da tendência a cuidar de si mesmo, 
associado ao crescimento do número de consumidores “solteiros”, aumenta a demanda por porções menores 
ou individuais de produtos. 
 
Pontos negativo: 
- A imagem do pecuarista e da carne bovina poderiam ser trabalhadas de forma mais positiva. O 
setor poderia melhor destacar os benefícios do produto e dos seus investimentos em ações direcionadas à 
sustentabilidade ambiental, bem como à sua importância na geração de empregos diretos e indiretos na 
economia. Em 2001, foi criado no Brasil o Serviço de Informação da Carne (SIC). O SIC tem como objetivo 
informar o consumidor brasileiro sobre os atributos positivos da carne bovina, melhorando a imagem do 
produto e, dessa forma, estimulando o seu consumo. A indústria e o varejo, de modo geral, têm investido um 
pouco mais em ações desse tipo. Assim, observa-se a necessidade da construção de um processo de 
aproximação do produtor com o consumidor, pela troca de informação sobre as condições de produção e de 
transformação, assim como em relação à observância, no setor, das normas que garantem um produto de 
acordo com a legislação vigente. 
Diversas mudanças podem ser implementadas para que o produto carne bovina chegue aos mercados, tanto o 
brasileiro como o internacional, atendendo cinco critérios básicos: 
1- Qualidade: não somente sanidade e higiene, mas é aquele que oferece um conjunto de atributos 
(conveniência, características organolépticas, embalagem, etc.) que vão além da inocuidade do 
alimento. 
2- pontualidade (na hora certa), 
3- flexibilidade/diversidade (em termos de produto, embalagem e serviços associados), é necessário 
desenvolver capacidade de gerar produtos diversos (cortes e produtos com maior valor agregado), 
compondo um mix variado, sem incorrer em tempo ou custos adicionais para o consumidor. A 
embalagem é algo a ser desenvolvido, junto com as tecnologias disponíveis de conservação. As 
qualidades organolépticas e nutricionais dos produtos devem ser preservadas durante o 
processamento e estocagem. 
4- custo (o mais baixo possível) 
5- rapidez/agilidade (em todas as etapas). Para os mercados mais exigentes, a carne poderia ser 
oferecida pronta para o preparo e consumo. Aspecto visual atrativo: a cor e o tipo de embalagem são 
importantes determinantes da decisão de compra de produtos. Informações sobre a origem do 
produto, raça e sexo do animal são cada vez mais desejadas pelos consumidores. Em alguns 
mercados, por questões de ordem cultural, desejam-se informações sobre o processo de criação do 
animal, o uso de vacina e hormônios, os cuidados com o meio ambiente, a forma de abate e os 
cuidados na manipulação durante o processo produtivo. A divulgação dessas informações junto ao 
consumidor via propaganda e outras ações promocionais, devem ser incentivadas. Em outros países, 
iniciativas desse tipo já obtiveram resultados positivos em termos de aumento da demanda por 
produtos das cadeias de carne e leite. Operar fluxos de informação e de produto de maneira eficiente, 
com rapidez e agilidade, deve ser uma meta para toda a cadeia. Isso exige infra-estrutura. 
 
Melhorias no transporte terrestre como nos sistemas de armazenagem nos portos e aeroportos. A 
troca de informações entre os agentes deve ser facilitada com a difusão da internet e a diminuição em seu 
custo de acesso. Existem resistências à utilização de tecnologia de informação. A troca de informação entre 
os agentes da cadeia é dificultada pelo comportamento não cooperativo que caracteriza os principais atores 
da cadeia da carne. 
 
 
Recomendação de iniciativas: 
- Eliminação de problemas sanitários em todo País; 
- Ampliar os serviços de assistência técnica ao produtor e melhorar os processos de difusão de tecnologia, 
incluindo meios eletrônicos, para todos os participantes da cadeia; 
- Rever a estrutura e práticas de inspeção e fiscalização sanitária, visando tanto padronizá-las em âmbito 
nacional, quanto torná-las compatíveis com as exigências dos mercados internacionais. 
- Investir na estrutura de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da carne bovina existente no País, aproveitando 
o conhecimento e as boas condições materiais e humanas já acumuladas em diversos centros de pesquisa. 
- Promoção de formas mais associativas e/ou cooperativas de organização deve ser alvo de atenção de todos 
os agentes. 
- Realizar campanha publicitária de caráter institucional, internacional e nacional, com os objetivos de 
informar os consumidores sobre as reais características da carne bovina brasileira, mostrando a natureza da 
atividade pecuária e modificando a visão negativa que se tem sobre ela; 
- Implantar um sistema centralizado e confiável para definição e coleta de informação sobre aspectos 
diversos da cadeia; 
- Estimular o uso do sistema de classificação de carcaças nos frigoríficos e abatedouros, visando remunerar 
de forma diferenciada a qualidade e especificidade. 
- Incrementar o sistema de rastreabilidade no país; 
- Promover cursos voltados para treinamento da mão-de-obra gerencial e operacional das propriedades 
pecuárias. 
- Promover o treinamento da mão-de-obra da indústria frigorífica e abatedouros. 
- Intensificar acordos comerciais entre novos importadores e exportadores nacionais e combater práticas 
protecionistas 
- Ampliação do número de empresas certificadas em gestão da qualidade e ambiental. 
 
 
REFERÊNCIAS 
VAZ, A. P. Bovinocultura de corte. Volume I. Ed. FEALQ, 2010. Piracicaba, SP. 2010. 216 p. 
VAZ, A. P. Bovinocultura de corte. Volume II. Ed. FEALQ, 2010. Piracicaba, SP. 2010. 2 p. 
BARCELLOS et al. Bovinocultura de corte: cadeia produtiva & sistemas de produção. Guaíba: 
Agrolivros, 2011. 256p.

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