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DISTÚRBIOS DO SÓDIO • Distúrbio no balanço corporal de água • Aumento da quantidade de água em relação à quantidade de sódio corporal • Valores de normalidade: Ø 135 – 145 mEq/L • Quando tiver uma quantidade de água maior que 135 -145 mEq/L à hipernatremia HIPONATREMIA DEFINIÇÃO • Hiponatremia leve Ø 130-135 mEq/L • Hiponatremia moderada Ø 120-129 mEq/L • Hiponatremia grave/severa Ø <120 mEq/L • Quadro clínico Ø Gravidade da hiponatremia o Valor do sódio X Velocidade de instalação de hiponatremia • Hiponatremia aguda Ø <48 Ø Mais sintomática Ø Alterações neurológicas • Hiponatremia crônica Ø >48h CENTRO OSMORREGULADOR • ADH: hormônio antidiurético que vai agir no túbulo coletor DIAGNÓSTICO: CLASSFICAÇÃO POR VOLEMIA Ø Pseudo-hiponatremia o Osmolaridade alta § Hiperglicemia § Contraste § Manitol o Osmolaridade normal § Erro laboratorial § Hipertrigliceride mia § Hiperproteinemi as o Osmolaridade reduzida • Hipovolêmica Ø Síndrome cerebral perdedora de sal Ø Diurético à tiazidico Ø Insuficiência adrenal Ø Sódio urinário baixo, osmolaridade urinário alta Ø Perdas extrarrenais (Ex: TGI) à diarreias • Euvolêmica (volemia normal) Ø SIADH à síndrome inapropriada da secreção do ADH Ø Potomania do bebedor de cerveja Ø Polidipsia psicogência Ø Ecstasy (MDMA) Ø Maratona Ø Hipotireoidismo Ø Insuficiência adrenal Ø hipopituitarismo • Hipervolêmica Ø Cirrose Ø Insuficiência cardíaca Ø Síndrome nefrótica Ø Síndrome edematosa Ø Sódio urinário baixo, osmolaridade urinária alta SÍNDROME DA ANTIDIURESE INAPROPRIADA (SIAD) Distúrbios Hidroeletrolíticos (Na e K) • ADH secretado de maneira inapropriada • Causa mais relacionada a casos de hiponatremia crônica • Mesmo níveis suprimidos de ADH pode ocorrer hiponatremia • Diversas etiologias Ø Neoplasias (EX: câncer de pulmão) Ø Doenças pulmonares Ø Drogas (Antidepressivos; anticonvulsivantes; opióides) Ø Distúrbios do SNC (neoplasias; AVC, HSA (hemorragia subaracnóidea); neurocirurgia) • Diagnostico é clínico Ø Hiponatremia hipotônico euvolemico Ø Osmolaridade urinário >100 mosm./L Ø Sódio urinário >40mEq/L Ø Função renal, cardíaca, hepática, tireoidiana e adrenal normais Ø Ausência de diurético tiazidico • Exame laboratorial à para exclusão • Hiponatremia, hipoosmolar, euvolêmica • Causas de SIAD Ø Trauma craniano Ø Tumores intracranianos Ø Tumores brônquicos (produção ectópica) Ø Drogas anestésicas Ø Cirurgias extensa Ø Drogas • Hiponatremia induzida por algumas medicações: Ø Mecanismo 1. Carbamazepina 2. Fluoxetina 3. Hidroclorotiazida 4. Sildenafil à aumentam a corporação de acquaporina 2 QUADRO CLÍNICO • Sinais/sintomas neurológicos dominam o quadro • Entrada de água em células do SNC Ø Edema cerebral • Apatia/fraqueza • Cefaleia • Náuseas e vômitos • Alterações no nível de consciência • Convulsões • Coma • Morte Ø Por edema cerebral TRATAMENTO • Sintomático • Não sintomático Ø Crônicos • Cálculo da mudança de sódio plasmático por litro de solução infundida Ø Fórmula de adrogué • Correção <10 mEq nas primeiras 24horas • 18mEq nas primeiras 48h • Não pode ser corrigida com doses muito rápidas, pois pode ocorrer à risco de desmielização osmótica Ø Hemorragias cerebrais Ø Confusão cerebral Ø Convulsões Ø Coma Ø Morte • Hiponatremia hipovolêmica Ø Identificar e tratar a doença de base Ø Repor a volemia Ø NaCl 0,9% Ø Não usar fórmulas Ø Monitorar sódio Ø Expansão com soro fisiológico 0,9% Ø Fluodrocortisona (0,1 a 0,4 mg/dia) o Deficiência de mineralocorticóide • Hipervolêmica Ø Identificar e tratar a doença de base Ø Não repor sódio Ø Restrição de sódio o Restrição de água Ø Diuréticos o De alça o Tiazídico o Espironolactona Ø Em pacientes refratários à Ultrafiltração ou hemodiálise • Hiponatremia euvolêmica Ø Tratar a causa base Ø Restrição de água Ø Furosemida Ø Sintomáticos o Repor sódio • Hiponatremia crônica/assintomática Ø Terapia múltipla Ø Restrição hídrica o Baseado na diurese Ø Ingesta rica em proteínas o Promove perda de H2O livre (fornece osmóis) Ø Ureia oral (15-60g/dia) o Promove perda de H2O livre (fornece osmóis) Ø Furosemida + NaCl oral • Hiponatremia aguda/sintomática Ø Como produzir NaCl3%? o 850 ml SG(soro glicosado) 5% + 150 ml NaCl 20% o Fórmula de adrogué • Repor sódio somente se tiver sintomas CASO CLÍNICO MJ, 78 anos, feminino, procura o hospital com história de diarreia e vômitos há dois dias. Hoje, evoluindo com sonolência, AM: HAS, usa indapamida Exame físico: Ø Sonolenta, pupilas Isocóricas e Fotorreagentes Ø Mucosas secas, desidratada Ø BRNF 2t sem sopros Ø MV+ sem RA Ø Abdome flácido, indolor Ø Na 122 mEq/L (hiponatremia moderada) / K 3,5 mEq/L / Cl 86 mEq/L Ø Hb: 10,8 g/dL • Suspeitas diagnósticas? Ø Gastroenterite aguda Ø Hiponatremia • Etiologia da hiponatremia Ø Hiponatremia hipovolêmica HIPERNATREMIA DEFINIÇÃO • Hipernatremia Ø Concentração de Na+ no plasma >145 mEq/L Ø Déficit de água em relação ao sódio (mais água do que sódio) • Sódio à principal cátion Ø Determinante de tonicidade extracelular/ volume intravascular • Papel da sede e ADH • Usualmente associado a hipovolemia Ø Forma mais comum • Perda renal ou extrarrenal • Aumento de mortalidade PERDAS DE ÁGUA PELO ORGANISMO • Situação de normalidade: 400- 900ml/dia Ø Fezes: 100-200ml/dia Ø Suor: 100-300ml/dia Ø Respiração: 200-400ml/dia HIPERNATREMIA • Perda de H2O livre Ø Déficit de concentração urinaria (Diurese osmótica; diabetes insípidus) Ø TGI (diarreias aquosas) Ø Perda insensíveis • Déficit de ingestão de H2O Ø Inabilidade beber água ou acesso limitado Ø Defeito mecanismo de sede Ø Idosos • Excesso de NA+ Ø Fluidos hipertônicos Ø Ingestão de grandes quantidades de sódio Ø Excesso de mineralocorticóide TIPOS DIAGNÓSTICO • Clinicamente deve se avaliar a presença de: Ø Sede; Ø Poliuria; Ø Diarreia • No exame físico deve-se focar no exame neurológico • Exames laboratorias: Ø Determinação da osmolaridade do soro e da urina, além de eletrólitos urinários. • Hipernatremia leve Ø 145-150 mEq/L • Hipernatremia moderada Ø 150-160 mEq/L • Hipernatremia severa Ø >160 mEq/L • Exames complementares são solicitados para investigar poliúria e polidipisa de causa indeterminada Ø Osmolaridade urinaria > 150 mOsm/L: poliúria hipertônica (pode ser secundário a diabetes mellitus, uso de manitol no tratamento do edema cerebral e alimentação em excesso em caso de pacientes desnutridos) Ø Osmolaridade urinaria <100 mOsm/L: o Se a osmolaridade do plasma estiver reduzida, pensamos em polidipsia primária. Isto é visto em pacientes com distúrbios psiquiátricos, como nos pacientes esquizofrênicos. o Se a osmolaridade do plasma estiver aumentada, isto é, > 295 mOsm/L, pensamos em diabetes insípidus. Estes pacientes possuem incapacidade renal de concentrar a urina. o Se a osmolaridade do plasma estiver normal, isto é, entre 285 e 295 mOsm, podemos pensar em duas situações: pode ser polidipsia primaria em que o paciente não ingeriu uma quantidade excessiva de água, por isso, não causou uma hiposmolaridade do plasma; pode ser diabetes insípidus. ADAPTAÇÃO DE CÉLULAS DO SNC • Aumento da osmolalidade plasmática Ø Micróglia Ø Astrocito Ø Oligodendrócito • Aumento osmois intracelulares à evitar desidratação celular Ø Para evitar edema cerebral QUADRO CLÍNICO • Os sintomas são predominantemente neurológicos. • Letargia • Irritabilidade • Confusão mental • Convulsão • Coma (situação grave) • Anorexia • Náuseas • Vômitos • Fraqueza muscular • Hemorragia intracraniana • Em pacientes pediátricos podemocorrer como complicação: Ø Hemorragia parenquimatosa ou subaracnóidea Caso haja uma redução abrupta do sódio sérico, com uma queda abrupta da osmolaridade sérica, a água passará para o meio intracelular, levando a edema cerebral, com sintomas neurológicos graves, como crise convulsiva e coma DIABETES INSÍPIDUS: CAUSA ESPECIAL • Poliúria (perda de água renal) Ø Incapacidade de concentrar a urina (osmolalidade urina <250mOsm/Kg Ø Não vai ter o ADH • Ausência da produção do ADH (central) • Insensibilidade renal à ação do ADH (nefrogênico) • Nefrogênico: causas Ø Lítio; anfotericina B; Aciclovir Ø Hipercalcemia; hipopotassemia PARA DIFERENCIAR: CAUSA CENTRAL OU NEFROGÊNICA • Teste com DDAVP (desmopressina, análoga de ADH) à (spray nasal ou uso subcutâneo) Ø Central à aumento da osmolalidade urinaria e redução da poliúria Ø Nefrogênico à manutenção da poliúria e osmolalidade urinária • Cuidado no teste com DDAVP: interromper infusão de soluções hipotônicas POLIÚRIA • Diurese > 40ml/kg/dia ou >3L/dia TRATAMENTO • Não reduzir mais que 12 mEq/L de Na+ em 24h Ø Risco de edema cerebral • Uso da fórmula de adrogué • Utiliza-se soluções hipotônicas Ø Água (VO ou sonda nasogastrica) Ø Intravenoso (SG 5%; SF 0,45% (77 mEq/L) • Diabetes insípidus Ø Central à desmopressina (DDAVP) – agonista de ADH Ø Nefrogênico o Etiologia lítio à amilorida (10-40mg/dia) o Outras etiologias: hidroclorotiazida • Hipernatremia grave, o paciente for incapaz de beber água em decorrência de vômitos contínuos ou alterações do estado mental, a hidratação vai ser por IV. (não pode ser superior à uma redução de 10mEq/L/h em 24h) • Hipernatremia Hipervolêmica pode ser reposto com solução de glicose 5%, a qual pode ser suplementada com um diurético de alça. • Hipernatremia euvolêmica, a água livre pode ser reposta utilizando-se SG 5% ou água potável VO. • Hipernatremia hipovolêmica pode-se administrar, em um primeiro tempo, solução fisiológica a 0,9%, e a segunda etapa, soro fisiológico a 0,45% (fazemos essa solução a 0,45% a partir de uma mistura de partes iguais de SF 0,9% com SG a 5%) • O déficit de água livre pode ser calculado da seguinte forma CASO CLÍNICO CJ, 82 anos, masculino, trazido pelo filho ao hospital por rebaixamento da consciência. AM: acamado por demência de Alzheimer, dependente para as ABVD. DM tipo 2, faz uso de metformina e glicazida. Exame físico: • Suspeitas diagnosticas Ø Estado hiperosmolar hiperglicêmico Ø Hipernatremia • Conduta Ø Hidratação Ø Procurar fatores de descompensação Ø Corrigir a hiperglicemia à com insulina Ø Corrigir a Hipernatremia • Tratamento Ø Fórmula de adrogué e matias Ø Guiada por monitorização frequente do sódio e não somente por fórmulas Ø Repor água livre de eletrólitos Ø SG 5% ou NaCl 0,45% Ø Não usar água destilada pura, via endovenosa • Tratamento do caso DISTÚRBIOS DE POTÁSSIO • O potássio é essencial para várias funções corporais como: Ø Geração do potencial de membrana; Ø Manutenção do volume do eic Ø Transmissão neuromuscular Ø Atividade enzimática, síntese proteica, crescimento e divisão celular Ø Manutenção do equilíbrio ácido- base Ø Regulação da pressão arterial. CARACTERÍSTICAS DO POTÁSSIO • Déficit de água livre = [NA] sérico - 140] /140 x ACT (resultado em litros à reposição, hidratar, preferência ao SF 0,9%) Ø ACT no homem: 0,5XPeso Ø ACT na mulher: 0,4XPeso • Íon intracelular em sua maioria (cerca de 98%) • Extracelular – valores de referência: 3,5 – 5,0 mEq/L • Ion importante para o adequado funcionamento da bomba Na+/K+/ATPase: tanto a hipercalcemia quanto a hipercalemia alteram a eletrofisiologia cardíaca • Ingestão diária de cerca de: 40 -150 mEq/dia; • A insulina e adrenalina facilitam a entrada do potássio nas células; • Perda principalmente renal (90%) e TGI – o rim tem um mecanismo efetivo de controle dos níveis plasmáticos de potássio a partir da aldosterona (que reabsorve o sódio e excreta o potássio e o H+); DISTURBIOS DO POTÁSSIO • Alteração do potássio, pode levar a alteração cardíaca; • Adrenalina e a insulina facilitam a entrada de potássio nas células; • As células que mais sofrem com as alterações do potássio são: os músculos esqueléticos e principalmente o músculo cardíaco. HIPOCALEMIA: guarda ou perde muito K+. Guarda muito: insulina, adrenalina, alcalemia (entrada de K+ nas células); Perde muito K+: vômitos, poliúria, hiperaldosteronismo, acidose tubular renal. (OBS: vômitos: quem vomita perde potássio pela urina – o suco gástrico tem muito pouco potássio. Ao vomitar, ela perde HCl, fazendo alcalose à em resposta, a aldosterona “segura” o H+ e ao invés dele, “joga” K+) HIPERCALEMIA: guarda ou perde pouco K+ Guarda pouco K+: Rabdomiólise, acidemia, (saída de mais K+ de dentro das células); Perde pouco: insuficiência renal, hipoaldosteronismo (acidose tubular renal tipo IV – única ATR que cursa com hipercalemia, IECA, drogas que antagonizam a aldosterona, diuréticos poupadores de K+) HIPERCALEMIA É o menos frequente, mas sua ocorrência leva a desfechos mais graves (como: arritmias cardíacas que podem levar a parada cardíaca) • Definida como aumento do K+ plasmático superior a 5mEq/L • Resulta da redistribuição do K+ (saída do K+ do meio intracelular) ou da redução da excreção de potássio (principalmente pelos rins); • A causa mais comum de hipercalemia é a disfunção renal, especialmente quando associada com destruição celular, acidose metabólica grave ou uso de medicamentos • Também pode ser decorrente de redistribuição do potássio para fora da célula induzida por hiperglicemia DIAGNÓSTICO • É dado pela história clínica, dosagem plasmática do potássio e alterações eletrocardiográficas (aumento de amplitude da onda T ou ondas T apiculadas, QRS alargado, QT prolongado e ausência de onda P, arritmias). • Estas alterações não têm correlação com o nível plasmático, mas com a rapidez de aumento desse nível, e ocorrem em apenas 50% dos pacientes com concentração plasmática de K+ > 6,5 mEq/L CAUSAS • Aumento da ingesta Ø Necessidade diária: 1-2 mEq/L • Redução da Excreção Urinária Ø Injúria Renal Aguda/Doença Renal Crônica – V Ø Uso de Poupadores de K+ (aldactone, amilorida) Ø Uso de IECA/BRA, Bactrim (Sulfametoxazol-Trimetropim), Tacrolimus/Ciclosporina • Mudança de Compartimento Ø Acidose Ø β-bloqueador • Lise Celular Ø Síndrome Lise Tumoral Ø Hemólise Ø Rabdomiólise Ø Síndrome Neuroléptica • Insuficiência adrenal FATORES DE RISCO • Insuficiência renal crônica (RFG < 30 mL/min/1,73 m2). • Diabetes melito • Insuficiência cardíaca congestiva. • Depleção de volume. • Idade avançada. • Uso concomitante de medicamentos que interferem no sistema renina- angiotensina-aldosterona. • Substitutos do sal que contenham potássio. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • A maior parte dos casos é assintomático • Tecido mais susceptível a alterações do potássio à MIOCÁRDIO • MIOCÁRDIO: palpitações, bradicardia, hipotensão, arritmias inclusive fibrilação e assistolia; • MUSCULO ESQUELÉTICO: astenia, parestesias, hiporreflexia, paralisia inclusive respiratória. • Fraqueza ou paralisia muscular • A hipercalemia grave, [K]>7,0 mEq/L, é uma emergência médica que exige tratamento imediato. • Classificação da gravidade HIPERCALEMIA LEVE: potássio sérico entre 5,5 mEq/L e 5,9 mEq/L HIPERCALEMIA MODERADA: potássio sérico entre 6,0 mEq/L e 6.9 mEq/L HIPERCALEMIA SEVERA: potássio sérico >7,0 mEq/L • Arritmias cardíacas • Anormalidades na condução cardíaca Ø Onda T apiculada difusa Ø Aumento intervalo PR Ø Onda P achatada Ø QRS alargado Ø Sinusoidal Ø Fibrilação Ventricular/Taquicardia Ventricular Essas manifestaçõesgeralmente ocorrem quando a concentração sérica de potássio é ≥7,0 mEq/L com hipercalemia crônica ou possivelmente em níveis mais baixos com um aumento agudo de potássio sérico. Pacientes com manifestações cardíacas ou musculares esqueléticas geralmente apresentam uma ou mais anormalidades características do ECG associadas à hipercalemia. ECG NA HIPERCALEMIA Lembrar que o POTÁSSIO interfere principalmente na REPOLARIZAÇÃO (alterando a onda T – repolarização ventricular mais rápida); TRATAMENTO Conduta inicial: • Excluir pseudo-hipercalemia. • Obter ECG e, se hipercalemia for confirmada, colocar o paciente em monitor cardíaco. • Identificar e corrigir causas reversíveis de disfunção renal, tais como hipovolemia, uso de AINE, obstrução do trato urinário e inibidores do SRAA. Após isso: • Estabilização da membrana do cardiomiócito (“Proteção” do coração) Ø Gluconato de Cálcio: 1 ampola, diluída em 100mL de SF 0,9%, administrar em 5min. • Excreção/Eliminação Ø Diuréticos de Alça (excreção renal Ø Resina (excreção extrarrenal) Ø Hemodiálise (apenas se paciente for refratário ao tratamento inicial) • Mudança de Compartimento Ø Bicarbonato de Sódio: 1mL/kg a 8,4% Ø Β2-agonistas (inalação com Berotec) Ø Uso de sol. Polarizante (Glicose + Insulina) HIPOCALEMIA A hipocalemia, é definida como a concentração de potássio < 3,5 mEq/L, é um distúrbio comum, multifatorial e, em algumas ocasiões, associada a distúrbios do equilíbrio ácido- base. Embora possa resultar de ingestão diminuída ou redistribuição intracelular, a grande maioria dos casos resulta de perda gastrointestinal ou renal. CAUSAS • Alcalose metabólica • Anfotericina B • Beta-2-agonistas • Diarreias • Abuso de laxantes • Vômitos • Diuréticos: de alça ou tiazidicos • Déficit de ingesta e sudorese excessiva (raros) • Insulinoterapia • Nefropatia perdedores de sal MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Podem ser assintomáticos • O quadro clínico, dependente principalmente da hipotonia muscular, caracteriza se por: Ø Astenia, fraqueza muscular, parestesias, paralisias, íleo adinâmico, irritabilidade, letargia, com arritmias cardíacas tipo bigeminismo e/ou trigeminismo, e risco de parada cardíaca em sístole. • Em situações crônicas, a redução do potássio pode levar a instalação de diabetes insípidus nefrogênico, com poliúria aquosa e polidipsia), denominada nefropatia hipocalêmica. • A hipocalemia pode alterar a eletrofisiologia cardíaca, a arritmia mais comum é a extrassístole, que pode ser atrial ou ventricular. A fibrilação ventricular é o principal mecanismo de morte súbita. • Alterações no ECG: Ø (1) Onda T aplainada e aumento do intervalo QT. Ø (2) Aumento da onda U. Ø (3) Onda U proeminente, maior que a onda T. Ø (4) Desaparecimento da onda T + onda U proeminente. Ø (5) Onda P apiculada e alta. Ø (6) Alargamento do QRS (raro). MECANISMO DE HIPOPOTASSEMIA • As necessidades diárias de potássio de uma pessoa normal são de 40- 100 mEq/dia (ou 3-7 g de KCl por dia), que corresponde a cerca de 0,5-1,5 mEq/kg/dia. • Os principais alimentos que contêm potássio são: damasco seco, pêssego seco, figo seco, passa, banana, soja, levedura de cerveja, carne bovina, salmão, amendoim, dentre outros. • As principais causas são: entrada insuficiente (geralmente por hidratação parenteral inadequada) ou perdas excessivas por poliúria (período poliúrico da insuficiência renal aguda ou por ação de diuréticos) ou por diarreia e fístulas digestivas; doença de Cushing, síndrome de Cohn e desvio iônico (alcalose) também podem levar à queda do K+ plasmático. • Algumas situações fazem o K entrar na célula como: uso de insulina na cetoacidose diabética, pico de adrenalina no estresse (cirúrgico, traumático), alcalose metabólica, hipotermia, hipertireoidismo, dentre outros. • A pseudo-hipocalemia é rara, geralmente mais observada em pacientes com leucemia mieloide aguda, com alta contagem leucocitária, quando o sangue do paciente é demorado de ser analisado pelo laboratório, fazendo com que os mieloblastos consumam o potássio plasmático, reduzindo falsamente o K. Na suspeita de pseudo- -hipocalemia, deve-se colocar o tubo de coleta no gelo, ou então separar rapidamente o plasma das células por centrifugação. DIAGNÓSTICO • Na constatação da hipocalemia, deve-se procurar sua causa. Algumas causas são mais fáceis de identificar, como a: Ø baixa reposição de potássio, Ø vômitos, Ø diarreia, Ø uso de diuréticos, Ø insulina. • Se não for possível a identificação, deve-se dosar o potássio urinário, se < 20 mEq/L sugere etiologia extrarrenal (como diarreia, baixa ingesta); porém se > 30 mEq/L fala a favor de perda renal (diuréticos, poliúria, hipoMg, etc). TRATAMENTO • O tratamento consiste na administração de K+ de maneira empírica. • A administração podeser por via oral (KCI xarope ou drágeas, ascorbato de K+ em comprimidos efervescentes) ou por via endovenosa (aumentando se a concentração de K+ nas soluções eletrolíticas usuais ou na forma de solução polarizante). • Cada ampola contém 10 ml, o que dá 1 g de KCl. Em cada grama de KCl existe 13 mEq de K+ • A preferência é por via oral; a via venosa é indicada para intolerância gastrointestinal (GI), perdas GI importantes e em casos de hipocalemia grave. Embora a reposição intracelular do K+ possa requerer grandes quantidades, o K+ deve ser administrado lenta e cuidadosamente, para não produzir concentração excessiva no sangue que possa determinar parada cardíaca.
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