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Direito de Imagem x Liberdade de Expressão

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Direito de Imagem x Liberdade de Expressão.
 A liberdade de expressão é um direito fundamental que garante a manifestação de ideias, opiniões e pensamentos, previsto na Constituição Federal de 1988 em seu Art 5° inc IX - Art. 5º CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
 IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.
 O direito de imagem está protegido pela Constituição Federal de 1988 e pelo Código Civil, como um direito de personalidade. É o direito assegurado a todo indivíduo de ter à sua imagem resguardada, preservando a sua honra, moral e boa-fama. (Art. 5°, incisos v, x da CF e art. 20 § único do CC).
 Constituição Federal de 1988:
 “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;”.
Código Civil de 2002:
“Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.”.
 É notável o conflito existente entre estes dois direitos fundamentais, quando se fala em liberdade entende-se que não à restrição, que é possível falar, escrever e vincular imagens de terceiros em qualquer meio de comunicação sem autorização, no entanto não é bem assim que funciona, a liberdade de expressão está limitada para preservar o direito de personalidade do individuo. A liberdade de informar quando invade a intimidade e privacidade das pessoas, provocam um conflito de direitos.
 O uso da imagem pela imprensa e meios de comunicação é permitido com intuito informativo, com a imagem relacionada à notícia, sem fim comercial, respeitando à intimidade e privacidade , entretanto quando o uso da imagem deixa de ser informativo passa a ser abusivo, invadindo a privacidade para conseguir informações, fotos e imagens privilegiadas, expondo à integridade da pessoa, como aconteceu com a atriz Carolina Dieckmann, com fotos intimas divulgadas na internet, fato que deu origem a Lei 12.737/12 “Lei Carolina Dieckmann” que dispõe sobre a tipificação criminal de delitos informáticos. O Direito de imagem limita estes abusos.
 Com o avanço da tecnologia e das redes sociais é possível fotografar e filmar qualquer pessoa em qualquer lugar e simultaneamente postar na internet, sem nenhuma autorização ou preocupação quanto à imagem do individuo, recentemente dois policiais militares chamados para atender a ocorrência, fotografaram o corpo do ator Flávio Migliaccio enforcado e divulgaram na internet, o filho do ator entrou com uma ação judicial requerendo danos causados à imagem, por se caracterizar abusiva à divulgação da imagem e violação da imagem da pessoa falecida, sem autorização e divulgada nas mídias sociais.
 Fonte:https://lanoticia.uai.com.br/polemicas/pm-tira-foto-de-ator-da-globo-flavio-migliaccio-enforcado-e-publica-na-web/
 
 Tribunal e decisão.
 (TJ-AC - APL: 07130623520188010001 AC 0713062-35.2018.8.01.0001, Relator: Luís Camolez, Data de Julgamento: 14/05/2020, Primeira Câmara Cível, Data de Publicação: 21/05/2020) 
 “Não se vislumbra excesso ou abuso no exercício do direito à liberdade de expressão, comunicação e informação, porquanto a matéria publicada possui natureza informativa, com narração da ocorrência de fatos públicos, de interesse coletivo, sem qualquer menção de cunho pejorativo, revelando extrema cautela ao expressar, em diversos trechos, a ausência de certeza acerca das condutas. 4. Destaque-se que os demandados ainda disponibilizaram espaço no mesmo veículo de comunicação para que as empresas Apelantes apresentassem sua versão dos fatos. De rigor, portanto, a manutenção da sentença de improcedência recorrida. 5. Apelo desprovido”.
 (TRF-4 – AG : 50038831720204040000 5003883-17.2020.4.04.0000, Relator: Marga Inge Barth Tessler , Data de Julgamento: 19/05/2020, Terceira Turma).
 “A agravante agiu dentro do exercício legal de sua atividade profissional, tendo-o feito dentro do limite constitucional da liberdade de informar e em atenção ao direito de informação”.
 (TJ-RR - AC: 08277599820168230010 0827759-98.2016.8.23.0010, Relator: Des. , Data de Publicação: DJe 18/05/2020, p.) 
 “As acusações proferidas pelo recorrente contra o recorrido, baseadas em suas próprias opiniões, uma vez que não que não se trata de reportagem informativa, mas sim opinativa, extrapola o direito de liberdade de expressão e enseja o dever de indenizar o abalo moral suportado pela ofendida; 3. Honorários de sucumbência fixados no mínimo legal”.
 (TJ-CE - Embargos de Declaração : ED 00357323020138060071 CE 0035732-30.2013.8.06.0071, Relator: Lira Ramos de Oliveira, Data de Julgamento: 13/05/2020, 3° Câmara Direito Privado deste Sodalício, Data de Publicação: 13/05/2020) 
 “No caso dos autos verifica-se que a parte promovida utiliza linguagem excessiva ao narrar fatos relacionados à conduta da parte autora - bispo Fernando Panico - na administração da Diocese do Crato. Portanto, ainda que no exercício do jornalismo crítico, resta evidente que as expressões utilizadas ultrapassam a mera narrativa dos fatos pelo veículo de informação (animus informandi), demonstrando a evidente intenção de atingir a honra e imagem pública da parte autora (animus injuriandi vel diffamandi), configurando, assim, nítido abuso e imprudência no exercício da liberdade de informação pelo veículo jornalístico”.
 Na análise dos casos concretos, comprovamos o presente conflito de direitos. De acordo com as decisões citadas, não é possível dizer que um direito prevalece ao outro. A liberdade de expressão e o direito de imagem não são direitos absolutos.
 
 
 
 
 
 
 
 
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