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Maria Victória Z V Racanicchi Feridas ESTRUTURAS DA PELE Uma ferida com perda parcial compromete parte da derme, já uma ferida com perda total, a derme é destruída, podendo envolver camadas mais profundas. Ferida designa qualquer lesão que leve à solução de continuidade da pele, e pode ser classificada de acordo com sua causa: Trauma -> ferida aguda Intencional -> ferida pós-operatória Isquêmica -> ferida crônica Pressão -> ferida crônica LESÃO ARTERIAL E VENOSA Arterial: borda regular, base pálida e fria, multifocal, tendencia de ser necrótica, pulsos reduzidos ou ausentes, cianose, ausência de pelos Venosa: borda irregular, base vermelha, pigmentação perilesional, edema, pulsos presentes, eczema LESÃO NEUROPÁTICA • Surgem em locais de sustentação de peso e cisalhamento, como as faces dorsal, medial e lateral do pé e os artelhos • Apresentam aspecto redondo ou elíptico e quando presentes estão associados a algumas alterações no exame físico -> perda de sensibilidade de proteção, reflexos, percepção vibratória e propriocepção • A neuropatia causada pelo diabetes melito afeta nervos sensoriais, motores e autônomos GRAU DE CONTAMINAÇÃO • Limpas: não apresentam sinais de infecção e feitas em condições assépticas. Probabilidade de infecção é baixa. Exemplo: feridas produzidas em ambiente cirúrgico; • Limpas contaminadas: apresentam contaminação grosseira, como em casos de acidente doméstico ou em situações cirúrgicas em que houve contato com o trato genital, por exemplo, porém a situação ainda é controlada. • Contaminadas: feridas acidentais com mais de 6 horas de trauma, quando a ferida entrou em contato com fezes ou urina, por exemplo. No ambiente cirúrgico, uma ferida é considerada contaminada quando a técnica asséptica não foi devidamente respeitada. • Infectadas: são aquelas que apresentam sinais nítidos de infecção como edema, calor, rubor e dor. PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO -> Inflamação: lesão tecidual, ruptura dos vasos, homeostasia, formação do coagulo. Reação local a lesão do tecido ou invasão bacteriana -> parte importante do sistema de defesa e do processo da cicatrização • Sinais de inflamação: eritema, calor, edema e dor • Mastócitos, macrófagos e neutrófilos -> Reconstrução: desenvolvimento do tecido de granulação composto por matriz indefinida de fibrina, colágeno e outros • Estão presentes também os macrófagos, fibroblastos e vasos sanguíneos recém-formados • Tem função de preencher a ferida com tecido conjuntivo e cobertura epitelial • Tem duração de 3 a 24 dias -> Maturação: a ferida fica menos vascularizada e a migração celular para o local também • Fase que o colágeno é degradado e sintetizado • Tem duração de 3 semanas a 2 anos COMPLICAÇÕES DA CICATRIZAÇÃO LESÃO POR PRESSAO (LPP) • Localizada na pele ou tecido subjacente, normalmente sobre uma proeminência óssea, em resultado da pressão ou de uma combinação entre forças de compressão e tração tecidual • É considerado um indicador de qualidade do cuidado nos serviços hospitalares e domiciliares, sendo também um problema de saúde publica que acarreta sofrimento e diminuição da qualidade de vida do indivíduo e seus cuidadores, podendo levar a morte FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DA LPP Comprometimento da integridade da pele relacionado com pressão sem alívio e prolongada. Podemos mencionar 3 facilitadores de sua ocorrência: • Intensidade da pressão • Duração da pressão • Tolerância do tecido Ao tratar o paciente portador da lesão sua avaliação deverá ser realizada de maneira holística, uma vez que vários fatores podem afetar o processo cicatricial FATORES SISTÊMICOS FATORES INTRÍNSECOS O que observar? Coloração, temperatura e aspecto ESTÁGIOS Lesão por pressão causada por VNI Dispositivo médico Observar o exsudato! Quantidade, coloração e odor ESCALA DE BRADEN Recurso utilizado para pontuar o risco do paciente de desenvolverem lesões por pressão. TIME: tratamento do tecido, inflamação e controle de infecção, equilíbrio da umidade e promoção da epitelização (margem) SISTEMA RYB NUTRIÇÃO DO PACIENTE CUIDADOS DOMICILIARES • Avaliação semanal da lesão pela equipe de saúde • Avaliação dos recursos do paciente • Avaliação emocional • Avaliação do suporte familiar LESÕES EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA Inspeção -> avaliação -> conduta/situação vacinal TRATAMENTO DE LESÕES • Impedir e tratar infecção • Limpar lesão • Remover tecido inviável • Controlar exsudato • Manter ambiente propicio • Proteger a lesão LIMPEZA DA LESÃO SOB PRESSÃO CONTROLADA O objetivo da limpeza é remover do leito da lesão qualquer fator que possa impedir a evolução natural da reparação tissular como partículas estranhas, agentes tópicos residuais, fragmentos de curativos anteriores, exsudato da lesão e resíduos metabólicos. IRRIGAÇÃO COM PRESSÃO CONTROLADA Estudo de Martins e Meneghin (2012), permitem concluir que houve redução da quantidade de bactérias maior quando utilizada a seringa de 20 mL e agulha 25 x 8 (21G), em relação às outras duas técnicas de limpeza. Assim, com a utilização da agulha 25x8 em primeiro lugar; 40x12 (18G) em segundo lugar e remoção mecânica em último lugar; houve a estratificação maior das colônias de bactérias para a técnica de limpeza com remoção mecânica em relação às outras duas técnicas. DESBRIDAMENTO 1. Autolítico – Auto-degradação do tecido necrótico por meio de um ambiente úmido. A temperatura ideal deve ser de 37°C, pois a autólise requer enzimas e células. É indicado o uso de coberturas que retenham a umidade no leito da lesão. 2. Químico – Remoção do tecido necrótico por meio de enzimas proteolíticas que degradam o colágeno. 3. Mecânico – Remoção do tecido desvitalizado do leito da ferida com o uso de força física empregada por meio de fricção. 4. Instrumental – Remoção do tecido inviável com uso de lâmina de bisturi, pinças e tesoura. É um método rápido, seletivo e que pode ser associado a outros tipos de desbridamento (enzimático ou autolítico). Método não recomendado em pacientes com risco de hemorragia (coagulopatias ou anticoagulantes) e em lesões com insuficiência arterial. (AFONSO, et al, 2014) 5. Cirúrgico - Remoção completa do tecido necrótico, realizado em contexto de bloco operatório sob anestesia. Método não recomendado em pacientes com risco de hemorragia (coagulopatias ou anticoagulantes) e em lesões com insuficiência arterial. (AFONSO, et al, 2014) TIPO DE CURATIVO IDEAL • Varia de acordo com a finalidade, tipo de material e modo de aplicação • Deverá ser de fácil aplicação, confortável para o paciente e promover cicatrização da lesão e controle da umidade OBJETIVOS DO CURATIVO • Proteger a ferida dos microrganismos; • Auxiliar na hemostasia; • Promover cicatrização; • Promover drenagem de exsudato; • Promover desbridamento; • Manter temperatura do leito da ferida; • Manter leito úmido; • Proporcionar conforto ao paciente; • Proteger de traumas. TIPOS Semioclusivo Compressivo Oclusivo Cateter Dreno de penrose Dreno de tórax Estoma Dreno de sucção Dreno de Kehr Cateter port-a-cath CURATIVO NA LPP • Remover o curativo primário sem causar trauma ao leito da lesão; • Limpar a lesão com uso de irrigação controlada e solução isotônica aquecida; • Manter o leito da lesão úmido e sua retirar excesso de umidade da borda; • Avaliar a ferida e aplicar o curativo tópico indicado, o qual poderá ser alterado de acordo com o progresso da lesão; • Sempre considerar o tempo do cuidador e situação econômica familiar ao escolher o tipo de curativo TECIDOS INVIÁVEIS (AMPLIADO NO FINAL DO RESUMO) TECIDOS VIAVEIS (AMPLIADO NO FINAL DO RESUMO) TECIDO GRANULAÇÃO EEPITELIZAÇÃO ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AMPLIADO NO FINAL DO RESUMO) ANTIMICROBIANOS (AMPLIADO NO FINAL DO RESUMO) (AMPLIADO NO FINAL DO RESUMO) BOTA DE UNNA (AMPLIADO NO FINAL DO RESUMO) ESPUMAS (AMPLIADO NO FINAL DO RESUMO) FILMES HIDROCOLÓIDE HIDROGÉIS MEMBRANAS REGENERADORAS PRESSÃO NEGATIVA OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA (OHB) PAPAÍNA GEL COLAGENASE PREVENÇÃO DE LPP TERMINOLOGIA CIENTIFICA 1. Exsudato: líquido com alto teor de proteínas séricas e leucócitos, produzido como reação a danos nos tecidos e vasos sanguíneos. 2. Cisalhamento: fenômeno de deformação ao qual um corpo está sujeito quando as forças que sobre ele agem provocam um deslocamento em planos diferentes. 3. Hematoma: acúmulo de sangue em um órgão ou tecido após uma hemorragia. 4. Necrose: Geralmente de coloração enegrecida e que pode ter consistência dura (necrose seca/escara) ou mole (necrose úmida). 5. 5. Esfacelo: Tecido necrosado de consistência delgada, de coloração amarela ou acastanhada, podendo estar aderida ao leito e margens da ferida ou frouxamente ligada ao leito. 6. 6. Granulação: Tecido avermelhado umedecido e firme, indicativo de boa evolução do processo cicatricial. 7. 7. Epitelização: tecido de cor rosada, indicativo de encerramento da ferida, geralmente surge a partir das margens. 8. 8. Hipergranulação: Excesso de tecido de granulação, que se forma para além do nível do leito da ferida, gerando tensão nos bordos. Impede a migração das células epiteliais basais e consequentemente a cicatrização.
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