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Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 1 FLORICULTURA TROPICAL Alonso da Mota Lamas Novembro 2004 Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 2 ALONSO DA MOTA LAMAS Engenheiro Agrônomo, graduado pela Escola Superior de Agricultura do Espirito Santo – Centro Agropecuário da Universidade Federal do Espirito Santo (Alegre/ES, 1979); Pós Graduado pela Universidade Federal de Viçosa (Viçosa/MG, 1997) em Proteção das Plantas e pela Universidade Federal de Alagoas (Maceió/AL, 1991) em Aproveitamento de Recursos Hídricos; Consultor Técnico em Agronegócios – Agrifloricultura Tropical, Projetos Agropecuários, Agro-industriais; Ministra cursos e palestras sobre Agrifloricultura tropical; Autor do Livro FLORICULTURA TROPICAL – Técnicas de Cultivo Produtor e Comerciante de Plantas, Flores e Folhagens Ornamentais em Maceió/AL. CONTATO Endereço: Av. Dr. Antonio Gouveia, 225-Apto201 - Pajuçara 57.030-170 – Maceió / AL Telefone :Cel +82 93021955 Fax +82 326-1081 e-mail aml@fapeal.br e alonsolamas@hotmail.com Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 3 Caro (a) Amigo(a): Nas próximas páginas, está condensada grande parte dos conceitos que serão expostos por mim, durante o “Curso Floricultura Tropical – Tecnologia de Cultivo”. Elaborei esta apostila, com a intenção de complementar o que foi dito nas aulas ministradas durante o Curso, em Tabatinga/AM. Portanto está longe de pretender ser ensaio literário ou um livro técnico, mesmo assim, é bom imaginar que este resumo poderá acrescer alguns conhecimentos à Você, que gosta de plantas e que procura neste agronegócio um alimento para suas emoções e para seu cotidiano, estando assim divididos os assuntos: • Manual de Propagação das Plantas Ornamentais......................... pág 4 • Floricultura Tropical ........................................................................ pág 13 • Perfil Técnico do Agronegócio: • Cultivo de Flores para Corte • Cultivo de Helicônia ........................................................... pág 22 • Cultivo de Alpínia ............................................................... pág 31 • Cultivo de Bastão do Imperador ......................................... pág 36 • Cultivo de Gengibre Ornamental ....................................... pág 42 • Cultivo de Antúrio .............................................................. pág 45 • Cultivo de Folhagem para Corte • Cordyline .......................................................................... pág 56 • Aspargo Ornamental ........................................................ pág 59 • Bibliografia Recomendada para Consulta .................................. pág 65 Alonso da Mota Lamas. Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 4 PROPAGAÇÃO DAS PLANTAS ORNAMENTAIS Em plantas ornamentais, como nas demais espécies vegetais, a qualidade da muda para uma produção comercial ou uma composição paisagística é de grande importância para que se alcancem os objetivos almejados. A produção de uma boa muda depende da qualidade das matrizes e das técnicas de propagação utilizadas. Na propagação de plantas ornamentais são utilizadas desde sementes até estruturas vegetativas das mais diversas; assim sendo, cuidados especiais devem ser adotados com as plantas que servirão de matrizes para multiplicação da espécie. As matrizes devem ser mantidas sob rigoroso controle fitossanitário, visando o máximo de qualidade das mudas que serão geradas a partir destas plantas. Outro fator é dispor de campos distintos, evitando proximidade de coleção de matrizes e áreas de produção comercial de flores ou mudas. A aquisição de plantas matrizes deve ser criteriosa, não anexando a coleção novas plantas, sem antes proceder uma quarentena, na observância quanto ao estado geral da nova planta. Do mesmo modo, todo equipamento de trabalho deve ser conveniente desinfetado, antes e depois de sua utilização. Um procedimento interessante é manter ferramentas distintas para os diferentes talhões de cultivo. TIPOS DE PROPAGAÇÃO Existem dois tipos de propagação de plantas, que são divididas conforme o meio de propagação. Elas são: Propagação Sexual e a Propagação Assexual ou vegetativa . 1 – PROPAGAÇÃO SEXUAL A propagação sexuada ocorre quando a semente botânica é utilizada como estrutura de reprodução para produção de novas plantas, sendo um meio muito utilizado para se obter novas variedades e, em alguns casos, é o único meio de propagação para algumas espécies. As plantas propagadas por sementes podem mostrar duas fases distintas de crescimento. Na primeira, denominada fase juvenil, as plantas, em geral, tem um crescimento vigoroso, apresentando folhas mais inteiras, maiores que as que apresentaram na fase adulta. Na segunda, denominada fase madura, a planta exibe menor crescimento, folhas mais partidas, com conformação típica da variedade. A rapidez com que as plantas superam a fase juvenil é variável, podendo durar alguns dias ou semanas após a germinação, ou meses e anos para outras, a exemplo das heras, coníferas e tuias. Entre as principais vantagens da propagação através de sementes, destacam- se a possibilidade de obtenção de plantas isentas de moléstias, a conservação de bancos de germoplasma além de se tratar de um método pouco dispendioso. 2 – PROPAGAÇÃO ASSEXUAL OU VEGETATIVA Na propagação assexuada ou vegetativa não ocorre a fecundação para gerar uma nova planta, ou seja não há “sexo”. Com isto, obteremos a reprodução fiel da planta matriz, ou seja um processo de clonagem. Nesse tipo de propagação, as Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 5 formas de propágulos são as partes tidas como vegetativas nas plantas, quer dizer as partes utilizadas para formação de novas mudas são: galhos, ramos, raízes, gemas, filhotes, rebentos, folhas etc. Em qualquer dos métodos de propagação assexual o grupo de mudas provenientes da matriz é chamado de CLONE. Pelo fato de ser um processo mais rápido e de apresentar um baixo custo, associado a facilidade e rapidez, a propagação vegetativa é amplamente utilizada. PROCESSOS NATURAIS DE PROPAGAÇÃO ASSEXUAL Nos processos naturais de propagação assexual na natureza, as plantas propagam-se através de: bulbos, cormos, rizomas, tubérculos, raízes tuberosas, estolões ou estolhos, bulbos aéreos, rebentos ou filhotes, folhas, esporos. BULBOS: São caules subterrâneos que apresentam pequeno crescimento vertical em virtude do diminuto número de nós e, principalmente, pelo reduzido comprimento dos entrenós. Caracterizam-se pelo acúmulo de reserva. Exemplos de plantas bulbosas: íris, tulipa, etc. CORMOS: Os cormos nada mais são que caules sólidos, inchados pelo acúmulo de nutrientes, capazes de desenvolverem gemas. São caules subterrâneos que têm a porção expandida da base da haste recobertos por uma ou duas bases foliares secas (similares às túnicas), semelhantes a escamas secas. Possuem um prato basal, onde surgem as novas raízes. RIZOMAS: De modo semelhante aos bulbos e cormos, os rizomas são caules modificados. Apresentam crescimento horizontal, podendo ser superficial ou subterrâneo. São ricos em reservas, mostrando todas as características de um caule: nós , entrenós, gemas laterais e dominância apical. Exemplo de plantas rizomatosas bastão-do-imperador, hemerocale, helicônias, alpínias, estrelícia, algumas samambaias. TUBÉRCULO: Ostubérculos, como os bulbos, os cormos e os rizomas, são caules modificados, formados pela expansão e pelo grande acúmulo de reserva na região apical de estolhos produzidos na parte subterrânea da planta. São conhecidas popularmente por batatinhas. Exemplo de plantas caládio tinhorão etc. RAÍZES TUBEROSAS: Embora as raízes não tenham gemas vegetativas, algumas vezes, podem ser utilizadas na propagação vegetativa natural. Exemplo plantas com raízes tuberosas gloxínia, begônia-tuberosa, dália, etc. Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 6 ESTOLHOS OU ESTOLÕES São caules de crescimento horizontal, distinguindo-se dos rizomas por terem menos diâmetro, entrenós mais longos e sem raízes ao longo dos entrenós. Podem ser aéreos ou subterrâneos e, normalmente, apresentam alternância de gemas normais e gemas atrofiadas. São exemplos de estalões aéreos: moranguinho e begônia. Este também é o tipo de caules das gramíneas. BULBILHOS AÉREOS Algumas vezes a propagação pode se dar por meio de pequenos bulbos produzidos na aérea da planta. REBENTOS E FILHOTES São brotações surgidas da planta-mãe. Exemplos de rebentos: brotações que ocorrem no manacá, na Ravenala madagascariensis (árvore do viajante), em broméliasm etc FOLHAS Algumas plantas apresentam brotações na folhas ainda ligadas à planta matriz, como algumas samambaias. Outras, como folha-da-fortuna, flor de maio, flor de outubro, sianinhas e diversas cactáceas só desenvolvem brotações nas margem das folhas, quando destacadas da planta-mãe. ESPOROS São estruturas produzidas pelos plantas ditas “interiores”, a exemplo de avencas e samambaias os esporos são produzidos na face inferior das folhas. Estas estruturas podem sobreviver por períodos longos, até que condições propícias venham contribuir para sua germinação. PROCESSOS ARTIFICIAIS DE PROPAGAÇÃO ASSEXUAL Nos processos artificiais são englobados aqueles que não ocorrem freqüentemente na natureza. O homem, através da observação da fisiologia vegetal e utilizando-se da capacidade regeneradora dos tecidos vegetativos, desenvolveu várias técnicas para facilitar a plena realização deste fenômeno, permitindo, assim, que pedaços de caules, de folhas e de raízes venham a se regenerar em plantas completas. Os principais processos artificiais de propagação assexual ou vegetativa são: Estaquia, Mergulhia, Alporquia, Enxertia e Cultura de Tecidos ESTAQUIA: A estaquia é o processo de propagação, no qual pequenas porções das hastes, folhas ou raízes são posta sob condições que favorecem o enraizamento, formando nova planta. Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 7 A- ESTACAS DE CAULE: As estacas de caule de plantas podem ser tomadas de diferentes regiões, podendo ser classificada quanto à consistência, em : • Estacas herbáceas (tratam-se das estacas retiradas da ponta dos caules e são bem tenras); • Estacas semi-lenhosas (tratam-se de estacas retiradas de regiões do caule de meia maturação); • Estacas lenhosas (tratam-se de estacas retiradas de região madura dos ramos ou caules). A classificação das estacas lenhosas é a que se faz de acordo com a posição que ocupam no ramo de origem, como segue: • Estacas apicais ou terminais • Estacas medianas • Estacas basais Quanto ao modo de preparo, as estacas podem ser classificadas em: - Estacas simples - tomada na porção do caule, ex.: jasmim, crisântemo, hibisco, etc. - Estaca com talão - tomada de uma porção de um ramo com pequenos pedaços do ramo que lhe deu origem, ex.: buxinho, ligustro; - Estaca em cruzeta - tomada de modo semelhante à estaca com talão porém com pedaço basal do ramo de origem, bem maior. Ex.: ficus; - Estaca de gema - é aquela composta por uma seção do ramo contendo apenas uma gema, podendo ou não conter a folha que lhe é adjacente, ex : calonchoe, ficus, peperonia. Quanto ao tamanho e o comprimento, as estacas podem ser classificadas em: - grandes, - médias e - pequenas. B- ESTACAS DE FOLHAS: Diferentes plantas apresentam folhas com características de regenerarem plantas completas. Isto ocorre com begônia-rex, gloxinia, violeta-africana entre outras . C- ESTACAS DE RAÍZES Algumas plantas apresentam raízes com habilidade de desenvolverem gemas adventícias como por exemplo o ipê, o manacá, a jabuticaba, a fruta pão, e outras mais. Nestas plantas , quando suas raízes são secionadas, regeneram novas plantas. Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 8 MERGULHIA A mergulhia é o método de propagação vegetativa que nos permite enraizar uma porção da planta, sem desligá-la da planta-mãe. Assim , durante o processo de enraizamento, ocorre o suprimento de reservas, de água e de hormônios pela matriz, tornando o método mais efetivo. Neste método, o ramo da planta-mãe é forçado a passar por dentro do solo, deixando de fora a porção ligada à planta e à sua parte apical. Pode ser utilizado em qualquer planta, desde que tenha disponibilidade de ramos adequados. Neste processo temos as seguintes etapas: 1. Fazer cortes ou anelagem na porção do ramo que será mergulhada (enterrada) no solo para enraizamento, 2. Mergulho (enterramento) da parte anelada, 3. Desmame quando a planta estiver enraizada, 4. Plantio da muda em sacos no local definitivo ALPORQUIA É uma variação de mergulhia, onde ao invés de se levar o ramo ao solo, leva-se o solo ao ramo. Este processo de multiplicação vegetal permite a obtenção rápida de plantas maiores que as obtidas em outros processos, sem perdas de folhas, e já formadas, conforme o ramo escolhido. O processo consiste, em síntese, na remoção das folhas da região efetuando-se cortes ou anelagem nesta área onde quer promover o enraizamento; nesta área coloca-se uma porção de substrato úmido, que é envolvida com um filme plástico (preferencialmente transparente – para observar-se o enraizamento), e amarrado nas partes inferior e superior. Atualmente, em alporquia tem se usado o gel (grão d´água) envolto em papel alumínio. Lembrando que o uso de fito-hormonios é pratica usual visando acelerar o processo, o AIB (acido indol-butírico) é o mais usado, em proporções que variam de 500 a 3.000 ppm. ENXERTIA A enxertia é um processo de multiplicação que leva em conta a capacidade de duas ou mais plantas combinarem-se e crescerem simultaneamente em um único pé. Na enxertia, temos o cavalo ou porta-enxerto que será a espécie ou a variedade que dará origem ao sistema radicular e, o enxerto ou cavaleiro que dará origem à parte aérea e está sobre o porta-enxerto. Em plantas ornamentais, a enxertia é utilizada em poucas espécies, como por exemplo roseira, cacto, etc. Para que a enxertia seja bem sucedida é preciso que o enxertador seja pessoa com aptidão e treino para tal; disponibilidade de ferramenta adequada e bem afiada, além de conhecimento sobre métodos de enxertia e as épocas que sejam as mais adequadas, bem como, higiene e asseio em todo o processo. Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 9 TIPOS E TÉCNICAS DE ENXERTIA a) BORBULHIA A borbulhia é o método de enxertia feto usando uma gema ou borbulha, que será o enxerto, sobre o porta-enxerto. A gema deve ser retirada de um ramo de uma planta saudável e sadia. Ela pode ser realizada através de várias técnicas, dentre elas: • de escudo sob casca (“T” normal, “T” invertido, “T” duplo), • de janela aberta e • de anel. b) GARFAGEM A garfagem consiste no processo de enxertia onde o material utilizado como enxerto é um ramo ao invés de uma gema. A garfagem também tem variações conforme a forma de seintroduzir o garfo no porta-enxerto. Ela pode ser feita pelos seguintes processos: • de fenda cheia, • de topo ou cunha; • lateral sob casca simples, • lateral sob casca à inglesa, • de topo, meia fenda, • de topo, sob casca, c) ENCOSTIA A encostia é o processo de enxertia onde enxerto e porta-enxerto são colocados lado a lado. Faz-se no enxerto e no porta-enxerto um corte lateral, expondo-se, aproximadamente, a mesma área de tecido. Isto feito, justapõem-se as superfícies cortadas, amarrando-se bem para forçar o contato entre as mesmas. Sintetizando o processo de enxertia por encostia consiste em: 1 – Corte do enxerto e do porta-enxerto, 2 – Encostia das partes (enxerto e porta-enxerto), 3 – Pega e cicatrização, 4 – Desmame do enxerto. CULTURA DE TECIDOS ou MICROPROPAGAÇÃO Diferentes são as tecnologias empregadas pelo homem, atualmente, para melhorar o rendimento de suas culturas. Algumas são bem conhecidas pela população, como as anteriormente descritas. Porém uma pouco divulgada que possui cada vez mais importância é a cultura de tecidos vegetais, conhecida também como micropropagação, oferecendo inúmeras vantagens e aplicações. Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 10 As vantagens desta tecnologia são muitas, pois ela permite que com uma pequena quantidade da material obtenhamos muitas plantas, que serão idênticas. Também possibilita que se obtenham plantas livres de doenças fúngicas, bacterianas e aquelas provocadas por vírus, pois os explantes são retirados de regiões jovens e que não foram, ainda, contaminados com o patógeno. Com o seu uso foram obtidos avanços significativos em diferentes culturas de alimentos, de madeiras, ornamentais entre outras. Por exemplo, na produção de abacaxi comestível e ornamental, em diversas aráceas (antúrios, espatífilio, monstera, filodendro), em alpínias, em helicônias, em orquídeas e em bromélias. Isto tem propiciado o cultivo comercial de espécies extremamente raras na natureza, contribuindo para que se evite o extrativismo de espécies nativas. A cultura de tecidos é uma importante alternativa aos métodos convencionais de propagação de plantas, pois possibilita níveis de multiplicação de até 1 para 100.000, ou seja, que de uma única planta se obtenha até 100.000 novas plantas, onde a planta resultante é geneticamente idêntica à planta original, o que coloca a cultura de tecidos na vanguarda da produção de plantas em relação aos demais métodos, associada à garantia de mudas limpas e sãs, em tempo e espaços reduzidos se comparada com os sistemas tradicionais. Este é o melhor meio de se obter mudas para os plantios comerciais; é vanguarda e garantia de sucesso na exploração comercial de plantas ornamentais. ESTRUTURAS E LEITOS PARA A PROPAGAÇÃO DE PLANTAS ORNAMENTAIS Para a propagação eficiente de plantas ornamentais podemos escolher as mais diversas instalações dentre os usualmente utilizados estão: viveiros telados ou ripados, cobertura com plástico, ou estruturas mais simples como caixas ou caixotes cobertos. Para o cultivo comercial de plantas ornamentais deve-se optar por estruturas mais sólidas, no caso a utilização de viveiros telados ou estufas cobertas com vidro ou com filmes plásticos. Nestas estruturas deve-se projetar instalações tais como: canteiros, escritório, depósito para insumos, mesas para manipulação, instalações elétricas e hidráulicas, entre outros. O sentido para implantação deve ser na observância dos pontos cardeais norte-sul, e sua construção devem oferecer as seguintes condições: a) conforto térmico, evitando oscilações de temperatura; b) umidade relativa constante; c) luminosidade adequada; d) renovação constante de ar; e) proteção contra a insolação excessiva e/ou deficiente. A construção de canteiros de propagação sob ambiente controlado de sol contribui para a redução da transpiração, associada também ao fato de que em sistemas radiculares delicados, o excesso de calor é especialmente prejudicial às estacas recém-enraizadas e às mudas novas. Outro fator para adoção destas estruturas de proteção é que uma menor freqüência de regas é necessária quando a planta se encontra na sombra, já que a transpiração das plantas e a evaporação do solo são bastante reduzidas. Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 11 Na propagação vegetativa, os processos de obtenção de mudas por estaquia exigem leitos e estruturas que melhorem o ambiente para o enraizamento Os leitos ou canteiros para enraizamento podem ser feitos sob o solo, embutidos ou suspensos, devendo ser bem drenados, As dimensões relativas são as mais variáveis, dependendo do tipo e quantidade de estacas que se quer trabalhar. Em geral a largura deve ser de 0,80 – 1,00 m o que facilita o trabalho de condução; quanto ao comprimento fica a critério e é o mais variável. . Os SUBSTRATOS para propagação devem ser bem estudados, e, vários são os materiais utilizados para esta finalidade, bem como muitas combinações entre eles são feitas, tendo como resultado final misturas ideais para a germinação de sementes e enraizamento de estacas. Os substratos ou misturas para a propagação de plantas ornamentais devem ter as seguintes características: • ser firme, denso e ter volume constante, quer úmido quer seco; • ser livre de sementes de ervas daninhas, pragas e doenças; • possuir baixo índice de EC (salinidade baixa ou inexistente); • propiciar suporte ou ancoragem para a planta. • proporcionar suficiente porosidade de modo a permitir o ingresso de oxigênio e o escape de gás carbônico e etileno produzidos durante a respiração das raízes. • propiciar alguma reserva de água para as plantas. • suprir a planta com nutrientes. • possibilidade de esterilização. Dentre os materiais utilizados temos: • Areia lavada, Vermiculita, Casca de arroz carbonizada, Carvão de madeira, Coxim (pó de coco),Xaxim, Turfa. Esfagno e a Mistura ou mesclas dos substratos acima. Para a propagação em pequena escala (dita caseira) pode-se utilizar a água como meio para enraizamento de diferentes plantas, que sejam fáceis de enraizar como: violeta africana, jibóia, ficus, cordilines, dracenas, etc. A presença de folhas ajuda no enraizamento das estacas, em especial das herbáceas. Para que as folhas permaneçam túrgidas e ativas é necessário manter a alta umidade no ambiente, o que se consegue com a aspersão de água em espaços curtos de tempo. Geralmente são construídas estruturas especiais compostas de aspersores “nebulizadores”, acionados por temporizadores, tendo por finalidade manter o ambiente sempre úmido em espaços intercalados de tempo, sem contudo permitir o encharcamento, evitando a morte das estacas. A ÁGUA é um insumo primordial para a propagação de plantas. Uma água ideal não deve exceder o limite de 1400 ppm de sólidos totais, na observância de elementos tais como: NA, Ca, Mg, Cl e F. Face a isto, a água deve ser de boa procedência, se possível tratada para evitar agentes contaminantes e apresentar uma EC menor que 0,5 mS/cm. A SALINIDADE/Teor total de sais solúveis (TTSS) refere-se aos constituintes inorgânicos capazes de se dissolver em água. A sensibilidade à concentração de sais Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 12 varia conforme a espécie e a idade da planta - quanto mais jovem a muda, mais sensível. Segundo Rober e Shaller, 1985 os níveis de salinidade (TTSS em g/L-1) são: baixo (0,5 a 1,0), médio (1 a 2 ) e alto (2 a 3). Na seleção de materiais para substratos busca-se sempre a salinidade abaixo de 1,0 g/litro. O pH ideal para enraizamento deve estar na faixa entre 5,5 e 6,5. A FITOSSANIDADE deve ser sempre observada para o sucesso na propagaçãode plantas, e partir sempre de medidas preventivas. O substrato e/ou o leito de enraizamento deve ser tratado evitando as ocorrências agentes patogênicos tais como: fungos, bactérias e nematóides. Para o tratamento de solo, sementes, estacas, rizomas, etc.. no mercado encontram-se fungicidas específicos para esta finalidade. - Durante o cultivo as plantas ficam sujeitas a pragas e moléstias. As pragas são em geral representadas por pequenos organismos que causam danos a estrutura da muda (folhagem, ramos), entre os mais freqüentes temos: ácaros, cochonilhas, lagartas, lesmas e caracóis, pulgões, tripes, formigas cortadeiras e os tatuzinhos. Estas pragas são controladas mediante pulverizações preventivas e/ou curativas com produtos específicos, o mesmo procedimento deve ser dado para o controle das doenças. O uso de FITOREGULADORES é adotado para o processo de enraizamento de estacas e/ou para quebra de dormência em sementes Como fitorreguladores são empregados comumente AIB (ácido indol-butírico), ANA (ácido naftalenacético), GA3 (ácido giberélico), citocinina, etileno, nitrato de potássio, a thiouréia, entre outros. PROPAGAÇÃO DAS PLANTAS ORNAMENTAIS BIBLIOGRAGIA CONSULTADA E RECOMENDADA: BARBOSA, A . C. S – Paisagismo, Jardinagem e Plantas Ornamentais – Ed Iglu – S. Paulo/SP, 1989. CASTRO, C. E. F. – Curso Técnicas de Cultivo de Flores Tropicais, 1998. KAMPF, A . N. & FERMINO, M. H. – Substratos para Plantas – A base na produção vegetal em recipientes, Porto Alegre/RS, 2000. KAMPF, A . N. & ALL – Produção Comercial de Plantas Ornamentais, Porto Alegre/RS, 2000. LAMAS, A . M. – Plantas Ornamentais Tropicais e Floricultura Tropical – Curso Técnicas de Cultivo, Maceió, 2000. LAMAS, A. M. – Técnicas de Cultivo de Ornamentais Tropicais e Floricultura Tropical , editado pelo Instituto Frutal, Fortaleza/CE, 2002 LAMAS, A. M. – Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo, Edição Sebrae – Série Empreendedor, Recife/PE, 2001 LAMAS, A. M. – Floricultura Tropical -Técnicas de Cultivo, editado pelo Instituto Frutal, Fortaleza/CE, 1999 LOPES, L.C. & BARBOSA, J.G. – Propagação de Plantas Ornamentais – Boletim de Extensão nº 267, Viçosa/MG, UFV, 1988. MULER, C.H. & KATO, A . K. – Infra-estrutura e equipamentos simples para enraizamento de estacas, Belém/PA, EMPRAPA, CPATU, 1983. REED, D.W. – Agua, Substratos y Nutrición em los cultivos de flores hajo invernadero, Ball Publishing y Edicionies HortiTecnia Ltda. Santiago de Bogotá, Colombia, 1999 RIBEIRO, S. L. – Jardim & Jardinagem, Brasilia, 1994. www.biotecnologia.com.br www.ciagri.usp.br www.uvnt.universidadevirtual.br Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 13 FLORICULTURA TROPICAL Aspectos Gerais do Agronegócio 1- INTRODUÇÃO A demanda atual de plantas ornamentais e flores cortadas dos países de Primeiro Mundo alcança US$ 90 bilhões por ano, com uma taxa de crescimento estimada da ordem de 12 % aa. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Floricultura - IBRAFLOR, o Brasil no negócio das flores movimenta, anualmente cerca de US$ 1 bilhão, em uma área cultivada de aproximadamente 5.250 ha e 200.000 postos de trabalho; e o Estado de São Paulo é responsável por 70 a 80% da produção nacional. O segmento da produção responde por 30% do faturamento global do setor, a distribuição por 20%, as empresas de acessórios por 10% e os pontos de venda por 40% A floricultura, envolvendo flores cortadas, flores em vasos, folhagens ornamentais e outros itens, há tempos sempre teve à margem da discussão como atividade econômica por puro preconceito. A flor que era considerada “supérfluo”, e atualmente trata-se de uma das melhores alternativas para quem busca investimento na agricultura. Isto porque demanda pouca área e o ciclo de produção, dependendo da cultura, é curto, o que permite rápido retorno do capital. A produção e o mercado de flores são pouco organizados e estruturados no país, exceto São Paulo. nesse sentido o potencial de crescimento e exploração do mercado interno é muito grande. o consumo per capita no Brasil, segundo dados publicados é de US$ 3,00 até US$ 6,00 dependendo da Fonte, tendo grandes possibilidades de aumento neste mercado. No setor de flores e plantas ornamentais, coexistem pequenos produtores com uma grande variedade de espécies e grandes com poucas linhas de produção. A tecnologia não é homogênea, sendo melhor apropriada pelos grandes produtores. O capital inicial não é grande, o que facilita a entrada de novos produtores. As tendências apontam para a especialização dentro do setor a fim de que se atinja uma dada escala de produção, e o principal indicador de gestão neste negócio é a produtividade das espécies, associada a qualidade como principal fator de competição, onde o binômio qualidade x preço, é que fará o setor expandir mais rapidamente. O Brasil tem potencial de mercado, por exemplo, para plantas e flores tropicais como: helicônias, bromélias, alpínias, antúrios entre outras, que tem como chamariz de produto tropical. As condições são lastreadas na tecnologia à disposição do produtor: estufas com controle total das condições ambientais internas, propagação vegetativa por meio da biotecnologia, nível de conhecimento técnicos em fisiologia e nutrição vegetal. O que nos falta é nos estruturarmos em moldes empresariais. Para isto, contudo, é necessário equacionar diversos problemas, levando aos empreendedores nesta atividade uma visão holística deste agronegócio a viabilidade do empreendimento de cada um. Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 14 O potencial do agronegócio “Plantas e Flores Ornamentais Tropicais” encontra no Nordeste, Norte e Centro Oeste, ótimas condições para seu desenvolvimento, pois nesta área não existe risco climático de baixa temperatura, aliado a presença da água e tendo encontrado condições de solo com boa profundidade e matéria orgânica para completar seu ciclo, o sucesso deste empreendimento estará garantido. A demanda nos mercados locais, nas outras regiões do Brasil e dependendo da produção e qualidade das flores com que estas chegarão aos mercados mais distantes tais sejam o Mercosul, a Comunidade Européia e o EUA. O mercado de Flores e Folhagens Tropicais tem crescido substancialmente no mercado interno, a exemplo lembramos as experiências positivas de empreendedores de Pernambuco (RECIFLORA), Alagoas (AFLORAL, COMFLORA), Ceara, entre outros. O lançamento do Programa Nacional de Floricultura pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em outubro de 2001, serve de um marco referencial para o desenvolvimento do setor, onde linhas de crédito específicas foram criadas para o segmento, além de recursos para financiamento de pesquisas para implementar o setor. Outra iniciativa que visa incentivar a produção de flores no Brasil é o Programa Flora Brasilis, que visa ampliar as exportações de flores brasileiras. Este programa é fundamentado em linhas de ação que englobam as áreas de marketing, capacitação e prospecção de produtos e processos, onde os produtores estarão sob uma logomarca “guarda chuva” denominada FLORABRASILIS, marca esta que identificará o produto brasileiro no mundo, este programa é uma parceria do Instituto Brasileiro de Floricultura (IBRAFLOR) e a Agencia de Promoção as Exportações (APEX) órgão ligado ao SEBRAE e que tem por objetivo alavancar as exportações brasileiras. O potencial do mercado de demanda de flores e plantas ornamentais no Brasil, segundo dados do IBRAFLOR, pode ser representado conforme tabela PRINCIPAIS EVENTOS PARA FLORES PONTOS DE VENDA QUE ATENDEM ESTES EVENTOS ESTIMATIVA DE PARTICIPAÇÃO DE MERCADO PARA CADA UM DELES PERCENTAL DA POPULAÇÃO COMO MERCADO POTENCIAL Nascimentos. Aniversários.Dia das Mães Dia da Secretária Dia dos Namorados Natal Floriculturas 55% 30% Casamentos Formaturas Festas Decorações Decoradores 20% 10% Falecimentos Finados Funerárias 10% 50% Jardinagem Decoração doméstica Floras 5% 10% Supermercados 8 % 10% Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 15 2- ESCOLHA DAS ESPÉCIES E CULTIVARES A escolha das espécies e cultivares deve sempre levar em conta a preferência do mercado consumidor. Associado a isto deve também considerar o peso das hastes florais, pois para exportação o frete é fator a considerar, pois fica muito onerosa a associação de peso e de volume do material. Uma outra característica a observar é a cor das flores com a preferência dos Clientes, podemos exemplificar a Espanha onde o consumidor dá preferência às cores vermelhas e brancas. A seguir estão listadas algumas espécies e cultivares : Aspectos de Cultivo Aspectos de Inflorescências ALPINIA ( Alpinia purpurata ) alpinia vermelha Red Ginger alpinia rosa Pink Ginger Jungle King / Jungle Queen Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 16 Psittacorum Golden torch stricta Carli Sharonii bihai humilis stricta Fire Bird psittacorum Fire opol psitacorum Adrian charthaceae sexy pink Wagneriana platystachys sexy orange HELICONIA ( Heliconia spp. ) rostrata caribaea red rauliniana Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 17 BASTAO DO IMPERADOR (Etlingera elatior) vermelho porecelana rosa antúrio musa costus OUTRAS tapeinoquilos Folhagens gengibre ornamental shampoo 3- TIPOS DE MUDAS 3.1.Rebentos As mudas podem ser obtidas diretamente no plantio, destacando-se os rebentos das touceiras. Deve-se observar se o material é retirado de touceiras com bom estado fitossanitário. Os rebentos têm que ser vigorosos e uniformes para ter certeza do sucesso da cultura. Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 18 3.2 Rizoma No caule tipo rizoma que é caule subterrâneo ele apresenta várias gemas podendo ser seccionado e colocando-se para brotar o material em pó de coco ou material semelhante que retenha a umidade, tomando sempre a precaução de se fazer um tratamento com fungicidas e inseticidas para evitar pragas e doenças no material. 3.3 Sementes A maioria das espécies de flores tropical é propagada por sementes, no entanto, plantas provenientes de sementes levam mais tempo para produzir flores. 4 - IMPLANTAÇÃO 4.1 Preparo do solo O solo deve ser preparado com grade pesada a uma profundidade de 20cm após essa garagem entra-se com a formação de canteiros. 4.2 Formação dos Canteiros Formar canteiros com 1,0m de largura e 1,5m entre canteiros que poderão ter o comprimento de até 50m para facilitar a colheita e tratos culturais. Ver desenhos esquemáticos apresentados para implantação da cultura. NOTA : caso o produtor queira poderá optar por plantar em covas (cultivo mínimo), lembrando que o ideal é covas de 0,40x0,40x0,50 m 4.3 Espaçamento O espaçamento nas plantas tropicais dependerá muito do porte da espécie usada quando o porte é baixo até 1,50m de altura, usa-se o espaçamento de 1,50 – 3.00 m entre fileiras e 1,00 – 2,00 m entre plantas. Para plantas de porte até três metros de altura e formadoras de touceiras grandes recomenda-se o espaçamento de 3,00 a 4,00 m entre fileiras e 1,50 – 3,00 m entre plantas. 4.4 Drenagem Orienta-se o plantio em canteiro justamente para haver uma pequena drenagem que facilita a respiração das raízes na estação das chuvas. 4.5 Adubação As plantas tropicais na maioria das espécies são plantas de reação de solo de 4.5 a 6.5, recomenda-se portanto a incorporação de calcário dolomítico de acordo com a análise do solo e colocando o calcário 30 dias antes do plantio. Sendo os solos tropicais pobres em matéria orgânica e as plantas tropicais altamente exigentes a esse material recomenda-se que se dê preferência ao Composto Orgânico na dosagem que vai de 8 a 15 litros por cova, ou a opção por de estrume de curral ou pó de coco curtido 15 a 20 kg . Para um bom crescimento e desenvolvimento de planta recomenda-se a aplicação da mistura NPK (1-2-1 +micro), na dosagem de até 600 gramas por m², por ano, parcelando-se em 6 a 12 aplicações em superfície. O importante da fertilização na floricultura tropical não é a quantidade de fertilizantes, mas sim a freqüência com que o mesmo é fornecido as mesmas. Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 19 4.6 Plantio Ideal é preparar as mudas provenientes de rizomas e quando as mesmas estiverem com 3–5 folhas leva-los ao campo, ou se a opção de plantio for por rizomas diretos ao solo, selecionar rizomas com φ superior a 2 cm e planta-lo com as folhas, ou com o maior comprimento de haste possível. Planta-se uma muda por cova uniformizando-se as mudas por fileiras. 5- CONDUÇÃO DA TOUCEIRA Para obtenção de produtividade maior, deve-se utilizar espaçamentos mais generosos, pois o crescimento radial dessas plantas leva ao entouceiramento. A vida útil de um cultivo comercial de helicônias estende-se por 7 a 13 anos, exceção as H. psittacorum que cada 2-3 anos de cultivo as touceiras serão divididas e replantadas. O período que se estende do plantio até a colheita, varia de acordo com a espécie ou a cultivar, qualidade da muda e o manejo. E na média esse período varia de 8 a 10 meses para inicio da primeira florada. 6 - ADUBAÇÃO DE FORMAÇÃO É realizada próxima a touceira até o quarto e quinto mês de plantada porém é o período de maior exigência de nitrogênio. 7- IRRIGAÇÃO O consumo de água é proporcional a idade da planta, a eficiência do sistema de irrigação e as condições de solo e clima. Como regra básica, recomenda-se irrigar todas as vezes que o solo tiver perdido 50% da água disponível. A aspersão convencional pode e deve ser adotada para as tropicais, na observância de um turno de rega que possibilite a secagem das brácteas. Pode-se adotar a irrigação por gotejamento ou micro-aspersão. A nossa experiência nos leva a sugerir, via de regra, adoção de um sistema de irrigação que possibilite um custo menor de implantação da cultura, e o sistema que possibilita isto é o de aspersão convencional. Porém deve-se levar em conta a disponibilidade de água na propriedade, tipo de solo e em especial a relação custo x benefício. . 8- CONTROLE DE PLANTAS CONCORRENTES Para as pequenas áreas plantadas o controle das plantas concorrentes seria feito mecanicamente mantendo limpo os canteiros e roçando a faixa entre eles. Para grandes áreas recomenda-se uso de herbicidas em pré-emergência e pós- emergência, convém consultar um agrônomo para indicação dos mesmos. Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 20 9- CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS A importância das pragas e doenças na floricultura tropical está associada a quatro fatores principais, assim discriminados: Limitam a produção Afetam a qualidade das flores Aumentam o custo de produção e Impedeo cultivo de espécies valiosas. Para o sucesso na atividade torna-se necessária a adoção da Redução na intensidade de pragas e doenças com poucos efeitos no ambiente, valorizando praticas simples tais como: Seleção de áreas para plantio Utilização de mudas de qualidade (selecionadas e certificadas) e Adoção do MIPE (Manejo Integrado de Pragas e Enfermidades) o O MIPE deve compreender Monitoramento das zonas de cultivo para determinar a natureza e intensidade dos problemas presentes. Controle físico – barreiras e outros para reduzir o nível de inoculo. Controle cultural – limpeza e sanidade Controle mecânico – podas, desbastes, remoção de plantas doentes. Controle biológico – uso de variedades resistentes, de parasitos e predadores e produtos biológicos. Controle químico – (rotação de produtos pelo modo de ação e grupo químico – buscando evitar indução de resistência nas pragas a controlar) Com a adoção desse princípios o produtor tem toda condição favorável para uma produção equilibrada, uma flor com selo verde, e o meio ambiente preservado. As principais ocorrências de pragas na floricultura tropical são: Brocas, lagartas foliares e de rizomas, pulgão, cochonilha, ácaro, caracóis, lesmas, trips, formigas cortadeiras, formiga lava-pés. As principais ocorrências de doenças na floricultura tropical são: Doenças fúngicas. Doenças bacterianas. Doenças causadas por nematóides. Doenças causadas por virus 11 – COLHEITA - A colheita deve ser feita nas horas mais frescas do dia, preferencialmente no final da tarde (após as 16 horas) ou no início da manhã (até às 9 horas). - Assim que forem colhidas as Inflorescências devem ser colocadas em balde com água e levadas para o tratamento pós-colheita Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 21 11.1 Ponto de colheita As flores deverão ser colhidas quando se apresentam totalmente abertas, para as helicônias quando tiverem 3 a 4 brácteas abertas e para os antúrios as flores devem ser colhidas quando a espate estiver toda aberta e a espádice apresentar-se com metade a três quartos do seu tamanho com coloração modificada. Flores colhidas antes ou depois do ponto, tendem durar menos. 11.2 Classificação As flores são classificadas por tamanho, cor e forma das hastes. 12- PÓS COLHEITA - TRATAMENTO, EMBALAGEM E COMERCIALIZAÇÃO Os procedimentos no pós-colheita obedece ao seguinte cronograma: - 1ª Fase – as inflorescências e/ou folhagens são imersas em recipiente com água e detergente neutro, ficando por um período variável em função do tipo de planta, o que facilita a limpeza das mesmas; - 2ª Fase – após a 1ª fase, as inflorescências são limpas e lavadas em água corrente; - 3ª Fase – após a 2ª fase, as inflorescências devem ser escorridas e colocadas às hastes em pé, em recipiente com água limpa para promover uma melhor hidratação (período mínimo de duas horas), - 4ª Fase – após a 3ª fase, as inflorescências são selecionadas e dispostas de forma a serem embaladas e ou acondicionadas em caixas especiais para transporte e comercialização - 5ª Fase – Acondicionamento das flores (inflorescências) em caixas de papelão. Essas caixas poderão acomodar duas a cinco dúzias de hastes cortadas. Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 22 CULTIVO DE HELICÔNIAS Heliconia spp INTRODUÇÃO As Helicônias são plantas herbáceas de tamanho variável podendo alcançar até 12 m de altura, conforme a espécie. Crescem através de rizomas subterrâneos, que emitem brotações à superfície. Estes brotos podem ser solitários ou agregados, o que caracteriza a capacidade de disseminação de cada espécie. Cada planta é composta por um pseudocaule, as folhas e uma inflorescência. As folhas são compostas por um pecíolo e uma lâmina em um único plano, em disposição dística. As plantas mostram diferentes hábitos de crescimento, o que facilita o reconhecimento das diferentes espécies. São três os hábitos de crescimento das helicônias: 1) Musóide – as folhas tem pecíolos grandes, em posição vertical tomando a aparência das Musas; 2) Zingiberoíde – as folhas tem pecíolo curto e se dispõem de forma mais horizontal, tomando aparência de Gengibre; 3) Canóide – as folhas apresentam pecíolos curtos e médios e se dispõem em posição obliqua e tem a aparência dos gêneros Canna e Alpínia. As inflorescências podem ser eretas ou pendentes variando de forma e cor. As helicônias são plantas botanicamente pertencentes à ordem Zingiberales, que compreende plantas que fazem parte de sub-bosque nos ambientes tropicais úmidos. A maioria das espécies é nativa aqui no Brasil, atingindo também a América Central e o Sul do México. Existem seis espécies que comprovadamente ocorrem nas Ilhas do Sul do Pacífico, como Fidji, Samoa e Ilhas Salomão, como é o caso a Helicônia bihai, que tem flores eretas durante o ano todo e que hoje também é cultivada aqui no Brasil, onde sua ocorrência vai de Santa Catarina até o Amazonas as quais são bastante conhecidas e popularmente denominadas por “bananeira de jardim”, “bico de papagaio” e “paquevira”. Apesar de estudos constantes durante os últimos cem anos a taxonomia do gênero Heliconia é controversa na determinação do número exato de espécies que há dentro deste gênero,. O número de espécies, mais aproximado, deste gênero, estaria entre 225 e 260, segundo especialistas como José Abalo e Gustavo Morales (Venezuela), W. John Kress (EUA) e Lucia Atehortúa (Colômbia). A primeira descrição botânica que se conhece para o gênero Heliconia se deve a Plumer (1703), depois a Linneu (1753), e este nome é uma alusão ao Monte Helicon, na Grécia, onde segundo os relatos mitológicos vivia o Deus Apolo, junto com as Musas. Um outro botânico, cujo nome era Nakai, colocou a Heliconia como único membro da família Heliconiaceae, devido às características próprias de individualização que elas possuem. Mais tarde, outros cientistas endossaram esta interpretação, entre eles Petersen (1890), Kuntze (1891), Baker(1893), Schumann (1900) e finalmente botânico Griggs (1903, 1904 e 1915) introduziu uma classificação mais completa. Depois deste último tratamento dado por Griggs não se conhece outra revisão sistemática que descreva a totalidade do gênero Heliconia Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 23 As helicônias desempenham um importante papel ecológico dentro dos ecossistemas, pois são componentes freqüentes da flora dos bosques e sub-bosques, bem como em ambientes abertos. Em alguns ecossistemas atuam como pioneiras no processo de regeneração natural da vegetação e restauração de solo degradado, além de manter importantes relações coevolutivas com outras espécies animais e vegetais, constituindo-se um importante elemento dentro do complexo da vida nas florestas tropicais úmidas. O gênero Heliconia ocorre em altitudes que variam entre 0 e 2.900 metros, em clareiras e sub bosques, em locais sombreados ou em pleno sol, e sua preferência é por locais úmidos, onde se desenvolvem esplendidamente. Estas plantas são usadas em jardinagem, para cobrir cantos, dando verticalidade de formas e, por vezes, são utilizadas para dividir ambientes. Quando usada como flor de corte, quando nesta situação, somente em um recipiente com água pode durar de duas a mais semanas. As inflorescências das helicônias têm um excepcional potencial de comercialização, pois alem da exuberância de cores e formas, produzem flores continuamente, em quantidade, e tem uma durabilidade excepcional após o corte. As helicônias são plantas herbáceas que possuem rizomas subterrâneos, característica esta que facilita sua propagação. Todas têm folhas parecidas com a bananeirae formam touceiras que alcançam de 1 a 6 m de altura. As inflorescências abrem-se, preponderantemente, nas cores vermelho e amarelo; a grande diferença entre elas é que são pendentes e outras, eretas. Como as flores exudam uma grande quantidade de néctar, transformam-se em um atrativo enorme para os beija-flores, que retribuem essa iguaria adocicada, transportando o pólen e fecundando outras inflorescências. Conforme o tipo da inflorescência segundo CASTRO, 1997, as helicônias estão divididas em quatro grupos principais: Grupo 1 A - inflorescências eretas e em um plano (leves); Grupo 1 B - inflorescências eretas e em um plano (pesadas); Grupo 2 - inflorescências eretas e em mais de um plano; Grupo 3 - inflorescências pendentes e em um plano; Grupo 4 - inflorescências pendentes e em mais de um plano. Ao se implantar um cultivo comercial com helicônias recomenda-se o plantio de diferentes espécies, objetivando atender o mercado com produtos diferenciados em formas e cores. Outra preocupação é a de se determinar um calendário de florescimento das espécies, contribuindo para um fluxo de oferta constante de produto, durante todos meses do ano, otimizando, com isto, o retorno econômico ao investimento realizado. MERCADO O aproveitamento principal dado ao cultivo de helicônias até a década de 80 era na jardinagem; a partir daí iniciaram-se cultivos comerciais para produção de flores de corte, e um mercado cada vez mais ávido pela beleza, forma, coloração e exoticidade destas flores, com uma demanda crescente. Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 24 Atualmente, os principais produtores mundiais de helicônias são: Estados Unidos (Havaí), Equador, Jamaica, Costa Rica e Venezuela. Os principais importadores são a Comunidade Européia, Estados Unidos e Japão. Espécies As principais recomendações para espécies e cultivares para o cultivo comercial, nas condições de norte/nordeste brasileiro são: Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 25 PROPAGAÇÃO A propagação de helicônias pode ser vegetativa, através de divisão de rizomas ou cultura de tecidos, ou por sementes. Na propagação por sementes o tempo de desenvolvimento da planta, desde a germinação até a formação das primeiras flores, demora de um a dois anos, enquanto que na divisão de rizomas algumas espécies iniciam a produção de flores em quatro a cinco meses após o plantio. Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 26 O método mais eficiente para a helicônia é a propagação vegetativa, através da divisão de rizomas. Neste processo as plantas matrizes que irão fornecer os rizomas devem apresentar características tais como: produtividade, vigor e sanidade. Para a divisão de rizomas deve se utilizar ferramentas bem afiadas, salientando que o procedimento de desinfecção das ferramentas, entre uma e outra touceira deve ser observado, evitando com isto disseminação de enfermidades. Antes de transplantar, os rizomas devem ser desinfestados com inseticida/nematicida, fungicida e bactericida ou banhado em solução de hipoclorito de sódio. Esta prática contribui para se evitar possíveis danos com nematóides, insetos, fungos e bactérias. Um rizoma ideal é aquele que tem pelo menos um mínimo de três gemas e, dependendo da época do ano podem ser plantados diretamente no campo, ou plantados em sacolas plásticas e preferencialmente colocadas sob irrigação e sombreamento entre 30 e 60%, o que facilitará muito o enraizamento. A profundidade de plantio recomendada para os rizomas é em torno de duas vezes o diâmetro do rizoma. O solo ideal para propagação é uma mistura de 1:1:2 (areia, terra e composto orgânico). As brotações das gemas acontecem de três a seis semanas após o plantio. CONDIÇÕES DE CULTIVO LUMINOSIDADE As helicônias, dependendo da espécie, podem ser cultivadas em pleno sol ou em locais sombreados. Cada espécie tem diferentes necessidades de iluminação, porém, em geral, pode se dizer que preferem a luz direta do sol ou sombra parcial. Os cultivos em sol pleno necessitam de mais água e fertilizantes (macro e micro elementos). Segundo Kress, Betancur e Echeverry, 1999, a diminuição da luz solar pode baixar de forma considerável a produção de inflorescências. Por exemplo, quando se cultiva H. psittacorum a sol pleno e com boa fertilização, estas chegam a produzir 130 inflorescências/mês/ano; se for reduzida em 37% a insolação, em média, somente produzir-se-á 35 inflorescências/mês/ano. Espécies como alguns cultivares de H. bihai e H. stricta, H. psittacorum e caribea podem ser cultivadas a sol pleno, outras como H. orthotricha, H xantovillosa, H. stricta, H. carthaceae preferem sombreamento entre 30 e 50%. Para o plantio de espécies que requerem sombreamento devem-se plantar de forma intercalada arvores para esta finalidade. As espécies mais recomendadas são: gliricidia (Gliricidia sepium), sombrero (Clitoria racemosa), samam (Pithecolobium saman); ingá (Inga spp); ou qualquer outro tipo de árvore que não venha competir por nutrientes e luminosidade com a helicônia. Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 27 TEMPERATURA E UMIDADE A faixa de temperatura está relacionada com a altitude na qual cresce naturalmente cada espécie e situa-se entre 14 e 34oC (Kress, 1999). O ideal é temperatura média que oscile na faixa dos 21°C noturna e 26°C diurna. A umidade relativa do ar deve estar entre 60 e 80%. SOLOS E ADUBAÇÃO As helicônias crescem em qualquer tipo de solo, quer seja argiloso ou arenoso, mas o solo ideal deve ser rico em matéria orgânica, profundo, poroso e bem drenado. O pH ideal para cultivo deve estar na faixa de 5,0 a 6,5. Quando do plantio, a adubação orgânica deve ser observada, pois tratam-se de plantas oriundas de extratos de floresta úmida onde a compostagem orgânica natural se faz presente. A fertilização, como em todas as plantas cultivadas, deve-se basear em análise de solo ou foliar. Recomendação de adubação: IDADE/NUTRIENTES N P K Até 12 meses (todas cultivares) 300 100 200 – 250 Ca e Mg Após o 13º Mês Cultivares pequenas e médias 400-450 200-250 300-400 Ca Cultivares grandes 440-500 220 - 275 330 – 450 Ca A adubação foliar com fertilizantes formula completa 20-20-20 + micro ou 20-20- 20 + 2 de Mg. As formulações foliares podem ser na forma de quelatos, aminoácidos ou metalosatos, o importante é que sejam fertilizantes de alta solubilidade e qualidade comprovada A adubação foliar semanal no cultivo de heliconia é necessária nos primeiros 12 meses de cultivo. A analise foliar deve ser realizada trimestralmente. Para analise foliar coleta-se a parte mediana da 4ª e 5ª folha, totalizando uma amostra de 100 gramas de folhas por talhão ou cultivar a ser analisado. Os níveis ótimos definidos para helicônias são: Heliconia pequenas (gruo psittacorum) MACRONUTRIENTES MICRONUTRIENTES ( % ) (ppm) N 1,67 – 1,79 Fe 30 – 40 P 0,27 - 0,38 Mn 26 – 93 K 1,27 – 2,13 B 10 – 15 Ca 0,75 – 0,81 Cu 5 – 8 Mg 0,33 – 0,38 Zn 16 – 23 S 0,36 – 0,39 Mo 1,76 – 2,05 ELEMENTOS DISPENSÁVEIS (ppm) Na 4065 – 6121 Al 7 - 8 Fonte: Plant Analysis Handbook II - HARRY MILLS / J.BENTON JONES JR Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 28 Heliconia médias, grandes e pendentes BAIXO ALTO SUFICIENTE ELEMENTO % % % Nitrogenio 2,50 - 3,00 3,10 - 3,80 > 3,80 Fósforo 0,15 - 0,19 0,20 - 0,40 > 0,40 Potássio 3,00 - 3,50 3,50 - 4,50 > 4,50 Cálcio 0,75 - 1,25 1,26 - 1,75 > 1,75Magnésio 0,18 - 0,24 0,25 - 0,80 > 0,80 Enxofre 0,18 - 0,24 0,25 - 0,80 > 0,80 ppm ppm ppm Boro 7,00 - 9,00 10,00 - 75,00 > 75,00 Cobre 4,00 - 5,00 6,00 - 25,00 > 25,00 Ferro 50,00 - 75,00 76,00 - 300,00 > 300,00 Manganes 75,00 - 99,00 100,00 - 1.000,00 > 1.000,00 Zinco 20,00 - 25,00 26,00 - 250,00 > 250,00 Fonte: Publicação de Lucia Atehortua - Coordenadora de Biotecnologia da Universidade de Antioquia, Medellim - Colombia no livro - Aves del Paraiso, Gingers e Heliconia, 1998 IRRIGAÇÃO Pode ser por aspersão, micro-aspersão ou infiltração. Deve-se manter o solo úmido, sem contudo causar excessos. Os melhores resultados em cultivo de helicônia, obtêm-se com a aspersão convencional (cobertura total), mas a opção ficará a cargo do floricultor e a disponibilidade de água e energia existentes na propriedade. SISTEMA DE PLANTIO E ESPAÇAMENTO Recomenda-se o plantio em canteiro de comprimento variável, o ideal é de trinta metros, levemente elevados de 10 a 20 cm acima do solo. O sistema de plantio é o de fileira simples, com plantas espaçadas de 1,00 – 3,00 m entre plantas e de 2,00 – 4,00 m entre fileiras, dependendo da espécie. Segundo nossas observações o ideal para cultivo é fileiras duplas com 3 m e ruas de 4 - 5 m, barateia o custo da irrigação localizada ficando mais acessível ao produtor, pois reduz em até 50% o material a ser utilizado. O plantio deve ocorrer preferencialmente no início do período chuvoso. TRATOS CULTURAIS • Manter o cultivo livre de ervas daninhas. • Promover podas de limpeza visando retirar folhas e outras partes da planta que estiverem quebradas, secas ou doentes. • Corte das hastes que já tenham florescido e que não servirão mais para a comercialização, evitando com isto a competição por luz, água e nutrientes com as novas hastes. • Tutoramento para manter as hastes eretas e evitar que a queda, em especial das espécies pendentes. • Fertilização sistemática do cultivo. • Controle de pragas e doenças e • Irrigação sistemática Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 29 PRAGAS E DOENÇAS As principais pragas que incidem em helicônias são as cochonilhas de raiz, os ácaros, os nematóides, as formigas e os pulgões. Como doenças destacam-se as podridões de raízes e rizomas, bem como as manchas foliares como antracnose e bipolaris. PRODUÇÃO E COLHEITA Para obter-se boa durabilidade das inflorescências, as plantas devem estar muito bem hidratadas antes da colheita, o que se recomenda é regar o cultivo na noite que antecederá o corte. As hastes florais devem ser colhidas quando apresentam de duas a cinco brácteas abertas. O comprimento das hastes varia de acordo com as espécies helicônias grandes e pendentes entre 0,90 – 1,20m, helicônias medianas entre 0,50 – 0,90m, helicônias pequenas - 0,40 a 0,60m, considerando ponta a ponta. As hastes são cortadas na base da planta, em corte diagonal, deixando pelo menos de 10 a 15 cm do pseudocaule da haste. Cortam-se as folhas e logo após a limpeza as hastes devem ser colocadas em recipientes com água limpa, ainda no campo. PÓS-COLHEITA, EMBALAGEM, TRANSPORTE E CONSERVAÇÃO Chegando ao packing house, as hastes devem ser imersas em água limpa. Essa prática aumenta a durabilidade pois contribui para diminuir a temperatura das mesmas, além de limpar a sujidade e retirar o mau cheiro de algumas espécies. As flores de helicônia podem destinar-se a diferentes usos. Em função disso a classificação é importante, tomando-se o cuidado de selecioná-las pelo número de brácteas abertas - geralmente um ponteiro e de uma a cinco brácteas abertas. Recomenda-se antes do empacotamento cortar a haste e submergi-la em recipientes com água com solução de cloro a 0,02%. Esta solução atuará como bactericida. No manuseio e na embalagem das inflorescências de helicônias, como nas demais flores, são requeridos cuidados especiais que devem ser observados para evitar injúrias e danos as mesmas. A temperatura ideal para manuseio das inflorescências de helicônia está entre 17 e 19ºC e a de armazenamento acima de 14ºC. Uma prática, face a suscetibilidade à baixa temperatura é escrever nas caixas os dizeres "NÃO REFRIGERAR". Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 30 HELICONIAS BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E RECOMENDADA ABALO, J. E. & MORALES, G. Siete (7) heliconias nuevas de Colombia. Phytologia, Corvallis, Oregon, 57:42-64, 1985. ABALO, J. E. & MORALES, G. Diez (10) heliconias nuevas de Colombia. Phytologia, Piainfield, New Jersey, 54:411-433, 1983. ABALO, J. E. & MORAIES, G. Doce (12) heliconias nuevas del Equador. Phytologia, Plainfield, New Jersey, 52:387-413, 1983. ABALO, J. E. & MORALES, G. Veinticinco (25) heliconias nuevas de Colombia. Phytologia, Plainfield, New Jersey, 51:1-61, 1982. ARISTEGUIETA, I. EI genero Heliconia en Venezueia. Instituto Botânico. Dirección de Recursos Naturales Renovables. Ministério da Agricultura y Cria, Caracas. 1961.32p. ATEHORTUA, L – Aves del Paraiso, Gingers, Heliconias – Ediciones Hortitecnia, Santafé de Bogotá – Colombia, 1998 BERRY, F. & KRESS, W. J. Heliconia: An Identification Guide. 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Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 31 CULTIVO DE ALPÍNIA [Alpinia purpurata (Vieill.) Schum] INTRODUÇÃO A Alpinia purpurata (Vieill.) Schum, é uma planta tropical pertencente a família Zingiberaceae. Cultivada há muito tempo como planta ornamental em paisagismo, pode seu porte oscilar de 1,5 até 7,0 m de altura. Suas inflorescências são terminais, envoltos em folhas apicais que podem chegar de 15 a 30 cm de comprimento, eatingir tamanhos maiores com a idade. Trata-se de uma planta ornamental bastante utilizada na jardinagem de parques, residências face a uma intermitente florada durante todo ano. DESCRIÇÃO BOTÂNICA Estas plantas tropicais são perenes, de crescimento vigoroso, formando touceiras espessas, têm odor característico que se assemelha ao de gengibre. Podem crescer até 4 metros e formar touceiras de até 1,50 m de expansão. As folhas são lanceoladas, com bordas orladas e elas são produzidas em talos densos. As inflorescências são terminais e consistem de brácteas nas cores vermelha e rosa. A hibridação promoveu tons de cores que variam entre o vermelho e o rosa, até tonalidades mais esbranquiçadas. As flores tubulares são produzidas em agrupamentos do pedúnculo das inflorescências. VARIEDADES O cultivo comercial de alpínias como flor de corte tem como principais variedades os cultivares: Red Ginger, Pink Ginger , Aillen Mcdonald, Jungle King e Jungle Queen. Recentemente cruzamentos entre as espécies Aileen Macdonald e Jungle King resultaram em 14 clones novos denominados kimi, dos quais quatro já despontam como excepcionais toshiba Highlight toshiba Highlight toshiba Highlight toshiba Highlight toshiba Highlight Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 32 MERCADO A demanda por flores de alpínia tem sido crescente e esta flor, a cada dia, mais e mais se sedimenta no mercado. Os principais mercados produtores estão localizados nos seguintes Países: Filipinas, Tailândia, Jamaica, Havaí, Costa Rica, Venezuela, Equador e Colômbia. Os principais mercados importadores são: Estados Unidos, Canadá, Comunidade Européia e Japão. A oferta do produto se dá durante todo ano, mas o pico desta oferta ocorre entre os meses de outubro a abril, nas condições de nordeste brasileiro. Os valores praticados no mercado internacional para as inflorescências de alpínia oscilam de US$ 0,35 a US$ 0,80. CONDIÇÕES DE CULTIVO LUMINOSIDADE O cultivo de alpínia desenvolve-se bem a meia sombra (em especial as de coloração rosácea). Sob um sombreamento de 20 a 45%, as plantas apresentam bom desenvolvimento vegetativo e florescimento adequado. A necessidade luminosa oscila de 50.000 a 75.000 lux. Podem, também, ser cultivadas em pleno sol. Para se conseguir o sombreamento necessário, pode-se utilizar plantio intercalado de mamona (Ricinus communis), arvore da chuva (Pithecolobium saman), sombrero ( Clitorea racemosa) ou de gliricidia (Gliricidia sepium); esta última tem-se mostrada muito eficiente e sua reprodução por estacas facilita sua implantação; outro meio é o cultivo da alpínia debaixo de telados. TEMPERATURA E UMIDADE A faixa de temperatura de cultivo adequada está situada entre 22 e 35° C , com uma temperatura máxima noturna de 27º C e mínima de 18 º C. A temperatura ótima para produção está entre 24–30 º C. A umidade relativa do ar deve oscilar entre 60 a 80% SOLOS E ADUBAÇÃO O cultivo desta ornamental (Alpinia purpurata) requer para um desenvolvimento adequado solos profundos, ricos em matéria orgânica e bem drenados. A saturação de base deve estar na faixa de 70% e o pH ideal para cultivo deve estar entre 5,6 a 6,2. Recomenda-se a adubação química em conformidade com análise de solo. A cultura responde muito bem a fertilização nitrogenada. Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 33 Recomendação de adubação: IDADE/NUTRIENTES N P K Até 12 meses 200 100 200 - 250 Ca e Mg Após 13 meses em diante 350-400 200-250 300-350 Ca A adubação foliar com fertilizantes formula completa 20-20-20 + micro ou 20-20- 20 + 2 de Mg. As formulações foliares podem ser na forma de quelatos, aminoácidos ou metalosatos, o importante é que sejam fertilizantes de alta solubilidade e qualidade comprovada. A fertilização foliar deve ser utilizada semanalmente, na dosagem de 1,5 a 2%, até as plantas atingirem o tamanho de 1,70 m a partir daí deve-se aplicar utilizar a adubação em conformidade com a analise foliar, que deve ser realizada a cada três meses. Para analise foliar coleta-se a parte mediana da 5ª e 6ª - totalizando uma amostra de 100 gramas de folhas por talhão de cultivo. Os níveis ótimos definidos para as alpínias são: MACRONUTRIENTES MICRONUTRIENTES ( % ) (ppm) N 2,19 – 2,70 Fe 31 – 50 P 0,30 – 0 37 Mn 214 – 529 K 2,46 – 3 34 B 10 – 17 Ca 0,75 – 1,35 Cu 13 – 16 Mg 0 35 – 0,47 Zn 75 – 116 S 0,29 – 0 48 Mo 0,53- 1,69 ELEMENTOS DISPENSÁVEIS (ppm) Na 97 – 249 Al 16 - 54 Fonte: Plant Analysis Handbook II - HARRY MILLS / J.BENTON JONES JR . A cultura requer, também, a incorporação de matéria orgânica. De preferência sempre a compostagem orgânica. A dosagem ideal é da ordem de 12 a 18 kg por m²/ano, parcelada em, pelo menos, seis aplicações, ou seja a cada dois meses. IRRIGAÇÃO Pode ser por aspersão, micro-aspersão, gotejamento, ou mesmo infiltração. Deve-se manter o solo úmido, sem contudo causar excessos. A alpínia é bastante sensível a falta de umidade no solo, podendo afetar em muito a qualidade do produto. Os melhores resultados com alpínia, segundo especialistas, obtêm-se pela aspersão convencional, irrigando-se nas primeiras horas do dia e promovendo a colheita ao final da tarde, com isto otimizando o processo produtivo. A aspersão convencional ajuda a conservar a umidade relativa do ar alta. Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 34 SISTEMA DE PLANTIO E ESPAÇAMENTO Recomenda-se o plantio em canteiro de comprimento variável, o ideal é de trinta metros, levemente elevados de 10 a 15 cm acima do solo. O sistema de plantio é o de fileira simples, com plantas espaçadas de 1,50 – 2,00 m entre plantas e de 3,00 – 4,00 m entre fileiras. PROPAGAÇÃO O método de propagação por divisão de rizomas é mais utilizado. Os rizomas são caules especializados que crescem horizontalmente, tanto acima como abaixo da superfície do solo. Deve-se dar preferência a rizomas provenientes de cultivos com mais de três anos de idade, com diâmetro acima de 2 cm e elevado peso. Plantas obtidas por este método, provenientes de matrizes maduras com pelo menos três anos de cultivo, produzirão mais precocemente entrando em produção comercial aos 12 – 15 meses de idade. Os rizomas devem ser lavados e retirados as porções mortas, e após este procedimento receber o cuidados fitossanitários como: a aplicação de inseticidas, nematicidas, bactericidas e fungicidas, visando o controle de fungos, insetos e nematóides. O controle de nematóide pode ser por nematicidas específicos ou através de controle térmico que é ser feito com água quente, entre 40 a 42 graus C, durante 15 a 30 minutos, dependendo do tamanho da porção. O plantio pode ser efetuado diretamente no campo, em sacos plásticos ou vasos para um posterior transplante. Os rizomas devem ser plantados com todo pseudo-caule com as folhas ou com haste no maior tamanho possível. Caso o procedimento seja o cultivo dos rizomas em recipientes, as mudas deverão ser levadas para campo quando tiverem em torno de 40 cm de altura e com no mínimo quatro folhas verdadeiras formadas. TRATOS CULTURAIS Manter o cultivo livre de ervas daninhas. Promover podas de limpeza visando retirar folhas e outras partes da planta que estiverem quebradas, secas ou doentes. Fertilização sistemática do cultivo. Controle de pragas e doenças e Irrigação constante PRAGAS E DOENÇAS Quanto às pragas e doenças, o principal problema da cultura é a ocorrência de cochonilha nos rizomas e nas inflorescências, com isto atraindo formiga lava-pés. A ocorrência de nematóides exige, para seucontrole, o tratamento do solo antes do plantio, bem como de rizomas ou mudas . É raro a ocorrência de ácaros, cochonilhas e Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 35 pulgões. Entre as doenças destacam-se as fúngicas, causadas, principalmente, por Phytophtora e Pythium. CICLO PRODUTIVO, PRODUTIVIDADE E COLHEITA A vida útil de um cultivo de alpínias é indefinida, mas em média, a cada dez ou doze anos, devemos renovar os canteiros. A produtividade ótima acontece após o terceiro ano de cultivo e vai crescendo, desde que mantido os cuidados com a nutrição e com o controle de pragas e enfermidades. As alpínias florescem durante o ano todo com picos de produção, que devem ser determinados pelo produtor para as diferentes regiões, o que facilitará, em muito, a sua programação de vendas. A produção nas condições do nordeste é bem linear e uniforme, ocorrendo picos de produção nos meses de novembro a abril. A produtividade média da alpínia é de três inflorescências por semana, ou seja cento e cinqüenta e seis inflorescências por touceira, das quais em torno de 60% será de padrão exportação. Caso o produtor cultive em espaçamento 3,00m x 3,00 m terá um stand 1.111 touceiras/ha onde são produzidas, em média, .14.400 dúzias ao ano, ou 273 dúzias semanais. O horário melhor para a colheita da alpínia é durante a manhã, bem cedo, o que prolonga sua vida no ponto de venda. A colheita pode ser realizada diariamente, mas esta em função da programação de vendas do empreendimento. A inflorescência é colhida com o talo inteiro, intacto que deve ser o mais longo possível, na observância do calibre (diâmetro) das hastes, que deve ser superior a 1 cm. As inflorescências têm diferentes pontos de colheita, desde a fase de botão até totalmente expandidas, e estão em função dos clientes e do mercado a que se destina. O ponto de colheita em que as alpínias apresentam maior durabilidade é quando o terço superior das brácteas já se encontra totalmente expandido. As hastes após colhidas, são colocados, então, imediatamente em recipientes com água, de forma a impedir que desidratem; uma vez cheios de flores, os recipientes são colocados ao término dos canteiros para coleta, transporte e empacotamento feitos em instalações adequadas. A pré-classificação deve ser observada ainda no campo, removendo flores fora de padrão, com danos mecânicos ou flores deformadas. Isto facilita muito as demais operações. PÓS-COLHEITA, EMBALAMENTO, TRANSPORTE E CONSERVAÇÃO Ao chegar ao galpão de tratamento (packing house), as hastes devem ser imersas em água limpa - essa prática aumenta a durabilidade, pois contribui para diminuir a temperatura das mesmas além de facilitar a limpeza. Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 36 A folhagem remanescente deve ser removida. As folhas das hastes devem ser removidas rente ao pseudocaule, podendo deixar as duas folhas terminais, o que facilita a embalagem, pois estas folhas envolvem as inflorescências protegendo-as de injúrias Quanto aos procedimentos, após o corte no campo e na observância de que as hastes sempre estejam imersas em água, estas inflorescências apresentarão uma durabilidade, de pelo menos, quinze dias, aproximadamente. O pH da água para manuseio durante o pós colheita deve estar na faixa dos 4,5. Os tamanhos das hastes para comercialização variam de 0,60m a 1,10 m, incluindo a inflorescência. A classificação das alpínias se dá pelo tamanho das inflorescências, nas seguintes classes: O transporte e o armazenamento da alpínia carecem de cuidados especiais, em função da sua sensibilidade ao frio e à desidratação. O ideal para o armazenamento e transporte de alpínia é um ambiente refrigerado a uma temperatura de 15-18ºC e com umidade relativa elevada. ALPINIA BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E RECOMENDADA ATEHORTUA, L – Aves del Paraiso, Gingers, Heliconias – Ediciones Hortitecnia, Santafé de Bogotá – Colombia, 1998 CASTRO, C. E. F. – Curso Técnicas de Cultivo de Flores Tropicais, 1998. LAMAS, A . M. – Plantas Ornamentais Tropicais e Floricultura Tropical – Curso Técnicas de Cultivo, FRUTAL-2002, Fortaleza-CE, 2002. LAMAS, A . M. – Plantas Ornamentais Tropicais e Floricultura Tropical – Curso Técnicas de Cultivo, Maceió, 2000. LAMAS, A. M. – Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo, Edição Sebrae – Série Empreendedor, Recife/PE, 2001 LORENZI, H. & SOUZA, H. Plantas Ornamentais do Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. Nova Odessa/SP. Ed Plantarum, 1995 MEYER, J-Y.. Preliminary review of the invasive plants in the Pacific islands (SPREP Member Countries), 2000 SHERLEY, G. Invasive species in the Pacific: A technical review and draft regional strategy. South Pacific Regional Environment Programme, Samoa, 1999. SMITH, A. C. 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DESCRIÇÃO BOTÂNICA O gênero Etlingera inclui várias espécies, geralmente com inflorescências belas e vistosas em diferentes tonalidades, variando do vermelho escuro, vermelho claro, cor-de-rosa, rosa claro e até mesmo como na variedade conhecida como Branco de Sabá que é quase totalmente branca. Há outra espécie de formato diferenciado que se assemelha a uma tulipa nas cores vermelha, indo até ao chocolate escuro (quase negro); também sua folhagem é diferenciada com uma coloração bronze, alem de outros cultivares com folhagens que chegam a cor chocolate. O bastão do imperador tem preferência por solos ricos em matéria orgânica, úmidos e o espaçamento entre as touceiras deve ser generoso ( no mínimo de 2,50 m entre fileiras e 1,50 entre covas), vez que formam touceiras enormes tanto em altura como em extensão. São plantas que exigem temperaturas elevadas e calor constante para estimular o florescimento. Nessas condições eles crescem vigorosamente, entouceirando com muita rapidez. As inflorescências se originam diretamente no sistema de rizomas, sendo separadas das hastes vegetativas. Depois de plantado, a nova planta irá florescer em ano e meio a dois anos. Além de serem ornamentais, flores e brotos são também comestíveis, fazendo parte da culinária de diversos países asiáticos. Eles são fatiados finamente e pode ser somado a vários pratos, que dão um flavour picante pungente diferente do gengibre comercial. VARIEDADES Comercialmente quatro cultivares são explorados: uma de inflorescências com brácteas vermelhas (cultivar Red Torch); duas de brácteas rosadas (cultivares Pink Torch e Porcelana); e uma de brácteas rubras ( em formato de tulipa). Curso: Floricultura Tropical – Técnicas de Cultivo ALONSO DA MOTA LAMAS NOVEMBRO 2004 <> Página 38 MERCADO A demanda interna pelo bastão do imperador tem sido crescente e esta flor, a cada dia, mais e mais se sedimenta no mercado. Os principais mercados produtores estão localizados nos seguintes Países: Filipinas, Tailândia, Jamaica, Havaí, Costa Rica e Equador, salientando
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