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CyntiaEnloe.Bananas BeachesandBasesmakingfeministsenseofinternationalpolitics.

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Cyntia Enloe. Bananas, Beaches and Bases: making feminist sense of 
international politics. 
 
Capítulo 2 – On the beach: Sexism and Tourism. 
A autora começa fazendo um panorama da indústria do turismo e a colocação 
das mulheres dentro dela. 
Enquanto muitas mulheres estão entrando em relações desiguais de trabalho 
como conseqüência do apoio dos governos ao turismo internacional, outras 
tantas entram nessa vida por escolha própria como forma de melhorar as suas 
vidas. Do outro lado, as mulheres turistas tiveram que lutar contra presunções 
acerca da respeitabilidade feminina e do lugar da mulher como o lar, para 
viajarem para longe sozinhas. 
O turismo não está dentro das preocupações da chamada "alta política", por 
mais que a quantidade de recursos que ele movimente seja igual à 
movimentada pela indústria do petróleo. O crescimento do turismo não está 
tornando o mundo mais igual ou harmonioso, como muitos defendem. De fato, 
em muitos casos o turismo acaba aprofundando a dependência dos países 
menos desenvolvidos, além de exacerbar questões étnicas e levantar 
questionamentos sobre a utilidade de enormes gastos com infra-estrutura 
turística que não tem função alguma para os locais. 
Dentro do contraste entre homens e mulheres, percebe-se que as mulheres 
são percebidas como frágeis e presas ao lar e perdem o respeito e a honra ao 
viajar, enquanto os homens têm a sua masculinidade reafirmada quando ele 
viaja, sai do lar. 
Turismo se refere tanto à ideologia quanto ao movimento físico. Inclui um 
conjunto de presunções sobre masculinidade, educação e prazer. Mulheres 
são vistas como elemento exótico, que devem ser experimentadas. O 
imaginário usado em propagandas reflete isso: homens sempre fardados, como 
provedores de segurança no país pobre e instável, e mulheres de roupas 
coloridas ou biquínis. Masculinidade X Feminidade. 
Turismo é promovido como uma indústria que pode transformar os países 
pobres por sua capacidade de atrair moeda estrangeira. Mas, na realidade, ele 
tem criado uma nova forma de dependência 
A presença de mulheres em cargos como arrumadeiras, garçonetes e 
cozinheiras é reforçada e justificada pela percepção de que são habilidades 
"naturais" de mulheres. Assim, justiça-se pagar baixíssimos salários. 
Turismo sexual faz parte do sistema político internacional e doméstico. 
Alianças entre movimentos feministas, de luta contra AIDS e de direitos 
humanos têm lutado para minimizar esse problema recentemente. 
Turismo se relaciona com poder, com poder cada vez mais institucionalizado, 
mas não recebe atenção como devia. O simples fato de que ele não é discutido 
"seriamente" leva a um questionamento sobre a construção ideológica do 
"sério". 
Ele está influenciado pelas desigualdades do comércio internacional. De fato, 
agentes governamentais buscaram reduzir os efeitos dessas desigualdades 
pelo turismo, que era visto como fonte de receitas, promotor de 
desenvolvimento social, etc. Essas esperanças foram, de forma geral, 
eliminadas, uma vez que hoje, o turismo internacional torna o SI mais desigual. 
Sem idéias sobre masculinidade e feminidade, e o enforcement delas, a 
concepção de sociedades de destinos e partidas que compõem o turismo hoje. 
A capacidade dos homens de controlar o senso de segurança e valor das 
mulheres é fundamental para a evolução das políticas de turismo. 
 
Capítulo 4 – Base Women 
A questão do comportamento sexual dos soldados (e das mulheres britânicas) 
em bases norte-americanas na Grã-Bretanha (GB) recebe pouquíssima 
consideração quando comparada a importância dada para os aspectos 
políticos e estratégicos relacionados a essas bases e à soberania britânica. 
Afinal, aquela discussão talvez fosse apropriada para falar das bases norte-
americanas nas Filipinas, mas nunca na GB. Essa visão nacionalista desse 
assunto torna mulheres invisíveis, escondendo o aspecto fundamental que é o 
componente sexual da política. Isso leva a uma má-interpretação do caráter 
dos acordos de bases militares. 
A presença de bases militares em comunidade pelo mundo é 
consideravelmente bem aceitada. Poucos são aqueles que questionam essa 
realidade. Podemos dizer que as bases acabam fazendo parte da normalidade, 
do pano de fundo dessas comunidades. Essa normalidade depende de certas 
idéias sobre masculinidade e feminidade, uma vez que as bases devem manter 
um equilíbrio delicado na relação entre homens e mulheres, sob o risco de dar 
início a um processo de oposição nacionalista às suas presenças naqueles 
países. 
Inicialmente, quando estavam acordando sobre a instalação as bases militares 
na GB, havia uma preocupação de que britânicos e norte-americanos não se 
tornassem rivais sexuais, mas que pudessem trabalhar como aliados. Uma das 
grandes questões que isso envolvia era a relação entre soldados negros e 
mulheres britânicas brancas. Tentativas oficiais de impedir que eles se 
relacionassem fracassaram, mas políticas que tinham como objetivo 
desestimular esse tipo de relacionamento foram eventualmente bem-
sucedidas. 
Com o tempo, foram trazidas para bases as famílias inteiras dos soldados. Isso 
fazia parte do esforço de incentivar o serviço militar, mas ao mesmo tempo 
significava que as esposas dos soldados não podiam mais ser ignoradas. Elas 
tinham que estar felizes para não gerar oposição interna e descontentamento 
entre os militares. Para isso foram concedidos diversos privilégios a elas. 
Lideres militares se utilizavam de presunções sobre feminidade para mantê-las 
satisfeitas e manter o senso de unidade na base. As mulheres não deveriam ter 
expectativas de carreiras próprias, deveriam extrair seus senso se conquista 
pessoal das conquistas de seu marido, deveriam se manter caladas com 
relação a abusos físicos e depressões e manter a autoridade quando o marido 
estivesse longe, mas abandoná-la assim que ele voltasse. Só assim a unidade 
da base, e das gerações futuras de soldados, poderia ser mantida. 
As coisas vêm mudando, contudo, devido a alguns elementos: 1) o número de 
mulheres que servem nas forças armadas tem crescido muito, e cada vez mais 
organizadas, elas têm conseguido melhorar sua situação; 2) as esposas estão 
mais atentas a importância do seu serviço nas bases militares, e a partir disso, 
têm tirado poder para melhorar suas condições; 3) elas buscam cada vez mais 
serem reconhecidas como independentes dos maridos, tendo carreiras 
próprias, etc; 4) redução do número de famílias enviadas para bases 
permanentemente, por razões orçamentárias. 
A instalação de bases militares teve que ser negociada nos termos ideológicos 
da feminidade e da masculinidade. Isso se deu ao nível local, sendo 
geralmente conduzido pelos comandantes das bases. 
A idéia de que bases militares e prostituição são uma combinação natural está 
enganada. É exigido muito planejamento para sustentar essa combinação, 
envolvendo políticas que moldam a masculinidade dos soldados, a 
determinação da localização das bases, a estrutura de oportunidades 
econômicas para as mulheres na região, etc. Não é à toa que as bases 
militares em países desenvolvidos passam quase despercebidas, enquanto as 
localizadas em países mais pobres atraem tanta atenção por conta dessa 
questão. Seria, contudo, uma falta de atenção por parte das autoridades 
desses países desenvolvidos, talvez, por inexistir diferença étnica, que leva a 
essa impressão? 
O que tem levado ao aumento da visibilidade da prostituição militar é a 
disseminação da AIDS. Para evitar e proteger a população local medidas vêm 
sendo tomadas para evitar a entrada de soldados norte-americanos portadores 
do vírus HIV no país, mas não parece suficiente, uma vez que não está se 
lidando com as causas fundamentais da prostituição. 
Por fim, a autora destaca que é a divisão entre as mulheres que provê a 
segurança da base. Esposas, namoradas, ativistas pacíficas, prostitutase 
mulheres soldados, todas se vêem como inimigas em alguma medida. Essa 
divisão existe por falta de questionamentos feministas. Paralelamente, existe 
uma divisão no plano internacional entre os movimentos anti-bases militares 
,liderados por mulheres, que impede o sucesso desse movimento. Isso se dá 
porque o fechamento de uma base em um lugar levará a abertura de outra em 
outro lugar. Dessa forma, se o movimento não tiver caráter global, haverá 
apenas transferência do problema. 
Resumo feito por Guilherme France 
IRiscool 2011.2

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