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Tutoria 17 Conceito: A miastenia gravis (MG) é um distúrbio neuromuscular caracterizado por fraqueza e fatigabilidade dos músculos esqueléticos. O defeito subjacente é uma redução no número de receptores de acetilcolina (AChrR) disponíveis na nas junções neuromusculares devido a ataque auto imune mediado por anticorpos Epidemiologia: É uma doença rara, que acomete de 5-10 a cada 100.000 habitantes, pode ocorrer em qualquer idade, possuindo padrão bimodal Picos de incidência em mulheres na terceira e quarta décadas de vida, bem como nos homens nas sexta e sétimas décadas de vida; de modo geral, as mulheres são mais acometidas do que os homens numa proporção de 3:2; Quadro clínico: ● Fraqueza muscular flutuante (Obs: é uma fraqueza localizada) ● Fatigabilidade ● Piora no final do dia ● Piora após atividade física ● 50% de sintomas oculares: ptose palpebral e diplopia↬metade evolui para doença generalizada ● 15 % de sintomas bulbares: disartria, disfagia, fraqueza para mastigação ● Fraqueza de membros isolada <5% ● Crise miastênica↬15 a 30% dos miastênicos, acometimento de musculatura respiratória, risco à vida. Causas: infecção, estresse cirúrgico, gravidez e puerpério, desmame ou descontinuação de medicamento, altas doses de corticoide, outras medicações… Sinais de alerta: disfagia e dispneia Disfagia: hipofonia, dificuldade de eliminação de secreção das vias aéreas Dispneia: uso de musculatura acessória, respiração abdominal paradoxal As principais manifestações clínicas são fraqueza e fatigabilidade dos músculos. A fraqueza aumenta durante o uso repetitivo (fadiga) ou no final do dia e pode melhorar após o repouso ou sono =flutuante. A evolução geralmente varia. Exacerbações e remissões podem ocorrer, sobretudo durante os primeiros anos após o início da doença. As remissões raramente são completas ou permanentes. Infecções ou distúrbios sistêmicos não relacionados com a miastenia podem provocar o aumento da fraqueza sistêmica, podendo precipitar uma crise. Distribuição da fraqueza muscular segue esse padrão: músculos cranianos(proximal), sobretudo os da pálpebra e os extra-oculares, estão acometidos no início da evolução da MG; a diplopia e a ptose também constituem queixas iniciais comuns. A fraqueza facial produz uma expressão de “rosnar” quando o paciente tenta sorrir. A fraqueza na mastigação é mais perceptível após um esforço prolongado, como ao mastigar carne. A fala pode ter um timbre nasal, causada pela fraqueza do palato, ou uma característica “mole” disártrica devido à fraqueza da língua. A dificuldade na mastigação pode advir de fraqueza do palato , da língua ou da faringe, levando à regurgitação nasal ou aspiração de líquidos ou alimentos. Fraqueza bulbar é especialmente proeminente na MG com anticorpos anti-MuSK positivos. Em cerca de 85% dos pacientes, a fraqueza torna-se generalizada, afetando também os músculos dos membros. Permanecendo a fraqueza restrita aos músculos extra-oculares por 3 anos, é provável que não se generalize, e diz-se que esses pacientes têm MG ocular. A fraqueza dos membros na MG com frequência é proximal e pode ser assimétrica. A despeito da fraqueza muscular, os reflexos tendíneos profundos são preservados. Se a fraqueza respiratória for muito grave a ponto de exigir assistência respiratória, diz-se que o paciente está em crise. Fisiopatologia da miastenia gravis: Na junção neuromuscular normal, na primeira imagem é uma terminação nervosa de um neurônio motor alfa que sai da medula espinhal, abaixo tem-se a membrana (sarcolema) do músculo estriado esquelético. O neurônio joga naturalmente acetilcolina no músculo(podendo ser qualquer músculos estriado esquelético, ex: gastrocnêmio, esternocleidomastoideo, bíceps, tríceps). Como já falado ele libera acetilcolina essa acetilcolina liberada irá atuar nos receptores nicotínicos e irá abri-los (eles são canais de sodio) o sódio então vai entrar, vai despolarizar e vai gerar o que chamamos de "Potencial de Placa Motora" se ele for maior que o limiar, ou seja, se ele for supralimiar gera potencial de ação então há contração muscular, ou seja, o músculo vai se contrair, vai gerar tensão e força e vai poder realizar o trabalho que a pessoa quiser. Já em um quadro de miastenia gravis que é uma doença autoimune no qual tem-se a produção de autoanticorpos, ou seja, de anticorpos que vão interagir com episódios antigênicos de moléculas endógenas, por exemplo nosso corpo ele produz naturalmente as proteínas receptoras do receptor nicotínico, do receptor muscarínico, de vários outros receptores e naturalmente nós não temos os anticorpos contra as nossas proteínas próprias, contra nossas moléculas próprias, mas aí por um distúrbio na maturação dos linfócitos durante a apresentação dos antígenos próprios, porque o normal é chegar uma CAA(célula apresentadora de antígenos) lá no período de maturação linfocitária e sinalizar ao linfócito que a proteína é própria do nosso corpo e após isso o linfócito sofre uma reação de anergia ou de hiporesponsividade, logo, ele não vai responder a aquele antigeno, ele não vai gerar uma resposta a aquele antigeno, ele não vai fazer com que o linfócito B se diferencie em plasmócito para produzir anticorpos contra aquele epitopo que foi apresentado à ele. Quando a APC chega e sinaliza que o antigeno não é próprio do corpo ele gera uma resposta, logo a anormalidade é um problema na maturação sobretudo nos órgãos linfóides (timo e baço) durante a apresentação de antigenos. O nosso corpo em algum momento ele passa a interpretar o próprio, ou seja, as proteínas próprias como não próprias e então aquele linfócito que não era pra reagir nem desencadear o processo de produção de anticorpo contra as nossas próprias proteínas vai fazê-lo, a miastenia gravis é quando isso ocorre contra os receptores nicotínicos, ou seja, são auto anticorpos que vão se ligar aos receptores nicotínicos da junção neuromuscular do músculo estriado esquelético, então esses anticorpos irão chegar lá eles irão desencadear uma resposta inflamatória, eles vão ativar um complemento por exemplo, eles vão causar a ativação e o recrutamento de macdofagos que vão chegar lá e irão degradar aquela proteína com o anticorpo no processo de opsonização que irá facilitar e melhorar a fagocitose pelos macrofagos, resumindo isso vai inflamar a membrana do músculo estriado esquelético e ela vai começar a retirar esses receptores das suas membranas, numa tentativa de diminuir essa inflamação no sarcolema, tendo assim uma diminuição dos número de receptores nicotínicos na junção neuromuscular consequentemente tem-se uma diminuição da resposta à acetilcolina consequentemente tem-se uma diminuição da resposta muscular. Nessa outra imagem tem-se goteiras sinápticas que são invaginacoes, elas concentram muitos receptores nicotínicos, na miastenia tem muito menos goteiras sinápticas, logo, ele tem bem menos receptores nicotínico expresso na membrana Aspectos emocionais relacionados a diagnóstico e prognóstico da miastenia 1. Ansiedade; 2. prostação, desânimo ou anedonia; 3. humor distímico ou depressivo; labilidade emocional; apatia; angústia; mal-estar ou indisposição; medo; agitação psicomotora; irritabilidade. – Sintomas emocionais relatados por pacientes com miastenia gravis durante o acompanhamento no hospital universitário da Universidade Federal de Santa Catarina entre os anos de 1996 e 2007. -Testes de lado de leito: ● Teste de bolsa de gelo: O teste de bolsa de gelo pode ser usado como parte do exame neurológico em pacientes com ptose. Não é útil para pessoas com fraqueza dos músculos extraoculares. O teste é baseado no princípio fisiológico de que a transmissão neuromuscular melhora em temperaturas musculares mais baixas. Em pacientes com miastenia, a ptose pode ser superada pelo resfriamento direto dos músculos da pálpebra. No teste de bolsa de gelo, uma bolsa (ou luva cirúrgica) é preenchida com gelo e colocada sobre a tampa fechada por dois minutos. O gelo é então removido e a extensão da ptose é avaliada imediatamente.A melhora da ptose é um resultado de teste positivo. A sensibilidade parece ser de aproximadamente 80 por cento naqueles com ptose proeminente devido à miastenia. O valor preditivo do teste não foi estabelecido e deve ser considerado uma extensão do exame físico ao invés de um teste diagnóstico. ● Testes farmacológicos: edrofônio, neostigmina e piridostigmina, melhora a força muscular-impedem a destruição de acetilcolina ● O teste do edrofônio , se disponível, deve ser usado apenas em pacientes com ptose ou oftalmoparesia óbvia, nos quais a melhora após a infusão da droga pode ser facilmente observada. A dificuldade em quantificar a força independente da volição em outros grupos musculares torna a interpretação da resposta ao edrofônio muito pouco confiável. Como age: O cloreto de edrofônio é um inibidor da acetilcolinesterase com início rápido (30 a 45 segundos) e curta duração de ação (5 a 10 minutos). Este agente prolonga a presença de acetilcolina na junção neuromuscular e resulta em um aumento imediato da força muscular em muitos dos músculos afetados. ● Teste da Neostigmina: alguns que não respondem ao teste do edrofônio pode responder a outros inibidores da acetilcolinesterase. É mais longo do que o edrofônio e útil na avaliação de crianças ● Teste de Piridostigmina: a oral como teste terapêutico pode demonstrar aumento da força muscular, que pode não ser aparente depois de uma única dose de piridostigmina ou neostigmina ● Estudo eletrofisiológico: é utilizado em pacientes com suspeita de desordem na junção neuromuscular para confirmar um defeito na transmissão neuromuscular para confirmar um defeito na transmissão neuromuscular e https://www.uptodate.com/contents/edrophonium-united-states-not-available-drug-information?search=miastenia+gravis&topicRef=5130&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/edrophonium-united-states-not-available-drug-information?search=miastenia+gravis&topicRef=5130&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/edrophonium-united-states-not-available-drug-information?search=miastenia+gravis&topicRef=5130&source=see_link excluir outras doenças da unidade motora. Dois testes eletrofisiológicos são usados: o estudo da estimulação elétrica repetitiva e a eletromiografia de fibra única. Nos pacientes miastênicos há uma rápida e progressiva redução na amplitude dos potenciais de ação muscular evocados pela estimulação nervosa repetida. No intuito de maximizar a sensibilidade do exame, os músculos estudados devem estar aquecidos e os inibidores de acetilcolinesterase devem ser suspensos por 12 h antes do estudo. A eletromiografia de fibra única apresenta alta sensibilidade e especificidade correspondendo, respectivamente, a 91% e 96%. Os poucos casos de falso-positivo foram diagnosticados posteriormente como outros distúrbios neuromusculares. ● Testes laboratoriais: existem 3 tipos de anticorpos: os ligantes, os bloqueadores e os moduladores. Os anticorpos ligantes apresentam maior sensibilidade e são suficientes na maioria das circunstâncias. Os bloqueadores e os moduladores adicionam pouco ao diagnóstico. Entretanto, a demonstração dos anticorpos bloqueadores pode ser útil em casos suspeitos de possível falso-positivo para ligantes. Os títulos séricos do anticorpo contra AChR variam extensamente entre pacientes com graus similares de fraqueza, e a medida não prediz a gravidade da doença em pacientes individuais. Uma concentração elevada de anticorpo contra AChR em um paciente com características clínicas compatíveis confirma o diagnóstico de miastenia gravis adquirida autoimune. Porém, concentrações normais não excluem o diagnóstico. Embora dados quanto à especificidade sejam escassos e a ocorrênciade falsos-positivos seja rara, o anticorpo contra AChR pode, ocasionalmente, ser encontrado na hepatite autoimune, lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatóide em uso de D-penicilamina, polineuropatias inflamatórias, ELA< pacientes com timoma sem miastenias gravis e em parentes de paciente com MG. valor preditivo negativo de timoma na ausência de anti-AChR chega a 99,7%. Outros anticorpos contra proteínas da junção neuromuscular ou ainda do mpusculo têm sido relatados em pacientes com miastenia gravis. Na forma generalizada, anticorpos contra o receptor MuSK foram relatados em 50% dos pacientes com anti-AChE negativo. O anticorpo anti-MuSK podem alterar a manutenção normal de densidade elevada de AChR na junção neuromuscular. Os anticorpos contra proteínas do músculo estriado, em geral revelam a existência de miastenia gravis timomatosa, mesmo que sta não seja evidenciada nos estudos de imagem. O anticorpo anti-titina tem forte associação com a miastenia gravis timomatosa. O anticorpo anti-rianodina foi relatado em idosos. O anticorpo anti-rapsina também tem sido identificado. ● Estudo de imagem: feito o diagnóstico de miastenia gravis, o estudo com TC de mediastino poderá revelar imagens como displasia ou hiperplasia do timo, timo normal, atrófico ou tumores benignos e malignos. A imagem por RM também poderá ser realizada com o mesmo objetivo. ● Diagnóstico diferencial das doenças da junção neuromuscular Miastenia Gravis: O diagnóstico de MG deve ser confirmado, se possível, por testes imunológicos e / ou eletrofisiológicos. Devido à sua especificidade, o teste de autoanticorpos contra o receptor de acetilcolina (AChR-Ab) deve ser realizado em todos os pacientes. A demonstração da ligação de anticorpos, possível em 80 a 90 por cento dos pacientes com doença generalizada, fornece a confirmação laboratorial da MG. Se o AChR-Abs for negativo, um ensaio para anticorpos contra o receptor tirosina quinase específico do músculo (MuSK) deve ser realizado. Os anticorpos para MuSK estão presentes em 38 a 50 por cento das pessoas com miastenia generalizada AChR-Ab negativa. Anticorpos para a proteína 4 relacionada ao receptor de lipoproteína (LRP4), um receptor de agrina associado a MuSK e AChR, são encontrados em aproximadamente 1 por cento dos pacientes e em até 10 por cento daqueles sem anticorpos para MuSK e AChR. MG soronegativa, também chamada de MG negativa para anticorpos, refere-se a 6 a 8 por cento dos pacientes com miastenia generalizada que têm um ensaio padrão negativo para AChR-Ab, MuSK-Ab e LRP4. Estudos de estimulação nervosa repetitiva (RNS) e eletromiografia de fibra única (SFEMG) têm uma sensibilidade diagnóstica na miastenia generalizada de aproximadamente 75 por cento e 95 por cento, respectivamente. Os estudos RNS devem ser realizados primeiro, seguidos por SFEMG, se o diagnóstico ainda for incerto. Os exames eletrofisiológicos geralmente permitem a confirmação do diagnóstico em pacientes com MG soronegativa. Eles também podem ser úteis naqueles com estudos de anticorpos positivos, principalmente se houver alguma característica clínica incomum ou falta de resposta à imunoterapia. Estudos para exclusão de outras doenças no diagnóstico diferencial da MG também estão indicados em pacientes selecionados. Para aqueles com sintomas oculares ou bulbar, a ressonância magnética (MRI) do cérebro é apropriada. A tomografia computadorizada (TC) ou ultrassonografia das órbitas é útil no diagnóstico diferencial de miastenia ocular e oftalmopatia tireoidiana. A punção lombar pode ser necessária para excluir meningite linfomatosa ou carcinomatosa com certas apresentações clínicas. Os exames de sangue devem incluir testes de função da tireoide. Se houver suspeita clínica de um distúrbio reumatológico associado, ensaios para anticorpos antinucleares e fator reumatoide também devem ser realizados. As considerações diagnósticas diferenciais no início da apresentação de uma possível MG dependem muito dos sinais e sintomas iniciais. O diagnóstico correto geralmente pode ser estabelecido por outras características clínicas no exame e pelos estudos sorológicos e eletrofisiológicos apropriados. ↬Fraqueza ocular, manifestada por diplopia e / ou ptose, é a característica inicial em aproximadamente 50 por cento dos pacientes com MG. Outros distúrbios aserem considerados incluem aqueles que mimetizam a MG ocular. ↬Os sintomas bulbar, como disartria ou disfagia, são as primeiras anormalidades em aproximadamente 15% dos pacientes com MG. Doença do neurônio motor, lesões obstrutivas da orofaringe, distúrbios do tronco cerebral ou paralisia de múltiplos nervos cranianos podem produzir sintomas semelhantes. ↬A fraqueza dos membros como única manifestação inicial ocorre em <5 por cento dos pacientes com MG. As considerações de diagnóstico incluem doença do neurônio motor, polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica e outras neuropatias motoras, síndrome miastênica de Lambert-Eaton (LEMS) e miopatias. ↬O envolvimento respiratório isolado é raro na MG, mas também pode ocorrer na doença do neurônio motor e na miopatia por deficiência de ácido maltase. Condições que imitam a Miastenia Ocular: Os distúrbios que podem ser confundidos com MG ocular envolvem fraqueza tanto da pálpebra quanto da função oculomotora, produzindo diplopia e ptose. Eles incluem as seguintes condições: ↬Oftalmopatia tireoidiana ↬Oftalmoplegia externa progressiva crônica (CPEO) ↬Distrofia miotônica e distrofia oculofaríngea ↬Patologia do tronco encefálico e nervo craniano motor Condições que mimicam Miastenia Generalizada: Existem vários distúrbios neuromusculares que podem ser confundidos com miastenia clinicamente. Isso sempre deve ser mantido em mente para que uma história, exame físico e testes laboratoriais cuidadosos possam permitir que o diagnóstico correto seja estabelecido. Os estudos eletrodiagnósticos são particularmente cruciais no diagnóstico diferencial dessas outras doenças neuromusculares. Fadiga generalizada - embora a fraqueza por fadiga possa ser um aspecto importante da MG, é importante diferenciá-la das queixas de fadiga generalizada ou cansaço. Essa falta de energia, muitas vezes descrita como fadiga avassaladora, não faz parte da MG e nunca é a única manifestação. Este sintoma é geralmente devido a um distúrbio médico subjacente (por exemplo, anemia), descondicionamento progressivo ou etiologia psicológica. Na miastenia, os sintomas geralmente incluem queixas específicas de fraqueza fatigável. Exemplos incluem diplopia ou ptose que se desenvolve no final do dia, dificuldade com mastigação prolongada, desenvolvimento de disartria ou hipofonia com fala prolongada ou fraqueza extensora do pescoço no final do dia, com incapacidade de manter a cabeça ereta. Doença do neurônio motor - a esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença progressiva que, como a miastenia, pode envolver os músculos bulbar, levando a fraqueza facial, disartria ou disfagia. No entanto, ptose ou dismotilidade ocular produzindo diplopia, como tipicamente observada na MG, não são características da ELA. Outras manifestações que distinguem ELA de MG em termos clínicos são a presença de sinais do neurônio motor superior (hiperreflexia e sinais de Babinski) e sinais do neurônio motor inferior (atrofia e fasciculações) na ELA, juntamente com sua natureza progressiva. Além disso, os estudos eletrofisiológicos são úteis na diferenciação desses distúrbios. Digno de nota, um teste falso-positivo para auto anticorpos contra o receptor de acetilcolina (AChR-Ab) é observado em aproximadamente 3 a 5 por cento dos pacientes com ELA, embora geralmente em títulos baixos. Síndrome miastênica de Lambert-Eaton - A síndrome miastênica de Lambert-Eaton (LEMS) compartilha com MG o envolvimento da junção neuromuscular e tem fisiopatologia semelhante (uma doença autoimune freqüentemente associada a malignidade). No entanto, a apresentação clínica é diferente na LEMS. É mais frequentemente confundido com miopatias. Fraqueza proximal nas pernas, tornando difícil para o paciente se levantar de uma cadeira ou subir escadas, é normalmente o sintoma mais precoce e mais proeminente. Uma fraqueza menos dramática da cintura escapular eventualmente ocorre. O envolvimento dos músculos bulbar ou diplopia é menos comum no LEMS do que no MG, mas a ptose é frequentemente observada. Além das diferenças na distribuição muscular, existem várias outras diferenças importantes entre LEMS e MG. Esses incluem: Os sintomas em LEMS são mais prováveis de estar presentes pela manhã e melhorar com exercícios. Disfunção autonômica, como disfunção erétil em homens ou boca seca, é um sintoma frequente na LEMS. A estimulação nervosa repetitiva (RNS) em altas taxas (20 a 50 ciclos por segundo) produz um aumento marcante na amplitude do potencial de ação muscular composto (CMAP) (uma resposta incremental) em pacientes com LEMS, assim como o exercício breve. Em contraste, há uma falta de uma resposta incremental em MG com RNS ou exercício de alta taxa. Aproximadamente metade dos pacientes têm câncer, geralmente câncer de pulmão de pequenas células. Os achados eletrodiagnósticos típicos de LEMS e detecção de anticorpos séricos para os canais de cálcio dependentes de voltagem pré-sinápticos estabelecem o diagnóstico de LEMS. LEMS está associado a autoanticorpos específicos. Mais de 95 por cento dos pacientes têm anticorpos contra os canais de cálcio do tipo P / Q; em comparação, menos de 5 por cento dos pacientes com miastenia têm tais anticorpos. Pacientes ocasionais com LEMS têm AChR-Ab. A distinção de MG neste cenário é feita pela presença de câncer de pulmão de pequenas células (pela metade), anticorpos dirigidos contra os canais de cálcio do tipo P / Q e as características eletrofisiológicas de um distúrbio pré-sináptico de transmissão neuromuscular. Raramente, um paciente terá as características clínicas, imunológicas e eletrofisiológicas de ambos os distúrbios. Botulismo - O botulismo pode ser confundido com miastenia porque também afeta de forma proeminente os músculos bulbar e ocular. No entanto, a toxina botulínica produz paralisia pupilar em aproximadamente metade dos pacientes afetados, enquanto a função pupilar é poupada na MG. O botulismo é ainda mais diferenciado da MG por sua rápida progressão e sua associação usual com a ingestão de alimentos contaminados por Clostridium botulinum . A localização pré-sináptica da anormalidade no botulismo pode ser confirmada por uma resposta incremental durante a RNS de alta frequência ou após um breve exercício, semelhante ao observado na LEMS. Miastenia induzida por penicilamina - Aproximadamente 1 por cento dos pacientes tratados com penicilamina , geralmente para artrite reumatóide ou doença de Wilson, desenvolvem uma MG autoimune que compartilha muitas das características da MG primária. Isso ocorre porque a penicilamina induz a produção de anticorpos AChR. Esse efeito não deve ser confundido com a exacerbação da MG que pode ocorrer devido a drogas que interferem farmacologicamente na transmissão neuromuscular. A miastenia induzida pela penicilamina geralmente se resolve em 3 a 12 meses após a retirada do medicamento. No entanto, a resolução da miastenia pode ser bastante lenta e o tratamento para a miastenia pode ser necessário se os sintomas forem graves. Estatinas e miastenia - o tratamento com estatinas pode estar associado a uma síndrome miastênica ou exacerbação dos sintomas de miastenia. Este assunto é discutido separadamente. Síndromes miastênicas congênitas - Existem várias formas raras de síndrome miastênica congênita. Esses distúrbios genéticos devem ser considerados quando qualquer uma das seguintes condições estiver presente: ↬Uma história familiar positiva ↬A falta de resposta aos medicamentos anticolinesterásicos ↬Ausência de anticorpos AChR ou receptor específico de tirosina quinase do músculo (MuSK) ↬Uma história que remonta à infância ↬Pacientes com síndromes miastênicas congênitas geralmente têm uma longa história de doença, geralmente começando na infância, seguida de progressão lenta e constante (um padrão que seria mais incomum para MG auto-imune). Certos achados do eletrodiagnóstico (por exemplo, respostas múltiplas de CMAP a um único estímulo nervoso) são uma pista para alguns desses distúrbios. A falta de história familiarnão as exclui, visto que existem formas recessivas e esporádicas. ↬Embora essas condições não sejam imunomediadas, elas são confundidas com MG porque também envolvem disfunção da transmissão sináptica neuromuscular mediada por acetilcolina. A disfunção pré e pós-sináptica pode levar a vários padrões https://www.uptodate.com/contents/penicillamine-drug-information?search=emocional+no+diagnostico+da+miastenia+gravis&topicRef=5168&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/penicillamine-drug-information?search=emocional+no+diagnostico+da+miastenia+gravis&topicRef=5168&source=see_link de fraqueza. Algumas formas pré-sinápticas, geralmente com início infantil, apresentam anormalidades na embalagem, ressíntese ou mobilização de acetilcolina. Em outras formas desses distúrbios, as anormalidades são pós-sinápticas e são devidas a mutações nas subunidades do receptor de acetilcolina. Isso resulta em canais bloqueados que mostram sensibilidade aumentada ou reduzida à estimulação da acetilcolina. A deficiência congênita da acetilcolinesterase da placa terminal produz fraqueza devido ao bloqueio despolarizante da ação excessiva da ACh pós-sináptica. ↬Todos esses distúrbios têm características eletrofisiológicas de um distúrbio da transmissão neuromuscular, semelhante à MG. Isso inclui respostas decrementais no RNS em 2 a 3 Hertz, bem como valores de jitter aumentados na eletromiografia de fibra única (SFEMG). Algumas formas (por exemplo, síndrome do canal lento e deficiência de acetilcolinesterase de placa terminal) têm um achado eletrofisiológico característico de respostas motoras múltiplas (CMAP) após uma única estimulação nervosa. Em casos suspeitos, o teste genético molecular às vezes pode confirmar o diagnóstico. Em muitos casos, a análise fisiológica de uma biópsia de músculo intercostal é necessária para confirmar o diagnóstico. Esses estudos não estão amplamente disponíveis. Fontes: UpTODATE, patologia, diagnóstico da miastenia gravis, diagnóstico diferencial da miastenia gravis, lange, harrison e artigo e fernando martins braga “miastenia gravis: perfil clínico de uma série de 20 casos
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