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@RIANYORNELAS_ Tratamento periodontal não cirúrgico Introdução ↳ A terapia não cirúrgica envolve vários meios para controlar a infecção causadora de lesões patológicas nos tecidos periodontais. ↳ Raspagem e alisamento radicular (profissional) + medidas de controle de biofilme (paciente) = Proposito: alterar a ecologia subgengival pela ruptura do biofilme microbiano, redução da quantidade de bactérias e supressão da inflamação. Objetivo da instrumentação não cirúrgica de bolsa/raiz: → Associação entre a DP e a presença do cálculo/biofilme; → Raspagem e alisamento radicular (RAR) – 1° escolha; → A remoção completa dos depósitos duros e moles não é um objetivo viável; → Limiar individual de carga bacteriana (objetivo da RAR); → Fatores individuais e ambientais devem ser levados em consideração Sinais clínicos de resolução da inflamação ● Debriamento: instrumentação para ruptura e remoção do biofilme microbiano. ● Raspagem: instrumentação para remoção dos depósitos mineralizados (calculo) ● Radicular: Instrumentação para remover o cemento e a dentina “contaminados” para restaurar a compatibilidade biológica das superfícies radiculares. Classificação dos instrumentos periodontais → Sondas periodontais; → Exploradores; → Instrumentos de RAR: curetas, foices, enxadas, cinzeis e limas; → Instrumentos sônicos e ultrassônicos; → Endoscópio periodontais → Instrumentos de limpeza e polimento Cureta dentinária ● O comprimento e a angulação da haste, assim como as dimensões da lâmina, diferem entre os tipos de instrumentos ● A cureta é o instrumento de escolha para remoção do cálculo subgengival profundo, alisamento radículas do cemento alterado e remoção do revestimento de tecido mole da bolsa periodontal. Curetas universais ● Possui bordas cortantes; ● Face da lâmina em 90° (perpendicular) em relação a haste; ● A lâmina da cureta universal é curva em uma direção da cabeça da lâmina até a ponta da mesma. Curetas especificas ● Instrumentos concebidos e angulados para se adaptarem a áreas anatômicas especificas da dentição e melhores instrumentos para RAR subgengival. ● As curetas de Gracey de extremidade dupla vêm nos seguintes pares: → Gracey nos 1-2 e 3-4: dentes anteriores → Gracey no 5-6: dentes anteriores e pré- molares → Gracey nos 7-8 e 9-10: dentes posteriores vestibulares e linguais → Gracey no 11-12: dentes posteriores – mesiais → Gracey no 13-14: dentes posteriores – distais Curetas After Five ● Modificações da cureta de gracey padrão; ● Haste terminal é 3 mm mais comprida, permitindo alcançar as bolsas mais profundas; ● Lâmina afinada para a inserção subgengival mais suave e menor distensão tecidual, com uma haste afunilada e de diâmetro maior; ● Todos os números gracey padrão, exceto o 9-10 estão disponíveis. Curetas Mine Five ● Modificações das curetas after five e apresentam lâmina que tem a metade do comprimento das existentes nas curetas after five ou gracey padrão. ● A lâmina mais curta permite a inserção e a adaptação mais fácil nas bolsas profundas e estreitas ou áreas de anatomia mais complexa ● Podem ser utilizadas com movimentos verticais, menor distensão tecidual e sem trauma tecidual. ● As curetas de gracey também são diferentes das curetas universais quanto ao fato de a lâmina não fazer um ângulo de 90 graus com a haste inferior; ● As curetas gracey tem um ângulo aproximado de 60 a 70 graus em relação à haste inferior. Curetas ● Forma de apreensão: caneta modificada ● Inserção na bolsa periodontal com a face da lâmina paralela e em leve contato com a raiz ● O correto apoio: → Fornece um fulcro estável; → Permite melhor angulação da lâmina; → Possibilita o uso de movimento punho>antebraço; ● A afiação frequente da borda cortante do instrumento é necessária para obter a remoção do cálculo. ● O ângulo entre a face e o verso das curetas precisa ser mantido em aproximadamente 70° durante a afiação ● Um ângulo maior resultará em distorção da borda cortante. Um ângulo mais agudo resulta em uma borda cortante frágil e que se desgasta facilmente. Foice ● Uma superfície plana e duas bordas cortantes que convergem para uma ponta bem afiada. ● Utilizada principalmente para remover cálculo supragengival. Enxadas ● Utilizadas para a remoção de saliências ou anéis de cálculo. ● A lâmina é inclinada em um ângulo de 99 graus. ● A borda cortante é formada pela junção da superfície terminal plana com a porção interna da lâmina. ● A borda cortante é biselada em 45 graus, fazendo movimentos de tração. Limas ● As limas tem uma serie de lâmina em uma base; ● Sua função primaria é fraturar ou esmagar grandes depósitos de cálculo firme ou placas polidas de calculo ● Podem escavar e tornar rugosas facilmente as superfícies radiculares quando utilizadas de modo inadequado ● Não são adequadas para a raspagem delicada e alisamento radicular. Cinzel ● Projetado para as superfícies proximais dos dentes com um espaçamento pequeno demais para permitir o uso de outros raspadores, sendo utilizado na região anterior da boca ● Instrumento de dupla extremidade com uma haste curva em uma extremidade e uma haste reta na outra ● Lâmina são ligeiramente curvas e tem uma borda cortante reta angulada em 45 graus; ● Inserido a partir da superfície vestibular ● Ativado com um movimento de empurrar, enquanto a lateral da lâmina é mantida firmemente contra a raiz. Instrumentos sônicos e ultrassônicos ● Os dispositivos sônicos usam a pressão do ar para criar vibração mecânica ● Os aparelhos ultrassônicos convertem a corrente elétrica em energia mecânica na forma de vibrações de alta frequência na ponta do instrumento; ● São refrigerados por um agente com base aquosa contendo partículas de polimento de vários tamanhos, dependendo da indicação terapêutica; ● A quantidade de aerossóis contaminados é considerada reduzida comparada à produzida por outros dispositivos sônicos e ultrassônicos; ● Trabalho de coronal e apical Instrumentos mecanizados ↳ Indicações: → Desbridamento supragengival do cálculo dentário e manchas extrínsecas; → Desbridamento subgengival do cálculo, biofilme oral, constituintes da superfície radicular e patógenos periodontais; → Remoção do cemento ortodôntico; → Condições e doenças gengivais e periodontais; → Intervenções cirúrgicas; → Correção de margens de restauração (reduz os excessos de amalgama) ↳ Precauções → Marca-passos não blindados; → Doenças infecciosas: vírus da imunodeficiência humana, hepatite, tuberculose (estágios ativos); → Superfície dentaria desmineralizada; → Dentina exposta (especialmente associada com sensibilidade) → Materiais restauradores (porcelana, amalgama, ouro, resinas); → Conectores de implantes de titânio, a menos que sejam utilizados dispositivos especiais (ex, quixonie, softip, prophy tips) → Crianças (dentição decídua); → Imunossupressão por doença ou quimioterapia; → Diabetes melitus não controlado ↳ Contraindicações → Doença pulmonar crônica: asma, enfisema, fibrose cística, pneumonia; → Doença cardiovascular com doença pulmonar secundaria; → Dificuldade de deglutição (disfagia) Irrigadores dentais ● O mecanismo de ação da irrigação ocorre por meio de pulsação ou de pressão. ● Diferentemente do enxague simples, a pulsação, a pressão e a velocidade da água criam forças hidráulicas de cisalhamento capazes de remover o biofilme. Desfechos clínicos e microbiológicos da terapia fase inicial ● Melhoras nos níveis de PS e NIC ● Não existe diferença importante na eficácia da instrumentação da bolsa/raiz com o uso de instrumentos manuais ou elétricos (sônico/ultrassônico); ● Alteração da ecologia das bolsas por redução na quantidade de microrganismos.● Um aumento nas proporções de cocos e bacilos aeróbicos gram-positivos está associado à saúde periodontal. ● Na ausência de apropriado cuidado caseiro, o restabelecimento da microflora pré- tratamento ocorrerá em questão de semanas. Reavaliação depois de tratamento periodontal não cirúrgico inicial ● Metas clinicas pós terapia básica: → Nenhum sangramento à sondagem da bolsa; → Fechamento da bolsa que significa uma profundidade de bolsa à sondagem < 4 mm.; → Etapas de um tratamento periodontal. Parte II do tratamento periodontal não cirúrgico Entrevista motivacional ● Momento para estabelecer uma relação de confiança entre profissional e paciente; → Direcionamento → Acompanhamento → Orientação ● Controle mecânico do biofilme Entrevista motivacional Controle mecânico de biofilme Controle químico de biofilme Terapia não cirúrgica Procedimentos complementares Escovação Motivação Autocontrole de placa Instrução Escovação ● Tamanho do cabo apropriado para a idade e destreza do usuário, de modo que a escova possa ser fácil e corretamente usada. ● Tamanho da cabeça apropriado para as dimensões da boca do paciente; ● Filamentos de poliéster ou de nylon com extremidade arredondada de diâmetro não superior a 0,23 mm; ● Cerdas macias com configuração definida pelos padrões aceitáveis da indústria internacional (ISO); ● Modelo de cerdas que aumentam a remoção da placa nos espaços apropriados e ao longo da margem gengival. ● Técnica de esfregaço → Horizontal: movimento de via e vem anteroposterior; → Vertical: movimento de vai e vem cérvico- apical; → Circular: movimentos circunferenciais acompanhando anatomia gengival ● Bass: escovação sulcular; movimentos curtos de vai e vem; ● Stillmann: escovação de sulco e massageamento gengival; movimentos vibratórios; ● Charters: Escovação prioritária das regiões proximais; movimentos vibratórios ● Frequência de uso: → Duração da escovação; → Cerdas; → Desgastes e substituição; → Escovas elétricas; → Escovas iônicas; Fio e fita dental ● Apresentação em fio e fita, encerados e não encerados; ● Indicação para a higiene interdental ● Uso pode ser laborioso para maioria dos pacientes e requer tempo maior para o uso adequado Palito de dente → Requer manuseio cuidadoso → Melhor aplicação para amplos espaços interdentais → Base achatada voltada para a gengiva Escova interdental → Requer calibre compatível com o espaço interproximal → Podem ser dobradas para facilitar o manuseio → Preferir as escovas com cerda e corpo feitos com materiais macios. Escova unitufo ou bitufo → Indicada para as pessoas com dificuldades na aplicação de instrumentos convencionais → Pacientes ortodônticos → Apresentam-se com um único tufo de cerdas Recursos auxiliares → Jatos de água → Limpadores de língua → Espumas/dedeiras Efeitos colaterais do controle mecânico de biofilme → Abrasão dentária → Recessão gengival Controle químico do biofilme ● A principal indicação para o uso de agentes de controle químico do biofilme é o paciente que não consegue controlar placa com recursos mecânicos. ● Prevenir a adesão microbiana > evitar o crescimento/ co-agregação microbiana > eliminação de biofilme já estabelecido > alterar a patogenicida de do biofilme. Categorias de formulação ● Agentes antimicrobianos: efeitos bactericida ou bacteriostático in vitro ● Agentes inibidores ou redutores de placa: efeito quantitativo ou qualitativo sobre a placa; pode ser ou não suficiente para afetar a gengivite ou a cárie. ● Agentes antiplaca: afetam a placa o suficiente para causar efeitos na gengivite ou cárie. ● Agentes antigengivite: reduzem a inflamação gengival sem necessariamente afetar a placa medicamentos anti- inflamatórios. Características ideais → Especificidade → Eficácia → Substantividade → Segurança → Estabilidade Efeitos do CHX ● Efeito antimicrobiano → Baixa concentração – aumenta a permeabilidade da membrana plasmática; → Em alta concentração – precipitação de proteínas plasmática. → Formação de paracloranilina; → Catálise por reações de maillard; → Desnaturação proteica e formação de sulfito metálico; → Precipitação de cromógenos alimentares aniônicos. ● Efeito inibidor de placa → Adesão ao dente e interferência na adesão bacteriana; → Interação com glicoproteínas salivares – redução na formação da película.; → Interferência na formação de polissarídeos extracelulares bacterianos. Forma de apresentação ↳ Dentifrícios → Algumas formulações de agentes ativos são difíceis; → Farmacocinética menos previsível; → Não alcança áreas de difícil acesso e podem ter seu uso descontinuado. ↳ Exaguatórios → Toxidade sistêmica em crianças; → Desconforto intrabucal; → Farmacocinética favorável, alcança área de acesso ruim, fácil de usar. ↳ Géis → Limitações similares aos dentifrícios, exceto pela dificuldade de aplicação de agente ativos; → CHX e fluoreto estranhoso; ↳ Outros → Gomas de mascar; → Vernizes; → Irrigação; → Dispositivos de liberação constante; → Pastilhas; → Sprays Indicações clinicas ↳ Uso a curto prazo (prevenção) → Após raspagem e cirurgia periodontal → Prevenção de infecção pós-cirúrgica → Pacientes com fixação intermaxilar → Pacientes com infecção aguda gengival ou da mucosa ↳ Uso a curto prazo (tratamento) → Gengivite necrosante → Mucosite periimplantar → Periimplantite → Periodontite ↳ Uso a longo prazo (prevenção) → Pacientes ortodônticos → Pacientes especiais → Pacientes com crescimento gengival → Periodontite → Pacientes com implantes dentários → População em geral Procedimento complementares ● Compreende o rol de procedimentos que visam apoiar o tratamento periodontal não cirúrgico para permitir melhor controle de placa pelo paciente e maior longevidade ao periodonto. → Adequação de restauração e próteses; → Contorno; → Ponto de contato; → Lisura Superficial. Adaptação marginal → A melhor adaptação marginal deveria copiar forma da JCE → Interface do material restaurador → Linha de cimentação → Términos Contorno → Convexidade do terço marginal dos dentes; → Perfil de emergência → Pressão na região gengival → Escoamento inapropriado → Diminuição da irritação gengival Ponto de contato → Proteção da papila dentaria → Prevenção da região de col Lisura superficial ● O primeiro estágio de formação de biofilme é facilitado por superfícies rugosas; ● Células do tecido gengival em cultura aderem em superfície lisa; ● Amalgama, resina e cerâmica; ● Polimento dos materiais restauradores. Esplintagem ● Procedimento para fixação de dentes com mobilidade dentaria por doença periodontal Ajuste oclusal ● A tendencia natural do corpo é morder axialmente, devido ao arranjo das fibras do ligamento periodontal. ● Devemos buscar contatos axiais em todos movimentos mandibulares ● A presença de contatos inadequados ou parafunção gera o trauma oclusal (primário ou secundário) ● Ajuste oclusal ou uso de dispositivos interoclusais podem reduzir ou eliminar os efeitos do trauma oclusal no periodonto.
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