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PATOLOGIA GINECOLÓGICA Sangramento vaginal: · Classifica-se de acordo com a faixa etária: - Biópsia endometrial por curetagem. - Biópsia endometrial vabra. - Biópsia endometrial pipelle. HIPERPLASIA ENDOMETRIAL · Neoplasia intra-epitelial (que não rompe membrana basal). · Lesão precursora de adenocarcinoma endometrial. · Alterações de crescimento glandular e do estroma endometrial. · Período da menopausa e pós-menopausa. · Sangramento uterino anormal ou excessivo. Estimulação prolongada de estrógenos: · Ciclos anovulatórios. · Paridade > 2 filhos. · Obesidade, DM. · Menopausa > 53 anos. · Síndrome do ovário policístico. · Tumores de células da granulosa. · Administração prolongada de subs. estrogênicas (anticoncepcional; reposição hormonal). Classificação: · Hiperplasias simples não atípicas (graus + baixos). · Hiperplasias complexas. · Hiperplasias atípicas (graus + elevados): evoluem para adenocarcinoma de endométrio. OU (a seguinte classificação não é utilizada no Brasil; as porcentagens indicam o risco de progressão para CA de endométrio): · Hiperplasia endometrial sem atipia: · Simples (1%). - A hiperplasia simples sem atipia, também conhecida como hiperplasia cística ou leve, é caracterizada por glândulas de vários tamanhos e formas irregulares com dilatações císticas. Ocorre um discreto aumento na razão de glândulas para estroma. O padrão de crescimento epitelial e a citologia são semelhantes aos observados no endométrio proliferativo, embora as mitoses não sejam tão proeminentes. Estas lesões raramente progridem para adenocarcinoma (aproximadamente 1%) e refletem em grande parte uma resposta à estimulação estrogênica persistente. A hiperplasia simples pode evoluir para atrofia cística quando a estimulação estrogênica é retirada. · Complexa (3%). - A hiperplasia complexa sem atipia exibe um aumento no número e tamanho de glândulas endometriais, acentuada aglomeração glandular e ramificação das glândulas. Como resultado, as glândulas podem estar amontoadas e próximas, com pouco estroma intercalado e figuras mitóticas abundantes. Contudo, as glândulas permanecem distintas e não confluentes e as células epiteliais permanecem citologicamente normais. Esta classe de lesões apresenta uma progressão de aproximadamente 3% para carcinoma, menor que a da hiperplasia simples com atipia. · Hiperplasia endometrial com atipia: · Simples (8%). - A hiperplasia simples com atipia é rara. Do ponto de vista arquitetural, tem o aspecto da hiperplasia simples, porém ocorre atipia citológica no interior das células epiteliais glandulares, definida por perda da polaridade, núcleos vesiculares e nucléolos proeminentes. Morfologicamente, as células se tornam arredondadas e perdem a orientação perpendicular normal em relação à membrana basal. Além disso, os núcleos possuem um padrão de cromatina aberta e nucléolos evidentes. Aproximadamente 8% destas lesões progridem para carcinoma. · Complexa (29%). - A hiperplasia complexa com atipia exibe uma sobreposição morfológica considerável com o adenocarcinoma endometrioide bem diferenciado e uma distinção precisa entre hiperplasia complexa com atipia e câncer pode não ser possível sem histerectomia. Foi constatado que aproximadamente 23% a 48% das mulheres com um diagnóstico de hiperplasia complexa com atipia apresentam carcinoma quando uma histerectomia é realizada logo após a biópsia endometrial ou curetagem. Em um estudo, no qual mulheres com hiperplasia complexa com atipia foram tratadas apenas com terapia à base de progestina, 50% apresentaram doença persistente, 25% apresentaram recorrência e 25% progrediram para carcinoma. Atualmente, a hiperplasia complexa com atipia é tratada por histerectomia ou, em mulheres jovens, uma tentativa de terapia com progestina e acompanhamento atento. A baixa taxa de regressão geralmente requer a remoção do útero. ** Hiperplasia endometrial, uma importante causa de sangramento anormal, é definida como um aumento da proliferação das glândulas endometriais em relação ao estroma, resultando em maior proporção de glândulas para estroma em comparação ao endométrio proliferativo normal. A hiperplasia endometrial merece atenção especial devido a sua relação com carcinoma endometrial. ** A hiperplasia endometrial está associada à estimulação estrogênica prolongada do endométrio, que pode ser decorrente de anovulação, aumento da produção de estrógeno a partir de fontes endógenas ou estrógeno exógeno. Portanto, condições associadas à hiperplasia incluem obesidade, menopausa, doença ovariana policística (incluindo síndrome de Stein-Leventhal), tumores de células da granulosa do ovário funcionantes, função cortical excessiva (hiperplasia estromal cortical) e administração prolongada de substâncias estrogênicas (terapia de reposição estrogênica). ADENOCARCINOMA DE ENDOMÉTRIO · Neoplasia genital + comum – CA ginecológico + comum. · CA invasivo + comum do aparelho genital feminino. · Mulheres pós-menopáusicas (55-65 anos) – quando o endométrio está atrófico. · Sangramento anormal. · Exame pélvico negativo/útero aumentado de tamanho. · Curetagem endometrial e biópsia de endométrio são exames obrigatórios e importantes para o diagnóstico pré-cirúrgico. Obs.: o útero só começa a aumentar de tamanho quando o miométrio é acometido. Fatores de risco: · Exposição a estrogênios sem a antagonização por progestágenos. · Hiperplasia; pólipos endometriais prévios. · Síndrome de Lynch II. · Tumores ovarianos produtores de estrógeno. Fatores protetivos: · Lactação. · Atividade física. · Fumo. · Estrógeno + progesterona menopausa. Paciente típica: · Diabética. · Hipertensiva. · Obesa. · Sangramento pós-menopausa. Quadro clínico: · Sangramento irregular antes da menopausa. · Corrimento vaginal incomum. · Mudança de hábitos urinários e fecais – acometimento da área pélvica. · Dor abdomino-pélvica. · Dor durante relação sexual. Material obtido por curetagem ou biópsia: · Áreas de obtenção: ectocervix; endocervix; tubas uterinas e ovários; linfonodos. · O patologista deverá informar: · Tipo histológico do carcinoma. · Grau de diferenciação. · Alterações genéticas-moleculares. Macroscopia: · Tumor exofítico, polipoide, difuso, envolvendo a superfície. · Cavidade endometrial preenchida pela neoplasia, parcialmente necrótica; infiltra pouco o miométrio. · Aumento do volume do útero (quando ocorre invasão do miométrio). · Invasão à serosa (nódulos subserosos, serosos). · Disseminação para: · Ligamentos largos. · Ligamentos regionais (aórticos, ilíacos, inguinais, hipogástricos). · Propagação via hematogênica: · Pulmão. · Fígado. · Ossos. · Encéfalo. ** A histologia simula vermes, cobrinhas. Microscopia: · 85% dos tumores: adenocarcinoma endometrioide de endométrio (células cuboides, colunares malignas). · Grau 1: bem diferenciado (< ou = 5% de glândulas). · Grau 2: moderadamente diferenciado (6-50% de componente glandular). · Grau 3: pouco/pobremente diferenciado (> 50% de componente glandular). ** Endométrio atrófico. ** O adenocarcinoma se divide de 2 formas: >> Endometrioide (80-90%): único que terá grau 1, 2 e 3. >> Não endometrioide (10%): não tem grau (pode ser seroso, papilífero, de células claras, dentre outros tipos). CARACTERÍSTICAS CARCINOMA ENDOMETRIOIDE DE ENDOMÉTRIO TIPO I CARCINOMA ENDOMETRIOIDE DE ENDOMÉTRIO TIPO II IDADE 63 anos. 67-68 anos. SOBREVIDA Em 5 anos: de 85%. Em 5 anos: de 58%. HISTOLOGIA Grau 1, 2 e 3. Células claras. Papilífero. Carcinoma indiferenciado. Dentre outros subtipos histológicos. ESTRÓGENO DEPENDENTE Sim. Não (+ agressivo). ALTERAÇÕES GENÉTICAS PTEN*, KRAS, CTNNB1, PIK3CA, MSI, MLH. TP53 (principalmente seroso). FATORES DE RISCO CONHECIDOS Síndrome metabólica, obesidade, DM II, estrogênio sem antagonização. Não são conhecidos. STATUS DA MENOPAUSA Pré ou peri-menopausa. Pós-menopausa. CARACTERÍSTICAS DO ENDOMÉTRIO Hiperplasia atípica. Atrofia. SENSIBILIDADE À DETECÇÃO PELO US VAGINAL Bom. Escassa. PARIDADE Nulípara. ---- GRAU Baixo.Alto. COMPORTAMENTO Indolente. Agressivo. OBESIDADE Sim. Não. Diagnóstico: · Clínico: sangramento uterino irregular. · Ultrassonografia complementar. · Biópsia. · Curetagem uterina. · Video histeroscopia. · Teste de hormônios. · Dosagem CA 125: também pode estar aumentado na cirrose, endometriose, hepatite, pancreatite, neoplasias de ovários. O prognóstico depende: · Diferenciação histológica. · Invasão. · Subtipo histológico. · Disseminação linfática e hematogênica. · Acometimento de linfonodos. · Acometimento extraendometrial.
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