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Liana Ribeiro Insuficiência Hepática · Cirrose hepática, fibrose, doença hepática crônica ou hepatite crônica; · Fígado: importante capacidade de regeneração (75% do parênquima se regenera em 30 dias) · Sinais clínicos se manifestam quando 70 a 75% do fígado é lesionado e ele perde sua capacidade funcional - células morrem e não conseguem ser regenerar; Insuficiência Hepática Crônica: · Crônica e progressiva; · Primária ou secundária a uma injúria hepática; · Irreversível; · Frequente em cães; · Hepatopatia inflamatória, seguida de necrose e deposição de fibrose; Etiologia: · Toxinas: aflatoxinas (milho = ração), metais pesados; · Medicamentos: fenobarbital, griseofulvina (antifúngico), cetoconazol, tetraciclina; · Adenovírus canino tipo 1; · Idiopática; Patogenia: Hepatócito cronicamente inflamado Necrose hepática difusa Proliferação de tecido fibroso - DIMINUI VASCULARIZAÇÃO DOS HEPATÓCITOS Nódulos regenerativos desorganizados Necrose nodular Proliferação nodular de tecido fibroso Necrose hepática: arquitetura hepática desorganizada e tecido afuncional Insuficiência hepática Manifestações Clínicas: · Vômito/náuseas; · Diarreia; · Depressão: anorexia; · Letargia; · Desidratação; · Palidez de mucosa; · Caquexia; “Específicos”: · Icterícia (falha na metabolização hepática); · Urina com coloração escura; · Fezes acólicas: fezes BRANCAS devido a ausência total de bile no intestino -ocorre somente quando há obstrução extra-hepática (pela fibrose) completa no ducto biliar comum, impedindo a eliminação de estercobilina nas fezes); · Ascite, edema subcutâneo, hidrocele testicular deve-se há: aumento da pressão hidrostática portal por obstrução ou aumento da resistência do fluxo sanguíneo e diminuição da pressão oncótica por hipoalbuminemia; · Melena e hematêmese: por coagulopatias (redução na síntese hepática de coagulação) ou ulceração gastrintestinal (diminuição do fluxo sanguíneo na mucosa intestinal, secundária a hipertensão portal causando necrose local; · Poliúria e polidipsia compensatória: diminuição da ureia nos túbulos renais = MENOR CONCENTRAÇÃO DA URINA COM PASSAGEM MAIS RÁPIDA; · Shunt intra hepático ou extra - secundário; · Encefalopatia hepática: · Sonolência (comum) – estupor (comum) – coma (incomum) – compressão da cabeça contra objetos (comum) – mudança de comportamento (comum) – ataxia (comum) – andar em círculo (comum) – déficit visual (incomum) – sialorréia (incomum) – convulsão* (incomum); Diagnóstico: · Sinais clínicos hepáticos e extra-hepáticos; 1. Bioquímica sérica: · AUMENTO DE ALT - encontrada no citoplasma dos hepatócitos e indica lesão na membrana celular; · Aumento da FA: encontrada nas células hepáticas que se unem para formar canais biliares; · Aumento do GGT: células das vias biliares; · Aumento indica obstrução/colestase; · Depende da quantidade de fibrose; 2. Bioquímica clínica: · Hipoalbuminemia; · Diminuição de ureia; · Bilirrubinemia: sugere diminuição da absorção, conjugação e excreção - dosar total; · Ácidos biliares: os ácidos biliares eliminados no intestino pela bile, são reabsorvidos pela veia porta, retornando ao fígado = ácidos biliares na circulação indica uma deficiência na purificação hepática do sangue venoso portal; 3. Urinálise: · Bilirrubinúria, cristais de bilirrubina ou urato de amônia (pelo excesso na corrente sanguínea); 4. Análise da efusão: · Transudato modificado; · Transudato puro: límpido, incolor ou variavelmente amarelo, celularidade baixa (≤1.500 células/mm3 - predomínio de macrófagos, ocasionais linfócitos e células mesoteliais e raros neutrófilos), proteína baixa (≤2,5 g/dl) e densidade baixa (≤ 1025 - ocorre por hipoalbuminemia); 5. Teste de coagulação: · Valores anormais de tempo de protrombina (TP), tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) e fibrinogênio, indicam falha na síntese hepática ou deficiência de vit K; 6. RX abdominal: · Microhepatia; · Presença de efusão pleural; · Angiografia: shunt portossistêmico; 7. US: · Microhepatia com bordas irregulares, nodulações regenerativas no parênquima hepático; · Hipertensão; · Presença de efusão; 8. Biópsia hepática e microscópica: · Diagnóstico definitivo; · Aberta ou tru-cut; · Característica histopatológica: inflamação mononuclear, necrose e fibrose, nódulos regenerativos e perda da arquitetura hepática; Tratamento: Moduladores da inflamação: · Inflamação: contribui para a necrose hepática e fibrinogênese; · Supressores da inflamação: controlam a progressão da doença; · Prednisona/prednisolona: 1 a 2 mg/kg VO SID por 2 a 3 seguido de redução gradual da dose até a mais baixa dose eficaz, SID ou em dias alternados; · Azatioprina associada à prednisona: 2 mg/kg VO SID; Moduladores da fibrose: · Fibrose leva à perda da arquitetura; · Colchicina: 0,03 mg/kg/VO SID; Colerético: · Ácido ursodesoxicólico quando não houver fezes acólicas: 10 a 15mg/kg VO SID junto ao alimento; Protetor hepático: · SAMe: 20 mg/kg VO SID - SAMe é biotransformado em glutationa, que é um antioxidante (estabiliza a membrana celular e promove regeneração hepática) e auxiliar na secreção hepática de substâncias tóxicas; · Silimarina: inibem a oxidação da glutationa; Manejo dietético: · ↓ o trabalho metabólico hepático e ↓ a síntese intestinal de NH3; · Proteína: aumenta qualidade e diminui quantidade; · A quantidade diária de proteína indicada é 18 a 22% de matéria seca; · Rações comerciais terapêuticas específicas: restritas em proteína; · Alternativa de fonte protéica: ricota, queijo cottage, ovos, frango no lugar de carne vermelha; · Carboidratos: 30 a 45% do conteúdo calórico - poupam o catabolismo proteico; · Fibras solúveis: diminuem a produção de amônia; Ascite e edema: · Redução de exercícios físicos; · Diminuição de sal na dieta; · Uso de diuréticos; · Drenagem do fluido abdominal por laparocentese; Quadros hemorrágicos: · Ranitidina, cimetidina, sucralfato, omeprazol; · Transfusão de sangue ou plasma fresco (sangue armazenado contém > quantidade de amônia e pode precipitar ou exacerbar a encefalopatia hepática).; Reposição hidroeletrolítica se necessário: · Preferência p/ solução salina ou ringer simples; · Evitar ringer com lactato porque o metabolismo do lactato é hepático; · Acrescentar dextrose 50% obtendo soro glicosado a 5% ou 10%; · A degradação de proteínas teciduais e com isso impede o acúmulo de material nitrogenado no sangue; · Adicionar cloreto de potássio (15 - 20 mEq de KCl/500ml fluido), nos quadros com vômito e diarréia profusa; · Manter as concentrações séricas de potássio dentro dos valores de referência, contribui para evitar arritmia e miopatias; Encefalopatia Hepática · Diminuir as condições de formação de produtos amoniacais intestinais · ENEMAS com Lactulose (Farlac/Lactulose): polissacarídio sintético que acidifica o conteúdo intestinal e diminui a formação de amônia pelas bactérias intestinais, promovendo diarréia (arrasta as bactérias e resíduos protéicos); · Lactulose (30%) em água (70%); 20 ml/kg a cada 4 – 6 horas · Controlar hidratação; · ANTIBIÓTICOS (diminui bactérias da flora intestinal) · Metronidazol; · Ampicilina; · Amoxicilina com Clavulanato de K; · Evitar utilizar cloranfenicol, eritromicina, lincomicina, tetraciclinas, doxiciclina e sulfas, pois dependem da função hepática para sua ativação ou inativação; · Evitar fármacos que contém METIONINA: a metionina é metabolizada em mercaptanos pelas bactérias intestinais potencializando a ação neurotóxica da amônia;
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