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Revisão Farmacocinética Estudo do movimento das drogas no nosso organismo - farmacocinética O efeito final da droga depende da farmacocinética, com ausência ou mínimos efeitos adversos. Absorção da droga: Conceito: é o movimento da droga em que ela passa do local em que ela é administrada para dentro da circulação sanguínea (do plasma). Fatores que influenciam: Vias de administração: enteral (trato gastrointestinal - oral, retal) e parenteral (não é via gastrointestinal - intramuscular, intravenosa, subcutânea, intratecal, inalação e intradérmica) Oral demora mais para fazer efeito que a parenteral, ou seja para droga atingir uma concentração ideal no sangue, sendo mais baixa que a parenteral. Já a parenteral tende a ser mais rápida e de maior concentração. Intravenosa - efeito quase imediato, usado em casos graves ou infecções Solubilidade: através a membrana de lipídeos e proteínas, as lipossolúveis são mais rapidamente absorvidas, as hidrossolúveis se usar a difusão passiva demora ou pode não ser absorvida, precisando mecanismos especiais de transporte como o passivo ou difusão facilitada Peso molecular: quanto menor mais fácil passar pela difusão passiva Forma farmacêutica: gotas faz efeito mais rápido porque já está dissolvido, do que um comprimido Velocidade de dissolução Polaridade: depende da estrutura físico-química, geralmente as mais polares são menos lipossolúveis, sendo inversamente proporcional à absorção por difusão passiva Ionização X pH (concentração de pKa): drogas são na maioria ácidos ou bases fracas, e se dissociam ou ionizam meio aquoso, carregando-as eletricamente, sendo mais polar. Dependendo do pH do meio a droga pode estar menos ionizada ou mais ionizada. pKa - constante de dissociação da droga - calculado farmaceuticamente - quando uma droga encontra um pH do meio do organismo igual ao seu pKa, metade está ionizada e metade não está ionizada. Ideal para absorção é a predominância da forma NÃO IONIZADA. Ácido acetil salicílico - ácido fraco - pKa = 3,5: 50% ionizada (dissociada e carregada eletricamente sendo mais polar), 50% não ionizada (menos polar) Droga ácida em meio ácido vai haver um desvio da reação para a forma não ionizada, bom para absorção. Droga ácida em meio básico, desvio para forma ionizada e mais polar. AH → A- + H+ pKa = pH + log10 {AH}/{A-} Logo o AS depois de uma absorção é pior, tendo mais efeito com estômago vazio (estômago mais ácido). Quanto menor for o pH do meio (quanto maior for a concentração de hidrogênio), a reação de conjugação da base será deslocada para a esquerda, fazendo com que este se mantenha na sua forma polar (e portanto, não-lipossolúvel). Já quando o pH do meio aumenta, a concentração de H + diminui, deslocando a reação para a direita, fazendo com que a base passe, gradativamente, para a sua forma molecular (portanto, lipossolúvel). B + H+ → BH+ pKa = pH + log10 {BH+}/{B} Imagem: Distribuição da droga: Movimento da droga da corrente sanguínea até o local onde ela vai agir. Plasma para o Fígado Plasma para o Reto Plasma para os Rins Plasma para a mama e as glândulas sudoríparas Plasma para: Intestino, Pele, Músculo, Cérebro, LCR, Pulmão, Placenta, Feto Eliminação da droga: Rins para Urina Intestino para Fezes Mama e glândulas sudoríparas para Leite e suor Pulmão para Ar expirado Circulação entero-hepática: Via oral ou retal - intestino - pequena circulação - fígado (sem passar pela corrente sanguínea) - metabolismo de 1ª passagem (antes de passar pelos órgãos) - menor biodisponibilidade (quantidade de droga ativa que é distribuído para os órgãos). Via venosa: biodisponibilidade de 100% Excreção bilio-fecal: droga pode ser eliminada pela via bilio-fecal pela rede capilar da circulação entero hepática ou pelo ducto biliar e vai para os vasos intestinais Mecanismos de absorção: Difusão: para drogas lipossolúveis, apolares, de baixo peso molecular, não ionizadas (mais comum) - do mais concentrado para o menos, sem gasto energético, a favor do gradiente de concentração Difusão facilitada: a favor do gradiente de concentração. Conta com a intervenção de proteínas transportadoras da membrana - as permeases. Transporte ativo: para drogas que não preenchem os critérios acima, contra o gradiente de concentração. Processo passivo X ativo: Passivo: do mais concentrado para o menos (difusão simples e facilitada) Ativo: gasto de ATP com participação da membrana ou Passivo: Difusão simples e transporte paracelular Ativo: atividade da membrana (difusão facilitada e transporte ativo) Distribuição: Circulação da droga dentro da corrente sanguínea Fatores que influenciam: Propriedades físico-químicas do fármaco - afinidade DC (débito cardíaco) e fluxo sanguíneo regional - baixo débito prejudica a distribuição Permeabilidade capilar - pH, ionização, polaridade Ligação às proteínas plasmáticas - principalmente à albumina Características dessas ligações: reversibilidade (transitoriamente) e saturação (saturou a droga restante fica livre) Droga livre X droga ligada (não age, tendo que passar para órgão alvo) = taxa de ligação X afinidade Quanto menor a taxa de ligação mais rápido é a ação imediata. Quanto maior a taxa de ligação a ação é mais prolongada. AAS possui taxa de ligação de 80%, afinidade +++ Warfarin (anticoagulante) possui taxa de ligação de 99%, afinidade + Se você utilizar os 2 medicamentos, vai ligar o AAS na albumina, porque ele tem maior afinidade que o Warfarin, deixando muito mais de 1% livre, aumentando o risco de sangramento. Ligação da droga nas proteínas teciduais - acumulação de drogas, ocorre por exemplo no adiposo e ter uma menor quantidade na corrente sanguínea. Eliminação: Saída da droga do organismo, com término do efeito da droga, sofrendo metabolismo O Fármaco pode sair na forma inalterada (sem metabolismo - renal), mas na maioria passa por metabolismo hepático. Excreção: Renal: Filtração - mais comum, como difusão simples Secreção tubular - passagem da droga da rede capilar peritubular para o túbulo proximal, sendo um transporte ativo Reabsorção tubular Biliar - vai para intestino e sai pelas fezes Metabolismo e Biotransformação: É a modificação da estrutura físico químico de uma droga em uma reação química, na maioria no fígado e nos rins. Tipos de reações: Sintéticas Não sintéticas Reação de fase 1 - não sintética - alteração da própria estrutura físico químico da droga como oxidação, hidroxilação, desalquilação, desaminação e hidrólise Reação da fase 2 - síntese - droga se combina com outro radical hidrógeno (comum o ácido glicuronídeo - conjugação - aumenta a polaridade do metabólito, facilitando a excreção É comum que a droga passe pelas 2 fases, mas pode não ocorrer dessa forma. Desfechos: Término da ação Facilita a excreção Ativar Produção de metabólitos tóxicos Fatores que influenciam no metabolismo: Doença hepática Insuficiência cardíaca Desnutrição - enzimas são proteínas e precisa se de uma nutrição adequada para não prejudicar a ação renal e hepática Alcoolismo - atinge o fígado prejudicando a função hepática Situações fisiológicas: Período Neonatal (até 28 dias de vida), velhice e gestação Drogas: indutoras enzimáticas (estimulam o sistema microssomal a acelerar o metabolismo de outras drogas) e inibidoras enzimáticas (associação medicamentosa) Fatores genéticos - idiosincrasia - efeito adverso que cada pessoa apresenta em frente a uma droga, muitas vezes o que a pessoa acredita que possui se torna realidade, mesmo sem comprovação medicamentosa Redistribuição tecidual: Droga vai para um outro local, saindo do local de ação e perdendo o seu efeito. Anestésico geral chamado Tiopental é muito potente que leva a anestesia, perda de consciência em 40 a 50 segundos, entrandologo no cérebro, sendo muito hidrossolúvel, sai tão rápido quando entra e vai para os tecidos adiposos, sem ser metabolizado e perde sua função. É lentamente eliminado, sem causar anestesia novamente, causando leve sonolência. Antimicrobiano Histórico de antibióticos: 1o - Alexander Fleming em 1928 - a partir da observação que ao redor do fungo Penicillium a bactéria não se desenvolveu - PENICILINA Antibiótico: Impede o crescimento ou efeito letal em uma bactéria e geralmente é produzido por um ser vivo. Os quimioterápicos são substâncias derivadas dessas substâncias naturais, que têm efeito antimicrobiano. Poucas descobertas desde 1990 - aumento das bactérias resistentes Estruturas e características bacterianas: Unicelulares Procariontes - sem membrana nuclear e organelas membranosas: Complexo de Golgi e RE Cromossoma único Membrana plasmática de natureza fosfolipídica Plasmídeos - material genético que fica no citoplasma, transferido de mãe para a filha ou de célula para célula Parede celular Pili ou fímbrias: confere capacidade de invasão, adesão e patogenicidade. Classificação das bactérias: Espiroqueta - treponema pallidum Gram positiva - permanece violeta com o uso da coloração violeta - camada múltiplas de peptideoglicanos que detém mais o violeta Gram negativa - se cora inicialmente, mas na descoloração com álcool e acetona, ela fica incolor, recebendo contracorante, ficando vermelho - camada de peptideoglicanos é muito fina e não retém a violeta Gram + e - para aeróbicos e anaeróbicos Em questão de antibiótico só nos importa aeróbicos Parede celular: Estrutura semirrígida Proteção mecânica e osmótica Composição: peptideoglicanos (roxo na imagem) - ácido N acetil murâmico e N acetil glicosamina ligados por oligopeptídeos por meio da enzima TRANSPEPTIDASE Porinas: presentes apenas no Gram - (membrana externa - importante para penetração do ATB) Gram - :Além da membrana citoplasmática, ele tem a membrana externa onde fica a porina, de origem proteica Classificação geral das bactérias: Cocos: bolinhas, predominam gram +: Streptococcus (pneumococos e enterococcus) e Staphylococcus. Já os gram -, a Neisseria (gonococo - sexualmente transmissível e meningococo - meningite), Moraxella catarrhalis Tem mais cocos Bacilos: predominam Gram -, sendo eles Espiroquetas, Haemophilus, Influenzae, Enterobactérias (E. coli, Klebsiella, Shigella, Enterobacter, Pseudomonas, Acinetobacter, Serratia) - no trato gastrointestinal. Já o Gram +, a listeria. Bactérias atípicas (sem parede celular, que não se coram pelo gram): Clamídia, Riquétsia, Legionella, Micoplasma, Ureaplasma Coagulase +: infecção mais rápida, mais virulento Coagulase -: são menos virulentos, infecção mais lenta alfa-hemolysis: cavidade oral e vias aéreas superiores beta-hemolysis: pele, faringe e trato genitourinário nonhemolytic: intestinais (enterococo) Fermentadores de glicose Não fermentadores de glicose - maiores chances de serem resistentes Antimicrobianos: conceitos Antibiótico X Quimioterápico - derivação do antibiótico natural feito de fungos Toxicidade seletiva - capacidade ou propriedade do antibiótico de lesar a bactéria e manter o hospedeiro (determinado pelo mecanismo de ação) Bactericida (mata - preferência em imunodeprimidos e infecções mais graves) X Bacteriostático (inibe o crescimento - inibe síntese proteica) Capacidade bactericida: o Mecanismo de ação - principal fator o Concentração o Tipo de Microorganismo Concentração inibitória mínima: menor concentração do ATB capaz de inibir o crescimento bacteriano de um inóculo padrão de bactérias após 24h de incubação Superinfecção: infecção causada por bactérias que o ATB não atinge e que se desenvolve, durante ou após a infecção, tratando do crescimento excessivo de MO que viviam em equilíbrio biológico, alterado pelo uso de antimicrobianos. Variáveis que influenciam na eficácia dos antibióticos: Diagnóstico e escolha do ATB Bactericida X Bacteriostático Especificidade e espectro de ação o Curto, pequeno e estreito: predominante G+ ou G- o Ampliado: G+ e G- o Amplo: G+, G-, BACT atípica e outros Concentração do ATB na CS e local da infecção: o Via e horário de administração o Dose o Duração do tratamento o Adesão ao tratamento o Farmacocinética o Co-morbidades do hospedeiro Idade, extensão e características da infecção Fatores do hospedeiro: o Idade o Imunidade o Genética o Co-morbidades o Gravidez o Adesão Via venosa: efeito imediato (como no gráfico), se o antibiótico atinge uma concentração maior que a mínima, ele é eficaz e a bactéria não se torna resistente durante o tratamento. Gráfico de concentração X tempo: tempo dependente é o antibiótico que é mais eficaz quanto mais tempo de contato ele tiver com a bactéria Concentração dependente: quanto maior a concentração maior a eficácia Efeito pós antimicrobiano: quando o antibiótico ainda tem um pequeno efeito sobre a bactéria quando está abaixo da concentração inibitória mínima, sendo a maioria concentração dependente Principais mecanismos de ação dos ATB: Classificação de acordo com o mecanismo de ação: 1. Antibióticos que interferem na síntese da parede celular (bactericidas) a. Beta lactâmicos i. Penicilinas ii. Cefalosporinas iii. Carbapenens: Imipenem, Meropenem, Ertapenem iv. Inibidores de beta lactamase: ácido clavulânico, Sulbactam, Tazobactam - não tem atividade antimicrobiana sozinho, sempre vendidos em associação ao beta lactâmicos b. Monobactâmicos: Aztreonan - uso pouco utilizado c. Glicopeptídeos: Vancomicina e Teicoplamina d. Bacitracina - uso tópico no Nebacetin É o anel que faz a ação antimicrobiana - alvo de enzimas que inativam o anel Por isso a associação com clavulanato auxilia por ser um inibidor de beta lactamase - acaba com a resistência ao antibiótico 2. Antibióticos que interferem na função da membrana citoplasmática (bactericidas): tornando mais permeável e flácida, fazendo bactérias perder íons, nutrientes, substâncias importantes para seu metabolismo - bactéria acaba morrendo Anfotericina B - tratar herpes causado por fungo - FUNGICIDA Polimixina B e E* (gram negativo resistente) Nistatina - tratar sapinho (monilíase oral e perineal) - FUNGICIDA Daptomicina* (gram positivo resistente) *Antibióticos de uso restrito - para bactérias multirresistentes (mais de um mecanismo de ação) 3. Antibióticos que interferem nos ácidos nucléicos (bactericidas) - RNA e DNA Griseofulvina - ANTIFÚNGICO Rifamicinas (impede a transcrição, primeira etapa para síntese do RNA a partir do DNA, inibindo irreversivelmente a RNA polimerase) Metronidazol: liga-se ao DNA bacteriano e rompe suas hélices - ANAEROBICIDA - trata infecções por anaeróbio - espectro curto Quinolonas (inibem irreversivelmente a DNA girasse, responsável pela contenção do DNA dentro da bactéria) - tem 4 gerações e a partir da segunda, todas tem amplo espectro (gram -, + e atípica), porém, grandes efeitos adversos (alerta da Anvisa) Antivirais: Idoxuridina, Aciclovir, Zidovudina (interferem com a síntese do RNA) - VIRUCIDAS Mais usados na prática: metronidazol (trata protozoário) 4. Antibióticos que interferem na síntese proteica Dividido em: 1. Inibindo a síntese proteica (bacteriostáticos) - impede crescimento a. Lincosaminas: Clindamicina (droga mais usada) e Lincomicina (associada a efeitos adversos) b. Heterósidos: i.Macrolídeos - Eritromicina e claritromicina ii.Azalídeos - azitromicina (muito prescrito, risco, uma vez que tem espectro amplo, com concentrações sanguíneas baixas) iii.Quetolídeos - telitromicina c. Oxazolidonas: Linezonida d. Tetraciclina - amplo espectro, usado para tratamento de acne (ruim) e. Estreptograminas: Quinupristina e dalfopristinaf. Cloranfenicol: é bacteriostático para a maioria dos MO, porém bactericida para Haemophilus influenzae, meningococo e pneumococo - casos de imunodeprimidos g. Tigeciclina* 2. Determinando a síntese de proteínas anômalas (bactericidas) Aminoglicosídeos (leitura errada do código de RNAm) - efeito sinérgico, ajudando outros medicamentos a atuarem - mais utilizado em infecções graves em associações - via parenteral Ribossomo: Na fração 30s do ribossomo há o 4,2, que é o aminoglicosídeo, que se liga a D: Tetraciclina Já na fração 50s do ribossomo se ligam o resto Inibindo a síntese proteica 5. Antibióticos que interferem com a síntese do ácido fólico (importante na reprodução) - toxicidade seletiva é menor Pelo menos a forma de síntese do ácido fólico no ser humano difere da bactéria Contraindicados para gestante, que precisam de ácido fólico para formação do SNA Sulfas Trimetropim Uso maior de uma associação sulfa trimetropim (Cotrimoxazol) chamada comercialmente de Bactrim - torna droga bactericida Isolados tem efeito bacteriostático 6. Outros Nitrofurantoína - inibe a síntese proteica (bacteriostático) e em altas doses lesa o DNA (bactericida) - infecção urinária baixa Mupirocina - inibe a síntese de RNA (bactericida) - só para uso tópico de infecções por estafilo resistentes Principais questionamentos que norteiam o uso criterioso dos ATB: Está indicado o uso de um antimicrobiano? - a infecção é bacteriana (viral não melhora com antibiótico), com presença de pus, secreção, evolução arrastada Qual a droga a ser empregada? - qual bactéria é mais prevalente nesta região Como fazê-lo? - horário É necessário cuidado especial na seleção e uso do antimicrobiano em meu paciente? - reavaliar a dose de acordo com comorbidades Por quanto tempo deve o antimicrobiano ser usado? - gram positivo requer menos tempo, negativo mais tempo Que consequências adversas poderão resultar do emprego da droga? Qual o custo para o paciente? Bactérias mais frequentes envolvidas nas principais infecções do dia a dia Amigdalites: Streptococcus pyogenes, bacilo diftérico, vírus Pneumonias ambulatoriais: Pneumococo, mycoplasma pneumoniae, legionella. Em idosos: considerar anaeróbios. Pacientes com DPOC: haemophilus, Moraxella catarrhalis, pneumococo e enterobactérias Infecções de pele: Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes, Candida albicans, Escherichia coli, Pseudomonas e Proteus (queimados) Gastrites e úlceras: Helicobacter pylori Associações de antibióticos: uso criterioso Deve ser uma exceção - menor espectro possível Indicações: Infecções graves sem diagnóstico até terapêutica definitiva Infecções mistas - vários germes que não tem um antibiótico que atinja os 2 espectros Redução de dose de droga potencialmente tóxicas Evitar aparecimento de resistência bacteriana - helicobacter pylori Obtenção de efeito sinérgico em infecções graves - grupo dos aminoglicosídeos Resultados: Bactericida + bactericida = sinergismo Bactericida + bacteriostático = antagonismo Bacteriostático + bacteriostático = efeito aditivo Inconveniente: Encarecimento da terapêutica Superinfecções e reações adversas Resistência bacteriana Tipos: Natural ou intrínseca Adquirida o Cromossômica o Extra-cromossômica: Plasmídeos R (alças fechadas de DNA) Transposons: segmentos de DNA com grande mobilidade, capazes de transferir genes de uma célula para a outra, para cromossomas ou plasmídeos Resistência bacteriana mecanismos: Porinas mutantes - local de entrada do ATB pela membrana Inativação enzimática: Beta lactamases = pen, cef, carbapenems Cloro acetil transferases = cloranfenicol Enzimas que inativam os aminoglicosídeos = acetilases, fosforilases, adenilases Alteração dos sítios receptores: O MO modifica o sítio ou substrato em que o ATB age (proteínas alvo insensíveis, sequência de aminoácidos diferente) O MO desenvolve uma via metabólica alternativa (não atingida pelo ATB) Bomba de efluxo ativo - proteína carreadora da membrana “retira” o ATB de dentro da célula Efeito do uso inadequado do ATB Com uso correto: bactérias resistentes são debeladas pelo sistema imunológico Com uso incorreto: bactérias resistentes predominam e transferem sua resistência para as demais - pressão seletiva Antibióticos Beta-Lactâmicos Possui anel beta-lactâmico que confere ação antimicrobiana do antibiótico - alvo das bactérias para produzir resistência Beta-lactamase: enzima que inativa anel betalactâmico - tornando-o ineficaz Descoberta da Penicilina - Alexander Fleming - 1928 Estafilococos - gram positivo - o mais resistente Primeiras Penicilinas (G): Ácidos sensíveis - Penicilina G - são inativadas pela via oral, porque ácido clorídricos a destroem Sem ação sobre Gram negativos Sensíveis à penicilinase (B-lactamase) - inativa beta lactâmico Depois vieram as penicilinas sintéticas: Amoxicilina - via oral - Ácido resistente Resistente a penicilinases - boa para estafilo - Isoxioli De amplo espectro - gram + e - Benzatina é o benzetacil Penicilina V: Biossintetizada com intervenção do homem para que pudesse ser tomada por via oral, adicionando um radial (da imagem )- infecções mais leves De vermelho: já está se tornando resistente Mau uso do antibiótico vem tornado pneumococo resistente (pneumonias comunitárias) Grupo mais indicado para tratamento da sífilis: penicilina G Penicilina G: Gram +, com melhor ação nos estreptococos, além de pneumococo, meningococo, gonococo (porém está muito resistente) Penicilinas naturais: farmacocinética Distribuição: o Músculos, pulmões, secreção brônquica, rins, fígado, gânglios, pele, baço, intestino, líquido sinovial, pleural, pericárdio, sêmen o Não penetram no meio intracelular o Baixa concentração em próstata e olho LCR - atravessa barreira hemato encefálica Pen cristalina: venosa - infecção grave - meningite Pen procaina e benzatina: intramuscular Pen V: oral Gráfico de concentração do antibiótico x tempo, no quadro azul tem a concentração inibitória mínima calculada em laboratório (Unidades por ml). Gonococo possui a maior, precisando que seja a G cristalina para alcançar esse número (8 U/ml). Cristalina consegue inibir todos., seu problema é que tem que ser administrada no máximo a cada 6 horas, e endovenosa. Germes sensíveis a concentrações mais baixas - procaína - dada a cada 24h Nível menor - 0,1 - infecções mais leves ou moderadas, duração de ação de 10 a 18 dias (1 dose para todo tratamento) Eliminação da Droga: forma inalterada pela urina (forma ativa pelo rim) - não sofre metabolismo A penicilina V: em vermelho no gráfico: CASOS MUITO LEVES, agravante de administrar de 6 em 6h Alfa amino benzilpenicilina Espectro aumentado Ampicilina (mais usado em ambiente hospitalar) e Amoxacilina (amoxacilina melhor por via oral, é o mais usado) Estreptococos, enterococos, listeria, pneumococo, bacilo diftérico (difteria), neisserias e H pylori (úlcera gram negativo anaerobio) Como ampicilina para uso venoso é para situações mais grave - pneumonia, sepse, endocardite, meningite Amoxacilina via oral em casos menos graves - pneumonia, otite, sinusite, ITU (infecções urinárias) Eletrofilia XXX: em gram negativo, espectro ampliado Duas usam secreção tubular Ampicilina: Distribuição: pulmões, fígado, rins, pele, tubo digestivo, líquido sinovial, peritoneal, pleural Via parenteral LCR - meningite Pequena concentração em ossos Eliminação Renal: forma ativa Amoxicilina: Distribuição: sem associação somente via oral Biodisponibilidade 70-80% Maior concentração em secreção brônquica, seios nasais, bile, ouvido - sinusite, pneumonias e otites Infecção urinária: gram negativos - Escherichia coli Alimento não atrapalha absorção Meia vida maior - 8 em 8 ou de 12 em 12 Eliminação Renal: forma ativa Efeito da Associação com beta-lactâmicos: S. Aureus ou resistente à penicilina (geralmente produtor de beta- lactamase), não muda o espectro, mas é contra as resistentes, melhorando a ação. Oxacilina Usados em pacientes internados, devido à gravidade da situação: Casos: de sepse, pneumonia grave, infecção urinária grave, meningite, endocardite Isoxazolil-benzil-penicilina: no Brasil temos a oxacilina Nos EUA utiliza-se muito à Meticilina Pega streptococos, pneumococos (gram +) e Estafilococos resistente à penicilina G (aureus principalmente, e o epidermidis) - em hospitais (OXACILINA VAI SER USADA BASICAMENTE SOMENTE PARA STAFILOCOCOS RESISTENTES À PENICILINA G) Oxacilina é usada em: infecções estafilocócicas graves, sendo as principais, infecções de pele e impetigo bolhoso (impetigo grave e disseminado), síndrome da pele escaldada (parece uma queimadura de 3 grau), pneumonias por stafilo, meningites por stafilo, artrite séptica e endocardite. Oxacilina sempre por via venosa A amoxicilina ou ampicilina associada a um clavulanato pega o Stafilo Se a infecção grave for por estafilococos resistente à penicilina G e for sensível à oxacilina, vai ser usado a Oxacilina, se o paciente estiver internado. Porém, se for uma infecção menos grave, é usado a amoxicilina mais clavulanato em casa. - pelo princípio básico dos antibióticos, você sempre deve usar o com menor espectro possível. (oxa com menor) Pneumo é sempre um strepto de pneumonia Radical ligado ao grupo 6 Radical é tão grande e volumoso que não permite que bactéria chegue no anel Atravessa barreira hemato encefálica Define-se a Sensibilidade por: resposta terapêutica do paciente e por cultura Eliminação: metabolismo hepático e eliminação renal Pipetazo/Piperacilina: Usado em nível hospitalar, disponibilidade somente por via parenteral Penicilinas de espectro ampliado (+,-), porém, a ação predominante é sobre gram negativo nas enterobactérias (Enterobacter, Proteus, E. coli) Não fermentador (atuam sobre os mais resistentes): pseudomona - bactérias mais resistentes Piperacilina é a mais importante Ação semelhante das alfa carboxi benzilpenicilinas, mas com maior eficácia para pseudomonas. Associação da piperacilina com ácido Tazobactam: inibidor de beta- lactamase: S. aureus, enterococcus, gram negativo resistentes (pseudomonas principalmente) e anaeróbios (bom espectro) Só não pega bactéria atípica (sem parede celular) - nenhuma penicilina pega já que ela age na parede celular O ácido clavulânico + amoxacilina, Sulbactan + ampicilina, tazobactan + piperacilina = inibem a beta-lactamase, porém, sozinhos: sem ação antimicrobiana Cefalosporinas Mais velhas que as penicilinas - 1945 - produzidas pelo fungo Cephalosporium acremonium - antibióticos naturais (hoje temos as sintéticas) Resistentes às penicilinases estafilocócicas - ação contra estafilococo resistente a penicilina G (semelhantes a oxacilina) Espectro ampliado (+ e -, semelhante às penicilinas do grupo 2, 4 e 5), sem ação sobre germes atípicos e enterococcus Nas penicilinas, quem pega enterococcus são amoxicilina e a oxacilina, e a piperacilina associada ao tazobactam Agem inibindo a transpeptidase, logo, inibem a formação da parede celular Estrutura Básica - ácido 7-amino-cefalosporânico: Estrutura hexagonal Possui anel betalactâmico Dois grupos de radicais ligados na posição 3 e 7, permitindo diferenças farmacocinéticas e ao espectro Classificação das cefalosporinas - de forma genérica: I, II e III foram as cefalosporinas iniciais, descobertas ao mesmo tempo, classificadas de acordo com o espectro e a capacidade que tinham de pegar gram negativos 1, 2 e 3: espectro ampliado A medida que a geração crescia, aumentava a ação e a potência para gram negativo, e diminuía ação para gram positivo 1 pega melhor a gram positivo (estafilococo), e a 3 pega melhor a negativo. 2 é mediana e se diferencia por ser MUITO BOA PARA ANAERÓBIOS. Cefalosporinas de I geração Via oral: cefalexina e cefadroxil Via parenteral: cefalotina e cefazolina Cefazolina é a droga para profilaxia de infecções pós-operatórias (padrão) Em rosa o espectro e em verde as indicações. Espectro: estrepto, estafilococos sensíveis à oxacilina (pode se usar no lugar da oxacilina e é por via oral, assemelhando com a amoxicilina + clavulanato), bacilo diftérico (igual penicilina G e penicilina do 2 grupo), listeria, treponema (porém droga de escolha é a penicilina), pneumococo, enterobactérias (E. coli, Klebsiella, proteus, salmonella, shigella), neisserias (meningococo, gonococo), B. pertussis (causadora da coqueluche) Sem bactéria atípica e anaeróbio Não atravessa Barreira Hemato Encefálica (somente a cefalosporina de III, 4 e 5) Eliminadas sem metabolismo pelo rim Indicadas para infecções de cavidade oral, de pele e partes moles - ação sobre gram +, principalmente sobre estafilo, em casos de Erisipela e celulites É ineficaz em otites, sinusites e infecções do trato respiratório, por que não pegam bem os Haemophilus e a Moraxella (II geração que age) Usado na profilaxia de várias cirurgias Cefalosporinas de II geração Oral: Cefaclor (nome comercial Ceclor) - otite, sinusite e infecções respiratórias baixas, porque pega muito bem haemophilus e moraxella Endovenosa: Cefuroxima e Cefoxitina Pega estreptococos, estafilococos sensíveis à oxacilina, enterobactérias, gram negativos respiratórios - vai aumentando a potência, pega anaeróbios Bacteroides fragilis sensível à cefoxitina - gram negativo do mal Não atravessa a Barreira HE Eliminadas sem metabolismo pelo rim (inalterada) - em casos de insuficiência renal grave deve-se diminuir a dose Indicado para otite, sinusite e infecções do trato respiratório baixo, infecções urinárias (gram -) e intra-abdominais (maior chance de ser causada por anaeróbio) Sofre influência do alimento - como todo antibiótico (dar longe da alimentação) Induzem grande resistência (tanto de 2 e 3 geração) por isso abuso deve ser controlado Cefalosporinas de III geração Ceftriaxone: nome comercial Rocefin, SUPER ABUSADA em upas levando a resistência Cefotaxime: nome comercial Claforan Ceftazidime: nome comercial Fortaz Somente parenteral - infecção grave Pegam estreptococo, inclusive tem sensibilidade intermediária à penicilina, neisserias (meningococo e gonococo sem apresentação oral), haemophilus e moraxella Ativos contra bastonetes gram negativos resistentes às cefalosporinas anteriores Menos ativo contra estafilo-oxa sensíveis. Não atingem anaeróbios e enterococcus - somente uma droga para anaeróbios chamada MOXALACTAM (difícil de achar no mercado) Penetra barreira - trata meningite Só não é boa para estafilo resistente, porque aí deve ser feita associação com vancomicina 3 agentes causadores de meningite: pneumococo, meningococo e haemophilus Se a meningite for por stafilo a cefalosporina de 3 não é uma boa escolha Indicada para infecções graves por gram negativos generalizadas, sepse, meningite, infecções intra-abdominais, pneumonias graves, endocardites, infecções osteoarticulares (como a osteomielite que é gravíssima) e infecções urinárias graves. Induzem muito a resistência como a de II geração. Se numa meningite o antibiograma afirma ser uma infecção por pneumococo sensível à penicilina G, usa-se a cristalina. Se for um estafilococo se usa a oxacilina, agora se for resistente a oxa, a vancomicina. Resumão: Profilaxia é no pré operatório Todas têm Espectro ampliado Oral: 1 e 2 geração Meningite - só 3 geração - só infecção grave Cefalosporina de Quarta Geração: Droga Cefepime Efetiva para gram negativos como terceira - melhor que a terceira Efetivo para estafilococos sensíveis Espectro ampliado Sem ação por anaeróbio eenterococos Beta-lactamases de espectro estendido (ESBL): beta-lactamase contra cefalosporina e penicilinas (bactéria do mal), sobrando os carbapenêmicos para agir contra eles. Gram negativos que produzem ESBL Penetra na barreira hemato encefálica - meningite Administração só venosa - infecção grave Menos susceptíveis a ampC (enzima produzida por bactérias que também inativam antibióticos) Carbamapenase: bata-lactamases contra carbapenêmicos - uso dos antibióticos de uso restrito e rezar para paciente Cefalosporina de Quinta Geração: Droga Ceftaroline só em hospitais particulares Ação sobre gram negativos como III e IV, sem ação sobre pseudomonas, age sobre estafilococos (estafilo resistes a oxacilina - que só a vancomicina pega) - cefalosporina anti-estafilocócica - espectro MUITO aumentado Mas se for produtor de ESBL já deve ser usado o carbapenêmico. Via parenteral, para infecções de pele, partes moles Cefalosporinas em geral são excretadas renal e eliminadas na forma inalterada - ajustar na insuficiência renal Já o ceftriaxone tem excreção renal e biliar - tanto pelas fezes quanto pela bile - ajudar na insuficiência renal e hepática Cefalosporinas de 3 penetra melhor na barreira que a de 4. Mas se for gram +, usa-se a de 4. Sabe-se por cultura do líquior (punção lombar). Se for produtora de ESBL a gente tem que dar meropenem que é um cabapenêmico que penetram na barreira. A escolha entre vancomicina e a cefalosporinas de 5 geração no caso de bactéria não produtora de ESBL, a vancomicina é a droga específica para o ESTAFILO. Efeitos adversos da Cefalosporinas: Reações de Hipersensibilidade às Penicilinas Peculiaridades: São os Principais efeitos adversos da penicilina - são graves quando acontecem 1h após a medicação das penicilinas parenterais Os medicamentos que mais causam efeitos adversos são as penicilinas Reações fatais em porcentagem pequena de 0,2% São reações dose independente (não depende da dose), ou seja, são qualitativas, não quantitativas. Além disso, são reações imprevisíveis, podem ocorrer com quem nunca teve contato com o medicamento, e com quem já teve várias vezes antes. Uma vez que o paciente teve 1 reação, não se deve aplicar de novo para evitar processos - nesses casos, o medicamento a ser usado são os macrolídeos e as lincosaminas (mais usada é a clindamicina). As cefalosporinas seria uma opção, mas seria possível apenas se a reação de hipersensibilidade não ter sido grave. Determinantes antigênicos: Produtos de degradação imunológica da penicilina responsáveis pela reação anafilática ou de hipersensibilidade de menor gravidade Maior: 95% dá origem a benzilpeniciloil Minor: 5% dá origem a peniloato, penicilenil, penicilamina, penicilina Testes Cutâneos: Primeira parte - Teste de Escarificação: 1. Escarificar área de aproximadamente 1cm 2. Pingar sobre a área escarificada uma gota de solução 1:10000 da penicilina G cristalina 3. Fazer a leitura 15 a 20 min depois O teste será considerado positivo se ocorrer a formação de pápula ou induração com halo de eritema com mais de 2mm de diâmetro Conclusão: sendo + o resultado deste teste, deve-se contraindicar a administração de penicilina, se o resultado for negativo, segue- se a realização do teste intradérmico. Não disponível no SUS Dessensibilização: Caso o paciente tenha a necessidade absoluta de receber a penicilina. Injeção repetida de concentrações crescente de penicilina G geralmente por via subcutânea, até chegar na concentração desejada. Manifestações: Reações imediatas: ocorrem até 1h após administração da penicilina. São elas: urticária grave, angioedema, broncoconstrição, choque, sendo comuns casos fatais. Determinante minor. Reações aceleradas: Ocorrem entre 1 e 7h da administração da penicilina. Menos grave: urticária, prurido, edema laríngeo mais leve. Determinante maior. Reações retardadas: Ocorrem após 3 dias da administração. São as mais comuns (80 a 90%) e de menor gravidade, porém as de sintomatologia mais variável: o Rash cutâneos (manifestações inespecíficas), geralmente leves (dermatite esfoliativa = forma grave) o Nefrite o Manifestações orais: glossite, queilose, estomatite, língua saburrosa o Febre isolada o Doença do soro: febre, urticária (placas maiores e elevadas que também podem ocorrer na mucosa, aparecem e desaparecem rápido), artralgia, linfadenopatia (associada com o uso da penicilina por mais de uma semana) Fisiopatologia desconhecida (sem saber se é maior ou minor) Dermatite esfoliativa: forma de rash cutânea grave tardia, pele descamativa vermelha É um edema de face Manifestações orais: o Língua saburrosa o Queilite: acometimento do canto da boca o Manifestações aftosas Antibióticos Carbapenêmicos: Também são antibióticos beta-lactâmicos São de uso posterior, para infecções resistentes aos outros antibióticos, principalmente cefalosporina. Espectro: Aumentado - gram positivo (strepto, stafilo sensíveis a oxa, enterococo), gram negativos (principalmente) resistente aos demais antibióticos (pseudomonas, acinetobacter) anaeróbios Uso restrito para infecções gram negativas resistentes. Beta-lactamases: carbapenemases Diferenças: Meropenem - mais utilizado, administrado sozinho, sofre ação de uma enzima renal (deidropeptidase I renal) que pode inativá-lo produzindo resíduo tóxico. Logo, é usado em associação a cilastatina, inibindo enzima, aumentando tempo de ação do medicamento, e diminui toxicidade renal - via venosa de 8 em 8h Imipenem - via venosa de 8 em 8h Ertapenem - mais recente, administração intramuscular (e venosa) com dose única diária (paciente sem acesso venoso), não penetra barreira hemato encefálica (não funciona para meningite) e não funciona tão bem com pseudomonas como meropenem e imipenem Farmacocinética: via parenteral, antibióticos tempo dependentes mais graves, eliminados pelos rins predominantemente na forma inalterada e penetram na barreira o mero e imipenem Efeitos adversos: Bem tolerados pelo paciente. Ocorre em administração rápida: náuseas, vômito - mudar para administração lenta Diminuição de leucócitos e plaquetas. Aumento de transaminases Reações alérgicas Diminuição do limiar convulsivo em pacientes que já tem convulsão, principalmente imipenem (história pregressa de epilepsia) Uso empírico do antibiótico: de acordo com o contexto do paciente, antes do antibiograma chegar. Tetraciclinas: Origem - Streptomyces Muitas drogas. Naturais: 4 anéis derivados do Naftaleno, ligados a vários radicais Drogas mais usadas: Doxiciclina e Minociclina Melhores características farmacocinéticas e menos efeitos colaterais *Tigeciclina: Tetraciclina de uso restrito: É uma tetraciclina moderada, derivada da minociclina. Meia vida longa de 36h. Uso exclusivo parenteral. Aprovado para infecções cutâneas e intra- abdominais complicadas por agentes resistentes. Atinge Stafilo oxa-resistente, Enterococo resistente a vancomicina, enterobactérias e acinetobacter. - bactéria multirresistente Mecanismo de ação: inibição da síntese protéica por ligação à fração 30S do ribossomo - bacteriostático - atinge concentração inibitória mínima Espectro: AMPLO: gram positivo, negativo (enterobactérias tem elevado grau de resistência) e bactérias atípicas: clamídias, riquétsias, micoplasma, anaeróbios, espiroquetas e alguns protozoários. Farmacocinética: Absorção: incompleta por Via Oral, prejudicada por alimentos, leite e ferro (melhores Doxiciclina e Minociclina) - tetraciclina AMA cálcio formando quelato, que dificulta absorção Distribuição: regular, mas pequenas quantidades são encontradas nos líquidos orgânicos. Melhores concentrações na pele e líquido gengival (cavidade oral). Baixa concentração liquórica (não escolhida para meningite). Atravessa placenta e Leite Materno (perigo) - malefíciopara o feto e para o neném Metabolismo: hepático e eliminação pelas fezes (via biliar) e urina (FG) Efeitos colaterais: Efeitos gastrointestinais: anorexia, desconforto epigástrico, distensão abdominal, náusea, vômito, diarréia, úlceras orais e irritação perianal Altera muito a microflora, diminuindo produção de vitamina K e alterando (diminuindo) a coagulação Lesão hepática - mais frequente em grávidas e acima de 2 gramas (dose alta) - contraindicado para grávidas Exacerba a insuficiência renal - diferente de nefrotóxica (porque ela só agrava) Efeitos da deposição da droga junto com o cálcio nos ossos, esmalte e dentina: o Mancha dentes o Inibição do crescimento - fixa no osso o Hipoplasia do esmalte (aumento da susceptibilidade à cárie, depressão do esmalte) Fototoxicidade Reações alérgicas Superinfecções - quanto maior o espectro, maior a chance de superinfecção Minociclinas: vertigens, tonturas (ação no sistema vestibular) Indicações: Germes atípicos: riquétsias, micoplasma, clamídia e legionella ACNE (ação anti-seborréica e bacteriostática) - altas concentrações na pele - ruim por poder gerar resistência (superbactérias) Útil nas doenças periodontais em geral - pele e anaeróbios, gengivas: estreptococo e anaeróbio Doxiciclina - usos: (principal medicamento usado) IST: linfogranuloma venéreo e donovanose (úlceras genitais) - uretrites não gonocócicas Infecções respiratórias - pneumonias comunitárias Infecções de pele, partes moles, osteomielite Febre maculosa - causada por rickéttsias (casos em que é possível uso oral) Macrolídeos: Azitromicina Espectro: AMPLO: streptococcus, pneumococo, estafilococo, cocos gram negativos, Bordetella pertussis, legionella, bacilo diftérico, treponema, micoplasma, haemophilus, brucella, pasteurella, ureaplasma, clamídia, entamoeba histolytica e outros protozoários Ação limitada sobre enterobactérias e anaeróbios Boa penetração intracelular Principais representantes: o Eritromicina: derivado natural - streptomyces - (6 em 6h) o Claritromicina: mais ativo contra gram positivo (bactericida para o pneumococo), inclusive stafilo sensível a oxacilina (alternativa para oxa, amoxicilina + clavulanato e cefalosporinas de I), M. catarrhalis e Haemophilus influenza. Ativa contra o H Pylori (úlceras - resistência bacteriana) - (12 em 12h) - oral e parenteral o Azitromicina: nível tecidual sustentado. Maior meia vida (24h). Maior ação sobre gram negativos (haemophilus), mas ação continua pequena para enterobactérias e menor ação que eritromicina e claritromicina sobre strepto e estafilococo. - oral e parenteral Mecanismo de ação: liga-se à fração 50S do ribossoma bacteriano, inibindo a síntese proteica. Farmacocinética: Absorção: As 3 por via oral (eritromicina na forma de estolato, estearato, etilsuccinato (SAIS) - (pois poderia ser inativada pelo sulco gástrico), já EV: azitromicina e claritromicina Distribuição: Podem acumular em células, principalmente macrófagos. Boas concentrações em amígdalas, seios paranasais, pulmões, rins, fígado, pele, próstata, porém baixas no osso e líquor. Atravessa a placenta mas não são teratogênicos (não causa problema no bebe) - tratamento de toxoplasmose na grávida Eliminação: o Eritromicina: eliminada na forma inalterada pela bile o Claritromicina: Metabolismo Hepático e eliminação renal o Azitromicina: predominantemente na forma inalterada pelas fezes Efeitos colaterais: o Distúrbios gastrintestinais: náusea, vômitos, diarréia e EPIGASTRALGIA (dor no estômago) o Reações alérgicas raras: prurido, rash, febre o Hepatite colestáticas: Uso por mais de 10 dias Melhora com a suspensão do tratamento Mais comuns com o estolato de eritromicina Indicações: alternativa para a penicilina em casos alergia a elas, primeira escolha para PNEUMONIAS por germes atípicos, excelente opção para coqueluche e difteria Aminoglicosídeos: Protótipo: estreptomicina - Streptomyces griseus - 1944 Demais drogas: amicacina, gentamicina (mais usadas), netilmicina, neomicina, tobramicina, sisomicina - Streptomyces Mecanismo de ação: produção de proteínas anômalas, letais à célula bacteriana + diminuição da síntese proteica Espectro: gram negativos (ATB hidrofílicos com facilidade de atravessar as porinas, presentes na membrana interna dos gram negativos) e gram positivos Mecanismos de resistência: enzimas inativadoras: ACETILASES, ADENILASES, FOSFORILASES Açúcares + amina = alta hidrofilicidade Absorção: oral nula - uso somente em IM, EV e tópica Suas atividades bactericidas dependem de sua concentração sérica: quanto maior a concentração, mais rápida, maior efeito bactericida e menos efeitos tóxicos Potencializa efeito de outro medicamento Boa distribuição, exceto BHE e reduzida ação em ambiente anaeróbio (sua ação depende de O2). Concentrações na urina 25 a 100x maior que a sérica. - altas concentrações na urina - bom para infecções urinárias Não é metabolizado e excretado por Filtração Glomerular Efeitos adversos: Nefrotoxicidade: Necrose Tubular Aguda, reversível - devido às altas concentrações na urina Ototoxicidade: irreversível, mais comum com uso prolongado Neurotoxicidade: bloqueio da liberação da ACC na placa motora Lincosaminas: 1962 - Streptomyces lincolnensis Clindamicina: derivado semi sintético - melhor absorção oral, menos efeitos colaterais, maior potência Espectro: Estreptococo, Estafilococo (inclusive o produtor de beta-lactamase), pneumococo, clostridium, anaeróbios Mecanismo de ação: inibição da síntese proteica por ligação à fração 50S do ribossomo Farmacocinética: Absorção: o Clindamicina - VO, EV, tópica, com pouca influência do alimento o Lincomicina - absorção ruim por VO Distribuição: Uniforme, boa nos ossos e baixa no líquor Eliminação: Metabolismo hepático PARCIAL (clinda>lincomicina) + eliminação nas fezes = grande risco de colite pseudomembranosa Efeitos colaterais: Distúrbios gastrointestinais: diarreia grave, náuseas, vômitos, colite pseudo-membranosa (fatal) Glossite, vaginite, estomatite - superinfecções e reações alérgicas Reações alérgicas: rash principalmente, reações graves são raras Efeitos sobre o sangue: agranulocitose, plaquetopenia, neutropenia Indicações: Fármaco de reserva Infeções ósseas Infecções anaeróbicas ou outros microrganismos que não podem ser erradicados por drogas menos tóxicas Alergia à penicilina Tratamento tópico da acne A clindamicina pode ser usada para tratar coriorretinite por Toxoplasma gondii Vancomicina e Teicoplanina: Naturais: o Vancomicina: Streptomyces Orientalis - 1956 - uso EV o Teicoplanina: Actinoplanes Trichomyceticus - uso IM (quando o paciente não pode receber por via venoso - câncer avançado, bebe prematuro Espectro: Cocos gram positivo (streptococcus aureus, streptococcus epidermidis, pneumococo, enterococo, clostridium difficile) Mecanismo de ação: o Inibe a síntese e o acoplamento dos peptídeos- glicanos (menor resistência) o Diminui a permeabilidade da membrana plasmática o Altera a síntese de RNA Farmacocinética: Administração da vancomicina VO (apenas para tratar colite pseudomembranosa) e EV Administração da teicoplanina: IM Distribuição uniforme. Boa penetração na BHE Não sofre metabolismo Excreção por filtração glomerular Indicação: infecções por estafilococo resistente à oxacilina e enterococos resistentes Efeitos Adversos: o Exantemas e anafilaxia o Ototoxicidade e nefrotoxicidade o Síndrome do pescoço vermelho - paciente vermelho, principalmente na face, deve interromper a vancomicina, ou diluir ela mais o Flebite (infecção do acesso venoso - veia central) e dor local Quinolonas Grupo em que espectro varia de pequeno a amplo Critériona utilização devido aos efeitos adversos Estrutura: Anel em comum Ácido nalidíxico - primeira quinolona de pequeno espectro (infecções urinárias gram -) Ciprofloxacina Lovofloxacina Ofloxacina Norfloxacina Trovafloxacina Moxifloxacina Mecanismo de ação: Inibe o DNA-girase: Topoisomerase II (torna a molécula do DNA compacta e ativa) - bactericida Sem ela: DNA livre desencadeia síntese descontrolada de RNA e proteínas Classificação atual: 1ª geração: Apenas enterobacterias - ácido nalidíxico e pipemídico 2ª geração Enterobacterias, hemophilus, Neissérias, Moraxella, Pseudomonas, Atípicos, Estaflococos Apresenta via oral e parenteral Norfoxacino, Ofloxacino e ciprofloxacino (mais ativo para pseudomonas = cipro) 3ª geração Amplo espectro: enterobacterias, hemophillus, neisserias, moraxella, pseudomonas, atípicos, estafilococos, estreptococos Levofloxacino, gatifloxacino (retirada do mercado por distúrbios da glicose em idosos e diabéticos), grepafloxacino, esparfloxacino, clinafloxacino, gemifloxacino 4ª geração Droga mais importante das quinolonas Enterobacterias, hemophillus, neisserias, moraxella, pseudomonas, atípicos, estafilococos, estreptococos+ anaeróbios Trovafloxacino e moxafloxacino Farmacocinética: Absorção oral boa (intestinal) - boa disponibilidade/ PARENTERAL Distribuição boa: rins, pulmões, próstata, intestino. Baixa no líquor, saliva e ossos Eliminação: MH + FG Indicações: ITU (ácido nalidíxico para infecções baixas e fluorquinolonas para altas e prostatites) Infecções intestinais - bacterianas Infecções respiratórias: sinusites, bronquites crônicas, pneumonias adquiridas na comunidade, inclusive atípicas, em pacientes com fibrose cística (pseudomonas) Uso restrito: deve ser usado em situações graves, não responsivas aos demais antibióticos Efeitos adversos: Danos nos tendões (aquiles), incluindo tendinite, ruptura, artralgia, dor nas extremidades, alterações de marcha, neuropatias associadas a parestesias, depressão, fadiga, diminuição da memória, distúrbios do sono, deficiência auditiva, visão, paladar e olfato. Maior risco em idosos, IR, transplantados e uso de corticóide Efeitos devem ser esclarecidos aos pacientes Evitar em grávidas e lactantes Risco de aneurisma Sulfonamidas: Descoberto em 1935 Drogas: Sulfanilamida, sulfisoxazol, sulfacetamida sulfadiazina, sulfametoxazol Bactrin - droga padrão: associação entre sulfametoxazol + trimetropin = cotrimoxazol (BACTRIN) Cada uma das duas drogas isoladamente tem efeito bacteriostático e associadas bactericidas Amplo espectro: gram + (stafilo oxa resistente), -, excelente ação contra Stenotrophomonas maltophilia, pneumocystis jerovesi, paracoccidioides, protozoários (isospora, ciclospora) Farmacocinéticas: Absorção: o Cotrimoxazol: oral e parenteral o Sulfadiazina: oral e tópica (toxoplasmose em grávidas) Distribuição: boa concentração no líquor, pulmões, articulações. Atravessa a BHE e placenta.- pode levar a teratogênese e malformações no SNC Eliminação: MH+FG Contraindicações: sulfametoxazol + trimetropin Indicações: Cotromoxazol: o ITU altas e baixas, prostatites (limitada na ITU grave) - resistência o Sinusites, otites, bronquites (como alternativa aos beta-lactâmicos) o Paracoccidiodomicose o Diarreias por protozoários e bacterianas o Profilaxia e tratamento de infecções por pneumocistir jerovesi Sulfadiazina o Escolha no tratamento da toxoplasmose (+pirimetamina) o Alternativa na malária o Tópica - sulfadiazina de prata: uso em queimaduras Evitar na gravidez: efeito teratogênico Efeitos colaterais: o Sintomas digestivos o Rash cutâneos mais comumente leves (exceto dermatite esfoliativa, Steve Johson) o Alterações sanguíneas: leucopenia, plaquetopenia, anemia hemolítica o Cristalúria e IR (pacientes com hipoalbuminemia) o Hipercalemia (adm parenteral) Metronidazol: Introduzido na prática clínica em 1959 – tratamento da tricomoníase vaginal Bactericida (1960/62) – sua ação depende de sua entrada na bactéria por difusão passiva – ativação intracelular – produção de compostos que lesam o DNA bacteriano Ação bactericida exclusiva sobre bactérias anaeróbias e como antiparasitários: amebíase, giardíase e tricomoníase Farmacocinética: Administração oral (BOA), vaginal e venosa Distribuição uniforme, boa penetração no líquor e em abcessos. Atravessa a placenta e é eliminado no LM (evitar no 1º trimestre da gestação e em lactantes – gosto amargo e diarreia) Eliminação: MHP e FG Indicações: Infecções por anaeróbios Abcessos pulmonar, cerebral, intra-abdominal Osteomielite Infecção de partes moles, septicemia Infecções orais e dentárias, sinusites crônicas Tétano Colite pseudomembranosa (VO) Helicobacter pilory Efeitos Adversos: Gerais: náuseas, vômitos, diarreia, gosto metálico SN: cefaleia, vertigem, convulsões, neuropatia periférica Urticária, exantemas, cistite, queimação uretral, ginecomastia Efeito dissulfiram: mal-estar se usado com álcool Evitar no 1º trimestre da gestação e durante amamentação (gosto amargo). Cloranfenicol: Origem: Streptomyces venezuelae Espectro amplo: gram + inclusive st oxa resiste, gram -, todos os anaeróbios, clamídias, riquétsias Mecanismo de ação: inibidor da síntese protéica (bacteriostático) Bactericida para hemophilus, pneumococo e meningococo Farmacocinética: Absorção: oral, venosa e tópica Distribuição: uniforme com boas concentrações no líquor Eliminação: predominantemente metabolizado + FG e ST Problema no paciente hepatopata Indicações: Febre tifóide e outras salmoneloses Meningites bacterianas Infecções por anaeróbios e riquétsia Brucelose (escolha primária - tetraciclinas) Efeito adverso: GI: náusea, vômitos, diarreias, alteração de paladar Reações de hipersensibilidade Sindrome do bebe cinzento (fatal) - sepse no bebe Aplasia medular: dose dependente - reversível (anemia) e dose independente - pancitopenia fatal Superinfecções Outros: Mupirocina: Antibiótico natural (pseudomonas florecens) - bactericida de uso exclusivo tópico ativa principalmente para gram +, inclusive estafilo resistente à oxacilina + hemophilus Ação sobre o RNA sintase, inibindo de forma irreversível a síntese de RNA Nome comercial BACTROBAN Nitrofurantoína: Antibiótico sintético, usado para tratar infecções urinárias leves Efeito bacteriostático - prejudica a síntese protéica. Em altas doses, lesa o DNA bacteriano e tem efeito bactericida Tempo de uso: 7 dias CI em idosos e na IR Novos antibióticos de uso restrito: Daptomicina: Mecanismo de ação: age na Membrana Citoplasmática, inibição da síntese protéica de DNA, RNA e extravasamento do conteúdo intracelular. Tem ação bactericida. Indicação clínica: infecção por gram + (estafilos resistentes e enterococos), potente contra bactérias resistentes a vancomicina e linezolida. Apesar de se apresentar excelente atividade in vitro contra pneumococo, a daptomicina é inativada pelo surfactante pulmonar, não podendo ser usado para tratamento de pneumonia Uso exclusivo venoso Toxicidade muscular mialgia e rabdomiólise Linezolida: Mecanismo de ação: age inibindo a síntese protéica na fração 50S do cromossomo. Bacteriostático Indicações: deve ser usado em infecções graves gram + multirresistentes (pneumococo, resistentes a vancomicina e penicilina) Apresenta formulações para aplicação intravenosa e para uso oral, sendo que a absorção oral é muito boa (cerca de 100%) Inibe a MAO: risco de crise serotoninérgica quando associada a antidepressivos, trombocitopenia e risco de IR Streptograminas: Quinupristina e dalfopristina Mecanismo de ação: associação de drogas agem inibindo a síntese proteíca Espectro/indicações: germes gram + (bactericida para streptococose estafilococos, bacteriostático para enterococo), moraxella catarhalis e neissérias e bactérias atípicas: clamídia, legionela e micoplasma Administração obrigatória por via venosa Telitromicina: Mecanismo de ação: inibição da síntese proteica Espectro/indicações: estafilococus sensíveis, pneumococo, hemophilus, Moraxella catarrhalis, micoplasma, clamídia, legionella. Indicada para o tratamento de infecções respiratórias comunitárias de gravidade leve a moderada em maiores de 18 anos. Permite administração única diária, por VO. Polimixina B: Mecanismo de ação: Alteram a membrana citoplasmática, com perda do conteúdo intra celular. Espectro/Indicações: Ação predominantemente sobre gram – resistentes aos demais ATB: pseudômonas e acinetobacter baumanil Uso venoso. Pneumonias adquiridas na comunidade: Novos agentes antimicrobianos: Omadaciclina: (derivado da tetraciclina) para o tratamento de PAC e tem atividade in vitro contra patógenos típicos e atípicos comuns, MRSA, muitos bastonetes gram- e anaeróbios. Lefamulina: (pleuromutilina sistêmica) inclui MRSA, S. pneumoniar e patógenos atípicos de PAC. No entanto, além de H. influenza e M. catarrhalis, sua atividade contra certos patógenos gram -, incluindo Enterobacteriaceae (E. coli, Klebsiella spp) e Pseudomonas spp é limitada. Delafloxacina: uma fluoroquinolona de espectro estendido Profilaxia Antibiótica Situações clínicas em que a Qp está indicada: Profilaxia da Febre reumática Profilaxia de infecções estreptocócicas em pacientes esplenectomizados Profilaxia de ITU de repetição e em paciente com Refluxo vésico ureteral grave Profilaxia em contato de pacientes domiciliares de meningite meningogócica e por hemophilus Profilaxia de infecções por Pneumocystis Jirovesi Profilaxia de endocardite bacteriana em pacientes de alto risco Princípios da profilaxia ATB: 1. Definição do grau de infecção esperado para o procedimento a ser executado 2. Definição do germe prevalentemente infectante no local a ser abordado 3. Seleção do antibiótico eficaz contra esse germe 4. Seleção, dentre os agentes eficazes, do ATB de menor potencial de efeitos adversos 5. Uso de alta dose, administrada em via e tempo adequados, para determinar altas concentrações séricas e teciduais no momento da incisão 6. Uso do antibiótico em dose única Classificação das cirurgias quanto ao risco de infecção: Cirurgias limpas: São eletivas, sem processo infeccioso local em tecidos estéreis ou de fácil. Risco de ISC <5%, porém em alguns o uso de profilaxia está indicado: se ocorrer a infecção, a gravidade e complicações são graves (pele, tecido SC, músculos, estômago (exceto se acloridria, hemorragias e obstrução) Cirurgias potencialmente contaminadas: Ausência de supuração em tecidos que albergam microbiota própria, porém pouco numerosa, de difícil descontaminação (conjuntiva ocular, ouvido externo, esôfago, estômago, duodeno, vesícula biliar, uretra e próstata). Risco de ISC: 8 a 5%. Cirurgias contaminadas: Ausência de supuração, em tecidos com microbiota abundante, de difícil descontaminação (trato respiratório alto, cavidade bucal, íleo, cólon, reto, ânus, vulva, vagina, feridas traumáticas até 6h antes da cirurgia). Risco de ISC 15 a 20%. Na boca, vagina, vulva e períneo raramente supuram e podem não requerer profilaxia. Cirurgias Infectadas Presença de pus, vísceras perfuradas e feridas traumáticas com mais de 6h de evolução. Infecção no sítio cirúrgico Risco de contaminação: Inóculo X virulência X lesão tecidual X corpo estranho Antibiótico profilaxia X resistência individual do paciente Profilaxia: Profilaxia pós-operatória: Droga com atividade contra a maioria dos microorganismos que podem contaminar o sítio cirúrgico, e que mantenha níveis séricos altos durante o procedimento Níveis séricos elevados: o Início antes do procedimento (indução anestésica) o Via intravenosa o Dose elevada Durante o procedimento: o Dose adicional: perda sanguínea ou aumento da duração o Dose após procedimento: discutível para a maior parte Para a maioria dos procedimentos onde a profilaxia está recomendada, a droga da escolha é cefazolina Conduta geral na profilaxia pós operatória: Nas cirurgias limpas em que o risco de infecção do sítio cirúrgico é de até 5% não há indicação do uso de antibióticos Exceções: Pacientes acima dos 70 anos, desnutridos, imunodeprimidos, urgências Implante de próteses e telas Cirurgias de mama Esplenoctomia (hipertensão portal esquistossomótica) Hernioplastia incisional Pacientes portadores de doença reumática, diabetes descompensado, obesidade mórbida, hérnias multirrecidivadas, imunossupressão, radioterapia prévia, uremia, hepatopatias e pneumopatias Cirurgia cardíaca, cirurgia da aorta e de grandes vasos O uso profilático do antimicrobiano ficaria, então, reservado para as cirurgias contaminas e potencialmente contaminadas, cujo risco de infecção é de > 10% Profilaxia em cardiopatias durante procedimentos dentários: Risco: endocardite bacteriana – do que se trata Agente mais envolvido: estreptococo do grupo viridans Porque fazer a profilaxia nesses pacientes? – Bacteremia transitória Qual o objetivo da profilaxia: - justificativa para uso de altas doses de monoterapia antes do procedimento e em dode única Para reflexão: Faz sentido uso em pacientes saudáveis? Risco para cardiopatias: Recomendada a profilaxia: Categoria de alto risco: Válvulas cardíacas protéticas Endocardite bacteriana prévia Cardiopatias congênitas cianóticas Condutos ou desvios pulmonares sistêmicos construídos cirurgicamente. Categoria de risco moderado: Demais mal-formações cardíacas congênitas (excluindo as relacionadas nos ricos alto e baixo) Disfunção valvular adquirida Cardiomiopatia hipertrófica Prolapso da válvula mitral com regurgitação valvular Sem indicação de profilaxia Categoria de baixo risco: Defeito de septo atrial isolado Reparo cirúrgico de defeito septo-atrial e/ou ducto arterial aberto (sem resíduo após 6 meses) Cirurgia de enxerto de ponte coronária prévia Prolapso da válvula mitral sem regurgitação Sopros cardíacos incentes, fisiológicos ou funcionais Doença de Kawasaki, sem disfunção valvular Febre reumática sem disfunção valvular Febre reumática sem disfunção valvular Marcapassos cardíacos e desfibriladores implantados Imunossuprimidos: Possuem sistema imune deficiente Tem tempo de bacteremia prolongado Combate a bacteremia prolongado Dado ao quadro mais complexo, geralmente utiliza-se terapia profilática ATB por mais tempo PP causas: diabetes, neoplasias, AIDS, doenças autoimunes, drogas (imunossupressoras), transplantes, hemodiálise e quimioterapia. Atualização sobre profilaxia da endocardite bacteriana: Considerações importantes: Não há evidências convincentes que a profilaxia ATB forneça benefício significativo em termos de prevenção de EB em muitos casos É muito mais provável que EB resulte de exposição frequente a bacteremia aleatórias associadas a atividades diárias como escovação do que a bacteremia causada por um procedimento odontológico, GI ou GU Para procedimentos odontológicos a manutenção de uma higiene bucal ideal pode reduzir a incidência de bacteremia é mais importante e do que ATB profilático Há dados que sugerem que condições de risco moderado apresentem possibilidade de EB semelhante a categoria de alto risco, porém os estudos são limitados e esses casos devem ser avaliados com cuidado quanto a decisão de se usar ou não profilaxia Profilaxia da EB: A administração da profilaxia está indicada em pacientes com doença cardíaca que conferem maior risco de resultados adversos da EB, submetidos a procedimentos que resultem em bacteremia por um MO com capacidade potencial de causar EB. Condições demaior risco: Válvulas cardíacas protéticas (mecânicas, bioprotéticas) Material protético usado para reparo da válvula cardíaca História anterior de EB D. cardíaca congênita reparada com desvios residuais ou regurgitação valvar no local ou adjacente ao local ao adesivo ou dispositivo protético Cardiopatia congênitas reparadas com intervenção baseada em cateter envolvendo dispositivos ou stent durante os primeiros 6 meses após o procedimento Regurgitação da válvula devido a uma válvula estruturalmente anormal no coração transplantado Procedimentos de maior risco: Procedimentos odontológicos que envolvem manipulação do tecido gengival ou região periapical dos dentes ou perfuração da mucosa oral, incluindo limpeza bucal de rotina Não está indicada profilaxia: injeções anestésicas de rotina em tecidos não infectados, realização de radiografias dentárias, colocação de aparelhos protéticos removíveis, colocação ou ajuste de aparelhos ortodônticos, remoção de dentes decíduos, sangramento de dentes decíduos, trauma nos lábios ou mucosa oral Procedimentos do trato respiratório que envolvem incisão ou biópsia da mucosa respiratória (amidalectomia, adenoidectomia, broncoscopia com biópsia) Cirurgias para colocação de válvulas cardíacas protéticas ou materiais intravasculares ou intracardíacos protéticos devem receber profilaxia para prevenção de EB e infecção no local cirúrgico Não se sugere profilaxia para EB em procedimentos GI, GU, partos vaginais e cesarianas, cirurgias de pele e tecidos moles. Nesses casos, tratar a infecção instalada, se houver.