Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Anatomia Patológica Introdução Termos: Patologia Pathos = Doença, sofrimento Logos = Estudo Ciência que estuda as causas das doenças, os mecanismos que as produzem, as sedes e as alterações morfológicas e funcionais que apresentam. Medicina Arte e a ciência de promover a saúde e de prevenir e atenuar ou curar os sofrimentos produzidos pelas doenças. Elementos de uma doença na patologia: Etiologia = Causas Patogênese = Mecanismos (como causou) Anatomia patológica = Alterações morfológicas/Lesões Fisiopatologia = Alterações funcionais (como que foi impactada a função daquele órgão) Sistema Respiratório Sistema especializado para promover o rápido intercâmbio (hematose) entre o ar e o sangue. Divisão Porção de condução: Órgãos tubulares cuja função é a de levar o ar inspirado até os pulmões (porção respiratória) e deste conduzir o ar expirado até o exterior. Porção de respiração: Pulmões: hematose = absorção de O2 e eliminação de CO2 - no alvéolo pulmonar Nariz No estudo do nariz incluem-se: • Nariz externo • Cavidade nasal • Seios paranasais Na Base do nariz ficam as narinas que variam de acordo com a raça da pessoa. Septo nasal É liso, fora em caso do desvio A ponte (dorso) do nariz é formada pelos ossos nasais. (parte cartilaginosa parte óssea) Nervo - nasopalatino Osso etimóide e vômer, osso palatino O restante do esqueleto do nariz consiste de placas de cartilagem mantidas juntas por tecido conjuntivo fibroso. Para formar o septo nasal, uma das cartilagens ⎯ a cartilagem do septo ⎯ articula-se superiormente com os ossos nasais, inferiormente com o osso vômer e com as maxilas, e, posteriormente com a lâmina perpendicular do osso etmóide. Plexo de Kiesselbach Cavidade Nasal CAVIDADE NASAL: É um tubo contínuo, separado pelo septo nasal em dois (2) compartimentos, direito e esquerdo, as fossas nasais. Comunica-se com o meio externo através das narinas e com a nasofaringe, através das coanas. Cada coana é mais larga que a narina correspondente. - começa na narina e termina na coana (narina olhada do lado interno) O ar entra no sistema respiratório através das narinas, que o conduzem ao vestíbulo do nariz. (área dilatada bem na entrada das narinas onde ficam os pelos - filtro grosseiro- vibrissas) O vestíbulo contém pêlos ou vibrissas que servem para reter maiores partículas que podem entrar no sistema respiratório durante a inspiração. A ponte (dorso) do nariz é formada pelos ossos nasais. Um desvio do septo nasal (direita ou esquerda) pode interferir com a livre passagem de ar através da cavidade do nariz, mas esta condição pode ser cirurgicamente corrigida. - estreitamento do espaço de passagem do ar, com tratamento cirúrgico Função da cavidade: (Aumentar a superfície mucosa) - Aquecer e umedecer o ar inspirado “condicionando-o” para que seja melhor aproveitado na hematose. (para não produzir danos nas vias aéreas, melhorando a qualidade do ar a ser inspirado) Conchas nasais: (situadas nas laterais para aumentar a área de contato) • Superior • Média • Inferior Nervo das conchas: palatino maior e menor Divisão da Cavidade nasal: • Vestíbulo Entrada • Região Olfatória Concha superior e 1/3 superior do septo nasal • Região Respiratória Lâmina crivosa: perceber os odores IMPORTANTE • Há várias aberturas de drenagem na cavidade nasal. • Os ductos paranasais drenam o muco dos seios paranasais e os ductos lacrimonasais drenam as lágrimas dos olhos. Uma secreção excessiva de lágrimas faz com que elas escoem para dentro da cavidade nasal. Os óstios em crianças estão mais abertos, logo deve amamentar o mais em pé possível para não refluir no óstio e parar no ouvido médio, causando otite. • A tuba auditiva da cavidade timpânica entra nas vias aeríferas superiores, posteriormente a cavidade nasal na parte nasal da faringe. • Com todas essas conexões adicionais, não é nenhuma surpresa que infecções possam se propagar tão facilmente de uma câmara para outra ao longo de toda a área facial. • Para evitar causar dano ou propagar infecções para outras áreas, a pessoa deve ter cuidado para não soprar o nariz com muita força. • O espaço compreendido entre as conchas nasais e a parede lateral da cavidade nasal denomina-se meatos nasais • superior, médio e inferior. • Nestes meatos abrem-se os seios paranasais através de seus óstios. • O palato separa a cavidade do nariz da cavidade da boca. Mucosa nasal A mucosa nasal é de dois tipos: • respiratória e olfatória. Mucosa respiratória • Aquece o ar inalado devido a um extensivo suprimento sanguíneo. • Satura o ar de água (umedece) quando de sua passagem. Assim, as membranas da cavidade nasal e as delicadas porções dos pulmões estão protegidas de ficarem muito frias ou muito secas. • Uma camada de muco que cobre as mucosas protege o sistema respiratório por reter pequenas partículas que conseguem ultrapassar os pêlos das narinas. • Os cílios da membrana se movem de tal maneira que carregam o muco com as partículas para a faringe, onde ele pode ser removido pela tosse ou engolido - corrente ascendente dos movimentos - ou escarra pelo nariz ou você engole • Reveste quase toda a cavidade nasal, à exceção da área onde se encontra a mucosa olfatória. • A infecção da mucosa respiratória da cavidade nasal pode difundir-se para os seios paranasais causando a sinusite. Rinite (inflamação da cavidade nasal): se não for adequadamente tratada e se tornar bacteriana ou virótica vai penetrar nos seios e gerar sinusite (inflamação dos seios) Mucosa olfatória • Limitada à concha nasal superior e ao terço superior do septo nasal. • Essa região é suprida pelo nervo olfatório (1o par craniano), que passa através dos orifícios da lâmina crivosa do osso etmóide para alcançar o cérebro. • Embora o epitélio olfatório seja sensível a odores, ele não se encontra diretamente no caminho do ar, por isso é preciso aspirar o ar mais intensamente para detectar o cheiro. Seios paranasais Cavidades nos ossos do crânio: • Frontais • Etmóide • Maxilares • Esfenóide Sinusites: • Infecção/inflamação dos seios paranasais/seios da face - muco esverdeado, aperto e dor na região da testa, atrás do olho e da maçã da face Desvio de septo nasal • Um desvio do septo nasal pode interferir com a livre passagem de ar através da cavidade do nariz, mas esta condição pode ser cirurgicamente corrigida. Faringe Órgão muscular oco tubular comum a dois sistemas: • Respiratório e Digestivo Partes • Parte Nasal • Coanas direita e esquerda - início • Parte bucal • Istmo da garganta (ou das fauces) • Parte laríngica • Posteriormente a larínge continuada pelo esôfago Artérias: lingual, facial, carótida externa, maxilar, faríngea ascendente Drenagem venosa: plexo pterigóideo, v. facial, v. retromandibular, v. jugular interna Laringe • Osso hióide • Cartilagem epiglótica • Cartilagem tireóide • Cartilagem cricóide • Traquéia • Músculos intrínsecos da laringe • Fala (Sons laríngicos) Pregas vocais • Adução e abdução • Tensão e relaxamento A glote é o espaço entre a prega vestibular e a prega vocal (corda vocal) Traquéia • Conceito: Estrutura cilindróide constituída por uma série de anéis cartilagíneos incompletos, em forma de C, sobrepostos e ligados entre si pelos ligamentos anulares. • Brônquios principais • Direito - Mais verticalizado que o esquerdo, sendo por isso o pulmão direito mais acometido por aspiração de corpos estranhos. Árvore brônquica e Vias aéreas intrapulmonares Pulmões Órgãos principais da respiração • Hematose • Fissuras • Direito Oblíqua horizontal • Esquerdo Oblíqua • Pleuras • Visceral • Parietal Hilo ou raiz pulmonar Diafragma Pulmão cria uma pressãonegativa na inspiração Na expiração o diafragma sobe e cria pressão positiva que expulsa o ar. Perfurações: Hiato esofágico, forame da V. cava, hiato aórtico. O NORMAL: OS PULMÕES • Função • Troca de gases • Desenvolvimento embrionário • Broto direito → três ramos • Broto esquerdo → dois brotos • Quem é maior? direito • Quem vai ter maior chance de aspiração de material estranho? Por que? direito, mais vertical. • Suprimento arterial Circulação Pulmonar • Ao nível do ângulo esternal, o tronco pulmonar divide-se nas artérias pulmonares direita e esquerda, que transportam o sangue desoxigenado do ventrículo direito do coração para os pulmões direito e esquerdo, respectivamente. • Cada artéria pulmonar faz parte do hilo de seu respectivo pulmão e se divide em artérias lobares secundárias. • As artérias lobares então se dividem em artérias segmentares terciárias. • As artérias seguem o padrão de ramificação dos brônquios, na maioria das vezes cursando anteriormente a eles. Circulação Sistêmica (Bronquial) • As artérias brônquicas se originam da aorta torácica, e carregam sangue oxigenado para os tecidos pulmonares e pleura visceral, cursando ao longo da superfície posterior dos brônquios. • A aorta torácica dá origem às artérias brônquicas esquerdas, enquanto a única artéria brônquica direita emerge de uma das artérias intercostais posteriores superiores ou da artéria brônquica superior esquerda. • Esses ramos se anastomosam com ramos das artérias pulmonares, formando uma rede arterial ao longo do tecido pulmonar. ÁRVORE BRÔNQUICA • Sistema tubular respiratório rico em ramificações que iniciam na traqueia terminam no lóbulo pulmonar • Traqueia → brônquios fontes (principais) → bronquíolos → bronquíolos terminais → bronquíolos respiratórios → ductos alveolares • Quais as principais características que diferenciam o brônquio dos bronquíolos? bronquíolo sem esqueleto cartilaginoso e menor espessura. Brônquio: Em sentido longitudinal: Luz de um bronquíolo: balt - tecido linfoide associado aos brônquios. linfoma malt: O tecido linfóide associado à mucosa Bronquíolo sem cartilagem: 1 camada de pneumócitos tipo I, alguns do tipo 2, tecido conjuntivo, nos septos os vasos sanguíneos. Corte em aumento maior: Cada buraquinho é um alvéolo O SEPTO ALVEOLAR Onde ocorre a hematose • Constituem a última porção da árvore brônquica • A parede se constitui por: 1. Endotélio capilar 2. Membrana basal e tecido intersticial 3. Epitélio alveolar • Pneumócito tipo I – 95% • Pneumócito tipo II – fonte de surfactante, conservação epitelial alveolar (5%) 4. Macrófagos alveolares Comunicações Intra-Acinares • Poros de Kohn - Pequenas aberturas existentes nos septos interalveolares dos pulmões e que permitem que os alvéolos comuniquem entre si. • Alvéolo → Alvéolo • Pequenos buracos na parede entre dois alvéolos contíguos • Canais de Lambert - bronquíolos alveolares • Ductos alveolares → Ductos alveolares • Ductos alveolares → Alvéolos • Canais de Martin - Diminuto orifício que faz a ligação entre os bronquíolos respiratórios. • Bronquíolos → Bronquíolos • Os Poros de Kohn e Canais de Lambert permitem ventilação colateral entre posições adjacentes de tecido pulmonar, exceto aonde estão separados por um septo. Síndrome de aspiração meconial Feto deglute líquido amniótico com substâncias em suspensão como células descamadas, além de proteínas, urina. Em seu intestino vai formar uma massa (não chama fezes) chamado mecônio de cor esverdeada, primeiro coco da criança. (digestão do líquido amniótico) A alimentação se inicia com leite materno, depois do mecônio. Em situações de sofrimento fetal, o bebe libera o mecônio antes do nascimento. Em situações de estresse, bebe entra em hipóxia, então mecônio pode sair no útero ou no trabalho de parto. - sofrimento por baixa disponibilidade de oxigênio - último recurso vai ativar o pulmão antes da hora, aspirando o mecônio (fezes), manifestando dificuldades respiratórias A eliminação de mecônio pelo feto no útero ou no canal do parto pode resultar em aspiração meconial Manifesta-se por: • Sintomas respiratórios - depende da quantidade, do local alojado formando rolhas • Atelectasia (radiografia) - totalidade ou parte de um pulmão fica sem ar e entra em colapso. • Áreas de hiperdistensão pulmonar - se a rolha forma válvulas, insuflando a região Histologia: (não se faz biópsia de pulmão, casos de necropsia) Alvéolo pulmonar com pigmentos rosados, com células descamadas no centro, corpúsculo de mecônio - esverdeado. • Tampões de mecônio (escamas e corpúsculos meconiais) obstruindo as vias respiratórias • Áreas de atelectasia • Colapso pulmonar, refere-se à expansão incompleta dos pulmões ou ao colapso de um pulmão previamente inflado. • Obstrução brônquica → atelectasia por reabsorção • Áreas de hiperdistensão • Aumento do tamanho dos alvéolos, que podem acabar se rompendo. • Podem culminar em enfisema intersticial (extravasamento de ar para o interstício pulmonar) • O quadro pode ser acompanhado de membranas hialinas e persistência do padrão fetal de circulação pulmonar. Doença das membranas hialinas Pediatra faz limpeza das vias respiratórias ao nascimento Vérnix caseoso não é bom ser retirado Primeiro choro - doi, sujeito ao meio externo. Ao nascimento, os pulmões transformam-se de órgãos previamente redundantes em estruturas respiratórias plenamente funcionantes. Pouca produção de substância surfactante. Pouca reserva de energia, uma vez que recebia tudo da mãe (placenta) Bebês recém-nascidos prematuros necessitam de oxigênio extra para ajudar na respiração e nas trocas gasosas que ocorrem nos pulmões. Nestas crianças, a imaturidade do pulmão ao nascimento leva a falta de surfactante e, consequentemente, a má expansão pulmonar. Pode ser chamado de doença das membranas hialinas ou síndrome da angústia respiratória do recém-nascido. • Doença das membranas hialinas (superfície dos alvéolos revestido por uma membrana hialina) • Expressão anatomopatológica dessa doença • Síndrome da Angústia respiratória do recém-nascido • Expressão empregada na clínica • Mais comum em recém-nascidos prematuros • Pulmões estrutural e bioquimicamente imaturos • Deficiência de surfactante • Agressão epitelial/endotelial • Síndrome da angústia respiratória aguda A maior parte dos alvéolos estão colapsados, revestidos por membrana homogênea hialina. Versos pulmão normal: Síndrome da angústia respiratória em recém-nascido (Síndrome da angústia respiratória aguda) • Síndrome da angústia respiratória é causada por deficiência do surfactante pulmonar nos pulmões do neonato • mais comumente do nascido com menos de 37 semanas de gestação. - pré-termo ou prematuro • O risco aumenta com o grau de prematuridade. • Os sinais e sintomas aparecem logo após o nascimento e incluem respiração ruidosa, uso de músculos acessórios e batimento de asas de nariz. - esforço respiratório é tão grande que as asas do nariz parecem estar batendo pela movimentação das narinas • O diagnóstico é clínico; o risco pré-natal pode ser avaliado com testes de maturidade pulmonar fetal. - importância do pré-natal • O tratamento é feito com surfactantes e cuidados de apoio. Surfactante: • Mistura de Lecitina e proteínas • Sintetizado pelos pneumócitos tipo II • Produção atinge níveis fisiológicos a partir da 35a semana gestacional • Corticóides estimulam a produção de surfactante • Insulina tem ação inversa • Pelo “estresse” que induz, o parto normal estimula a síntese do surfactante Deficiência de surfactante: • Prematuridade (principal causa) • Diabetes materno (hiperinsulinismo no feto) - diabetes gestacional (crianças GIG - insulina como fator de crescimento)• Cesariana • Retardo do crescimento intrauterino • Gestações múltiplas - útero do ser humano foi feito para uma gestação de cada vez, o que vem mudando com inseminação artificial Dar corticoides para a mãe Surfactante Presença • Reduz a tensão superficial dos alvéolos, permitindo a abertura eficaz deles após os primeiros movimentos respiratórios. Ausência • Ocorre colapso alveolar após cada inspiração, com repercussões na perfusão e na ventilação. • Exige maior esforço mecânico para manter a respiração, o que é particularmente difícil para um prematuro. • Hipóxia Surgem lesão em células epiteliais e endoteliais e passagem de macromoléculas para os alvéolos. Essas macromoléculas, com mistura de restos celulares com fibrina formam as membranas hialinas Exame clínico: • A criança apresenta aumento da frequência respiratória (taquipneia), esforço respiratório moderado a grave, retração subcostal, batimento da asa do nariz, palidez cutânea, gemência e cianose. • A evolução é progressiva, com piora ocorrendo em geral nas primeiras 24 horas após o nascimento. - se não tratar, ÓBITO Exame macroscópico: • Pulmões são vinhosos e têm consistência sólida. (aspecto hepatizado, que lembra o fígado) Exame radiológico: • hipotransparência homogênea • conhecido como aspecto de vidro moído (vidro fosco, lixado, hipotransparente, não podendo ver do outro lado) Quanto mais denso, mais branco - pulmão inflado menos denso • Microatelectasias • Edema intersticial; • Broncogramas aéreos principalmente em lobos superiores; • Inicialmente a radiografia é normal, apresentando-se alterada por volta de 12 horas de vida. - com o aumento da lesão, aumenta as membranas hialinas Exame microscópico: • Colapso dos espaços aéreos distais e necrose do epitélio dos bronquíolos terminais e dos ductos alveolares, que ficam delineados por densas membranas eosinofílicas, as chamadas membranas hialinas. Tratamento: Surfactante Técnicas adequadas de ventilação assistida Na grande maioria dos pacientes que sobrevivem, os pulmões recuperam sua estrutura e função normais - raros casos com sequelas Prevenção: A administração antenatal de corticoides à mãe induz a síntese de surfactante no feto. - não adianta se não houver pré-natal, pois quanto mais tempo de uso, melhor a resposta adequada pelos pneumócitos II https://www.youtube.com/watch?v=1PNMiVtlXLo - administração de surfactante Pneumonias DEFINIÇÃO Processo inflamatório agudo dos pulmões, englobando as vias aéreas distais, os alvéolos e o parênquima pulmonar, causado por uma infecção Agente patogénico deverá atingir as vias respiratórias inferiores em número e virulência suficiente capaz de superar as defesas do organismo VIAS DE INFECÇÃO • Microaspiração • microaspiração de secreções da orofaringe - não produz doença na orofaringe, mas no pulmão sim • Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenza • Aspiração • comum em doentes com disfunção da deglutição https://www.youtube.com/watch?v=1PNMiVtlXLo • anaérobios e bacilos gram (-) • Disseminação hematogénea • bacteremia por endocardite, infecção por catéter IV, etc • anaeróbios e bacilos gram (-) • Aerossolização • Mycobacterium tuberculosis, Legionella spp, virus respiratórios e fungos A invasão bacteriana do parênquima pulmonar leva a uma solidificação exsudativa (consolidação) do tecido pulmonar. FATORES DE RISCO PARA PNEUMONIAS Idade • atinge principalmente crianças e idosos ( <5anos e >65 anos) Estilo de vida • tabagismo, etilismo, má nutrição Fatores ambientais e ocupacionais • exposição a poluentes e substâncias irritantes para as vias respiratórias Doenças crônicas ou debilitantes • DPOC, neoplasia, diabetes mellitus, IC, intubação nasogastrica e endotraqueal, etc Imunossupressão • SIDA (AIDS), transplantados, etc Estado imunitário: Pneumonia do imunocomprometido Etiologia: Bacteriana Viral Fúngica Parasitária Morfologia: Pneumonia lobar Broncopneumonia Pneumonia intersticial Pneumonia miliar Pneumonia Adquirida na comunidade Streptococcus pneumoniae (20-50% PAC) Haemophilus influenzae Mycoplasma pneumoniae Chlamidia, C. psittaci, C. trachomatis Moraxella catarrhalis Legionella pneumophila Staphylococcus aureus Pseudomonas aeruginosa Coxiella burnetti Mycobacterium tuberculosis Vírus (VSR, Metapneumovirus, Rhinovirus, Influenza A e B, Parainfluenza, Adenovirus 3, 4 e 7 e Enterovirus) Etiologia - Agentes etiológicos não são identificados em 40 a 60% dos doentes DIAGNÓSTICO CLÍNICO A PAC tem um diagnóstico clínico de elevada probabilidade na presença de: ❑ Tosse (obrigatoriamente) ❑ Dor à inspiração, taquipneia ou dispneia (pelo menos 1) ❑ Febre, sudorese, arrepios ou mialgias, leucocitose, expectoração purulenta (pelo menos 1) ❑ Alterações focais identificadas no exame objetivo do tórax ❑ Idosos com PAC podem não apresentar febre e ter sinais e sintomas inespecíficos como confusão, dores abdominais, incontinência urinária e descompensação de patologia associada Infiltrado no RX Tórax CLASSIFICAÇÃO - MORFOLOGIA Pneumonia lobar • Processo inflamatório uniforme nos lobos pulmonares, dando ao parênquima aspecto homogêneo (hepatização). • Não há destruição da parede alveolar. • Ex: pneumococo (Streptococcus pneumoniae) • Pneumonia lobular (broncopneumonia) • Focos inflamatórios múltiplos que acometem os lóbulos. • Disseminação aérea. • Destruição das paredes alveolares. • Tipicamente criança, idosos e debilitados. • Pneumonia intersticial • Reação inflamatória intersticial. • Zonal, difuso ou bilateral. • Ex: vírus, legionella (ar condicionado) e mycoplasma. Pulmão apresenta pus se você apertar: Complicações da evolução da pneumonia ➢Derrame pleural - É consequência do processo inflamatório pleural; forma exsudato que gera o derrame, com a cura tem reabsorção - A sua resolução é, normalmente, espontânea; - É relativamente comum (≈40% dos doentes internados). ➢Empiema -Corresponde à presença de líquido purulento na cavidade pleural; ➢Necrose e abscesso pulmonar -Zona onde há destruição do parênquima pulmonar; -Pouco frequente (excepto nos casos de origem estafilocócica). Complicações secundárias à bacteremia • Choque séptico • Falência circulatória aguda de causa infecciosa. Caracterizada por hipotensão arterial grave e refratária a volume, provocada por septicemia e comprometimento do sistema circulatório através da dilatação venocapilar, seguindo com várias outras disfunções orgânicas como insuficiência renal, hepática e respiratória etc. • Coagulação intravascular disseminada (CIVD) • Síndrome adquirida caracterizada pela ativação descontrolada da coagulação no espaço intravascular levando à formação e deposição de fibrina na microvasculatura. • Na maior parte dos casos de CIVD, há inibição da fibrinólise, o que contribui para a deposição de fibrina em diferentes órgãos. • A deposição de fibrina pode levar à oclusão vascular e consequente comprometimento do fluxo sanguíneo para diversos órgãos, o que em conjunto com alterações metabólicas e hemodinâmicas pode contribuir para a falência de múltiplos órgãos. • O consumo e consequente depleção dos fatores de coagulação e plaquetas, resultantes da contínua ativação da coagulação, pode levar a sangramentos em diversos sítios. • Lesão de outros órgãos • Infecção direta de outros órgãos por via hematogênica Tuberculose INTRODUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA • Uma das doenças mais antigas de que se tem conhecimento. • Agente etiológico • Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch – BK • É um BAAR – Bacilo Álcool-Ácido-Resistente • Ainda é fonte de grande morbidade e mortalidade. • Descrita morfologicamente por Laennec em 1800, quando foiassociada à pobreza. • Brasil considerado como centro endêmico. • Advento do esquema tríplice de tratamento e vacina tornou a doença praticamente erradica nos países industrializados. (atualmente quádruplo). • AIDS “reinventou” a doença. • 1/3 da população mundial está infectada pelo MT • 9 milhões de novos casos no mundo por ano • Países pobres → 25% da mortalidade • 22 países são responsáveis por 80% dos casos no mundo (Brasil, lógico, está nesta lista) FISIOPATOLOGIA • BAAR, de crescimento lento, localização com altos teores de oxigênio (Qual região do pulmão?: ápice) • Transmissão se dá por aerossóis • Nos pulmões, estimulam resposta mediada por macrófagos, com formação de granulomas • Forma-se um complexo primário – Complexo de Gohn. • As lesões consistem em um foco de Ghon junto com linfadenopatia pulmonar em um linfonodo pulmonar próximo. • Um complexo de Ghon retém bactérias viáveis, tornando-as fontes de infecção de longo prazo, que podem reativar e desencadear a tuberculose secundária mais tarde na vida. • Podem evoluir para cura espontânea ou ficarem latentes. • Condições de imunossupressão podem acabar com o equilíbrio da resposta dos linfócitos T CD4, permitindo multiplicação do bacilo APRESENTAÇÃO CLÍNICA Tuberculose Primária • Ocorre em indivíduos que não tiveram contato prévio com o M. tuberculosis. • Mais comum em crianças • Pode acometer adultos ou idosos que se mudaram do ambiente rural, pouco contaminado, para cidades, onde o risco de contágio é maior. • Primeiro contato do bacilo com o indivíduo (primo-infecção) determina diversas reações: • Exsudativa (nódulo exsudativo) - inespecífico • Nas três primeiras semanas de infecção, a resposta inflamatória pulmonar é inespecífica e feita por neutrófilos e macrófagos. • BK bloqueia - fusão (fagossomos → lisossomos). • Produtiva (granuloma duro) • Macrófagos contendo bacilos liberam IL-12, que estimula linfócitos T(Th1) a liberar citocinas, sobretudo IFN-γ, este torna os macrófagos ativados e capazes de matar os microorganismos. • Macrófagos ativados liberam outras citocinas e quimiocinas que comandam a reação de hipersensibilidade e a formação de granulomas. • Produtivo-caseosa (granuloma com necrose caseosa) • Macrófagos, células epitelióides e linfócitos T causam a morte dos bacilos existentes no granuloma. • Dependendo do número de bacilos presentes e do grau de hipersensibilidade do hospedeiro, surge necrose caseosa no centro do granuloma. • Cicatrização (nódulo calcificado) • Com a morte dos bacilos e o controle da multiplicação bacteriana, o granuloma segue o curso natural de reparação de toda reação inflamatória, que é a sua colagenização induzida pelo fator de crescimento de fibroblastos secretado por macrófagos. • Processo de cicatrização, hialinização e calcificação. A reação inflamatória inicial e os granulomas, com ou sem necrose central, formam-se preferencialmente na região inferior do lobo superior ou na superior do lobo inferior. • Nódulo de Ghon • O conjunto desses granulomas recebe o nome de nódulo de Ghon. • A partir deste, os bacilos alcançam o sistema linfático e os linfonodos hilares, onde determinam o mesmo tipo de reação inflamatória, ou seja, linfadenite granulomatosa. • Complexo de Ghon • Ao conjunto de nódulo de Ghon e linfadenite dá-se o nome de complexo primário ou complexo de Ghon. O complexo primário pode ter dois destinos • Evolução para cura (maioria dos casos) • Destruição dos microrganismos e pelo processo reparativo de cicatrização e calcificação das lesões, tanto no parênquima pulmonar quanto nos linfonodos. • Neste caso, a infecção deixa apenas uma pequena cicatriz, indicativa de que algum dia o indivíduo entrou em contato com o bacilo, desenvolveu hipersensibilidade, conseguiu controlar o crescimento bacteriano e não desenvolveu a doença. • Em certas pessoas, alguns bacilos podem permanecer dormentes (viáveis) nesses locais por muito tempo, mas sem provocar lesões. • Se o indivíduo sofre queda de suas defesas, os microrganismos voltam a se multiplicar e originam doença (tuberculose secundária). • Evolução para doença tuberculose - sem passar pelo período latente • Quando não há cura da infecção, os bacilos persistem nos tecidos, multiplicam-se e podem disseminar-se para os próprios pulmões (vias respiratórias), ou para outros órgãos (via sanguínea). • Tuberculose progressiva da infância Tuberculose progressiva da infância Pneumonia caseosa • Resulta da disseminação dos bacilos para os alvéolos adjacentes através dos poros de Khon, resultando em expansão das lesões exsudativas e dos granulomas. • Pneumonia alveolar com lesões uniformes nos ácinos e lóbulos pulmonares. Tuberculose miliar • Com expansão das lesões destrutivas, os bacilos podem penetrar nos vasos sanguíneos, através dos quais são levados a outros pontos no próprio pulmão e a vários outros órgãos. • Grande número de pequenos nódulos inflamatórios nos locais atingidos (nódulos miliares). Pontos de coloração amarelada: APRESENTAÇÃO CLÍNICA Tuberculose Primária • Mais frequente em lobo superior direito • Quadro clínico de febre, tosse produtiva > 2 semanas. • Pode evoluir com pleurite por contiguidade • Pode disseminar (circulação sanguínea) → miliar Tuberculose secundária • Nódulo de Gohn volta a se multiplicar após um período de latência • Febre vespertina, tosse produtiva, queda do estado geral e perda de peso → > 2 semanas • Corresponde a maior parte dos casos de formas pulmonares (primária é a minoria) • Se não tratados, pode comprometer outras áreas do pulmão e/ou apresentar disseminação miliar secundária Tuberculose secundária Formas macroscópicas • Tuberculose apical • Extensas lesões fibrocaseosas nos ápices pulmonares • Tuberculose cavernosa • Quando se forma extensa necrose, o material necrótico se liquefaz e é drenado por um brônquio, dando origem a grandes cavitações conhecidas como cavernas tuberculosas. • Hemoptise (destruição de vasos sanguíneos) - tosse com sangue Caverna - predispõe infecções fúngicas, mesmo depois de tratada a tuberculose • Tuberculose ácino-nodosa • Disseminação pelas vias respiratórias. O transporte dos bacilos através dos brônquios por ação dos movimentos respiratórios leva ao aparecimento de lesões axiais peribrônquicas que acompanham a histoarquitetura pulmonar. • Tuberculose miliar • Tal com na tuberculose progressiva da infância, a penetração dos bacilos nos vasos pulmonares leva ao implante do agente em outras áreas do pulmão e em outros órgãos. APRESENTAÇÃO CLÍNICA • Formas extra-pulmonares – menos comuns • Neurotuberculose – papel da BCG - diminuiu drasticamente • Linfonodos, rins, ossos (Mal de Pott - infecção da coluna vertebral pelo Mycobacterium tuberculosis), genitais, baço... Centro com necrose caseosa (aspecto em massa de queijo) Muito difícil ver os bacilos nas lâminas Atelectasia Quando o pulmão não consegue se insuflar Conhecido como colapso pulmonar - não consegue se encher de ar É a expansão incompleta pulmonar ou o colabamento do pulmão previamente inflado Pode ser parcial ou completo dos pulmões Reduz a oxigenação e predispõe a infecções pulmonares - dependendo da sua extensão pode comprometer a função respiratória Costuma ser reversível (exceto em atelectasia por contração - aumento da fibrose e perda da elasticidade): Retirar a causa pode haver reexpansão pulmonar associado com exercícios respiratórios Principais tipos: Atelectasia por compressão Atelectasia por absorção Atelectasia por deficiência de surfactante Atelectasia por contração (irreversível) Por compressão: Compressão externa ao parênquima pulmonar previamente inflado - algo que ocupa espaço que deveria ser do pulmão Gera comprometimento da cavidadetorácica: Derrames pleurais (líquidos): acúmulo de fluidos na cavidade pleural (espaço entre a pleura visceral e pleura parietal), devido a um mau bombeamento do coração ou a uma inflamação. Os sintomas são: tosse, dor aguda no peito ou falta de ar. Hemotórax (sangue): Coleção de sangue que se acumula entre a parede torácica e os pulmões (entre as lâminas pleurais → cavidade pleural). Pode ter várias causas, sendo mais comum após ferimentos contusos ou cirurgias que incluem a abertura da parede torácica e grandes traumas no tórax (acidente de carro, ferimento por arma branca, etc). Empiema pleural (pus): (também conhecido como piotórax ou pleurite purulenta) corresponde ao acúmulo de pus na cavidade pleural. A maioria dos empiemas pleurais surgem a partir de uma infecção no pulmão (evolução de uma pneumonia). Pneumotórax (ar): é a presença de ar na cavidade pleural, resultando em colapso parcial ou total do pulmão. Considerado uma emergência médica. Os sintomas incluem dificuldade respiratória e dor torácica. Pode ocorrer de modo espontâneo ou em virtude de pneumopatia subjacente, trauma ou procedimentos médicos. Comprometimentos extra torácicos (cavidade abdominal): Elevação do diafragma por afecções abdominais variadas: Ascite, tumores/massas abdominais, etc Imagem de uma derrame pleural à direita: Pneumotórax à esquerda: Por Absorção/Obstrução: Obstrução brônquica completa: Tumores Neoplasias malignas e benignas Corpo estranho No Brasil, milho, feijão e amendoim são os grãos mais comumente aspirados na faixa etária pediátrica. O material mais relacionado a óbito imediato por asfixia é o sintético, como balões de borracha, estruturas esféricas, sólidas ou não, como bola de vidro e brinquedos. Descrita principalmente nas crianças do sexo masculino Reflete uma natureza mais impulsiva e aventureira nos meninos. Predomina na faixa etária pediátrica entre 1 e 3 anos de idade mais de 50% em crianças menores de 4 anos mais de 94% antes dos sete anos Secreções espessas Acúmulo de secreções espessas, formando uma “rolha” que obstrui os brônquios ou bronquíolos. Linfonodos hilares muito aumentados Neoplasias (linfomas) ou afecções (infecciosas/inflamatórias) O ar contido nos espaços aéreos correspondentes é reabsorvido e o parênquima sofre colapso. Por Contração: Lesões fibróticas pulmonares locais ou difusas que impedem a expansão do órgão Pneumonias intersticiais idiopáticas Fibrose pulmonar idiopática Pneumoconioses Asbestose, uma doença do sistema respiratório relacionada ao trabalho, que decorre da aspiração de poeira com asbesto e caracteriza-se por fibrose pulmonar crônica e irreversível. Espaços ocupados por fibrose e sem aspecto esponjoso dos alvéolos Antracose: lesões no pulmão causadas pela inalação constante de pequenas partículas de carvão ou de poeira Mesotelioma: neoplasia associada a inalação de fibras de asbesto Por Deficiência de Surfactante: Pode acontecer em recém-nascidos (síndrome da membrana hialina) ou adultos (síndrome do desconforto respiratório do adulto) Edema Pulmonar Acúmulo patológico de líquido no espaço extravascular pulmonar (interstício e interior dos alvéolos). Pode resultar de: Distúrbios hemodinâmicos (cardiogênicos) Aumento da permeabilidade vascular (não cardiogênicos) Forças de Starling As forças de Starling são as responsáveis pelo movimento de fluido entre os compartimentos. o Entre as forças de Starling existe a pressão hidrostática e a pressão oncótica. Pressão hidrostática (PH) É uma força exercida pelos líquidos que tende a expulsar o líquido de seu compartimento. Pressão oncótica (PO) É uma força que atrai água para o compartimento. Ambas as pressão existem nos dois compartimentos: intravascular e intersticial. A resultante entre elas (Pressão Hidrostática e Pressão Oncótica) é que determina se o líquido irá entrar ou sair de cada compartimento. o Na primeira metade do capilar, a resultante dessas forças faz com que o líquido tende a extravasar para o interstício, processo chamado de ultrafiltração. o Na segunda metade do capilar, a resultante das pressões é tal que o líquido tende a voltar para o interior do vaso – reabsorção. O principal objetivo do deslocamento de fluido pela parede capilar é o de levar nutrientes aos tecidos e dele retirar produtos do metabolismo da célula. EDEMA PULMONAR CARDIOGÊNICO É o mecanismo mais comum para o desenvolvimento do edema pulmonar Decorrente do aumento da pressão hidrostática capilar surge em qualquer situação em que, aguda ou cronicamente, há aumento da pressão nos capilares pulmonares. O mecanismo principal é o desequilíbrio entre o débito cardíaco das câmaras direitas e a capacidade de propulsão da massa sanguínea pelas câmaras esquerdas. CONDIÇÕES RELACIONADAS: IAM Insuficiência cardíaca descompensada (falência do VE) Estenose mitral Insuficiência mitral Estenose aórtica Hipertrofia ventricular esquerda (insuficiência diastólica) Arritmias com instabilidade hemodinâmica A formação do edema pulmonar depende de dois fatores principais: Quantidade de fluido extravasado Capacidade de adaptação do sistema de drenagem linfática Como a maioria dos mecanismos de homeostase do organismo é passível de adaptação, a duração do aumento da pressão intravascular altera significativamente a probabilidade de ocorrência de edema. O mesmo nível de pressão nos capilares pulmonares pode resultar: Edema alveolar grave o Quando atua em curto intervalo de tempo (agudo) Discreto quadro com repercussões clínicas pouco significativas o Quando esse aumento ocorre em uma escala de tempo maior, como na estenose mitral. MORFOLOGIA: Edema pulmonar é mais acentuado nos lobos inferiores Pulmões encharcados com aumento do peso Nos casos mais graves, na traqueia e nos brônquios encontra-se líquido espumoso. Histologicamente Os capilares estão dilatados e os espaços alveolares estão preenchidos por um líquido eosinofílico Pode haver áreas de micro hemorragias recentes e antigas QUADRO CLÍNICO Tosse seca ou com expectoração rósea Taquidispneia de gravidade variável Ortopneia o Dificuldade respiratória (dispneia) que ocorre quando a pessoa está deitada Pode apresentar tiragem intercostal o Retração respiratória dos espaços intercostais, supra-esternal e supraclavicular Sinais de hipoxemia grave: o Fadiga da musculatura respiratória, sonolência, queda rápida da frequência respiratória, agitação psicomotora, desorientação... EXAMES COMPLEMENTARES Radiografia de tórax: Condensação alveolar (hipotransparência de aspecto algodonoso) Se houver aumento da pressão no átrio direito, podem surgir as linhas B de Kerley Linhas B de Kerley São linhas horizontais na periferia do pulmão que se estendem até a superfície pleural. Elas denotam septos interlobulares espessados e edematosos, muitas vezes decorrentes de edema pulmonar. EDEMA PULMONAR NÃO-CARDIOGÊNICO Decorre da lesão aos capilares pulmonares, que aumentam a sua permeabilidade sem que haja necessidade de aumento da pressão hidrostática O endotélio vascular que é o alvo da agressão O edema pode ficar restrito somente ao interstício alveolar, mas, em casos mais graves, também pode ocupar o espaço alveolar Pode ser localizado (como em uma pneumonia lobar) ou generalizado (como no dano alveolar difuso) A clínica vai variar de acordo com a causa base. EDEMA PULMONAR NEUROGÊNICO Surge quando há aumento rápido da pressão intracraniana por lesão encefálica As características são as mesmas do edema por aumento da permeabilidade vascular Extravasamento de fluido com alto teor proteico. Acredita-se que o edema decorra de grande descarga adrenérgica que ocorre em situações de aumentorápido da pressão intracraniana Causando aumento abrupto da pressão hidrostática nos capilares pulmonares e provável ruptura da barreira alveolocapilar por estresse mecânico EMBOLIA E INFARTO PULMONAR Embolia Pulmonar Êmbolos Partículas sólidas, líquidas ou gasosas trafegando no território arterial (pulmonar) impactam-se em algum segmento do leito vascular pulmonar, caracterizando o quadro de embolia pulmonar. Embolia pulmonar pode ser de origem trombótica (tromboembolia), gordurosa (fratura de grandes ossos) ou gasosa. A repercussão pode ser variável, de acordo com a intensidade e grau de obstrução É praticamente impossível obter números reais sobre a verdadeira incidência de tromboembolia pulmonar (TEP) na população O diagnóstico clínico nem sempre é preciso, o número de casos assintomáticos é grande e as taxas de autópsia são baixas Incidência aproximada de TEP sintomática é de 100 a 180 casos/100.000 pessoas Tromboembolia Pulmonar (TEP) Nos pulmões, obstrução arterial é quase sempre de origem embólica Trombose pulmonar in situ é rara e ocorre principalmente em pacientes com hipertensão pulmonar Fisiopatologia → de onde esses êmbolos vieram: maioria de trombose venosa profunda em membros inferiores, em pacientes acamados e que realizaram grandes cirurgias (sair da cama o mais rápido possível) Principais aspectos fisiopatológicos Fonte mais comum de êmbolos: Cerca de 80% →Trombose Venosa Profunda de Membros Inferiores 1. Menos frequentemente a origem é do coração direito (endocardite infecciosa, arritmias cardíacas, doença de Chagas) ou em cateteres venosos centrais. 2. Pode cursar com aumento da pressão pulmonar, sobrecarga ventricular direita e infarto pulmonar (vermelho: sempre hemorrágico - necrose da parede dos vasos) - dependendo do tamanho do êmbolo - aumento da resistência do fluxo sanguíneo no pulmão 3. Pode cursar com cor pulmonale agudo Cor Pulmonale é uma forma de insuficiência cardíaca, onde há diminuição da capacidade de funcionamento das câmaras direitas do coração, por doença pulmonar. Trombos venosos formam-se quase sempre no contexto de fatores predisponentes, na maioria dos casos sendo identificados componentes da tríade de Virchow: Hipercoagulabilidade o O estado de hipercoagulabilidade pode ser definido como qualquer alteração na via de coagulação sanguínea, como deficiência de moléculas anticoagulantes e até excessos de componentes responsáveis pela coagulação sanguínea, podendo ser por causas genéticas ou adquiridas. Fluxo sanguíneo anormal (Turbulência ou Estase) o Alterações do fluxo sanguíneo, seja por uma turbulência ou por estase sanguínea, o fluxo laminar é interrompido, os fatores responsáveis pela coagulação e anticoagulação perdem sua homeostase e há uma maior ativação dos componentes celulares do endotélio, pela lesão desse tecido, predispondo à ocorrência de trombos. Lesão endotelial o A lesão pode ocorrer dentro das câmaras cardíacas, no leito arterial ou venoso, promovendo a exposição da matriz extracelular subendotelial, permitindo a adesão e ativação plaquetárias, favorecendo a formação trombótica pela liberação de seus grânulos e alterações em sua forma. o Ocorre também a exposição do fator tecidual pelo endotélio, que perdeu sua integridade, promovendo dessa forma, a ativação da via extrínseca da cascata de coagulação. Grupo de risco: Imobilização prolongada, cirurgia recente, trauma, neoplasias malignas, síndrome do anticorpo antifosfolipídio, trombofilias, pacientes acamados… Êmbolo na artéria pulmonar: Corte histológico mostrando trombo em organização: agregado de hemoglobinas (roxo), rosa agregados de fibrina Embolia pulmonar Embolia pulmonar pode dever-se também a: Bolhas de gás no sangue Por manipulação inadequada de equipamentos venosos Variações abruptas de pressão atmosférica (mergulhadores ou barotrauma) Corpos estranhos Principalmente em usuários de drogas injetáveis Partículas de gordura Indivíduos com traumatismos em locais com abundante tecido adiposo ou medula óssea gordurosa Líquido amniótico Geralmente após trabalho de parto prolongado Células neoplásicas Em pacientes com tumores malignos disseminados Infarto pulmonar Episódio embólico em um ramo da artéria pulmonar pode resultar em isquemia no território pulmonar irrigado. O fato de o pulmão ter dupla circulação (brônquica e arterial) confere proteção ao órgão. A oclusão de um pequeno ramo da artéria pulmonar não tem, em geral, maiores consequências para o parênquima pulmonar. Nos casos em que a circulação brônquica está acometida, contudo, como em pacientes com débito cardíaco reduzido, com congestão pulmonar por dificuldade de retorno venoso ou doenças cardiopulmonares prévias, o risco de infarto pulmonar é maior. Na prática, apenas uma pequena porcentagem de embolias (em torno de 10%) resulta em infarto pulmonar. Infartos pulmonares são quase sempre hemorrágicos, devido à dupla circulação do órgão. Aspectos morfológicos: Localizam se principalmente nos lobos inferiores Mais de 50% dos casos são múltiplos Tem forma de cone ou cunha com base na pleura e o ápice voltado para o vaso obstruído Têm coloração avermelhada e são bem delimitados Microscopicamente: Necrose do parênquima pulmonar o Estruturas-fantasmas de alvéolos, vasos e brônquios, misturados com sangue. Na periferia do infarto, há intensa hemorragia alveolar e congestão capilar Evolução: Infarto → abcesso o Quando causado por êmbolo séptico (endocardite infecciosa da valva tricúspide) o Quando há infecção secundária na área necrosada Resolução – tempo o Processo de reparação fibrosa Substituição por cicatriz conjuntiva acinzentada Em geral pequena e passa, na maioria dos casos, despercebida ao exame macroscópico convencional. DANO ALVEOLAR DIFUSO • A incorporação dos serviços de resgate aéreo • Nas frentes de batalha • Nos traumatismos automobilísticos nas estradas e nas grandes cidades • A popularização de técnicas assistenciais invasivas • Circulação extracorpórea • Desenvolvimento de cateteres venosos e arteriais de manutenção prolongada • Permitiram que um número inédito de indivíduos sobrevivesse ao impacto inicial do trauma grave. • Vitória inicial eclipsada em parte: • Pelo aparecimento, em uma fração significativa dos casos aparentemente salvos pelas novas técnicas de assistência • Um quadro progressivo de insuficiência respiratória refratária ao tratamento habitual • Letalidade da ordem de 50% em séries recentes, apesar dos avanços nas terapias de suporte. • Essa situação é denominada pelos patologistas: • Dano Alveolar Difuso (DAD) • Enquanto os clínicos normalmente utilizam as denominações: • Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) ou Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA). INTRODUÇÃO • Dano alveolar difuso (Patologia) • Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) Ou • Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA). • Síndrome clínica caracterizada pelo dano difuso do capilar pulmonar • Insuficiência respiratória de rápida instalação • Cianose e hipoxemia grave • podendo não responder à oxigenioterapia • Risco de progressão para falência multissistêmica de órgãos Edema pulmonar por aumento da permeabilidade alvéolo capilar/ Dano Alveolar Difuso/SARA • Estudos das características hemodinâmicas dos pulmões nesses pacientes revelaram que esse edema pulmonar potencialmente fatal instala-se: • Com pressão capilar pulmonar normal ou mesmo abaixo da normal • Indicando claramente que a causa do edema é o aumento da permeabilidade da barreira alveolocapilar. Causas de dano alveolar difuso • São numerosas, variadas e às vezes concomitantes (simultaneamente) • Inalação ou circulaçãode agentes • Infecciosos ou não • Capazes de lesar a barreira alveolocapilar • A partir da sua face epitelial ou da face endotelial. • Lesar diretamente o endotélio ou os pneumócitos do tipo I Indiretamente por estímulos inflamatórios ou por diminuição de atividade anti-inflamatória • Macrófagos alveolares são ativados pelos agente infecciosos ou não, produzindo IL-8 e TNF-alfa - quimiotácticos para neutrófilos • Neutrófilo - leucotrienos, oxidantes, proteases e fator ativador de plaquetas (lesão do epitélio e endotélio vascular) • Tudo isso aumenta a permeabilidade da BAC • Promove o extravasamento de plasma e hemácias e a deposição de fibrina na parede alveolar desnuda, formando as membranas hialinas (marcador histológico da lesão) Alvéolos revestidos por membrana hialina, restos celulares dentro dos espaços alveolares, dificultando trocas gasosas: Alvéolo normal: produção de surfactante, Macrofago alveolar (limpeza da parte interna), pneumócito do tipo II e I (revestindo superfície do alvéolo), capilar com endotélio fino revestindo superfície interna e entre elas a membrana onde ocorre troca gasosa. Macrofagos ativados: produzindo TNF-alfa, IL, ativando os neutrófilos Substâncias químicas que lesam pneumócitos tipo I, levando endotélio capilar, edema, fluidos que enchem espaço alveolar (membrana hialina) Septicemia: infecção generalizada RADIOGRAFIA DE TÓRAX • Inicialmente: • normal • Posteriormente: • Infiltrado alveolar difuso MORFOLOGIA • Fase aguda ou exsudativa • Fase inicial do DAD, se desenvolve nos primeiros 4 a 7 dias do processo. • Pulmões congestos, edema intersticial e intra-alveolar, membrana hialina • Membranas hialinas → Principal característica morfológica dessa fase. • Fase proliferativa (organização) • Inicia-se no final da primeira semana da doença • Organização e fibrose do exsudato intra-alveolar, com intensa proliferação de fibroblastos e formação de tecido de granulação • Hiperplasia de pneumócitos tipo II para tentar reparar os septos • Fase fibrótica (resolução) • Inicia-se após 3 a 4 semanas do início do quadro • Corresponde a evolução da fase proliferativa, com amadurecimento e remodelamento do processo cicatricial, com áreas nodulares de fibrose e formação de bronquiectasia por tração. • Cursa com fibrose dos septos alveolares • Nem sempre existe correlação entre esses achados histológicos e a função pulmonar Doenças pulmonares obstrutivas • Agrupa uma gama de doenças que cursam com aumento à resistência do fluxo de ar • Cada doença possui suas particularidades • Clinicamente manifestam-se com dificuldade respiratória sobretudo na fase expiratória • Os três principais representantes das doenças obstrutivas são: • Bronquite crônica • Enfisema pulmonar • Asma • O enfisema e a bronquite crônica são agrupadas clinicamente e denominadas Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) • Alterações de bronquite e enfisema superpostos • Quem é o grande vilão? • Nem todo mundo que tem foi exposto a este vilão • Nem todo mundo exposto a esse vilão vai desenvolver DPOC Fatores de risco: • Tabagismo, inclusive fumo passivo • Poluição indoor (principalmente a partir da queima de combustíveis da biomassa, como em fornos siderúrgicos, fogão a lenha) e oudoor • Alérgenos variados • Agentes ocupacionais • Estados pós-infecciosos • Dieta e estados nutricionais (provável) Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) • Bronquite determina estreitamento e obstrução da luz de pequenas vias respiratórias • Enfisema é responsável por perda do recolhimento elástico pulmonar • A consequência funcional em ambas as doenças é limitação ao fluxo de ar. • Asma se caracteriza por obstrução brônquica reversível associada a inflamação e hiper-reatividade das vias respiratórias a diferentes estímulos. BRONQUITE CRÔNICA INTRODUÇÃO • Clinicamente definida como tosse persistente com produção excessiva de muco presente na maioria dos dias durante 3 meses, por pelo menos 2 anos consecutivos • Tosse e expectoração são mais intensas pela manhã • Fumo principal causa • Pode também ocorrer em não tabagistas que vivem em ambientes com grande poluição ambiental PATOGÊNESE • Irritação crônica por substâncias inaladas (tabaco, produtos de combustão, poluentes ambientais...), cursando com inflamação das vias aéreas e do parênquima pulmonar • As exacerbações são causadas por infecções agudas bacterianas ou virais • Há uma hipertrofia das glândulas submucosas e hiperplasia de células caliciformes em resposta às agressões e acúmulo de secreção • Obstrução em consequência de: 1. Aumento da produção de muco 2. Formação de grumos de macrófagos 3. Inflamação peribrônquica 4. Espessamento fibroso (tardio) peribrônquico MORFOLOGIA • Inflamação (crônica ou crônica agudizada) em torno dos brônquios, que estão preenchidos por muco. • Hiperplasia/hipertrofia glandular ENFISEMA INTRODUÇÃO • Aumento anormal e permanente dos espaços aéreos distais (alvéolos), acompanhada de destruição de suas paredes, sem fibrose evidente • Ácino pulmonar • Porção de parênquima distal a um bronquíolo terminal • Constituído pelo bronquíolo respiratório, ductos e sacos alveolares e alvéolos • Lóbulo pulmonar • O conjunto de três a cinco bronquíolos terminais e seus respectivos ácinos constitui o lóbulo pulmonar INCIDÊNCIA • Importante causa de morbimortalidade • Em necrópsia, incidência de 50% • Clara associação entre tabagismo e enfisema PATOGÊNESE • Inflamação crônica e discreta das vias aéreas, do parênquima e da vasculatura • Macrófagos, linfócitos T e neutrófilos estão aumentado em várias partes do pulmão • As células inflamatórias ativadas, liberam mediadores capazes de danificar as estruturas pulmonares e atraírem neutrófilos • Neutrófilos possuem elastase • Há um desequilíbrio (não totalmente esclarecido) das proteases X antiproteases TIPOS DE ENFISEMA (classificação anatômica) 1. Centroacinar 2. Panacinar 3. Parasseptal 4. Irregular • Os dois primeiros cursam com obstrução significativa do fluxo de ar • O mais comum é o centroacinar (95%) • A definição é por exame de imagem ou macroscópica, e não microscópica CENTROACINAR (ou CENTROLOBULAR) • A porção próxima aos bronquíolos respiratórios é afetada, poupando as regiões mais distais • Consequentemente, em um mesmo lobo, há áreas alteradas e preservadas • Ocorre comumente em tabagistas crônicos e, por isso, se associa a pigmento negro • É mais evidente em lobos superiores PANACINAR • Ácinos uniformemente dilatados desde o bronquíolo respiratório até o alvéolo terminal • Ocorre mais comumente nos lobos inferiores • Está associado à deficiência de alfa-1- antitripsina ADENDO: DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA • A deficiência de alfa-1 antitripsina é um distúrbio genético que resulta de diferentes mutações no gene SERPINA1. • A alfa-1 antitripsina é produzida principalmente no fígado e atua como uma antiprotease. Tem como principal função inativar a elastase neutrofílica, impedindo a ocorrência de dano tecidual. • A redução dos níveis séricos de alfa-1 antitripsina determina doença hepática e pulmonar • No pulmão, se manifesta sob a forma de enfisema de aparecimento precoce, habitualmente com predomínio basal (panacinar). PARASSEPTAL (ACINAR DISTAL) • A porção proximal está normal, mas a distal está predominantemente envolvida • Mais notável próximo à pleura • Costuma ocorrer adjacente a áreas de fibrose, cicatrização ou atelectasia • Podem cursar com ruptura e pneumotórax espontâneo • Emergência média → pode levar a óbito em pouco tempo se não tratado IRREGULAR • Sem padrão específico de comprometimento• Geralmente associado a regiões de cicatrização • Quando focais, são assintomáticos e clinicamente insignificantes MORFOLOGIA • Aumento dos espaços aéreos, relembrando pequenas bolhas à macroscopia • A distribuição das lesões ocorre conforme sua classificação anatômica • O pulmão fica com tamanho maior • Microscopicamente há alvéolos anormalmente grandes, separados por finos septos. Pode existir inflamação focal (bronquite) CURSO CLÍNICO • Manifestações surgem quando há comprometimento de, ao menos, 1/3 do parênquima • Dispneia (primeiro sintoma) • Tosse (seca ou com expectoração) • Sibilação • Perda de peso • Aumento torácico: tórax em barril ASMA INTRODUÇÃO • Doença inflamatória crônica das vias respiratórias que cursa com hiper-reatividade brônquica em resposta a diferentes estímulos. • Clinicamente • Os pacientes apresentam episódios recorrentes de dispneia, chiado e tosse • Associados a obstrução brônquica • Manifestações essas reversíveis pelo menos em parte • Espontaneamente ou com tratamento • Prevalência de 7% da população geral • Causa 40.000 a 50.000 mortes por ano em todo mundo • No Brasil a mortalidade é de cerca de 1,5 por 100.000 pessoas • Acomete principalmente crianças e adolescentes • Pode iniciar-se também na idade adulta • Cerca de 5% dos Asmáticos apresenta doença de difícil controle e refratária ao tratamento com corticóides • Por vezes, pode haver um estado não intermitente de broncoconstricção resultando em morte • Cuidado com uso de Beta-Bloqueadores (exame de direção) • Os fatores desencadeantes mais comuns de crise asmática: • Alérgenos • Exercício físico • Infecções virais • Poluição do ar • Ácido acetilsalicílico • Estresse • Fatores ocupacionais. • A asma pode ser classificada: • Asma atópica (alérgica ou extrínseca) • Asma não atópica (não alérgica ou intrínseca) CLASSIFICAÇÃO ETIOPATOGÊNICA Atópica (alérgica ou extrínseca) • É a mais comum • Há evidência de sensibilização e resposta imunitária a certos antígenos • Pó doméstico, alimentos e pelos de animais, mais qualquer antígeno pode ser implicado na resposta das vias respiratórias • História familiar de asma, rinite alérgica e/ou eczema atópico Não atópica (não alérgica ou intrínseca) • Não se identifica um alérgeno predisponente • Em geral, história familiar negativa. • Pode ser induzida por medicamentos (AINEs, aspirinas) • Pode ser ocupacional (plástico, madeira, algodão...) PATOGÊNESE - ATÓPICA • Quando os mastócitos revestidos por IgE são expostos ao alérgeno, há degranulação mastocitária liberando substâncias que cursam com: • Broncoconstricção, vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e aumento da produção de muco (crise aguda de asma) • Além disso, recrutam: • Eosinófilos, linfócitos, neutrófilos, basófilos e macrófagos • Há duas formas de resposta ao alérgeno: • Reação imediata: • Surge minutos após o estímulo e desaparece em 30-60 minutos, espontaneamente ou com tratamento • Reação tardia: • Ocorre em 60% dos pacientes • Surge 6-8 horas após a exposição alergênica resultando em nova crise Reação de hipersensibilidade do tipo I • Implicada na patogênese da asma atópica, na qual os mastócitos parecem ter participação fundamental no desencadeamento da reação aguda. • Mastócitos são células residentes do epitélio brônquico e da submucosa encontrados em número maior em indivíduos asmáticos do que em não asmáticos • Quando os mastócitos ativados e revestidos por IgE são expostos ao antígeno sensibilizante, sofrem degranulação e liberam: • Mediadores pré-formados, como histamina • Mediadores lipídicos (prostaglandinas e leucotrienos) • Citocinas • Fator estimulador de colônia de granulócitos e macrófagos • Essas substâncias atuam diretamente nas vias respiratórias ou indiretamente através de mecanismos neurais • Crise aguda de Asma • Causam broncoconstrição • Aumento da permeabilidade vascular • Vasodilatação • Aumento na produção de muco • Recrutam e ativam novas células • Eosinófilos, linfócitos, neutrófilos, basófilos e macrófagos para o sítio inflamatório • Capazes de perpetuar a resposta inflamatória mediante liberação de novos mediadores pró inflamatórios. ASMA - MORFOLOGIA • Pulmões hiperdistendidos por hiperinsuflação • Oclusão de brônquios e bronquíolos por tampões mucosos • Muco contendo espirais de Curschmann (células epiteliais descamadas) Neoplasias pulmonares Tumor (presença de uma massa em algum lugar, um caroço, podendo ser um abcesso, corpo estranho e uma neoplasia) X Neoplasias (proliferação anormal de células formando uma massa) Benignas X Malignas Benignas: menos comuns no pulmão Primárias () X Metastáticas (o mesmo que secundário, maior chance de ser uma neoplasia metastática) Tumores benignos de pulmão são neoplasias raras, correspondendo a apenas 1% dos tumores pulmonares ressecados. Origem desconhecida o Hamartoma, Tumor de células claras, Teratoma. Origem epitelial o Pólipo Papiloma Origem mesotelial o Fibroma, Lipoma, Leiomioma, Condroma, Tumor de célula granular, Hemangioma esclerosante Origem Inflamatória o Histiocitoma, pseudo tumor inflamatório, Xantoma, Amiloidoma Carcinoma broncopulmonar Importante problema de saúde pública o Uma das causas mais comuns de morte por neoplasias malignas no mundo o Incidência tem aumentado nos últimos 60 anos Coincidindo com um aumento paralelo na produção de tabaco e no consumo de cigarros o Dados do Brasil: INCA: 24.486 mortes em 2013 (14.811 em homens e 9.675 em mulheres) 1o lugar em mortalidade por neoplasias malignas Classificação da Organização Mundial da Saúde - OMS: Grande heterogeneidade citológica e histológica Visando a simplificação didática da questão e segundo a OMS, o câncer do pulmão pode ser dividido em quatro tipos histológicos principais o Carcinoma epidermoide ou de células escamosas 30 a 40% dos tumores pulmonares, mais frequentes em homens (44% homens e 25% em mulheres) o Adenocarcinoma Incidem mais em mulheres (42% mulheres e 28% em homens) o Carcinoma de grandes células ou células grandes o Carcinoma de pequenas células ou células pequenas Classificação das neoplasias epiteliais pulmonares malignas (OMS 2015): Lesões pré-cancerosas: Alterações estruturais nas células que aumentam o risco de desenvolvimento da neoplasia Metaplasia escamosa (epitélio passa a ser estratificado, perda de cílios e muco) → displasia (hiperplasia e atipias) → carcinoma in situ (CIS) → carcinoma invasor Carcinoma broncopulmonar Etiopatogênese: Interação de fatores ambientais com alterações genômicas múltiplas Fatores: 1) Radiação ionizante (radicais livres) - tomografia pior que raio x, alteram dna nas células 2) Asbesto: partículas inaladas (silicato-amianto) → mesotelioma Associação sinérgica com o fumo 3) Fumo (tabagismo): PRINCIPAL - 87% dos cânceres de pulmão ocorrem entre fumantes Risco de um indivíduo fumante desenvolver câncer pulmonar depende de vários aspectos: - Carga tabágica - Tipo de cigarro - Forma de inalar - tragar ou só deixar a fumaça na boca A cada inalação, o indivíduo que fuma entra em contato com mais de 4.000 substâncias químicas, muitas delas carcinogênicas: - hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, nitrosaminas, aminas aromáticas e aldeídos - compostos orgânicos (benzeno, cloreto de vinil) - compostos inorgânicos (arsênio, cromo, radônio, chumbo e polônio) 4) Poluição atmosférica - Substâncias carcinogênicas (arsênico, cobre, cádmio e ácido sulfúrico) - Cerca de 1 a 2% dos casos 5) DPOC e câncer em pacientes não fumantes - Gênese: inflamação crônica 6) Anormalidadesem oncogenes e genes supressores de tumor - Oncogene RAS: benzopireno do tabaco (Transversões de guanina para timina) MYC: consiste em três genes humanos relacionados: c-myc (MYC), l-myc ( MYCL) e n-myc ( MYCN ) HER-2/NEU: (Human Epidermal growth factor Receptor 2) - Gene supressor TP53: benzopireno do tabaco (transversões do tipo G:C para T:A) Expressão anormal, por mutação ou deleção, favorece a proliferação celular descontrolada por falha em bloquear a divisão celular e reparar danos ao DNA. 7) História familiar - Risco 2,5 vezes maior - Polimorfismos gênicos Modificações em genes responsáveis pelo metabolismo de xenobióticos (ex: citocromo p-450) O gene CYP1A1, cujo produto ativa os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (benzo pireno), pode favorecer o aparecimento da neoplasia Indivíduos com certos alelos desse gene são mais suscetíveis de desenvolver câncer pulmonar Topografia: - Classificação 1) Tumor central: origina-se na parte mais distal da traqueia Diagnóstico: broncoscopia, exame citológico das secreções, exames de imagem 2) Tumor periférico (mais próximo da pleura): brônquios distais, bronquíolos e, até mesmo, alvéolos Diagnóstico: Broncoscopia e exame citológico nem sempre são eficazes. Rx é eficaz Tipos histológicos 1) Carcinoma de células escamosas - O mais frequente - O mais associado ao tabagismo - Mais comum em homens - Geralmente é de localização central - Melhor prognóstico: crescimento lento, metástases para linfonodos regionais, disseminação hematogênica é mais tardia Macroscopia: . Espessamento da mucosa . Posterior formação de massa neoplásica e crescimento para a luz e parênquima . Coloração brancacenta e endurecido . Tamanho variado Microscopia: - proliferação de células escamosas, com diferentes graus de diferenciação Grau de diferenciação: - Bem diferenciado - Estratificação ordenada, pontes intercelulares evidentes e ceratinização (pérolas córneas) - Moderadamente diferenciado - Características intermediárias - Pouco diferenciado/indiferenciado - Produção de ceratina e/ou a presença de pontes intercelulares são discerníveis com dificuldade ou as células são indiferenciadas. Imuno-histoquímica: p63: positivo TTF-1: negativo Tipos histológicos 2) Adenocarcinoma - Mais comum em mulheres e em não fumantes - Associação ao tabagismo é menos importante - Localiza-se preferencialmente na periferia - A maioria dos adenocarcinomas originam-se nas vias respiratórias periféricas, a partir das células de Clara (células epiteliais colunares não ciliadas) ou de pneumócitos do tipo II. Macroscopia: . Limites indefinidos, tamanhos variados . Pode sofrer necrose, hemorragia ou infecção secundária . Superfície de corte homogênea, sólida e de coloração marfim, às vezes com aspecto translúcido devido à produção de muco Microscopia: células neoplásicas formando estruturas glandulares, com grau variado de atipia * Origina-se geralmente de células colunares não- ciliadas e de pneumócitos tipo II - Imuno-histoquímica: TTF-1: positivo p63: negativo Contrário do carcinoma epidermoide (células escamosas) - Prognóstico pior que CCE - Frequentemente se associa a lesões destrutivas ou cicatrizes no parênquima pulmonar (fibrose, espaços aéreos não- funcionantes) ou hiperplasia dos pneumócitos (locais de focos adenomatosos). Tipos histológicos 3) Carcinoma bronquíolo-alveolar (lepídico) - Origina-se em bronquíolos terminais ou alvéolos - Desde jovens até idosos - Preferência por mulheres - 1/4 não são fumantes Apresenta-se em três formas a) Localizada b) Difusa C) Micronodular e multifocal a) Localizada: - Tumor em localização periférica - Crescimento lento - Melhor prognóstico b) Difusa: - Tende a comprometer grandes áreas - Simula pneumonia (condensação pulmonar) - Mais frequente - Há casos de acometimento bilateral C) Micronodular e multifocal - Pequenos nódulos esbranquiçados distribuídos difusamente nos lobos pulmonares - Não tem capacidade metastática - Prognóstico pior que os anteriores: - comprometimento progressivo e bilateral → insuficiência respiratória Microscopia: células colunares que proliferam ao longo das paredes alveolares preexistentes. Tipos histológicos 4) Carcinoma de grandes células - Menos comum (10% dos casos) - É indiferenciado - Células grandes (citoplasma abundante e grandes núcleos centrais) e atípicas - Geralmente periférico, subpleural - Comportamento altamente agressivo Blocos de células anaplásicas no interior dos espaços alveolares: Tipos histológicos 5) Carcinoma de células pequenas (“oat cells”) - Predomina na 6a ou 7a décadas - Mais comum em homens - Preferencialmente CENTRAL - Muito associado ao tabagismo - 20% dos tumores malignos pulmonares - Prognóstico: PIOR - Crescimento acelerado, alta capacidade de disseminação (ex: MO) - Pode resultar em manifestações paraneoplásicas ACTH, serotonina, hormônio antidiurético, calcitonina, estrógenos, hormônio de crescimento Microscopia: hipercelular, células pequenas e uniformes com citoplasma escasso Metástases - Preferencialmente para os linfonodos regionais (hilo pulmonar) - Após: Em outros locais do mediastino (pericárdio e pleura) Depois mais distantes (linfonodos cervicais e abdominais) - Metástases sanguíneas: fígado, SNC, supra-renal, ossos Estadiamento - Determinação da extensão e disseminação do tumor no organismo; - Estabelecer prognóstico e sobrevida - Sistema TNM N= metástases em linfonodos T= tumor M= disseminação hematogênica à distância American Joint Committee on Cancer → AJCC Prognóstico: estimado de acordo com o estadiamento e com a classificação histológica Para finalidade terapêutica e de prognóstico: • Atualmente: indispensável a diferenciação entre adenocarcinoma e carcinoma espinocelular • Adeno X CCE: IMUNOHISTOQUÍMICA • terapias específicas • Antigamente: • divididos em 2 grupos: • carcinoma de células não-pequenas (ressecção cirúrgica) • carcinoma de células pequenas (mais sensível à quimioterapia) Tumores metastáticos – no pulmão Tumores pulmonares secundários Principais tumores: - tubo digestivo - ossos - mama - sarcomas - próstata - melanomas Significado: - prognóstico extremamente ruim - Geralmente são lesões múltiplas (nódulos de tamanhos variados, lesões densas)
Compartilhar