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Cirurgia Orificial: Doença Hemorroidária, Fissura anal e Abcesso Anal Alan Paz ABCESSOS E FISTULA ANAL: São diferentes fases de uma patologia! Abcessos fase aguda Fístula fase crônica Principio da inflamação: Dor, calor, edema, início de um abcesso anal! Pode drenar espontaneamente ou gerar uma fístula. Fistula: Comunicação entre vísceras ocas ou víscera oca e exterior. À direita: Abcesso e sinais flogísticos. Drenagem espontânea ou forçada – O trajeto passa a ser uma fístula. À esquerda: Passar um fio pela fístula faz com que haja fibrose e cicatriz da fibrose. Impede uma abertura maior da fístula. Normalmente usa-se fio de seda ou linho, que dá bastante reação! ETIOLOGIA ABCESSOS ANAIS: 90% infecção criptoglandular (abertura das glândulas colonicas mucosas) 10% secundário a outras doenças: - Doença de Crohn - Tuberculose - Doenças sexualmente transmissíveis Fatores Predisponentes: - Diarréia - Traumatismos por fezes endurecidas SEMIOLOGIA: Sintomas: Dor, tumor, hiperemia e febre (pode haver febre) Inspeção: Eritema, tumefação, flutuação (sensação tátil de que há líquido/ amadureceu o abcesso, furúnculo) Toque: Não realizar em quadros dolorosos! Anuscopia e retoscopia: Sob anestesia, com muito cuidado! Locais dos abcessos! Perianal Isquio-retal → atravessando a musculatura e drenando na linha pectínea Submucoso: pode drenar pela mucosa Pélvico ou acima do m. elevador: normalmente difícil acesso, pode não haver dor ou abaulamento! Normalmente vai precisar de outro método de imagem (US trans retal ou abdominal, ressonância ou TC com contraste) Febre de origem obscura, dor em baixo ventre? Abcessos acima do m. elevador podem causar esse quadro! TRATAMENTO: Drenagem cirúrgica do abcesso (em outras fases do abcesso, pode-se indicar banho de assento com água morna, uso de AINES) Fistulotomia – tratamento da fístula! ATB: Somente em situações especial, onde há riscos de infecção sistêmica, à distância ou sinais de que possa haver grande infecção local: • Cardiopatia valvar ou próteses; • Diabéticos; • Imunossuprimidos • Sinais de infecção sistêmica • Celulite extensa Abscesso! FÍSTULA: Se orifício externo: Com ou sem saída de pus (grande maioria com saída de pus) Na palpação: sente-se o trajeto fibroso Ao toque: Sente-se o orifício inerno Para partes moles, melhor exame é a RM! TRTAMENTO INTERVENCIONISTA: Fistulotomia: incisão ou abertura da fístula Fistulectomia:ressecção da fístula, retirada Pode-se colocar o fio de seda (sedenho ou Seton) Aplicar retalhos de avanço Cola de fibrina (pouco utilizado) Plugue biológico TTO CLÁSSICO: Primeira figura: Cateterização entre o orifício interno e externo. Segunda figura: Secção da mucosa, tem-se o m. esfíncter anal esterno. Se for pequena a quantidade de músculo, pode-se seccionar. Se for muito musculo, não pode seccionar senão o paciente fica incontinente! Terceira Figura: Foi passado um fio de seda GROSSO, bem apertado! Vai isquemiar a região e vai formar fibrose, fazendo uma “ponte”. Área maior de necrose Foi necessário fazer uma ressecção Foi necessário colocar um Sedanho – estrangulando a musculatura. Cicatrização em segunda intenção Cisto Sacrococcigeo: Assintomático, pode sair tufo de pelo pelo orifício Pode haver sinais flogísticos Drenagens espontânea recorrente Pode haver recidivas e drenar cronicamente Pode ser feita por técnica aberta, sem se fechar por completo , por segunda intenção (quando complicações ou recidivas) Ou então por primeira intenção. RESULTADO: Fácil execução Espera-se que tenha pouca dor, mas pode haver dor e necessidade de bastante cuidados locais Hospitalização: Rápida alta, porém retorno à atividade laborais é complicado porque o paciente vai sentar né! Recividas comuns FISSURA ANAL: Principal queixa: Dor em ardência! Ele evita evacuar porque sente dor! Etiologia: Frequentemente causada por traumatismo secundário à passagem das fezes Aumento da pressão de repousto no canal anal Ocorre mais na linha média posterior, que é menos vascularizada Tratamento: secção parcial do esfíncter faz a diminuição da pressão circunferencial, resultando numa melhora da perfusão nessa área. CLÍNICA: Dor, durante e após a evacuação Sangramento leve ao evacuar, geralmente na superfície das fezes (NÃO UMA ENTERORRAGIA!) Filete de sangue nas fezes ou no papel higiênico Pode ocorrer medo de evacuar devido à dor Associa-se a constipação Maior associação: Adultos jovens e meia idade (pode ocorrer em crianças Aspecto de úlcera no canal anal Mais frequente na linha média posterior Nas mulheres, pode ocorrer na linha média anterior em até 25% dos casos! DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO: Fissuras laterais, aspecto mais granuloso, suspeitar de: Doença de Crohn Tuberculose Sífilis HIV Carcinoma anal Fissura anal aguda e crônica! Na primeira figura vê-se a fissura aguda na parede posterior! NA segunda figura tem um plicoma! É a cicatriz e fibrose pós cicatrização da fissura, também pode ocorrer em hemorroidas. EXAME FÍSICO: Facilmente visível pelo afastamento das nádegas Evita-se o toque e anuscopia devido à dor Diagnóstico diferencial> Abscessos; Fístulas DST Tuberculose Carcinoma anal Fissuras atípicas: Faz-se exames sob anestesia, no bloco, e biopsia! TRATAMENTO CLÍNICO: Banhos de assento: efeito antisséptico e anti inflamatório Dietas com fibras Pomadas anestésicas e anti-inflamatórias ajudam no controle da dor Relaxantes esfincterianos tópicos: Dinitrato de isossorbida; Bloqueador de canal de cálcio (Diltiazen ou nifedipina) Dilatação Anal: não é mais utilizado Esfincterectomia lateral interna – Secção parcial do esfíncter anal, tratamento de escolha! Usa-se retalhos de avanço para cobrir a secção Pode-se usar toxina botulínica HEMORRÓIDAS Exame proctológico: Pode ser feito em posição genupeitoral ou decúbito lateral esquerdo Paciente fica menos contrangido! Mesa proctológica, mais usada em procedimentos cirúrgicos. Anuscopia: Existe o anuscópio transparente e descartável. Pode-se observar à olho nu o canal anal e reto distal EXAME FÍSICO Inspeção estática e dinâmica: Avaliar cicatrizes, abaulamentos, tumores sub-cutaneos, hemorroidas, pús, sangue, fissura, Etc... Pede-se pro paciente contrair e relaxar o esfíncter, avaliar capacidade de contração e relaxamento Palpação: há pontos dolorosos? Avaliar reflexo de contração esfincteriana TOQUE RETAL: Resistência ao toque: Tonus muscular muito forte ao toque – relacionado à maior propensão de fissuras anais Sulco inter-esfincteriano: Nesse local pode-se identificar o local onde iniciam as fístulas Tônus aumentado nas fissuras Diminuido nas incontinências Contração do Esfincter Anal Externo e do puboretal Ampola e paredes retais: Pode-se palpar mamilos hemorroidários internos (externos são usualmente visíveis) Papilites (na linha pectínea, leve abaulamentos dolorosos) Tumores Condiloma Fecaloma Corpos estranhos OUTROS DADOS: Odor Dor Secreção na luva: Muco, sangue ou pus Anuscopia – Pode ser realizada nessa posição Retossigmoidoscopia – estão em desuso EPIDEMIOLOGIA: Pico de incidência: 45 a 65 anos Caucasianos Maior poder sócio econômico, dietas mais constipantes Porque existe esses coxins vasculares no reto? Fazem parte do mecanismo de contenção da perda expontanea de fezes Contribuem para vedação e continência anal São eles que podem sofrer coagulação/formação de trombos HEMORROIDAS: ANATOMOFISIOLOGIA Plexo hemorroidário interno e externo Distribuição: Lateral esquerdo Posterior direito Anterior direitoDiferença entre hemorroidas internas e externas Internas: acima da linha pectínea Podem prolapsarem! Externas: abaixo da linha pectínea SINTOMATOLOGIA Sangramento Prolapsos Dor em ardência ou queimação (menor que a das fissuras) Prurido! Escape de muco ou fezes Dificuldade para higienização!! Raramente causa anemia! Investigar outras causas (principalmente câncer) CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRÓIDAS Grau 1: sem prolapso Grau 2: Prolapso com redução espontânea Grau 3: Prolapso com redução digital (paciente tem que empurrar pra dentro) Grau 4: Prolapso irredutível (anus em couve flor) Obstrução e formação de trombos: Paciente vai ter uma dor importante, vai ter dificuldade pra sentar! Presença de trombos, necrose. Manejo: Pode-se levar para bloco e retirar os trombos Normalmente manejo anestésico e espera os trombos drenarem sozinhos, formará um plicoma! TRATAMENTO: Corrigir dieta (20/35grs de fibras por dia!) Fazer atividades físicas, hábitos saudáveis Pode suplementar fibras Evitar esforço evacuatório Banho de assento morno Tratamento tópicos e flebotônico TRATAMENTO INTERVENCIONISTA: Ligadura elástica (contraindicado para hemorroida externa) Injeção de esclerosantes Criocirurgia Fotocoagulação com infravermelho Escleroterapia Cirurgia Ligadura de hemorroida interna! Hemorróida já ligada Cirurgia de trombose hemorroidária Secção em torno da hemorroida Deixa-se aberto para cicatrização em segunda intenção.
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