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Petição inicial Direito Civil

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Prévia do material em texto

AO JUÍZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE MACEIÓ/AL 
 
 
 
RAPHAEL, brasileiro, casado, servidor público federal, portador da cédula de 
identidade sob o n°xxxxxx SSP/AL, inscrito no CPF sob o n°xxxxx, contato 
eletrônico: xxxxxxxxx@hotmail.com, telefones de contato: (82) xxxxxxx, 
residente e domiciliado à Rua Senador Rui Palmeira, nº xx, apto xx, bairro 
Ponta Verde, Maceió/AL, CEP xxxxxx, vem à presença de vossa excelência, 
por meio de seu advogado, infra assinado, ajuizar 
 
 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO 
DANOS MORAIS 
 
Em face de PAG S.A MEIOS DE PAGAMENTOS, pessoa jurídica de direito 
privado, inscrita no CNPJ sob o nº xxxxxxxx, com sede na rua x, na cidade de 
x, estado x e CEP xxxxxxx, pelos motivos e fatos que passa a expor. 
 
 
 
I- DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA 
Preliminarmente, requer a Parte Autora os benefícios da justiça gratuita por não 
ter condições de arcar com as custas processuais sem prejuízo de sua 
subsistência, sendo, portanto, hipossuficientes para os termos da Lei 1060/50; 
Art. 5º, LXXIV da CF/88 e art. 98 e seguintes do CPC. 
 
 
 
II- DOS FATOS 
 
Em meados de Agosto do corrente ano, percebeu através de sua internet 
banking, que havia um boleto emitido em seu nome tendo como beneficiário a 
empresa PAG S.A MEIOS DE PAGAMENTO, no valor de R$ 1.962,78 (mil 
novecentos e sessenta e dois reais e setenta e oito centavos) tratando-se de 
um cartão de crédito. 
Inicialmente Raphael acreditou que fosse um erro, uma vez que jamais havia 
contratado o referido cartão de crédito, motivo pelo qual ignorou o boleto. 
Posteriormente, no fim de setembro, recebeu um e-mail que informava que seu 
nome seria negativado caso não pagasse a dívida acima mencionada, ocasião 
em que percebeuque havia alguma coisa errada e prontamente lavrou um 
boletim de ocorrência. Neste mesmo momento, verificouque novamente havia 
sido lançado um novo boleto com o mesmo beneficiário no valor de R$ 
2.196,35(dois mil,cento e noventa e seis reais e trinta e cinco centavos), 
também de cartão de crédito, com vencimento no mês de Setembro. 
Consternado com a situação Raphael prontamente entrou em contato com a 
empresa, através de e-mail, apresentando o Boletim de 
Ocorrência (com seus dados qualificativos completos).Ocorre que, para a 
surpresa de Raphael, a empresa não tomou nenhuma atitude referente à 
negativação do nome do mesmo no SPC/SERASA, apenas solicitando o que 
segue: 
“1° -Envie uma foto (selfie) onde apareça o seu rosto e ao lado do seu rosto, 
segureum documento de identificação com foto, 2° -Envie uma foto do 
documento de identificação com foto (frente e verso do documento)”. 
Mesmo diante de um Boletim de Ocorrência com todos os dados qualificativos 
do Raphael, a empresa sequer teve o cuidado de compará-los com os dados 
do possível falsário, haja vista que provavelmente o possível falsário deve ter 
apresentado dados incorretos. 
Ou seja, mesmo diante da iniciativa de Raphael em colaborar com a empresa 
noticiando uma fraude, apta a prejudicar tanto a si, quanto Raphael, a mesma 
não operou qualquer ato de investigação e solução efetiva do problema, 
passando, assim, a não apenas assumir eventuais consequências da fraude, 
de forma omissa, mas também a permiti-lasativamente. 
Durante esse período Raphael recebeu diversas ligações de cobranças , assim 
como SMS com o mesmo objetivo. 
Ressalte-se que o demandante tentou mais algumas vezes, amigavelmente, 
solucionar esta situação, a exemplo do e-mail, porém,a empresa apenas 
insistiu em lhe solicitar cópia do documento de identidade e uma selfie 
segurando o documento de identidade nas mãos, como dito. 
O demandante verificou através do seu bankingline que houve a emissão de 
mais um boleto no valor de R$ 2.465,17, para o mês de Outubro, o que 
demonstra, mais que isso, comprova, que a empresa ainda não tomou 
nenhuma atitude perante “uma possível fraude” considerando que o primeiro 
contato junto a empresa foi feito em 02/08/2021. 
 
 
III- DO DIREITO 
 
No caso em questão, a Requerida incorre em descumprimento à lei consumerista 
e à boa-fé, quando envia cartão de crédito sem solicitação do consumidor. 
Não há dúvida de que a relação jurídica entre as partes é uma relação de 
consumo, envolvendo, de um lado, o consumidor (requerente) e o fornecedor 
do produto (requerida). A controvérsia instaurada nestes autos terá que ser 
decidida à luz das disposições do Código de Defesa do Consumidor, 
especialmente do disposto em seu art. 6º, VIII: 
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: 
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a 
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, 
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou 
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias 
de experiência; 
O Código de Defesa do Consumidor, representando uma atualização do direito 
vigente e procurando amenizar a diferença de forças existentes entre polos 
processuais onde se tem num ponto, o consumidor, como figura vulnerável e 
noutro, o fornecedor, como detentor dos meios de prova que são muitas vezes 
buscados pelo primeiro, e às quais este não possui acesso, adotou teoria 
moderna onde se admite a inversão do ônus da prova justamente em face desta 
problemática. 
O envio de cartão de crédito sem a solicitação, ainda que bloqueado, é prática 
comercial abusiva e é absolutamente contrária à boa-fé objetiva. 
 
Súmula 532 do STJ: 
“Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e 
expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e 
sujeito à aplicação de multa administrativa.” 
 
 
 
 
IV- DOS DANOS MORAIS. IN RE IPSA. ENVIO DE CARTÃO DE 
CRÉDITO SEM AUTORIZAÇÃO. 
 
Para o Superior Tribunal de Justiça este tipo de situação: 
Súmula 532 que diz que: 
Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito 
sem prévia e expressa solicitação do consumidor, 
configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de 
multa administrativa. 
Sabemos que as súmulas são o resumo de entendimentos consolidados de 
julgamentos no Tribunal. Portanto, devem ser cumpridas, caracterizando assim, 
mais uma vez o dano moral. 
A Súmula 532 tem amparo no artigo 39, III, do Código de Defesa do Consumidor, 
que proíbe o fornecedor de enviar produtos ou prestar serviços sem solicitação 
prévia, a saber: 
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre 
outras práticas abusivas: 
III – enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação 
prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; 
(grifo nosso) 
Portanto, fica ainda mais claro o abuso praticado pela empresa ré, não deixando 
dúvidas sobre o dano configurado. 
A responsabilidade do fornecedor por eventuais danos provocados ao 
consumidor é de natureza objetiva se decorrentes de defeito na prestação do 
serviço, podendo o fornecedor ser responsabilizado independentemente da 
comprovação de existência de culpa, nos termos do art. 14, caput, do CDC. 
A prática adotada pela empresa demandada revela absoluto desprezo pelas 
mais básicas regras de respeito ao consumidor e à boa fé objetiva nas relações 
comerciais, impondo resposta à altura. 
A Constituição de 1988, em seu artigo 5º, inciso X, também deixa claro que a 
todos é assegurado o direito de reparação por danos morais: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: 
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a 
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo 
dano material ou moral decorrente de sua violação; 
Neste sentido: 
“[…] 1. 
O envio de cartão de crédito sem solicitação prévia 
configura prática comercial abusiva, dando ensejo à 
responsabilizaçãocivil por dano moral. Precedentes. 2. A 
ausência de inscrição do nome do consumidor em cadastro de 
inadimplentes não afasta a responsabilidade do fornecedor de 
produtos e serviços, porque o dano, nessa hipótese, é 
presumido. 3. Restabelecido o quantum indenizatório fixado na 
sentença, por mostrar-se adequado e conforme os parâmetros 
estabelecidos pelo STJ para casos semelhantes. […]”. STJ 
– AgAREsp 275047 RJ, Rel. Ministra MARCO BUZZI, QUARTA 
TURMA, Julgado em 22/04/2014, DJe 29/04/2014. 
1. O envio do cartão de crédito, ainda que bloqueado, sem 
pedido pretérito e expresso do consumidor, caracteriza 
prática comercial abusiva, violando frontalmente o 
disposto no artigo 39, III, do Código de Defesa do 
Consumidor. (…) 3. Quanto ao valor do dano moral indenizável, 
nos termos da jurisprudência consolidada no Superior Tribunal 
de Justiça, a revisão de indenização por danos morais só é 
possível em recurso especial quando o valor fixado nas 
instâncias locais for exorbitante ou ínfimo, de modo a afrontar 
os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Se o 
valor arbitrado não destoa da jurisprudência desta Corte, 
inviável a sua alteração, porque, para tanto, também seria 
necessário o revolvimento do conteúdo fático probatório dos 
autos, o que não se coaduna com a via do recurso especial, a 
teor da Súmula 7/STJ. Destarte, fica mantido o valor da 
indenização fixado pelo Tribunal de origem. 
 
V- DOS PEDIDOS 
 
a) a citação da promovida, no endereço já declinado no preâmbulo desta peça, 
por meio de seus representantes legais, para, querendo, comparecer a 
audiência de conciliação, e caso não haja acordo, apresente contestação, oral 
ou escrita, sob pena de revelia; 
b) a concessão dos benefícios da justiça gratuita nos termos da Lei 1060/50; 
c) seja declarada a inversão do ônus da prova, vez em que a parte autora não 
tem condições de por si só produzir as provas necessárias para a elucidação 
dos fatos narrados na inicial; 
d) a condenação da requerida ao pagamento das custas processuais e dos 
honorários, estes na base de 20% do valor da causa, em caso de recurso. 
 
 
 
Dá-se à causa o Valor de R$ 10.000 (dez mil reais), para fins 
procedimentais. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Maceió/AL, 10 de outubro de 2021. 
Advogado 
OAB... 
 
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 
VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS/SP 
 
 
 
Proc. nº. 00000.0000.00.0.00.0000 
Autor: João 
Réu: Francisco 
 
 
 
JOÃO, motoboy, estado civil, residente e domiciliado no endereço X, com nº X, 
Bairro X, Cidade - UF, CEP: X, tel: X e endereço eletrônico: X , inscrito no RG X 
SSP, e no CPF X, por seu advogado infra-assinado, com domicilio profissional à 
Rua XXXX, nº XXX, Bairro XXX, Cidade – UF, CEP XXXX, endereço eletrônico 
XXXXX, onde recebe intimações/citações, e profissional inserto na referida 
procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada no art. 77, inc. V, do CPC, 
indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido 
respeito à presença de Vossa Excelência, com suporte no artigo 336 e segs. da 
Legislação Adjetiva Civil c/c art. 30 da Lei dos Juizados Especiais (Lei nº. 
9.099/95), ofertar a presente 
 
 
 
 
CONTESTAÇÃO 
 
em face de Ação de Reparação de Danos Materiais aforada por FRANCISCO, 
consoante as justificativas de ordem fática e de direito abaixo estipuladas. 
 
 
 
 
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA 
 
 O Promovido, inicialmente, vem requerer a Vossa Excelência os benefícios da 
gratuidade de justiça, por ser hipossuficiente, o que faz por declaração neste 
arrazoado inicial, por meio de seu bastante procurador. (CPC, art. 99 c/c 105) 
 
 
 
I- DINÂMICA DOS FATOS 
João, motoboy, se envolveu em um acidente de trânsito na comarca de 
Campinas/SP. Segundo relata, trafegava pela via principal com sua 
motocicleta, placa TKC, quando um veículo guiado por Francisco, placa HPP, 
invadiu a faixa corrente colidindo contra o pneu dianteiro da motocicleta, 
provocando o acidente. 
Após ser socorrido, João permaneceu de repouso por cerca de 30 dias, 
recuperando-se do evento lesivo. Como não possuía carteira de trabalho 
assinada, deixou de perceber a importância geralmente recebida por mês de 
trabalho como motoboy de serviço de aplicativo, no importe de R$ 
1.000,00. 
Também obteve gastos com o reparo da motocicleta, que totalizaram o 
valor de R$ 5.000,00. Meses depois, João recebeu em sua residência uma 
citação proveniente da 1a Vara Cível da Comarca de São José do Rio Preto. 
Ao checar a inicial, observou que o veículo conduzido por Francisco era na 
realidade alugado, pertencente a Locadora “Locaqui”. Na inicial, a autora 
pleiteava a importância de R$ 15.000,00 a título de reparação material pelos 
danos causados ao veículo envolvido no acidente. Em sede preliminar, 
justificava ainda a escolha do foro competente, considerando o disposto no 
artigo 53, inciso V, do CPC, eis que a empresa estava sediada na comarca 
indicada. Questionado, João repeliu a cobrança, afinal entendia não ser ele o 
causador do dano. Da mesma forma, indicou que deveria ser ele a receber a 
indenização material, considerando o prejuízo obtido. 
 
 
II- NO MÉRITO 
De início exsurge o direito do Autor à indenização material e moral, posto que a 
Ré, por certo, promoveu manobra sem se atentar para as regras de trânsito. Ao 
contrário, teria evitado o acidente. De acordo com o artigo 28 e 29 do Código 
de Trânsito Brasileiro, temos que: 
 
Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, 
dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito. 
Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação 
obedecerá às seguintes normas: [...] 
II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre 
o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, 
considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da 
circulação, do veículo e as condições climáticas; 
III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem 
de local não sinalizado, terá preferência de passagem: 
2.1 Nexo Causal 
CONDUTA EXCLUSIVA CULPOSA DA PARTE RÉ 
Certo é que não se deve exigir dos motoristas a previsão de acontecimentos 
inesperados. A frenagem abrupta, mesmo mantendo-se a distância segura entre 
os veículos sinistrados é situação que reclama apuração com maior 
profundidade quanto à responsabilidade. 
 No caso em questão, não há culpa a ser atribuída ao autor. Esse não poderia 
prever a repentina invasão do réu à faixa corrente colidindo contra o pneu 
dianteiro da motocicleta, provocando o acidente 
 
Temos por cristalino que a Ré não manteve observância aos cuidados 
indispensáveis à segurança do trânsito, agindo com total falta de atenção. 
Por esse prisma é o entendimento do saudoso professor Orlando Gomes: 
54. Nexo causal. Para o ato ilícito ser fonte da obrigação de indenizar é 
preciso uma relação de causa e efeito entre o ato (fato) e o dano. A essa 
relação chama-se de nexo causal. 
Se o dever de indenizar o prejuízo causado é a sanção imposta pela lei a 
quem comente ato ilícito, necessário se torna eu o dano seja consequência 
da conduta de quem o produziu. 
 
Nesse diapasão, a responsabilidade pelo cometimento de ato ilícito vem 
expressa nos artigos 186 e 927 do Diploma Civil Brasileiro, ora invocados: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência 
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, 
fica obrigado a repará-lo. 
 
Nesse sentido, já se manifestou o Egrégio Tribunal de Justiça de Santa 
Catarina, cuja ementa transcreve-se: 
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS 
MATERIAIS E MORAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRÂNSITO. COLISÃOENTRE VEÍCULO E MOTOCICLETA. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA. 
RECURSO DAS REQUERIDAS. RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA. INVASÃO 
E OBSTRUÇÃO DE VIA PREFERENCIAL. CULPABILIDADE EVIDENCIADA, QUE 
PREPONDERA SOBRE EVENTUAL EXCESSO DE VELOCIDADE. 
 
"Age com culpa, sob a rubrica imprudência, o condutor de veículo que 
invade via preferencial, cortando o fluxo do tráfego e dando causa ao 
acidente, [...] a invasão de preferencial prepondera, em tal contexto, sobre 
eventual excesso de velocidade imprimido ao veículo contrário." (AC n. 
2006.004784-8, de Criciúma, Rel. Des. Trindade dos Santos). 
 
LUCROS CESSANTES. RENDIMENTOS MENSAIS QUE ADVINHAM DE 
TRABALHO COMO PEDREIRO. ALEGADA AUSÊNCIA ABSOLUTA DE 
ARCABOUÇO PROBATÓRIO APTO A CORROBORAR QUE O AUTOR EXERCIA 
ATIVIDADE LABORAL. TESE RECHAÇADA. OFENSA QUE RESULTOU EM 
AFASTAMENTO DO AUTOR DAS SUAS ATIVIDADES HABITUAIS POR 60 DIAS. 
INCIDÊNCIA DO ART. 950 DO CÓDIGO CIVIL. APURAÇÃO DA VERBA 
INDENIZATÓRIA EM LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. DECISUM ALTERADO NO 
TÓPICO, PARA ESTABELECER O SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE À ÉPOCA DO 
ACIDENTE COMO BASE DE CÁLCULO. SUPOSTA AUSÊNCIA DE PROVA DO 
DANO MORAL. OFENSA À INTEGRIDADE FÍSICA DO DEMANDANTE. 
FRATURA DE PUNHO. ABALO ANÍMICO EVIDENCIADO. PLEITOS DE 
MINORAÇÃO DA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. REDUÇÃO QUE SE 
IMPÕE. OBSERVÂNCIA DA EXTENSÃO DO DANO. INTELIGÊNCIA DO 
ARTIGO 944 DO CÓDIGO CIVIL. APELO CONHECIDO E PARCIALMENTE 
PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA. INALTERADA A DISTRIBUIÇÃO DOS 
ÔNUS SUCUMBENCIAIS. [...] 
 
III- DO DANO MATERIAL 
Após ser socorrido, João permaneceu de repouso por cerca de 30 dias, 
recuperando-se do evento lesivo. Como não possuía carteira de trabalho 
assinada, deixou de perceber a importância geralmente recebida por mês de 
trabalho como motoboy de serviço de aplicativo, no importe de R$ 
1.000,00. Também obteve gastos com o reparo da motocicleta, que 
totalizaram o valor de R$ 5.000,00. Nesse sentido, o dano material constitui um 
prejuízo ou perda que atinge o patrimônio corpóreo de outra pessoa, que 
obrigatoriamente deverá ser indenizada. 
O entendimento legal acerca dos danos materiais está previsto no artigo 186, 
do Código Civil brasileiro (CC), vejamos: 
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito”. 
Seguindo o mesmo entendimento, o artigo 927, do CC, determina que: 
“Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo“. 
 
3.1 Da ausência do dever de indenizar 
 
Sabe-se que João foi vítima do acidente de trânsito ocasionado por Francisco, 
logo é possível verificar a ausência do dever de indenizar, da parte de João, 
em razão dos danos que o mesmo sofreu. Sendo ele a pessoa que deverá 
receber a indenização no valor de 48 mil reais, pois passou dias sem trabalhar 
e teve sua motocicleta danificada. 
 
 
 
IV- REQUERIMENTOS 
 
Diante de todo exposto, REQUER: 
 
a) citação da Ré por CARTA, para contestar, querendo, os termos da 
presente, sob pena de confissão e revelia; 
b) a procedência do pedido para condenar a Ré ao pagamento no valor 
de R$ 32.000,00 por danos materiais, comprovados por meio de nota 
fiscal em anexo, valor este que deverá ser acrescido de juros e correção 
monetária desde a data do acidente; 
c) condenar a Ré ao valor de 10 (dez) salário mínimo vigente na data do 
acidente a título de lucros cessantes, por ter o Autor ficado 22 dias 
afastados do trabalho, conforme atestados médicos, acrescido de juros 
e correção monetária desde a data do acidente; 
d) a condenação da Ré ao pagamento no valor de R$ 5.000,00 a título 
de danos morais, em valor este em consonância com os precedentes do 
TJSC, salvo se Vossa Excelência julgar que o valor merece majoração; 
e) a condenação da Ré ao pagamento de todas e quaisquer custas e 
despesas processuais, bem como, de honorários sucumbenciais de 20% 
sobre o valor total da condenação em conformidade com o 
artigo 84 e 85 do CPC/2015; 
f) a dispensa da audiência conciliatória, conforme preconiza o art. 319, 
inciso VII do NCPC, por ser medida inócua, posto que a Ré já demostrou 
que não irá arcar com as custas materiais decorrentes do acidente que 
dera causa; 
g) requer ainda, que as futuras intimações e notificações sejam todas 
feitas em nome do advogado subscritor. 
h) protesta, por fim, comprovar o alegado por todos os meios de prova 
em direito admitidos. 
 
 
V - DO VALOR DA CAUSA 
 Atribui-se a causa o valor de R$ 48,000,00 (QUARENTA E OITO MIL 
REAIS) 
 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
Maceió, 18 de outubro de 2021. 
 
 
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DO 
___JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE _________________ - 
ESTADO DO ________________. 
 
 
BANCO, pessoa jurídica de Direito Privado, com endereço na 
rua_______________, nº_______, inscrita no CNPJ sob o n. 
__________________, na cidade de __________, CEP _________, Estado do 
________________. 
 
 
 
AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO 
em face de, MARIAZINHA, brasileira, inscrita no Cadastro de Pessoa Física 
sob o nº _________________, domiciliada na Rua Treze de Maio nº 
_________, cidade e Comarca de _____________ – Estado do _________, 
pelos fatos e fundamentos a seguir descritos: 
 
 
I- DOS FATOS 
Na data de 05/08/2020, Mariazinha compareceu ao banco +DINHEIRO e 
celebrou uma cédula de crédito bancário, sob o nº12345678.12345, no valor 
total de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), com pagamento por meio de 24 
parcelas mensais econsecutivas. 
Mariazinha,não cumpriu com as obrigações das parcelas assumidas, deixando 
de efetuar o pagamento da parcela nº 12, com vencimento em 05/08/2021, 
acarretando, consequentemente, o vencimento antecipado de toda a sua 
dívida, que, atualizada até a data 10/10/2021 resulta no valor total, líquido e 
certo, de R$25.000,00. 
 
 
II- DO DIREITO DO CREDOR 
A legislação brasileira, em especial o Código Civil, prevê a possibilidade de o 
credor buscar a satisfação de seu crédito mediante a oposição de ação 
pertinente. 
No presente caso, tem-se em tela um ato ilícito pelo descumprimento de 
obrigação pactuada por parte do Réu, o que se enquadra no Código Civil nos 
seguintes termos: 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e 
danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais 
regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. 
No presente caso, tem-se a demonstração inequívoca da ilicitude do ato do 
Réu ao deixar de pagar R$25.000,00, nos termos do Art. 186 do Código civil, 
sendo inexigível qualquer outra prova, conforme precedentes sobre o tema: 
Trata-se da necessária aplicação da lei, uma vez que demonstrado o 
compromisso firmado e a ocorrência do descumprimento, outra solução não 
resta se não o imediato pagamento do débito, conforme amplamente protegido 
pelo direito. 
 
Do ato Ilícito 
É certo que a inadimplência da Requerida configura ato ilícito, vez que causa 
prejuízos ao Requerente, devendo portanto promover a reparação por todos os 
danos causados, nos termos do artigo 389 do CC, artigo 186 combinado com o 
artigo 927 do Novo Código Civil Brasileiro. 
Prelecionam os citados artigos: 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas 
e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais 
regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. 
Não há duvidas que a ação voluntaria da Requerida, qual seja a inadimplência 
no cumprimento da sua obrigação de pagar, violou direito e causou dano a 
Autora, o qual encontra-se atrelado à contratação de advogados, dado ao 
princípio da causalidade. 
 
AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO 
Sentença que julgou improcedente o feito ante a purgação da mora com o 
pagamento da integralidade da dívida. Alegada preclusão do direito de purgar 
a mora. Prazo de cincodias. Termo inicial contado da juntada aos autos do 
mandado de busca e apreensão. Decisão em consonância com a 
jurisprudência desta corte de justiça. Prazo previsto no art. 3º, $$ 1º e 2º, do 
Decreto-Lei n. 911/1969, que deve ser interpretado de acordo com a exegese 
do art. 241, III, CPC [CPC/2015, art. 231, inc. IT]. Prazo que começa a correr 
da data da juntada aos autos do mandado de busca e apreensão cumprido. 
Insurgência não acolhida neste aspecto. Pretendido pagamento das custas 
processuais e os honorários advocatícios no pagamento integral da dívida. 
Tese recursal improcedente. Desnecessidade de inclusão do valor das custas 
processuais e dos honorários advocatícios para a purgação da mora. Verbas 
devidas somente ao final do processo. Precedentes deste egrégio tribunal. 
Decisão mantida. Recurso conhecido e desprovido. (TJSC; AC 2015.081296-8; 
Garopaba; Quinta Câmara de Direito Comercial; Relº Desº Soraya Nunes 
Lins; Julg. 03/12/2015; DJSC 10/12/2015; Pág. 215). 
 
 
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA 
 
Ação de busca e apreensão com pedido liminar. Agravo de instrumento tirado 
contra decisão de Primeiro Grau em que o Magistrado, ao deferir a liminar, 
determinou que o prazo para a purgação da mora seria de cinco dias contados 
a partir da juntada aos autos do mandado de busca e apreensão cumprido, 
caso não citado o devedor. Controvérsia acerca do marco inicial para 
contagem do prazo de cinco dias a que alude o art. 3º, $ 2º, do Decreto-Lei nº 
911/69. Prazo que deve ser contado a partir da juntada do mandado aos autos. 
Decisão do Magistrado a quo que se alinha ao entendimento deste Relator e 
desta C. Câmara julgadora. Recurso não provido. (TJSP; AI 2216162- 
23.2015.8.26.0000; Ac. 8936218; Embu das Artes; Trigésima Primeira 
Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Carlos Nunes; Julg. 27/10/2015; DJESP 
06/11/2015). 
 
 
DA POSSIBILIDADE DA PURGAÇÃO DE MORA 
Vê-se que do contrato mencionado na exordial o Réu pagou um total de R$ 
20.000,00, correspondente a 12 parcelas, de um 
total de 24 revistos contratualmente. 
 Nesse passo, é inconteste que o Réu quitou substancialmente a totalidade 
do empréstimo. Por isso, rescindir o contrato é afrontar disposições contidas 
no Código Civil, máxime a teoria do inadimplemento substancial. 
Assim, a situação em espécie impõe o interesse da parte devedora em dar 
continuidade à relação contratual. Desse modo, a previsão estatuída na Lei de 
Alienação Fiduciária (LAF, art. 3º) deve ceder à norma geral que prima, 
máxime, pelo aspecto social do acerto. 
No vertente caso, faz-se mister enaltecer a diretriz estabelecida na Legislação 
Substantiva Civil: 
 
Art. 421 - À liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da 
função social do contrato. 
 
Art. 422 - Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do 
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
 
Art. 475 - À parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do 
contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos 
casos, indenização por perdas e danos. 
 
 
 
 
 
 
III- DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer-se: 
a) a citação da Requerida para responder aos termos da presente ação, sob 
pena de revelia e confissão; 
b) contestada ou não a presente ação, requer no mérito, a procedência total 
dos pedidos para que seja definitivamente: 
c) a condenação da Requerida no pagamento das custas e despesas 
processuais, bem como, a condenação de honorários advocatícios a ser fixado 
com base no tabela da Ordem dos Advogados do Brasil; 
d) A designação de audiência prévia de conciliação, nos termos do art. 319, VII 
do CPC. 
 
 
Dá-se a causa o valor provisório de R$25,000,00 (VINTE E CINCO MIL REAIS 
 
Termos em que, 
Pede Deferimento. 
Maceió/AL, 18 de outubro de 2021. 
 
ADVOGADO 
OAB/AL

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