Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AO JUÍZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE MACEIÓ/AL RAPHAEL, brasileiro, casado, servidor público federal, portador da cédula de identidade sob o n°xxxxxx SSP/AL, inscrito no CPF sob o n°xxxxx, contato eletrônico: xxxxxxxxx@hotmail.com, telefones de contato: (82) xxxxxxx, residente e domiciliado à Rua Senador Rui Palmeira, nº xx, apto xx, bairro Ponta Verde, Maceió/AL, CEP xxxxxx, vem à presença de vossa excelência, por meio de seu advogado, infra assinado, ajuizar AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DANOS MORAIS Em face de PAG S.A MEIOS DE PAGAMENTOS, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº xxxxxxxx, com sede na rua x, na cidade de x, estado x e CEP xxxxxxx, pelos motivos e fatos que passa a expor. I- DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA Preliminarmente, requer a Parte Autora os benefícios da justiça gratuita por não ter condições de arcar com as custas processuais sem prejuízo de sua subsistência, sendo, portanto, hipossuficientes para os termos da Lei 1060/50; Art. 5º, LXXIV da CF/88 e art. 98 e seguintes do CPC. II- DOS FATOS Em meados de Agosto do corrente ano, percebeu através de sua internet banking, que havia um boleto emitido em seu nome tendo como beneficiário a empresa PAG S.A MEIOS DE PAGAMENTO, no valor de R$ 1.962,78 (mil novecentos e sessenta e dois reais e setenta e oito centavos) tratando-se de um cartão de crédito. Inicialmente Raphael acreditou que fosse um erro, uma vez que jamais havia contratado o referido cartão de crédito, motivo pelo qual ignorou o boleto. Posteriormente, no fim de setembro, recebeu um e-mail que informava que seu nome seria negativado caso não pagasse a dívida acima mencionada, ocasião em que percebeuque havia alguma coisa errada e prontamente lavrou um boletim de ocorrência. Neste mesmo momento, verificouque novamente havia sido lançado um novo boleto com o mesmo beneficiário no valor de R$ 2.196,35(dois mil,cento e noventa e seis reais e trinta e cinco centavos), também de cartão de crédito, com vencimento no mês de Setembro. Consternado com a situação Raphael prontamente entrou em contato com a empresa, através de e-mail, apresentando o Boletim de Ocorrência (com seus dados qualificativos completos).Ocorre que, para a surpresa de Raphael, a empresa não tomou nenhuma atitude referente à negativação do nome do mesmo no SPC/SERASA, apenas solicitando o que segue: “1° -Envie uma foto (selfie) onde apareça o seu rosto e ao lado do seu rosto, segureum documento de identificação com foto, 2° -Envie uma foto do documento de identificação com foto (frente e verso do documento)”. Mesmo diante de um Boletim de Ocorrência com todos os dados qualificativos do Raphael, a empresa sequer teve o cuidado de compará-los com os dados do possível falsário, haja vista que provavelmente o possível falsário deve ter apresentado dados incorretos. Ou seja, mesmo diante da iniciativa de Raphael em colaborar com a empresa noticiando uma fraude, apta a prejudicar tanto a si, quanto Raphael, a mesma não operou qualquer ato de investigação e solução efetiva do problema, passando, assim, a não apenas assumir eventuais consequências da fraude, de forma omissa, mas também a permiti-lasativamente. Durante esse período Raphael recebeu diversas ligações de cobranças , assim como SMS com o mesmo objetivo. Ressalte-se que o demandante tentou mais algumas vezes, amigavelmente, solucionar esta situação, a exemplo do e-mail, porém,a empresa apenas insistiu em lhe solicitar cópia do documento de identidade e uma selfie segurando o documento de identidade nas mãos, como dito. O demandante verificou através do seu bankingline que houve a emissão de mais um boleto no valor de R$ 2.465,17, para o mês de Outubro, o que demonstra, mais que isso, comprova, que a empresa ainda não tomou nenhuma atitude perante “uma possível fraude” considerando que o primeiro contato junto a empresa foi feito em 02/08/2021. III- DO DIREITO No caso em questão, a Requerida incorre em descumprimento à lei consumerista e à boa-fé, quando envia cartão de crédito sem solicitação do consumidor. Não há dúvida de que a relação jurídica entre as partes é uma relação de consumo, envolvendo, de um lado, o consumidor (requerente) e o fornecedor do produto (requerida). A controvérsia instaurada nestes autos terá que ser decidida à luz das disposições do Código de Defesa do Consumidor, especialmente do disposto em seu art. 6º, VIII: Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência; O Código de Defesa do Consumidor, representando uma atualização do direito vigente e procurando amenizar a diferença de forças existentes entre polos processuais onde se tem num ponto, o consumidor, como figura vulnerável e noutro, o fornecedor, como detentor dos meios de prova que são muitas vezes buscados pelo primeiro, e às quais este não possui acesso, adotou teoria moderna onde se admite a inversão do ônus da prova justamente em face desta problemática. O envio de cartão de crédito sem a solicitação, ainda que bloqueado, é prática comercial abusiva e é absolutamente contrária à boa-fé objetiva. Súmula 532 do STJ: “Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa administrativa.” IV- DOS DANOS MORAIS. IN RE IPSA. ENVIO DE CARTÃO DE CRÉDITO SEM AUTORIZAÇÃO. Para o Superior Tribunal de Justiça este tipo de situação: Súmula 532 que diz que: Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa administrativa. Sabemos que as súmulas são o resumo de entendimentos consolidados de julgamentos no Tribunal. Portanto, devem ser cumpridas, caracterizando assim, mais uma vez o dano moral. A Súmula 532 tem amparo no artigo 39, III, do Código de Defesa do Consumidor, que proíbe o fornecedor de enviar produtos ou prestar serviços sem solicitação prévia, a saber: Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: III – enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; (grifo nosso) Portanto, fica ainda mais claro o abuso praticado pela empresa ré, não deixando dúvidas sobre o dano configurado. A responsabilidade do fornecedor por eventuais danos provocados ao consumidor é de natureza objetiva se decorrentes de defeito na prestação do serviço, podendo o fornecedor ser responsabilizado independentemente da comprovação de existência de culpa, nos termos do art. 14, caput, do CDC. A prática adotada pela empresa demandada revela absoluto desprezo pelas mais básicas regras de respeito ao consumidor e à boa fé objetiva nas relações comerciais, impondo resposta à altura. A Constituição de 1988, em seu artigo 5º, inciso X, também deixa claro que a todos é assegurado o direito de reparação por danos morais: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; Neste sentido: “[…] 1. O envio de cartão de crédito sem solicitação prévia configura prática comercial abusiva, dando ensejo à responsabilizaçãocivil por dano moral. Precedentes. 2. A ausência de inscrição do nome do consumidor em cadastro de inadimplentes não afasta a responsabilidade do fornecedor de produtos e serviços, porque o dano, nessa hipótese, é presumido. 3. Restabelecido o quantum indenizatório fixado na sentença, por mostrar-se adequado e conforme os parâmetros estabelecidos pelo STJ para casos semelhantes. […]”. STJ – AgAREsp 275047 RJ, Rel. Ministra MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, Julgado em 22/04/2014, DJe 29/04/2014. 1. O envio do cartão de crédito, ainda que bloqueado, sem pedido pretérito e expresso do consumidor, caracteriza prática comercial abusiva, violando frontalmente o disposto no artigo 39, III, do Código de Defesa do Consumidor. (…) 3. Quanto ao valor do dano moral indenizável, nos termos da jurisprudência consolidada no Superior Tribunal de Justiça, a revisão de indenização por danos morais só é possível em recurso especial quando o valor fixado nas instâncias locais for exorbitante ou ínfimo, de modo a afrontar os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Se o valor arbitrado não destoa da jurisprudência desta Corte, inviável a sua alteração, porque, para tanto, também seria necessário o revolvimento do conteúdo fático probatório dos autos, o que não se coaduna com a via do recurso especial, a teor da Súmula 7/STJ. Destarte, fica mantido o valor da indenização fixado pelo Tribunal de origem. V- DOS PEDIDOS a) a citação da promovida, no endereço já declinado no preâmbulo desta peça, por meio de seus representantes legais, para, querendo, comparecer a audiência de conciliação, e caso não haja acordo, apresente contestação, oral ou escrita, sob pena de revelia; b) a concessão dos benefícios da justiça gratuita nos termos da Lei 1060/50; c) seja declarada a inversão do ônus da prova, vez em que a parte autora não tem condições de por si só produzir as provas necessárias para a elucidação dos fatos narrados na inicial; d) a condenação da requerida ao pagamento das custas processuais e dos honorários, estes na base de 20% do valor da causa, em caso de recurso. Dá-se à causa o Valor de R$ 10.000 (dez mil reais), para fins procedimentais. Termos em que, Pede deferimento. Maceió/AL, 10 de outubro de 2021. Advogado OAB... EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS/SP Proc. nº. 00000.0000.00.0.00.0000 Autor: João Réu: Francisco JOÃO, motoboy, estado civil, residente e domiciliado no endereço X, com nº X, Bairro X, Cidade - UF, CEP: X, tel: X e endereço eletrônico: X , inscrito no RG X SSP, e no CPF X, por seu advogado infra-assinado, com domicilio profissional à Rua XXXX, nº XXX, Bairro XXX, Cidade – UF, CEP XXXX, endereço eletrônico XXXXX, onde recebe intimações/citações, e profissional inserto na referida procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada no art. 77, inc. V, do CPC, indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, com suporte no artigo 336 e segs. da Legislação Adjetiva Civil c/c art. 30 da Lei dos Juizados Especiais (Lei nº. 9.099/95), ofertar a presente CONTESTAÇÃO em face de Ação de Reparação de Danos Materiais aforada por FRANCISCO, consoante as justificativas de ordem fática e de direito abaixo estipuladas. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA O Promovido, inicialmente, vem requerer a Vossa Excelência os benefícios da gratuidade de justiça, por ser hipossuficiente, o que faz por declaração neste arrazoado inicial, por meio de seu bastante procurador. (CPC, art. 99 c/c 105) I- DINÂMICA DOS FATOS João, motoboy, se envolveu em um acidente de trânsito na comarca de Campinas/SP. Segundo relata, trafegava pela via principal com sua motocicleta, placa TKC, quando um veículo guiado por Francisco, placa HPP, invadiu a faixa corrente colidindo contra o pneu dianteiro da motocicleta, provocando o acidente. Após ser socorrido, João permaneceu de repouso por cerca de 30 dias, recuperando-se do evento lesivo. Como não possuía carteira de trabalho assinada, deixou de perceber a importância geralmente recebida por mês de trabalho como motoboy de serviço de aplicativo, no importe de R$ 1.000,00. Também obteve gastos com o reparo da motocicleta, que totalizaram o valor de R$ 5.000,00. Meses depois, João recebeu em sua residência uma citação proveniente da 1a Vara Cível da Comarca de São José do Rio Preto. Ao checar a inicial, observou que o veículo conduzido por Francisco era na realidade alugado, pertencente a Locadora “Locaqui”. Na inicial, a autora pleiteava a importância de R$ 15.000,00 a título de reparação material pelos danos causados ao veículo envolvido no acidente. Em sede preliminar, justificava ainda a escolha do foro competente, considerando o disposto no artigo 53, inciso V, do CPC, eis que a empresa estava sediada na comarca indicada. Questionado, João repeliu a cobrança, afinal entendia não ser ele o causador do dano. Da mesma forma, indicou que deveria ser ele a receber a indenização material, considerando o prejuízo obtido. II- NO MÉRITO De início exsurge o direito do Autor à indenização material e moral, posto que a Ré, por certo, promoveu manobra sem se atentar para as regras de trânsito. Ao contrário, teria evitado o acidente. De acordo com o artigo 28 e 29 do Código de Trânsito Brasileiro, temos que: Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito. Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas: [...] II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas; III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem: 2.1 Nexo Causal CONDUTA EXCLUSIVA CULPOSA DA PARTE RÉ Certo é que não se deve exigir dos motoristas a previsão de acontecimentos inesperados. A frenagem abrupta, mesmo mantendo-se a distância segura entre os veículos sinistrados é situação que reclama apuração com maior profundidade quanto à responsabilidade. No caso em questão, não há culpa a ser atribuída ao autor. Esse não poderia prever a repentina invasão do réu à faixa corrente colidindo contra o pneu dianteiro da motocicleta, provocando o acidente Temos por cristalino que a Ré não manteve observância aos cuidados indispensáveis à segurança do trânsito, agindo com total falta de atenção. Por esse prisma é o entendimento do saudoso professor Orlando Gomes: 54. Nexo causal. Para o ato ilícito ser fonte da obrigação de indenizar é preciso uma relação de causa e efeito entre o ato (fato) e o dano. A essa relação chama-se de nexo causal. Se o dever de indenizar o prejuízo causado é a sanção imposta pela lei a quem comente ato ilícito, necessário se torna eu o dano seja consequência da conduta de quem o produziu. Nesse diapasão, a responsabilidade pelo cometimento de ato ilícito vem expressa nos artigos 186 e 927 do Diploma Civil Brasileiro, ora invocados: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Nesse sentido, já se manifestou o Egrégio Tribunal de Justiça de Santa Catarina, cuja ementa transcreve-se: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRÂNSITO. COLISÃOENTRE VEÍCULO E MOTOCICLETA. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA. RECURSO DAS REQUERIDAS. RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA. INVASÃO E OBSTRUÇÃO DE VIA PREFERENCIAL. CULPABILIDADE EVIDENCIADA, QUE PREPONDERA SOBRE EVENTUAL EXCESSO DE VELOCIDADE. "Age com culpa, sob a rubrica imprudência, o condutor de veículo que invade via preferencial, cortando o fluxo do tráfego e dando causa ao acidente, [...] a invasão de preferencial prepondera, em tal contexto, sobre eventual excesso de velocidade imprimido ao veículo contrário." (AC n. 2006.004784-8, de Criciúma, Rel. Des. Trindade dos Santos). LUCROS CESSANTES. RENDIMENTOS MENSAIS QUE ADVINHAM DE TRABALHO COMO PEDREIRO. ALEGADA AUSÊNCIA ABSOLUTA DE ARCABOUÇO PROBATÓRIO APTO A CORROBORAR QUE O AUTOR EXERCIA ATIVIDADE LABORAL. TESE RECHAÇADA. OFENSA QUE RESULTOU EM AFASTAMENTO DO AUTOR DAS SUAS ATIVIDADES HABITUAIS POR 60 DIAS. INCIDÊNCIA DO ART. 950 DO CÓDIGO CIVIL. APURAÇÃO DA VERBA INDENIZATÓRIA EM LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. DECISUM ALTERADO NO TÓPICO, PARA ESTABELECER O SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE À ÉPOCA DO ACIDENTE COMO BASE DE CÁLCULO. SUPOSTA AUSÊNCIA DE PROVA DO DANO MORAL. OFENSA À INTEGRIDADE FÍSICA DO DEMANDANTE. FRATURA DE PUNHO. ABALO ANÍMICO EVIDENCIADO. PLEITOS DE MINORAÇÃO DA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. REDUÇÃO QUE SE IMPÕE. OBSERVÂNCIA DA EXTENSÃO DO DANO. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 944 DO CÓDIGO CIVIL. APELO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA. INALTERADA A DISTRIBUIÇÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS. [...] III- DO DANO MATERIAL Após ser socorrido, João permaneceu de repouso por cerca de 30 dias, recuperando-se do evento lesivo. Como não possuía carteira de trabalho assinada, deixou de perceber a importância geralmente recebida por mês de trabalho como motoboy de serviço de aplicativo, no importe de R$ 1.000,00. Também obteve gastos com o reparo da motocicleta, que totalizaram o valor de R$ 5.000,00. Nesse sentido, o dano material constitui um prejuízo ou perda que atinge o patrimônio corpóreo de outra pessoa, que obrigatoriamente deverá ser indenizada. O entendimento legal acerca dos danos materiais está previsto no artigo 186, do Código Civil brasileiro (CC), vejamos: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Seguindo o mesmo entendimento, o artigo 927, do CC, determina que: “Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo“. 3.1 Da ausência do dever de indenizar Sabe-se que João foi vítima do acidente de trânsito ocasionado por Francisco, logo é possível verificar a ausência do dever de indenizar, da parte de João, em razão dos danos que o mesmo sofreu. Sendo ele a pessoa que deverá receber a indenização no valor de 48 mil reais, pois passou dias sem trabalhar e teve sua motocicleta danificada. IV- REQUERIMENTOS Diante de todo exposto, REQUER: a) citação da Ré por CARTA, para contestar, querendo, os termos da presente, sob pena de confissão e revelia; b) a procedência do pedido para condenar a Ré ao pagamento no valor de R$ 32.000,00 por danos materiais, comprovados por meio de nota fiscal em anexo, valor este que deverá ser acrescido de juros e correção monetária desde a data do acidente; c) condenar a Ré ao valor de 10 (dez) salário mínimo vigente na data do acidente a título de lucros cessantes, por ter o Autor ficado 22 dias afastados do trabalho, conforme atestados médicos, acrescido de juros e correção monetária desde a data do acidente; d) a condenação da Ré ao pagamento no valor de R$ 5.000,00 a título de danos morais, em valor este em consonância com os precedentes do TJSC, salvo se Vossa Excelência julgar que o valor merece majoração; e) a condenação da Ré ao pagamento de todas e quaisquer custas e despesas processuais, bem como, de honorários sucumbenciais de 20% sobre o valor total da condenação em conformidade com o artigo 84 e 85 do CPC/2015; f) a dispensa da audiência conciliatória, conforme preconiza o art. 319, inciso VII do NCPC, por ser medida inócua, posto que a Ré já demostrou que não irá arcar com as custas materiais decorrentes do acidente que dera causa; g) requer ainda, que as futuras intimações e notificações sejam todas feitas em nome do advogado subscritor. h) protesta, por fim, comprovar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos. V - DO VALOR DA CAUSA Atribui-se a causa o valor de R$ 48,000,00 (QUARENTA E OITO MIL REAIS) Nesses Termos, Pede Deferimento. Maceió, 18 de outubro de 2021. EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DO ___JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE _________________ - ESTADO DO ________________. BANCO, pessoa jurídica de Direito Privado, com endereço na rua_______________, nº_______, inscrita no CNPJ sob o n. __________________, na cidade de __________, CEP _________, Estado do ________________. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO em face de, MARIAZINHA, brasileira, inscrita no Cadastro de Pessoa Física sob o nº _________________, domiciliada na Rua Treze de Maio nº _________, cidade e Comarca de _____________ – Estado do _________, pelos fatos e fundamentos a seguir descritos: I- DOS FATOS Na data de 05/08/2020, Mariazinha compareceu ao banco +DINHEIRO e celebrou uma cédula de crédito bancário, sob o nº12345678.12345, no valor total de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), com pagamento por meio de 24 parcelas mensais econsecutivas. Mariazinha,não cumpriu com as obrigações das parcelas assumidas, deixando de efetuar o pagamento da parcela nº 12, com vencimento em 05/08/2021, acarretando, consequentemente, o vencimento antecipado de toda a sua dívida, que, atualizada até a data 10/10/2021 resulta no valor total, líquido e certo, de R$25.000,00. II- DO DIREITO DO CREDOR A legislação brasileira, em especial o Código Civil, prevê a possibilidade de o credor buscar a satisfação de seu crédito mediante a oposição de ação pertinente. No presente caso, tem-se em tela um ato ilícito pelo descumprimento de obrigação pactuada por parte do Réu, o que se enquadra no Código Civil nos seguintes termos: Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. No presente caso, tem-se a demonstração inequívoca da ilicitude do ato do Réu ao deixar de pagar R$25.000,00, nos termos do Art. 186 do Código civil, sendo inexigível qualquer outra prova, conforme precedentes sobre o tema: Trata-se da necessária aplicação da lei, uma vez que demonstrado o compromisso firmado e a ocorrência do descumprimento, outra solução não resta se não o imediato pagamento do débito, conforme amplamente protegido pelo direito. Do ato Ilícito É certo que a inadimplência da Requerida configura ato ilícito, vez que causa prejuízos ao Requerente, devendo portanto promover a reparação por todos os danos causados, nos termos do artigo 389 do CC, artigo 186 combinado com o artigo 927 do Novo Código Civil Brasileiro. Prelecionam os citados artigos: Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Não há duvidas que a ação voluntaria da Requerida, qual seja a inadimplência no cumprimento da sua obrigação de pagar, violou direito e causou dano a Autora, o qual encontra-se atrelado à contratação de advogados, dado ao princípio da causalidade. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO Sentença que julgou improcedente o feito ante a purgação da mora com o pagamento da integralidade da dívida. Alegada preclusão do direito de purgar a mora. Prazo de cincodias. Termo inicial contado da juntada aos autos do mandado de busca e apreensão. Decisão em consonância com a jurisprudência desta corte de justiça. Prazo previsto no art. 3º, $$ 1º e 2º, do Decreto-Lei n. 911/1969, que deve ser interpretado de acordo com a exegese do art. 241, III, CPC [CPC/2015, art. 231, inc. IT]. Prazo que começa a correr da data da juntada aos autos do mandado de busca e apreensão cumprido. Insurgência não acolhida neste aspecto. Pretendido pagamento das custas processuais e os honorários advocatícios no pagamento integral da dívida. Tese recursal improcedente. Desnecessidade de inclusão do valor das custas processuais e dos honorários advocatícios para a purgação da mora. Verbas devidas somente ao final do processo. Precedentes deste egrégio tribunal. Decisão mantida. Recurso conhecido e desprovido. (TJSC; AC 2015.081296-8; Garopaba; Quinta Câmara de Direito Comercial; Relº Desº Soraya Nunes Lins; Julg. 03/12/2015; DJSC 10/12/2015; Pág. 215). ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA Ação de busca e apreensão com pedido liminar. Agravo de instrumento tirado contra decisão de Primeiro Grau em que o Magistrado, ao deferir a liminar, determinou que o prazo para a purgação da mora seria de cinco dias contados a partir da juntada aos autos do mandado de busca e apreensão cumprido, caso não citado o devedor. Controvérsia acerca do marco inicial para contagem do prazo de cinco dias a que alude o art. 3º, $ 2º, do Decreto-Lei nº 911/69. Prazo que deve ser contado a partir da juntada do mandado aos autos. Decisão do Magistrado a quo que se alinha ao entendimento deste Relator e desta C. Câmara julgadora. Recurso não provido. (TJSP; AI 2216162- 23.2015.8.26.0000; Ac. 8936218; Embu das Artes; Trigésima Primeira Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Carlos Nunes; Julg. 27/10/2015; DJESP 06/11/2015). DA POSSIBILIDADE DA PURGAÇÃO DE MORA Vê-se que do contrato mencionado na exordial o Réu pagou um total de R$ 20.000,00, correspondente a 12 parcelas, de um total de 24 revistos contratualmente. Nesse passo, é inconteste que o Réu quitou substancialmente a totalidade do empréstimo. Por isso, rescindir o contrato é afrontar disposições contidas no Código Civil, máxime a teoria do inadimplemento substancial. Assim, a situação em espécie impõe o interesse da parte devedora em dar continuidade à relação contratual. Desse modo, a previsão estatuída na Lei de Alienação Fiduciária (LAF, art. 3º) deve ceder à norma geral que prima, máxime, pelo aspecto social do acerto. No vertente caso, faz-se mister enaltecer a diretriz estabelecida na Legislação Substantiva Civil: Art. 421 - À liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. Art. 422 - Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. Art. 475 - À parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. III- DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer-se: a) a citação da Requerida para responder aos termos da presente ação, sob pena de revelia e confissão; b) contestada ou não a presente ação, requer no mérito, a procedência total dos pedidos para que seja definitivamente: c) a condenação da Requerida no pagamento das custas e despesas processuais, bem como, a condenação de honorários advocatícios a ser fixado com base no tabela da Ordem dos Advogados do Brasil; d) A designação de audiência prévia de conciliação, nos termos do art. 319, VII do CPC. Dá-se a causa o valor provisório de R$25,000,00 (VINTE E CINCO MIL REAIS Termos em que, Pede Deferimento. Maceió/AL, 18 de outubro de 2021. ADVOGADO OAB/AL
Compartilhar