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CIDADE ROMANA_ URBANISMO I_EUDÓCIA ROSIENE

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FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
 
EUDÓCIA ROSIENE BARRETO DE SÁ 
 
 
 
 
CIDADE ROMANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PETROLINA 
2021 
 
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EUDÓCIA ROSIENE BARRETO DE SÁ 
 
 
 
 
 
 
CIDADE ROMANA 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao curso de Arquitetura e 
Urbanismo da Faculdade UniFTC, como 
requisito parcial à obtenção de nota da 
disciplina de Urbanismo I lecionada pela Profa. 
Ma. Joanna Milanez. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PETROLINA 
2021 
 
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APRESENTAÇÃO 
 
Entender o processo de urbanismo das cidades é muito importante, para entender como isso 
acontece, partindo das civilizações antigas é possível compreender que o processo não é tão 
rápido e nem desconecto da formação sócio política, econômica e cultural das sociedades e 
muito menos das tecnologias construtivas e materiais disponíveis em cada período da história, 
pelo contrário, esses aspectos avançam à medida que o homem evolui e transforma os espaço, 
os seus conhecimentos, a sua visão de mundo, etc. Por isso o presente estudo estuda como a 
civilização da Roma Antiga se transformou nos aspectos da arquitetura e do urbanismo ao longo 
do tempo, partindo da história da sua formação como vila até o desenvolvimento e configuração 
desta como cidade. 
 
O objetivo específico do presente trabalho de pesquisa é explanar o processo de formação da 
zona urbana de Roma. Os demais objetivos são: fazer com que o leitor conecte o processo de 
formação da cidade aos aspectos sociais, polícias e econômicos da mesma; mostrar como os 
materiais eram empregados nas principais de construções romanas e como essas construções 
funcionavam. 
 
Este trabalho de pesquisa está organizado em 4 capítulos no desenvolvimento e 2 elementos 
pós-textuais para de anexos e referências bibliográficas e virtuais. O primeiro capítulo 
apresenta de forma breve a história de Roma desde a monarquia até o império. O segundo é 
sobre as características das arquiteturas romanas influenciadas pelas culturas dos diferentes 
povos que constituíram a civilização. O terceiro é sobre a cidade romana com maior ênfase nos 
principais tipos de construções. O quarto capítulo trata das considerações conclusivas sobre o 
assunto abordado no trabalho. Em anexos é possível entender como funcionavam alguns 
edifícios e elementos da cidade romana. 
 
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica em diversas fontes cujas citações 
contribuem para tornar informações verdadeiras. 
 
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SUMÁRIO 
 
1. UM BREVE HISTÓRICO SOBRE ROMA......................................................... PÁG. 05 
2. A URBANIZAÇÃO DE ROMA............................................................................. PÁG. 06 
2.1 ARQUITETURA ROMANA........................................................................... PÁG. 06 
2.2 CIDADE ROMANA.......................................................................................... PÁG. 08 
3. CONCLUSÃO......................................................................................................... PÁG. 15 
4. ANEXOS.................................................................................................................. PÁG. 16 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E VIRTUAIS.......................................... PÁG. 20 
 
 
 
 
 
 
 
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1. UM BREVE HISTÓRICO SOBRE ROMA 
 
A civilização romana iniciou no século VIII a. C., a partir de povos nômades (os indu-europeus) 
que formaram um pequeno povoado na porção central da Península Itálica, o qual veio a se 
tornar um poderoso Estado com a influência de diversas culturas e etnias. “Antes de falarmos 
sobre a criação da civilização romana, devemos assinalar os diversos povos que contribuíram 
para a sua origem. Entre estes, destacamos os etruscos, úmbrios, latinos, sabinos, samnitas e 
gregos.” Sousa (2018). 
 
A sociedade romana era organizada em classes cujo topo era ocupado pelos patrícios e a base 
pelos escravos da seguinte forma: a) patrícios ou nobres – eram os grandes proprietários de 
terras e de gados, descendentes daqueles que promoveram a ocupação inicial do território; b) 
plebeus – eram pequenos agricultores, comerciantes, pastores e artesãos; c) clientes – os 
homens de negócios, intelectuais ou camponeses que tinham interesse em cargos públicos; d) 
escravos – eram plebeus endividados e prisioneiros de guerra. Os plebeus e os escravos, assim 
como as mulheres não podiam participar da política. Essa organização social permaneceu assim 
até o império. Eram considerados cidadãos romanos os nascidos em Roma. 
 
Roma teve três fases políticas: Monarquia (753 - 509 a.C), República (509 - 27 a.C) e Império 
(27 a.C – 476 d.C). O período monárquico foi iniciado com os povos latinos, os primeiros a 
habitarem a região. Nessa época a economia era baseada na agricultura e em atividades pastoris 
e o rei, apoiado pelo Senado, detinha todo o poder político sobre a população. O Senado era o 
Conselho de Anciãos composto por patrícios. A cidade romana teve sete reis, dos quais os 
últimos foram de origem etrusca e, provavelmente, dominaram por cerca de 100 anos. 
 
Quando o derradeiro monarca foi deposto, em 509 a. C., pelos patrícios, os mesmos decidiram 
por não deixar o poder centralizado em uma única pessoa e colocaram dois cônsules no poder 
iniciando, assim, o período republicano. De acordo com Spinece (2018) “O governo romano 
durante a República foi exercido a partir de três órgãos principais: o Senado, responsável por 
criar as leis; as Assembleias, responsáveis por votá-las; e a Magistratura, conjunto de cargos 
eleitos pela Assembleia Centuriata que exerciam funções específicas para executar as leis.” 
 
Nos dois últimos séculos da República de base patrícia houveram convulsões sociais, revol- 
 
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tas de escravos e, sobretudo, disputas de poder entre os etruscos que geraram as guerras civis e 
a expansão territorial de Roma, tudo isso levantou novas demandas políticas que reivindicavam 
certa centralização do poder, assim iniciou a fase imperial. 
 
O império romano é a fase do auge de Roma, teve início em 27 a.C. com a coroação de Otávio 
para imperador de Roma que marcou o período da centralização do poder cuja posse deixou de 
ser do Senado para estar na figura do imperador. Em 476 d.C. houve o fim do período imperial, 
quando o último imperador, Rômulo Augusto, foi destituído do trono. 
 
2. A URBANIZAÇÃO DE ROMA 
 
2.1 ARQUITETURA ROMANA 
 
Roma começou como uma pequena vila na fronteira entre o território etrusco e o território 
grego, depois se desenvolveu até virar uma urb expressando por toda a sua configuração a 
mistura de diversas culturas que contribuiu para a formação de uma arquitetura imponente com 
luxo, grandiosidade e funcionalidade, solidez, simetria e harmonia, arcos e abóbodas, essas são 
características elencadas por muitos autores em seus artigos sobre a arquitetura romana: 
Luxo e grandiosidade: influências da cultura grega. Solidez das construções: 
herdada dos etruscos. Simetria e a harmonia: conseguidas através de formas 
regulares. Influência dos povos italianos. De tal modo, os romanos introduziram na 
arquitetura novos materiais, como o uso do cimento, e também novas técnicas. 
O arco, desconhecido dos gregos, foi uma inovação dos romanos, utilizado sobretudo 
nas construções destinadas a comemorar as grandes vitórias militares. (AIDAR, 
2020). 
 
As arquiteturas e técnicas construtivas recebidas de outras culturas os romanos aprimoraram e 
até modificaram criando novas técnicas e novos elementos, como por exemplo: dos estilos 
arquitetônicos gregos, dórico, jônico e coríntio retiraram duas novas formas de construção, a 
toscana e a composta, como pode-se ver na figura 01, na página 7. As palavras de Dias reforçam 
a diversidade na cultura romana: 
Influenciados pelas culturasgrega e etruscas, os romanos aperfeiçoaram instrumentos 
de desenho e cálculo, incrementaram o uso dos arcos, dos etruscos, combinando 
arcadas e colunatas. Também estenderam o uso de coberturas abobadadas e 
inventaram a cúpula. Com caráter mais prático, a arquitetura grega se reinventou no 
que diz respeito ao uso dos materiais, passando a usar tijolos, blocos de pedra e 
concreto. Ela foi utilizada pelos romanos na construção de estradas, lavatórios 
públicos e palácios, e na criação de sistema de abastecimento de água através de 
aquedutos. (DIAS, 2019). 
 
 
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Os romanos inovaram com o arco de volta perfeita, a cúpula, e a abóboda de berço. Os arcos e 
as abóbadas eram empregados nos edifícios para vencer grandes vãos como também para 
demonstrar o poderio do Estado nos edifícios monumentais, assim como afirma Cruz, 2019: 
“No século I d.C, Roma já havia superado as influências etruscas e gregas, das proporções 
matemáticas até estruturas em abóbadas. Ela, então, começou a inovar a sua arte e desenvolver 
projetos originais de arquitetura romana. O objetivo era formar um caráter próprio e demonstrar, 
de fato, toda a grandeza de seu império”. 
 
 
Figura 1. Estilos de colunas toscana e composta (romanas) e colunas gregas. Fonte: Cruz, 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. A) Basílica de São Pedro. Abóboda em destaque. B) Coliseu, com iluminação de destaque nos arcos. 
Fonte: Cruz, 2019. 
 
 
Os principais tipos de arquitetura romana foram os templos, edifícios para espetáculos públicos, 
obras públicas e comemorativas, construções para uso público e palácios e residências privadas. 
 A B 
 
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2.2 CIDADE ROMANA 
 
A cidade romana desenvolvia-se em torno de uma praça pública (o fórum), em volta dela eram 
construídos edifícios públicos como a cúria, os templos e as basílicas. Nos arredores ficavam 
os teatros, anfiteatros, bibliotecas, termas e os arcos do triunfo. (Ver Figura 3). 
 
As cidades romanas eram organizadas de forma idêntica em todo o território, mantendo um 
traçado ortogonal e características semelhantes entre si em relação à rua e aos prédios públicos. 
Isso contribuiu para a uniformização progressiva dos hábitos de vida em toda a Roma. A parte 
central da cidade romana cercada por muralhas era denominada urbis, era configurada por 
quarteirões simétricos como um tabuleiro de xadrez, (ver figura 4, na página 9). A parte de 
forma das muralhas era o campo. Na porção alta ficavam os templos, já na porção baixa, o 
Fórum (que funcionava como o centro da cidade). 
 
 
Figura 3. Configuração da cidade de Roma. Fonte: BOSCH, 2018. 
Aqueduto: para 
conduzir a água 
de fontes distantes 
e distribuí-la para 
a cidade 
Circo: onde ocorriam espe-
táculos como a corrida de 
cavalos puxados por carros. 
 
Fórum: era o centro do poder da 
cidade. Onde aconteciam atividades 
políticas e comerciais. Ao seu redor 
encontravam-se comércios e edifícios. 
Templo: dedicado a um 
deus, no seu interior 
ficava a estátua do desse. 
O panteão era o templo de 
todos os deuses. 
 
Templo: nele fi.cava a 
estátua do deus 
 
Muralha: 
muros defensivos construídos 
em pedras para proteger a 
urbis. 
 
Teatro: 
onde aconteciam 
apresentações de 
comédias e tragédias. 
Anfiteatro: para celebrações e 
para combates entre gladiadores ou 
lutas desses guerreiros contra 
animais selvagens. 
Termas: local destinado a banhos 
públicos em piscinas aquecidas e a 
ginásticas. Havia em anexo 
bibliotecas, museus e jardins. 
Arco do triunfo: 
simbolizava as 
conquistas militares do 
estado romano. 
 
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Figura 4. Planta ortogonal das ruinas romanas de Timgad, na actual Argélia. 
Fonte: DELGADO, [s.d.]. 
 
Na figura 4 é possível ver que as cidades romanas, tinham os seus espaços divididos em 
quadrângulos regulares, esse quadrângulos eram baseados nos acampamentos militares 
chamados castrum, os quais eram divididos em quatro partes chamadas distritos e eram 
constituídos em cardo na posição norte-sul e decumanus na posição leste-oeste da seguinte 
forma: 
O esquema mais organizado era o baseado em dois eixos principais: o cardo maximus 
(norte-sul) e o decumanus maximus (leste-oeste), cuja interseção se encontravam os 
fóruns. Entretanto, algumas cidades, como Pompeia, possuíam dois ou mais fóruns 
secundários. A forma da cidade geralmente correspondia a um quadrado, mas poderia 
ser em um polígono desigual, como a cidade de Silchester na Grã-Bretanha. Nos 
fóruns, [...] eram realizadas as principais reuniões políticas, legislativas, judiciais, 
comerciais e religiosas (ALBUQUERQUE, 2017). 
 
As principais preocupações urbanísticas dos romanos eram o planejamento das cidades que 
consistia basicamente na construção das ruas principais: o cardo e o decumano, (ver figura 5); 
na infraestrutura: pontes, sistemas de esgotos, e abastecimento de água (os aquedutos) e nas 
construções domésticas e públicas: domus – residência urbana das famílias abastadas; insulae 
– habitação da população mais desfavorecida e villae – uma moradia rural cujas edificações 
formavam o centro de uma propriedade agrícola. Sobre o planejamento da cidade: 
Os romanos privilegiavam uma cidade planejada ortogonalmente conectada 
pelas estradas pavimentadas, abastecida por aquedutos e rede de esgotos. O 
planejamento seguia as tradições etruscas e gregas, especialmente as das cidades 
helenísticas. A cidade helenística, como aponta Mumford (1998), é equipada com 
sistema sanitário, possui ordenação geométrica e tende a uma estética unificada. A 
impressão estética é enaltecida com a adoção de longos eixos em perspectiva e 
monumentalidade. (ALBUQUERQUE, 2017). 
 
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Figura 5. Lucca romana. Adaptado do Google Earth. Fonte: ALBUQUERQUE, 2017. 
 
 
Os romanos se preocupavam também com o funcionamento das cidades, o lazer e a vida pública, 
por isso construíram saneamento básico, cisternas, quedutos, barragens, sistema de 
aquecimento, pontes, muralhas fortificadas, estradas pavimentadas, termas, anfiteatro, circo e 
fórum, insulae, vilae e domus. Tudo isso fez de Roma uma nação grandiosa, luxuosa e poderosa. 
de No entando, a crescente expansão da população, fez surgir áreas sem nenhum planejamento, 
bem como bairros mais distantes, nos quais não havia um padrão de organização e ressaltavam 
as diferenças sociais. 
 
Os principais tipos de construções de Roma foram: 
a) Moradias: domus, residências dos patrícios, espaçosas, aquecidas, equipadas com 
banheiros e bem construídas; insulae – habitação das pessoas mais desfavorecidas, eram 
apartamentos apertados, sem conforto e insalubre uma vez que o esgoto era jogado em valas 
abertas e villae – uma moradia rural cujas edificações formavam o centro de uma 
propriedade agrícola. 
 
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b) Estradas: Provavelmente os romanos não foram os criadores das estradas mas foram eles os 
responsáveis pela rede de caminhos pavimentados que ligavam todas as regiões do continente 
europeu. Precisaram fazer isso para percorrerem seus domínios, assim, a rede de vias conectava 
a Europa, o Oriente Médio e o norte da África. As estradas serviam para o transporte de tropas 
e de suprimentos, que abasteciam as conquistas do Estado, depois se tornaram úteis pata fazer 
rotas de comércio e de trocas de mensagens. 
 
As estradas romanas possuíam 4 a 6 metros de largura, o que permitia a passagem livre de 
pedestres e carros, e tinham 1 metro de profundidade, uma vez que eram construídas com várias 
camadas: barro, areia, argila, concreto, cascalho e pedra sobre argamassa, além disso, havia a 
preocupação em construí-las de modo que a água fosse drenada pelas pedras. 
 
c) Saneamento básico: era um sistema de esgoto chamado de cloaca máxima, infelizmente, não 
atendia a toda a cidade, nos bairros mais pobres, acumulava-se lixo e detritos de todo o tipo a 
céu aberto, propagando doenças como a malária. Foramconstruídos aquedutos para transportar 
água e garantir o abastecimento à população. 
 
d) Aquedutos: os romanos construíram galerias com arcos de volta perfeita para conduzir água 
para as suas cidades: os aquedutos. Eles os faziam em forma de arcos porque esses eram capazes 
de suportar o grande peso da estrutura e da água. Os condutores eram feitos de tijolos e 
revestidos internamente por cimento e eram chamados de canalis. A água chegava nas 
proximidades das cidades e era despejada em reservatórios denominados castellum, depois, era 
conduzida por tubos de chumbo ou de bronze para a residência dos mais ricos e para as termas. 
A água era sempre proveniente de locais mais elevados, isso ajudava a impulsionar melhor o 
líquido pela distribuição pelo sistema. 
 
“Os aquedutos, como as estradas, também são considerados um serviço público; são 
construídos em todas as cidades pelo Estado ou pelas administrações locais para satisfazer os 
usos coletivos, e apenas secundariamente os usos individuais.” (BENÈVOLO, 1997). 
 
e) Pontes: as pontes construídas de pedras tinham a estrutura em arcos e eram muito fortes para 
suportarem pesos, nas palavras de Benévolo, 1997 “A passagem dos cursos de água exige a 
construção de numerosas pontes de pedra ou de madeira; [...]”. Assim, as pontes de arco romano 
 
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eram geralmente semicirculares, embora algumas fossem segmentares, (isto é, arcos menores 
um do que um semicírculo), construídas desse modo as ponte era leve e permitiam a passagem 
de grande vasão de água da enchente. Geralmente, as estrutura era feita de pedras em arco 
primárias em forma de cunha (aduelas) de mesmo tamanho e forma. Os romanos construíram 
também, foram os primeiros e os únicos a construírem pontes em concreto, as Opus 
caementicium, as quais eram revestidas de tijolos ou alvenaria. 
 
f) Barragens: as barragens foram mais fortemente empregadas na fase do império romano, os 
tipos mais construídos eram as de aterro cheias de terra ou de rocha e as de gravidade de 
alvenaria, serviam para reter grandes quantidades de água para abastecer suas cidades, para 
irrigação, controle de enchentes, desvio de rios, retenção de solo ou uma combinação dessas 
funções. Os romanos foram os primeiros a utilizarem arcos e contrafortes para estabilizarem a 
estrutura das barragens e inovaram com as represas de arco-gravidade, represas de arco, 
barragens de contraforte e barragens de contraforte de múltiplos arcos. 
 
g) Canais: os canais romanos também eram destinadas à irrigação, drenagem, recuperação de 
terras, controle de enchentes e navegação, quando viável, assim como as barragens e os 
aquedutos. 
 
h) Cisternas: eram reservatórios de água doce comumente instalados nos terminais dos aquedutos 
e as linhas de ramal dos mesmos para abastecer famílias urbanas, fazendas agrícolas, palácios 
imperiais, termas ou bases navais da marinha romana. 
 
i) Termas: um tanque de água em lugar protegido das intempéries climáticas onde a pessoa podia 
mergulhar para se banhar. As termas ficavam em grandes salões com capacidade de receber 
muitas pessoas de uma só vez, com banhos quentes e frios e salas de massagem. Próximo a 
esses espaços, foram instalados campos de esporte, jardins, bibliotecas e salas de descanso. 
 
j) Hipocausto: era um sistema de aquecimento por piso radiante, usado para aquecer com ar 
quente casas e outros edifícios públicos ou privados como também para aquecer os banhos nas 
termas. O chão era erguido acima do solo por pilares, chamados pilhas de pilae, com uma 
camada de ladrilhos, depois uma camada de concreto, depois outra de ladrilhos no topo; e 
espaços eram deixados dentro das paredes para que o ar quente e a fumaça do forno passassem 
 
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por essas áreas fechadas e por chaminés no telhado, aquecendo, mas não poluindo o interior da 
sala. 
 
k) Anfiteatros, teatros e circos: essas construções eram para os maiores entretenimentos da 
população. Os teatros eram destinados à apresentações culturais, onde se podia assistir à peças 
de tragédia e comédia, sendo construídos em forma de meia lua para que os espectadores 
pudessem ver os atores de frente. 
 
Os circos eram grandes e espaços e destinados a diversos eventos a céu aberto, os principais 
eventos eram as corridas de cavalos puxados por carros conduzidos por um auriga (cocheiro) 
que levava as rédeas dos cavalos em uma mão e um chicote na outra, tais corridas podiam de 
duas modalidades: com quatro cavalos (quadrigae) ou com dois cavalos (bigae). Outro 
espetáculo eram as brigas entre os animais selvagens. As jornadas no circo eram amenizadas 
com música e a participação de malabaristas e acrobatas. Antes de iniciar o espetáculo, os 
participantes desfilavam diante do público com suas melhores roupas. 
 
Nos anfiteatros aconteciam celebrações e combates entre gladiadores ou lutas desses guerreiros 
contra animais selvagens e até batalhas navais. Eram obras grandiosas, o Coliseu, cujo nome 
já indica, é o mais esplêndido exemplo desse tipo de construção: 
O anfiteatro foi construído principalmente com calcário extraído localmente com 
paredes laterais de tijolo, concreto e pedra vulcânica (tufa). As abóbadas foram 
construídas com pedra-pomes mais leve. O tamanho do anfiteatro foi a possível 
origem do nome popular de Coliseu, [...] O anfiteatro era espetacular, do lado de fora 
haviam arcadas monumentais abertas em cada um dos três primeiros andares 
apresentando arcos cheios de estátuas. O primeiro andar carregava colunas dóricas, o 
segundo jônico e o terceiro nível coríntios. O último andar tinha pilastras coríntias e 
pequenas janelas retangulares. (CARTWRIGHT, 2018, tradução nossa). 
 
Os anfiteatros eram construídos em pedras, em forma de elipse, com arquibancadas 
circundando-o na parte interna e a arena onde aconteciam os eventos. Infelizmente a 
arquibancada do Coliseu fazia segregação das classes sociais da população expressa nas 
disposições e composições dos assentos, 
por dentro, apresentava três fileiras de assentos circundando a arena reservados para 
todas as classes da população: havia um amplo terraço de mármore (pódio) protegido 
por uma parede dentro da qual ficavam os prestigiosos bancos ou camarotes de onde 
o imperador e outros dignitários assistiriam aos eventos. Além dessa área, os assentos 
de mármore foram divididos em zonas: para cidadãos mais ricos, cidadãos de classe 
média, escravos e estrangeiros e, finalmente; assentos de madeira e espaço para pés, 
reservada para mulheres e pobres, na colunata de telhado plano na camada 
superior. No topo dessa plataforma de telhado, havia um toldo (velarium) que 
protegiam os espectadores da chuva ou forneciam sombra nos dias quentes. (op. cit., 
2018, tradução nossa). 
 
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Essas construções mostram que os romanos reservavam um tempo para o laser, apesar de o 
muito desse lazeres envolverem espetáculos sangrentos como a luta de gladiadores, os 
eventos eram uma forma de o imperador mostrar o poder sobre os indivíduos como também 
mostrar o luxo e o esplendor das arquiteturas, a diversão e a expressão do poderio do império. 
 
l) Muralhas defensivas: eram construídos muros altos e fortificados ao invés de fortalezas 
para assegurarem a urbis. No período da república romana as muralhas eram feitas de blocos 
poligonais irregulares maciços bem ajustados, moldados, uma muralha simples era chamada 
de agger. Do lado de fora da urbis à base do grande muro defensor eram feitas valas ou 
fossas. 
 
m) Arcos do Triunfo e obeliscos: o arco do triunfo, uma estrutura monumental com uma ou 
mais passagens em arco, muitas vezes projetadas para atravessar uma estrada, eram 
construídos em um entablamento quadrado para celebrar conquistas militares. 
Esses arcos costumavam ser construídos em mármore e eram decorados com relevos 
mostrando cenas de batalhas e inscrições, para destacar a glória dos generais e dos 
seus soldados.Era muito comum que uma grande estátua do general, conduzindo uma 
quadriga, fosse colocada no topo do arco, embora nenhuma delas tenha sobrevivido, 
já que eram feitas em bronze ou outros metais de alto valor. (FÜHR, 2020). 
 
Já o obelisco, era construído com uma única pedra (monólito) esculpida até atingir o formato 
de um monumento alto, de quatro lados, estreito e afilado, que termina em forma de 
pirâmide no topo. Os romanos encomendaram obeliscos em um antigo estilo egípcio e, 
segundo Imbroisi, 2021, utilizavam navios pesados especiais aos quais chamavam “navios 
obelisco” para transportar os monumentos pelo Nilo até Alexandria e, de lá, através do 
Mediterrâneo até Óstia Antiga, de onde eles eram transportados pelo Tibre até a capital 
imperial. Quando chegavam ao local desejado, usavam grandes guindastes para erguê-los. 
 
n) Templos: os templos romanos eram muito similares aos templos gregos, porém, 
possuíam duas diferenças: assentava-se sobre um patamar elevado, com uma escadaria 
na fachada principal, e os muros da nave prolongavam-se do interior até as colunas 
exteriores, depois do pórtico. Também existem templos romanos de planta circular, 
como o Panteão de Agripa. 
 
 
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3. CONCLUSÃO 
 
É possível compreender que o urbanismo da Roma antiga foi desenvolvido para a manutenção 
da cidade, da vida pública, para o lazer e para demonstrar as conquistas e o poder romanos e 
que os edifícios eram construídos com funcionalidades diferentes tanto para o uso público, 
como privado e para as classes sociais. 
 
Subentende-se também que a arquitetura de Roma rendeu muitas contribuições para a 
construção civil nos períodos posteriores da história, como o saneamento básico, aquedutos, 
pavimentação de estradas, revestimento, captação de água de fontes distantes para a cidade, 
banheiros públicos, termas (que hoje são as conhecidas saunas). Essas construções foram um 
de certa forma um avanço no modo de vida naquela época. 
 
Roma, a capital da Itália, surgiu na Península Itálica, a partir da mistura dos povos gregos, 
etrusco e italiotas que se estabeleceram no local, e essa mistura foi a responsável pelas 
imponentes construções da civilização. O povoado inicial veio a se tornar monarquia, depois 
república e por último império. O Império Romano foi grandioso e se tornou o auge da 
civilização romana. 
 
Ao ver os edifícios antigos romanos podemos até relacionar as suas arquiteturas à grega, como 
que Roma tenha sido mais influenciada pela cultura dos gregos, como vemos nos templos aos 
deuses. Mas é sabido que a Grécia não só tem participação na arquitetura nomana como tem, 
também, em outros aspectos: na mitologia, na política, na expressividade literária, na arte de 
esculpir, no teatro, 
 
O luxo e a monumentalidade dos edifícios romanos antigos, não somente mostram a grandeza 
de Roma, como também revelam que as arquiteturas e as cidades romanas eram planejadas 
feitas sob a preocupação com a funcionalidade e o desenvolvimento de técnicas construtivas. 
Isso podemos ver nos edifícios imponentes que perduraram durante séculos, ainda que 
desgastados pelo tempo, o Coliseu, o Panteão, a Basílica de São Pedro e o Castelo de Saint 
Angelo, dentre outros monumentos são registros histórico da grande Roma Antiga. 
 
 
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4. ANEXOS 
 
ANEXO A - DOMUS E INSULAE 
 
 
Esquema ilustrado eu mostra como era composta uma domus e as insulae em corte. Fonte: Nascimento, [s.d]. 
 
 
ANEXO B – ARQUITETURA DO AQUEDUTO ROMANO 
 
 
Ilustração de como funcionava a condução da água por um aqueduto romano até a cidade. A mesma estrutura arquitetônica 
com arcos era empregada nas pontes romanas. Fonte: Albuquerque, 2017. 
 
 
 
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ANEXO C – ARQUITETURA DO TEATRO ROMANO 
 
 
Ilustração da arquitetura do um teatro romano com a representação dos scaenae, palco, arquibancada e a parte abaixo da 
arquibancada em seção. Scaenae era o nome da estrutura permanente altamente decorada que servia de fundo para o palco e 
scanae frons, para essa estrutura em posição frontal; palpitum, é plataforma, servia como palco. 
Fonte: FÜHR, 2020, tradução nossa. 
 
 
 
 
ANEXO D – TERMA 
 
 
Representação da planta de uma terma. Fonte: Delgado, [s.d.]. 
 
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ANEXO E – PLANTA BAIXA, CORTES E ELEVAÇÕES DO COLISEU 
 
 
 
 
 
 
 
Planta elevações e cortes.A) Elevação parcial; B: Corte 1 X-X; C) 1∕4 da planta do pavimento coríntio; D) 1∕4 da planta do 
pavimento jônico; E: 1∕4 da planta do último pavimento e F) 1∕4 da planta do pavimento térreo. Scale for plan: escala para a 
planta. Scale for elev & sect : escala para elevações e cortes. Fonte: adaptado de Fetcher, 1986, tradução nossa. 
1 
2 
3 
1 
5 
6 
4 
9 
7 
8 
1- Mastros 
2- Velarium (coberta) 
3- Cordas 
4- muro de cerca (removível) 
5- Acesso inferior do imperador 
6- Câmara do imperador 
7- Pódio 
8- Acesso dos gladiadores 
9- Câmara dos cônsules 
Os mastros seguravam a coberta sobre a arquibancada do 
Coliseu constituída de vários tecidos (os véus) e as cordas 
serviam para puxá-los tornando o velarium retrátil. 
 
 
n n 
4 
 
19 
 
ANEXO F – CIRCO ROMANO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilustração que mostra como era o circo romano. Fonte: adaptado de NIERGA, 2021, tradução nossa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 - Porta de onde os participantes saíam para desfilar antes da corrida. 
2 - Compartimentos onde ficavam os carros antes da corrida e de onde se dava a largada. 
3 - Tribunal dos juízes. 
4 - Sipina ou espinha, geralmente era decorada por obeliscos, estátuas e colunas e nas extremidades ficavam 
as metas. 
5 - Porta triunfal, a saída do vencedor. 
6 - Primeira meta 
7 - Segunda meta 
8 - Lugar reservado para as pessoas de cargos públicos. 
9 - Arquibancada com acesso ao exterior por escadas. 
10 - Arena ou areia. Espaço onde ocorriam os espetáculos. 
1 
8 
3 
4 
5 
6 
2 19 
7 
10 
 
20 
 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E VIRTUAIS 
 
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<https://www.todamateria.com.br/arquitetura-romana/>. Acesso em: 22 set. 2021. 
 
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Culturas, 2017. Disponível em: <https://arteculturas.com/2017/05/06/roma-cidades-e-
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Disponível em: <https://sitedealexandredefreitas.files.wordpress.com/2017/06/livro-
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<https://entremitosyaulas.blogspot.com/2018/03/les-ciutats-romanes.html>. Acesso em: 23 set. 
2021 
 
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<https://www.worldhistory.org/Colosseum/>. Acesso em: 27 set. 2021. 
 
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Viva Decora Pro. Disponível em: <https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/arquitetura-
romana/>. Acesso em: 22 set. 2020. 
 
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[s.d.]. 16 slides, color, 33,867 cm x 19,05 cm. Disponível em: 
<https://www.emaze.com/@AWZRFFZL>. Acesso em: 23 set. 2021. 
 
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<https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/arquitetura-romana>. Acesso em: 22 set. 
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craftsman and amateur. 1ª ed. Londres: B. T. Batsford, 1896. 
 
FÜHR, Moacir. Os 15 arcos do triunfo mais famosos da Roma Antiga. Apaixonados por 
História, 2020. Disponível em: <https://apaixonadosporhistoria.com.br/artigo/270/os-15-arcos-do-triunfo-mais-famosos-da-roma-antiga>. Acesso em 27 set. 2021. 
 
GARCIA, Hortensia. Las ruinas del circo romano salen a la vista en San Juan del Hospital. 
Levante, 2019. Disponível em: <https://www.levante-emv.com/valencia/2019/03/02/ruinas-
circo-romano-salen-vista-13936250.html>. Acesso em: 27 set. 2021. 
 
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Disponível em: <https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/obeliscos-roma/>. 
Acesso em 27 set 2021. 
 
NASCIMENTO, Rafael. Capítulo 10- O Império Romano: aula 5 - cultura romana. Prof. 
Rafael Nascimento, [s.d.]. 30 slides, color, 33,867 cm x 19,05 cm. 
Disponível em: <http://www.editoraopirus.com.br/uploads/df/materiais/historia/df-historia-
rafael-5f8f0a3e41b93.pdf.>. Acesso em: 27 set. 2021. 
 
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<https://www.roigsat.com/historia-calefaccion/hipocausto/> Acesso: 27 set. 2021. 
 
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Disponível em: <https://www.sohistoria.com.br/ef2/roma/>. Acesso em: 15 set. 2021. 
 
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<https://brasilescola.uol.com.br/historiag/imperio-romano.htm>. Acesso em 21 de set. 2021. 
 
SOUSA, Rainer. Roma Antiga. Brasil Escola, [s.d.]. Disponível em: 
<https://brasilescola.uol.com.br/historiag/roma-antiga.htm>. Acesso em: 20 de set 2021. 
 
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SPINACE, Otávio. Roma Antiga. Quero Bolsa, 2018. Disponível em: 
<https://querobolsa.com.br/enem/historia-geral/roma-antiga>. Aceso em: 20 de set 2021.

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