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FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO EUDÓCIA ROSIENE BARRETO DE SÁ CIDADE ROMANA PETROLINA 2021 2 EUDÓCIA ROSIENE BARRETO DE SÁ CIDADE ROMANA Trabalho apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade UniFTC, como requisito parcial à obtenção de nota da disciplina de Urbanismo I lecionada pela Profa. Ma. Joanna Milanez. PETROLINA 2021 3 APRESENTAÇÃO Entender o processo de urbanismo das cidades é muito importante, para entender como isso acontece, partindo das civilizações antigas é possível compreender que o processo não é tão rápido e nem desconecto da formação sócio política, econômica e cultural das sociedades e muito menos das tecnologias construtivas e materiais disponíveis em cada período da história, pelo contrário, esses aspectos avançam à medida que o homem evolui e transforma os espaço, os seus conhecimentos, a sua visão de mundo, etc. Por isso o presente estudo estuda como a civilização da Roma Antiga se transformou nos aspectos da arquitetura e do urbanismo ao longo do tempo, partindo da história da sua formação como vila até o desenvolvimento e configuração desta como cidade. O objetivo específico do presente trabalho de pesquisa é explanar o processo de formação da zona urbana de Roma. Os demais objetivos são: fazer com que o leitor conecte o processo de formação da cidade aos aspectos sociais, polícias e econômicos da mesma; mostrar como os materiais eram empregados nas principais de construções romanas e como essas construções funcionavam. Este trabalho de pesquisa está organizado em 4 capítulos no desenvolvimento e 2 elementos pós-textuais para de anexos e referências bibliográficas e virtuais. O primeiro capítulo apresenta de forma breve a história de Roma desde a monarquia até o império. O segundo é sobre as características das arquiteturas romanas influenciadas pelas culturas dos diferentes povos que constituíram a civilização. O terceiro é sobre a cidade romana com maior ênfase nos principais tipos de construções. O quarto capítulo trata das considerações conclusivas sobre o assunto abordado no trabalho. Em anexos é possível entender como funcionavam alguns edifícios e elementos da cidade romana. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica em diversas fontes cujas citações contribuem para tornar informações verdadeiras. 4 SUMÁRIO 1. UM BREVE HISTÓRICO SOBRE ROMA......................................................... PÁG. 05 2. A URBANIZAÇÃO DE ROMA............................................................................. PÁG. 06 2.1 ARQUITETURA ROMANA........................................................................... PÁG. 06 2.2 CIDADE ROMANA.......................................................................................... PÁG. 08 3. CONCLUSÃO......................................................................................................... PÁG. 15 4. ANEXOS.................................................................................................................. PÁG. 16 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E VIRTUAIS.......................................... PÁG. 20 5 1. UM BREVE HISTÓRICO SOBRE ROMA A civilização romana iniciou no século VIII a. C., a partir de povos nômades (os indu-europeus) que formaram um pequeno povoado na porção central da Península Itálica, o qual veio a se tornar um poderoso Estado com a influência de diversas culturas e etnias. “Antes de falarmos sobre a criação da civilização romana, devemos assinalar os diversos povos que contribuíram para a sua origem. Entre estes, destacamos os etruscos, úmbrios, latinos, sabinos, samnitas e gregos.” Sousa (2018). A sociedade romana era organizada em classes cujo topo era ocupado pelos patrícios e a base pelos escravos da seguinte forma: a) patrícios ou nobres – eram os grandes proprietários de terras e de gados, descendentes daqueles que promoveram a ocupação inicial do território; b) plebeus – eram pequenos agricultores, comerciantes, pastores e artesãos; c) clientes – os homens de negócios, intelectuais ou camponeses que tinham interesse em cargos públicos; d) escravos – eram plebeus endividados e prisioneiros de guerra. Os plebeus e os escravos, assim como as mulheres não podiam participar da política. Essa organização social permaneceu assim até o império. Eram considerados cidadãos romanos os nascidos em Roma. Roma teve três fases políticas: Monarquia (753 - 509 a.C), República (509 - 27 a.C) e Império (27 a.C – 476 d.C). O período monárquico foi iniciado com os povos latinos, os primeiros a habitarem a região. Nessa época a economia era baseada na agricultura e em atividades pastoris e o rei, apoiado pelo Senado, detinha todo o poder político sobre a população. O Senado era o Conselho de Anciãos composto por patrícios. A cidade romana teve sete reis, dos quais os últimos foram de origem etrusca e, provavelmente, dominaram por cerca de 100 anos. Quando o derradeiro monarca foi deposto, em 509 a. C., pelos patrícios, os mesmos decidiram por não deixar o poder centralizado em uma única pessoa e colocaram dois cônsules no poder iniciando, assim, o período republicano. De acordo com Spinece (2018) “O governo romano durante a República foi exercido a partir de três órgãos principais: o Senado, responsável por criar as leis; as Assembleias, responsáveis por votá-las; e a Magistratura, conjunto de cargos eleitos pela Assembleia Centuriata que exerciam funções específicas para executar as leis.” Nos dois últimos séculos da República de base patrícia houveram convulsões sociais, revol- 6 tas de escravos e, sobretudo, disputas de poder entre os etruscos que geraram as guerras civis e a expansão territorial de Roma, tudo isso levantou novas demandas políticas que reivindicavam certa centralização do poder, assim iniciou a fase imperial. O império romano é a fase do auge de Roma, teve início em 27 a.C. com a coroação de Otávio para imperador de Roma que marcou o período da centralização do poder cuja posse deixou de ser do Senado para estar na figura do imperador. Em 476 d.C. houve o fim do período imperial, quando o último imperador, Rômulo Augusto, foi destituído do trono. 2. A URBANIZAÇÃO DE ROMA 2.1 ARQUITETURA ROMANA Roma começou como uma pequena vila na fronteira entre o território etrusco e o território grego, depois se desenvolveu até virar uma urb expressando por toda a sua configuração a mistura de diversas culturas que contribuiu para a formação de uma arquitetura imponente com luxo, grandiosidade e funcionalidade, solidez, simetria e harmonia, arcos e abóbodas, essas são características elencadas por muitos autores em seus artigos sobre a arquitetura romana: Luxo e grandiosidade: influências da cultura grega. Solidez das construções: herdada dos etruscos. Simetria e a harmonia: conseguidas através de formas regulares. Influência dos povos italianos. De tal modo, os romanos introduziram na arquitetura novos materiais, como o uso do cimento, e também novas técnicas. O arco, desconhecido dos gregos, foi uma inovação dos romanos, utilizado sobretudo nas construções destinadas a comemorar as grandes vitórias militares. (AIDAR, 2020). As arquiteturas e técnicas construtivas recebidas de outras culturas os romanos aprimoraram e até modificaram criando novas técnicas e novos elementos, como por exemplo: dos estilos arquitetônicos gregos, dórico, jônico e coríntio retiraram duas novas formas de construção, a toscana e a composta, como pode-se ver na figura 01, na página 7. As palavras de Dias reforçam a diversidade na cultura romana: Influenciados pelas culturasgrega e etruscas, os romanos aperfeiçoaram instrumentos de desenho e cálculo, incrementaram o uso dos arcos, dos etruscos, combinando arcadas e colunatas. Também estenderam o uso de coberturas abobadadas e inventaram a cúpula. Com caráter mais prático, a arquitetura grega se reinventou no que diz respeito ao uso dos materiais, passando a usar tijolos, blocos de pedra e concreto. Ela foi utilizada pelos romanos na construção de estradas, lavatórios públicos e palácios, e na criação de sistema de abastecimento de água através de aquedutos. (DIAS, 2019). 7 Os romanos inovaram com o arco de volta perfeita, a cúpula, e a abóboda de berço. Os arcos e as abóbadas eram empregados nos edifícios para vencer grandes vãos como também para demonstrar o poderio do Estado nos edifícios monumentais, assim como afirma Cruz, 2019: “No século I d.C, Roma já havia superado as influências etruscas e gregas, das proporções matemáticas até estruturas em abóbadas. Ela, então, começou a inovar a sua arte e desenvolver projetos originais de arquitetura romana. O objetivo era formar um caráter próprio e demonstrar, de fato, toda a grandeza de seu império”. Figura 1. Estilos de colunas toscana e composta (romanas) e colunas gregas. Fonte: Cruz, 2019. Figura 2. A) Basílica de São Pedro. Abóboda em destaque. B) Coliseu, com iluminação de destaque nos arcos. Fonte: Cruz, 2019. Os principais tipos de arquitetura romana foram os templos, edifícios para espetáculos públicos, obras públicas e comemorativas, construções para uso público e palácios e residências privadas. A B 8 2.2 CIDADE ROMANA A cidade romana desenvolvia-se em torno de uma praça pública (o fórum), em volta dela eram construídos edifícios públicos como a cúria, os templos e as basílicas. Nos arredores ficavam os teatros, anfiteatros, bibliotecas, termas e os arcos do triunfo. (Ver Figura 3). As cidades romanas eram organizadas de forma idêntica em todo o território, mantendo um traçado ortogonal e características semelhantes entre si em relação à rua e aos prédios públicos. Isso contribuiu para a uniformização progressiva dos hábitos de vida em toda a Roma. A parte central da cidade romana cercada por muralhas era denominada urbis, era configurada por quarteirões simétricos como um tabuleiro de xadrez, (ver figura 4, na página 9). A parte de forma das muralhas era o campo. Na porção alta ficavam os templos, já na porção baixa, o Fórum (que funcionava como o centro da cidade). Figura 3. Configuração da cidade de Roma. Fonte: BOSCH, 2018. Aqueduto: para conduzir a água de fontes distantes e distribuí-la para a cidade Circo: onde ocorriam espe- táculos como a corrida de cavalos puxados por carros. Fórum: era o centro do poder da cidade. Onde aconteciam atividades políticas e comerciais. Ao seu redor encontravam-se comércios e edifícios. Templo: dedicado a um deus, no seu interior ficava a estátua do desse. O panteão era o templo de todos os deuses. Templo: nele fi.cava a estátua do deus Muralha: muros defensivos construídos em pedras para proteger a urbis. Teatro: onde aconteciam apresentações de comédias e tragédias. Anfiteatro: para celebrações e para combates entre gladiadores ou lutas desses guerreiros contra animais selvagens. Termas: local destinado a banhos públicos em piscinas aquecidas e a ginásticas. Havia em anexo bibliotecas, museus e jardins. Arco do triunfo: simbolizava as conquistas militares do estado romano. 9 Figura 4. Planta ortogonal das ruinas romanas de Timgad, na actual Argélia. Fonte: DELGADO, [s.d.]. Na figura 4 é possível ver que as cidades romanas, tinham os seus espaços divididos em quadrângulos regulares, esse quadrângulos eram baseados nos acampamentos militares chamados castrum, os quais eram divididos em quatro partes chamadas distritos e eram constituídos em cardo na posição norte-sul e decumanus na posição leste-oeste da seguinte forma: O esquema mais organizado era o baseado em dois eixos principais: o cardo maximus (norte-sul) e o decumanus maximus (leste-oeste), cuja interseção se encontravam os fóruns. Entretanto, algumas cidades, como Pompeia, possuíam dois ou mais fóruns secundários. A forma da cidade geralmente correspondia a um quadrado, mas poderia ser em um polígono desigual, como a cidade de Silchester na Grã-Bretanha. Nos fóruns, [...] eram realizadas as principais reuniões políticas, legislativas, judiciais, comerciais e religiosas (ALBUQUERQUE, 2017). As principais preocupações urbanísticas dos romanos eram o planejamento das cidades que consistia basicamente na construção das ruas principais: o cardo e o decumano, (ver figura 5); na infraestrutura: pontes, sistemas de esgotos, e abastecimento de água (os aquedutos) e nas construções domésticas e públicas: domus – residência urbana das famílias abastadas; insulae – habitação da população mais desfavorecida e villae – uma moradia rural cujas edificações formavam o centro de uma propriedade agrícola. Sobre o planejamento da cidade: Os romanos privilegiavam uma cidade planejada ortogonalmente conectada pelas estradas pavimentadas, abastecida por aquedutos e rede de esgotos. O planejamento seguia as tradições etruscas e gregas, especialmente as das cidades helenísticas. A cidade helenística, como aponta Mumford (1998), é equipada com sistema sanitário, possui ordenação geométrica e tende a uma estética unificada. A impressão estética é enaltecida com a adoção de longos eixos em perspectiva e monumentalidade. (ALBUQUERQUE, 2017). 10 Figura 5. Lucca romana. Adaptado do Google Earth. Fonte: ALBUQUERQUE, 2017. Os romanos se preocupavam também com o funcionamento das cidades, o lazer e a vida pública, por isso construíram saneamento básico, cisternas, quedutos, barragens, sistema de aquecimento, pontes, muralhas fortificadas, estradas pavimentadas, termas, anfiteatro, circo e fórum, insulae, vilae e domus. Tudo isso fez de Roma uma nação grandiosa, luxuosa e poderosa. de No entando, a crescente expansão da população, fez surgir áreas sem nenhum planejamento, bem como bairros mais distantes, nos quais não havia um padrão de organização e ressaltavam as diferenças sociais. Os principais tipos de construções de Roma foram: a) Moradias: domus, residências dos patrícios, espaçosas, aquecidas, equipadas com banheiros e bem construídas; insulae – habitação das pessoas mais desfavorecidas, eram apartamentos apertados, sem conforto e insalubre uma vez que o esgoto era jogado em valas abertas e villae – uma moradia rural cujas edificações formavam o centro de uma propriedade agrícola. 11 b) Estradas: Provavelmente os romanos não foram os criadores das estradas mas foram eles os responsáveis pela rede de caminhos pavimentados que ligavam todas as regiões do continente europeu. Precisaram fazer isso para percorrerem seus domínios, assim, a rede de vias conectava a Europa, o Oriente Médio e o norte da África. As estradas serviam para o transporte de tropas e de suprimentos, que abasteciam as conquistas do Estado, depois se tornaram úteis pata fazer rotas de comércio e de trocas de mensagens. As estradas romanas possuíam 4 a 6 metros de largura, o que permitia a passagem livre de pedestres e carros, e tinham 1 metro de profundidade, uma vez que eram construídas com várias camadas: barro, areia, argila, concreto, cascalho e pedra sobre argamassa, além disso, havia a preocupação em construí-las de modo que a água fosse drenada pelas pedras. c) Saneamento básico: era um sistema de esgoto chamado de cloaca máxima, infelizmente, não atendia a toda a cidade, nos bairros mais pobres, acumulava-se lixo e detritos de todo o tipo a céu aberto, propagando doenças como a malária. Foramconstruídos aquedutos para transportar água e garantir o abastecimento à população. d) Aquedutos: os romanos construíram galerias com arcos de volta perfeita para conduzir água para as suas cidades: os aquedutos. Eles os faziam em forma de arcos porque esses eram capazes de suportar o grande peso da estrutura e da água. Os condutores eram feitos de tijolos e revestidos internamente por cimento e eram chamados de canalis. A água chegava nas proximidades das cidades e era despejada em reservatórios denominados castellum, depois, era conduzida por tubos de chumbo ou de bronze para a residência dos mais ricos e para as termas. A água era sempre proveniente de locais mais elevados, isso ajudava a impulsionar melhor o líquido pela distribuição pelo sistema. “Os aquedutos, como as estradas, também são considerados um serviço público; são construídos em todas as cidades pelo Estado ou pelas administrações locais para satisfazer os usos coletivos, e apenas secundariamente os usos individuais.” (BENÈVOLO, 1997). e) Pontes: as pontes construídas de pedras tinham a estrutura em arcos e eram muito fortes para suportarem pesos, nas palavras de Benévolo, 1997 “A passagem dos cursos de água exige a construção de numerosas pontes de pedra ou de madeira; [...]”. Assim, as pontes de arco romano 12 eram geralmente semicirculares, embora algumas fossem segmentares, (isto é, arcos menores um do que um semicírculo), construídas desse modo as ponte era leve e permitiam a passagem de grande vasão de água da enchente. Geralmente, as estrutura era feita de pedras em arco primárias em forma de cunha (aduelas) de mesmo tamanho e forma. Os romanos construíram também, foram os primeiros e os únicos a construírem pontes em concreto, as Opus caementicium, as quais eram revestidas de tijolos ou alvenaria. f) Barragens: as barragens foram mais fortemente empregadas na fase do império romano, os tipos mais construídos eram as de aterro cheias de terra ou de rocha e as de gravidade de alvenaria, serviam para reter grandes quantidades de água para abastecer suas cidades, para irrigação, controle de enchentes, desvio de rios, retenção de solo ou uma combinação dessas funções. Os romanos foram os primeiros a utilizarem arcos e contrafortes para estabilizarem a estrutura das barragens e inovaram com as represas de arco-gravidade, represas de arco, barragens de contraforte e barragens de contraforte de múltiplos arcos. g) Canais: os canais romanos também eram destinadas à irrigação, drenagem, recuperação de terras, controle de enchentes e navegação, quando viável, assim como as barragens e os aquedutos. h) Cisternas: eram reservatórios de água doce comumente instalados nos terminais dos aquedutos e as linhas de ramal dos mesmos para abastecer famílias urbanas, fazendas agrícolas, palácios imperiais, termas ou bases navais da marinha romana. i) Termas: um tanque de água em lugar protegido das intempéries climáticas onde a pessoa podia mergulhar para se banhar. As termas ficavam em grandes salões com capacidade de receber muitas pessoas de uma só vez, com banhos quentes e frios e salas de massagem. Próximo a esses espaços, foram instalados campos de esporte, jardins, bibliotecas e salas de descanso. j) Hipocausto: era um sistema de aquecimento por piso radiante, usado para aquecer com ar quente casas e outros edifícios públicos ou privados como também para aquecer os banhos nas termas. O chão era erguido acima do solo por pilares, chamados pilhas de pilae, com uma camada de ladrilhos, depois uma camada de concreto, depois outra de ladrilhos no topo; e espaços eram deixados dentro das paredes para que o ar quente e a fumaça do forno passassem 13 por essas áreas fechadas e por chaminés no telhado, aquecendo, mas não poluindo o interior da sala. k) Anfiteatros, teatros e circos: essas construções eram para os maiores entretenimentos da população. Os teatros eram destinados à apresentações culturais, onde se podia assistir à peças de tragédia e comédia, sendo construídos em forma de meia lua para que os espectadores pudessem ver os atores de frente. Os circos eram grandes e espaços e destinados a diversos eventos a céu aberto, os principais eventos eram as corridas de cavalos puxados por carros conduzidos por um auriga (cocheiro) que levava as rédeas dos cavalos em uma mão e um chicote na outra, tais corridas podiam de duas modalidades: com quatro cavalos (quadrigae) ou com dois cavalos (bigae). Outro espetáculo eram as brigas entre os animais selvagens. As jornadas no circo eram amenizadas com música e a participação de malabaristas e acrobatas. Antes de iniciar o espetáculo, os participantes desfilavam diante do público com suas melhores roupas. Nos anfiteatros aconteciam celebrações e combates entre gladiadores ou lutas desses guerreiros contra animais selvagens e até batalhas navais. Eram obras grandiosas, o Coliseu, cujo nome já indica, é o mais esplêndido exemplo desse tipo de construção: O anfiteatro foi construído principalmente com calcário extraído localmente com paredes laterais de tijolo, concreto e pedra vulcânica (tufa). As abóbadas foram construídas com pedra-pomes mais leve. O tamanho do anfiteatro foi a possível origem do nome popular de Coliseu, [...] O anfiteatro era espetacular, do lado de fora haviam arcadas monumentais abertas em cada um dos três primeiros andares apresentando arcos cheios de estátuas. O primeiro andar carregava colunas dóricas, o segundo jônico e o terceiro nível coríntios. O último andar tinha pilastras coríntias e pequenas janelas retangulares. (CARTWRIGHT, 2018, tradução nossa). Os anfiteatros eram construídos em pedras, em forma de elipse, com arquibancadas circundando-o na parte interna e a arena onde aconteciam os eventos. Infelizmente a arquibancada do Coliseu fazia segregação das classes sociais da população expressa nas disposições e composições dos assentos, por dentro, apresentava três fileiras de assentos circundando a arena reservados para todas as classes da população: havia um amplo terraço de mármore (pódio) protegido por uma parede dentro da qual ficavam os prestigiosos bancos ou camarotes de onde o imperador e outros dignitários assistiriam aos eventos. Além dessa área, os assentos de mármore foram divididos em zonas: para cidadãos mais ricos, cidadãos de classe média, escravos e estrangeiros e, finalmente; assentos de madeira e espaço para pés, reservada para mulheres e pobres, na colunata de telhado plano na camada superior. No topo dessa plataforma de telhado, havia um toldo (velarium) que protegiam os espectadores da chuva ou forneciam sombra nos dias quentes. (op. cit., 2018, tradução nossa). 14 Essas construções mostram que os romanos reservavam um tempo para o laser, apesar de o muito desse lazeres envolverem espetáculos sangrentos como a luta de gladiadores, os eventos eram uma forma de o imperador mostrar o poder sobre os indivíduos como também mostrar o luxo e o esplendor das arquiteturas, a diversão e a expressão do poderio do império. l) Muralhas defensivas: eram construídos muros altos e fortificados ao invés de fortalezas para assegurarem a urbis. No período da república romana as muralhas eram feitas de blocos poligonais irregulares maciços bem ajustados, moldados, uma muralha simples era chamada de agger. Do lado de fora da urbis à base do grande muro defensor eram feitas valas ou fossas. m) Arcos do Triunfo e obeliscos: o arco do triunfo, uma estrutura monumental com uma ou mais passagens em arco, muitas vezes projetadas para atravessar uma estrada, eram construídos em um entablamento quadrado para celebrar conquistas militares. Esses arcos costumavam ser construídos em mármore e eram decorados com relevos mostrando cenas de batalhas e inscrições, para destacar a glória dos generais e dos seus soldados.Era muito comum que uma grande estátua do general, conduzindo uma quadriga, fosse colocada no topo do arco, embora nenhuma delas tenha sobrevivido, já que eram feitas em bronze ou outros metais de alto valor. (FÜHR, 2020). Já o obelisco, era construído com uma única pedra (monólito) esculpida até atingir o formato de um monumento alto, de quatro lados, estreito e afilado, que termina em forma de pirâmide no topo. Os romanos encomendaram obeliscos em um antigo estilo egípcio e, segundo Imbroisi, 2021, utilizavam navios pesados especiais aos quais chamavam “navios obelisco” para transportar os monumentos pelo Nilo até Alexandria e, de lá, através do Mediterrâneo até Óstia Antiga, de onde eles eram transportados pelo Tibre até a capital imperial. Quando chegavam ao local desejado, usavam grandes guindastes para erguê-los. n) Templos: os templos romanos eram muito similares aos templos gregos, porém, possuíam duas diferenças: assentava-se sobre um patamar elevado, com uma escadaria na fachada principal, e os muros da nave prolongavam-se do interior até as colunas exteriores, depois do pórtico. Também existem templos romanos de planta circular, como o Panteão de Agripa. 15 3. CONCLUSÃO É possível compreender que o urbanismo da Roma antiga foi desenvolvido para a manutenção da cidade, da vida pública, para o lazer e para demonstrar as conquistas e o poder romanos e que os edifícios eram construídos com funcionalidades diferentes tanto para o uso público, como privado e para as classes sociais. Subentende-se também que a arquitetura de Roma rendeu muitas contribuições para a construção civil nos períodos posteriores da história, como o saneamento básico, aquedutos, pavimentação de estradas, revestimento, captação de água de fontes distantes para a cidade, banheiros públicos, termas (que hoje são as conhecidas saunas). Essas construções foram um de certa forma um avanço no modo de vida naquela época. Roma, a capital da Itália, surgiu na Península Itálica, a partir da mistura dos povos gregos, etrusco e italiotas que se estabeleceram no local, e essa mistura foi a responsável pelas imponentes construções da civilização. O povoado inicial veio a se tornar monarquia, depois república e por último império. O Império Romano foi grandioso e se tornou o auge da civilização romana. Ao ver os edifícios antigos romanos podemos até relacionar as suas arquiteturas à grega, como que Roma tenha sido mais influenciada pela cultura dos gregos, como vemos nos templos aos deuses. Mas é sabido que a Grécia não só tem participação na arquitetura nomana como tem, também, em outros aspectos: na mitologia, na política, na expressividade literária, na arte de esculpir, no teatro, O luxo e a monumentalidade dos edifícios romanos antigos, não somente mostram a grandeza de Roma, como também revelam que as arquiteturas e as cidades romanas eram planejadas feitas sob a preocupação com a funcionalidade e o desenvolvimento de técnicas construtivas. Isso podemos ver nos edifícios imponentes que perduraram durante séculos, ainda que desgastados pelo tempo, o Coliseu, o Panteão, a Basílica de São Pedro e o Castelo de Saint Angelo, dentre outros monumentos são registros histórico da grande Roma Antiga. 16 4. ANEXOS ANEXO A - DOMUS E INSULAE Esquema ilustrado eu mostra como era composta uma domus e as insulae em corte. Fonte: Nascimento, [s.d]. ANEXO B – ARQUITETURA DO AQUEDUTO ROMANO Ilustração de como funcionava a condução da água por um aqueduto romano até a cidade. A mesma estrutura arquitetônica com arcos era empregada nas pontes romanas. Fonte: Albuquerque, 2017. 17 ANEXO C – ARQUITETURA DO TEATRO ROMANO Ilustração da arquitetura do um teatro romano com a representação dos scaenae, palco, arquibancada e a parte abaixo da arquibancada em seção. Scaenae era o nome da estrutura permanente altamente decorada que servia de fundo para o palco e scanae frons, para essa estrutura em posição frontal; palpitum, é plataforma, servia como palco. Fonte: FÜHR, 2020, tradução nossa. ANEXO D – TERMA Representação da planta de uma terma. Fonte: Delgado, [s.d.]. 18 ANEXO E – PLANTA BAIXA, CORTES E ELEVAÇÕES DO COLISEU Planta elevações e cortes.A) Elevação parcial; B: Corte 1 X-X; C) 1∕4 da planta do pavimento coríntio; D) 1∕4 da planta do pavimento jônico; E: 1∕4 da planta do último pavimento e F) 1∕4 da planta do pavimento térreo. Scale for plan: escala para a planta. Scale for elev & sect : escala para elevações e cortes. Fonte: adaptado de Fetcher, 1986, tradução nossa. 1 2 3 1 5 6 4 9 7 8 1- Mastros 2- Velarium (coberta) 3- Cordas 4- muro de cerca (removível) 5- Acesso inferior do imperador 6- Câmara do imperador 7- Pódio 8- Acesso dos gladiadores 9- Câmara dos cônsules Os mastros seguravam a coberta sobre a arquibancada do Coliseu constituída de vários tecidos (os véus) e as cordas serviam para puxá-los tornando o velarium retrátil. n n 4 19 ANEXO F – CIRCO ROMANO Ilustração que mostra como era o circo romano. Fonte: adaptado de NIERGA, 2021, tradução nossa. 1 - Porta de onde os participantes saíam para desfilar antes da corrida. 2 - Compartimentos onde ficavam os carros antes da corrida e de onde se dava a largada. 3 - Tribunal dos juízes. 4 - Sipina ou espinha, geralmente era decorada por obeliscos, estátuas e colunas e nas extremidades ficavam as metas. 5 - Porta triunfal, a saída do vencedor. 6 - Primeira meta 7 - Segunda meta 8 - Lugar reservado para as pessoas de cargos públicos. 9 - Arquibancada com acesso ao exterior por escadas. 10 - Arena ou areia. Espaço onde ocorriam os espetáculos. 1 8 3 4 5 6 2 19 7 10 20 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E VIRTUAIS ADAIR, Lauda. Arquitetura Romana, 2020. Toda Matéria Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/arquitetura-romana/>. Acesso em: 22 set. 2021. ALBUQUERQUE, Marcelo. Roma Antiga: para artistas, arquitetos e viajantes. Arte e Culturas, 2017. 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