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Thais Alves Fagundes PRESSÃO ARTERIAL PA = DC x RVP DC = débito cardíaco. RVP = resistência vascular periférica. DC = volume de ejeção (sistólico) x FC Volume sistólico está relacionado com a contratilidade miocárdica e o tamanho do compartimento vascular. FC = frequência cardíaca. MECANISMOS DE CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL MECANISMOS VASCULARES Raio: Raio do vaso sanguíneo e a complacência das artérias são determinantes da pressão arterial. Resistência ao fluxo varia inversamente com a quarta potência do raio. o Pequenas reduções no raio aumentam a resistência de maneira significativa. Elasticidade: Diâmetro do lúmen está relacionado com a elasticidade do vaso. Vasos com alto grau de elasticidade podem acomodar um aumento de volume com relativamente pouca alteração da pressão. Vasos com pouco grau de elasticidade, um pequeno aumento do volume induz um aumento relativamente grande de pressão. Rigidez: Vasculatura enrijecida é menos capaz de amortecer as alterações de fluxo em curto prazo. Rigidez arterial é uma consequência da hipertensão e também pode representar uma causa de hipertensão. Substâncias vasoativas: Endotélio vascular sintetiza e libera substâncias vasoativas, como o óxido nítrico, vasodilatador potente. Vasodilatação dependente do endotélio está comprometida nos pacientes hipertensos. Endotelina é um peptídeo vasoconstritor produzido pelo endotélio, e os antagonistas da endotelina oralmente ativos podem baixar a pressão arterial em pacientes com hipertensão resistente. Thais Alves Fagundes MECANISMOS DE CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL À CURTO PRAZO BARORRECEPTORES BARORRECEPTORES: terminações nervosas sensitivas, sensíveis ao estiramento nos seios carotídeos e no arco aórtico. Estimulação dessas terminações aumenta com a pressão arterial. Mecanismo primário de manutenção da PA diante de oscilações agudas de pressão como: mudanças posturais (ao passar para a posição ortostática, a PA diminui e, com isso, reduz o disparo dos barorreceptores, ativando o fluxo simpático e inibindo o fluxo parassimpático); Estresses comportamentais ou fisiológicos; Alterações no volume sanguíneo. Sinais do seio carotídeo são transmitidos pelo nervo de Hering para o nervo glossofaríngeo e então para o feixe solitário no bulbo (centro vasomotor) (maior sensibilidade: estimulados por pressões entre 60-180 mmHg). Sinais do arco aórtico são transmitidos pelos nervos vagos para o feixe solitário no bulbo (centro vasomotor) (menor sensibilidade: estimulados por níveis de pressão de 30 mmHg mais elevados que os do seio carotídeo). Aumento da PA: Excitação dos barorreceptores pela pressão das artérias faz com que a pressão arterial diminua. Aumento do disparo que é percebido pela área sensorial no bulbo. Inibe o centro vasoconstritor (simpático) do bulbo e excitam o centro parassimpático vagal. o Inibição da vasoconstrição no sistema circulatório periférico (reduz RVP). o Diminuição da frequência cardíaca e da força de contração cardíaca (reduz DC). Diminuição da PA: Diminuição do disparo que é percebido pela área sensorial no bulbo. Ativa o centro vasoconstritor (simpático) do bulbo e inibe o centro parassimpático vagal. Provoca elevação da pressão, devido ao aumento da RVP e ao aumento do DC. QUIMIORRECEPTORES QUIMIORRECEPTORES: sensibilizados diante de ↓ O2 ou ↑ CO2 ou ↑ H+ (redução do fluxo sanguíneo provoca a redução dos níveis de oxigênio e o acúmulo de dióxido de carbono e de íons hidrogênio que não são removidos pela circulação). Localizados no arco aórtico e seios carotídeos, dirigem-se ao centro vasomotor, excitando-o. Diminuição da PA abaixo de 80 mmHg estimula quimiorreceptores: Ativação da área vasoconstritora, aumentando FC, RVP e RV (retorno venoso por venoconstrição). Resultando em aumento da PA. RESPOSTA ISQUÊMICA DO SNC Diminuição da PA: Fluxo sanguíneo para o centro vasomotor no tronco encefálico inferior diminui o suficiente para causar deficiência nutricional — ou seja, provocando isquemia cerebral. Neurônios vasoconstritores e cardioaceleradores no centro vasomotor respondem de modo direto à isquemia, ficando fortemente excitados. Pressão arterial sistêmica se eleva até os níveis máximos do bombeamento cardíaco. Resposta isquêmica do SNC é um dos mais importantes ativadores do sistema vasoconstritor simpático. Thais Alves Fagundes MECANISMOS DE CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL À LONGO PRAZO SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA (SRAA) Contribui para a regulação da pressão arterial primariamente por meio das: Propriedades vasoconstritoras da angiotensina II. Propriedades de retenção de sódio da aldosterona. RENINA: enzima sintetizada e armazenada em sua forma inativa (pró-renina) nas células justaglomerulares (JG) na arteríola aferente renal, que pode ser secretada na circulação ou ativada nas células justaglomerulares e liberada como renina ativa. Secreção de renina estimulada por: o Transporte reduzido de NaCl no ramo ascendente da alça de Henle que faz limite com a arteríola aferente renal (mácula densa). o Redução da pressão ou do estiramento na arteríola aferente renal (mecanismo barorreceptor). Secreção de renina é inibida pelo: o Aumento do transporte de NaCl no ramo ascendente da alça de Henle. o Aumento do estiramento na arteríola aferente renal. o Angiotensina II. Renina cliva o angiotensinogênio, formando angiotensina I. ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSIVA (ECA): Enzima de conversão, localizada na circulação pulmonar. ECA converte a angiotensina I em angiotensina II. ANGIOTENSINA II: aumenta PA Estimula secreção de aldosterona pela glândulas suprarrenal. Vasoconstrição: o Aumenta a RVP elevando a PA. o Aumento do RV, contribuindo para o maior bombeamento cardíaco. Aumenta retenção de sal e água nos rins, por meio de: o Atuação direta sobre os rins. o Secreção de ALDOSTERONA pelas suprarrenais Aumenta a reabsorção de sódio, e consequentemente água, no ducto coletor cortical renal. o Aumenta o volume do líquido extracelular, o que aumenta a pressão arterial por horas/dias. Induz liberação de ADH (reabsorção de água). OBS.: esse sistema permite a ingestão de sal sem apresentar variações do LEC ou da PA. Aumento da PA > aumenta o fluxo > diminui secreção de renina > diminui retenção de sal (feedback automático). PEPTÍDEO NATRIURÉTICO ATRIAL (PNA) Expansão do volume plasmático e aumento da PA Células específicas dos átrios cardíacos são distendidas Secretam o peptídeo chamado de peptídeo natriurético atrial (PNA). o Inibe reabsorção de sódio e água pelos túbulos renais. o Inibe a secreção de renina e, portanto, a formação de angiotensina II. Reduzindo reabsorção tubular renal de sódio e água. Thais Alves Fagundes TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL OBJETIVOS DO TRATAMENTO ANTI-HIPERTENSIVO Redução da pressão arterial (PA) com o objetivo maior de reduzir desfechos cardiovasculares. Hipertenso com baixo risco cardiovascular: tratamento não farmacológico (MEV) nos primeiros 3 meses. TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO PADRÃO ALIMENTAR: Padrões alimentares considerados saudáveis têm sido associados à redução da PA. Dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension): maior consumo de frutas, hortaliças, laticínios com baixo teor de gordura e cereais integrais, além de consumo moderado de oleaginosas e redução no consumo de gorduras, doces e bebidas com açúcar e carnes vermelhas. o Efeito hipotensor: alto teor de potássio, cálcio, magnésio e fibras e baixo teor de colesterol e gordura total e saturada. o *Dieta DASH - grau de recomendação I e nível de evidência A. Dieta do Mediterrâneo: rica em frutas, hortaliças e cereais integrais, pobre em carnes vermelhas, teor elevado de gorduras, devido ao consumo de quantidades generosasde azeite de oliva, consumo de peixes e oleaginosas, ingestão moderada de vinho tinto. o Reduz o risco de problemas cardiovasculares, mas os efeitos sobre a pressão são modestos. o *Dieta mediterrânea para hipertensos - grau de recomendação IIA; nível de evidência B. Dieta Vegetariana: fornecerem menor quantidade de nutrientes, como gordura saturada e colesterol, mas são deficientes em micronutrientes como ferro, vitamina B12 e cálcio, sendo necessária a suplementação. o Vegetarianos apresentam menor IMC, fato que se associa a menor PA. o *Dieta vegetariana para hipertensos - grau de recomendação IIa; nível de evidência B. SÓDIO DA DIETA: ingestão habitual de sódio em todo o mundo foi estimada em 4 g/dia. Ingestão recomendada para indivíduos hipertensos e para a população em geral é até 2 g/dia. POTÁSSIO: substituição do sal de cozinha à base de cloreto de sódio por sal com baixo teor de sódio e elevado teor de potássio resultou em redução da PA. Thais Alves Fagundes PERDA DE PESO: Efeito hipertensor do ganho de peso. Adiposidade corporal excessiva é um fator de risco importante para a elevação da PA. Perda ponderal reduz a PA, mesmo sem alcançar o peso corporal desejável. ATIVIDADE FÍSICA E EXERCÍCIO FÍSICO: Atividade física (AF) refere-se a qualquer movimento que aumente o gasto energético (locomoção e atividades laborais, domésticas, lazer) e sua pratica regular diminui a incidência de HAS. Exercício físico (EF) refere-se à AF estruturada e com objetivo específico (treinamento aeróbico ou resistido) e sua prática deve ser prescrita. o EF moderado por 150 minutos por semana ou 75 minutos de atividade vigorosa por semana. o Recomenda-se o teste ergométrico para avaliar a aptidão física e prescrever exercícios físicos. TABAGISMO: deve ser enfatizada a cessação, devido ao risco CV e de neoplasias. LATICÍNEOS: efeito hipotensor modesto, em especial, os realizados com laticínios pobres em gordura e com proteínas do leite. Consumo de laticínios apresenta associação inversa ao risco de doenças CV. CHOCOLATE E PRODUTOS DE CACAU: diminuição nas pressões sistólica e diastólica, respectivamente, com o consumo aumentado de produtos com cacau. CAFÉ E PRODUTOS COM CAFEÍNA: recomenda-se que o consumo de café não exceda quantidades baixas a moderadas (≤ 200 mg de cafeína). VITAMINA D: papel da vitamina D no controle da pressão ainda não está estabelecido. BEBIDAS ALCOÓLICAS: indivíduos que bebem mais do que dois drinques por dia, a redução no consumo de bebidas alcoólicas associa-se à maior redução da PA. RESPIRAÇÃO LENTA: respiração lenta ou guiada requer redução da frequência respiratória para menos de 6 a 10 respirações/minuto durante 15-20 minutos/dia para promover a redução na PA casual. CONTROLE DO ESTRESSE: meditação, musicoterapia, yoga, entre outras técnicas de controle do estresse, foram capazes de reduzir discretamente a PA de hipertensos. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO PRINCÍPIOS GERAIS DO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO São características desejáveis do fármaco anti-hipertensivo: o Capacidade de reduzir a morbidade e a mortalidade CV. o Bem tolerado. o Administrado preferencialmente em dose única diária, por via oral. o Poder ser usado em associação. Utilizar por um período mínimo de quatro semanas, antes de modificações. Thais Alves Fagundes FÁRMACOS DISPONÍVEIS Fármacos de primeira linha: Diuréticos tiazídicos (DIU tiazídicos). Inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona: o Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA). o Bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRA). Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC). Fármacos de segunda linha: Inibidores adrenérgicos: o Bloqueadores beta-adrenérgicos (BB) o Bloqueadores alfa-adrenérgicos. o Agonistas alfa-2 de ação central. Diuréticos de alça e poupadores de potássio. Vasodilatadores diretos. Inibidores da renina. ESQUEMAS TERAPÊUTICOS Monoterapia: DIU tiazídicos; BCC; IECA; BRA. Estratégia anti-hipertensiva inicial para: o HA estágio 1 com risco CV baixo. o PA 130-139/85-89 mmHg (pré-hipertenso) de risco CV alto. o Indivíduos idosos e/ou frágeis. Combinação de medicamentos: Tratamento inicial com combinação dupla de medicamentos, com mecanismos de ação distintos. Caso a meta pressórica não seja alcançada, fazer ajustes de doses e/ou combinação tripla de fármacos. Caso a meta pressórica não seja alcançada, acrescentar mais fármacos até o controle da PA. Combinação de fármacos reduz a ocorrência de efeitos colaterais: o Uso de menor dose dos fármacos envolvidos na combinação. o Capacidade que um dos fármacos pode ter de antagonizar os efeitos adversos do outro. Thais Alves Fagundes ANTI-HIPERTENSIVOS DE PRIMEIRA LINHA INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (IECA) Mecanismo de ação: Inibição da enzima conversora de angiotensina I (ECA) no pulmão. Bloqueia transformação de angiotensina I em angiotensina II (vasoconstritora) ( RVP). Bloqueiam a degradação da bradicinina (vasodilatadora), aumentando os níveis de bradicinina ( RVP). Efeito nos rins: o Podem promover a redução inicial da filtração glomerular: o Devido à vasodilatação das arteríolas eferentes, com redução da pressão de filtração glomerular. o esu ta em e e a o da u eia e da c ea nina s icas o Esse efeito é nefroprotetor em longo prazo, pois evita a hiperfiltração glomerular. o Reduz a progressão da doença renal crônica. Posologia: Enalapril (5-40 mg); Captopril (25-150 mg). Indicações: Insuficiência renal crônica e nefropatia diabética (condições com proteinúria). ICC, IAM, prevenção de AVC. Alto risco para doença aterosclerótica (possuem o iedades an ate osc e cas). Efeitos colaterais: Tosse seca (devido aos efeitos da bradicinina no pulmão). Tosse seca, que aparece nas primeiras semanas de uso do IECA, sem associação com decúbito e com a alimentação. Redução da filtração glomerular. Hipercalemia (ao reduzir os níveis de aldosterona, diminuem a excreção de potássio no néfron distal). Reação de hipersensibilidade cut nea (edema angioneu co e e u o cut nea – raro). Contraindicações: Gravidez (aterogenicidade). Insuficiência renal grave, com redução da filtração glomerular (Cl cr < 30). Estenose da artéria renal bilateral (na aterosclerose de artéria renal, IECA diminui ainda mais a pressão para o rim, agravando o quadro). Hipercalemia. Thais Alves Fagundes IECA MECANISMO DE AÇÃO Inibição da ECA – enzima conversora de angiotensina I –, diminuindo conversão de angiotensina I em angiotensina II, que é vasoconstritora ( RVP). Bloqueia degradação da bradicinina, que é vasodilatadora ( RVP). Reduz a progressão da doença renal crônica – nefroprotetor –, devido à vasodilatação das arteríolas eferentes, com redução da pressão de filtração glomerular ( FG). POSOLOGIA Enalapril; Captopril. INDICAÇÕES Insuficiência renal crônica Nefropatia diabética EFEITOS COLATERAIS Tosse seca (efeitos da bradicinina no pulmão). Redução da filtração glomerular. Hipercalemia. Reação de hipersensibilidade cutânea CONTRAINDICAÇÕES Gravidez (aterogenicidade). Insuficiência renal grave (Cl cr < 30) e estenose da artéria renal bilateral. Hipercalemia. BLOQUEADORES DO RECEPTOR AT1 DA ANGIOTENSINA II (BRA) Mecanismo de ação: Receptores AT1: responsável pelas ações da angiotensina II (vasoconstrição e liberação de aldosterona). Bloqueio dos receptores AT1 da angiotensina II o Diminui a reabsorção de sódio e água ( Volume sistólico = DC). o Diminui a vasoconstrição ( RVP). Efeito nos rins: o Podem promover a redução inicial da filtração glomerular: o Devido à vasodilatação das arteríolas eferentes, com redução da pressão de filtração glomerular. o esu ta em e e a o da u eia e da c ea nina s icas oEsse efeito é nefroprotetor em longo prazo, pois evita a hiperfiltração glomerular. o Reduz a progressão da doença renal crônica. Posologia: Losartana (25-100 mg). Indicações: ICC e isquemia miocárdica. Insuficiência renal crônica e nefropatia diabética (condições com proteinúria). Efeitos colaterais: Redução da filtração glomerular. Hipercalemia (ao reduzir os níveis de aldosterona, diminuem a excreção de potássio). ea o de i e sensi i idade cut nea (edema angioneu co e e u o cut nea – raro). Contraindicações: Gravidez (aterogenicidade). Insuficiência renal grave, com redução da filtração glomerular (Cl cr < 30). Estenose da artéria renal bilateral (diminui ainda mais a pressão para o rim). Hipercalemia Thais Alves Fagundes OBS.: IECA ou BRA são considerados a base para a terapia anti-hipertensiva para pacientes diabéticos tipo II e com doença renal crônica leve ou moderada, porque ele raramente precipita a hiperpotassemia ou insuficiência renal aguda e aparece para fornecer renoproteção (ao diminuir a pressão da arteríola eferente glomerular reduz a pressão intraglomerular, evitando ou retardando a deterioração da função renal). BRA MECANISMO DE AÇÃO Antagonizam a ação da angiotensina II (vasoconstrição e liberação de aldosterona), por meio do bloqueio seletivo dos receptores AT1, com diminuição da reabsorção de sódio e de água e diminuição da RVP. Reduz a progressão da doença renal crônica – nefroprotetor –, devido à vasodilatação das arteríolas eferentes, com redução da pressão de filtração glomerular ( FG). POSOLOGIA Losartana INDICAÇÕES ICC e isquemia miocárdica Insuficiência renal crônica Nefropatia diabética EFEITOS COLATERAIS Redução da filtração glomerular. Hipercalemia. Reação de hipersensibilidade cutânea CONTRAINDICAÇÕES Gravidez (aterogenicidade). Insuficiência renal grave (Cl cr < 30) e estenose da artéria renal bilateral. Hipercalemia. BLOQUEADORES DE CANAL DE CÁLCIO (BCC) Mecanismo de ação: Reduz a contração do músculo liso cardíaco e vascular ( RVP e DC): o Bloqueia os canais de cálcio na membrana das células musculares lisas cardíacas e vasculares. o Reduz a disponibilidade de cálcio no interior das células. Di-hidropiridinas: ação na musculatura lisa vascular PRIMEIRA LINHA Amlodipino (2,5-10 mg), nifedipino (20-60 mg), felodipino, manidipino, levanlodipino, lercanidipino. Vasodilatação. Não di-hidropiridinas: ação cardíaca SEGUNDA LINHA Difenilalquilaminas (verapamil) e as benzotiazepinas (diltiazem). Diminuição da frequência cardíaca e da força de contração. Eficácia: di-hidropiridinas > diltiazem > verapamil. Indicações: Condições clínicas que necessitam da diminuição do DC: Pós-IAM; Angina. DM Dislipidemia Gravidez Hiperuricemia. Contraindicações: ICC e bloqueio cardíaco (não di-hidropiridinas). Doença renal crônica com proteinúria (di-hidropiridinas). Thais Alves Fagundes Efeitos colaterais: dose-dependentes Cefaleia, tontura, rubor facial. Edema periférico (principalmente edema maleolar). Di-hidropiridinas: o Traquicardia reflexa à vasodilatação (associar com betabloqueador que causa bradicardia). o Hipertrofia gengival (Amlodipina). Não di-hidropiridinas: o Depressão miocárdica, bloqueio atrioventricular. o Constipação intestinal (Verapamil). BCC MECANISMO DE AÇÃO Reduz a contração do músculo liso cardíaco e vascular, pelo bloqueio dos canais de cálcio e redução da disponibilidade de cálcio intercelular. RVP: di-hidropiridinas (amlodipino, nifedipino). DC: não di-hidropiridinas (diltiazem, verapamil). INDICAÇÕES DC: pós-IAM; Angina. DM Dislipidemia Gravidez Hiperuricemia EFEITOS COLATERAIS Cefaleia, tontura, rubor facial, edema periférico (maleolar). Di-hidropiridinas: o Redução da filtração glomerular. o Traquicardia reflexa à vasodilatação (associar a BB – causa bradicardia). o Hipertrofia gengival (Amlodipina). Não di-hidropiridinas: o Depressão miocárdica, bloqueio atrioventricular. o Constipação intestinal (Verapamil). CONTRAINDICAÇÕES Di-hidropiridinas: o Doença renal crônica com proteinúria. Não di-hidropiridinas: o ICC e bloqueio cardíaco BLOQUEADORES BETA-ADRENÉRGICOS / BETABLOQUEADORES Mecanismo de ação: Receptores β1- adrenérgicos: miocárdio. o Interação com catecolaminas possui efeitos cronotrópicos ( FC) e inotrópicos ( da força de contração) positivos. o β-bloqueio: DC = FC e força de contração. Receptores β2-adrenérgicos: vasos sanguíneos. o Interação com catecolaminas relaxa o músculo liso arteriolar ( vasodilatação). o β-bloqueio: vasodilatação. Efeito anti- i e tensi o do β-bloqueio por: o Diminuição do débito cardíaco, por diminuição da frequência cardíaca e força de contração (β1). o Diminuição da secreção de renina. o Diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas. Não seletivos: oqueia ece to es β1 e β2 – Propranolol (40-240 mg); Nadolol; Pindolol. Seletivos: bloqueia ece to es β1 – cardiosseletivos – Atenolol (25-100 mg); Metropolol (seletivo / 50-200 mg); Bisoprolol; Nebivolol (ação vasodilatadora por produção de óxido nítrico). Thais Alves Fagundes Combinados: α e β-bloqueadores (antagonismo de receptor α provoca vasodilatação). Carvedilol (12,5-50 mg). Indicações: Condições clínicas que necessitam da diminuição da FC: Doença coronária; Arritmias cardíacas; Angina; ICC; Pós-IAM; Taquicardia sinusal; Taquiarritmias ventriculares; Hipertireoidismo. Tremor senil em idosos. Gestantes Feocromocitoma Contraindicações: Asma; DPOC; Bloqueio cardíaco. Efeitos colaterais: Broncoespasmo Bradicardia Bloqueio atrioventricular. Vasoconstrição periférica. Insônia, pesadelos, depressão psíquica, astenia. Disfunção sexual (principal causador de disfunção). Intolerância a glicose. Hipertrigliceridemia, elevação do c-LDL e redução do c-HDL. BB MECANISMO DE AÇÃO Diminuição do débito cardíaco, por diminuição da frequência cardíaca e força de contração (bloqueio de receptor β1). Diminuição da secreção de renina. Diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas. INDICAÇÕES FC: Doença coronária; Arritmias; Angina; ICC; Pós-IAM; Taquicardia. Gestantes Feocromocitoma EFEITOS COLATERAIS Broncoespasmo Bradicardia Bloqueio atrioventricular. Vasoconstrição periférica. Insônia, pesadelos, depressão psíquica, astenia. Disfunção sexual (principal causador de disfunção). Intolerância a glicose. Hipertrigliceridemia. CONTRAINDICAÇÕES Asma; DPOC. Bloqueio cardíaco. DIURÉTICOS TIAZÍDICOS Mecanismo de ação: feitos nat iu cos: diminuição da reabsorção de sódio ( Volume sistólico = DC). o Bloqueiam o cotransportador de Na+/Cl no túbulo contorcido distal. o Diminui volume circulante. o Após 4-6 semanas, o volume circulante praticamente normaliza-se. Vasodilatação causa queda da PA após 4-6 semanas ( RVP) o Abertura de canais de K+ ATP-sensíveis. Thais Alves Fagundes Posologia: Hidroclorotiazida (12,5-25 mg); Clortalidona; Indapamida dose única, mínima (efeito hipotensor não é dose-dependente) e utilizado pela manhã. Indicações: Idosos. Sinergismo com outras drogas (potencializa os efeitos dos outros medicamentos). Efeitos colaterais: dose-dependentes Hipocalemia: o Acompanhada de hipomagnesemia, pode provocar arritmias ventriculares. o Fraqueza e câimbra. o Agrava intolerância a glicose, pois reduz a liberação de insulina (não é primeira escolha na diabetes). Elevação de lipídios séricos (não é primeira escolha na dislipidemia). Hipotensão ortostática (não é primeira escolha no idoso). Disfunção erétil (não é primeira escolha no homem). Hiperuricemia - aumento do ácido úrico (precipita crises de gota nos indivíduos com predisposição).Contraindicações: Hipocalemia; Diabetes; Dislipidemia; Hiperuricemia; Gota. ANTI-HIPERTENSIVOS DE SEGUNDA LINHA DIURÉTICOS DE ALÇA Mecanismo de ação: feitos nat iu cos: diminui a reabsorção de sódio ( Volume sistólico = DC). o Bloqueiam o cotransportador de Na+/K+/2Cl, no ramo ascendente espesso da alça de Henle. Posologia: Furosemida (20 mg), Bumetanida. Indicações: Condições clínicas com retenção de sódio e água: o Insuficiência renal, com taxa de filtração glomerular reduzida. Creatinina > 2,0 mg/dL itmo de fi t a o g ome u a estimado ≤ 30 mL/min/1,73m2 Condições clínicas com edema: o Insuficiência cardíaca. Efeitos colaterais: Hipocalemia. o Acompanhada de hipomagnesemia, pode provocar arritmias ventriculares. o Fraqueza e câimbra. o Agrava intolerância á glicose, pois reduz a liberação de insulina. Elevação de lipídios séricos. Hipotensão ortostática. Disfunção erétil Hiperuricemia (precipita crises de gota nos indivíduos com predisposição). Contraindicações: Hipocalemia; Diabetes; Dislipidemia; Hiperuricemia; Gota; Coma hepático. Thais Alves Fagundes DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO Mecanismo de ação: feitos nat iu cos: diminui a reabsorção de sódio e a excreção de potássio ( Volume sistólico = DC). o Bloqueia a aldosterona, inibindo a reabsorção de sódio no túbulo contorcido distal e ducto coletor.. Posologia: Espironolactona (25-100 mg); Amilorida. Indicações: hipopotassemia, hiperaldosteronismo, ICC. Efeitos colaterais: Hipercalemia. Elevação de lipídios séricos. Hipotensão ortostática. Disfunção erétil e ginecomastia dolorosa. Hiperuricemia (precipita crises de gota nos indivíduos com predisposição). Contraindicações: hipercalemia; Insuficiência renal aguda ou grave (causa hipercalemia); Dislipidemia; Hiperuricemia; Gota. DIURÉTICOS MECANISMO DE AÇÃO DIU TIAZÍDICO: Hidroclorotiazida; Clortalidona; Indapamida Diminuição da reabsorção de sódio, pelo bloqueio do cotransportador de Na+/Cl no túbulo contorcido distal, em 4-6 semanas ( Volume sistólico = DC). Vasodilatação, após 4-6 semanas ( RVP). DIURÉTICOS DE ALÇA: Furosemida, Bumetanida Diminuição da reabsorção de sódio, pelo bloqueio do cotransportador de Na+/K+/Cl, no ramo ascendente espesso da alça de Henle ( Volume sistólico = DC). DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO: Espironolactona, Amilorida Diminuição da reabsorção de sódio e a excreção de potássio, pelo bloqueio da aldosterona, inibindo a ativação do canal de Na+ no néfron distal ( Volume sistólico = DC). INDICAÇÕES: DIURÉTICOS DE ALÇA: Condições clínicas com retenção de sódio e água: insuficiência renal. Condições clínicas com edema: insuficiência cardíaca. DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO: Hipopotassemia. Hiperaldosteronismo. ICC EFEITOS COLATERAIS Hipocalemia: tiazídicos e de alça o Acompanhada de hipomagnesemia, provoca arritmias ventriculares. o Fraqueza e câimbra. o Agrava intolerância a glicose. Elevação de lipídios séricos Hipotensão ortostática Disfunção erétil Hiperuricemia (precipita crises de gota nos indivíduos com predisposição). CONTRAINDICAÇÕES Hipocalemia - tiazídicos e de alça - e hipercalemia - poupadores de potássio Diabetes Dislipidemia Hiperuricemia e gota. Thais Alves Fagundes Potência diurética de acordo com a fração excretada de sódio filtrado: 1. Diuréticos de alta eficácia (> 15%): Agem na porção espessa da alça de Henle. Diuréticos de alça: furosemina, bumetanida. 2. Diuréticos de média eficácia (5 a 10%): Agem na porção inicial do túbulo distal. Diuréticos tiazídicos: hidroclorotiazida, clortalidona, indapamida. 3. Diuréticos fracos (< 5%): Agem na porção final do túbulo distal. Diuréticos poupadores de potássio: espironolactona, amilorida. BLOQUEADORES ALFA-ADRENÉRGICOS Mecanismo de ação: Vasodilatação ( RVP): o Antagonistas competitivos dos receptores α-1- adrenérgicos vasculares. Posologia: Doxazosina (1-16 mg); Prazosina (1-40 mg). Indicações: Hipertrofia prostática (melhoram sintomas urodinâmicos, pelo relaxamento da musculatura do assoalho prostático, favorecendo o esvaziamento da bexiga). Melhoram o metabolismo lipídico. Aumento da sensibilidade à insulina (ao aumentarem o fluxo sanguíneo no músculo esquelético). Contraindicações: Hipotensão ortostática. ICC sistólica Disfunção ventricular esquerda Efeitos colaterais: Hipotensão postural Palpitação Astenia Tolerância (necessitando aumento da dose para manter o efeito anti-hipertensivo - taquifilaxia). ALFA-BLOQUEADORES 4ª opção MECANISMO DE AÇÃO Vasodilatação, pelo bloqueio dos receptores α-1 s-sin cos ( RVP). POSOLOGIA Doxazosina, prazosina INDICAÇÕES: Hipertrofia prostática Melhoram o metabolismo lipídico. Aumento da sensibilidade à insulina EFEITOS COLATERAIS Hipotensão postural Palpitação Astenia Tolerância (obriga uso de doses crescentes) CONTRAINDICAÇÕES Hipotensão ortostática. ICC sistólica Disfunção ventricular esquerda Thais Alves Fagundes AGONISTAS ALFA-ADRENÉRGICOS / SIMPATOLÍTICOS DE AÇÃO CENTRAL Mecanismo de ação: Diminuição do tônus simpático cardíaco e vascular ( DC (FC) e RVP). o Receptores α2-adrenérgicos pós-sinápticos + receptores imidazolidínicos no SNC: rilmenidina Diminui o fluxo de saída simpático central. o Receptores α2-adrenérgicos pré-sinápticos: clonidina. iminui o do e e o dos a o ece to es. Inibe feedback da liberação de norepinefrina. Diminuição de renina. eten o de fluidos. Posologia: Clonidina (0,2-0,6 mg); Metildopa (500-1500 mg); Rilmenidina. Indicação: Gestação (metildopa). Efeitos colaterais: ea es ad e sas o a o cent a: sonolência, sedação, boca seca, fadiga, bradicardia, hipotensão postural, disfunção sexual. Disfunção hepática e anemia hemolítica (metildopa). Hipertensão de rebote quando suspende a clonidina (cuidado na prescrição para paciente com baixa adesão ao tratamento, pois pode suspender a medicação por conta própria). Contraindicações: Hipotensão ortostática. Disfunção hepática. ALFA-AGONISTAS DE AÇÃO CENTRAL 4ª opção MECANISMO DE AÇÃO Diminuição da atividade simpática cardíaca e vascular ( DC (FC) e RVP). Diminuição de renina. eten o de uidos. POSOLOGIA Clonidina, metildopa, rilmenidina INDICAÇÕES: Gestação (metildopa) EFEITOS COLATERAIS ea es ad e sas o a o cent a: sonolência, sedação, boca seca, fadiga, bradicardia, hipotensão postural, disfunção sexual. Disfunção hepática. Hipertensão de rebote quando suspenso (clonidina) CONTRAINDICAÇÕES Hipotensão ortostática. Disfunção hepática VASODILATADORES DIRETOS Mecanismo de ação: Vasodilatação ( RVP): o Abrem canais de K + ATP-sensíveis, no músculo liso vascular. Hidralazina: ações antioxidantes e aumenta óxido nítrico. Minoxidil: frequentemente usado na insuficiência renal refratários a todos os outros fármacos. Posologia: Hidralazina (50-150 mg); Minoxidil (2,5-80 mg). Thais Alves Fagundes Indicações: HAS grave; Pré-eclampsia (Hidralazina). Efeitos colaterais: Cefaleia Retenção hídrica, com o aumento do volume circulante e da taquicardia reflexa. Hisurtismo (minoxidil – 80%). no e ia, n usea, mito e dia eia. Contraindicações: Doença arterial coronariana grave. Hipotensão ortostática. VASODILATADORES MECANISMO DE AÇÃO Vasodilatação, pela abertura dos canais de K +, no músculo liso vascular ( RVP). POSOLOGIA Hidralazina, Minoxidil INDICAÇÕES: HAS grave Pré-eclampsia (Hidralazina) EFEITOS COLATERAIS Cefaleia Retenção hídrica Taquicardia reflexa. Hisurtismo (minoxidil – 80%). CONTRAINDICAÇÕES Doença arterial coronariana grave. Hipotensão ortostática. INIBIDORES DA RENINAMecanismo de ação: ni i o di eta da a o da enina: o Diminuição da formação de angiotensina II ( RVP). o edu o da a idade asm ca de renina. o oqueio de ece to ce u a de enina/ -renina. Não atuam sobre a bradicinina. Posologia: Alisquireno. Indicações: doença renal e nefropatia diabética (reduz proteinúria). Contraindicação: gravidez (aterogeinicidade). Efeitos colaterais: “ as ” cutâneo Diarreia Tosse INIBIDORES DA RENINA MECANISMO DE AÇÃO Diminuição de renina, precursora da clivagem de angiotensinogênio, formando angiotensina I, diminuindo angiotensina II, que é vasoconstritora ( RVP). POSOLOGIA Alisquireno INDICAÇÕES: Doença renal e nefropatia diabética EFEITOS COLATERAIS “ as ” cut neo; iarreia; Tosse CONTRAINDICAÇÕES Gravidez Thais Alves Fagundes CONDIÇÃO CLÍNICA E ESCOLHA DO FÁRMACO DM: IECA/BRA, BCCa (bloqueador de canais de cálcio) DAP (doença arterial periférica): IECA/BRA, BCCa DAC (doença arterial coronariana): BB (beta bloqueador), IECA/BRA Aterosclerose: IECA/BRA, BCCa Asma/DPOC: IECA/BRA, BCCa (cuidado com BB) IC (insuficiência cardíaca): BB, IECA/BRA Ansiedade: BB, IECA/BRA Gravidez: BCCa, metildopa (agonista alfa 2). Não pode usar IECA/BRA DRC (doença renal crônica vai de I a V): I a III: IECA/BRA, acompanhar potássio e creatinina. IV e V: BCCa, BB, diurético de alça. Hipertensão sistólica isolada Primeira linha: o Diuréticos tiazídicos o BCC di-hidropiridínicos o BRA. Segundo fármaco: o Associação de fármacos da primeira linha. Terceiro fármaco: o IECA o BCC não di-hidropiridínicos o α-bloqueadores. HAS e DAC: IECA BRA β-bloqueador. IAM recente: β-bloqueador + IECA ou BRA BCC di-hidropiridínicos (se houve alguma CI). HAS e IC: Primeira linha: o IECA ou BRA o β-bloqueador o Hidralazina + dinitrato de isossorbida Segunda linha: o Diuréticos tiazídicos o Diuréticos de alça Thais Alves Fagundes o Diuréticos poupadores de potássio HAS e IRC: Primeira linha: o IECA ou BRA. Segunda linha: o Diuréticos tiazídicos o Diuréticos de alça HAS e DM: Primeira linha: o Diuréticos tiazídicos o IECA, BRA o BCC di-hidropiridínicos
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