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MITOS DA LÍNGUA PORTUGUESA E OS PRECONCEITOS ...

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CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA 
DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA
MITOS E PRECONCEITOS NA LÍNGUA 
PORTUGUESA
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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Analisar os mitos da língua portuguesa e o preconceito linguístico.
2. Compreender o conceito de preconceito linguístico.
3. Entender o critério de adequação e uso da língua.
4. Perceber o papel do professor na desconstrução dos mitos e preconceito.
Nesta aula, vamos chamar a atenção para os mitos da língua portuguesa e o preconceito linguístico.
Destacar o conceito de preconceito linguístico e suas implicações no ensino.
Vamos ressaltar a questão de adequação e uso da língua.
Nesta aula, tentaremos desmistificar alguns conceitos, alguns mitos que nós, falantes da língua portuguesa, e até
mesmo os próprios professores da cadeira criaram ao longo de muitos anos.
Dentre os mitos que compõem o preconceito na nossa cultura, temos dois:
- -3
O primeiro diz que o “brasileiro não sabe português” e isso parece tão comum e verdadeiro quando se nota o alto
índice de analfabetos em nosso país (cerca de 20 milhões de brasileiros) e ainda o de analfabetos funcionais (são
alfabetizados, sabem ler e escrever, mas possuem extrema dificuldade de interpretação e de produzir textos
próprios).
O outro afirma que “português é muito difícil”. Este mito surge porque na fala do brasileiro se percebe, em suas
várias regiões, uma diversidade linguística muito grande que muitas vezes não é prevista ou aceita na gramática
normativa da língua, pois não está inserida dentro da língua de prestígio. Logo, as diferenças e ou exceções são
tratadas como erradas ou de difícil compreensão. Além disso, o “falar diferente” é visto como um empecilho para
a ideia de uniformidade linguística que muitos gostam de apregoar.
Outra questão importante a considerar logo de início em nossa aula é a ideia do termo preconceito linguístico.
Por preconceito linguístico entende-se:
O julgamento negativo que é feito dos falantes em função da variedade linguística que utilizam.
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De fato, tais mitos e o preconceito surgiram quando estudiosos da língua determinaram a necessidade de uma
língua padrão ou uma norma culta que deveria permear as relações de comunicação tanto oral quanto escrita.
Acontece que isso passou a considerar uma língua de prestígio social somente baseada na cultura livresca, em
textos técnicos e científicos, além de práticas orais de grupos socioculturais favorecidos.
Uma das variantes que mais denota preconceito é a variante regional.
Denominam-se variante regional as falas das diferentes regiões de um país.
Assim, como este é diferente da fala dos Estados do Nordeste.
A fala do carioca é diferente da fala do paulista.
A fala nordestina é diferente da fala dos Estados do Sul.
Percebe-se assim que cada região geográfica possui diferenças linguísticas.
Apesar das distinções da fala dessas regiões, todos que nasceram e aprenderam a língua portuguesa são falantes
de uma mesma língua, pois a ela se caracteriza por uma estrutura de signos e significados semelhantes.
Logo, a diversidade regional não deve se caracterizar como impedimento na compreensão entre os falantes do
mesmo país. Assim, não se pode produzir uma visão preconceituosa das diferenças de vocabulário e pronúncia.
Obviamente, qualquer país precisa construir uma unidade de entendimento e a língua deve ser e sempre será o
meio mais adequado para que todos que residam no mesmo país possam se comunicar e se fazer entendido.
Logo, quando se pensa na língua como unidade padrão nas relações sociais e culturais de um povo, estabelecer
uma forma, uma norma padrão deve ser o canal de interlocução mais usado e importante a todos os falantes.
Mas, para isso, é necessário garantir o acesso aos saberes linguísticos em todos os níveis sociais de modo que o
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modelo de língua padrão estabelecido seja determinado com clareza a fim de que os grupos sociais a
compreendam e empreguem adequadamente sem que se estabeleçam critérios de desvalorização de formas e
usos da língua em diferentes grupos.
Na verdade, se entendermos que toda língua apresenta variações que são determinadas e condicionadas por
aspectos sociais, culturais e regionais, não teríamos uma visão preconceituosa. Afinal, cada indivíduo ou grupo se
expressa conforme o ambiente em que está inserido.
Museu da Língua Portuguesa
Sendo assim, todas as variedades representam sistemas linguísticos adequados para a expressão das
necessidades comunicativas e cognitivas dos falantes.
Não se pode determinar uma variedade como a única correta e considerar as outras como desvios, vícios da
norma padrão.
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O aprendizado da língua deve ser baseado no uso que os diversos grupos sociais fazem da língua que circula na
mídia oral e escrita, garantindo ao aluno o acesso aos diversos gêneros textuais, assim como, permitindo que
saiba reconhecer e empregar a língua na circulação e elaboração de textos apropriados às interações
profissionais e sociais ou na prática oral em situações:
Palestras, seminários, reuniões de trabalho e casamento.
Tal posição se faz relevante para que se entenda que, nos bancos escolares, o ensino da língua
portuguesa deve pressupor, sim, uma unidade padrão como critério de conhecimento e
aprendizagem com o objetivo de fazer o falante adentrar nos espaços socioculturais de
prestígio e ter acesso mais amplo aos textos científicos, acadêmicos, literários e culturais.
Saiba mais
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Grupo de amigos em clubes, festas ou em situações de descontração e diversão.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de língua portuguesa declara:
“O problema do preconceito disseminado na sociedade em relação às falas dialetais deve ser enfrentado, na
escola como parte do objetivo educacional mais amplo de educação para o respeito à diferença. Para isso e
também para poder ensinar língua portuguesa, a escola precisa livrar-se de alguns mitos: o de que existe uma
única forma “certa” de falar — a que se parece com a escrita — e o de que a escrita é o espelho da fala — e, sendo
assim, seria preciso “consertar” a fala do aluno para evitar que ele escreva errado.
A questão não é falar certo ou errado, mas saber qual forma de fala utilizar, considerando as características do
contexto de comunicação, ou seja, saber adequar o registro às diferentes situações comunicativas. É saber
coordenar satisfatoriamente o que falar e como fazê-lo, considerando a quem e por que se diz determinada coisa.
É saber, portanto, quais variedades e registros da língua oral são pertinentes em função da intenção
comunicativa, do contexto e dos interlocutores a quem o texto se dirige. A questão não é de correção da forma,
mas de sua adequação às circunstâncias de uso, ou seja, de utilização eficaz da linguagem: falar bem é falar
adequadamente, é produzir o efeito pretendido.” (p.31)
Essas duas crenças produziram uma prática de mutilação cultural que, além de desvalorizar a forma de falar do
aluno, tratando sua comunidade como se fosse formada por incapazes, denota desconhecimento de que a escrita
de uma língua não corresponde inteiramente a nenhum de seus dialetos, por mais prestígio que um deles tenha
em um dado momento histórico.
Um aspecto importante a se considerar no ensino da língua portuguesa é que trazer para a sala de aula a
diversidade linguística é reconhecer o valor das diferenças e a sua importância cultural na região na qual esta
ocorre.
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Veja dois exemplos bem interessantes de demonstração e valorização da língua considerada não padrão, mas
que através da literatura de cordel e da música mostram a riqueza de nossa língua:
O POETA DA ROÇA
Sou fio das mata, cantô da mão grossa,
Trabáio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de páia de mío.
Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argummenestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenaseu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! vivia se cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.
Meu verso rastêro, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso só entra no campo e na roça
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Nas pobre paioça, da serra ao sertão.
Só canto o buliço da vida apertada,
Da lida pesada, das roça e dos eito.
E às vez, recordando a feliz mocidade,
Canto uma sodade que mora em meu peito.
Eu canto o cabôco com sua caçada,
Nas noite assombrada que tudo apavora,
Por dentro da mata, com tanta corage
Topando as visage chamada caipora.
Eu canto o vaquêro vestido de côro,
Brigando com o tôro no mato fechado
Que pega na ponta do brabo novio,
Ganhando lugio do dono do gado.
Eu canto o mendigo de sujo farrapo,
Coberto de trapo e mochila na mão,
Que chora pedindo o socorro dos home,
E tomba de fome, sem casa e sem pão.
E assim, sem cobiça dos cofre luzente,
Eu vivo contente e feliz com a sorte,
Morando no campo, sem vê a cidade,
Cantando as verdade das coisa do Norte.
(ASSARÉ, Patativa do. Cante lá que eu canto cá. 3.ed. Petrópolis: Vozes, 1980.)
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A Gíria é a Cultura do Povo
Bezerra da Silva
Toda hora tem gíria no asfalto e no morro
porque ela é a cultura do povo
Pisou na bola conversa fiada malandragem
Mala sem alça é o rodo, tá de sacanagem
Tá trincado é aquilo, se toca, vacilão
Tá de bom tamanho, otário fanfarrão
Tremeu na base, coisa ruim não é mole não
Tá boiando de marola, é o terror alemão
Responsa catuca é o bonde, é cerol
Tô na bola corujão vão fechar seu paletó
“Toda hora tem gíria...
Se liga no papo, maluco, é o terror
Bota fé compadre, tá limpo, demorou
Sai voado, sente firmeza, tá tranquilo
Parei contigo, contexto, baranga, é aquilo
Tá ligado na fita, tá sarado
Deu bode, deu mole qualé, vacilou
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Tô na área, tá de bob, tá bolado
Babou a parada, mulher de tromba, sujou
“Toda hora tem gíria...
Sangue bom tem conceito, malandro e o cara aí
Vê me erra boiola, boca de sirí
Pagou mico, fala sério, tô te filmando
É ruim hem! O bicho tá pegando
Não tem caô, papo reto, tá pegado
Tá no rango mané, tá lombrado
Caloteiro, carne de pescoço, paga pau
Tô legal de você sete-um, gbo, cara de pau
“Toda hora tem gíria...
A gíria é cultuta do popular
Se liga amizade
Tá certíssimo
(Letra: Alves, Elis e Júnior)
http://www.vagalume.com.br/bezerra-da-silva/a-giria-e-a-cultura-do-povo.html#ixzz16aeLHyvF
Através desses textos, percebe-se que refletir sobre as formas e usos da língua portuguesa deve ser um processo
contínuo de aumentar a eficiência do aluno na produção e interpretação dos textos orais e escritos, ampliando a
sua fruição dos diversos gêneros textuais de modo que possibilite a sua capacidade crítica, sensível e inteligente
no uso da língua.
Conhecer bem a língua em que se vive e pensa é investir no ser humano, investir na capacidade de se viver bem
individual e socialmente.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu o conceito de preconceito linguístico e a sua implicação no aprendizado.
• Aprendeu também que a variante regional determina as diferenças na produção da fala por razões 
sociais, culturais e temporais.
• Assimilou também que o professor deve valorizar tais diferenças a fim de preservar a cultura e a 
identidade de cada indivíduo assim como garantir o acesso à produção oral e escrita de maior prestígio 
com o intuito de garantir a inserção daquele aos saberes de toda uma comunidade.
• Percebeu que o aprendizado da língua deve ser baseado no uso que os diversos grupos sociais fazem da 
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http://www.vagalume.com.br/bezerra-da-silva/a-giria-e-a-cultura-do-povo.html#ixzz16aeLHyvF
http://www.vagalume.com.br/bezerra-da-silva/a-giria-e-a-cultura-do-povo.html#ixzz16aeLHyvF
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• Percebeu que o aprendizado da língua deve ser baseado no uso que os diversos grupos sociais fazem da 
língua que circula na mídia oral e escrita.
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	Olá!
	
	CONCLUSÃO

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