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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 
AVALIAÇÃO 02 
1) Boleto bancário não pago pode ser protestado? Explique. 
Não, pois não está incluído no rol dos títulos representativos de dívida, isto é, não é 
considerado um documento de dívida, mas sim um meio de pagamento de alguma 
venda ou serviço efetuado. Isso ocorre porque o artigo 887 do Código Civil estabelece 
requisitos legais exigidos no título de crédito, um deles é a assinatura do devedor. O 
certo seria emitir uma duplicata, conforme art. 2º da lei 5.474/68. 
A jurisprudência já é pacífica no sentido de que os boletos bancários não poderem ser 
levados adiante no protesto, pela sua falta de força de execução. Entretanto, atualmente, 
o protesto dos boletos pode ser feito desde que acompanhado do título (duplicata) ou 
prova da remessa para aceite, retenção pelo sacado, nota fiscal e comprovante da 
entrega da mercadoria. 
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - PROTESTO INDEVIDO - 
BOLETO BANCÁRIO - INEXISTÊNCIA DA RESPECTIVA 
DUPLICATA - IMPOSSIBILIDDE DE PROTESTO. 
 
O simples boleto bancário não enseja apontamento de protesto, por 
não previsto na legislação como título representativo de dívida, 
especialmente quando não comprovado o lastro em nota fiscal 
correspondente. 
A emissão de boleto bancário sem remessa do título para aceite ofende 
o direito do sacado de realizar a recusa legal. 
Existência de danos morais indenizáveis. 
R e c u r s o i m p r o v i d o . ( T J M G - A p e l a ç ã o C í v e l 
1.0024.04.495846-0/001, Relator(a): Des.(a) Domingos Coelho , 12ª 
CÂMARA CÍVEL, julgamento em 10/12/2014, publicação da súmula 
em 17/12/2014) 
 
CIVIL E PROCESSUAL. RECURSO ESPECIAL. PROTESTO DE 
BOLETOS BANCÁRIOS. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 
I. É inadmissível o protesto dos boletos bancários, sem a emissão, o 
envio e a retenção injustificada da duplicata. Inteligência do art. 13, § 
1º da Lei nº 5.474/68. Precedentes. 
II. Recurso especial conhecido e provido." 
(REsp 902017/RS, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, 
QUARTA TURMA, julgado em 16/09/2010, DJe 04/10/2010) 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO 
ESPECIAL. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 
128, 131, 165, 458, II e III, 460 e 535, II, DO CPC. NÃO 
OCORRÊNCIA. 
FUNDAMENTO AUTÔNOMO NÃO ATACADO. SÚMULA 283/
STF. ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONFORMIDADE COM 
J U R I S P R U D Ê N C I A AT U A L D A S E G U N D A S E Ç Ã O . 
PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS 
PREJUDICADO. 
[...] 
3. O acórdão recorrido acompanha o entendimento mais recente da 
Segunda Seção, de que é possível o protesto por indicação de boleto 
bancário devidamente acompanhado da comprovação da 
realização do negócio jurídico e da entrega das mercadorias, em 
substituição à duplicata emitida eletronicamente. Precedentes. 
4. Mantida a decisão que entendeu pela inexistência de ato ilícito, fica 
p r e j u d i c a d a a a n á l i s e d o p e d i d o d e c o n d e n a ç ã o a o 
pagamento de indenização por danos morais. 
5. Agravo regimental a que se nega provimento." (AgRg no AREsp n. 
3.634/GO, relator Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, 
DJe de 11/6/2013.) 
2) Ana recebeu uma nota promissória emitida por Ivan. Ana fez um endosso translativo 
para Marcos, menor incapaz, este endossou para a Sociedade “Sorveteria Ki Delícia 
comercial de alimentos Ltda”. Jorge, gerente da sorveteria, endossou o título para Stela, 
mas não detinha poderes para representar a Pessoa Jurídica. Stela endossou em 
branco para Roberto. Este transferiu a posse do título para Augusta por tradição. 
Augusta fez o mesmo transferindo para Carlos. Carlos endossou para Mateus, mas sem 
garantir o pagamento. Mateus iria passar o título para Augusto, para isso arrumou um 
avalista Patrícia, mas antes de endossar para Augusto, foi roubado e perdeu o título. 
Tiago recebeu o título de Moema que, falsificou a assinatura de Mateus, e arrumou um 
outro avalista, Pedro que assinou o título sem saber do que se tratava. Tiago fez um 
endosso mandato para Felipe, este que te procura hoje e pergunta: 
a) Quem pode ser cobrado? Explique todas as exclusões e inclusões. 
IVAN Paga. De acordo com o art. 15 da LUG o endossante, 
emitente do título, é garante tanto da aceitação como do 
pagamento.
ANA Paga. O endosso translativo nada mais é do que a 
transferência do direito de crédito a um terceiro. 
MARCOS
Não paga. O art. 7º da LUG dispõe "Se a letra contém 
assinaturas de pessoas incapazes de se obrigarem por letras, 
assinaturas falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou 
assinaturas que por qualquer outra razão não poderiam 
obrigar as pessoas que assinaram a letra, ou em nome das 
quais ela foi assinada, as obrigações dos outros signatários 
nem por isso deixam de ser validas."
JORGE
Depende da teoria que se adote: Teoria Ultra Vires - a 
sociedade não se vincula a atos e fatos que forem estranhos 
ao objeto social. Neste caso, Jorge paga. Teoria da 
Aparência- reconhece como verdadeira uma situação que 
apenas parece real. Logo, Jorge como gerente aparenta ter 
poderes para isso, então a Sorveteria paga.
STELA Paga. O endosso em branco não há o nome da pessoa a quem 
é destinado o título, de modo que fica "ao portador".
ROBERTO/
AUGUSTA
Ambos transferiram por tradição, logo não pagam, uma vez 
que não consta o nome deles no título. Ele recebeu o título 
em branco, logo pode fazer o repasse por simples tradição.
CARLOS Não paga. O endosso sem garantia significa que ele não 
garantiu o pagamento. Só produz o efeito de transferência.
MATEUS
Não paga. Matheus não conseguiu fazer o endosso. Em 
relação à falsa assinatura, o art. 7º da LUG dispõe "Se a letra 
contém assinaturas de pessoas incapazes de se obrigarem por 
letras, assinaturas falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou 
assinaturas que por qualquer outra razão não poderiam 
obrigar as pessoas que assinaram a letra, ou em nome das 
quais ela foi assinada, as obrigações dos outros signatários 
nem por isso deixam de ser validas.".
PATRÍCIA
O enunciado não deixou claro se foi realizado o aval e, em 
caso positivo, qual tipo de aval foi realizado (em branco ou 
em preto), apesar de que neste caso ela iria pagar, pois 
apesar da assinatura dele no título foi falsificada, este fato 
não desconstitui nem altera a extensão da obrigação do 
avalista. Além disso, por outro viés, ao não indicar a pessoa 
por quem se dá o aval, poderia–se entender pelo sacador.
MOEMA Não paga, o nome dela não consta no título.
PEDRO
Aval é um negócio jurídico que se concretiza mediante a 
uma simples assinatura de próprio punho do avalista no 
verso do título. 
A legislação afirma que o avalista não tem o direito de alegar 
anulidades, porém, tem direito ao vício de forma: existência, 
validade e eficácia do título, podendo ser dolo, coação, erro 
ou simulação que desoneram o avalista da obrigação. 
No caso em questão há um vício de consentimento, incorreu 
em Erro, o que gera a anulabilidade do aval.
TIAGO
Não paga, uma fez que o título portado por Felipe pertence a 
ele. O endosso mandato é somente uma procuração. Ele fica 
com a posse do título, mas não é proprietário dele. Súmula 
476 STJ.
3) Cite e explique ao menos 5 (cinco) diferentes formas de endosso e explique qual 
é a diferença entre o aval em preto e o aval em branco. 
1. Endosso em Branco: o beneficiário não é identificado. Para a transmissão, basta que o 
endossante assine no verso daquele título, não indicando para quem ele será destinado, 
transformando- o em um título ao portador. Nesse sentido, após esse endosso, o título 
poderá ser entregue mediante tradição. 
2. Endosso sem garantia: ocorre quando o endossante declara que não se responsabiliza 
pelo aceite e pelo pagamento do título. Para tanto, ele deve inserir no título qualquer 
expressão que denote esta sua intenção, como “sem garantia”. Neste caso há apenas a 
transferência da propriedade do título. 
3. Endosso Mandato/Procuração: ocorre quando o endossante confere poderes ao 
endossatário para que haja como seu procurador, exercendo os direitos específicos e 
constantes no título,para a prática de atos necessários ao efetivo recebimento do crédito 
previsto no título. Resumindo, é a autorização para um terceiro fazer a cobrança em 
nome do credor. 
4. Endosso Translativo: é a simples transferência do direito de crédito a um terceiro. 
5. Endosso Caução: ocorre quando o endossante transfere ao endossatário o título 
apenas para lhe garantir o cumprimento de outra obrigação/dívida, devolvendo-o ao 
endossante quando houver quitação da dívida. 
Aval em branco 
Ao dar o aval, o avalista assume a obrigação de pagar o título de crédito, do mesmo 
modo que o devedor desse título. No aval em branco, não há o nome da pessoa que 
recebeu o aval. Neste caso, de acordo com o art. 31 da LUG “O aval deve indicar a 
pessoa por quem se dá. Na falta de indicação, entender-se-á pelo sacador”, o avalista se 
compromete somente com o emitente do título/devedor principal/sacador. 
Aval em preto 
Nesse aval há o nome da pessoa que está sendo avalizada, isto é, de quem está sendo 
garantido o aval. 
4) É possível, em uma letra de câmbio, protestar um sacado não aceitante? 
Explique. 
Não. Na letra de câmbio, o aceite não é obrigatório, isto é, o sacado tem a faculdade de 
aceitar ou não a ordem que lhe foi dada. Se ele aceita, se torna o devedor principal do 
título. Caso não aceite, ele não integra a relação cambiária, isto é, a recusa do aceite não 
gera efeitos para ele, mas sim para o título. 
Nesse sentido, a recusa do aceite gera o vencimento antecipado do título, isto é, a 
obrigação se torna exigível imediatamente, mesmo antes da data prevista. Segundo 
Tomazette : “Todos os que assinaram o título e se tornaram devedores da letra (sacador, 1
endossantes e avalistas) serão chamados a pagar o título imediatamente, mesmo antes da 
data prevista, pois garantiram que o sacado iria aceitar e efetuar o pagamento”. Para 
tanto, a lei exige como prova da recusa do aceite o protesto lavrado pelo competente 
cartório. 
Apenas para ilustrar, podemos imaginar uma letra de câmbio com as 
seguintes pessoas: ROMÁRIO (SACADOR), EDMUNDO 
(SACADO) e RONALDO (BENEFICIÁRIO), com vencimento 
previsto para o dia 31/12/2008. No dia 4/4/2008, RONALDO 
(BENEFICIÁRIO) apresenta o título a EDMUNDO (SACADO), o 
qual se recusa a assinar o título. No mesmo dia, para demonstrar que 
EDMUNDO (SACADO) não quis dar o aceite, RONALDO 
(BENEFICIÁRIO) leva o título ao cartório que, fazendo as intimações 
devidas, certifica, com fé pública, que EDMUNDO (SACADO) não 
aceitou o título. Com o título e o protesto em mãos, RONALDO 
(BENEFICIÁRIO) poderá cobrar antecipadamente, antes do dia 
31/12/2008, o título de todas as pessoas que o assinaram, no caso 
apenas ROMÁRIO (SACADOR). (TOMAZETTE, 2017, pág. 141) 
Referências: 
CAPELLOGOMES. O Boleto Bancário é um título de crédito?. Disponível em: 
<https://copellogomes.com/o-boleto-bancario-e-um-titulo-de-credito/>. Acesso em: 
18/0/2021. 
TOMAZETTE, Marlon Curso de direito empresarial: Títulos de crédito, v. 2, 8. ed. 
rev. e atual. – São Paulo : Atlas, 2017.
 TOMAZETTE, Marlon Curso de direito empresarial: Títulos de crédito, v. 2, 8. ed. rev. e atual. – 1
São Paulo : Atlas, 2017, pág. 140.

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