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BROMATOLOGIA - SDE4456 Semana Aula: 7 CARBOIDRATOS E FIBRAS ALIMENTARES Tema Unidade 7: CARBOIDRATOS E FIBRAS ALIMENTARES Palavras-chave carboidratos,, fibras alimentares, mel, métodos de análise Objetivos Compreender os conceitos de carboidratos e fibras; Entender os padrões de identidade e qualidade dos produtos açucarados; Conhecer os métodos analíticos dos carboidratos e fibras. Estrutura de Conteúdo Aspectos que devem ser discutidos na aula: UNIDADE 7: Carboidratos e Fibras Alimentares 7.1. Definição de Carboidrato e Fibras Os carboidratos são compostos polihidrolixados com grupamentos aldeídicos ou cetônicos em seus derivados simples, sendo considerado o principal constituinte da dieta. Corresponde a 50% ou mais das calorias ingeridas diariamente. Podem ser classificados de acordo com o tamanho da sua molécula química em monossacarídeos, polissacarídeos e oligissacarídeos, sendo que esta classificação está diretamente relacionada às características de cada tipo de carboidrato. As fibras alimentares são os polissacarídeos vegetais da dieta, como celulose, hemiceluloses, pectinas, gomas, mucilagens e a lignina (não polissacarídeo) que não são hidrolisados pelo trato gastrointestinal humano. Podem ser classificadas em fibras solúveis, fibras insolúveis e fibras dietéticas. 7.2. Padrão de Identidade e Qualidade de Alimentos Glicídicos 7.2.1. Açucarados: Mel, Açúcar, Rapadura Entende-se por açúcar comum o produto obtido pela prensagem da cana de açúcar (Sacharum officinarum) e submetido a processos tecnológicos adequados. Quimicamente é um misto de grande teor de sacarose e mínimo de glicose e frutose. Seus Padrões de Identidade e Qualidade (PIQ) são fixados pela Resolução RDC nº 271 / 2005 ANVISA - Fixar a identidade e as características mínimas de qualidade a que devem obedecer os Açúcares e Produtos para Adoçar. Excluem-se os adoçantes dietéticos desta Resolução. Para análise físico-química do açúcar comum são realizadas as seguintes análises: Características sensoriais - observar e anotar aspecto, cor, aroma e sabor; Acidez em solução N%; Granulometria ; Método ponderal; RMF; Amido; Glícidos redutores em glicose e não redutores em sacarose; Edulcorantes; Metais tóxicos - chumbo, cobre; Corantes - azul ultramarinho; Branqueadores óticos (luz ultravioleta) - fluorescência azulada; Umidade. A rapadura é o produto sólido obtido pela concentração do caldo de cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.), podendo ser adicionado de outro(s) ingrediente(s) desde que não descaracterize(m) o produto e o melado é o produto obtido pela concentração do caldo de cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.) ou a partir da rapadura derretida. O PIQ de ambos também é estabelecido pela RDC nº 271 / 2005 ANVISA. As análises físico-químicas realizadas nestes produtos são as mesmas realizadas no mel, com exceção Fermentos diastásicos, Dextrinas e Reações características do mel. Mel é o produto alimentício produzido pelas abelhas melíferas, a partir do néctar das flores que as abelhas recolhem, transformam, combinam com substâncias específicas próprias, armazenam e deixam madurar nos favos da colmeia. O PIQ é estabelecido pelo RIISPOA (Art. 757) e pela Instrução Normativa 11/2000 do Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAA).Pode ser classificado de acordo com a sua tonalidade e de acordo com a sua qualidade. Laboratorialmente são realizadas as Reação de Lund, Reação de Fiehe, Reação de Lugol, Umidade por refratometria, Fermentos diastásicos e Acidez em ácido fórmico. 7.2.2. Feculentos e Farináceos Farinhas são os produtos obtidos de partes comestíveis de uma ou mais espécies de cereais, leguminosas, frutos, sementes, tubérculos e rizomas por moagem e ou outros processos tecnológicos considerados seguros para produção de alimentos. O PIQ é estabelecido pela Instrução Normativa 8/2005 - "Regulamento técnico de identidade e qualidade da farinha de trigo" (MAPA) ou pelas Legislações da Anvisa Portaria n.º354/1996 - "Norma Técnica da Farinha de Trigo"; RDC n.º263 / 2005 - "Regulamento técnico para produtos de cereais, amidos, farinhas e farelos"; RDC n.º344/2002 - "Regulamento Técnico para a Fortificação das Farinhas de Trigo e das Farinhas de Milho com Ferro e Ácido Fólico"; RDC n.º175/2003- "Regulamento Técnico de Avaliação de Matérias Macroscópicas e Microscópicas Prejudiciais à Saúde Humana em Alimentos Embalados". A farinha de trigo pode ser classificada por tipos de acordo com a qualidade de extração ou em industrial e doméstica. Para tal classificação deve ser observados os PIQ específico estabelecido por lei. As análises são as de composição centesimal, glúten, presença de antioxidantes e umidade. 7.3. Metodologias Analíticas 7.3.1. Açúcares Redutores e Não-Redutores Podem ser métodos quantitativos ou qualitativos de identificação e/ou quantificação. Os testes qualitativos são baseados em reações coloridas provenientes da condensação de produtos de degradação dos açúcares em ácidos fortes com vários compostos orgânicos; e nas propriedades redutoras do grupo carbonila. Os métodos quantitativos disponíveis para determinação de açúcar temos: Munson-Walker - método gravimétrico baseado na redução do cobre pelos grupos redutores dos açúcares; Lane-Eynon - método titrimétrico também baseado na redução de cobre pelos grupos redutores dos açúcares; Somogyi - método microtitrimétrico baseado também na redução do cobre; métodos cromatográficos e métodos ópticos. 7.3.2. Fibras Totais, Solúveis e Insolúveis A análise de fibra em alimentos, conhecida como fibra dietética, possui importância na determinação em alimentos para a determinação de diversos fatores, desde o estádio de maturação de frutas, até a identificação de algumas fraudes. Os métodos gravimétricos para determinação de fibra dietética podem ser divididos em métodos detergentes (fibras insolúveis em detergente) e métodos enzimáticos (somente fibra insolúvel ou fibra solúvel + fibra insolúvel). 7.3.3. Mel Dosagem de Acidez - baseia-se na titulação da acidez livre do produto por uma solução alcalina, utilizando como indicador a solução alcoólica de fenolftaleína a 1%. Sendo que o mel de abelhas não poderá conter adição de corretivos de acidez. Podendo se apresentar parcialmente cristalizado, mas sem caramelização ou espuma superficial. É permitido seu aquecimento até 70°C, desde que sua atividade enzimática seja mantida. Reação de Fiehe - baseia-se na identificação do HMF (hidroxi-metil-furfural), formada durante a hidrólise ácida da sacarose (obtenção do açúcar invertido comercial), pela hidratação da frutose, que em presença de resorcina e HCl fornece uma coloração que pode variar do róseo ao vermelho-cereja intenso, dependendo da quantidade de AI comercial presente. Fermentos Diastásicos - baseia-se na ação das enzimas presentes no mel sobre o amido, desdobrando-o parcialmente em dextrinas e outros produtos de hidrólise. Reação de Lugol - baseia-se na reação das dextrinas, presentes na glicose comercial, com o lugol, originando produtos corados, cuja intensidade depende do teor de dextrinas presente na glicose. Determinação da Umidade por Refratometria - baseia-se na determinação do índice de refração do mel à 20°C, comparando o valor encontrado com a tabela de CHATAWAY, que fornece o teor de umidade, sólidos solúveis e peso específico da amostra analisada. Reação de Lund - baseia-se na precipitação de compostos albuminóides presentes no mel, pelo ácido tânico. 7.3.4. Farinha de Trigo Glúten - baseia-se na insolubilidade do glúten na água e na propriedade do mesmo se aglomerar, formando uma massa, quando manuseado em água corrente, que elimina seus outros constituintes. Identificação de Oxidantes em Farinhas e produtos de Panificação - baseia-se na oxidação, em meio ácido e em presença de amido, pelo bromato e demais agentes oxidantes, fornecendo partículas de coloração violeta. Sendo a utilização de agentes oxidantes proibidapela atual legislação, assim o seu emprego é considerado uma adulteração. Acidez Aquo-Solúvel - a acidez da gordura aumenta mais rapidamente que a acidez dos extratos aquoso ou alcoólico, quando há deterioração da farinha durante a armazenagem. A determinação do pH, cujo valor oscila entre 6,0 e 6,8, para farinha de trigo, tem grande valor para reconhecimento dos tratamentos sofridos, pois mostra grande alteração, como no caso de alvejamento com cloro. Estratégias de Aprendizagem A aula deverá despertar a capacidade de relacionar o conteúdo teórico com a realidade. Para aprofundar o estudo o aluno deverá: ler com atenção o material didático, o material disponibilizado pelo professor no SAVA e ler artigos científicos. Indicação de Leitura Específica Material Didático Aplicação: articulação teoria e prática Discussão de Artigos Científicos. Exemplo de artigo científico do conteúdo apresentado em aula: Referência: Revista Verde (Mossoró - RN - Brasil) v.6, n.3, p.83 - 90 julho/setembro de 2011 http://revista.gvaa.com.br ESTUDO FÍSICO-QUÍMICO E DE QUALIDADE DO MEL DE ABELHA COMERCIALIZADO NO MUNICÍPIO DE POMBAL - PB RESUMO: O mel é uma substância que vem sendo utilizada pelo homem como alimento, é um produto natural elaborado pelas abelhas a partir do néctar das flores, possui propriedades nutritivas e terapêuticas. O mel de abelhas é um produto alimentício muito apreciado, porém pode ser facilmente adulterado com a adição de açúcares ou xaropes. Desta forma, é necessário fiscalizar sua qualidade através de análises físico-químicas com a finalidade de conhecer a composição química do mel de abelha comercializado além de contribuir para a identificação de fraudes e mudanças físico-químicas indesejáveis. Este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade físico-química do mel de abelha comercializado no município de Pombal ? PB e sua adequação quanto aos padrões de identidade e qualidade estipulados pela legislação brasileira. As amostras de mel foram adquiridas no comércio do município de Pombal sendo estas transportadas até o laboratório de Tecnologia de Alimentos, da UFCG, onde foram armazenadas para posteriores análises. Foram analisadas 8 amostras de diferentes produtores e marcas sendo os ensaios conduzidos com um numero mínimo de três repetições. No tocante às análises microscópicas, todas as amostras de mel estavam de acordo à legislação em vigor, não apresentando sujidades, fragmentos ou larvas de insetos. Entretanto, as análises físico-químicas mostraram que 87% das amostras estavam em desacordo com a mesma legislação em pelo menos um quesito de qualidade. Sugere-se, portanto como forma de assegurar à qualidade do mel de abelha comercializado a adoção dos princípios das Boas Práticas de Fabricação nas unidades produtoras. Palavras-chaves: qualidade, mel de abelha e análises físico-químicas. Sugestão de Exercícios a serem utilizados em sala de aula de forma a fixar o conteúdo abordado: 1) Discuta a aplicação da determinação do teor de fibra alimentar. 2) Para caracterização e o controle de qualidade, a legislação recomenda a utilização de métodos de análise. Cite um método utilizado na análise do mel. Considerações Adicionais http://revista.gvaa.com.br/
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