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Bioquimíca dos Alimentos - Unidade 1 Análise sensorial A análise sensorial é uma técnica de objetivo mercadológico para, em resumo, verificar a reação das pessoas a um determinado alimento. Reações sensoriais, dos cinco sentidos. Essa técnica começou a ser utilizada por empresas de bebidas alcóolicas, como destilarias e cervejarias. Com o passar do tempo, a técnica começou a ser utilizada pela indústria com o objetivo de avaliar a qualidade dos produtos. Propriedades sensoriais Através dos nossos cincos sentidos podemos avaliar a qualidade, palatabilidade e características dos alimentos. Cor O aspecto da cor é um dos mais decisivos na hora da compra para o consumidor. É comum que quando um determinado alimento não tem a cor e a aparência que são esperados, causem uma reação vistosa pelo indivíduo. Odor O odor é o sentido olfativo que é estimulado por substâncias voláteis presentes nos alimentos. Dependendo do tipo de alimento eles podem ter notas de cheiro mais doces, mais azedos e até ácidos, que caracterizam esse alimento. O aroma, por sua vez, é outro conceito que se define como a capacidade de perceber essa característica do alimento depois de levá-lo a boca. É fácil identificar esse conceito quando lembramos que em momentos que estamos resfriados não sentimos o gosto dos alimentos. Textura É a propriedade exercida pelo tato, capaz de sentir as características estruturais da superfície e do alimento como um todo. No caso de alimentos líquidos temos a característica de fluidez e em alimentos semissólidos, temos a característica de consistência. Gosto É a propriedade da boca que se relaciona com o paladar. Se dá através das papilas gustativas que são capazes de sentir o gosto dos alimentos. Já o conceito de sabor inclui, além do paladar, as sensações táteis de temperatura e as sensações olfativas também Características dos testes Os testes são definidos segundo alguns fatores. Os fatores inerentes ao alimento que são as características estruturais e químicas e os fatores inerentes ao indivíduo que possui determinadas condições fisiológicas, psicológicas e sociais, que podem interferir na determinação da qualidade sensorial. As grandes aplicações dessa técnica em indústrias se dão no controle da qualidade da matéria prima, no controle da qualidade do produto acabado e no controle de produtos concorrentes. Para cada aplicação há um método sensorial recomendado. A seguir, vamos detalhar três deles: Afetivo aquele que tem o objetivo de avaliar a preferência de consumidores em relação a um ou mais produtos. Normalmente, é feito através de testes que avaliam o gosto do consumidor por um produto ou a preferência dele de um produto em relação a outro; Discriminativos ou de diferença são aqueles que avaliam as diferenças nos sentidos entre dois produtos. Muito aplicados no mercado para avaliar marcas concorrentes, ou mesmo determinar produtos fora do padrão da ANVISA; Descritivos são os testes feitos para determinar as características do produto por provadores treinados e, muitas vezes, com o auxílio de escalas. Gosto É a propriedade da boca que se relaciona com o paladar. Se dá através das papilas gustativas que são capazes de sentir o gosto dos alimentos. Já o conceito de sabor inclui, além do paladar, as sensações táteis de temperatura e as sensações olfativas também. Especiarias alimentares Com a RDC nº 276, de 22 de setembro de 2005, a Anvisa aprova o regulamento de técnico de especiarias, temperos e molhos, em que define especiarias como “[...] os produtos constituídos de partes (raízes, rizomas, bulbos, cascas, folhas, flores, frutos, sementes, talos) de uma ou mais espécies vegetais (...), tradicionalmente utilizadas para agregar sabor ou aroma aos alimentos e bebidas” (Brasil, 2005b). Além disso, existem outras substâncias, consideradas derivadas das especiarias, denominadas como temperos, que “[...] são os produtos obtidos da mistura de especiarias e de outro(s) ingrediente(s), fermentados ou não, empregados para agregar sabor ou aroma aos alimentos e bebidas” (Brasil, 2005b). Diferentemente dos aditivos alimentares, as especiarias podem ou não ter valor nutricional. As especiarias, além de deixarem a comida mais saborosa e com melhor cheiro, também podem possuir propriedades similares dos aditivos, como a conservação e efeito antioxidante. O uso de especiarias remonta à Antiguidade, veremos a seguir um pouco mais sobre a origem dos condimentos. Lista de Especiarias NOME COMUM / NOME CIENTÍFICO PARTE DO VEGETAL UTILIZADA Açafrão / Crocus sativus L. cascas Aipo marrom e verde / Apium graveolens L. cascas Alcaçuz / Glycyrrhiza glabra L. sementes Alcaparra / Capparis spinosa L. bulbos Alecrim / Rosmarinus officinalis L. folhas e talos Alho / Allium sativum L. folhas e talos Alho porro / Allium porrum L. talos, folhas e frutos Anis estrelado / Illicium verum Hook. frutos Baunilha / Vanilla planifolia Jacks. frutos Canela-da-china / Cinnamomum cassia Ness ex Blume cascas Canela-do-ceilão / Cinnamomum zeylanicum Ness cascas Cardamono / Elettaria cardamomum L. sementes Cebola / Allium cepa L. bulbos Cebolinha verde / Allium schoenoprasum L. folhas e talos Cerofólio / Anthriscus cerofolium (L.) Hoffm. folhas e talos Coentro / Coriandrum sativum L. talos, folhas e frutos Cominho / Cuminun cyminum L. frutos Cravo-da-índia / Caryophyllus aromaticus L. ou Eugenia caryphyllata Thumb botões florais Cúrcuma / Curcuma longa L. e Curcuma domestica Valenton rizomas Curry / Murraya koenigii (L.) Spreng folhas Endro ou aneto ou dill / Anethum graveolens L. frutos, folhas e talos Erva-doce ou anis ou anis doce / Pimpinella anisum L. frutos Estragão / Artemisia dracunculus L. folhas e talos Feno-grego / Trigonella foenum-graecum L. sementes Funcho / Foeniculum vulgare Mill. folhas e talos Gengibre / Zingiber officinale Roscoe rizomas Gergelim / Sesamum indicum L. sementes Hortelã ou hortelã-pimenta / Mentha piperita L. folhas e talos Kümmel ou alcaravia / Carum carvi L. sementes Louro / Laurus nobilis L. folhas Manjericão ou alfavaca ou basílico / Ocimum basilicum L. folhas e talos Manjerona / Majorana hortensis Moench. ou Origanum majorana L. folhas e talos Menta ou menta doce ou hortelã-doce / Mentha arvensis L. folhas e talos Mostarda-branca / Sinapsis alba L. ou Brassica alba Rabenth sementes Mostarda-preta / Brassica nigra (L.) Koch ou Sinapis nigra L. sementes Mostarda amarela ou parda / Brassica hirta Moench. ou Brassica juncea L. sementes Noz-moscada ou macis / Myristica fragrans Houtt sementes e arilos Orégano chileno / Origanum vulgare L. folhas e talos Orégano mexicano / Lippia graveolens Kunth folhas e talos Papoula / Papaver somniferum L. sementes Páprica / Capsicum annuum L. frutos Pimenta-branca, preta, verde ou pimenta-do-reino / Piper nigrum L. frutos Pimenta-de-caiena / Capsicum baccatum L. frutos Pimenta vermelha ou pimenta-malagueta / Capsicum frutescens L. frutos Pimenta cumari / Capsicum praetermissum Heiser & Smith frutos Pimentão vermelho, pimentão verde, pimentão amarelo e pimenta doce / Capsicum annuum L. frutos Pimenta-da-jamaica / Pimenta officinalis Lindl. ou Pimenta dioica (L.) Merr. frutos Pimenta rosa / Schinus terebinthifolius Raddi frutos Raiz forte / Armoracia rusticana P. Gaertn folhas e raízes Salsa / Petroselinum sativum Hoffm. ou Petroselinum crispum (Mill.) Nyman. folhas e talos Sálvia / Salvia officinalis L. folhas Segurelha / Satureja hortensis L. folhas e talos Tomate/ Lycopersicum esculentum L. frutos Tomilho / Thymus vulgaris L. folhas e talos Urucum / Bixa orellana L. sementes Zimbro / Juniperus communis L. folhas e frutos A RDC nº 276/2005 também define molho, maionese e ketchup: MOLHOS “são os produtos em forma líquida, pastosa, emulsão ou suspensão à base de especiaria(s) e ou tempero(s) e ou outro(s) ingrediente(s), fermentados ou não, utilizados para preparar e ou agregarsabor ou aroma aos alimentos e bebidas” (Brasil, 2005b). MAIONESE “é o produto cremoso em forma de emulsão estável, óleo em água, preparado a partir de óleo(s) vegetal(is), água e ovos, podendo ser adicionado de outros ingredientes, desde que não descaracterizem o produto. O produto deve ser acidificado” (Brasil, 2005b). Ketchup: “é o produto elaborado a partir da polpa de frutos maduros do tomateiro (Lycopersicum esculentum L.), podendo ser adicionado de outros ingredientes desde que não descaracterizem o produto” (Brasil, 2005b). Tabela 2 - Composição de bebidas não alcoólicas em 100 gramas. Descrição dos alimentos Umidade (%) Energia (kcal) Energia (kJ) Proteína (g) Lipídeos (g) Colesterol (mg) Carboidrato (g) Fibra alimentar (g) Cinzas (g) Cálcio (mg) Magnésio (mg) Bebida isotônica, sabores variados 93,5 26 107 0,0 0,0 NA 6,4 NA 0,1 1 Tr Café, infusão 10% 97,4 9 38 0,7 0,1 NA 1,5 NA 0,4 3 10 caldo de cana 1,7 65 273 Traços Traços NA 18,2 0,1 0,1 9 12 Chá, erva-doce, infusão 5% 9,6 1 6 0,0 0,0 NA 0,4 NA 0,0 2 1 Chá, mate, infusão 5% 99,3 3 11 0,0 0,1 NA 0,6 NA 0,0 1 2 Chá, preto, infusão 5% 99,4 2 9 0,0 0,0 NA 0,6 NA 0,0 0 1 Água de coco 94,3 22 90 0,0 0,0 NA 5,3 0,1 0,0 19 5 Refrigerante, tipo água tônica 92,0 31 129 0,0 0,0 NA 8,0 NA 0,0 1 Traços Refrigerante, tipo cola 91,3 34 140 0,0 0,0 NA 8,7 NA 0,1 1 Traços Refrigerante, tipo guaraná 90,0 39 162 0,0 0,0 NA 10 NA 0,0 1 Traços Refrigerante, tipo laranja 88,2 46 191 0,0 0,0 NA 11,8 NA 0,0 2 1 Refrigerante, tipo limão 89,7 40 166 0,0 0,0 NA 10,3 NA 0,0 2 1