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Dunia Torres Infecções relacionadas à assistência à saúde Introdução • Infecção hospitalar X infecção associada à assistência à saúde(IRAS): termo mais abrangente para qualquer ambiente • Considera-se IRAS a infecção adquirida durante a hospitalização e que não estava presente, e nem em período de incubação por ocasião da admissão do paciente. São diagnosticadas, em geral, a partir de 72 horas da admissão. • IMPORTÂNCIA: impacto sobre letalidade hospitalar, duração de internação e custos; internação de indivíduos cada vez mais graves e imunocomprometidos; surgimento de resistência a antimicrobianos • Qualquer tipo de infecção adquirida após a entrada do paciente em um hospital ou após a sua alta quando essa infecção estiver diretamente relacionada com a internação ou procedimento hospitalar • Também são consideradas hospitalares aquelas infecções manifestadas antes das 72h de internação quando associadas a procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos realizados 2 Infecção comunitária: • É aquela constatada ou em incubação no ato da admissão, desde que não relacionada com a internação anterior no mesmo hospital • Associada a complicação ou extensão da infecção já presente na admissão, exceto se houver trocas de microorganismos • Em recém-nascidos, aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi comprovada • Infecções de recém-nascidos associados com bolsa rota superior a 24h De onde são adquiridas as IRAS? Fonte endógena- autoinfecção Contaminação cruzada- o staff do hospital ou paciente contamina outro paciente Fonte exógena- ar, poeira, alimento, pia e comadres, fluidos e cateteres, água e desinfetantes, endóscopios, respiradores e equipamento de ventilação. São fontes de microorganismo. - Muitas vezes a IRAS torna-se óbvia quando o paciente ainda está hospitalizado, mas algumas vezes não é reconhecida até que o paciente tenha alta • Alta precoce visando para a redução dos custos, contribui para as infecções não reconhecidas • Por outro lado, o tempo curto de internação no período pós operatório pode diminuir a chance de IRAS Principais tipos de infecções 3 • Infecção Respiratória – Pneumonia (associado à respiradores); • Infecção do Trato Urinário – (associado à cateteres); • Bacteremias (Primárias - inoculação ou secundárias) • Infecções de feridas cirúrgicas Etiologia das IRAS Quase todos os microrganismos podem estar associados a IRAS, embora infecções por protozoários sejam raras. - Perfil de agentes modifica ao longo do tempo: Era Pré-antimicrobianos ( Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes, Escherichia coli). Com o uso intenso de Antimicrobianos -> Microorganismos multiresistente ( MRSA Staphylococcus Coagulase neg Enterococcus Acinetobacter baumanii) - Modifica de acordo com o perfil do hospital ou unidade hospitalar: UTI neonatal: MRSA UTI adulto: Acinetobacter sp, Pseudomonas sp, Klebsiella sp Fatores que contribuem para IRAS: -Pacientes imunocomprometidos, Presença de microrganismos no ambiente hospitalar, Transmissão pacientes – STAFF e entre pacientes -> IRAS • Característica do agente: formação de biofilme (rede protetora formada por comunidades microbacterianas para viverem aderidas na superfície) e Resistência a antimicrobianos ( MRSA, VISA, VRSA) 4 • Fontes de infecção: humanos, vetores, fômites (equipamentos médicos) Setores hospitalares com maiores índices de infecção - Unidades de Terapia Intensiva (UTI) - Unidades de Tratamento de Grandes Queimados - Enfermarias de Clínica Cirúrgica Comissão de controle de infecção hospitalar - CCIH Estudo, implementação e monitoramento de políticas e procedimentos: ✓Rotinas de cuidados com cateter, ✓Uso de antibióticos e desinfetantes, ✓Acidentes por exposição a pérfuro-cortantes, ✓Acidentes por respingo de secreções, ✓Coleta e transporte de espécimes biológicos, ✓Serviços de alimentação e hotelaria. Investigação de surtos ✓Identificação microbiana, 5 ✓Tipagem epidemiológica, ✓Educação continuada e fiscalização das práticas médicas e de enfermagem Desafios no controle das IRAS • Pandemia do novo coronavírus (SARS COV-2) – Qual a relação com IRAS? Aumento das internações, Resistencia à antimicrobianos- comunidade, Novas Infecções SARS- COV 2, Pacientes debilitados, Infecções bacterianas e fúngica, Microrganismos multirresistentes. • Conscientização dos profissionais de saúde: Uso de EPI ́s, correta higienização das mãos. - O que contribui para a não colaboração: ✓ A falsa percepção de um risco invisível; ✓ Subestimação da responsabilidade individual na elevação das taxas de IRAS. • Conscientização dos pacientes e visitantes: lavagem das mãos • Processamento de materiais de saúde: Desinfecção X Esterilização. Desinfecção: redução da carga de microorganismos, eliminação. (lavagem das mãos com água e sabão). Esterilização: destruição de todos os microorganismos (auto-clave) Precauções padrão: • Higienização das mãos – medida mais simples e mais eficaz O que usar? Álcool 70%, Sabonete líquido/barra, Degermantes (triclosan, clorexidina). - Quando usar água e sabão? A higienização das mãos deve ser feita com água e sabão. Quando chegar do plantão, sempre que as mãos estiverem sujas ou oleosas, antes e depois de realizar atos pessoais, antes ou após o preparo de medicamentos 6 - Quando usar álcool gel? Somente se as mãos não tiverem visivelmente sujas: ao calçar/retirar luvas, ao trocar de paciente, manipular diferentes regiões, ao contato com fômites próximo ao paciente - Uso dos degermantes: situações que exijam maior controle bacteriano ü Surto ü Paciente com bactéria multirresistente ü Realização de procedimentos invasivos • Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) - colocação • Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) – retirada 7 Precauções Respiratórias • Gotículas – tosse, fala, conversa, etc.. • Aerossóis – algumas gotículas se ressecam e podem permanecer suspensas no ar, contaminando outros ambientes (ex. Mycobacterium tuberculosis)
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