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Patologia Oral - Cistos Odontogênicos

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Patologia Oral | UFPE 2020.2
| Cistos Odontogênicos
A maioria dos cistos dos ossos gnáticos é
revestida por epitélio derivado de epitélio
odontogênico. Eles são denominados cistos
odontogênicos.
De acordo com sua origem, os cistos
odontogênicos são subclassificados em cistos de
desenvolvimento ou inflamatórios.
Classificação dos Cistos Odontogênicos
Cistos de Desenvolvimento
● Cisto Dentígero;
● Cisto de Erupção
● Ceratocisto Odontogênico
● Cisto Odontogênico Calcificante;
● Cisto odontogênico ortoceratinizado
● Cisto gengival do recém-nascido
● Cisto gengival do adulto
● Cisto Periodontal Lateral
● Cisto Odontogênico Glandular
Cistos Inflamatórios
● Cisto Periapical Radicular
● Cisto Periapical (radicular) Residual
● Cisto da Bifurcação Vestibular
Os fatores precipitantes que iniciam a
formação dos cistos do desenvolvimento são
desconhecidos, mas essas lesões não parecem
surgir em consequência de reação inflamatória.
Os cistos inflamatórios resultam da inflamação
da região.
| Cisto Dentígero
É definido como um cisto que se origina pela
separação do folículo que fica ao redor da coroa
de um dente incluso. Esse é o tipo mais comum
de cisto odontogênico do desenvolvimento,
sendo responsável por cerca de 20% de todos os
cistos revestidos por epitélio nos ossos gnáticos.
A patogênese desse cisto é incerta, mas
aparentemente ele se desenvolve pelo acúmulo
de fluido entre o epitélio reduzido do esmalte e a
coroa do dente.
O cisto dentígero envolve a coroa de um
dente impactado e se conecta ao dente pela
junção amelocementária.
Cisto dentígero. Espécime macroscópico de um cisto
dentígero envolvendo um dente canino superior. O cisto foi
aberto para mostrar a relação da coroa do dente com o cisto.
Características Clínicas
Eles são descobertos mais frequentemente
em pacientes entre 10 e 30 anos. Há uma leve
predileção pelo sexo masculino e maior
prevalência em brancos do que em negros. Cistos
dentígeros pequenos em geral são
completamente assintomáticos e são
descobertos somente em exames radiográficos
de rotina ou quando são feitas radiografias para
determinar o motivo pelo qual um dente não
erupciona.
Características Histopatológicas
Apresenta uma cápsula fibrosa colagenizada,
desenvolvimento de cristas epiteliais, células
mucosas, células colunares e epitélio reduzido do
esmalte.
Tratamento e Prognóstico
O tratamento usual para um cisto dentígero
é a cuidadosa enucleação do cisto juntamente
com a remoção do dente não erupcionado.
Grandes cistos dentígeros também podem ser
tratados por meio de marsupialização, que
permite a descompressão do cisto, com
consequente redução no tamanho do defeito
ósseo. O cisto pode então ser excisado em um
momento posterior, com um procedimento
cirúrgico menos extenso.
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista (2021)
Patologia Oral | UFPE 2020.2
| Cisto de Erupção
É o análogo, nos tecidos moles, do cisto
dentígero. O cisto se desenvolve como resultado
da separação do folículo dentário da coroa de um
dente em erupção que já está posicionado nos
tecidos moles que recobrem o osso alveolar.
Características Clínicas
O cisto de erupção surge como um aumento
de volume de consistência mole,
frequentemente translúcido, na mucosa gengival
que recobre a coroa de um dente decíduo ou
permanente em erupção. Afeta principalmente a
região de incisivos e em crianças entre 4 e 10
anos.
Cisto de erupção. Esse aumento de volume gengival de
consistência mole contém considerável quantidade de
sangue e pode também ser designado como um hematoma
de erupção.
| Ceratocisto Odontogênico
Surgindo a partir dos restos celulares da
lâmina dental, esse cisto apresenta um
mecanismo de crescimento e comportamento
biológico diferentes daqueles do cisto dentígero
e do cisto radicular, que são mais comuns.
Diferente do cisto radicular e do cisto dentígero,
que crescem a partir do aumento da pressão
osmótica dentro do lúmen cístico, o crescimento
do ceratocisto odontogênico é relacionado à
fatores desconhecidos, inerentes ao próprio
epitélio ou a atividade enzimática na parede
cística. Ou seja, é um cisto no qual as células são
capazes de formar queratina.
Características Clínicas
Os ceratocistos odontogênicos podem ser
encontrados em pacientes com idade variável,
desde a infância até a velhice, mas cerca de 60%
de todos os casos são diagnosticados em pessoas
entre 10 e 40 anos. Há uma leve preferência por
homens. A mandíbula é acometida em 60% a
80% dos casos, com uma marcante tendência
para o envolvimento do corpo posterior e do
ramo da mandíbula.
O diagnóstico de ceratocisto odontogênico
baseia-se nas características histopatológicas.
Características Histopatológicas
Apresenta epitélio escamoso estratificado,
com seis a oito células de espessura com uma
cápsula delgada enucleada. Também apresenta
células epiteliais paraceratóticas achatadas e
cordões ou ilhas satélites de epitélio
odontogênico.
Ceratocisto odontogênico. O revestimento epitelial
apresenta espessura de 6 a 8 células, com uma camada de
células basais hipercromáticas e em paliçada. Note a
superfície paraceratinizada corrugada.
Múltiplos ceratocistos odontogênicos podem
estar presentes e tais pacientes devem ser
avaliados em busca de outras manifestações da
síndrome do carcinoma nevoide basocelular
(Gorlin).
O carcinoma basocelular se desenvolve como
consequência de exposição solar ao longo da
vida. Ocorre normalmente em pessoas mais
velhas. No entanto, a síndrome ocorre em
pessoas mais jovens e em áreas não expostas ao
sol.
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista (2021)
Patologia Oral | UFPE 2020.2
| Cisto Odontogênico Calcificante (Gorlin)
O cisto odontogênico calcificante é
predominantemente uma lesão intra-óssea que
afeta tanto a maxila quanto a mandíbula Ela se
origina a partir dos remanescentes da lâmina
dental, sendo bastante incomum, se
apresentando radiolúcida radiograficamente
falando. Os pacientes podem ter idade variando
da infância à velhice. A idade média é de 33 anos
e a maioria dos casos é diagnosticada na
segunda e terceira décadas de vida.
Cisto odontogênico calcificante. Expansão do rebordo
alveolar súpero-posterior da maxila causada por um grande
cisto odontogênico calcificante. Radiografia panorâmica do
mesmo paciente mostrando uma grande lesão radiolúcida
na maxila posterior. Uma pequena estrutura calcificada
pode ser observada na porção inferior do cisto.
Características Histopatológicas
Apresenta células cubóides e colunares, com
a presença de um número variável de células
fantasmas. As Ilhas epiteliais mostram células
colunares em paliçada periférica e um retículo
estrelado central.
Cisto odontogênico calcificante. O revestimento epitelial
mostra células epiteliais ameloblastomatosas, com uma
camada basal colunar.
| Cisto de Periodontal Lateral
Tem origem nos remanescentes da lâmina
dentária, com incidência em menos de 2% dos
casos. Ocorre com maior frequência em
pacientes da quinta à sétima décadas de vida,
raramente ocorrendo em pessoas com menos de
30 anos de idade, ao longo da superfície radicular
lateral. Cerca de 75% a 80% dos casos ocorrem na
região de pré-molares, caninos e incisivos laterais
inferiores.
Ocasionalmente, a lesão pode apresentar um
aspecto policístico; tais exemplos foram
denominados cistos odontogênicos botrioides.
Macro e microscopicamente, exibem um aspecto
de cachos de uva devido aos pequenos cistos
individuais.
Cisto periodontal lateral. Espécime macroscópico de uma
variante botrióide. Microscopicamente, esse agregado em
forma de cacho de uva revelou três cavidades separadas.
Características Histopatológicas
Ele apresenta uma cápsula fibrosa delgada,
com epitélio com células escamosas achatadas
ou cubóides, além de focos de células claras, com
os restos epiteliais podendo ser observados.
Cisto periodontal lateral. Essa fotomicrografia mostra um
revestimento epitelial delgado com espessamentos
nodulares focais
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista (2021)
Patologia Oral | UFPE 2020.2
Tratamento e Prognóstico
A enucleação conservadora do cistoperiodontal lateral é o tratamento de escolha.
Geralmente, isso pode ser atingido sem dano aos
dentes adjacentes. A recidiva não é comum,
apesar de ter sido relatada na variante botrioide,
presumidamente devido a sua natureza
policística.
| Cisto Ortoceratinizado
Apresenta um revestimento epitelial
ortoceratinizado. Sendo uma lesão intra-óssea,
apresenta-se no exame radiográfico como uma
imagem radiolúcida, unilocular e de tamanhos
variáveis. Ele acomete, prevalentemente, mais
homens jovens.
Histopatologicamente falando, ele apresenta
um epitélio escamoso estratificado, que mostra
uma superfície ortoqueratinizada de espessura
variada, com grânulos de cerato-hialina sendo
proeminentes. Além disso, o revestimento
epitelial é relativamente delgado, com a camada
basal em paliçada.
Cisto odontogênico ortoceratinizado. Características
microscópicas exibindo um delgado revestimento epitelial. A
camada basal do epitélio não demonstra a paliçada. Os
grânulos de cerato-hialina estão presentes e uma espessa
camada de ortoceratina pode ser vista na superfície luminal.
| Cisto Gengival do Recém-Nascido
São pequenas pápulas esbranquiçadas
múltiplas encontradas na mucosa alveolar do
recém-nascido. Eles medem cerca de 2 a 3mm e
o rebordo alveolar superior é o mais acometido.
O tratamento muitas vezes não é necessário
visto que eles cessam com o tempo.
| Cisto Gengival do Adulto
Origina-se dos remanescentes da lâmina
dentária, sendo uma lesão incomum. Eles são
localizados na gengiva vestibular ou na mucosa
alveolar. Além disso, o CGA não é detectado
radiograficamente, e se apresenta
macroscópicamente como um nódulo de cor
azulada ou cinza azulada.
O tratamento consiste em excisão cirúrgica e
não há recidiva.
Características Histopatológicas
Ele apresenta um revestimento epitelial
delgado e achatado, com ou sem placas focais.
que contém células claras.
| Cisto Glandular
É um tipo raro de cisto que apresenta um
comportamento agressivo. Ocorre em adultos de
meia idade com predileção na área mandibular.
Possui um tamanho variável, mas os maiores
podem ser sintomáticos, apresentando uma
lesão uni ou multilocular.
Características Histopatológicas
Apresenta um epitélio escamoso de
espessura variada, cápsula fibrosa sem infiltrado
inflamatório, células epiteliais cúbicas ou
colunares, e células mucosas com presença de
cílios.
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista (2021)
Patologia Oral | UFPE 2020.2
Cisto odontogênico glandular. O cisto apresenta
revestimento de epitélio escamoso estratificado que
apresenta células colunares superficiais com cílios.
Pequenos microcistos e agrupamentos de células mucosas
estão presentes
| Cisto da Bifurcação Vestibular
Se desenvolve na face vestibular do primeiro
molar inferior permanente e é bastante
incomum. As radiografias mostram uma lesão
radiolúcida unilocular bem-circunscrita
envolvendo a bifurcação vestibular e a região da
raiz. Ele acomete, geralmente, crianças entre 5 e
13 anos de idade.
Características Histopatológicas
Apresenta um epitélio escamoso de
espessura variada, cápsula fibrosa sem infiltrado
inflamatório, células epiteliais cúbicas ou
colunares, e células mucosas com presença de
cílios.
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista (2021)

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