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Aula 1 - Semiologia pediátrica Anamnese • Identificação o Nome da criança o Data e local de nascimento o Data da consulta + idade da criança (em meses, dias ou anos e meses) o Informante / acompanhante o Motivo da consulta (1º consulta, consulta de rotina, consulta de puericultura, retorno, etc.) • Queixa principal - motivo principal que fez com que a mãe da criança ou outro responsável a trouxesse à consulta. Descrever utilizando os termos - as mesmas palavras - do paciente ou acompanhante. • Historia pregressa da moléstia atual - essa é a parte central da anamnese e deve conter as informações sobre a doença atual do paciente desde que começou até o momento presente. • ISDA o Sintomas de alerta = importantes se presentes na criança, pois nos orientam quanto gravidade ou não do quadro clinico em curso: febre, dispneia, vômitos, diarreia, sonolência/letargia o Sintomas importantes por faixa etária. • Historia fisiológica: historia da criança o Ritmo de sono o Habito urinário e intestinal o Apetite o Pré-puberdade e puberdade o Atividades físicas e de lazer o Atividades de estudo o Local de estudo o Acompanhamento escolar o Estado de animo o Investigação sobre visão, audição o Adolescência: vida sexual, prevenção de dst, menstruarão, contracepção e gestação. • Alimentação o Aleitamento materno exclusivo ou misto o Desmame o Alimentação materna (na amamentação e em casos de dieta de restrição alimentar) o Hábitos alimentares (tipo de alimentação, horário/rotina, local de alimentação) o Preparo dos alimentos e dos leites artificiais • Historia vacinal: o Calendário vacinal da criança o Próximas vacinas o Atraso vacinal e atualização do calendário o Informações e duvidas das vacinas • DNPM = desenvolvimento neuro psico motor: pesquisar presença dos marcos do desenvolvimento próprios para cada idade: o Período neonatal: sustentação cervical e reflexos primitivos o Lactentes: desenvolvimento motor e cognitivo / desenvolvimento da fala / desfralde o Pré escolar, escolar e adolescentes: aprendizado e desenvolvimento escolar / fases psicossexuais • Medicação em uso: o Puericultura: vitaminas / banho de sol o Vermifugação: se já tomou e quando o Medicação de base para doenças crônicas e/ou tratamento de prevenção ou profilaxia. • Habitat e condições sócio econômicas o Moradia, presença de jardim, quintal, sol ou mofo o Agua encanada e rede de esgoto o Presença de animais domésticos o Quantas pessoas moram no mesmo local o Poluição ambiental, tabagismo o Qual a renda familiar, profissão dos familiares • Antecedentes o Antecedentes pessoas • Alergias • Internações e cirurgias anteriores • Comorbidades e doenças em curso o Antecedentes de gestação e parto (neonato e lactentes) • Gestação (intercorrências e exames do pré-natal = sorologias, tipagem sanguínea, DHEG, DM) • Parto e período neonatal (escala de Apgar, idade gestacional (Capurro), necessidade de oxigênio ou de UTI neonatal, realizado fototerapia ou não) • Triagem neonatal (exames do olhinho, orelhinha, linguinha, coraçãozinho e teste do pezinho) o Antecedentes familiares • HAS • DM • Cardiopatias • Doenças respiratórias (TBC, ASMA) • Câncer • Doenças oftalmológicas, surdez Exame físico • Dados antropométricos: o Peso o Altura o Perímetro cefálico (até 2 anos de idade) o Perímetro torácico (até 6 meses de idade) o Perímetro abdominal (até 2 meses de idade ou em casos específicos) o IMC o Pressão arterial (rotina = a partir de 3 anos de idade) o Temperatura. (cada grau de temperatura que aumenta, aumenta em média 10 batimentos além do normal esperado para a idade). • Propriamente dito o Estado geral o Cabeça e pescoço: deformidades, fontanelas, gânglios linfáticos, tireoide) o Aparelho respiratório o Aparelho cardiovascular (incluindo palpação de pulsos centrais superiores e inferiores e perfusão periférica) o Abdômen e ap. gênito urinário o Sistema nervoso o Sistema osteoarticular o Pele o Oroscopia e otoscopia: devem ser os últimos exames realizados na criança devido ao incomodo e choro o Recém-nascidos e lactentes até o 4 a 6 meses de idade: pesquisa dos reflexos primitivos. o Barlow e ortolani Considerações importantes para examinar a criança: 1. sempre examinar a criança ou adolescentes na presença do acompanhante ou responsável 2. lavar as mãos sempre antes e após o exame físico 3. conversar com a criança e explicar tudo o que for fazer durante o exame físico 4. limpar com álcool 70% todos os utensílios usados no exame de frente do acompanhante ou responsável e também após o exame 5. examinar e observar a criança como um todo e sem roupas (pedir delicadamente que o responsável ou a criança se dispam: neonatos e lactentes até sem fraldas, pré escolares e escolares manter roupa intima, adolescentes também manter roupas intimas ou uso de avental de exame. 6. os movimentos do pediatra devem ser sempre firmes e ao mesmo delicados para não agredir ou machucar a criança Anotações, tabelas e gráficos: • Capurro • Gráfico pondero-estatural • Desenvolvimento sexual • Tabela de Snellen • Boletim silver-anderson Materiais e acessórios pediatra: • Estetoscópio pediátrico • Oftalmoscópio • Otoscópio • Oxímetro pulso • Aparelho de pressão com manguitos pediátricos • Martelo neurológico Atuação interprofissional • Equipe multiprofissional • Diversas especialidades Prontuário médico - defesa do médico. Tem que ser bem feito, legível, claro e objetivo. Receituário médico - letra legível, tomar cuidado nas formas de escrever dosagem e quantidade. Principais patologias da pediatria A. Recém-nascido e neonato B. Lactente C. Pré-escolar D. Escolar E. Adolescente Aula 2A - Cardiopatias congênitas Doenças cardíacas na infância • Sopro cardíaco • Cardiopatias congênitas estruturais • Arritmias cardíacas Sopro cardíaco: som adicional audível além dos sons normais que aparece como resultado de uma turbulência no fluxo de sangue capaz de produzir vibrações com intensidade suficiente pra que possam se audíveis através da caixa torácica. • Sopro inocente (fisiológico) o Achado mais comum em crianças saudáveis o Geralmente diagnosticada através de anamnese e exame físico completos o Crianças são assintomáticas ou apresentam sintomas inespecíficos não relacionados ao sopro o O sopro inocente é aquele que decorre do fluxo sanguíneo normal e sem anormalidade estruturais do coração. o Características: • Sopro sistólico suave de curta duração • Timbre vibratório ou musical • Muda de intensidade com a posição, sendo mais intenso com criança em posição supina. o Não necessita de tratamento e/ou acompanhamento cardiológico de rotina. o Geralmente desaparece ao início da idade adulta. o Redução da frequência cardíaca à basal o Crescimento das estruturas cardíacas o NÃO DEVE SER IGNORADO!!!!! o Diagnóstico diferencial com sopro de doença cardíaca estrutural mesmo em crianças assintomáticas (doenças estruturais insidiosas sem sintomas aparentes) o Necessário encaminhamento ao cardiologista pediátrico para avaliação adequada • Sopro patológico o Pode ser o primeiro sinal de doença cardíaca estrutural o NÃO DEVE SER IGNORADO!!! o Tipos timbres e localização variam de acordo com a patologia: • Sistólico de ejeção • Sistólico de regurgitação • Diastólico • Sistodiastólico o Necessita avaliação especializada • Cardiologista • Ecocardiograma • Intervenção cirúrgica e/ou hemodinâmica o Classificação • Acianogênica • Cianogênica Tipos de cardiopatia congênita • Comunicação atrioventricular • Truncos arteriosus • Ventrículo único • Fistula coronaria arteriovenosa • Coarctação da aorta • Atresia pulmonar • Síndrome de Shone • Estenose congênita da válvula mitral •Tetralogia de fallot • Anomalia de Ebstein • TGA CARDIOPATIAS CONGENITAS ACIANÓTICA CIA - comunicação interatrial • Patologia mais frequente de todos os defeitos cardíacos 5 a 10% • Lesao isolada ou associada a outras cardiopatias • Orifício na parede entre as câmaras superiores do coração - átrios • Tipos: localização no septo interatrial o Ostium secundum • Pode ter seu fechamento espontâneo, sendo a ÚNICA com essa possibilidade. • Tratamento percutâneo, cirúrgico. o Ostium primum o Seio venoso VCS e VCI o Seio coronário • Doença insidiosa - sem sintomas ou sintomas mínimos • Sintomatologia na 4/5 década de vida - sintoma de hiperfluxo pulmonar • Evolução para hipertensão pulmonar Quando a membrana do septo secundum não fecha e com isso tem fluxo entre átrios. Sopro sistólico ejetivo em foco pulmonar. Desdobramento fixo de B2. Sopro mesodiastólico em foco tricúspide (hiperfluxo) Shunt de direita para esquerda, tem cianose, muito raro. A musculatura cardíaca do feto e do recém nascido é composta na maior parte por estrutura membranosa do que do musculo propriamente dito. CIV - comunicação interventricular • Defeito cardíaco caracterizado por um orifício entre as câmaras inferiores do coração • Incidência 8% de todas as cardiopatias • Congênito ou adquirido - pós IAM, trauma torácico, pós cirurgia cardíaca (raro) • Aparecimento isolado ou associado a outras cardiopatias • Tipos - de acordo com a sua localização no septo interventricular: o Perimembranoso (80%) o Via de entrada (5 - 8%) o Muscular (5 - 20%) • Sintomatologia dependente: o Localização no septo interventricular o Tamanho do orifício • Tratamento o Fechamento espontâneo o Fechamento cirúrgico/hemodinâmica o Evolução da síndrome de Eisenmenger (inversão do shunt E-D/ D-E, cianose, ICC direita, desaparecimento do sopro-óbito) Intrauterina a pressão do VD é maior que a VE, porque o pulmão não funciona. Pressão pulmonar maior. Após o nascimento a pressão do pulmão começa a cair, do VE aumentar e o VD diminuir. Até o segundo mês de vida as pressões se invertem, porem tem um momento que ficam iguais, sem shunt de pressão. Quando as pressões se invertem que começa ter o shunt e o sopro fica aparente. • Achados semiológicos o Hiperfonese de segunda bulha cardíaca no foco pulmonar, indicado uma hipertensão na artéria pulmonar o Sopro holossistolico de regurgitação, mais intenso no 4º e 5º espaço intercostal esquerdo, entre os focos mitral e tricúspide, irradiando-se na direção do hemitórax direito. Baqueteamento digital é saturação insaturada. Persistência do canal arterial (PCA) • Canal arterial da estrutura da circulação fetal que conecta a aorta descendente à artéria pulmonar • Incidência: 5 - 10% de todas as cardiopatias • Importante mecanismo de by-pass na circulação fetal • Inicio da constrição entre 34 - 36 semanas de idade gestacional (diminuição das prostaglandinas circulante) • Após nascimento - fechamento funcional nas primeiras 24-48hras de vida e fechamento anatômico entre 2-3 semanas de vida - ligamento arterioso • Após 3º mês de vida sua persistência = doença • Cardiopatia única ou associada a cardiopatias complexas canal dependente e • Cardiopatia mais frequente em prematuros (imaturidade do tecido do canal) ação das PG circulante. Defeito do septo atrioventricular (DSAV) - cardiopatia acianótica. • Defeito do coxim endocárdico • Mal formação congênita caracterizada pela ausência ou deficiência das estruturas septais atrioventriculares (falha de formação do centro fibroso do coração) • CIA OP + CIV via de entrada + valva atrioventricular única • Incidência - 3 a 5% das cardiopatias congênitas • Tipos: forma total, parcial, intermediário • Cardiopatia mais frequente na síndrome de down • Sintomatologia - hiperfluxo pulmonar • Tratamento cirúrgico CARDIOPATIAS CONGENITAS CIANÓTICAS • Tetralogia de Fallot - todos tem CIV o É uma malformação cardíaca em que o coração apresenta quatro características principais que são: • Defeito do septo ventricular perimembranoso (DSV) (CIV) • Cavalgamento da aorta sobre o septo interventricular • Obstrução de via de saída de ventrículo direito em vários graus (estenose pulmonar), causa aumento da pressão durante a sístole ocasionando um shunt direita-esquerda entre os ventrículos e com isso apresenta hiperfluxo pulmonar e hipoxemia severa (piora da cianose, hiperpneia) • Hipertrofia ventricular direita (raramente presente no feto ou recém-nascido) o O quadro corresponde 7 a 10% das anomalias cardíacas congênitas o É a cardiopatia cianótica mais frequente. o É multifatorial como a maioria das cardiopatias. Os fatores de risco que podem estar envolvidos são: • Casos familiares - recorrência de aproximadamente 3% • Anomalias cromossômicas ou gênicas ou trossomias, 21, 18 e 13 e síndrome de DiGeorge • Síndrome CHARGE (coloboma , RCIU, atresia de coana, anomalias urinárias e de orelhas) • Associação VECTERL (defeitos vertebrais, anorretais, renais, fistulas esofágicas e defeito de membros). o Sistemas de T4F compreendem um espectro de alterações na árvore pulmonar desde estenose e Hipoplasia leve à atresia da valva ou agenesia (ausência) da valva pulmonar. o Cada uma delas estará associada a sintomas clínicos diferentes e assim podemos ter desde bebês sem cianose e pouca sintomatologia (PINK FALLOT), até aqueles com hipoxemia, cianose grave e circulação pulmonar dependente do canal ao nascimento. Na agenesia da valva pulmonar, tipo menos comum, ocorre ICC e obstrução respiratória alta. o Tratamento: cirúrgico - paliativo (shunt sistêmico pulmonar)/corretivo O fluxo pulmonar é adequado ao nascimento, ocorrendo progressão da obstrução no decorrer das primeiras semanas de vida, com aumento da cianose. • Transposição das grandes artérias o Mal formação congênita na qual a aorta sai do ventrículo direito e a artéria pulmonar sai do ventrículo esquerdo o O sangue pobre em oxigênio chega ao ventrículo direito e é bombeado para a aorta voltando para o corpo sem passar pelo pulmão e o sangue rico em oxigênio que sai do pulmão chega ao ventrículo esquerdo que bombeia sangue para o pulmão - circulação em paralelo o Cianose notável desde as primeiras horas de vida o Saturação O2 entre 30 - 50% o Hiperfonese de B2 no foco pulmonar o Sopro, quando presente, melhor audível em focos pulmonar ou tricúspide o Achados clássicos: • Coração em formato de ovo deitado • Circulação pulmonar aumentada • Pedículo vascular estreito o É uma condição incompatível com a vida, já que todos os órgãos precisam de oxigênio para funcionar o É indispensável a existência de uma comunicação ou canal, através da qual ocorre a mistura do sangue entre os dois lados do coração. o Incidência de 8% de todas as cardiopatias cirúrgicas o Necessitam de correção cirúrgica no período neonatal - paliativa Jatene (mantem a abertura do canal arterial)/ correção total (troca das artérias) o Sobrevida após correção cirúrgica em torno de 95% • Arritmias na infância o Caracterizam como alteração no ritmo dos batimentos o Fisiológicas (respiratória, taqui-bradicardias sinusal/patológicas (taquicardia supra ventricular, ventricular, bradicardias) o Incidência: • Crianças com coração normal de acordo com a idade • Recém-nascidos: 0,2% • 5 a 6 anos e 12 a 13 anos: 1-2% o Etiologia - congênita (crianças nascem com anormalidade no circuito cardíaco) • Infecções • Pós operatório cirurgia (lesões no tecido cardíaco) o Alterações bioquímicas do sangue, hipopotassemia e hipomagnesemia) o Estimativa da frequência cardíaca ideal, em repouso, de acordo com a idade é: • Até 2 anos de idade: 120 a 140 bpm • Entre 8 anos e 17 anos: 80 a 100 bpm. • Adulto sedentário: 70 a 80 bpm • Adulto que faz atividade físicae idosos: 50 a 60 bpm o Apresentações clinica variada o Crianças principalmente recém nascido tolera frequência cardíaca mais alta o Tratamento: o primeiro passo para o controle da arritmia é fazer o diagnóstico. Uma vez este obtido, a abordagem dependerá de muito fatores, incluindo a probabilidade de recorrência, o efeito hemodinâmico e o impacto da arritmia na criança. A avaliação e estratificação não invasiva deve ser dividida entre aqueles pacientes sem cardiopatia e com cardiopatia congênita e as condutas precisam estar pautadas nessas condições. Aula 2B - Doenças respiratórias em pediatria • Infecções que surgem em qualquer região do trato respiratório atingindo desde as vias aéreas superiores ou altas, como narinas, garganta ou osso da face, até as vias aéreas inferiores ou baixas, como brônquios, e pulmões. • Principais causas de morbi/mortalidade em qualquer faixa etária em todo o mundo • Causa mais comum de atendimento de crianças em serviços médicos pediátricos. • As três IVAS mais comuns na faixa pediátrica são: o Rinofaringite aguda ("resfriado comum") • Etiologia predominantemente viral, sendo causada por mais de 200 tipos de vírus. Alguns como rinovírus, responsável por 30 a 35% dos resfriados em adultos, raramente produzem doença séria. Outros, como parainfluenza, vírus respiratório sincicial, produzem infecções leves em adultos, mas podem causar infecções respiratórias severas em crianças pequenas. Outros vírus associados ao resfriado são: coronavírus, o adenovírus, o influenza e enterovírus. • Os sintomas do resfriado comum geralmente começam dois ou três dias depois da infecção e costumam incluir escorrimento e obstrução nasal, edema das membranas nasais, espirros, garganta irritada, tosse e dor de cabeça. Em crianças, pode ocorrer febre alta (38ºC) • O tratamento essencialmente sintomático • Modos de transmissão: via aerossóis de gotículas respiratórias, diretamente de pessoa para pessoa e via superfícies contaminadas • Principais vírus: § Influenza A (FLUA) está associada a infecções respiratórias severas de gravidade variável e vão desde infecções assintomáticas e doenças fatais. • Os sintomas típicos da Influenza incluem febre , dor de garganta, tosse , dor de cabeça e mialgia. Complicações das infecções pelo vírus Influenza incluem pneumonia viral primária, pneumonia bacteriana e exacerbação das doenças crônicas subjacentes. • A infecção tende a ser mais grave em pacientes idosos, crianças nos primeiros anos de vida, crianças pequenas e em pacientes imunocomprometidos o Faringoamigdalite ("infecção de garganta") • Faringite é o nome dado à inflamação da faringe, amigdalite é a inflamação das amígdalas. • Ambas apresentam como principal sintoma a dor de garganta. Como estão anatomicamente muito próximas, é muito comum a faringe e as amígdalas inflamarem simultaneamente, quando ocorre o quadro chamado de faringoamigdalite. • Apesar de serem parecidas e citadas muitas vezes juntas, como se fossem a mesma coisa, há algumas diferenças que podem ser destacadas: a amigdalite é marcada por uma dor maior ao engolir, febre e mal-estar geral. As faringites são mais brandas, com dor leve, tosse com secreção, sem febre e que pode evoluir para disfonia (enfraquecimento da voz e/ou rouquidão) • A faringite e a amigdalite pode ser causadas tanto por vírus (parainfluenza, vírus sincicial respiratório, influenza A e B, adenovírus tipos (1 a 3 e 5, rinovírus) como por bactérias (o Streptococcus pneumoniae). • Normalmente as faringites virais são processos que se resolvem espontaneamente, ao contrário das faringites ou amigdalites bacterianas que podem levar a complicações, como abscessos e febre reumática. o Rinossinusite aguda ("sinusite") • Etiologia viral - 80% o Parainfluenza tipos 1 e 2 o Adenovírus o Rinovírus o Vírus sincicial respiratório (VSR) o Enterovírus o Metapneimovírus • Bacterinas o Mycoplasma pneumoniae o Outros microrganismos Otite média aguda • É uma infecção no ouvido médio. Geralmente é complicação da dor de garganta, resfriado ou problemas respiratórios que se espalha para o ouvido médio. • Uma das doenças mais comuns em crianças pequenas, mas pode afetar adultos • Em torno de 75% crianças terá pelo menos um episódio de otite média até os três anos de idade. Quase metade dessas terão 3 ou mais infecções no ouvido durante seus 3 primeiros anos de vida. • Pode ocorrer tanto por infecção viral como bacteriana. Os principais patógenos são: Streptococcus pneumoniae e o vírus sincicial respiratório. • A otite média causa dor sevara e pode resultar em complicações sérias se não for tratada. A infecção pode causar dano permanente à audição ao progredir do ouvido médio para partes próximas da cabeça, como cérebro (encefalite) Laringite laringotraqueobronquite (crupe) • Crupe é causado por uma infecção viral que leva ao edema da mucosa das vias respiratórias, especialmente da área logo abaixo da laringe. Corresponde por 15% das doenças do trato respiratório na infância. • Principal etiologia é viral (80%) principalmente parainfluenza tipos 1 e 2, adenovírus, influenza, rinovírus, vírus sincicial respiratório (VSR), enterovírus, metapneumovírus além da bactéria Mycoplasma pneumoniae. • Surtos sazonais são comuns. O crupe causado por vírus parainfluenza tende a ocorrer nos meses do outono e o crupe causado pelo vírus VSR e da gripe tende a ocorrer nos meses do inverno e primavera. • A infecção em geral é disseminada pela inspiração de gotículas suspensas contendo o vírus ou tendo contado como objetos contaminados por essas gotículas. • Os sintomas parecidos com o do resfriado comum que evolui para a rouquidão e tosse, conhecida como "tosse de cachorro". O quadro clínico mais grave apresenta insuficiência respiratória evidente e estridor inspiratório grave (é o som respiratório produzido pela passagem de ar em uma via aérea de grosso calibre estreitada). • Tratamento: o Quadros leves (sem estridor em repouso/ sem esforço respiratório): • Tratamento domiciliar • Sintomáticos: § Desobstrução nasal com SF, hidratação oral, antipirético. § Umidificação • Considerar corticoterapia: § Diminui edema e leva a menor necessidade de internação. Bronquiolite • Bronquiolite viral é uma infecção respiratória aguda, de etiologia viral, que compromete as vias aéreas de pequeno calibre (bronquíolos), através de um processo inflamatório agudo levando a um quadro respiratório do tipo obstrutivo com graus variáveis de intensidade • Causada por vírus, sendo o principal vírus sincicial respiratório (VSR), • Responsável por 40% a 80% dos casos. • Rinovírus, parainfluenza, bocavírus, adenovírus, influenza, coronavírus, metapneumovírus e as bactérias, Mycoplasma e Bordetella também causadores da bronquiolite. • A principal forma de contaminação é por meio de secreções respiratórias ou por contato. • O diagnóstico de bronquiolite costuma ser feito com base no exame físico da criança, dos sinais referidos pelos pais. • O Rx de tórax, pode ajudar no diagnóstico ao evidenciar o excesso de ar nos pulmões, além de descartar outras doenças, como a pneumonia. • Os fatores de risco para gravidade e complicações da bronquiolite são: o Baixo peso ao nascimento, gemelaridade prematuridade (idade gestacional inferior a 37 semanas), doença pulmonar crônica (broncodisplasia, fibrose cística, anomalia congênita), cardiopatia congênita, imunodeficiência, doença neurológica. • Não existe tratamento específico, na maioria dos casos, especialmente das crianças sem fatores de risco, a evolução do quadro é benigna, sem necessidade de tratamento medicamentoso, evoluindo para cura. • Tratamento: o Oxigenoterapia: • Principal forma de tratamento o Em estudo: • Corticóides sistêmico não tem indicação; • Uso de broncodilatadores é controverso • Complicações:o Bronquiolite obliterante: • Associada a pneumonia Bronquite e asma • A asma é a inflamação dos bronquíolos, • A bronquite é uma inflamação dos brônquios, • Podem ser desencadeadas por um processo infeccioso (quando aguda) ou pela inalação de agentes irritantes (quando crônica) • Etiologia: genética e alérgico • Não é contagiosa • Os principais gatilhos: o Ácaros - organismos microscópicos que se alimentam de descamação da pele humana, de pelos de animais e também do mofo. o Fungos - microorganismos que crescem a uma temperatura acima de 37ºC umidade acima de 50% o Infecções virais o Exposição ou contato com alérgenos como a poeira, mofo, pelo de animais, assim como, irritantes (odores fortes de perfumes, materiais de limpeza, etc.) poluentes intradomiciliares (cigarro, fumaça de fogão, etc.), fármacos (como beta bloqueadores e ácido acetilsalicílico), • Sintomas: o Dificuldade para respirar e sensação de que o ar não chega aos pulmões; o Sensação de peso no peito o Tosse persistente; o Presença de pequena quantidade de catarro semelhante a clara de ovo o Chiado ao respirar o Sensação de mal estar no corpo. • Tratamento da asma é o uso continuado de medicamentos com ação anti-inflamatória, também chamados controladores, sendo os corticosteroides inalatórios (bombinha) os principados. Pode-se associar também medicamentos de alívio, com efeito broncodilatadores. • Controle dos fatores desencadeantes Pneumonias • É uma infecção que afeta os alvéolos pulmonares • Pode ser causada por um vírus, por bactérias, ou por outras causas infecciosas. • Sintomas semelhantes aos da gripe, mas que vão piorando com o passar dos dias, podendo ser difícil de identificar. • Raramente é contagiosa, devendo ser tratada em casa com repouso, remédios para a febre, antibióticos e ingestão de líquidos. • Principal etiologia são as bactérias Streptococcus pneumoniae (também conheço como pneumococco), mycoplasma pneumoniae e haemophilus influenzae. • Vírus, alguns tipos de fungos e de protozoários. • Tratamento - antibioticoterapia, suporte ventilatório e hemodinâmico, fisioterapia respiratória • Complicação mais comum da pneumonia é o derrame pleural (acúmulo de líquido entre as pleuras) algumas vezes esse líquido pode se transformar em pus, que deverá ser drenado para o controle da infecção. Tuberculose em criança • A TB é uma das maiores causas de mortalidade infantil no mundo. Crianças menores de 5 anos são especialmente vulneráveis, uma vez que possuem maior risco de progressão para doença ativa • Número de casos de TB na criança principalmente em menores de 5 anos, está diretamente relacionado com a prevalência de TB do adulto. • Não diagnosticar e tratar precocemente a tuberculose do adulto, não se reduzirá a TB da criança • A TB, doença causada pelo Mycobacterium tuberculosis apresenta características variáveis de acordo com a região, fatores socioeconômicos, perfil de resistência às drogas, interrelação com outras epidemias, tais como HIV/AIDS/ • É uma doença de transmissão aérea e se instala a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com TB ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar partículas em forma de aerossóis contendo bacilos. • Período de incubação: 4 a 12 semanas após a infecção pelo M.tuberculosis para a detecção das lesões primária. A maioria dos novos casos de doença pulmonar ocorre em torno de 12 meses após a infecção inicial. • Sintomas frequentes são tosse ou febre persistência por mais de 2 semanas, perda ou ganho inadequado de peso documentados, fadiga, que pode se manifestar como cansaço ou como diminuição de atividades, letargia • Massa cervical • O diagnóstico na faixa pediátrica é difícil e se baseia na presença de contato com adulto bacilífero, associado à prova tuberculínica reatora, sintomas sugestivos de TB e alterações radiológicas. • Realização de exames laboratoriais (baciloscopia e/ou teste rápido molecular e cultura) • PPD é o exame de triagem padrão para identificar a presença de infecção pela Mycobacterium tuberculosis. • Interpretação PPD: se a pele da área onde foi aplicada a injeção de PPD não estiver inchada ou estiver pouco inchada em 48 a 72 hrs depois da injeção, o resultado é negativo. • Resultado negativo significa que, muito provavelmente, o indivíduo não foi infectado pela bactéria que causa tuberculose. • Resultado falso negativo, em que a pessoa tem a infecção pela bactéria, mas não forma reação no PPD, pode surgir um casos de pessoas com imunidade enfraquecida, como portadores de AIDS, câncer ou em uso de medicamentos imunossupressores, além de desnutrição, idade maior que 65 anos, desidratação ou com alguma infecção grave. • Por causa da chance de haver resultado falsos, a TB não deve ser diagnosticada apenas pela análise de PPD deve ser solicitado exames complementares para confirmação do diagnóstico, como radiografia de tórax, exames imunológicos e a baciloscopia em escarro e ou lavado gástrico, esses exames também devem ser solicitados mesmo se o PPD negativo, pois esse exame sozinho não pode ser utilizado para excluir diagnóstico. • Coleta de escarro/lavado: cultura para micobactéria. • Teste rápido molecular: por meio da reação em cadeia da polimerase (PCR), é realizada em tempo real a extração, amplificação e detecção do DNA no M. tuberculosis, além de triagem de cepas resistentes à rifampicina • Complicações: adenomegalias hilares e/ou paratraqueais (gânglios mediastinicos aumentados de volume) • Pneumonias com qualquer aspecto radiológico, de evolução lenta, às vezes associadas a adenomegalias mediastínicas, ou que cavitam durante a evolução; infiltrado nodular difuso (padrão miliar) • Lesões articulares, causadas por artrite tuberculosa - que geralmente afeta os quadris e os joelhos. • Meningite tuberculosa: é o tipo mais grave de TB e geralmente uma complicação da forma pulmonar. Costuma acontecer nos primeiros seis meses após o contágio e evolui lentamente • Como prevenir? o Vacinação com BCG, protege as crianças das formas mais graves da doença, como TB miliar e TB meníngea. o Tratamento da infecção latente pelo mycobacterium tuberculosis • O tratamento para TB pulmonar sensível e formas extra-pulmonares (exceto meningoencefálica) preconizado pelo MS - Brasil em crianças menos de 10 anos consiste em uma fase de ataque de 2 meses: com rifampicina, isoniazida e pirazinamida e uma fase de manutenção de 4 meses: como rifampicina e isoniazida. Aula 3A - Atendimento ao recém-nascido de risco em sala de parto O preparo para a assistência neonatal • Realizar a anamnese materna • Verificar se todo o material necessário para assistência e reanimação está disponível e pronto para uso. • Equipe treinada em reanimação neonatal presente Demora na tomada de decisões, utilização de manobras inadequadas ou ineficazes, podem causar: • Reanimação mais difícil • Risco de lesão permanente do cérebro e de outros órgãos • Morte Anamnese materna • Dados e antecedentes da mãe • História gestacional • Fatores de risco: • Problemas pré-natais o Hipertensão arterial o DM o Infecções maternas o Idade gestacional: < 37 sem ou > 41 sem o Ausência de pré-natal o Idade materna o Obito feral prévio o Alo-imunização ou anemia fetal o Polidrâmnio ou oligoâmnio o Hidropsia fetal • Problemas no trabalho de parto e parto o Trabalho de parto prematuro o Liquido amniótico meconial o Rotura das membranas superior a 18h o Corioamnionite o Trabalho de parto superior a 24 h o Periodo expulsivo superior a 2 hr o Bradicardia fetal o Anestesia geral o Descolamento prematuro de placenta o Placenta prévia o Prolapso de cordão uterino o Hipertonia uterina o Parto taquitócito: dinamica uterina muito acentuada, ou o bebe esta com sofrimento por conta das contraçõesMaterial necessario para assistencia e equipe: • Todo material necessário para a reanimação deve ser preparado e testado e estar diponivel em local de fácil acesso, antes do nascimento de qualquer recém-nascido. A equipe profissional deve chegar com antecedência para adequado prepara da sala de parto. • Material: o Equipamentos para manutençano da temperatura o Material para aspiração de vias aéreas o Material para intubação orotraqual e ventilação do neonato o Material de cateterismo umbilical o Medicações • Equipe o Rn RISCO: 2 a 3 proficionais treinados o Gemelares: material e equipe próprios para cada RN • Medidas de precaução- padrão o Lavagem/higienização de mãos o Uso de EPIs: • Luvas estéreis • Aventais • Mascaras cirúrgicas • Óculos de proteção Cuidados com o RN na sala de parto: • Laqueadura de cordão umbilical • Prevenção da oftalmina gonococica = método de Crede • Antropometria • Prevenção do sangramento por deficiência de vitamina K • Detecção de incompatibilidade sanguínea materno-fetal • Realização das sorologias, sífilis, HIV e Hepatite • Identificação (nome da mãe, registro hospitalar, data e hora do nascimento e sexo do recém-nascido) Clampeamento do cordão • Avaliar após extração completa: respirando? Chorou? Tem tônus? Tempo de gestação? (maior ou igual a 34 semanas) • Clampeamento tardio: 1-3 minutos após cessar pulso do cordão umbilical; Beneficio com a relação à concentração de hemoglobina nas primeiras 24hrs de vida e à concentração de ferritina nos primeiros 3-6 meses, embora possa elevar policitemia (observar icterícia) • Clampeamento imediato o Se as respostas das 3 perguntas principais do nascimento forem não: • Recém nascido é de termo? • RN está chorando ou respirando? • RN tem tônus muscular em flexão? Manutenção da temperatura corporal: • Temperatura corporal ideal para o RN = entre 36,5 e 37º • Temperatura da sala = 26º • Campos estéreis e aquecidos • Calor radiante • Estímulo tátil ao secar RN • Prematuros com peso < 1,500gr o Saco plastico polietileno, poroso e transparente -> sem secar o corpo o Secar a cabeça e colocar touca de malha tubular o Realizar todos os procedimentos com o RN envolvido no saco plastico e só retira-lo após estabilização térmica na unidade neonatal • Importância e objetivos: o Evitar perda de calor (evaporação de líquidos sobre a pele e perda de calor para o ambiente ) o Promover transição adequada cardiorrespiratória o Diminuir o risco de mortalidade e morbidade do RN: • Desequilíbrio ácido-básico • Desconforto respiratório • Enterocolite necrozante • Hemorragia cerebral Aspiração de vias aéreas superiores e traquéia • Não é mais procedimento de rotina, somente se houver obstrução das vias aéreas e impedimento da respiração • Aspiração sob visualização direta • Aspiração de mecônio da traqueia uma única vez • Evitar refluxo vagar e depressão respiratória e lesão de mucosas. Monitorização da saturação de oxigênio • Recém-nascido prematuro abaixo de 34 semanas • FC inferior a 100 bpm após os passos inicias de reanimação • Apneia ou respiração irregular após os passos iniciais da reanimação Massagem cardíaca • Realizar então a massagem cardíaca após 30 seg de VPP e FC < 60 bpm, em uso de cânula traqueal; • Realizada no terço inferior do esterno com dois polegares ou dois dedos. • Profundidade: 1/3 da dimensão antero-posterior do tórax, de maneira a produzir pulso palpável; • Permitir reexpansão plena do tórax após compressão; • Manter ventilação (3:1) ou 15:2 > origem cardíaca • Oferecer concentração de O2 à 100% ou controlada através do blender; • Realizar por 60 seg e reavaliar FC; • Se bpm > 60: UTI neonatal para cuidados intensivos e acompanhamento; • Se bpm < 60: verificar técnica e corrigir se necessário; • Se ainda assim manter bpm < 60: cateterismo venoso umbilical de urgência e uso de medicação. Situações especiais: COVID - 19 • Evitar infecção do RN após nascimento • Evitar infecção dos profissionais de saúde presentes em sala de parto • Equipe treinada • Sala de reanimação separada da sala de parto ou no mínimo 2 metros de distância da mãe • Uso de EPIs • Clampeamento de cordão o ≥ 34 sem -> 1 a 3 mim o < 34 sem -> 30 a 60 segundos • Banho imediato após nascimento - controverso • Contato pele a pele • Amamentação • Alojamento conjunto em isolamento • Teste de COVID para o RN Situações especiais: TORSCHs • Mae HIV + o Banho imediato após o nascimento o Aleitamento materno é contra indicado o Inicio do tratamento imediato e acompanhamento no CEDIC • Siflis e toxoplasmose o Não contra indicam aleitamento materno o Fluxograma e protocolo de tratamento proprios Aula 3B - Triagem neonatal Definição: o diagnostico precoce e o tratamento adequado e o acompanhamento médico de algumas doenças podem evitar deficiências, sequelas e morte, e proporcionar melhor qualidade de vida aos recém-nascidos acometidos de uma população • Conjunto de ações preventivas desde a atenção básica até a atenção especializada • Rastreamento e identificação de doenças metabólicas, genéticas, enzimáticas e endocrinológicas, que possam prejudicar o desenvolvimento somático, neurológico e/ou psíquico do RN • Objetivo de diminuir a taxa de morbimortalidade das crianças menores de 1 ano de idade. Testes • Teste do coraçãozinho o O exame é capaz de detectar precocemente cardiopatias graves e diminui o percentual de recém- nascido que recebem alta sem o diagnóstico de problemas que podem evoluir para choque, hipóxia, acidose metabólica ou levar ao óbito precoce antes de receber tratamento adequado, ainda no primeiro mês de vida. o São consideradas cardiopatias congênitas críticas (CCC): • Aquelas com necessidade de tratamento cirúrgico ou de cateterismo no primeiro ano de vida. Essas correspondem a 25% dos casos de cardiopatia congênita. • Aquelas onde a apresentação clínica decorre do fechamento ou restrição do canal arterial (cardiopatia canal-dependentes), tais como: § Fluxo pulmonar dependente do canal arterial: atresia pulmonar e similares § Fluxo sistêmico dependente do canal arterial: síndrome de hipoplasia do coração esquerdo, coarctação de aorta crítica e similares. § Cardiopatias com circulação em paralelo: transposição das grandes artérias § Defeito do septo ventricular § Defeito do septo atrial § Tetralogia de Fallot o Realizado com 24hrs de vida o No grupo das cardiopatias congênitas críticas, ocorre um mistura de sangue entre as circulações sistêmica e pulmonar, o que acarreta uma redução da saturação periférica de O2. Neste sentindo, a aferição da oximetria de pulso de forma rotineira em recém-nascidos aparentemente saudáveis com idade gestacional > 34 semanas, tem mostrado uma elevada sensibilidade e especificidade para detecção precoce destas cardiopatias. o RN: Realizar a aferição da oximetria de pulso, em todo recém-nascido aparentemente saudável, • com idade gestacional > 34 semanas • antes da alta da Unidade Neonatal. Local de aferição: membro superior direito e em um dos membros inferiores o Momento da aferição: Entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar o Condições adequadas para o exame: • RN calmo (sem choro e sem agitação motora) • RN alimentado • Extremidades aquecidas • Monitor com onda de traçado homogêneo o Resultados: saturação periférica normal deverá ser igual ou maior que 95% em ambas as medidas e a diferença menor que 3% entre elas. o Resultados anormias: qualquer medida da SpO2 menor que 95% ou houver uma diferença igual ou maior que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior; • uma nova aferição deverá ser realizada após 1 hora. • Ecocardiograma: se o resultado se confirmar alterado após o 2º teste; realizar o exame dentro das 24 horas seguintes aoreteste; o Limitações: Este teste apresenta sensibilidade de 75% e especificidade de 99%. Sendo assim, algumas cardiopatias críticas podem não ser detectadas através dele, principalmente aquelas do tipo coartação de aorta. A realização deste teste não descarta a necessidade de realização de exame físico minucioso e detalhado em todo recém-nascido, antes da alta hospitalar. • Teste do olhinho: reflexo vermelho o O “teste do olhinho” ou teste do Reflexo Vermelho ( TRV ) é um exame simples, rápido, indolor e de baixo custo realizado em recém-nascidos para detectar qualquer patologia ou problema ocular congênito que comprometa a transparência dos meios oculares e que pode impedir o desenvolvimento visual cortical. o O TRV é uma ferramenta de alta sensibilidade para o rastreamento de alterações oculares com risco de causar ambliopia ou deficiência visual (cegueira e baixa visão). o o TRV não substitui o exame oftalmológico a que todo o bebê deve ser submetido se não nos primeiros seis meses de vida, no máximo no primeiro ano de vida. o Principais causas de TRV alterado são: • Catarata congênita • Glaucoma congênito • Retinoblastoma • Leucoma • Inflamação intraoculares de retina e vítro, • Retinopatia de prematuridade (ROP) no estágio 5 • Descolamento de retina • Vascularização fetal persistente e hemorragia vítra. Também podem alterar o reflexo vermelho produzindo uma assimetria entre os olhos a presença de patologias com assimetria: estrabismo, anisometropia, altas ametropias, luxações de cristalino e malformação como coloboma; • diagnóstico precoce da maioria dessas doenças permite o tratamento apropriado a tempo de se evitar ou minimizar a deficiência visual, e, no caso do Retinoblastoma, o risco de vida da criança. o O TRV é realizado pelo Pediatra na maternidade, antes da alta do recém-nascido. o Na impossibilidade do exame, deve-se realizá-lo o mais breve ainda no primeiro mês de vida. o o Ministério da Saúde recomenda o teste como parte do exame neonatal e no decorrer das consultas pediátricas de rotina, pelo menos, duas a três vezes ao ano, nos três primeiros anos de vida. o o TRV é garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e uma vez detectada qualquer alteração, o neonato deve ser encaminhado para diagnóstico e conduta em unidade especializada (com Oftalmologista) o todos os bebês e crianças cujos familiares possuam doenças oculares hereditárias que ameacem a visão como retinoblastoma, glaucoma congênito, catarata congênita, altas ametropias; quando houver história de infecção durante a gestação como toxoplasmose, herpes, sífilis, rubéola, citomegalovírus, zika e Sindromes Geneticas devem ser avaliados pelo pediatra através do TRV e em consultas de rotina, além de avaliação oftalmológica periódica. o O TRV é realizado com o oftalmoscópio direto, cuja luz projetada nos olhos, atravessa as estruturas transparentes, atinge a retina e se reflete, causando o aparecimento do reflexo vermelho observado nas pupilas. o Durante o teste, a sala escurecida (penumbra) facilita a observação dos reflexos, não havendo a necessidade de dilatação das pupilas com colírios midriáticos. o O oftalmoscópio, com a lente do aparelho ajustada no “0” (zero, sem poder dióptrico), deve ser posicionado a uma distância de 50 cm a um metro dos olhos do recém-nascido (cerca de um braço esticado). Em seguida, localizam-se os olhos da criança através do orifício do equipamento e iluminam- se suas pupilas. Observa-se então, o reflexo vermelho em cada uma delas, avaliando-se sua presença ou ausência e na presença, comparar a intensidade e simetria entre os olhos o A cor vermelha do reflexo ocorre devido à vasculatura da retina e coroide e do epitélio pigmentário. • Dependendo da maior ou menor pigmentação, o reflexo pode se mostrar mais ou menos vermelho e até amarelo ou amarelo-alaranjado. • Na presença de opacidade dos meios oculares no eixo visual, esse reflexo estará ausente ou diminuído o No resultado do TRV consideram-se três respostas possívei • reflexo presente • Ausente • Duvidoso § quando o resultado for duvidoso ou ausente ou houver assimetria evidente ou suspeita do reflexo alterado em um ou outro olho, a criança deverá ser encaminhada ao oftalmologista para ao exame oftalmológico completo (biomicroscopia, retinoscopia, e mapeamento de retina) para elucidar o diagnóstico e assegurar a conduta necessária. É importante que o Oftalmologista envie o resultado do exame ao Pediatra. • Teste da orelhinha o Capaz de detectar precocemente problemas auditivos no recém nascido e orientar acompanhamento e tratamento. o Prevenção de surdez congênita • Teste da linguinha o Avaliação da fonoaudiologia o Frenolectomia ou frenotomia o Impedimento e dificuldade na amamentação. • Teste do pezinho o Doença de origem genética, metabólica e infecciosa o Diagnóstico precoce e tratamento preventivo o Evitar danos irreversíveis para o bebe o 3 tipo: • Básico • Ampliado • Avançado o Atualmente, o teste do pezinho realizado pelo SUS engloba as seguintes doenças: • Hipotireoidismo congênito: causada pela incapacidade da tireoide em produzir suficientemente os hormônios, resultando em redução geral do metabolismo. Primária é comum disgenesia e secundária é mais comum deficiência de TSH hipofisário e terciária com deficiência do TRH hipotalâmico § Manifestações clínicas: hipotonia, dificuldades respiratórias, cianose, icterícia, constipação, bradicardia, sonolência, choro, rouco, mixedema § Diagnóstico: geralmente não apresentam sintomas desde que a reposição hormonal seja iniciada § Tratamento: reposição hormonal • Fenilcetonúria: erro inato do metabolismo, caracterizado por um defeito na enzima fenilalanina hidroxilase, sem o diagnóstico e tratamento antes dos 3 meses de vida, clinicamente: neuropsicomotor, deficiência mental, comportamento agitado e padrão autista, convulsão e odor característica na urina • Diagnóstico: defeito pela dosagem da fenilalanina (valor superior a 10mg/dL em pelo menos 2 amostras) • Tratamento: dieta com baixo teor de FAL. • Anemia falciforme: falciforme -> causada por um defeito na estrutura beta da hb. § Manifestações clínicas: anemia hemolítica, crises vaso-oclusivas, crises de dor, insuficiência renal progressiva, avc § Diagnóstico: se precoce permite a implantação de cuidados preventivos § Tratamento: iniciado antes dos 4 meses de vida, antibioticoterapia, suplementação de ác fólico • Fibrose cística: mucoviscosidade, afeta pulmões e pâncreas • Manifestações clínicas: proliferação bacteriana pela obstrução das vias aéreas • Diagnóstico: através dos níveis da tripsina imunorreativa • Tratamento: suporte dietético, utilização de enzimas pancreáticas e suplementação de vitaminas • Hiperplasia de adrenal congênito: diferentes deficiências enzimáticas na síntese dos esteroides adrenais • Manifestações clínicas: deficiência de 21-hidroxilase -> 3 formas • Perdedora de sal, virilização da genitália externa e crise adrenal • Não perdedora de sal, não há manifestação da def mineralocortcoide • Forma não clássica que pode ser diagnosticada na vida adulta pelo hiperandrogenismo • Diagnóstico: quantificação da 17-hidroxi-progesterona • Tratamento: reposição hormonal • Deficiência de biotinidase: defeito no metabolismo da biotina • Manifestações clínicas: a partir da 7ª semana de vida, com distúrbios neurológicos • Tratamento: medicamentoso, uso de biotina em doses diárias • Projeto de lei já aprovado -> ampliação do teste do SUS para 14 grupos de doenças o Prematuros: repetem o teste para hemoglobinopatias após 120 dias o Uso de corticoides e hemoderivados interferem no exame Orientações de alta • Se for termo, é preciso lembrar: • Sempre dar orientações da amamentação (estimular) • Orientar em relação ao decúbito, para que possa evitar morte súbita do lactente ou neonato, deve dormirem decúbito horizontal (barriga pra cima) e elevado em 30°, de barriga pra cima a traqueia fica pra cima e esôfago embaixo, assim não comprime a traqueia • Orientar as vacinas, e até os 3 meses tem riscos de contrair doenças que podem levar ao óbito • Observar o xixi, pois não pode ficar mais de 24 hrs sem fazer, o cocô pode ficar até 5 dias sem fazer, é mais grave ficar sem fazer xixi do que cocõ, mais de 24 hrs sem xixi, levar para o ps Aula 3C - Patologias do recém-nascido Sinais de alerta do RN • Gemido persistente • Choro persistente e inconsolável • Apneia: pausa respiratória superior a 20 segundos acompanhada por uma coloração azulada da pele (cianose) • Dificuldade respiratória: BAN, desconforto respiratório, retrações, cianose • Temperatura (hipotermia ou hipertermia_ • Resíduo gástrico • Distensão abdominal • Alterações de pele • Dificuldade em mamar/sucção débil/ vômito • Hipotonia acentuada / sonolência persistente, que interfere com a alimentação • Convulsões • Alterações do habito intestinal • Diminuição do diurese • Sensação de que o bebe esta diferente Patologias clinicas: • Distúrbios respiratórios o Anoxia neonatal o Taquipnéia transitória o Síndrome do pulmão úmido o Síndrome da aspiração de mecônio o Doença membrana hialina (prematuro) - imaturidade do pulmão, e por isso precisa de suporte respiratório, pois o pulmão não consegue dar conta da respiração sozinho, é bem grave e quanto mais prematuro mais grave. o Displasia broncopulmonar (prematuro) - inflamação crônica do pulmão por conta de um uso prolongado de respiração mecânica, pode causar dependência de oxigênio entre outras sequelas. É uma doença curável, e o prematuro precisa de acompanhamento até os 7 anos de idade. • Distúrbios metabólicos o Hipoglicemia o Distúrbios do sódio, cálcio magnésio e potássio • Icterícia neonatal o Fisiológica: ocorre como uma resposta à capacidade limitada do bebê para eliminar a bilirrubina nos primeiros dias de vida o Do leite materno: ocorre em bebes amamentados, devido à baixa ingestão de calorias ou desidratação o De hemólise: ocorre devido a doença hemolítica do RN, quando apresenta elevada contagem de células vermelhas no sangue ou sangramento o Relacionada com a função hepática inadequada: ocorre devido a infecção ou outros fatores. • Infecção neonatal o Precoce o Tardia o Septicemia • Doença metabólica óssea • Anemia da prematuridade • Enterocolite necrotizante • Doença do sistema nervoso o Hemorragia periintraventricular o Convulsões • Alguns sinais clínicos do RN que podem ser indicativos de patologia cirúrgica são: o Vômitos geralmente biliosos o Distensão abdominal o Dificuldade respiratória o Cianose o Salivação excessiva pela boca e narinas o Resíduo gástrico o Palidez acentuada o Ausência de eliminação de mecônio • Patologias cirúrgicas o Hérnias inguino-escrotal o Hérnia umbilical o Fimose / parafimose o Ectopia testicular o Hidrocel o Cistos braquiais ou malformações anatomicas o Defeitos TGI: atresia de esofago, atrsia de duodeno, anus imperfurao o Defeitos da parede abdominal: onfalocele, gastrosquise o Hernia diafragmática Aula 4A - Febre, manejo de sepse e principais infecções da infância FEBRE A febre é uma das queixas mais comuns nos atendimentos pediátricos • 20 a 30% das consultas em consultório = queixa única preponderante • 65% das consultas nos serviços de emergência • 75% dos atendimentos telefônicos e WhatsApp Elevação da temperatura corporal acima da faixa de normalidade • Associada a um aumento no ponto de ajusto hipotalâmico (o que diferencia de uma hipertermia, que não provoca alteração no centro hipotalâmico) • Resposta fisiológica do organismo: ocorre devido ao aumento da atividade metabólica diante de uma anormalidade, uma agressão física, química ou biológica, que vai desde infecção até doenças inflamatórias e autoimune ou outros fatores. Resposta fisiológica • Dilatação dos vasos sanguíneos, para levar mais sangue ao local agredido • Aumenta a produção de anticorpos e glóbulos brancos, visando defender, dificultar ou até inibir a multiplicação dos agentes agressores (vírus ou bactérias) Faixa de normalidade • Temp axiliar: até 37,5ºc • Temp oral: até 37,8ºC • Temp retal: até 38 • Estado febril: temperatura entre 37 e 37,5% Febre e convulsão • Relacionada a velocidade de aumento da temperatura e não exatamente ao grau de intensidade da febre Pródromos febril - tempo do inicio da febre até o inicio dos sintomas da infecção Como lidar com a febre: • Inicio, intensidade e duração • Investigação do quadro clínico associado (sinais e sintomas) • Nível de investigação • Triagem laboratorial e de imagem • Intervenção e tratamento o Saber lidar com o sintoma febre e ansiedade que ela provoca = febrefobia Alguns dados importantes: • Aproximadamente 20% não sem sinais localizatorios • BO: bacteriana oculta = hemocultura positiva em paciente febril, em bom estado geral, com indicação de acompanhamento ambulatorial • DBG: infecção bacteriana grave = sepse, meningite, pneumonia, artrite séptica, celulite e infecção do trato urinário (2,5%) • Crianças de 6 a 36 meses, com vacinação completa sejam seguidas clinicamente, sem coleta de exames laboratoriais • A criança examinada com febre, provavelmente estará mais chorosa, irritada, com aumento das frequências cardíaca e respiratória e hiperemia de mucosas, então é necessário medicar, aguardar e reexaminar após queda de temperatura para melhor avaliação do estado geral Escores de risco para FSSL: • Aplicação no atendimento de crianças em pronto-atendimento/pronto-socorro • Identificação das crianças em risco de bacteremia oculta e doença bacteriana grave. • Idade o Até 29 dias o De 1 a 3 meses o De 3 meses a 36 meses de idade • A temperatura - acima de 39ºC • Antecedentes o Histórico neonatal o Patologias de base • Hospitalização recente • Uso de antibioticoterapia • Resultados de exames laboratoriais Manejo do lactente com FSSL • Internar e tratar todos os precedentes de toxemia e os menores do que 30 dias. • Idade entre 28 e 90 dias ordem ser orientados e monitorados em casa se tiverem com boa aparência e com contagem de leucócitos, exame de urina, e líquor dentro dos valores normais. • Conduta por faixa etária: o Ate 30 dias de vida • Internação • Exames: hemograma, VHS, PCR, urina 1, urocultura, hemocultura, líquor, radiografia de tórax. • Tratamento: associação ampicilina e cafatoxima deve ser indicada para contemplar estreptococo do grupo B e germes gram-negativos o Lactente de 2 a 3 meses • Exames: hemograma, VHS, PCR, urina 1, urocultura, hemocultura, líquor, radiografia de tórax. • Se exames alterados iniciar antibiótico endovenoso com ceftriaxone, pensando nos agentes mais frequentes: pneumococo, meningocócica e hemófilo o Criança de 3 a 36 meses • Exames: hemograma, VHS, PCR, urina 1, urocultura, hemocultura, líquor, radiografia de tórax. • Se exames normais reavaliação em 24 h • Se alterados iniciar ceftriaxone o Crianças maiores • Se toxemia: iniciar penicilina cristalina ou ampicilina endovenosa SEPSE 1. Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) • Definida como presença de pelo menos dois dos seguintes critérios o Alteração da temperatura ou numero de leucócitos o Alteração de temperatura corpórea - hiper ou hipotermia o Alteração da frequência cardíaca: taquicardia ou bradi, inapropriada para a idade da criança 2. infecção • Doença suspeita ou confirmada (com base em culturas positivas, anatomia, patológica, testes de amplificação de RNA ou ainda por exame clinico de imagem ou testes laboratoriais) • Causada por qualquer patógeno infeccioso 3. sepse • Tem que ter dois ou mais sintomas da SIRS,principalmente com alteração de temperatura ou numero de leucócitos, concomitantemente a presença de quadro infeccioso confirmado ou suspeito 4. sepse grave • Presença de sepse e disfunção cardiovascular OU respiratória OU as duas ou mais disfunções orgânicas: neurológica, renal, hepática ou hematológica. Entretanto para fins práticos qualquer disfunção orgânica associada a infecção suspeita ou confirmada caracteriza sepse grave. Condutas e tratamento 1. reconhecimento clinico e laboratorial 2. internação em UTI 3. estabilização clinica • Fluido terapia • Monitorização hemodinâmica • Tratamento medicamentoso o Drogas vasoativas o Antibióticos o Corticoides 4. suporte ventilatório 5. suporte nutricional 6. controle laboratorial 7. terapias adicionais (hemoterapia e dialise) 8. Tratamento de cuidados profilático 9. Equipe multi (fisio, fono, psicóloga) 10. Suporte a família Aula 4B - Dor recorrente na infância Dores recorrentes mais frequentes na infância e adolescência são: • Dor abdominal o Constipação intestinal o Verminoses o Distúrbios digestivos o Origens medicamentosas o Origens emocionais o Decorrente de outros fatores. • Cefaleia o Origem alimentar o Origem medicamentosa o Disfunção orgânica o Distúrbios de visão e audição o Distúrbios neurológicos (emocional, transtorno de ansiedade, ou algo relacionado ao desenvolvimento neuropsicomotor). • Dor em membros o Dor musculo esquelética - mais dos adolescentes, por vicio de posição. o Dor de crescimento - geralmente dores são noturnas, e geralmente são nas extremidades dos ossos o Dores articulares - mais dos adolescentes, ligada ao esforço físico. o Dores por esforço físico o Dores relacionadas ao peso • A ocorrência de causa orgânica é baixa, observada em 5% a 10% dos casos; • Difícil diagnóstico • Diagnóstico de exclusão Conduta: • Não pode não levar em consideração e não tratar, porem tem que investigar muito bem para poder tratar. • Tratamento: medicações anti-inflamatórios, analgésicos, ou até mesmo placebo em casos de origem somática. • Analisar os hábitos e rotina Aula 4C - Doenças exantemáticas na infância Introdução • Frequentes na infância, caracterizam por erupções cutâneas geralmente febris Etiologia variável: grande maioria é vírus, mas podem ser bactérias, parasitas Diferencial: alergias exposição cutânea, até quadros sistêmicos à medicamentos, doenças inflamatórias não infecciosas como vasculites Exantema: • Manifestação cutânea de fundo vascular e de causa infecciosa, alérgica, tóxica ou física. Podendo ser: • Mácula, pápula, vesícula, pústula, crosta e sufusão hemorrágica Enantema: • É a manifestação na mucosa Doenças exantemáticas clássicas • Sarampo e varíola desde império romano e na china no início era cristã • Sarampo, escarlatina, rubéola, eritema infeccioso, exantema súbito SARAMPO (PARAMOXIVÍRUS) • Doença exantemática viral • Transmissão: aerossóis • Período de incubação: de 7 a 21 data a partir da exposição do início do quadro exantemático. Já o período de transmissibilidade ocorre 6 dias antes e 4 dias após o exantema e o pico de transmissão 2 dias e 2 dias depois do início do exantema • Quadro clínico: febre > 38,5°C, tosse seca, coriza, conjuntivite não purulenta, fotofobia, manchas de koplik. Após 2-4 dias após o início do quadro intensifica-se o quadro inicial, paciente fica prostado e surge o exantema maculopapular morbiliforme (progressão cefalocaudal) • Diagnóstico: sorologia, recomendada até o 7° dia do início do exantema lauracampos Sublinhado lauracampos Realce lauracampos Sublinhado lauracampos Nota patognomico de sarampo • Tratamento: não há específico, recomenda-se a administração de vitamina A, e realizar medidas de suporte com sintomáticos • Cuidado com os contactantes e prevenção: até 4 dias após o início do exantema realizar precaução respiratória (máscaras e isolamento). Aplicar vacina até 72 hrs após o contágio • Complicações: principalmente pessoas com comorbidades, se febre mais de 3 dias é um sinal de alerta. Entre as complicações: otite média aguda, pneumonia, convulsão febril, encefalite após sarampo, encefalite causada pelo sarampo (onde o vírus pode atingir o SNC podendo acarretar outros sistemas), panencefalite esclerosante subaguda (que com piora progressiva afeta funções motoras e cognitivas) RUBÉOLA (TOGAVÍRUS) • Viral, altamente contagiosa, sua epidemiologia está relacionada ao risco de abortos, natimortos e à síndrome da rubéola congênita • Transmissão: gotículas de secreções nasofaríngeas • Período de incubação: entre 12 e 23 dias, e a transmissibilidade 7 dias antes e 7 dias após o início do quadro exantemático • Quadro clínico: febra baixa, linfoadenopatia retroauricular, exantema maculopapular puntiforme róseo difuso com curta duração, o exantema progride para um novo local, em alguns casos nota-se petéquias no palato mole (sinal de forschemeir) • Diagnóstico: sorologia • Tratamento: é realizado com base em sintomáticos, não havendo tratamento específico ao vírus • Vacina é a única forma de prevenir a ocorrência de casos • Complicações: trombocitopenia, encefalite pós-infecciosa ERITEMA INFECCIOSO (ERITROVÍRUS) • indivíduos saudáveis podem desenvolver aplasia eritroide acompanhada do quadro exantemático • transmissão: via respiratória e placentária (mães infectadas, o que pode levar a hidroplasia fetal) • período de incubação: entre 14 e 21 dias e a transmissão ocorre antes do exantema, não há necessidade de isolamento • quadro clínico: mialgia, febre, coriza e cefaleia. O exantema maculopapular se inicia em face em região malar (face esbofeteada), associado a palidez perioral (sinal de filatov). 4 dias depois do exantema evolui para membros superiores e inferiores, a mácula aumenta de tamanho deixando palidez central, o aspecto rendilhado do exantema pode durar até 3 semanas, exposição ao sol, variação de temperatura, exercícios e estresse pode levar a recorrência do eritema • diagnóstico: sorologia • tratamento: autolimitado, suporte com sintomáticos • não existe medidas de prevenção a serem tomadas, e não existe vacinas que garanta imunidade contra o vírus • complicações: Artropatia, doenças hematológicas (falciforme, talassemias, anemias), crise aplástica transitória, entre outras. EXANTEMA SÚBITO (HERPES VÍRUS HUMANO 6 OU 7) • Transmitida por secreção oral • Período de incubação: de 5 a 15 dias, a transmissão ocorre na fase de viremia, no período febril • Quadro clínico: febre alta (39-40°C), convulsão febril, pode haver linfonodomegalia associado. Após 3-4 dias de febre, ela cessa bruscamente e aparece o exantema maculopapular róseo com lesões que não coalescem • Diagnóstico: clínico e laboratorial (sorologia) • Tratamento: antitérmicos. Em imunodeprimidos usar ganciclovir • Não há necessidade de isolamento, e não existe prevenção a serem adotadas VARÍCELA (VARICELA ZOSTER) • Catapora, prevenida por vacina treta viral • Transmissão: secreções respiratórias ou contato por meio de objetos contaminados • Período de incubação: entre 10 e 21 dias, a transmissão se inicia 1-2 dias antes do surgimento do exantema e permanece até que as lesões estejam em fase de crosta • Quadro clínico: febre moderada, cefaleia, anorexia e vômito por 2-3 dias. O exantema papulovesicular polimórfico pruriginosa. Tem evolução rápida • Diagnóstico: clínico e típico não necessitando de testes comprobatórios • Tratamento: anti-histamínicos, antitérmico e analgésicos. O tratamento específico é com aciclovir para menores de 12 anos • A prevenção deve ser feita através da vacina • Complicações: infecção bacteriana secundária, causada por estreptococos e estafilococos, pneumonia intersticial • Herpes zoster: tipicamente na fase adulta, é decorrente da reativação dovírus da varicela, após a infecção fica latente nos gânglios nervoso podendo ser reativado em adultos, quadro típico como neurites, ardência e prurido local, febre, cefaleia e mal-estar, eritema papulovesicular localizado que evolui para crostas. DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA (ENTEROVÍRUS COXSACKIE) • A infecção ocorre por via fecal-oral • Incubação de 3-6 dias. Com quadro clínico de febre baixa que melhora em 48hrs, irritabilidade e anorexia, após o início da febre surgem vesícula na cavidade oral. Exantema papulovesicular em extremidades não pruriginosas, mas dolorosas. • Diagnóstico: clínico e tipicamente característico • Tratamento: autolimitada, as lesões costumam se resolver em 7-10 dias. Tratamento para sintomáticos para o quadro febril e álgico, suporte hídrico e nutricional, pois as crianças chegam a desidratar pela dificuldade de ingerir. Se precisar, internar para hidratação venosa. • Realizar precaução de contato durante a doença, tomar medidas de higiene frequente das mãos. Não há vacina para essa patologia. • Herpangina: frequente em crianças, não causa exantema, causa enantema e lesões vesiculares em região oral, que evoluem para úlceras esbranquiçadas de halo eritematoso. Possui como pródromo: febre alta súbita, cefaleia, disfagia, vômitos e linfadenopatia cervical. Tratamento é de suporto sintomático e o quadro se resolve espontaneamente em 5-10 dias. ESCARLATINA (ESTREPTOCOCOS PYOGENES) • Não é infecção direta pela bactéria, mas sim pelo efeito das toxinas produzidas quando a bactéria é infectada por um bacteriófago • Transmissão: contato com gotículas e secreção de nasofaringe • Período de incubação: de 2-5 dias e a transmissão se inicia tão logo iniciem os sintomas, caso seja realizado o tratamento correto a transmissão só persiste por 24 hrs do início • Quadro clínico: febra alta, dor à deglutição, mal-estar geral, náuseas e vômitos, quadro de faringoamigdalite com exsudato purulento. Cerca de 12-48h após o início do quadro, surge exantema micropapular áspero em peitoral que se expande para tronco, pescoço e membros. Exantema apresenta mais em intenso nas dobras cutâneas formando linhas hiperpigmentadas, na face o eritema malar confere aspecto de face esbofeteada, além da hipertrofia das papilas dando aspecto de língua em framboesa • Após 1 semana as manifestações clínicas desaparecem e inicia um período de descamação furfurácea em face e extremidades • Diagnóstico: clínico, pela cultura de secreção de orofaringe, teste rápido da identificação do pyogenes • Tratamento: exantema tem curso autolimitada, mas é indicado tratamento com antibiótico SÍNDROME DA PELE ESCALDADA ESTAFILOCÓCICA (ESTAFILOCOCOS AUREUS) • Ocorre quando há quebra das barreiras protetoras da pele • Quadro clínico: febre, irritabilidade, mal-estar. Na fase exantemática, exantema maculopapular doloroso que inicia na face e expande para todo o corpo. A pele começa exsudar criando crostas melisséricas ao redor de boca e nariz, formando descamações laminares como se fosse bolhas • Diagnóstico: clínico, coleto do sítio suspeito e cultura do material • Tratamento: limpeza e curativo da pele, sem administração de antibiótico tópico. A doença progredia até que a toxina seja eliminada pelos rins ou neutralizada por anticorpos, a regressão do quadro geralmente ocorre em 2-3 semanas. O tratamento específico pode ser usando antibiótico endovenoso DOENÇA DE KAWASAKI • Causa de vasculite, etiologia desconhecida. • O diagnóstico e tratamento precoce até o 10°dia da doença é fundamental para a redução da complicação mais temidas que é o aneurisma de coronárias • Diagnóstico clínico baseado nos critérios: • Exantema maculopapular polimórfico, edemas, eritema palmo-plantar e descamação laminar em região periungueal • Outros achados: artralgia, diarreia, dor abdominal • Indicação de ecocardiograma em menores de 6 meses se tiverem febre por mais de 1 semana • Tratamento: administração de imunoglobulina 2g/kg em infusão contínua de 10 horas, associado à AAS • Complicações: aneurismas coronarianos, monitorar o surgimento, recomenda ECO em 2 momentos: na fase aguda (2-3 semanas e com 6-8 semanas) MONONUCLEOSE Doença do beijo • Transmissão: por meio da saliva contaminada • Período de incubação: desde o momento da infecção até meses depois da cura • Período de transmissibilidade: 30 a 45 dias • Sinais e sintomas: febre alta, calafrios, fadiga, perda de apetite, dor de garganta, linfonodos aumentados no pescoço, dor muscular, dor de cabeça • Exantema maculopapular pruriginoso, pode surgir no tronco, coxas e braços • Complicações: anemia, hepatite, encefalite, miocardite, pneumonia, nefrite, entre outras • Diagnóstico: clínico, exames laboratoriais para detecta Epstein-Barr ou hemograma • Tratamento: repouso, hidratação, controle da dor com analgésicos, antibióticos • Prevenção: evitar contato direto com os doentes, cobrir a boca quando tossir ou espirrar, lavar as mãos com frequência, limpar objetos da pessoa doente Aula 5A - Doenças do trato urinário na criança Qualquer patologia que afete um ou mais órgãos do trato urinário levando ao mal funcionamento dos mesmos • Mal formação estruturais o Congênitas o Geralmente cursam com insuficiência renal aguda podendo evoluir para crônica - diálise - transplantes renal o Rins ectópicos, rins fundidos (ferradura), agenesia renal (unilateral), rins policísticos, etc.) • Doenças adquiridas o Doenças inflamatórias e infecciosas (nefrites, cistites, litíase renal o Doenças extra renais com acometimento renal - neoplasias, doenças hipoperfusão renal (choque), doenças reumatológicas (lúpus, sd. Sjogren) o Drogas nefrotóxicas (lítio, chumbo, cadimo, etc) Nefrites, cistites, uretrites • Definição: inflamação que pode afetar todos os órgãos do trato urinário de forma isolada ou de forma concomitante • Etiologia o Infecções (formação de complexos antígeno-anticorpo) - 80% • Vírus • Bactérias (estreptococo, tifo/rickettsia, salmonela) • Fungo, parasitas (malária/plasmodium) o Exposição a drogas nefrotóxicas o Doenças auto-imune o Neoplasias • Tipos: de acordo com o órgão acometido • Sintomas o Disúria o Oligúria, urgência miccional - criança mais velha que tem vontade e quando vai faz em pinguinhos varias vezes ao dia. o Hematúria o Urina com odor fétido o Edema o Hipertensão arterial sistêmica o Febre o Náusea, vômitos, perda de apetite • Diagnostico o Anamnese e exame físico o Exames laboratoriais: triagem infecciosa, rotina de urina, função renal (taxa de filtração glomerular e taxa de ureia), bioquímica o Exames de imagem: ultrassom renal (US), TC abdominal e renal. Só é solicitado em casos recorrente, crianças que tem a clinica boa e nunca teve infecções não é solicitado. • Tratamento o De acordo com a causa o Tratamento da doença de base o Evolução para insuficiência renal aguda (IRA) - crônica (IRC) - transplante renal. Síndrome nefrítica • Idade 5-15 anos • Mais frequente em meninos • Precedida por estreptococcia (amigdalite ou impetigo/piodermite mais comuns) 1 a 4 semanas • Tríade clássica o Edema o Hematúria o Hipertensão arterial • Urina cor de guaraná ou de coca-cola • Episódio isolado • Sinais de alerta o Alterações do nível de consciência, convulsões e anúria • Sinais de gravidade e complicações o Encefalopatia hipertensiva, sobrecarga hídrica resistente à diureticoterapia, elevação de escórias nitrogenadas e sintomas urêmicos • Fisiopatologia o Hipervolemia o Diminuição do processo de filtração glomerular • Exames laboratoriais o FUNÇÃO RENAL: Elevação de uréia e creatinina (variável) o C3 e/ou CH50 consumidos o Hipercalemia o Urina EAS: HEMATÚRIA (macroscópica ou microscopica) e proteínas, cilindros hemáticos; o Dismorfismo eritrocitário positivoo Proteinúria: pode existir em níveis não nefróticos (<50 mg/kg/dia) o Anemia (diluicional) • Terapêutica o repouso relativo o dieta hipossódica o restrição hídrica (400 ml/m2/dia, associado a um terço ou metade da diurese do dia anterior) o diurético de alça (furosemida 1-4 mg/kg/dia) o Não há benefício do uso de corticoterapia nestes pacientes, exceto em casos de glomerulonefrite rapidamente progressiva, mas que devem ser indicados pelo nefrologista, considerando cada caso em particular. o antibioticoterapia: penicilina G benzatina (dose: 600.000 UI em pacientes menores de 20 quilos e 1.200.000 unidades em pacientes maiores de 20 quilos) ou eritromicina para os pacientes alérgicos o anti-hipertensivos VO o paciente sem sinais de gravidade => tratamento em enfermaria ou ambulatorialmente o paciente com sinais de gravidade ou complicações => tratamento em UTI o Vacinação de rotina • Indicações de biópsia renal o Glomerulonefrite rapidamente progressiva (elevação abrupta e grave de uréia e creatinina) o Persistência de hipocomplementenemia por mais de 12 semanas o Hipertensão arterial por mais de 4 semanas o Síndrome mista (achados clínicos compatíveis com síndrome nefrítica ou nefrótica, cujo acometimento glomerular é mais grave ou podem ser decorrentes de doenças sistêmicas como o lúpus eritematoso sistêmico) o Hematúria microscópica por período superior a 18 meses o Persistência de queda de filtração glomerular por mais de 4 semanas. Síndrome nefrótica • Idade: 2-6 anos • Sem preferência de sexo • Desencadeada por infecções : IVAS ou Gastroenterocolite aguda mais comuns • Tríade clássica o Anasarca o Hipoalbuminemia o Dislipidemia (colesterol total igual ou acima de 240mg/dl ou triglicerídeos acima de 200 mg/dl) • Urina espumosa • Doença recidivante • Sinais de alerta o febre, dor abdominal e queda do estado geral => Peritonite bacteriana espontânea • Sinais de gravidade e complicações o Infecções de repetição, Dislipidemias (aumento do risco de doenças cardíacas), distúrbios endócrinos (Hipotireoidismo, Deficiência de Vit. D e Baixo ganho pondero-estatural) • Fisiopatologia o Hipovolemia o acometimento do podócito (célula especializada cuja função consiste na formação da membrana de filtração) • Exames laboratoriais o Função renal normal (a uréia pode aumentar em alguns pacientes devido hipovolemia) o Complemento normal o Albumina sérica baixa (<2,5 g/dl) o Elevação de triglicerídeos e colesterol total o Hiponatremia (diluicional) o Urina EAS: PROTEINÚRIA; (hematúria microscópica pode ocorrer em 20% dos casos); cilindros hialinos o Proteinúria de 24 horas com valores superiores a 50 mg/kg/dia ou 40 mg/m2/hora ou relação proteína/creatinina em amostra isolada > ou igual a 2 mg/dl o Elevação do hematócrito e trombocitose • Terapêutica o repouso absoluto até estabilização da crise o dieta hipossódica o sem restrição hídrica (devido a hipoalbuminemia) o albumina 0,5 -1 g/kg/dia (máximo de 2 gramas/kg/dia) em casos de derrames cavitários (derrame pleural, ascite e edema de genitália), com tempo de infusão de, no máximo, 4 horas. o uso de diurético não é rotineiro e deve ser restrito aos pacientes que, após a infusão de albumina, apresentam hipertensão ou sinais de sobrecarga hídrica o Uso de corticoide, mas somente após o tratamento de doenças infecciosas : 2,0 mg/kg/dia ou 60 mg/m2/dia (máximo de 60 mg/dia) em dose única, preferencialmente pela manhã (aumenta aderência e reduz a supressão do eixo hipotálamohipófise-adrenal) e deve ser mantida por 4-8 semanas o inibidores da enzima conversora de angiotensina ou bloqueadores do receptor da aldosterona (redução da proteinúria por diminuição da filtração glomerular) o antibioticoterapia de largo espectro (por exemplo: ceftriaxona 100 mg/kg/dia) devido infecções serem causadas por germes encapsulados decorrentes da perda de imunoglobulinas o uso de imunoglobulina endovenosa: não é consensual devido resultados conflitantes quanto à eficácia em prevenir as recidivas da doença associadas à infecção o paciente sem sinais de gravidade => tratamento em enfermaria ou ambulatorialmente o paciente com sinais de gravidade ou complicações => tratamento em UTI o evitar uso de vacina de vírus vivos e, se possível, encaminhar ao centro de referência em imunobiológicos especiais. o importante orientar os pais sobre a característica recidivante da doença, a necessidade de adequação da dieta familiar e a aderência ao tratamento medicamentoso • Indicação de biópsia renal o Pacientes com hematúria macroscópica ou hipertensão sustentada ou complemento sérico diminuído o Menores que 1 ano ou maiores de 8 anos (adolescentes devem ser biopsiados precocemente) o Pacientes com síndrome nefrótica resistente a terapia com corticoide (sem resposta após 8 semanas de tratamento com prednisona ou após 4 semanas associado com pulsoterapia com metilprednisolona de 3-6 dias). Litíase renal • Calculo real • Formações endurecidas de tamanho variado que podem acometer qualquer parte do trato urinário • Raras em crianças • Etiologia multifatorial o Alterações metabólicas (metabolismo do cálcio, sódio - controversas) o Infecções do trato urinário (fato litogênico) o Fatores genéticos e anatômicos o Fatores dietéticos (alimentação rica em sódio e em carboidratos, sendo estes formados por minerais que se acumulam na urina e formam cristais.) • Composicao do calculo variado (oxalato de cálcio, fosfato de cálcio, acido úrico, cistina) • Associadas a mal formação estruturais do trato urinário (estenose de JUP, (junção uretero-pélvica) RVU (refluxo vesicureteral), megaureter, etc.) • Sintomatologia variavel de acordo com a idade o Dor abdominal o Hematúria o ITU repetição • Diagnostico o Clinico o Laboratorial: rotina de urina o Imagem • US renal (capacidade de diagnóstico limitada) • TC de abdome e pelve (padrão ouro de sensibilidade 96%) • Raio X simples de abdome: cálculos radiopácos. • Tratamento o Conservador o Alta taxa de eliminação espontânea o Hidratação o Tratamento de infecção se presente o Melhora alimentar (redução do sódio e/ou carboidratos) o Controle dos distúrbios metabólicos se presentes o Litotripsia Aula 5B - Distúrbios neurológicos na infância sexta-feira, 13 de agosto de 2021 08:15 Numero abrangente de patologias neurológicas que acometem a faixa etária pediátrica Podem ser congênitas ou adquiridas Espectro de apresentação amplo Diagnóstico e tratamento precoce essencial para uma menor morbidade para essas crianças • Síndrome do bebê hipotônico o Hipotonia na infância represente o sintoma de varias doenças sistêmicas e do sistema nervoso, podem acometer o cérebro, corno anterior da medula, nervos periféricos, junção mioneural e músculos o Diminuição do tônus muscular e da força não compatíveis com idade cronológica do bebe (bebe molinho, - floppy baby) o Pouco ou nenhum controle sobre os músculos do pescoço ou outras partes do corpo como braços e pernas o Atraso no desenvolvimento motor o Fatores etiológicos variados • Fatores nutricionais (raquitismo e desnutrição) • Fatores cerebrais encefalopatias - hipóxico isquêmica-EHI • Genéticos: síndrome de Down, Pradder-Willi, atrofia medular espinhal • Outros (paralisia cerebral, doenças de depósito - doenças metabólicas por falta de certas enzimas, distrofia muscular, miopatias congênitas, etc) o Sinais e sintomas: • Atraso no desenvolvimento motor (para andar principalmente) • Pouco ou nenhum controle, sobre os músculos do pescoço, tem dificuldade de mudar sua cabeça de posição • Dificuldade na deglutição e fala • Choro fraco • Mexem pouco braços e pernas o Tratamento • Varia de acordo com a causa • Ao longo do temo pode haver melhora, piora ou estagnação do quadro • Tratamento multidisciplinar • Tratamento causa de base/consequências
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