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Joëlle Moreira - Medicina UFPE Endocrinologia SÍNDROME METABÓLICA É a junção de comorbidades clínicas que têm grande potencial de complicações cardiovasculares e, juntos, são ainda mais preocupantes. Assim, a síndrome é definida pela presença de pelo menos 3 dos seguintes: 1. Pressão arterial: ≥ 130 x 85 mmHg 2. Triglicerídeos: ≥ 150 mg/dl 3. HDL: H < 40 mg/dl; M < 50 mg/dl 4. Circunferência abdominal: H > 102 cm; M > 88 cm 5. Glicemia de jejum: ≥ 100 mg/dl Todas essas giram em torno de uma problemática: a resistência à insulina. HIPERTENSÃO ARTERIAL: . A HAS pode ser diagnosticada se houver a presença de um desses: · Média da PA em 2 ou mais consultas ≥ 140x90 mmHg (ou 130x80 mmHg nos EUA). · PA ≥ 180 x 110 mmHg · ⇡PA + lesão de órgão-alvo (LOA) · MAPA: · 24h: média ≥ 130x80 mmHg · Vigília: média ≥ 135x85 mmHg · Sono: média ≥ 120x70 mmHg · MRPA (residencial): média ≥ 130x80 mmHg HAS do jaleco branco: MAPA normal, porém com aumento da PA no consultório. HAS mascarada: MAPA aumentado, porém com diminuição da PA no consultório. CLASSIFICAÇÃO: BRASIL PAS PAD Ótima <120 <80 Normal <130 <85 Pré-HAS <140 <90 HAS estágio 1 ≥140 ≥90 HAS estágio 2 ≥160 ≥100 HAS estágio 3 ≥180 ≥110 HA sistólica isolada ≥140 <90 EUA PAS PAD Normal <120 <80 Elevada <130 <80 HAS estágio 1 ≥130 ≥80 HAS estágio 2 ≥140 ≥90 EUA: · Não tem PA "ótima" · "Normal" da brasileira é a sua "elevada" · HAS se PA ≥ 130x80 mmHg · Sem E3 QUADRO CLÍNICO: Geralmente assintomático! Muitas vezes só é diagnosticada pela presença de LOA (vascular ou por sobrecarga): · Cardiopatia (IAM, ICC…) · AVE, demência · Aorta, arteriopatia · Rim (nefroesclerose) · Retinopatia Nefroesclerose hipertensiva Benigna (crônica): ⇡PA lenta ⤍ modificação lenta da estrutura renal · Arterioloesclerose hialina · Hipertrofia da camada média Maligna (aguda): Crise hipertensiva aguda ⤍ adaptação renal rápida (anárquico) · Arteriolosclerose hiperplásica ("bulbo de cebola") · Necrose fibrinóide Retinopatia hipertensiva Classificação KWB: Imagem 1: I - Estreitamento arteriolar (seta branca) II - Cruzamento AV patológico (seta preta) Imagem 2: III - Hemorragia/exsudato (seta preta) IV - Papiledema Estreitamento ⤍ cruzamento ⤍ hemorragia ⤍ papiledema. EXAMES DE ROTINA: Devemos solicitar exames para avaliação de LOA ou de HAS secundária (segundo Diretriz Brasileira): 1. Análise de urina 2. K+ 3. Creatinina plasmática - avaliar taxa de filtração glomerular 4. Glicemia de jejum e HbA1c 5. Colesterol total, HDL-colesterol e triglicerídeos 6. Ácido úrico 7. ECG TRATAMENTO: Alvos pressóricos: · < 140x90 mmHg população geral · <130x90 mmHg em pacientes de alto risco (DM, SM ou LOA)/diretriz americana. · <160x90 mmHg paciente idoso frágil Plano terapêutico Classificação Terapia Todos Intervenção no estilo de vida (IEV) - ⇣peso, dieta DASH, atividade física (30min/dia), ⇣sódio (<2g) HAS E1 sem fator de risco Pré-HAS de alto risco Idoso frágil ou > 80 anos Pode tentar IEV por 3 meses antes de tto medicamentoso (exceto idoso frágil) 1 droga HAS E1 com fator de risco HAS E2-3 2 drogas Não pode: IECA + BRA-II Anti-hipertensivos de primeira linha Medicamentos Indicações Efeitos adversos IECA ("pril") BRA-II ("sartan") Inibem o sistema renina-angiotensina São nefroprotetoras Jovens, brancos Doença renal, IC, IAM IRA, ⇡K: não usar se Cr> 3*; K >5,5 ou estenose bilateral da artéria renal * contraindicação relativa - se conseguirmos fazer um acompanhamento frequente, podemos usar IECA: tosse (⇡bradicinina) angioedema - troca por BRA Tiazídico (clortalidona, hidroclorotiazida) Ação vasodilatadora ⇣excreção urinária de cálcio Negro, idoso Osteoporose 4 hipo: volemia, Na, K e Mg 3 hiper: glicemia, lipidemia, uricemia (não usar se histórico de gota) Bloqueadores dos canais de cálcio (vasodilatadores: "dipinas") (cardioseletivos: diltiazem, verapamil) Negro, idoso Arteriopatia periférica, fibrilação atrial Cefaleia, edema, bradiarritmia, IC Melhor combinação: IECA + BCC Drogas de segunda linha: · Betabloqueadores: usar se IC, enxaqueca · Alisquireno · Metildopa, hidralazina: usar em gestante · Prazosin: usar se HPB · Clonidina: usar se urgência HIPERTENSÃO RESISTENTE: É a PA não controlada com 3 drogas (incluindo diuréticos), em doses otimizadas (máxima). 1. Descartar: pseudo-resistência: ⇣adesão, jaleco branco e medição errada 2. HAS secundária (5-10%): paciente típico ⤍ idade < 30 ou > 50 anos; grave; LOA a. Nefropatia - ⇡creatinina, proteinúria b. Apneia do sono - ronco, sonolência c. Feocromocitoma - cefaleia, sudorese, palpitação d. Hiperaldosteronismo (subdiagnosticada - 22% da HAS secundária) - hipocalemia e. Coarctação da aorta - Jovem, ⇣ pulso femoral 4a droga adicionada: espironolactona - ⇣ aldosterona Hiperaldosteronismo Sistema renina-angiotensina-aldosterona: Renina ⤍ angiotensina I (ECA) ⤍ angiotensina II ⤍ aldosterona (córtex adrenal) Hiperaldosteronismo · Hiperaldo primário: Adenoma, hiperplasia · ⇡aldosterona ⤍ ⇣ renina + ⇣angiotensina. I e II · Relação A/R > 30 · TTO: ressecção cirúrgica, antagonistas da aldosterona · Hiperaldo secundário: Estenose da artéria renal · ⇡aldosterona ⤍ ⇡ renina + ⇡angiotensina. I e II · Relação A/R < 30 · TTO: IECA ou BRA CRISE HIPERTENSIVA: O nosso organismo tem um sistema de proteção contra o excesso de PA. Se a pressão aumenta muito, os vasos sanguíneos vão se contraindo para que o fluxo sanguíneo não aumente muito e se mantenha estável. Apesar disso, chega uma hora a pressão aumenta tanto que esse equilíbrio se rompe, fazendo com que o paciente perca o mecanismo de autorregulação do fluxo sanguíneo. É a partir disso que temos uma crise hipertensiva. Em resumo, ela é descrita como um aumento súbito e expressivo da PA, geralmente ≥ 180 x 120 mmHg. Emergência hipertensiva: Lesão aguda de órgão-alvo: encefalopatia, IAM, edema agudo, etc. Conduta: Reduzir imediatamente a PA (NÃO normalizar!!) · ⇣20-25% da PA na 1a hora · Drogas IV: nitroprussiato, nitroglicerina (IAM), beta-bloqueador. Urgência hipertensiva: Sem lesão aguda: crise adrenérgica, epistaxe, pré-operatório, etc. Conduta: · PA 160x100 em 24-48h · Drogas VO: captopril, furosemida, clonidina Exceções: · Dissecção aórtica ou AVEh: normalizar PA. · Betabloqueador IV +/- nitroprussiato de sódio (se não melhorar) · Cirurgia se acometer aorta ascendente · AVEi: reduzir se PA 220x120 ou 185x110 (trombolítico). · Pseudocrise (sem sintomas e exames normais): deixar de observação, ansiolíticos (benzo) ou analgesia (dipirona). ⇒ Sempre que temos quadro que associa acometimento gastrointestinal com neurológico, temos que pensar em intoxicação. · O nitroprussiato pode causar esse quadro: metabólitos - cianeto e/ou tiocianato. Risco maior: uso > 48h, dose elevada, disfunção hepática/renal. · TTO: · Reduzir/suspender nitroprussiato; · Antídoto - hidroxicobalamina (vitamina B12) · Nitrito ou tiosulfato de sódio ou hemodiálise DISLIPIDEMIA: . Define os distúrbios dos lipídios no sangue (HDL, LDL, triglicerídeos). CLASSIFICAÇÃO: Primária: · Decorre de defeitos genéticos que causem defeito na metabolização dos lipídios · Normalmente se apresenta em mais jovens · São mais agressivas e mais difíceis de tratar · Apresenta depósito de lipídios formando xantomas tendinosos (tendão abaulado), calcificação acinzentada no arco corneano, xantelasma (palpebral), xantoma tuberoeruptivo, xantoma eruptivo e xantoma palma Secundária: Droga Efeito Diuréticos e betabloqueadores ⇡TGL + ⇣ HDL Estrogênios orais ⇡TGL + ⇣LDL Progestágenos ⇡TGL + ⇣HDL Anabolizantes ⇡CT + ⇣HDL Corticóides ⇡TGL + ⇡CT + ⇡HDL Tamoxifeno ⇡TGL Inibidor de protease ⇡TGL + ⇡LDL + ⇣HDL Isotretinoina - roacutan ⇡TGL + ⇣HDL Efeito Doença ⇡Colesterol Hipotireoidismo, hepatite crônica, colestase, sd. nefrótica e anorexia ⇡TGLObesidade, DM, HIV, etilismo, excesso de carboidratos, uremia, estrogênio, sedentarismo, acromegalia, cushing, gestação, hipotireoidismo ⇣HDL Tabagismo, hepatite C, DM, HIV, anabolizantes, obesidade, sedentarismo Laboratorialmente, as dislipidemias podem ser classificadas de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2017) em: · Hipercolesterolemia isolada: aumento isolado do LDL-c (≥ 160 mg/dL); · Hipertrigliceridemia isolada: aumento isolado dos triglicérides (≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/dL, em jejum); · Hiperlipidemia mista: aumento do LDL-c e dos triglicérides; · HDL-c baixo: há redução do HDL-C (em homens < 40 mg/dL e mulheres < 50 mg/dL). RASTREAMENTO: Pedir lipidograma se: · Doença arterial coronariana ou doença vascular aterosclerótica · Alto risco: HAS, DM, obesidade · História familiar positiva · Estigmas de dislipidemia · Pancreatite · Medicamentos: TRH ou Roacutan Se não se enquadrar nos critérios acima, solicitar a partir dos 20 anos e a cada 5 ano TRATAMENTO: Alvo Terapia Triglicerídeo <150 Sem jejum: <175 Dieta + atividade física ≥ 500 - fibratos HDL-colesterol >40 Ácido nicotínico - sem recomendação LDL-colesterol Dependente do risco CV Estatinas Ezetimiba/ inibidores do PCSK9 Dosar o LDL diretamente é caro. Por isso, podemos lançar mão da Fórmula de Friedewald: Abordagem do LDL-c Terapia de alta intensidade (⇣LDL ≥ 50%) Terapia de moderada intensidade (⇣LDL 30-49%) Atorvastatina 40-80 mg Rosuvastatina 20-40 mg Atorvastatina 10-20 mg Sinvastatina 20-40 mg Indicações Doença ateosclerótica (IAM, AVE, doença arterial periférica) ⤍ Alvo - risco muito alto: LDL < 50 mg/dl LDL ≥ 190 mg/dl Escore de risco ≥ 20% ⤍ Alvo - risco alto: LDL < 70 mg/dl Indicações LDL 70-189 + DM ou fatores potencializadores de risco (SM, LOA, ITB < 0,9, ⇡PCR-us, escore Ca+) ⤍ Alvo - risco alto: LDL < 70 Apenas DM ⤍ Alvo - risco intermediário: LDL <100 Tempo de uso indefinido, mas reavaliar em 4-12 semanas. MUDANÇA NO ESTILO DE VIDA: · Cessação do tabagismo e álcool · Exercício físico: aeróbico 30min 4-6x/semana (200kcal/dia); fortalecimento muscular · Dieta do mediterrâneo (oleaginosas, frutas, verduras, um pouco de vinho, azeites bons) é a com mais benefícios para dislipidemia: ação antioxidante com diminuição do LDL Indicações: · Baixo risco: insistir em MEV por 6 meses · Risco moderado: insistir em MEV por 3 meses · Alto risco: MEV + medicamento TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: Estatinas (inibidores da HMG-COA redutase) · Drogas de primeira escolha para a hipercolesterolemia ⤍ monoterapia. · Ação: ⇣LDL-c, efeito antiaterosclerótico (são drogas “estabilizadoras do endotélio” ⤍ efeitos pleiotrópicos ⤍ ação anti-inflamatória nas placas de ateroma), diminui inflamação e oxidação Lp, antitrombótico. Inibidores da absorção intestinal de colesterol · Ezetimibe/Vytorin (opção secundária): ⇣ LDL de 10 a 25% e quando associado a estatina diminui em + de 25%. · Na dose de 10 mg, o ezetimibe diminui em até 50% a absorção intestinal do colesterol, resultando em queda de 15 a 20% do LDL. Fibratos · Diminui TGL em 20 a 35% e o LDL é variável entre 10 e 20% ⤍ tto de hipertrigliceridemia · Medicamento de escolha em TGL>500 mg/dl, abaixo de 500 deve insistir em MEV e tratar LDL com estatinas (o TGL não tem papel na formação de placas, por isso é mais importante manter o LDL na meta) Ácido nicotínico · Aumenta HDL em 15 a 35% · Diminui LDL em 5 a 25% e TGL em 20 a 50% · Dose de 500 mg até 2g · Ineficaz para reduzir eventos cardiovasculares · Suspensão do mercado, mas pode fazer manipulado OBESIDADE: . Doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, normalmente resultado da interação de fatores genéticos ou ambientais (ingestão > gasto calórico) ⤍ estado de intoxicação calórica. Controle neurológico do apetite: 1o fator: privação do sono · O número de horas dormidas é inversamente proporcional ao IMC · ⇣leptina + ⇣TSH + ⇡grelina + intolerância à glicose 2o fator: desreguladores endocrinos · Obesogens · Moduladores da adipogênese · Moduladores da termogênese · Alteração do eixo corticotrófico 3o fator: diminuição da variabilidade da temperatura 4o fator: estresse · Depressão ⤍ ativador do eixo HHA 5o fator: iatrogenia farmacológica · Olanzapina: IMC 28,5 – IMC 32,5 kg/m2 (ganho de 13-15 quilos) · Antipsicóticos mudaram o perfil dos pacientes · Grande ganho do apetite 6o fator: efeitos intrauterinos · DM gestacional · Macrossomia · Tabagismo materno · Subnutrição intrauterina AVALIAÇÃO NUTRICIONAL: · IMC Idoso - eutrófico: 22-27 (para ganhar mais músculo) · Perímetro da cintura: relaciona-se com a gordura abdominal (subcutânea e visceral) e com a gordura corporal total. Avaliada no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca; menor perímetro; cicatriz umbilical; acima da crista ilíaca; e abaixo da última costela. · Obesidade central: gordura na parte superior do corpo (abdominal, visceral ou masculina - "androide" ⤍ formato de maçã). Risco: H > 102cm; M > 88cm · Obesidade periférica: gordura na parte inferior do corpo (glúteo femoral ou feminino - "ginoide" - formato de pêra) · Perímetro do pescoço: é uma medida alternativa para avaliação da gordura subcutânea da parte superior do corpo que se correlaciona diretamente a fatores de risco cardiometabólico. 39,5-39,6 cm H e 33,3-36,1 cm M · Razão cintura-quadril: 0,85-0,95 H e 0,80-1,18 M · Razão cintura-estatura: O ponto de corte de 0,5 é o valor mais indicado independente do gênero, idade e etnia, sugerindo que o PC deve ser menor que a metade da medida de estatura. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: Indicações: · IMC ≥ 30 kg/m2 · IMC ≥ 27 kg/m2 + comorbidades (DM2, HAS, SAOP, dislipidemia) Sibutramina · Inibidor da recaptação da serotonina e norepinefrina · Agente sacietógeno (⇡saciedade + ⇣apetite) · Comprimidos de 10 e 15 mg (dose: 10 a 20 mg) · Eficácia: STORM – Perda de peso após 52 semanas de 8,9Kg sibutramina X 4,9 kg placebo · Efeitos colaterais: Cefaleia, boca seca, constipação intestinal, insônia, irritabilidade (10-30%) · Efeito adrenérgico pode elevar PA · Estudo SCOUT: 16% RR para eventos cardiovasculares não fatais · Contraindicações: gestantes, HAS não controlada, história de DCV, DM com mais um fator de risco adicional, idosos, crianças e adolescentes Orlistate · Inibidor da lipase GI · 30% lipídios ingeridos não são absorvidos e serão eliminados nas fezes · Sem atividade sistêmica · Comprimidos de 120 mg (dose: 120 mg a cada refeição) · Eficácia: STORM – 2,8 a 3,2 kg peso · Permitido a partir dos 12 anos · Efeitos colaterais: Dor abdominal, fezes oleosas, incontinência fecal, flatos com descarga oleosa · Efeitos metabólicos: melhora perfil lipídico, e o controle glicêmico (XENDOS) · Contraindicações: gestantes, lactantes, pacientes com colestase e síndrome de má absorção crônica Liraglutida · Agonista do GLP-1 · Efeitos no TGI e no cérebro (⇡saciedade + ⇣apetite) · Dose: 0,6 mg 1x/dia até 3,0 mg 1x/dia · Eficácia: Estudos mostram perda de 5,6 kg em 56 semanas / FDA recomenda sua descontinuação se o paciente não perder ao menos 4% do peso corporal em 16 semanas · Tolerabilidade: Reações mais comuns são náuseas, hipoglicemias em casos de DM2, diarreia, constipação, cefaleia, tonturas, dor abdominal. · Estudo Scale e risco de pancreatite · História pessoal ou familiar de Carcinoma medular da tireoide, NEM 2, gestação, história ou suspeita de pancreatite. Locarserina · Agonista seletivo do receptor setoroninérgico 5-HT2c. · Receptor modula a ingesta alimentar através do receptor 5-HT2c pela ativação do sistema neuronal relacionado com a POMC. · Dose: 10 mg 2x/dia · Eficácia: mantida após 2 anos de tratamentoe boa tolerabilidade. · Perda de peso -3,1 a -3,6%. · Descontinuado no BR Psicotrópicos · Fluoxetina e sertralina: inibidores da recaptação da serotonina, podem ajudar na perda de peso. Usados quando houver associação de obesidade com transtorno depressivo ou de compulsão alimentar. · Bupropiona: Inibidor duplo da recaptação de monoaminas (dopamina e norepinefrina). · Topiramato: Mecanismo relacionado à modulação dos receptores GABA, com reflexo no comportamento alimentar TRATAMENTO CIRÚRGICO: Indicação: · IMC > 35 Kg/m2 · Com comorbidade > 30 Kg/m2 · Dislipidemias · DM · HAS · Estase venosa · Coronariopatias · Artralgias · SOP · IMC > 40 Kg/m2 . DIABETES: . DIABETES TIPO 1: · Hipoinsulinismo absoluto (peptídeo C indetectável ou < 0,1) - incompatível com a vida!! · Doença auto-imune (anti-ICA, anti-GAD, anti-IA2) · Paciente típico: < 30 anos, magro · Quadro clínico franco: 4P ⤍ Polidipsia, polifagia, poliúria, perda de peso DIABETES TIPO 2: · Insulina insuficiente ⤍ DM2 = ⇡resistência periférica à insulina + fadiga pancreática secretória. · Ambiental (ganho de peso ⤍ ⇡resistência periférica à insulina) + genética (fadiga pancreática secretória) · Paciente típico: > 45 anos, obeso · Quadro clínico: assintomático durante anos ⤍ abre quadro com complicações · Macrovasculares: IAM, DAP, AVE · Microvasculares: retinopatia, neuropatia, nefropatia DIAGNÓSTICO: Devido ao fato de que podemos encontrar a insulina de diversas formas (aumentada, diminuída, completamente ausente) graças a tentativa de compensação corporal, a dosagem desse hormônio não é eficaz para o diagnóstico. Por isso, precisamos dosar fatores que indicam o funcionamento destas, tais quais: · Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl · Glicemia 2h pós-75g de glicose VO ≥ 200 mg/dl · Hemoglobina glicada (HbA1C) ≥ 6,5% · Glicemia aleatória ≥ 200 mg/dl com sintomas de DM (4P) ⇒ Todos esses pontos de corte são colocados como padrão porque é a partir deles que se aumenta consideravelmente o risco de complicações cardiovasculares. O diagnóstico é dado pela presença de 2 TESTES POSITIVOS! ⤍ Pode ser dois teste iguais (repetindo o teste em coletas diferentes ou dosar duas vezes a mesma amostra) ou diferentes (até mesmo na mesma amostra de sangue). Se houver um teste muito discrepante dos demais, repetir o alterado. O TOTG é o mais sensível para o diagnóstico!! ESTADO PRÉ-DIABÉTICO: Paciente com um risco cardiovascular aumentado em relação à população geral, mas que ainda consegue retornar a glicemia normal com intervenções não medicamentosas (dieta e atividade física). Os pacientes que se enquadram nesse estado são aqueles com: · Glicemia de jejum 100-125 mg/dl · Glicemia 2h pós-75g de glicose VO 140-199 mg/dl · Hemoglobina glicada entre 5,7-6,4% Apenas 1 teste positivo já sinaliza esse estado, mas sempre devemos solicitar o TOTG para ver se o paciente já não é de fato diabético. Nestes, devemos dosar a glicose anualmente. TRATAMENTO ALVO: · HbA1C < 7% - mais importante · Glicemia capilar pré-prandial 80-130 mg/dl · Glicemia capilar pós-prandial < 180 mg/dl Organizando o tratamento 1. Metformina (500-2550 mg/dia) + mudança no estilo de vida 2. Metformina + 2/3o agente se a. Presença de doença aterosclerótica, IC ou IR: Análogo de GLP-1 (doença aterosclerótica) e inibidor de SGLT2 (IC ou IR) b. Ausência de doença aterosclerótica, IC ou IR com HbA1c acima da meta: i. Preocupação com perda de peso? Análogo GLP-1 ou inibidor SGLT2 ii. Preocupação com hipoglicemia? Análogo GLP-1, inibidor SGLT2, inibidor da DDP-4 ou glitazona iii. Preocupação com custo? Sulfonilureia ou glitazona 3. Insulina basal (NPH noturna) - Progredir dose de insulina: NPH 2x/dia + regular 3x/dia a. Insulina desde o início se: glicemia ≥ 300 (HbA1c ≥ 10%), gravidez, estresse (cirurgia/infecção), doença hepática e renal avançada
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