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H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 1 Hipertensão arterial O que é: • Multifatorial, níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg, podendo estar associada a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvo, sendo agravada pela presença de outros fatores de risco (FR), como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e DM. Pré-hipertensão: • PA sistólica entre 121 e 139 e/ou PA diastólica entre 81 e 89 mmHg. Nesses pacientes, devemos observar a pressão mais de perto. Fatores de risco: • Idade: Aumento da idade > ou = a 60 anos. • Sexo e etinia: maior em mulheres negras. • Excesso de peso e obesidade: IMC maior ou igual a 30 kg/m² com predomínio entre indivíduos de 35-64 anos. • Ingestão de sal: associado a eventos cardiovasculares e renais também. Recomendado é 2g/dia. • Ingestão de álcool: crônico e elevado. Em mulheres é protetor se dose inferior a 10 g de álcool/dia e risco de 30-40g de álcool/dia. Em homens o risco é aumentado a partir de 31g de álcool/dia. • Sedentarismo • Fatores socioeconômicos • Genética Diagnóstico: Avaliação da PA em todas as consultas do consultório médico, sempre no braço, exceto no caso de HAS secundária a coarctação de aorta, que se prefere fazer nos MMII. Hipotensão ortostática deve ser suspeitada em pacientes idosos, diabéticos, disautonômicos e em uso de medicação anti-hipertensiva. Nessas situações deve-se medir a PA com o paciente em pé após 3 minutos, sendo que a redução da PAS> 20mmHg ou PAD> 10mmHg é a definição. A aferição da PA deve ser em ambiente tranquilo, deixando o paciente 3 a 5 min em ambiente clamo, sem estar com a bexiga cheia, sem exercícios há 30 minutos, sem bebidas alcoólicas, café ou alimentos ou cigarro há 30 minutos. Isabela Terra Raupp H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 2 Indicações de MAPA: Idosos: alterações do próprio envelhecimento – hiato auscultatório (desaparecimento dos sons durante a deflagração do manguito – resulta em valores falsamente altos para PAD e falsamente baixos para PAS). Pseudo-hipertensão: manobra de Osler (artéria radial permanece palpável após a isuflação do manguito por pelo menos 30mmHg). Gestantes: Hipertensão do avental branco (HAB) e hipertensão mascarada (HM) são comuns na gravidez. Recomendações para o diagnóstico e seguimento: MRPA ou MAPA. Recomendada em suspeita de automedicação. H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 3 MRPA: Medição da PA pela manhã, antes do desjejum e tomada de medicações, e três a noite, antes do jantar, durante 5 dias. São considerados valores anormais maiores ou iguais a 135/85mmHg. MAPA: afere a pressão 24 h, em sono, vigília... São medidas anormais de PA: médias de PA de 24 horas ≥ 130/80 mmHg, vigília ≥ 135/85 mmHg e sono ≥ 120/70 mmHg. Classificação: Quando o diagnóstico for feito em consultório, deve-se realizar repetidas medições, em 2 ou mais ocasiões e confirmado por medições fora de consultório (MAPA ou MRPA), exceto pacientes com Lesão em órgão alvo (LOA) detectada. • Efeito do avental branco: é a diferença de pressão entre as medidas obtidas no consultório e fora dele (PAS> ou = 20mmHg e/ou 10mmHg na PAD) – pode causar falsa impressão de necessidade de adequações no esquema terapêutico • Hipertensão do avental branco: valores anormais de PA no consultório, porém normais no MAPA ou MRPA. • Hipertensão mascarada: valores normais de PA no consultório, porém com PA elevada pela MAPA ou medidas residenciais. Pode ocorrer em pacientes jovens, homens, tabagistas, atividade física, exercício, ansiedade, estresse, obesidade, DM, HF de HAS. • Hipertensão sistólica isolada: PAS aumentada com PAD normal. É fator de risco cardiovascular em pacientes de meia-idade e idosas. H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 4 Avaliação clínica e complementar: • Anamnese: história completa, tempo de diagnóstico, evolução e tratamento prévio, história familiar (HA primária). FR cardiovasculares específicos, aspectos socioeconômicos e estilo de vida, uso prévio ou atual de medicações ou outras substâncias. • Exame físico: dados antropométrico, peso, altura, circunferência abdominal e frequência cardíaca, palpação e ausculta do coração, carótidas e pulsos, medida do índice tornozelo braquial (ITB) e realização de fundoscopia. o ITB: medição da PAS no braço e tornozelo nos dois lados. Normal de PAS braço/PAS tornozelo > 0,9 e DAP leve: 0,71-0,9; moderada 0,41-0,7; e grave 0,00-0,4 o Medição da PA nos dois braços o Peso, altura, IMC e FC o Circunferência Abdominal o Sinais de LOA o Cérebro: déficits motores ou sensoriais o Retina: lesões à fundoscopia o Artérias: ausência de pulsos, assimetrias ou reduções, lesões cutâneas, sopros o Coração: desvio do ictus, presença de B3 ou B4, sopros, arritmias, edema periférico, crepitações pulmonares o Sinais que sugerem causas secundárias o Características cushingóides o Palpação abdominal: rins aumentados (rim policístico) o Sopros abdominais ou torácicos (renovascular, coartação de aorta, doença da aorta ou ramos) o Pulsos femorais diminuídos (coartação de aorta, doença da aorta ou ramos) o Diferença da PA nos braços (coartação de aorta e estenose de subclávia) • Fatores de risco cardiovasculares adicionais: o Idade (homem > 55 e mulheres > 65 anos) o Tabagismo o Dislipidemias: triglicérides > 150 mg/dl; LDL-C > 100 mg/dl; HDL-C < 40 mg/dl o DM o História familiar prematura de DCV: homens < 55 anos e mulheres < 65 anos Investigação laboratorial: o Fatores de risco: Glicemia de jejum entre 100 e 125mg/dL, Hemoglobina glicada anormal, obesidade abdominal PP (PAS-PAD) > 65mmHg em idosos, história prévia de pré-eclampsia e HF de HAS. o Exames de rotina no paciente hipertenso: H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 5 o Análise de urina o Potássio plasmático o Glicemia de jeju e HbA1c o Ritmo de filtração glomerular estimado o Creatinina plasmática o Colesterol total, HDL-C e triglicerídeos plasmáticos o Ácido úrico plasmáticos o Eletrocardiograma convencional o Exames recomendados: Estratificação de risco cardiovascular: • Risco relacionado a hipertensão – níveis de PA, fatores de risco associados, LOAs e presença de doença cardiovascular ou renal. • Buscar o risco de desenvolver doença cardiovascular: identificar doença cardiovascular prévia, doença renal ou DM aumenta o risco futuro, presença de LOAs da hipertensão, coexistência de outros fatores de risco cardiovasculares. • Fatores de risco: • Sexo masculino H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 6 • Idade ○ Homens ≥ 55 anos ou mulheres ≥ 65 anos • História de DCV prematura em parentes de 1º grau ○ Homens < 55 anos ou mulheres < 65 anos • Tabagismo • Dislipidemia ○ Colesterol total > 190 mg/dl e/ou ○ LDL-colesterol > 115 mg/dl e/ou ○ HDL-colesterol < 40 mg/dl nos homens ou < 46 mg/dl nas mulheres ○ Triglicerídeos > 150 mg/dl • Resistência à insulina ○ Glicemia plasmática em jejum: 100-125 mg/dl ○ Teste oral de tolerância à glicose: 140-199 mg/dl em 2 horas ○ Hemoglobina glicada: 5,7 – 6,4% • Obesidade ○ IMC ≥ 30 kg/m2 ○ Circunferência Abdominal ≥ 102 cm nos homens ou ≥88 cm nas mulheres • Etapas para estratificação de risco: 1) Identificar doenças ateroscleróticas ou seus equivalentes (revascularização arterial, hipercolesterolemia familiar, DM e DRC): se positiva o indivíduo é imediatamente estratificado como alto risco (chance de evento cardiovascular em 10 anos >20%). 2) Se não se encaixa no risco acima, se deve estimar o Escore de Risco Global (ERG) – se <5% é baixo risco (exceto se HF prematura de hipertensão– risco intermediário). Homens H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 7 com risco de 5-20% e mulheres com risco de 5 a 10% são risco intermediário. Acima disso são alto risco Se algum desses fatores alterados, deve-se classificar como alto risco: • História familiar de DAC prematura em parente de primeiro grau, homem < 55 anos ou mulher < 65 anos • Diagnóstico de SM conforme critérios IDF • Microalbuminúria (30-300 mg/g creatinina) ou albuminúria > 300 mg/g creatinina • HVE • Proteína C-reativa ultrassensível > 2mg/l • EMI de carótidas > 1,0 mm • Escore de cálcio coronário > 100 ou > percentil 75 para idade e sexo • ITB < 0,9 H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 8 Decisão terapêutica • HAS 2 e 3 e/ou alto risco - PA≥ 160/100 mmHg e/ou portadores de alto risco CV – TTO medicamentoso + medidas não farmacológicas. • HAS 1 de risco baixou ou moderado – PAS 140-159 mmHg e/ou PAD 90-99mmHg – terapia não farmacológica por 3 meses a 6 meses, se continuar o mal controle de PA, deverá começar a terapia farmacológica. Deve-se acompanhar o individuo quanto a tomada de terapias não farmacológicas, se falta de adesão durante o período ou piora dos quadros, deve-se iniciar o tto farmacológico. • PA de 130-139/85-89mmHG (Pré-hipertensão): medidas não medicamentosas. Pode ser considerado tto farmacológico com PA entre 130-139/85-89mmHg + história de Doença cardiovascular prévia ou risco cardiovascular alto (Bloqueadores do SRAA mostraram-se efetivos em reduzir o risco de HAS). • Abordagem idosos – mecanismo mais comum é enrijecimento da parede arterial de grandes vasos, aumentando a PAS e mantendo a PAD. PAS≥ 140 mmHg – início de terapia anti-hipertensiva H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 9 • Abordagem em jovens com hipertensão sistólica isolada – (perfil: homens, < 30 anos) – adoção de medidas não medicamentosas e monitorização de LOA. • A redução da PA a 140-149mmHg mostrou redução significativa em risco de mortalidade total, AVE, DAC, IC. Valores abaixo de 139 mmHg mostraram também essas reduções, exceto para risco de IC. Valores abaixo de 129 mmHg em comparação com 130mmHg apresentou redução na mortalidade e AVE. A redução da PAD de 80-89mmHg resulta na redução da mortalidade total, CV, AVE, DAC e IC, abaixo de 79mmHg reduz o risco de AVE. • META: < 140/90mmHg – menor mortalidade e < 130/80mmHg para proteção de AVE. *****ENTÃO: meta pressórica • <130/80mmHg para pacientes com alto risco CV. Em pacientes com DAC a pressão não pode ficar < 120/70mmHg porque aumenta a mortalidade, então cuidar a faixa. • Hipertensos estágio 3 (alto risco CV): < 140/90 mmHg • Idosos ≥ 80 anos < 150/90 mmHg. Se HSI, a PAD deve ser mantida acima de 60 ou 65mmHg para evitar risco de DAC. Reduzir de forma cautelosa, progressiva. • Hipertensos sem controle adequado da PA – avaliações médicas mensais – sempre que possível, fazer MAPA de 24 horas ou medidas residenciais de PA. Tratamento não medicamentoso (TNM) • Controle ponderal: aumento de peso aumenta a PA. • Medidas nutricionais: o Padrão alimentar: plano alimentar saudável, sem dietas radicais. Recomenda-se a dieta DASH (consumo de frutas, hortaliças e laticínios com baixo teor de gordura, cereais integrais, frango, peixe e frutas oleaginosas, reduz a ingestão de carnes vermelhas, doces, bebidas com açúcar – É rica em potássio, cálcio, magnésio e fibras H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 10 e tem quantidades reduzidas de colesterol, gordura total e saturada). A dieta do mediterrâneo dieta do Mediterrâneo também é rica em frutas, hortaliças e cerais integrais, peixes e oleaginosas, além da ingestão moderada de vinho, mas possui quantidades generosas de azeite de oliva (gorduras monoinsaturadas). Dietas vegetarianas também estão associadas a redução da PA. o Redução no consumo de sódio: limite: 2g diárias (o consumo médio do brasileiro é de 11,4g/dia). o Ácidos graxos insaturados: ômega-3 (óleo de peixe) reduzem moderadamente a PA. A ingestão ≥ 2g/dia reduz a PA e de 1 a 2 g/dia reduz a PAS. o Fibras: solúveis (farelo de aveia, frutas, aveia, cevada, leguminosas) e insolúveis (trigo, grãos e hortaliças) reduz discretamente a PA – destaque para beta-glucano da aveia e cevada. o Oleaginosas: consumo de diferentes tipos de castanhas reduz a PA. o Laticínios e vitamina D – laticinos com baixo teor de gordura reduzem a PA (por causa do cálcio, potássio e peptídeos bioativos). Baixos níveis de vitamina D estão relacionados a maior propensão de HAS (não foi testado a suplementação). o Alho: componentes bioativos que podem diminuir discretamente a PA. o Café e chá verde – café possui polifenóis que podem reduzir a PA. O Chá verde tem polifenóis. Os dois podem reduzir a PA se consumidos em baixas doses. Altas doses aumentam a PA. o Chocolate amargo (70%) promove redução discreta de PA pela concentração alta de polifenóis. o Álcool: se excessivo, aumenta a PA (a cada 10g/dia de álcool eleva a PA em 1 mmHg). • Práticas de atividades físicas – recomenda-se a redução do tempo sentado, levantando-se por 5 minutos a cada 30 minutos sentado. Indivíduos apresentam risco 30% menor de desenvolver HAS se fazem atividades físicas. o Exercícios aeróbicos: reduz a PA casual de pré-hipertensos e hipertensos. Reduz a PA de vigília de hipertensos e diminui a PA em situação de estresse físico, mental e psicológico. Modalidades diversas: andar, correr, dançar, nadar, entre outras. H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 11 Pelo menos 3 vezes/semana. Ideal 5 vezes/semana. Pelo menos 30 min. Ideal entre 40 e 50 min. Intensidade moderada definida por: 1) Maior intensidade conseguindo conversar (sem ficar ofegante) 2) Sentir-se entre ligeiramente cansado e cansado 3) Manter a FC de treino na faixa calculada por: FC treino = (FC máxima – FC repouso) x % + FC repouso o Dinâmicos e estáticos: reduzem a PA em pré-hipertensos, mas não tem efeito em hipertensos • Cessação do tabagismo: aumenta o risco para mais de 25 doenças. • Respiração lenta ou guiada: 6-10 respirações por 15-20 min reduz a PA casual em 8 semanas. • Controle do estresse: psicoterapias comportamentais, meditação, biofeedback e relaxamento. Tratamento medicamentoso: Diuréticos, BB, BCC, IECA (Inibidores da enzima conversora de Angiotensina), BRA (bloqueadores dos receptores de angiotensina II). Princípios gerais: avisar o paciente da importância do uso contínuo, eventual necessidade de ajustes de doses, troca ou associação e aparecimento de efeitos adversos. Preferência para medicamentos iniciais: aqueles que comprovadamente reduzem os eventos cardiovasculares, os demais são reservados para associação para atingir as metas medicamentosas. Características gerais dos anti-hipertensivos: - Diuréticos (DIU): relaciona-se com os efeitos natriuréticos e diminuição do volume extracelular. Após 4-6 semanas, o volume circulante praticamente se normaliza e ocorre a redução da resistência vascular periférica. Reduzem a PA e diminuem a morbimortalidade CV. Os efeitos cardiovasculares não estão relacionados ao aumento da dose, mas os efeitos adversos sim. H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 12 o Deve-se dar preferência para os DIU tiazídicos ou similares (clortalidona, hidroclorotiazida e indapamida) em doses baixas. o Reservar os DIU de alça (furosemida e bumetanida) para casos de insuficiência renal (Creatinina > 2mg/dL ou RFG < 30mL/min1,73m²) e situações de edema (IC ou insuficiência renal). o Os poupadores de potássio (espironolactona ou amilorida) são usados em associação com tiazídicos ou DIU de alça. Efeitos adversos: fraqueza, câimbras, hipovolemiae disfunção erétil. Hipopotássemia é o mais comum, eventualmente acompanhada de hipomagnesemia (arritmias ventriculares e extrassistoles). Intolerância à glicose (redução de insulina) e aumenta risco de desenvolver DM2. Aumento do ácido úrico. A espironolactona pode causar hiperpotassemia em pacientes com déficit renal. Recomenda-se usar baixas doses para prevenir. - Agentes de ação central: alfa-agonistas são envolvidos em mecanismos simpatoinibitórios. Diminuem a atividade simpática e o reflexo dos barorreceptores (bradicardia relativa e a hipotensão em ortostatismo), discreta diminuição da RVP e no débito cardíaco, redução nos níveis plasmáticos de renina e retenção de fluídos. Metildopa, clonidina, guanabenzo e os inibidores dos receptores de imidazolínicos (moxonidina e rilmenidina) são os representantes. o A clonidina é boa em casos de hipertensão associada a síndrome das pernas inquietas, retirada de opioides, flushes da menopausa, diarreia associada a neuropatia diabética e a hiperatividade simpática em cirrose alcoólica. Efeitos adversos: metildopa pode fazer reações autoimunes (febre, anemia hemolítica, galactorreia e disfunção hepática) – se aparecer, deve ser substituído por outro alfa- agonista central. Clonidina: efeito rebote com descontinuação, especialmente associada com BB e pode ser perigosa em situação pré-operatorias. Reações adversas comuns a todos os medicamentos: sonolência, sedação, boca seca, fadiga, hipotensão postural e disfunção erétil. - Betabloqueadores: diminuição inicial do débito cardíaco e da secreção de renina, havendo readaptação dos barorreceptores e redução das catecolaminas. o Fármacos de 3ª geração: carvedilol e nebivolol – agem por mecanismos diferentes (bloqueio concomitante de receptor alfa-1-adrenérgico e aumento da síntese e liberação de óxido nítrico no endotélio vascular). o Propranolol – pacientes com tremor essencial, síndromes hipercinéticas, cefaleia de origem vascular e hipertensão portal. Efeitos adversos: broncoespasmo, bradicardia, distúrbios de condução atrioventricuar, vasoconstrição periférica, insônia, pesadelos, depressão psíquica, astenia e disfunção sexual. Os de primeira e segunda geração são contraindicados para pacientes com asma, DPOC e BAV de 2 e 3 grau, podem levar a intolerância glicose (DM), hipertrigliceridemia. Potencializa seu impacto na glicose se uso com DIU. Os de terceira geração não agem nesses meios e podem até facilitar pela vasodilatação. - Alfabloqueadores: antagonistas competitivos dos alfa-receptores pós-sinápticos, levando a redução da RVP sem mudar o DC. Tem discreto efeito hipotensor se sozinho. Contribuem com o metabolismo lipídico e glicídico. Efeitos adversos: hipotensão sintomática na primeira dose, tolerância (precisando aumentar as doses), incontinência urinária, pode apresentar maior risco de incidência de ICC com uso de doxazosina. H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 13 - Vasodilatadores diretos- hidralazina e minoxidil. Relaxam a musculatura lisa arterial, levando a redução da RVP. Efeitos adversos: hidralazina pode causar cefaleia, flushing, taquicardia reflexa, reação lúpus-like, náusea, anorexia, vômitos e diarreia. Cuidar em pacientes DAC e evitar em pacientes com aneurisma dissecante de aorta e com episódios prévios de hemorragia cerebral. O minoxidil pode causar hirsutismo, expansão generalizada de volume circulante e taquicardia reflexa. - Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) – agem reduzindo a RVP com diminuição da quantidade de cálcio no interior das células lisas das arteríolas, decorrente do bloqueio de cálcio na membrana. São classificados em: o Di-idropiridinicos – amlodipino, nifedipno, felodipino, nitrendipino, manidipino, lercandipino, levanlopidino, lacidipino, isradipino, nisoldipino e nimodipino – vasodilatador predominante com mínima interferência na frequência e função sistólica. o Não di-idropiridinicos – fenilalquilaminas (verapamil) e as benzotiazepinas (diltiazem) – menor efeito vasodilatador, são mais bradicardizantes e antiarrítmicos. Podem deprimir a função cardíaca sistólica. Dar preferência para os de ação prolongada para evitar oscilações de FC e PA. São anti- hipertensivos e reduzem a morbimortalidade CV. Efeitos adversos: edema maleolar, transudação capilar, cefaleia latejante e tonturas. Rubor facial é mais comum nos di-idro de ação rápida. Hipercromia do terço distal das pernas (dermatite ocre) e hipertrofia gengival. Verapamil e diltiazem podem agravar a IC, bradicardia e BAS. Verapamil pode causar obstipação intestinal. - Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA): inibem a enzima que converte angiotensina I em angiotensina II, de ação vasocontritora. São eficazes anti-hipertensivos e reduzem a morbimortalidade CV. Também retardam o declínio da função renal. Efeitos adversos: tosse seca, edema angioneurótico e erupção cutânea. Quando em uso inicial em pacientes com insuficiência renal e a elevação da ureia e creatinina sérica, reversível. Podem provocar hiperpotassemia em pacientes com insuf. Renal e diabéticos. Podem reduzir o RFG e aumentar a ureia, creatinina e potássio em pacientes com estenose bilateral das a. renais. É contraindicado na gravidez. H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 14 - Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II (BRA): antagonizam a ação da angiotensina II por bloqueio dos receptores responsáveis pela vasoconstrição, estimulação da aldosterona. Proporcionam redução no risco CV e renal. Efeitos adversos: incomuns. Exantema, contraindicados na gravidez. - Inibidores diretos da renina- Alisquireno – inibição direta da ação da renina com diminuição da formação de angiotensina II. Podem contribuir na redução da PA, proteção tissular. Não apresentam benefícios para morbimortalidade CV. Efeitos adversos: boa tolerabilidade. Rash cutâneo, diarreia, aumento de CPK e tosse. Contraindicado na gravidez. Fármacos disponíveis no brasil e posologia: H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 15 H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 16 ASSOCIAÇÕES PRESENTES NO BRASIL: H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 17 H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 18 O INÍCIO DO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: PA estágio 1 e risco CV baixo ou moderado, quando medidas não farmacológicas não dão efeito em 90 dias ou quando o retorno a assistência médica é dificil. PA estágio 1 e alto risco CV ou DCV estabelecida, o uso de medicações deverá iniciar de imediato. HAS 2 ou 3, independente do risco CV, deve iniciar o tratamento medicamentoso de imediato. Pré-hipertensão: é opcional, levando em conta o risco CV e/ou presença de DCV. Pacientes de 60-79 anos com PAS ≥ 140 mmHg e naqueles com ≥80 anos com PAS ≥160mmHg deve-se iniciar terapia medicamentosa precoce. ESQUEMAS TERAPÊUTICOS: Pode ser com uma ou mais classes de fármacos de acordo com a necessidade para obter as metas de PA. • A monoterapia estratégia anti-hipertensiva inicial para pacientes HAS 1, com baixo ou moderado risco CV. Escolher de acordo com a capacidade do agente de reduzir a morbimortalidade CV, mecanismo fisiopatogênico, características individuais, doenças associadas e condições socioeconômicas. Classes que podem ser usadas: DIU tiazídicos (clortalidona), IECA, BCC, BRA. H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 19 DIU são os com melhor evidência de efetividade para desfechos CV. Há situações em que cada grupo ganha destaque. BB pode ser indicado em associação a arritmias supraventriculares, enxaquecam IC e coronariopatia, mas nas 2 últimas condições deve ser associado. Se a meta terapêutica nãofor atingida na monoterapia inicial, pode-se tomar 3 decisões: 1) Resultado parcial, mas sem efeitos adversos, aumenta-se a dose do medicamento, podendo se associar a outro anti-hipertensivo de outro grupo terapêutico. 2) Não houver efeito terapêutico esperado na dose máxima preconizada ou surgirem efeitos adversos, recomenda-se substituir, reduzir a dosagem e associar a outro anti-hipertensivo de classe diferente ou instituir com outra associação de fármacos 3) Se a resposta ainda for inadequada, deve-se associar três ou mais medicamentos. • Combinação: em pacientes com HAS 1 e alto risco CV ou muito alto risco com DVC associada, HAS2 ou 3 com ou sem FRCV. Também pode-se considerar a associação em baixas doses para aqueles em estágio 1 sem FRCV. Para escolher, deve-se evitar o uso de anti-hipertensivos com o mesmo mecanismo, exceto a associação de DIU tiazídico com poupadores de potássio. Lembrando que o uso de DIU de ala deve ser reservado para aqueles com RFC<30ml/min ou edema grave. H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 20 PARTICULARIDADES DA ASSOCIAÇÃO: BB + DIU – usar com cautela em pacientes com alteração do metabolismo dos glicídios, pois ambos fármacos favorecem o agravamento IECA + BRA não é recomendado, riscos adversos. Condições clínicas associadas: • DM: Dobra o risco cardiovascular. Há uma estreita relação entre o desenvolvimento de HAS e a presença de albuminúria. Todo hipertenso diabético é considerado alto risco cardiovascular. Meta de PA <130/80 mmHg. Por ser alto risco CV, o tratamento deve ter associado 2 ou mais fármacos de classes diferentes. Nos sem nefropatia, todos os anti- hipertensivos podem ser utilizados, mas nos com nefropatia, os inibidores da SRAA é preferencial (evitar uso em conjunto de IECA e BRA por complicações). O uso de BB é recomendado. • Síndrome metabólica: coexistência de FRCV associado ou não a obesidade central que deve ser tratada sempre que PA ≥ 140/90mmHg. Na presença de disglicemia, a preferência é por SRAA e BCC. • Doença coronariana (pós IAM, angina, revascularização miocárdica): BB, IECA ou BRA, além de estatinas e aspirina. Os bb apresentam benefícios após IAM, IECA também. IECA é melhor para pacientes com DAC crônica e múltiplos fatores de risco. Meta: <130/80mmHg. Se não atingido com esses medicamento, pode-se associar BCC e BIU tiazídico. • AVE: meta: PA < 130/80mmHg, qualquer medicamento deve ser usado. • Doença renal crônica: qualquer anti-hipertensivo pode ser usado. Pacientes com albumina elevada devem ter maior atenção. Idosos com doença renovascular, DAC e risco de hipotensão postural requerem individualização do tratamento. Meta:< 130/80mmHg. o Se DRC estágio 1 a 5 com tto conservador: DIU tiazídicos para estágios 1 a 3 e DIU de alça para 4 e 5. IECA ou BRA são eficazes na redução da albuminúria e da PA. A associação de IECA + BRA ou inibidor da renina com IECA ou BRA resultou em maior H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 21 lesão renal aguda e hiperpotassemia. Os BCC são eficazes se combinados com IECA ou BRA para reduzir efeitos CV. o DRC estágio 5 em terapia renal substitutiva: aferir PA em intervalos interdialíticos. Os níveis de PA aumentados e reduzidos são prejudiciais. PA pré e pós diálise, respectivamente: ≥ 140/90 mmHg e 130/80mmHg. A PA tem de etiologia a volemia - restrição hídrica e salina e promover ultrafiltração adequada nas seções de diálise. Deve-se considerar: comorbidades, efeito protetor CV, farmacocinética e efeitos colaterais. o Transplantados renais: BCC antagonizam a vasoconstrição arteriolar causada pela ciclosporina. Pacientes com aumento da albumina podem melhorar com o bloqueio do SRAA. HAS no idoso O aumento de pressão é progressivo com a idade. Até os 60 anos aumenta a PAS e a PAD, depois dos 60, a PAS começa a reduzir e a PAS continua aumentando de maneira linear. Principal etiologia e o envelhecimento vascular por alterações na microarquitetura da parede dos vasos e enrijecimento arterial. Os grande vasos perdem a distensivilidade por fadiga da elastina, depósito de colágeno e cálcio. Tem maior frequência de hiato auscultatório (desaparecimento durante a deflagração do manguito). Cuidar com a pseudo-hipertensão associada a aterosclerose. Cuidar com a hipotensão postural também. Encorajar TNM – atividade física, abandono do tabagismo, diminuição do peso e dieta balanceada. Se < 80 anos – PAS>140 mmHg para meta <140mmHg – indica-se tratamento de bem tolerado e boa condição clínica. Se > 80 anos a vantagem está limitada para PAS>159mmHg. Os melhores tratamentos são com: DIU, BCC, IECA e BRA. HAS secundária: estenose da a. renal, síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono, alterações de função tireoidiana e uso de medicamentos que elevam a PA – sempre investigar Hipertensão arterial secundária H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 22 • Doença renal crônica - DRC por RFG < 60 mL/min ou anormalidades na urinálise e/ou morfologia renal mantidas por 3 meses. Dosar creatinina sérica, calcular o RFG e urinalise para rastreamento. Pode ser necessário fazer albuminúria, TC e RMN. Biópsia renal é necessária se declínio da filtração glomerular o proteinúria >3,5 g/g de creatininúria. • Hipertensão renovascular – estenosa parcial ou total, uni ou bilateral da a. renal ou seus ramos, fazendo isquemia renal. Considerar etiologia e condições clínicas do paciente. Tratamento mecânico percutâneo ou cirúrgico para perda progressiva da função renal, EAP e dificuldade de controle da PA que promove LOA irreversível. Pesquisar estenose renal se: Início de hipertensão < 30 anos Início de hipertensão grave > 55 anos Hipertensão acelerada/maligna Hipertensão resistente Uremia ou piora da função renal após uso de IECA ou BRA (> 30% de queda na filtração glomerular) Rim atrófico de causa não esclarecida ou discrepância de tamanho entre os dois > 1,5 cm H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 23 • Síndrome da apneia e hopopneia obstrutiva do sono – obstruções recorrentes das VAS durante o sono, promovendo redução na pressão intratorácica, hipóxia intermitente e fragmentação do sono. Diagnóstico: polissonografia ou poligradia residencial pelo achado de 5 ou mais episódios de apneia/hipopneia durante o sono. Tto de escolha é CPAP em VAS durante o sono + perda de peso. • Hiperaldosteronismo primário – produção excessiva e autônoma de aldosterona por hiperplasia bilateral das adrenais ou por adenoma unilateral produtor de aldosterona ou outras alterações adrenais. • Suspeita se: HAS + hipocalemia espontânea ou induzida por DIU, incidentaloma adrenal, HAR, HF de HAS ou de DCbV antes dos 40 anos, Sindrome metabólica. • Dosagens laboratoriais se espironolacotona por 4-6 semanas – atividade da renina plasmatixa suprimida, aldosterona > 15ng/dL, relação aldosternoa/ARP> 30. Para furosemida precisa-se dosar renina após 30 minutos de aplicação de furosemida 40mg IV, administrar mais 40mg e depois de 2 horas dosar novamente. O teste do captopril de faz com administração de 50mg VO em 0, 60 e 120 minutos. São positivos se queda > 30% de adosterona ou se ela permanece > 12ng/dl • Para APA ou hiperplasia, e indicado TC de adrenais com cortes finos de RMN, cateterismo de v. adrenais quando há anormalidades bilaterais ou lesão unilateral em paciente com > 40 anos. • Cirurgia laparoscópica é indicada no APA sendo o tto prévio com espironolactona até semanas 3-4. Para hiperplasia usa-se espironolactona 50-300mg/dia. H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 24 • Feocromocitomas: tumores de células cromafins do eixo simpático-adrenal- medular, produtor de catecolaminas. Apresenta HAS persistente ou paroxística,paroxismos de cefaleia, sudorese profusa, palpitação (tríade clássica). Diagnóstico laboratorial: dosagem de catecolaminas e seus metabólitos no sangue e urina (metanefrina plasmática livre). Na imagem se pede TC e RMN. Tratamento preferencial: cirurgia com preparo com alfa1-bloqueadores por 2 semanas prévias, BB, BCC, IECA e agonistas de ação central. • Hipotireoidismo – diagnóstico por aumento de TSH e redução de T4L, ganho de peso, queda de cabelo e fraqueza muscular. Tratamento com reposição de hormônio tireoidiano e se precisar anti-hipertensivos • Hipertireoidismo – mimetiza quadro hiperadrenérgico, palpitação, tremor, fadiga, intolerância a calor, hiperatividade, perda de peso e labilidade emocional. Exoftalmia, hipertermia, reflexos exaltados e pele úmida – Dx: Baixo TSH e alto T4L. Tratamento: acompanhar PA e BB para sintomas adrenérgicos. • Hiperparatireoidismo – excesso de paratormônio, com hipercalcemia e hipofosfatemia por adenoma ou hiperplasia de paratireoides. Sintomas: depressão, sede, poliúria, litíase renal, osteoporose, letargia, fraqueza muscular, espasmos musculares e redução da função renal. Dx: dosagem de cálcio e PTH. TTO: correção cirúrgica. • Síndrome de Cushing – excesso de cortisol + deficiência de controle do eixo adrenal-hiotálamo-hipófise + deficiência no controle circadiano de secreção de cortisol. QC: diminuição da libido, obesidade central, fácies de lua cheia, estrias, fraqueza muscular e hirsutismo. Dc.: cortisol livre na urina de 24h, cortisol salivar noturno, teste de supressão de dexametasona, dosagem de ACTH. TTO da HAS: tiazídicos e furosemida devem ser evitados (pioram hipocalemia) – é recomendado usar IECA ou BRA. • Acromegalia: adenoma hipofisário produtor de GH e fator de crescimento insulina símile tipo 1. H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 25 • Coarctação de aorta – sintomas: epistaxes, cefaleia e fraqueza em pernas ou manifestações de IC, angina, dissecção de aorta ou hemorragia intracerebral. Ex. físico: MMSS com PAS > em 10mmHg na a. braquial que na poplítea, ausência ou diminuição de pulsos em MMII e sopro sistólico interescapular. Imagem: rx, US, angiogRMN. TTO: intervencionista o cirurgia. Medicamentos de pré-op. – BB e IECA. • Induzida por medicamentos – imunossupressores, glicocorticoides, hormônios, antidepressores (iMAO), drogas ilícitas e álcool. Hipertensão arterial resiste (har): PA de consultório não controlada pelo uso de 3 ou + anti-hipertensivos, incluindo preferencialmente um DIU ou em uso de ou + medicamentos com controle pressórico. • Fatores associados: maior sensibilidade ao sal, volemia aumentada, substâncias exógenas que elevam a PA e causas secundárias. Características: idade mais avançada, afro- descentencia, obesidade, SM, DM, sedentarismo, nefropatia crônica e HVE. • Investigação diagnóstica: só é feito após a inclusão de um DIU apropriado e ajuste do esquema anti-hipertensivo. Ex. complementares: bioquímica sanguínea, avaliação urinária e ECG anualmente e ecocardio e fundoscopia a cada 2 anos. É mandatório pesquisa por MAPA ou MRPA no diagnóstico inicial e acompanhamento clínico. • HAR verdadeira ou mascarada a medicação deve ser ajustada. PA controlada na MAPA devem ter terapia mantida independente dos valores de PA no consultório. • TTO não medicamentoso: incentivar MEV, interromper substâncias que aumentam PA. • TTO medicamentoso: anti-hipertensivos que bloqueiam a maioria dos mecanismos de aumento de PA – DIU + bloqueador da SRAA + BCC di-idropiridinicos. Em situações de DAC, ICC e taquirritmias, um BB pode substituir BCC. DIU (clonitidina é o melhor). Espironolactona é o 4º medicamento indicado, se intolerância a esse, se pode usar amilorida. Nos pacientes sem controle pelo MAPA após adição de espironolactona, pode-se usar BB. • Novas estratégias: estimulação direta e crônica de barorreceptores do seio carotídeo (sistema Rheos), denervação simpática renal, uso de CPAP (SAHOS), anastomose arteriovenos ilíaca central. Crise hipertensiva Urgência = sintomáticas em elevação acentuada de PA (PAD ≥120mmHg) sem LOA aguda ou progressiva. Emergência = sintomáticos com PAD ≥ 120mmHg com LOA aguda e progressiva. EMERGÊNCIAS HIPERTENSIVAS • Cerebrovasculares: Encefalopatia hipertensiva, Hemorragia intracerebral, Hemorragia subaracnóide, AVE isquêmico • Cardiocirculatórias: Dissecção aguda de aorta, EAP com insuficiência ventricular esquerda, IAM, Angina instável • Renais: LRA rapidamente progressiva • Crises adrenérgicas graves, Crise do FEO, Dose excessiva de drogas ilícitas (cocaína, crack, LSD) • Hipertensão na gestação, Eclâmpsia, Pré-eclâmpsia grave, Síndrome “HELLP”, Hipertensão grave em final de gestação Fisipatogenia: aumento do volume intravascular, da RVP ou produção reduzida de vasodilatadores endógenos – maior vasorreatividade e resultar em crise hipertensiva. Capacidade autorregulatória H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 26 comprometida, resultando em isquemia local (principalmente no eixo cerebral-renal) – faz ciclo de vasoconstrição, proliferação miointimal e isquemia de órgãos-alvo. Investigação complementar: PA nos dois braços e repetida até a estabilização da PA; coletar informações sobre a PA usual do paciente e situações que possam desencadear o aumento, uso de fármacos anti-hipertensivos, comorbidades, fármacos que possam aumentar a AO e pesquisar LOA aguda ou progressiva: o Sistema cardiovascular: dor ou desconforto no tórax, abdome ou dorso; dispneia, fadiga e tosse. Verificação da FC, ritmo, alteração de pulso, galope, sopros cardíacos, vasculares e estase jugular, além de congestão pulmonar, abdominal e periférica. Exames: ECG, monitorização eletrocardiográfica, saturação de O2, radiografia de tórax, ecocardiograma, marcadores de necrose miocárdica, hemograma com plaquetas, LDH, angiotomografia e RNM. o Sistema nervoso: tontura, cefaleia, alteração de visão, audição ou fala, nível de consciência ou coma, agitação, delírio ou confusão, déficits focais, rigidez de nuca, convulsão. Exames: tomografia, RNM e punção lombar. o Sistema renal e geniturinário: alterações no volume ou na frequência miccional ou no aspecto da urina, hematúria, edema, desidratação, massas e sopros abdominais. Exames: Urina I, creatininemia, ureia sérica, Na+, K+, Cl-, gasometria. o Fundoscopia: papiledema, hemorragias, exsudatos, alterações nos vasos como espasmos, cruzamentos arteriovenosos patológicos, espessamento na parede arterial e aspecto em fio de prata ou cobre. Tratamento geral da crise hipertensiva: após período de observação clínica para afastar pseudocrise. Captopril, clonidina e BB são os anti-hipertensivos orais usados para reduzir a PA em 24-48h. Gotas de capsulas de nifedipino de liberação rápida na urgência NÃO é recomendado. Na emergência rem que ter redução rápida da PA, para impedir LOA, então deve ser feito anti- hipertensivo IV na UTI para monitorização. - ↓ PA ≤ 25% na 1ª hora; - ↓ PA 160/100 -110 mmHg em 2-6 h - PA 135/85 mmHg 24-48 Situações especiais: o AVE: Dx.: escala de NIHSS, TC de crânio e RMN. Hemorrágico: PAS entre 150-220mmHg e sem contraindicação para to, deve-se reduzir para 140mmHg com monitorização de PA 5/5min e infusão de anti-hipertensivo IV. Se PAS> 220mmHg, considerar redução agressiva com infusão IV e monitoramento. Isquêmico: sem indicação de terapia trombolítica e PAinicial>220/12ommHg não se deve reduzir mais que 15-20% da PA, mantendo a PAD 100-110mmHg por 1 dia. Só se institui anti-hipertensivo inicial se PAS> 220mmHg ou PAD> 120mmHg. o Síndromes coronarianas: reflexo do miocárdio isquêmico aumenta a PA, aumenta a RVP, que alimenta a demanda de Oxigênio para o miocárdio. Nitratos IV reduzem a RVP e melhoram a perfusão coronariana, fazendo venodilatação, reduzindo a pré-carga e o consumode oxigênio. Angina instável/ IAM sem supra ou comsuora – nitroglicerina IV nas primeiras 48h para tto da HAS, isquemia persistente e IC. Usar IECA ou BB para reduzir morbimortalidade. NÃO usar se uso de inibidores da fosfodiesterase em 48h prévias. o BB IV: HAS sem sinais de IC, evidência de baixo DC, aumento do risco de choque cardiogênico ou outras CI. H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l - 2 0 2 0 P á g i n a | 27 o Edema agudo de pulmão: UTI + medicação parenteral + monitoramento + redução gradativa da PA. o Dissecção aguda de aorta: dor precordial e elevação da PA. Progressão da dissecção se relaciona com o aumento da PA. PAS alvo=120mmHg em 20 min. NPS + BB – usar trimetafan se intolerância ao NPS ou CI de BB. o Substâncias ilícitas: cocaína, crack, anfetaminas e ecstasy – simpaticomimérgicos. O crack e a cocaína aumento o risco de AVE e insuficiência coronariana aguda. Ecstasi aumenta FC e PA, podendo causar rabdomiolise e LRA. TTO: BB + alfabloqueadores + BCC. o Lesão renal aguda rapidamente progressiva: TTO: hidralazina + DIU de alça + BB. Quando não houver resultado, pode se considerar NPS até realização de diálise.
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