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UNIDADE 1 ESCRITÓRIO DE PROJETOS Objetivos de aprendizagem • Apresentar um histórico da evolução dos Escritórios de Projetos • Definir o conceito de Escritório de Projetos • Justificar a implantação de um Escritório de Projetos • Discutir os possíveis posicionamentos do Escritório de Projetos na organização • Apresentar os possíveis benefícios da implantação de um Escritório de Projetos Plano de estudo • Escritório de Projetos – Histórico e Conceito • Por que investir em um Escritório de Projetos • Tipos dos Escritórios de Projetos • Benefícios do Escritório de Projetos Introdução Olá, seja bem-vindo(a) a este material, no qual teremos uma introdução do nosso tema de estudo, o Escritório de Projetos. Nele, você terá a oportunidade de entender a evolução dos conceitos associados ao assunto e os motivos para considerarmos a implantação de uma estrutura como um Escritório de Projetos em nossas empresas. Para entender como um Escritório de Projetos poderia fazer parte da sua realidade, pense no mercado em que sua empresa está inserida. A competição acirrada, as mudanças tecnológicas e exigência crescente dos clientes requerem que a empresa se transforme continuamente para adaptar-se às novas demandas. Com isso, a capacidade de evolução e a adaptação rápidas são fundamentais para o sucesso e a sobrevivência. Mas o que um Escritório de Projetos tem a ver com evolução? Para evoluir, a empresa precisa trazer novas capacidades organizacionais ou melhorar as já existentes para, com isso, ser capaz de oferecer novos produtos ou serviços ou ter um melhor desempenho nos produtos e serviços que oferece. Com esse fim, precisará, temporariamente, executar ações específicas, investir recursos humanos e financeiros, e incorporar as novas capacidades à rotina, tudo isso dentro do menor prazo possível. Ou seja, para evoluir, a empresa precisa desenvolver projetos que atendam a esses objetivos. Mas, se gerenciar um projeto já é tarefa bastante complicada, como lidar com vários projetos em paralelo? Como enxergar o andamento de cada um deles e saber onde e como intervir em caso de desvios? Como garantir que todos os projetos iniciados estejam ligados a um objetivo estratégico e a um indicador? Como definir que projeto é mais prioritário quando todas as iniciativas são importantes, porém o orçamento é limitado? Como garantir que existem recursos suficientes (humanos, físicos, etc.) para que os projetos escolhidos possam ser executados? Como estabelecer um método de gerenciamento comum aos projetos de modo que toda a empresa possa falar a mesma língua? Como treinar e orientar as equipes de projeto para que realizem as atividades necessárias de acordo com esse método? Para responder estas e outras perguntas, muitas organizações estão implantando um departamento denominado Escritório de Projetos (EP), também conhecido como Escritórios de Gerenciamento de Projetos (EGP) ou Project Management Office (PMO). Essas estruturas apoiam a empresa na condução das atividades associa- das ao Gerenciamento de Projetos e podem ter vários níveis de atuação. Com isso, os Escritórios de Projetos podem executar desde atividades operacionais (como o gerenciamento de projetos ou auditoria em projetos) até atividades estratégicas, tal como apoiar a alta direção na definição do planejamento estratégico e seus objetivos. Convido você, agora, a iniciar essa jornada de estudos, na qual você, prezado aluno, irá conhecer mais sobre Escritórios de Projetos e terá a possibilidade de avaliar como poderia aplicar os conceitos a eles associados de forma prática na sua empresa, de modo adequado à sua realidade de atuação. ESCRITÓRIO DE PROJETOS: HISTÓRICO E CONCEITO Compreender a história é um passo importante para pensarmos no nosso futuro, não? Como outras práticas de gerenciamento de projetos, o conceito de Escritório de Projetos não é novo, mas suas funções mudaram ao longo do tempo. Vamos agora compreender essa evolução? Você já imaginou a importância dos projetos para as organizações? Se uma empresa precisa executar projetos para que possa evoluir e continuar competitiva, podemos concluir que seu desempenho depende muito de sua forma de conduzir projetos e, quanto mais ela depender de seus projetos, mais esta afirmação será ver- dadeira (Barcaui, 2012). Pare e pense: se a empresa não tiver sucesso em seus projetos de evolução, além de não conseguir agregar as novas capacidades ou melhorias de- sejadas, ela perderá os investimentos realizados no projeto e o esforço realizado terá sido em vão. Para que a empresa possa desenvolver e aprimorar sua capacidade de gerenciar projetos, ela precisa ter uma maneira de avaliar sua forma de trabalho e se ela é ade- quada à complexidade dos projetos que estão sendo conduzidos. Assim, a empresa precisa entender qual o seu nível de maturidade em gerenciamento de projetos e definir quais passos deve seguir para aumentá-la. Para apoiar esse entendimento e aumentar essa maturidade, muitas empresas optam pela montagem de Escritórios de Projeto para suportar e gerenciar seus esforços em gerência de projetos. O reconhecimento da importância dessas estruturas e a percepção dos benefícios obtidos com elas vêm crescendo continuamente, incentivando mais empresas a adotar essa prática. E, na medida em que a maturidade da empresa aumenta, também as funções dos escritórios de projeto tendem a evoluir, numa espécie de“escalada na cultura de gerenciamento de projetos”(BARCAUI, 2012). O Guia de Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK®) define o escritório de projetos como sendo uma unidade organizacional que centraliza e coordena o gerenciamento de projetos sob seu domínio, sendo que ele pode também ser chamado de “escritório de gerenciamento de programas”, “escritório de gerenciamento de projetos” ou “escritório de programas” (PMI, 2013). Mas, independentemente da denominação, trata-se da entidade da organização que provê um ponto focal para a disciplina de gestão de projetos (Barcuai, 2012). No decorrer dos nossos estudos, adotaremos“Escritório de Projetos”como padrão de nomenclatura. Entretanto, embora a forma escolhida e as demais citadas existam e sejam utilizadas, a forma mais difundida para referenciar um Escritório de Projetos é a sigla PMO, do inglês“Project Management Office”. Esse modo de referência é utilizado tanto nas empresas quanto nas principais publicações nacionais, tais como Barcaui (2012), Pinto, Cota & Levin (2010), entre outros. Assim, apesar de utilizarmos a denominação Escritório de Projetos, utilizaremos a sigla PMO como forma de abreviação. O PMO é uma área da organização dedicada à melhoria das práticas e dos resultados do gerenciamento de projetos, que podem assumir tanto a forma de equipes mínimas, que ajudam os projetos quando necessário, quanto a forma de uma infraestrutura gigante, com centralização rígida do planejamento, controle e metodologias utilizadas. Assim, o PMO deveria ser, em sua forma ideal, o que um controlador de tráfego aéreo representa para os pilotos, guiando os projetos com segurança e tão rápido quanto possível ao seu destino, prevenindo colisões aéreas entre projetos e recursos (Kendall & Rollins, 2003). De forma geral, o PMO “é uma área que centraliza determinadas atividades também chamadas funções relacionadas à prática de gerenciamento de projetos com o objetivo de fazer com que a organização alcance melhores resultados por meio de projetos”(Pinto, Cota, & Levin, 2010). Essas funções podem ser classificadas em três níveis: estratégico, quando abordam os objetivos e estratégias de crescimento da organização; tático, quando atuam na garantia da integração, da qualidade e do compartilhamento de conhecimento, e operacional, quando atuam no nível de execução dos projetos (Desouza & Evaristo, 2006). O PMO éo facilitador do gerenciamento de projetos, ele é o centro de gravidade das informações, responsável por concentrar o conhecimento adquirido na execução dos projetos e comunicá-lo com agilidade, eficiência, confiabilidade, conteúdo, conhecimento e de forma alinhada com a estratégia organizacional. A aplicação de gestão do conhecimento eleva o nível de controle da comunicação, sendo que o PMO é o responsável por promover o progresso nesse caminho de crescimento (Elias, 2014). Assim, é possível definir o PMO como uma área que é o ponto focal para a gestão do conhecimento em gerenciamento de projetos dentro da organização, que padroniza, centraliza, coordena e comunica as atividades de gerenciamento de projetos sob seu domínio, podendo atuar em todos os níveis organizacionais. Além disso, é importante observar que diferentes empresas terão diferentes necessidades em relação a seus projetos que, por sua vez, precisarão de diferentes serviços dos PMOs para atendê-las. Desse modo, a definição do que é um PMO e qual a sua função pode variar de organização para organização, e conceitos considerados válidos em uma podem não ser aceitos por outras. A forma como o tema de gerenciamento de projetos é abordado e a decisão pela criação de um Escritório de Projetos está muito ligada ao nível de maturidade de cada organização, podendo acontecer de muitas formas diferentes. Mas, se avaliarmos historicamente esse processo, desde a Segunda Guerra é possível observar movimentos em direção à criação de centros de controle, ou salas de guerra (Hill, 2004 apud Barcaui, 2012). De modo geral, a evolução dos escritórios de projetos pode ser resumida em três fases distintas, conforme o quadro 1 a seguir: Quadro 1 - Histórico relativo à formação dos PMOs. • 1950 a 1990 – Um centro de apoio para projetos específicos, normalmente de grande valor e/o complexos. O time muitas vezes passava de dez a quinze anos trabalhando no mesmo projeto. Os grupos eram compostos pelos próprios gerentes de projetos ou por profissionais planejadores. Grandes usuários deste conceito foram projetos ligados ao Departamento de Defesa Americano e a Engenharia Civil. O PMO funcionava de forma horizontal na organização. • 1990 a 2000: Os anos noventa trouxeram consigo uma maior preocupação na área de controle de custos. O desejo das organizações de realizar o trabalho com mais eficiência levou-as a prestar mais atenção em técnicas não tradicionais, como a gerência de projetos, que passou a se expandir também para empresas que não eram orientadas a projetos. Empreendimento como a mudança de tecnologia para o ano 2000 (Y2K), o Euro e projetos de ERP. Evolução do PMO • 2000 a 2010: Com a chegada do século XXI, os escritórios de projetos de tornaram mais comuns na hierarquia das organizações. Apesar de a maioria das atividades desenvolvidas não terem se alterado, existem agora novas missões para o PMO: manter a propriedade intelectual relacionada à gerência de projetos e ao suporte ao planejamento estratégico corporativo. • 2010 a 2014: O PMO tornou-se a estrutura organizacional central para padronização das práticas utilizadas pelas empresas na entrega de seus projetos. Nas empresas com melhor desempenho, é comum encontrar PMOs atuando no alinhamento dos projetos aos objetivos de negócios e no gerenciamento de portfólio. Além disso cresce a atuação do PMO na otimização da utilização de recursos humanos e financeiros. Em termos gerais, um Escritório de Projetos (PMO) deveria ser o provedor principal de serviços de gestão de projetos para sua empresa. Mas, muito mais que isso, o Escritório de Projetos pode ser, também, o próprio negócio de uma empresa, pois uma prática comum no mercado atual é a terceirização da gerência de projetos para consultorias que vendem seus serviços de Escritório de Projetos. Assim, a consultoria fica responsável pela gestão dos projetos executados pela organização contratante (Barcuai, 2012). Esse modelo costuma ser adotado por empresas que não possuem conhecimentos avançados em gerenciamento de projetos ou no escopo técnico do projeto a ser executado e que são defrontadas com a necessidade de executar um projeto de maior porte. Por exemplo, uma fábrica que não tenha profissionais com conhecimentos avançados de Tecnologia da Informação (TI) e que necessita implantar um novo software de gestão em várias plantas pode optar por contratar uma consultoria que disponibilize profissionais com experiência em gestão de projetos na área de TI para defender os interesses da empresa junto ao fornecedor em cada uma das plantas envolvidas. A consultoria exerce a função de Escritório de Projetos. Neste contexto, poderia ficar responsável por funções como: definir a metodologia de gerenciamento de projetos, orientar os gerentes de projetos, apoiar o monitoramento e controle dos projetos, fornecer informação para alta administração, dentre outras. Nessa linha de evolução, um novo conceito que está em desenvolvimento é o chamado Virtual Project Office (VPO), no qual o Escritório de Projetos pode não estar no mesmo local onde os projetos do portfólio sob sua responsabilidade estão sendo executados. Isso se dá devido ao fato de que grandes organizações, que atuam em diversas localidades, podem ter times de projetos distantes geograficamente. Assim, o escritório precisa capacitar-se para gerenciar esses “times virtuais” que também fazem parte da empresa, sem exercer uma função de liderança na montagem de times, mas garantindo um ambiente favorável e permitindo que operem de maneira efetiva (Barcuai, 2012). Essa distribuição geográfica, cada vez mais comum em virtude da globalização das organizações, também exige que as metas estratégicas definidas nas pela Alta Gerência sejam conhecidas globalmente, e que os esforços para o atingimento das metas sejam sincronizados e compartilhados com todas as unidades espalhadas pelo mundo. Desse modo, temos ainda outro conceito de PMO em desenvolvimento, que é o Escritório de Projetos Global (Lima, 2012). O Escritório de Projetos Global se caracteriza por tratar dos projetos, programas e portfólios de projetos estratégicos que precisam ser conduzidos por unidades da organização em diversos pontos nacionais ou internacionais. Para isso, organiza-se com um PMO Núcleo Estratégico na matriz da empresa, um PMO Satélite Estratégico em cada uma das unidades, sendo que cada unidade conta com equipes operacionais dedicadas aos projetos e ligadas ao PMO Satélite (Lima, 2012). Outro ponto a ser destacado é que a preocupação com a maturidade em gerenciamento de projetos não está restrita apenas às empresas privadas. Cada vez mais esse conceito ganha espaço no setor público. Isso pode ser percebido, por exemplo, na Pesquisa de Maturidade organizada bienalmente e disponível do website Maturity Research. Na edição de 2012, das 434 organizações respondentes, 43 eram organizações públicas com administração direta e 40 eram organizações públicas com administração indireta. Os níveis de maturidade registrados no setor público foram menores que os demais setores, entretanto, o fato das organizações governamentais estarem avaliando sua maturidade já indica uma preocupação com o assunto, o que significa que elas estão interessadas em melhorar seus resultados. Se conceitos de maturidade em gerenciamento de projetos estão recebendo atenção por parte das organizações públicas, isso também ocorre com o conceito de Escritório de Projetos. Cabe ressaltar que, no setor público, uma relação de administração direta é a que se estabelece, por exemplo, entre Prefeituras e Secretarias Municipais, ou entre Governo Federal e ministérios, ou seja, quando existe ligação direta entre o poder central e a instituição, que não possui personalidade jurídica própria. Já em uma relação de ad- ministraçãoindireta, a instituição possui personalidade jurídica própria e gere seu patrimônio e orçamento, o que é o caso das autarquias (por exemplo, ANATEL e INSS) e empresas públicas (por exemplo, Caixa Econômica Federal e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos). Essa maior independência das administrações indiretas, talvez, possa explicar a significativa diferença de percentual de organizações que possuem um PMO implantado em relação às organizações com administração direta. Sendo responsáveis pelo seu próprio orçamento e tendo autonomia de decisão, as organizações com administração indireta tem maior responsabilidade sobre os resultados e maior liberdade para tomar decisões relacionadas à melhoria de suas operações. Como você pode perceber, independentemente de se tratar do setor público ou privado, cada vez mais as organizações estão procurando melhorar seus resultados operacionais e percebendo que o sucesso na execução dos projetos de inovação ou evolução é fundamental para que isso aconteça. Desse modo, um número crescente delas está optando pela criação de um PMO para centralizar ações a serem tomadas na busca pelo aumento da maturidade em gerenciamento de projetos e pelo sucesso de suas iniciativas. A criação de um Escritório de Projetos, assim como o aumento da maturidade, por si só, não garante que todos os projetos executados atingirão o sucesso esperado. Entretanto, em ambientes que existam uma maturidade alta, as chances de ocorrerem desvios em projetos são naturalmente menores, e, ainda que esses desvios ocorram, caso exista um PMO atuando de forma consistente, esses desvios podem ser detectados e tratados antes que causem impactos significativos nos projetos. POR QUE INVESTIR EM UM ESCRITÓRIO DE PROJETOS? Do ponto de vista da prestação de serviços, de um modo geral, podemos dividir as empresas em dois tipos (KERZNER, 2003): • Orientadas a Processos (Process Driven) – que prestam serviços ou fabricam produtos de modo contínuo e repetitivo. Exemplo: montadora de automóveis; • Orientadas a Projetos (Project Driven) – empresas cuja receita depende da execução de projetos. Exemplo: construtoras de imóveis. O primeiro tipo de empresa executa projetos apenas como apoio para as operações (por exemplo, projetos de desenvolvimento de novos produtos ou de melhorias de processo). Assim, geralmente encaram a competência em gerenciamento de projetos como algo secundário, uma vez que a geração de receitas se dá por meio da operação, e os projetos referem-se a iniciativas internas para qualificá- la. Imagine-se sendo o gestor de uma montadora de automóveis: toda a receita da sua fábrica e suas metas de negócios dependem da quantidade de veículos que você conseguir produzir e vender. Em paralelo, podem estar ocorrendo projetos para a criação de um novo modelo ou para a redução dos custos de fabricação, que podem ser muito importantes para a empresa. Estes projetos, contudo, além de não gerarem receitas, consomem recursos que impactarão no seu resultado final e que precisarão ser pagos com a receita vinda das operações. Neste cenário a preocupação central é a disponibilidade de veículos para comercialização, visando assegurar o faturamento com as vendas, ou seja, a prioridade é garantir o sucesso da operação. E, caso haja algum desvio em projetos, você pode compensá-los, eventualmente, por meio de um melhor desempenho nas operações. Entretanto, para permanecer no mercado as empresas dirigidas a processos precisam melhorar constantemente suas operações e lançar novos produtos em ciclos cada vez mais curtos. No exemplo da montadora de automóveis, projetos para a melhoria das operações podem ser fundamentais para que a empresa mantenha ou melhore a sua competitividade e sua geração de resultados, enquanto a inserção de um novo modelo sendo projetado pode ser determinante para que a empresa conquiste novas fatias de mercado ou para que ela se mantenha na fatia atual ao enfrentar lançamentos de seus concorrentes. Para as orientadas a projetos a competência em gerenciar projetos é uma questão de sobrevivência e, por isso, tratada como algo prioritário. Nesse cenário, toda ou a maior parte das receitas da empresa é resultado dos projetos executados para os clientes, sendo que as operações muitas vezes referem-se a serviços prestados aos clientes e que geram receitas em escalas muito menores do que as geradas pelos projetos. Em grande parte das empresas que possuem projetos como principais geradores de receitas, inclusive, praticamente não existem processos rotineiros gerando renda. Coloque-se agora no lugar de um diretor de uma grande construtora imobiliária. Nela, operações rotineiras de compras e de gestão de pessoas trabalham em função dos projetos, sem gerar receitas que provém quase que totalmente da construção de condomínios de apartamentos. Cada edifício a ser entregue é um empreendimento único, que consome recursos vultosos para ser erguido e onde qualquer desvio em relação ao planejado pode custar facilmente milhares de reais. Além disso, toda a receita que será gerada já está definida pelo valor cobrado dos compradores dos apartamentos, que desembolsarão apenas a quantia acordada em contrato, independentemente de como for o andamento da obra. Em uma situação como essa, você precisará cobrir quaisquer custos adicionais com esses recursos delimitados, ou seja, precisará compensá-los pela redução da margem de lucro da construtora, uma vez que você não pode cobrá-los dos compradores. E, se as operações não geram valores tão vultosos a ponto de cobrir esses desvios, de onde você obterá os recursos? De fato, eles precisarão vir dos demais projetos que a empresa executar, mas, se os demais projetos também sofrerem desvios, sua situação poderá tornar-se insustentável. Outra situação que pode ser considerada é a das empresas que apresentam um equilíbrio de importância entre as operações e os projetos. Encontramos esse tipo de situação, por exemplo, em empresas que comercializam sistemas de gestão e que obtém a maior fatia de seus lucros não através da venda e da implantação, mas sim do licenciamento pago mensalmente ou anualmente pelos clientes e da prestação de serviços, tais como treinamentos ou customizações específicas. Nesse caso, apesar da receita obtida dos projetos de implantação não ser a principal fonte de resultados, a empresa não conseguirá ganhar dinheiro com as taxas ou com os demais serviços se o sistema não estiver implantado corretamente nos clientes. Caso a empresa não tenha um processo organizado para a condução dos projetos de implantação, eles serão o gargalo entre as vendas realizadas e a prestação dos serviços, gerando a perda das receitas que poderiam ser obtidas enquanto as implantações não aconteceram, ou mesmo pela desistência de clientes insatisfeitos com a espera, impactando a imagem da empresa perante o mercado. Podemos dizer, então, que o gerenciamento de projetos é um tema que pode ter espaço em qualquer tipo de organização, seja ela orientada a operações, a projetos ou uma mescla de ambos, pois todas, em algum momento, executam projetos. Desse modo, todos os tipos de empresas podem se beneficiar com a existência de um PMO que as ajude a aumentar a maturidade em gerenciamento de projetos e obter maiores taxas de sucesso neles. É preciso observar, entretanto, que implantar uma estrutura desse tipo envolve o investimento de recursos financeiros e humanos, que deixarão de ser alocados nas operações ou em outros projetos. Para muitas empresas, especialmente as que possuem poucos projetos, a implantação de um PMO torna-se inviável, pois os custos gerados por ele podem não justificar os benefícios obtidos. Como exemplo, se o PMO tiver um custo maior que as perdas geradas por desvios em projetos, sua criação não é viável, a não ser queexistam outros motivos tais como imagem da empresa no mercado, possíveis multas contratuais etc., que possam justificar tal decisão. Mas quais as justificativas para incluirmos uma nova estrutura e seus custos num mercado que nos força a estruturas enxutas e baixos custos de produção? Vejamos os gráficos na Figura 1, referentes aos resultados obtidos na pesquisa PMSurvey.org, de 2013. Como podemos ver, um significativo número das empresas participantes tem dificuldade em obter sucesso no cumprimento dos prazos, dos custos e da qualidade planejados, bem como problemas de insatisfação dos clientes quanto aos resultados. Esses desvios nos resultados dos projetos podem impactar uma empresa de inúmeras formas, seja gerando prejuízo financeiro devido aos custos não planejados, seja com o efeito cascata sobre outros projetos, que podem ter seu início postergado devido às equipes estarem presas em projetos problemáticos. Figura 1 - Indicadores de desempenho de projeto no Brasil em 2013 Fonte: adaptado de PMSurvey (2013) Neste contexto de satisfazer clientes, atendendo restrições de prazos, custos e outros desafios das organizações, as práticas de gerenciamento de projetos tendem a contribuir positivamente para qualquer tipo de organização. Entretanto, para criar um PMO é preciso identificar uma motivação que justifique sua criação. Uma das formas de justificar a implantação de um PMO pode ser a construção de um plano de negócio do escritório de projetos que demonstre o retorno do investimento para a organização através da análise dos custos associados e os potenciais benefícios a serem obtidos. Além dos benefícios financeiros possíveis (por exemplo, a redução dos custos associados a estouros de orçamento), é preciso considerar questões como a imagem da empresa frente ao mercado e a satisfação dos clientes que, indiretamente, também afetarão os resultados financeiros futuros. Mas por onde você poderia começar para construir um plano de negócios (business plan) do PMO? Uma maneira possível seria iniciar pelo levantamento do histórico de desempenho da empresa em relação aos projetos executados, uma vez que uma das falhas mais comuns dos profissionais que buscam justificar a criação de um PMO é trazer como justificativa apenas informações teóricas ou de pesquisas publicadas, sem adicionar em sua proposta os dados relevantes de sua própria organização. Essas informações, entretanto, não costumam ser facilmente obtidas nas empresas que não possuem um PMO, uma vez que é raro que exista a preocupação em armazenar esses dados de forma centralizada. Nesses casos, eles geralmente ficam nos computadores dos responsáveis pela condução do projeto (que nem sempre são gerentes de projeto por ofício) e são perdidos quando esses profissionais deixam a empresa. Assim, você provavelmente precisará conversar com os responsáveis para obter essas informações e esboçar uma listagem dos projetos executados. Além disso, muitas vezes os gerentes de projeto não podem divulgar números ou valores reais dos projetos, ou mesmo não possuem acesso às informações financeiras, sendo responsáveis apenas pela gestão das atividades e o acompanhamento do cronograma. Para driblar esse tipo de dificuldade, você pode trabalhar com dados percentuais ao invés de dados exatos. Por exemplo, você pode solicitar ao gerente de projetos qual foi o percentual de desvio no cronograma e ao setor financeiro qual foi o percentual de desvio entre o valor orçado e o valor gasto pelo projeto. Desse modo, mesmo sem tratar os impactos em termos de quantidade de dias adicionais ou valor monetário adicional, você pode conseguir dados importantes para chamar a atenção da Alta Gerência quanto ao desempenho da empresa na condução de seus projetos. Lembre-se, entretanto, que perdas financeiras são consequências dos problemas nos projetos. Por isso, é necessário buscar quais as causas desses problemas e atuar sobre elas. Você, provavelmente, perceberá a existência de um conjunto de problemas e causas comuns a todos os projetos ou a maioria deles. Ou, mesmo, que existem problemas que são comuns em um tipo de projeto e que não existem em outros. Com isso, você poderá identificar práticas que são realizadas nos projetos de sucesso e que não existem nos projetos problemáticos e propor ações a serem realizadas por um PMO para disseminar e padronizar essas práticas. Desse modo, você já pode começar a materializar a visão de como seria seu PMO e como ele poderia apoiar sua empresa. E, tendo esse apoio, como a empresa poderia ser beneficiada. Outra ação que você pode empreender, caso tenha liberdade para isso, é contatar as equipes interna e do cliente (principalmente o gerente de projetos do lado do cliente) que atuaram nos casos levantados. Com isso, você pode obter outros pontos de vista e identificar outros problemas que possam ter passado despercebidos pelos gerentes de projeto. A equipe interna pode citar, por exemplo, algum problema operacional ou de equipe que não tenha sido comunicado ao gerente de projetos durante a execução dos trabalhos, em razão de algum tipo de temor ou constrangimento. Nesse caso, você pode propor ações para melhorar a comunicação e eliminar temores quanto ao reporte de problemas. Já no caso do cliente, pode aparecer algum tipo de problema da parte dele que tenha impactado o projeto. Por exemplo, que as reuniões de levantamento de requisitos tenham sido realizadas no período de fechamento de resultados do mês ou em conjunto com a implantação de outro projeto e, com isso, a gerência não tenha participado das reuniões. Aqui, você poderia propor, no início do planejamento, uma ação formal de alinhamento de datas e eventos importantes para o cliente que acontecerão durante a execução do projeto, e utilizar essa informação na confecção do cronograma. Com base nesses pontos que observamos, você, caro(a) aluno(a), já pode obter um bom embasamento para iniciar um trabalho mais detalhado de levantamento de justificativas para a implantação de um PMO. Tenha sempre em mente que, para que a criação de um PMO possa acontecer, é preciso ter muito clara a necessidade da implantação, a forma de atuação, e quais os benefícios que serão obtidos com ele. Tais pontos são fundamentais para que a implantação seja aprovada pela Alta Gerência e, principalmente, para que ela mantenha o apoio à implantação do PMO e dê autoridade para que a equipe envolvida possa desenvolver seus trabalhos e vencer quaisquer resistências ao projeto. TIPOS DE ESCRITÓRIOS DE PROJETOS Existem muitas formas de classificar os escritórios de projetos de acordo com suas características. A forma mais comumente vista é a proposta por Verzuh (2008, p. 374-378), que estabelece cinco tipos de escritórios de projetos: • Centro de Excelência (Center of Excellence ou COE) – é uma estrutura de referência que centraliza o conhecimento da organização em gerenciamento de projetos e tem por responsabilidade replicar esse conhecimento na empresa; • Escritório de Suporte a Projetos (Project Support Office ou PSO) – é uma estrutura que promove suporte aos gerentes de projeto, fornecendo apoio técnico e administrativo. Também pode aportar ferramentas e prestar serviços aos gerentes de projeto;Escritório de Gerenciamento de Projetos (Project Managment Office ou PMO) – estrutura independente para condução de um ou mais projetos, que são conduzidos pela própria equipe que nele atua. O PMO é corresponsável pelo sucesso dos projetos. Mais de um PMO pode existir neste formato dentro da empresa, sem quaisquer ligações entre si; • Escritório de Gerenciamento de Programas (Program Management Office ou PrgMO) – esse modelo, usualmente não possui responsabilidades sobre a condução de cada projeto, mas sim sobre a gestão integrada de benefícios, requisitos e riscos; • Escritório deProjetos (Accountable Project Office ou APO) – neste modelo o escritório de projetos possui responsabilidade total pelos resultados obtidos nos projetos, bem como autoridade sobre recursos e decisões. Está posicionado no nível estratégico da organização e pode conduzir um ou todos os portfólios de projetos de uma organização. A classificação de Verzuh é resumida no quadro 1, a seguir: Fonte: Adaptado de (Verzuh, 2008, p. 375). Outra forma de classificação, estabelecida por Kendall & Rollings (2003, pp. 285-287), apesar de bastante semelhante à de Verzuh (2008), insere um novo tipo de escritório de projeto, denominado pelos autores como “Deliver Value Now Model”. Com isso, buscam definir um modelo que coloca os objetivos da organização em primeiro lugar, no qual melhorias na metodologia são vistas como um meio, não como um fim em si mesmo. Desse modo, abordam claramente a preocupação em garantir que a organização obtenha o valor que espera dos projetos. Apesar dessa proposição parecer algo óbvio num primeiro momento, não é o que costuma se observar na maioria das organizações. Muitas vezes, as equipes de projeto costumam estar mais preocupadas com entregar o projeto em si que com os benefícios que o cliente espera obter com o produto gerado. Tradicionalmente, costuma-se dizer que um projeto que não é entregue no tempo e no custo não é válido, mas, na realidade, um projeto que não entrega o benefício esperado pelo cliente é que deveria ser considerado inválido. Outra abordagem disponível é a do PMO Maturity Cube (Pinto, Cota, & Levin, 2010). As classificações propostas no PMO Maturity Cube são três: estratégico (semelhante ao PrgMO), tático (semelhante ao PMCOE) e operacional (semelhante ao PSO). Entretanto, cabe ressaltar que, nesse modelo, um PMO pode desempenhar funções das três classificações, não ficando limitado a apenas uma delas. A diferença entre os dois modelos já apresentados é que, além da propor uma classificação, os autores (dos quais dois são brasileiros) definem, também, um modelo de avaliação de maturidade do Escritório de Projetos. Posicionamento do escritório de projetos Um dos primeiros pontos que precisam estar claros quando falamos em implantar um PMO é como ele estará posicionado na estrutura organizacional. Essa definição é necessária, pois, como vimos na seção anterior, os PMOs podem estar em qualquer nível da organização. Pode existir, também, mais de um PMO numa mesma organização, estando eles geralmente separados por unidade funcional ou pela forma de atuação. Por exemplo, PMO da área de Tecnologia da Informação e PMO da área de Produtos. Ou, então, um Escritório de Gerenciamento de Projetos e um Escritório de Gerenciamento de Programas. Esse tipo de situação não é incomum, até pela própria forma como os PMOs costumam surgir dentro das organizações. Geralmente, os PMOs começam em áreas isoladas, tais como Tecnologia da Informação ou Engenharia. Essas são as áreas em que mais PMOs são encontrados, conforme mostra a figura 2 a seguir. Após demonstrar seu valor, ampliam sua atuação para as outras áreas ou são criados outros PMOs, específicos para elas. Assim, os escritórios de projetos podem ter abrangência organizacional (quando sua atuação atravessa toda a organização), departamental (quando trabalham apenas dentro de um departamento) ou ter atuação específica para um programa ou projeto (um projeto estratégico ou um conjunto de projetos crítico, por exemplo). A forma como o PMO se posicionará pode ser influenciada, também, pela estrutura organizacional da empresa (PMI, 2013), como veremos a seguir. Figura 2- Áreas de organizações brasileiras que possuem escritório de projetos. Estrutura funcional Na organização funcional há uma hierarquia bem definida na qual cada funcionário responde a apenas um gerente. Eles estão agrupados por departamentos conforme sua especialidade e os projetos nos quais se envolvem dizem respeito apenas às funções dos departamentos. Em empresas deste tipo, o PMO atua de forma limitada, geralmente servindo como um centro de excelência, que estabelece metodologias, e fornece modelos de documentação e treinamento aos gerentes de projeto, por exemplo. Desse modo, costuma se posicionar conforme exposto na Figura 3 e na Figura 4, a seguir. Figura 3 - O COE pode ser posicionado em diversos níveis da organização como assessoria. Fonte: Vianna Jr., 2012, p. 84 Figura 4 - O PSO apoia os projetos conduzidos no setor onde ele é criado. Fonte: Vianna Jr., 2012, p. 85. Estrutura projetizada Em uma estrutura desse tipo, a maior parte dos profissionais trabalha em projetos e responde diretamente aos gerentes de projetos, que tem altos níveis de independência e autoridade. Aqui, o escritório de projetos costuma ter grande responsabilidade, e pode, inclusive, ter os gerentes de projetos subordinados à sua estrutura e participar da definição do planejamento estratégico da organização. Assim, costumam estar posicionados conforme a Figura 5 e a Figura 6. Figura 2 - O PrgMO supervisiona os projetos, participa da governança corporativa e pode coexistir com outros tipos de escritórios de projetos. Fonte: Vianna Jr., 2012, p. 87. Figura 3 - O APO está no primeiro nível da estrutura, atuando de forma matricial na organização. Possui responsabilidade integral sobre o desenvolvimento dos projetos. Fonte: Vianna Jr., 2012, p. 88. Estrutura matricial As organizações matriciais combinam características das organizações funcionais e projetizadas. Conforme a autoridade dos gerentes de projetos, a matriz pode ser: • Fraca – mantém a maior parte das características de uma empresa funcional. Nela, o gerente de projetos tem mais relação com os seguintes papéis: • Facilitador - atua como assistente e coordenador de comunicação, e não tem poderes para fazer ou fazer cumprir decisões; • Coordenador - tem poderes para tomada de algumas decisões, tem alguma autoridade e se reportam para um gerente de nível superior; • Balanceada – reconhece a necessidade do gerente de projetos, porém não dá a ele autoridade total sobre o projeto e seu orçamento; • Forte – possuem muitas das características de empresas projetizadas. Podem ter gerentes de projetos alocado em tempo integral, com autoridade considerável sobre o projeto. Em uma estrutura matricial, o escritório de projetos pode ser posicionado como uma unidade funcional com maiores responsabilidades sobre os projetos. Dependendo do tipo de matriz da organização, pode estar mais perto das características das estruturas projetizadas ou das funcionais. Geralmente, assumem um formato híbrido, em que os gerentes de projeto estão subordinados às áreas funcionais, porém são auditados e respondem até certo nível ao escritório de projetos. Nesse caso, os posicionamentos mais comuns são conforme a Figura 7 ou a Figura 8. Figura 7 - O PSO apoia os projetos conduzidos no setor onde ele é criado. Fonte: (Vianna Jr., 2012, p. 85) Figura 8 - O PMO pode conduzir desde um único projeto até os projetos de um setor. Fonte: Vianna Jr., 2012, p. 86. Para finalizarmos essa aula, confira o quadro abaixo que resume as diferentes influências organizacionais no gerenciamento de projetos: Quadro 2 – Influências organizacionais nos projetos: BENEFÍCIOS DO ESCRITÓRIO DE PROJETOS Ter claros os motivos para a implantação de um PMO são fundamentais para que possamos justificar sua necessidade. Quando buscamos essas justificativas, devemos procurar demonstrar qual é a situação atual, quais os problemas que existem nessa realidade, como queremos que a situação futura seja, o que faremos para ir da situação atual para a futura (nossos objetivos na implantação) e, principalmente, quais benefícios a empresa terá quando estiver na situação futura.Vejamos um exemplo: suponha que, na sua situação atual, não exista um ponto focal para as práticas de gerenciamento de projetos. Cada gerente atua individualmente e sem que existem padrões compartilhados de linguagem ou documentação. Com isso, criam-se diversos problemas na condução dos projetos, tais como a dificuldade em avaliar corretamente o status dos projetos, uma vez que sem um padrão corporativo cada gerente de projetos trabalha de uma forma diversa. Outra dificuldade é que, sem um modelo de relatório de progresso, a cada projeto apresentado na reunião com a diretoria é necessário explicar o que representa cada seção ou indicador do relatório, ao invés de se ter foco apenas no status do projeto em si. Como situação futura, queremos ter um formato de comunicação comum a toda a empresa, tanto em termos de documentação quanto de linguagem, e ter uma metodologia padronizada que possa ser utilizada por todos os gerentes de projetos. Como objetivos do projeto de implantação do PMO, queremos levantar a situação atual dos projetos, mapear os principais problemas encontrados nos projetos, identificar as causas desses problemas, identificar qual melhor o posicionamento para o PMO a ser criado, identificar as funções mais prioritárias com base na situação atual dos projetos e das causas dos problemas, implantar o PMO, definir uma metodologia padrão e treinar as equipes nos procedimentos do PMO e na metodologia padronizada. No contexto desse exemplo hipotético, como benefícios da implantação, a empresa espera ter, dentro de seis meses, a totalidade de seus projetos sendo executados sob a supervisão do PMO e utilizando a metodologia definida. Além disso, espera, também, uma redução de 50% no valor médio dos desvios de orçamento dentro de 12 meses e de 90% dentro de 24 meses. A Tabela 1 apresenta um resumo das ideias aqui discutidas. Inexistência de padrões de documentação Metodologia padronizada sendo utilizada por todos os gerentes de projetos inexistência de linguagem comum Linguagem comum estabelecida em toda a organização Problemas Benefícios esperados Dificuldade de avalias os status dos projetos Todos os projetos sendo executatos sob supervisão do PMO Dificuldade de comunicar o status dos projetos Melhor comunicação na divulgação dos status dos projetos Identificar as principais causas dos problemas em projetos Treinar equipes nos procedimentos do PMO Implantar o PMO Treinar as equipes na metodologia padronizada O exemplo anterior é um rápido esboço do que poderia ser a base para a montagem de um plano de negócios para um PMO, partindo de uma situação atual com problemas e chegando na situação futura e seus benefícios através da execução dos objetivos. Mas como a implementação de um escritório de projetos poderia de fato nos ajudar nessa transição? Quais benefícios um escritório de projetos pode, de fato, trazer para nossas empresas? A maturidade em gerenciamento de projetos de uma organização influencia diretamente o percentual de sucesso de seus projetos (Stevens, 1998). Sendo o PMO uma estrutura que busca o aperfeiçoamento da capacidade de execução de projetos da organização, ele contribui para o aumento dessa maturidade. Consequentemente, contribuirá para a potencialização dos resultados percebidos pelas empresas na utilização de práticas de gerenciamento de projetos. A Figura 2 demonstra os principais benefícios que as organizações percebem obter com essas práticas e que podem ser reforçados com a presença de um PMO. Segundo Menezes (2012), podemos classificar os benefícios da implantação de um PMO em cinco categorias: • Benefícios para a organização: melhorias na execução da estratégia, no conhecimento e visão do negócio, facilitação das mudanças organizacionais, maior crescimento; • Benefícios para os executivos: atingimento de metas, viabilização dos projetos, suporte à tomada de decisão, maior padronização; • Benefícios para os gerentes de projeto: definição clara dos objetivos dos projetos, capacitação da equipe, criação de um ambiente propício à execução de projetos, melhores mecanismos de controle; • Benefícios para o cliente: eficiência na entrega, maior garantia de sucesso em entregar de acordo com o planejado, comunicação precisa e monitoramento das expectativas; • Benefícios ao longo do ciclo de vida dos projetos: concepção objetiva e com menos incertezas, visão holística do planejamento, monitoramento da execução, controle de riscos e mudanças, distribuição adequada da informação e suporte ao fechamento do projeto e avaliação do desempenho. Mesmo o PMO sendo uma unidade cujo principal foco é o apoio às demais áreas, ele pode trazer benefícios através da geração de receitas. Para isso, pode prestar serviços para clientes da empresa, que podem ser treinamentos em gerenciamento de projetos, auditoria em projetos, coaching para os gerentes de projetos dos clientes, bem como a implantação de PMOs, definição da metodologia padrão do cliente, entre outros. Ainda que esses serviços sejam realizados em menor escala, eles podem beneficiar o PMO cobrindo parte as despesas geradas por ele, e servindo como uma forma de atualização e observação de outras experiências que possam enriquecer o conhecimento da equipe e que possam ser agregadas aos padrões. Além disso, como mostrado na Figura 2, o segundo benefício mais citado pelas organizações é disponibilidade de informação para tomada de decisão estratégica. Isso indica que, com a atuação de um PMO, os projetos em execução ganham ampla visibilidade junto à Alta Gerência da empresa. Essa proximidade dos níveis superiores facilita a priorização de projetos e agiliza a correção de desvios, especialmente quando eles exigem a alocação de recursos financeiros e/ou recursos humanos adicionais. Ter o suporte da Alta Gerência e as informações que justificam as ações corretivas, facilita ao PMO a negociação os recursos humanos junto aos demais projetos ou equipes, uma vez que os motivos para a tais ações ficam claros a todos e alinhados em todos os níveis. Desse modo, também a comunicação é melhorada. Como qualquer entidade organizacional, é importante que o PMO demonstre seu valor, principalmente para que a Alta Gerência, tenham visibilidade quanto ao retorno que está sendo obtido frente aos investimentos realizados na criação e na manutenção da área. Esta forma de proceder, além de incentivar o reconhecimento do trabalho sendo realizado, também ajuda a diminuir a resistência das áreas e recursos com os quais o PMO atua. Essa resistência, que costuma ser mais forte no início da atuação do PMO, acaba sendo vencida ou atenuada através da divulgação dos casos de sucesso gerados com a contribuição do PMO, que passa, aos poucos, a ser visto como um parceiro para o sucesso. RESUMO Um Escritório de Projetos é uma área ou setor que serve como ponto focal para a coordenação do gerenciamento de projetos na empresa e que apoia as demais áreas no atingimento dos resultados esperados nos projetos. Um PMO pode aumentar a maturidade em gerenciamento de projetos e a taxa de sucesso na execução dos projetos. Falta de visibilidade dos status dos projetos pela Alta Gerência, atrasos em entregas, custos acima dos orçados, problemas na qualidade dos produtos, perda de clientes e comprometimento da imagem corporativa são alguns dos motivadores para a criação de um PMO. Entretanto, é necessário ter claras as justificativas para a implantação de uma estrutura como esta, uma vez que ela envolve o investimento de recursos humanos e financeiros. É preciso, também, identificar qual o tipo de PMO mais adequado às necessidades da empresa, de modo que as funções do PMO possam ser escolhidas de acordo com elas. Ou seja, os serviços que um PMO presta podem ser completamente diversos de uma empresa para outra,mesmo que elas atuem em um mesmo segmento. Além disso, a estrutura organizacional (funcional, matricial ou projetizada) também terá influência na forma de atuação do PMO. Por isso, deve-se posicioná-lo de maneira que ele tenha a autonomia necessária para desempenhar suas funções. Desse modo, o PMO pode ter atuação limitada a um programa/projeto, a um departamento da empresa, ou ter uma atuação corporativa, que abranja toda a empresa. Essa atuação pode, também, assumir aspectos operacionais, quando envolve a execução de atividades diretamente relacionadas aos projetos; táticos, quando envolve ações voltadas a metodologias e ferramentas, por exemplo; e estratégicos, quando o PMO se envolve em atividades relacionadas à gestão estratégica da empresa. Com isso, o PMO pode trazer benefícios para a empresa em diferentes níveis, tipos de atuação ou posicionamento hierárquico. Entre esses benefícios estão a maior disponibilidade de informação para a tomada de decisão estratégica, a melhoria da qualidade nos resultados dos projetos e o aumento da satisfação dos clientes. Ou seja, a implantação de um PMO pode aumentar a maturidade da organização e trazer os benefícios a organização, seus executivos, gerentes de projeto, bem como para o ciclo de vida dos projetos e, claro, para os clientes. Material Complementar Leitura Nome do livro: PMO - Escritórios de Projetos, Programas e Portfólio na Prática Autor: André B. Barcaui (Organizador) Editora: Brasport Sinopse: escrito por professores, consultores e/ou profissionais reconhecidos no mercado e com experiência na gestão de escritórios de projetos nacionais e internacionais, este livro tem mais de setecentas páginas tratando exclusivamente do tema. Aborda conceitos básicos, aspectos históricos, questões de equipe, abordagens para classificação e métodos de implantação de escritórios de projetos, entre outros temas relevantes. APROFUNDANDO Aqui vamos aprofundar sobre os assuntos trabalhados nesta unidade de estudo, vamos lá? Em dezembro de 2011 o Tribunal Superior do Trabalho instituiu seu Escritório de Gestão de Projetos do TST (EGP-TST) com o objetivo de apoiar o gerenciamento dos projetos estratégicos da instituição. Para isso, optou-se pela criação e manutenção de uma metodologia corporativa, bem como atividades de consultoria e mentoring para condução dos projetos, dentre outras atividades. Tem como uma de suas principais responsabilidades a consolidação de informações para a alta administração e demais colaboradores. Além disso, EGP-TST também é responsável por acompanhar o desenvolvimento da carteira de projetos do TST. A metodologia de gerenciamento de projetos do TST, está formalizada no Manual de Gestão de Projetos Estratégicos da instituição. Nele constam todas as informações para prover os gerentes de projetos dos conceitos e instrumentos necessários para a condução de suas atividades. O objetivo é aumentar a integração e o profissionalismo da equipe, através do uso de uma linguagem e métodos comuns de gestão, o que facilita o trabalho conjunto. Isso também promove maior clareza na definição e melhor controle das atividades, uma vez todos tem a mesma forma de visualizar e gerir as atividades. Com isso, busca-se aumentar probabilidade de sucesso do projeto, de modo que este atinja seus objetivos atendendo as delimitações de prazos e custos com qualidade e eficiência. A criação do EGP-TST fazia parte das ações propostas no Plano Estratégico do TST para o período de 2010 a 2014, que foi devidamente encaminhada, considerando a necessidade de aperfeiçoar a gestão de projetos e programas para garantir que os objetivos da instituição fossem alcançados. Considerou- se, também, a importância da formalização de um fluxo de aprovação dos projetos estratégicos que garantisse o alinhamento dos projetos ao planejamento e ao orçamento. Com isso, quanto ao posicionamento de seu escritório de projetos, o TST optou pela implantação de um escritório de projetos com abrangência corporativa, uma vez que o EGP-TST faz a gestão dos projetos de toda a instituição. Quanto ao tipo de escritório de projetos, considerando-se a classificação do PMO Maturity Cube, o EGP-TST mescla características estratégicas (gestão de portfólio), táticas (definição de metodologia) e operacionais (gestão de projetos e confecção de relatórios para a Alta Gerência). Outro ponto interessante a ser destacado é que na sua Secretaria de Tecnologia da Informação (SETIN), o TST já havia implantado um escritório de projetos, denominado EGP-SETIN, que é um escritório de projetos departamental, com funções bastante semelhantes ao EGP-TST, porém com raio de ação limitado à SETIN. Apesar de não haver referência quanto ao EPG- SETIN ter inspirado a criação do EGP-TST, trata-se de mais um caso onde o conceito de escritório de projetos surge no departamento de Tecnologia da Informação antes de abranger toda a instituição. Com a criação do EGP-TST, que tem uma abrangência maior que o EGP-SETIN, foi necessário definir como lidar com a questão da “jurisdição” dos projetos de Tecnologia da Informação. Com isso, definiu-se como de responsabilidade do EGP-SETIN todas as atividades relacionadas à gestão do portfólio, programas e projetos cujo interesse seja único da SE- TIN ou nos quais a SETIN seja a principal interessada, sendo que, nesses casos, EGP- TST faz apenas o acompanhamento. Entretanto, projetos da SETIN que sejam classificados como estratégicos devem ter sua gestão feita pelo EPG-TST, com assessoramento do EGP-SETIN. Em caso de dúvidas quanto às atribuições dos dois escritórios de projetos, a Comissão Per- manente de Planejamento Estratégico deve dirimi-las. Analisando as considerações acima, pode-se imaginar facilmente o surgimento de várias situações de conflito entre ambos os escritórios de projetos, uma vez que o EGP-SETIN, que já existia desde 2008 e, portanto, já tinha experiência e reconhecimento na instituição, ficou sob supervisão do EGP-TST, que acabava de ser criado. Além disso, no caso de um projeto estratégico e, portanto, de grande visibilidade, o EGP-SETIN deve ceder a gestão do projeto ao EGP-TST e apoiá-lo no que for necessário para que o projeto obtenha sucesso. Por isso, um dos pontos destacados quando da criação do EGP-TST foi o da necessidade de ambos os escritórios de projeto desenvolverem suas atividades em permanente interação e compartilhando informações quanto aos projetos sob a gestão de um e de outro. APROFUNDANDO Em dezembro de 2011 o Tribunal Superior do Trabalho instituiu seu Escritório de Gestão de Projetos do TST (EGP-TST) com o objetivo de apoiar o gerenciamento dos projetos estratégicos da instituição. Para isso, optou-se pela criação e manutenção de uma metodologia corporativa, bem como atividades de consultoria e mentoring para condução dos projetos, dentre outras atividades. Tem como uma de suas principais responsabilidades a consolidação de informações para a alta administração e demais colaboradores. Além disso, EGP-TST também pé responsável por acompanhar o desenvolvimento da carteira de projetos do TST. A metodologia de gerenciamento de projetos do TST, está formalizada no Manual de gestão d projetos Estratégicos da instituição. Nele constam todas as informações para prover os gerentes de projetos dos conceitos e instrumentos necessários para a condução de suas atividades. O objetivo é aumentar a integração e o profissionalismo da equipe, através do uso de uma linguagem e métodos comuns de gestão, o que facilita o trabalho conjunto. Isso também promove maior clareza na definição e melhor controle das atividades, uma vez eu todos tem a mesma forma de visualizar e gerir as atividades. A criação do EGP-TST fazia parte das ações propostas no Plano Estratégico do TST para o período de 2010 a 2014, que foidevidamente encaminhada, considerando a necessidade de aperfeiçoar a gestão de projetos e programas para garantir que os objetivos da instituição fossem alcançados. Considerou-se, também, a importância da formalização de um fluxo de aprovação dos projetos ao planejamento e ao orçamento. Com isso, quando ao posicionamento de seu escritório de projetos, o TST optou pela implantação de um escritório de projetos com abrangência corporativa, uma vezqueo EGP-TST faz a gestão dos projetos de toda a instituição. Quanto ao tipo deescritório de projetos, considesando-se a classificação do PMO Maturity Cube, o EDP-TST mescla características estratégicas (gestão de portfólio), táticas (definição de metodologia) e operacionais (gestão de projetos e confecção de relatórios para a alta gerência). Outro ponto interessante a ser destacado é que na sua Secretaria de tecnologia da informação (SETIN), o TST já havia implantado um escritório de projetos, denominado EGP-SETIN, que é um escritório de projetos departamental, com funções bastante semelhantes ao EGP-TST, porém com raio de ação limitado à SETIN. Apesar de não haver preferencia quanto ao EPG-SETIN ter inspirado a criação do EGP-TST, trata-se de mais um caso onde o conceito de escritório de projetos surgir no departamento de tecnologia da Informação antes de abranger toda a instituição. Com a criação do EGP-TST, que tem uma abrangência maior que o EGP-SETIN, foi necessário definir como lidar com a questão da “jurisdição” dos projetos de Tecnologia da informação. Com isso, definiu-se como de responsabilidade do EGP-SETIN todas as atividades relacionadas à gestão do portfólio, programas e projetos cujo interesse seja único da SETIN oou nos quais a SETIN seja a principal interessada, sendo que, nesses casos,EGP-TST faz apenas o acompanhamento. Entretanto, projetos da SETIN que seja, classificados como estratégicos devem ter suagestão feita pelo EPG-TST, com assessoramento do EGP-SETIN. Em caso de dúvidas quanto às atribuições dos dois escritórios de projetos, a comissão permanente de planejamentos estratégico deve dirimi-las. 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Barcuai, PMO - Escritório de Projetos, Programas e Portfólio na Prática (p. 673). 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Nele, você terá a oportunidade de entender a evolução dos conceitos associados ao assunto e os motivos para considerarmos a implantação de uma estrutura como um Escritório de Projetos em nossas empresas. Para entender como um Escritório de Projetos poderia fazer parte da sua realidade, pense no mercado em que sua empresa está inserida. A competição acirrada, as mudanças tecnológicas e exigência crescente dos clientes requerem que a empresa se transforme continuamente para adaptar-se às novas demandas. Com isso, a capacidade de evolução e a adaptação rápidas são fundamentais para o sucesso e a sobrevivência. Mas o que um Escritório de Projetos tem a ver com evolução? Para evoluir, a empresa precisa trazer novas capacidades organizacionais ou melhorar as já existentes para, com isso, ser capaz de oferecer novos produtos ou serviços ou ter um melhor desempenho nos produtos e serviços que oferece. Com esse fim, precisará, temporariamente, executar ações específicas, investir recursos humanos e financeiros, e incorporar as novas capacidades à rotina, tudo isso dentro do menor prazo possível. Ou seja, para evoluir, a empresa precisa desenvolver projetos que atendam a esses objetivos. Mas, se gerenciar um projeto já é tarefa bastante complicada, como lidar com vários projetos em paralelo? Como enxergar o andamento de cada um deles e saber onde e como intervir em caso de desvios? Como garantir que todos os projetos iniciados estejam ligados a um objetivo estratégico e a um indicador? Como definir que projeto é mais prioritário quando todas as iniciativas são importantes, porém o orçamento é limitado? Como garantir que existem recursos suficientes (humanos, físicos, etc.) para que os projetos escolhidos possam ser executados? Como estabelecer um método de gerenciamento comum aos projetos de modo que toda a empresa possa falar a mesma língua? Como treinar e orientar as equipes de projeto para que realizem as atividades necessárias de acordo com esse método? Para responder estas e outras perguntas, muitas organizações estão - implantando um departamento denominado Escritório de Projetos (EP), também conhecido como Escritórios de Gerenciamento de Projetos (EGP) ou Project Management Office (PMO). Essas estruturas apoiam a empresa na condução das atividades associadas ao Gerenciamento de Projetos e podem ter vários níveis de atuação. Com isso, os Escritórios de Projetos podem executar desde atividades operacionais (como o gerenciamento de projetos ou auditoria em projetos) até atividades estratégicas, tal como apoiar a alta direção na definição do planejamento estratégico e seus objetivos. Convido você, agora, a iniciar essa jornada de estudos, na qual você, prezado aluno, irá conhecer mais sobre Escritórios de Projetos e terá a possibilidade de avaliar como poderia aplicar os conceitos a eles associados de forma prática na sua empresa, de modo adequado à sua realidade de atuação. O PMO E SUAS PRINCIPAIS FUNÇÕES Antes de prosseguirmos, creio que vale a pena ressaltar que um PMO não substitui o papel do gerente de projetos. Como já vimos, o PMO é uma área que apoia a execução dos projetos para aumentar a probabilidade de sucesso. Entretanto, o responsável pelo atingimento dos objetivos e por garantir esse sucesso é o gerente de projetos. É ele quem estarána linha de frente dos trabalhos, defendendo o projeto contra interferências e buscando garantir a estabilidade dos trabalhos equipe, entre outros. Quando em dificuldades na execução ou quando precisarem esclarecer dúvidas sobre metodologia, por exemplo, os gerentes de projeto podem recorrer ao PMO, que o apoiará na resolução, porém, o responsável pelas ações a serem realizadas será sempre o gerente de projetos. Vejamos, então, que tipo de atividades os PMOs podem executar. Já sabemos que um PMO pode ser classificado de diversas formas, considerando-se o posicionamento na estrutura organizacional, a amplitude de atuação (empresa, departamento ou programa/projeto) e o tipo de funções (estratégicas, táticas ou operacionais, por exemplo). Além disso, cada empresa deve atribuir ao seu PMO os serviços que forem mais adequados às suas necessidades, e que justifiquem os valores investidos na sua manutenção. Esses serviços, inclusive, podem ser definidos de forma específica para a realidade da empresa, e serem prestados de forma diferente de outras organizações. Como você pode perceber, é muito difícil definir de forma exata quais são as funções executadas até por que, mesmo que as funções tenham o mesmo nome, elas podem ser executadas em níveis de sofisticação e ter níveis de importância completamente diversos entre as empresas. Sendo assim, como fazer para entender o que os PMOs fazem e propor alguma forma de classificação? Buscando responder essas questões, Hobbs e Aubry (2010) publicaram um estudo que abordou 502 diferentes estruturas, e mapearam as 27 funções consideradas mais importantes pelos participantes. Essa lista de funções, comumente utilizada em pesquisas e trabalhos de outros autores, também é utilizada pela pesquisa PMSurvey.org, realizada anualmente em conjunto por chapters do PMI do Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, França, México, Estados Unidos e Uruguai. Na edição de 2013, a PMSurvey.org reuniu respostas de 676 organizações desses países, e obteve os resultados mostrados na Figura 1 quanto às funções mais executadas pelos escritórios de projetos nas organizações brasileiras. Deve-se observar que a figura demonstra o percentual de organizações que citaram cada função, de modo que a soma dos percentuais ultrapassa os cem por centos. Figura 5 - Funções dos escritórios de projetos segundo a pesquisa PMSurvey.org Fonte: adaptado de PMSurvey (2013) Como você pode ver, a função mais comumente exercida pelos PMO’s das empresas participantes é a de informar a Alta Gerência quanto a situação dos projetos. Esse dado indica que a atuação dos PMO’s tem alta visibilidade por parte dos níveis superiores, o que é fundamental para que eles tenham percepção do valor agregado e da importância dos serviços prestados pelo PMO. Os reportes de situação dos projetos torna-se, assim, um importante canal de comunicação com a Alta Gerência, que pode ser utilizado para a introdução de assuntos pertinentes, tais como a proposição de melhorias e mudanças nos processos ou alertas quanto às necessidades específicas que estejam embasados na realidade demonstrada nos relatórios. Também se destaca a função de monitorar e controlar o desempenho dos projetos. Para que possam desempenhar esse papel, os PMOs precisam ter alçada para acessar as informações pertinentes e autoridade para contatar os gerentes de projetos responsáveis. Apesar de ser a segunda atividade mais citada como importante, o PMO pode sofrer uma série de dificuldades para desempenhá-la, especialmente nas fases iniciais de sua existência. Tal complexidade se dá pois, ao acessar informações e opinar ou intervir diretamente no trabalho de gestão, o PMO pode encontrar fortes resistências do gerente de projetos responsável ou mesmo da equipe, que podem ver o PMO como um intruso ou um interventor que surge para intrometer-se no trabalho em andamento, achar problemas, e mudar a forma de trabalho à qual todos já trabalham a tempo. Tanto isso é verdade, a maior parte dos fracassos de projetos de implantação são causados por resistências ou questões culturais (PMSurvey, 2013). Assim, a equipe do PMO precisa estar preparada para lidar com essas resistências de acordo com o contexto do projeto e o contexto da empresa onde ele está sendo executado, de modo a conseguir influenciar os envolvidos e conseguir obter deles um posicionamento proativo em relação aos trabalhos. Outro dado interessante é que a definição da metodologia de gerenciamento de projetos usada pela empresa é a terceira função mais executada pelos PMOs. Ter processos definidos para o gerenciamento dos projetos é fundamental para que a empresa possa evoluir sua maturidade em gerenciamento de projetos de forma consistente, uma vez que, além de permitir a padronização da linguagem e do modo de trabalho, também permite que a eficiência dos processos seja avaliada através de indicadores próprios e que ações de melhoria contínua possam ser estabelecidas. Também, ao ter a responsabilidade pela definição da metodologia, o PMO reforça seu papel de ser o ponto focal nas práticas de gerenciamento de projetos. A metodologia, no início dos trabalhos, pode ser apenas um kit de documentação padronizada a ser utilizada pelos gerentes de projeto na condução de suas atividades, que com o passar do tempo, serão integrados a uma sequência de processos a serem respeitados e seguidos. Mas, antes de entendermos cada uma as funções exercidas por um PMO, é preciso compreender qual a sua filosofia de atuação. Você já deve ter escutado muitas vezes que um projeto é uma iniciativa temporária, com um escopo, um custo e um tempo de duração definidos, certo? Um PMO, geralmente, não é algo temporário e que termina junto com os projetos: ele é uma operação contínua e pode ser visto como um prestador de serviços voltados ao gerenciamento de projetos (Pinto; Cota e Levin, 2010). Cabe ressaltar que nos casos em que o PMO tem seu escopo de atuação limitado a um programa ou projeto, ele pode, sim, encerrar suas atividades no momento em que os objetivos do programa ou projeto forem atingidos. Contudo, também existe a possibilidade de que o PMO continue em operação para acompanhar se os benefícios que a organização esperava obter com os resultados do programa ou projeto estão realmente sendo obtidos. Muitas vezes o PMO funciona como uma área de apoio à execução das atividades de gerenciamento de projetos da organização. Por exemplo, suponha um PMO do tipo Centro de Excelência em uma empresa de desenvolvimento de projetos de software. Nesse caso, o PMO estará fornecendo a metodologia para uma área da empresa (desenvolvimento de sistemas, por exemplo) que executará o projeto pelo qual o cliente irá pagar. Num cenário como esse, o PMO não gera faturamento, pois suas atividades não são serviços prestados aos clientes e que possam ser cobrados como tal, ou seja, o PMO é “custo puro” para a empresa. Especialmente em situações como essa, onde o PMO não pode gerar receita diretamente, é necessário definir um conjunto adequado de funções que agreguem valor às atividades das demais áreas e gerem retorno sobre os investimentos feitos no PMO. Uma forma possível, por exemplo, seria através do monitoramento e intervenção em projetos com desvios, com o objetivo de minimizar impactos financeiros. Em situações de pressão nos projetos, é usual que aconteçam casos em que situações problemáticas, como desvios de cronograma, sejam escondidas ou minimizadas, até mesmo por que o gerente de projetos pode acreditar que irá recuperá-las compensando o atraso nas próximas etapas. Nesse sentido, o PMO poderia ser classificado como um “removedor de tapetes” (Del Col, 2013), uma vez que ele deve atuar para buscar sempre a verdade em relação ao andamento dos trabalhos e apoiar o gerente de projetos na correção dos problemas
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