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POR DENTRO DO ESCRITÓRIO DE PROJETOS: SERVIÇOS, FUNÇÕES E EQUIPE Professor Me. Filipe Bortolini DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Pós-graduação e Graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Pós-graduação e Extensão Fellipe de Assis Zaremba Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Thayla Guimarães Designer Educacional Patrícia Ramos Peteck Editoração Ellen Jeane da Silva Ilustração Rodrigo Barbosa Qualidade Textual Produção de Materiais C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; BORTOLINI, Filipe. Escritório de Projetos. Filipe Bortolini. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 65 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Escritório. 2. Projetos. 3. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0018-4 CDD - 22 ed. 658 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 04 05 sumário 07| O PMO E SUAS PRINCIPAIS FUNÇÕES 40| EQUIPE DO ESCRITÓRIO DE PROJETOS 33| FUNÇÕES ESTRATÉGICAS 24| FUNÇÕES TÁTICAS 15| FUNÇÕES OPERACIONAIS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Apresentar e analisar as funções e serviços que podem ser prestados por um Escritório de Projetos; • Entender como essas funções se enquadram nos níveis operacional, tático e estratégico da organização; • Discutir as competências necessárias aos integrantes do Escritório de Projetos; • Entender os papéis que podem ser exercidos dentro do Escritório de Projetos, suas responsabilidades e habilidades necessárias; PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • O que realmente faz um Escritório de Projetos? • Funções Operacionais • Funções Táticas • Funções Estratégicas • Equipe do Escritório de Projetos POR DENTRO DO ESCRITÓRIO DE PROJETOS: SERVIÇOS, FUNÇÕES E EQUIPE INTRODUÇÃO introdução Olá, seja bem-vindo(a) a este material, no qual teremos uma introdução do nosso tema de estudo, o Escritório de Projetos. Nele, você terá a oportunida- de de entender a evolução dos conceitos associados ao assunto e os motivos para considerarmos a implantação de uma estrutura como um Escritório de Projetos em nossas empresas. Para entender como um Escritório de Projetos poderia fazer parte da sua realidade, pense no mercado em que sua empresa está inserida. A competição acirrada, as mudanças tecnológicas e exigência crescente dos clientes reque- rem que a empresa transforme-se continuamente para adaptar-se às novas demandas. Com isso, a capacidade de evolução e a adaptação rápidas são fun- damentais para o sucesso e a sobrevivência. Mas o que um Escritório de Projetos tem a ver com evolução? Para evoluir, a empresa precisa trazer novas capacidades organizacionais ou melhorar as já existentes para, com isso, ser capaz de oferecer novos produtos ou serviços ou ter um melhor desempenho nos produtos e serviços que oferece. Com esse fim, precisará, temporariamente, executar ações específicas, investir recursos humanos e financeiros, e incorporar as novas capacidades à rotina, tudo isso dentro do menor prazo possível. Ou seja, para evoluir, a empresa precisa de- senvolver projetos que atendam a esses objetivos. Mas, se gerenciar um projeto já é tarefa bastante complicada, como lidar com vários projetos em paralelo? Como enxergar o andamento de cada um deles e saber onde e como intervir em caso de desvios? Como garantir que todos os projetos iniciados estejam ligados a um objetivo estratégico e a um indicador? Como definir que projeto é mais prioritário quando todas as iniciativas são im- portantes, porém o orçamento é limitado? Como garantir que existem recursos suficientes (humanos, físicos, etc.) para que os projetos escolhidos possam ser executados? Como estabelecer um método de gerenciamento comum aos pro- jetos de modo que toda a empresa possa falar a mesma língua? Como treinar e orientar as equipes de projeto para que realizem as atividades necessárias de acordo com esse método? INTRODUÇÃO introdução Para responder estas e outras perguntas, muitas organizações estão - im- plantando um departamento denominado Escritório de Projetos (EP), também conhecido como Escritórios de Gerenciamento de Projetos (EGP) ou Project Management Office (PMO). Essas estruturas apoiam a empresa na condução das atividades associadas ao Gerenciamento de Projetos e podem ter vários níveis de atuação. Com isso, os Escritórios de Projetos podem executar desde atividades operacionais (como o gerenciamento de projetos ou auditoria em projetos) até atividades estratégicas, tal como apoiar a alta direção na defini- ção do planejamento estratégico e seus objetivos. Convido você, agora, a iniciar essa jornada de estudos, na qual você, prezado aluno, irá conhecer mais sobre Escritórios de Projetos e terá a possibilidade de avaliar como poderia aplicar os conceitos a eles associados de forma prática na sua empresa, de modo adequado à sua realidade de atuação. Pós-Universo 7 Antes de prosseguirmos, creio que vale a pena ressaltar que um PMO não substi- tui o papel do gerente de projetos. Como já vimos, o PMO é uma área que apoia a execução dos projetos para aumentar a probabilidade de sucesso. Entretanto, o res- ponsável pelo atingimento dos objetivos e por garantir esse sucesso é o gerente de projetos. É ele quem estará na linha de frente dos trabalhos, defendendo o projeto contra interferências e buscando garantir a estabilidade dos trabalhos equipe, entre outros. Quando em dificuldades na execução ou quando precisarem esclarecer dúvidas sobre metodologia, por exemplo, os gerentes de projeto podem recorrer ao PMO, que o apoiará na resolução, porém, o responsável pelas ações a serem rea- lizadas será sempre o gerente de projetos. Vejamos, então, que tipo de atividades os PMOs podem executar. O PMO E SUAS PRINCIPAIS FUNÇÕES Pós-Universo 8 Já sabemos que um PMO pode ser classificado de diversas formas, considerando-se o posicionamento na estrutura organizacional, a amplitude de atuação (empresa, depar- tamento ou programa/projeto) e o tipo de funções (estratégicas, táticas ou operacionais, por exemplo). Além disso, cada empresa deve atribuir ao seu PMO os serviços que forem mais adequados às suas necessidades, e que justifiquem os valores investidos na sua manutenção. Esses serviços, inclusive, podem ser definidos de forma espe- cífica para a realidade da empresa, e serem prestados de forma diferente de outras organizações. Como você pode perceber, é muito difícil definir de forma exata quais são as funções executadas até por que, mesmo que as funções tenham o mesmo nome, elas podem ser executadas em níveis de sofisticação e ter níveis de importância com- pletamente diversos entre as empresas. Sendo assim, como fazer para entender o que os PMOs fazem e propor alguma forma de classificação? Buscando responder essas questões, Hobbs e Aubry (2010) publicaram um estudo que abordou 502 dife- rentes estruturas, e mapearam as 27 funções consideradas mais importantes pelos participantes. Essa lista de funções, comumente utilizada em pesquisas e trabalhos de outros autores, também é utilizada pela pesquisa PMSurvey.org, realizada anualmente em conjunto por chapters do PMI do Brasil,Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, França, México, Estados Unidos e Uruguai. Na edição de 2013, a PMSurvey.org reuniu respos- tas de 676 organizações desses países, e obteve os resultados mostrados na Figura 1 quanto às funções mais executadas pelos escritórios de projetos nas organizações brasileiras. Deve-se observar que a figura demonstra o percentual de organizações que citaram cada função, de modo que a soma dos percentuais ultrapassa os cem por cento. Pós-Universo 9 Figura 5 - Funções dos escritórios de projetos segundo a pesquisa PMSurvey.org Fonte: adaptado de PMSurvey (2013) Como você pode ver, a função mais comumente exercida pelos PMOs das empre- sas participantes é a de informar a Alta Gerência quanto a situação dos projetos. Esse dado indica que a atuação dos PMOs têm alta visibilidade por parte dos níveis supe- riores, o que é fundamental para que eles tenham percepção do valor agregado e da importância dos serviços prestados pelo PMO. Os reportes de situação dos proje- tos torna-se, assim, um importante canal de comunicação com a Alta Gerência, que pode ser utilizado para a introdução de assuntos pertinentes, tais como a proposição de melhorias e mudanças nos processos ou alertas quanto às necessidades especí- ficas que estejam embasados na realidade demonstrada nos relatórios. Pós-Universo 10 Também se destaca a função de monitorar e controlar o desempenho dos pro- jetos. Para que possam desempenhar esse papel, os PMOs precisam ter alçada para acessar as informações pertinentes e autoridade para contatar os gerentes de pro- jetos responsáveis. Apesar de ser a segunda atividade mais citada como importante, o PMO pode sofrer uma série de dificuldades para desempenhá-la, especialmente nas fases ini- ciais de sua existência. Tal complexidade se dá pois, ao acessar informações e opinar ou intervir diretamente no trabalho de gestão, o PMO pode encontrar fortes resis- tências do gerente de projetos responsável ou mesmo da equipe, que podem ver o PMO como um intruso ou um interventor que surge para intrometer-se no traba- lho em andamento, achar problemas, e mudar a forma de trabalho à qual todos já trabalham a tempo. Tanto isso é verdade, a maior parte dos fracassos de projetos de implantação são causados por resistências ou questões culturais (PMSurvey, 2013). Assim, a equipe do PMO precisa estar preparada para lidar com essas resistências de acordo com o contexto do projeto e o contexto da empresa onde ele está sendo executado, de modo a conseguir influenciar os envolvidos e conseguir obter deles um posicionamento pró-ativo em relação aos trabalhos. Outro dado interessante é que a definição da metodologia de gerenciamento de projetos usada pela empresa é a terceira função mais executada pelos PMOs. Ter processos definidos para o gerenciamento dos projetos é fundamental para que a empresa possa evoluir sua maturidade em gerenciamento de projetos de forma con- sistente, uma vez que, além de permitir a padronização da linguagem e do modo de trabalho, também permite que a eficiência dos processos seja avaliada através de indicadores próprios e que ações de melhoria contínua possam ser estabelecidas. Também, ao ter a responsabilidade pela definição da metodologia, o PMO reforça seu papel de ser o ponto focal nas práticas de gerenciamento de projetos. A metodo- logia, no início dos trabalhos, pode ser apenas um kit de documentação padronizada a ser utilizada pelos gerentes de projeto na condução de suas atividades, que com o passar do tempo, serão integrados a uma sequência de processos a serem respei- tados e seguidos. Pós-Universo 11 Mas, antes de entendermos cada uma as funções exercidas por um PMO, é preciso compreender qual a sua filosofia de atuação. Você já deve ter escutado muitas vezes que um projeto é uma iniciativa temporária, com um escopo, um custo e um tempo de duração definidos, certo? Um PMO, geralmente, não é algo temporário e que termina junto com os projetos: ele é uma operação contínua e pode ser visto como um pres- tador de serviços voltados ao gerenciamento de projetos (Pinto; Cota e Levin, 2010). Cabe ressaltar que nos casos em que o PMO tem seu escopo de atuação limitado a um programa ou projeto, ele pode, sim, encerrar suas atividades no momento em que os objetivos do programa ou projeto forem atingidos. Contudo, também existe a possibilidade de que o PMO continue em operação para acompanhar se os bene- fícios que a organização esperava obter com os resultados do programa ou projeto estão realmente sendo obtidos. Muitas vezes o PMO funciona como uma área de apoio à execução das ativida- des de gerenciamento de projetos da organização. Por exemplo, suponha um PMO do tipo Centro de Excelência em uma empresa de desenvolvimento de projetos de software. Nesse caso, o PMO estará fornecendo a metodologia para uma área da empresa (desenvolvimento de sistemas, por exemplo) que executará o projeto pelo qual o cliente irá pagar. Num cenário como esse, o PMO não gera faturamento, pois suas atividades não são serviços prestados aos clientes e que possam ser cobrados como tal, ou seja, o PMO é “custo puro” para a empresa. Especialmente em situações como essa, onde o PMO não pode gerar receita diretamente, é necessário definir um conjunto adequado de funções que agreguem valor às atividades das demais áreas e gerem retorno sobre os investimentos feitos no PMO. Uma forma possível, por exemplo, seria através do monitoramento e intervenção em projetos com desvios, com o objetivo de minimizar impactos financeiros. Como um Escritório de Projetos poderia gerar receitas que ajudassem a cobrir seus custos? Fonte: autor. reflita Pós-Universo 12 Em situações de pressão nos projetos, é usual que aconteçam casos em que situações problemáticas, como desvios de cronograma, sejam escondidas ou minimizadas, até mesmo por que o gerente de projetos pode acreditar que irá recuperá-las compen- sando o atraso nas próximas etapas. Nesse sentido, o PMO poderia ser classificado como um “removedor de tapetes” (Del Col, 2013), uma vez que ele deve atuar para buscar sempre a verdade em relação ao andamento dos trabalhos e apoiar o gerente de projetos na correção dos problemas antes que eles se tornem mais graves, sem quaisquer julgamentos. Assim como qualquer prestador de serviços que contratamos, um PMO precisa estar constantemente agregando valor suficiente para justificar o investimento nele realizado (Pinto; Cota e Levin, 2010). Mais que isso, o PMO precisa conseguir demonstrar que suas atividades realmente agregam valor, encontrando indicadores que demonstrem que suas ações interfe- rem positivamente nos resultados. Por isso, é comum encontrar, nos PMOs a função de medir e avaliar o próprio desempenho. Para isso, o PMO pode definir dados e in- dicadores que o ajudem a demonstrar como sua atuação interfere positivamente no desempenho de projetos, tais como percentual médio de desvios de orçamento, percentual médio de desvio de prazos, quantidade de projetos em atraso, satisfação dos clientes, valor financeiro dos desvios etc. Assim, o PMO pode usar a evolução desses dados e indicadores para demons- trar como o cenário evoluiu desde a sua criação, o que permite avaliar também o retorno sobre os investimentos de forma direta ou indireta. Com isso, por exemplo, a Alta Gerência pode direcionar o escopo de atuação do PMO para atuar na melho- ria de indicadores específicos. Além disso, essa demonstração de valor pode ajudar o PMO a obter aprovação da Alta Gerência para solicitações de responsabilidades adicionais que o permitam evoluir suas funções. Pós-Universo 13 Quando falamos em medir ou mensurar, estamos falando do processo de atribuir um número ou uma qualidade a uma característica de algo ou alguém. Por exemplo, podemos utilizar uma régua para estipular uma quan- tidade de centímetros a ser atribuída à característica“altura” de uma planta. Um indicador, por sua vez, é expresso através da relação obtida entre dados de características diferentes, ou entre medições diferentes de uma mesma característica, buscando sempre expressar variações. Por exemplo, pode- ríamos definir um indicador percentual de crescimento para uma planta, e o obteríamos através da relação entre os dados de duas medições de altura em momentos distintos. Transpondo este exemplo para o ambiente de projetos, poderíamos utilizar a mesma linha de raciocínio para estipular um indicador de avanço no projeto, calculado semanalmente e baseado na relação entre o percentual de escopo completo medido na semana an- terior e na semana atual. Fonte: Elaborado pelo autor. saiba mais No desempenho de suas atividades, o PMO terá clientes que precisarão ter suas necessidades atendidas e, conforme esses clientes evoluírem, também o PMO pre- cisará estar pronto a exercer atividades cada vez mais sofisticadas. Por exemplo, na função de reportar o status dos projetos para a Alta Gerência, o PMO pode iniciar encaminhando uma lista contendo os projetos em andamento, seus percentuais de conclusão, prazos previstos para conclusão e um semáforo para indicar a situação do projeto (vermelho para “em atraso”, amarelo para “com risco de desvio” e verde para “ok”). Com base nesse relatório, a diretoria pode optar, então, por chamar o gerente de um projeto em vermelho e o PMO para discutir formas de recuperar o projeto e direcionar as ações necessárias. Pós-Universo 14 Com o decorrer do tempo, ao sentir que o PMO entendeu seus princípios e que ele tem capacidade de propor ações autonomamente, a diretoria pode atribuir ao PMO a função de, ao montar o reporte de status, já propor alternativas para ações corretivas, de modo que a diretoria apenas responda indicando qual o curso a ser tomado. Mais adiante, o PMO pode ter autonomia para tomar a decisão sobre como proceder e, no reporte, apenas informar o status dos projetos e as ações tomadas, sem necessidade de ações específicas por parte da diretoria. Ou seja, quando a empresa amadurece, também o PMO precisa evoluir e aprimorar suas funções, de modo a in- centivar a continuidade desse amadurecimento da empresa e continuar agregando valor através de seus serviços. Isso significa estar atento às necessidades dos gerentes de projetos, dos proje- tos, da empresa e de seus clientes, sabendo que cada um deles terá características, valores e oportunidades ou deficiências próprias, que precisam ser consideradas para que o PMO consiga definir qual forma de trabalho ou de condução das atividades é mais adequada para se obter os melhores resultados possíveis a cada situação. Nas aulas seguintes serão apresentadas as 27 funções elencadas por Hobbs, Aubry e Thuiller (2007), agrupando-as segundo as classificações estratégica, tática e opera- cional, propostas por Cota, Levin e Pinto (2010). Essa análise tem por objetivo gerar um entendimento que nos permita diferenciar e organizar os serviços prestados pelos PMOs dentro de cada classificação e, assim, ter uma visão de como a atuação do PMO alcança cada um desses níveis. Veremos as atividades que podem estar envolvidas em cada uma das funções, de modo que se possa visualizar como a sofisticação na execução pode evoluir gradualmente. Esse conceito de sofisticação pode, inclusive, ser utilizado para avaliar a maturidade do PMO em cada um dos níveis de atuação. Pós-Universo 15 A atuação do PMO no nível operacional do gerenciamento de projetos envolve a prestação de serviços direcionados a um projeto ou indivíduo. Ou seja, nesse con- texto, a equipe do escritório de projetos literalmente “põe a mão na massa”, podendo atuar, por exemplo, no planejamento, execução e/ou controle de um projeto espe- cífico, recuperar um projeto com problemas, ou mesmo prover coaching/mentoring aos gerentes de projeto. Segundo Pinto, Cota e Levin (2010), são oito as funções operacionais que podem ser exercidas pelos PMOs: informar o status dos projetos para a alta gerência; moni- torar e controlar o desempenho de projetos; prover mentoring para os gerentes de projetos; gerenciar arquivos/acervos de documentação de projetos; gerenciar um ou mais programas; conduzir auditorias de projetos; executar tarefas especializadas para os gerentes de projetos; e conduzir revisões pós-gerenciamento do projeto (lições aprendidas). A seguir, vamos discutir cada uma delas. FUNÇÕES OPERACIONAIS Pós-Universo 16 Quadro 1 - Funções Operacionais do PMO Funções Operacionais do PMO 1 Informar o status dos projetos para a alta gerência 2 Monitorar e controlar o desempenho de projetos e programas 3 Prover mentoring para os gerentes de projetos 4 Gerenciar arquivos/acervos de documentação de projetos 5 Gerenciar um ou mais programas ou projetos 6 Conduzir auditorias de projetos 7 Executar tarefas especializadas para os gerentes de projetos 8 Conduzir revisões pós-gerenciamento do projeto (lições aprendidas) Fonte: Pinto, Cota e Levin (2010). Para informar o status dos projetos para a Alta Gerência, o PMO obtém as informa- ções relativas à situação dos projetos e, com elas prepara e encaminha um relatório. O PMO pode, ainda, realizar análises das situações dos projetos, gerar alertas ou mesmo interagir com as partes interessadas em busca de soluções possíveis para os proble- mas detectados, que podem constar do relatório para apoiar a tomada de decisão pela Alta Gerência. Conforme vimos na aula anterior, pode-se começar encaminhan- do uma lista de projetos simples, com nome, percentual de conclusão, prazo previsto para conclusão e um sinal colorido (vermelho, amarelo ou verde) para indicar o status geral, e depois evoluir conforme a necessidade. A Figura 1 mostra um exemplo de lista de projetos. Figura 6 Modelo de Lista Resumida de Status de Projetos Fonte: Elaborado pelo autor. Pós-Universo 17 Sempre que estiver apresentando o status de um projeto, o PMO deve indicar qual a situação dele: verde, amarelo ou vermelho. O verde indica um projeto em situação estável, que não precisa ações corretivas e, mas deve ter seus riscos monitorados para evitar problemas. O amarelo sinaliza que existem atrasos em tarefas do projeto, mas o gerente de projetos acredita que ainda pode recuperá-lo. Já o vermelho indica que o projeto possui várias tarefas em atraso e necessita de ações imediatas para sua recuperação, com alto risco de que não seja possível a recuperação e, com isso a linha de base do projeto seja perdida. Fonte: Adaptado de DEL COL, Luiz; FILHO, Maurício. PMO Peso Pesado – Como vencer no ringue dos projetos em grandes corporações. Brasport, 2013. saiba mais Ao monitorar e controlar o desempenho de projetos e programas da organização, o PMO pode abordar aspectos de prazo, custo, qualidade e satisfação do cliente, e prover relatórios de acompanhamento. Além disso, também pode tomar ações pre- ventivas e corretivas junto aos gerentes de projeto e a Alta Gerência. Esta é uma importante função para o PMO, uma vez que, principalmente quando a maturidade em gerenciamento de projetos da organização é baixa, os gerentes de projetos cos- tumam ter dificuldades para consolidar de forma consistente os indicares e reportar o progresso dos projetos de forma realista. Assim, é comum situações onde ocorrem desvios de prazo ou escopo que são compensados com o tempo de folga de outras etapas para serem corrigidos e o projeto é entregue no prazo. Entretanto, se não houver um entendimento de porque os problemas ocorreram, eles podem acontecer novamente em outros projetos que não tenham a sorte de contar com folgas. Assim, é necessário gerar nos gerentes e nas equipes o entendimento de que quaisquer problemas precisam ser reportados o quanto antes, de modo que as ações para evitar que tornem-se maiores ou que se repitam em outros projetos sejam tomadas. Pós-Universo 18 Uma das formasde buscar esse comprometimento e o entendimento de que o PMO é um parceiro para o sucesso (e não um “dedo-duro” de problemas) é prover mentoring para os gerentes de projetos, tanto sob solicitação, quanto em situações em que identificar que essa necessidade existe. Esse mentoring pode envolver o apoio às atividades de gerenciamento e controle, buscando transferir conhecimen- to técnico e/ou comportamental para o gerente ou ao time do projeto. Essas ações podem ser de grande valia, por exemplo, para gerentes de projeto que estão inician- do na empresa e ainda não tem familiaridade com os processos internos ou com o padrão de comunicação a ser utilizado com os clientes. Também pode ser positivo para facilitar a integração entre os gerentes e seus times de projeto quando estes estão trabalhando pela primeira vez na ou na empresa, ou juntos, ou sob um modelo de gerenciamento de projetos formal. Tendo esse acompanhamento inicial e vendo que podem contar com o PMO sempre que precisarem de apoio, os gerentes de projeto terão mais abertura para tratar de seus projetos com o PMO. A maior mudança inserida na quinta edição do Guia PMBOK® foi a inclusão da área “Gerenciamento das partes interessadas no projeto”. Nessa área estão contidos os processos exigidos para identificar todas as pessoas, grupos ou organizações, que podem afetar ou serem afetadas pelo projeto, de modo que se possa agir para compreender e gerenciar as expectativas dos envol- vidos. Uma das funções do PMO pode ser apoiar os gerentes de projetos no mapeamento dos riscos e das partes interessadas do projeto. Fonte: Adaptado de Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (PMBoK), Project Management Institute, 2013. saiba mais Buscando evitar a perda de informações relativas à execução dos projetos, o PMO pode gerenciar arquivos/acervos de documentação, através de um processo estru- turado para captar e armazenar documentos de projetos de toda a organização, e da análise da qualidade da documentação gerada. Para que esse processo agregue valor de fato, o PMO deve prover, também mecanismos que permitam que os usuá- rios que utilizam estas informações possam acessá-las quando necessário. Pós-Universo 19 Esse processo pode ser de vital importância, por exemplo, para garantir a partici- pação da organização em processos de licitações públicas, nos quais é comum que se peça comprovação da experiência da empresa em projetos semelhantes. Uma das formas de prestar esse serviço é, na metodologia padrão, definir que, para efetuar o encerramento administrativo do projeto, o gerente responsável deve encaminhar, junto com o termo de encerramento assinado pelo cliente, um ates- tado de capacidade técnica, também assinado pelo cliente. Nesse atestado, devem constar todas as informações técnicas relevantes ao projeto, tais como metodolo- gias, tecnologias, ferramentas, equipe envolvida, local da prestação de serviços, tipo de serviço, tempo de duração das atividades etc. Tendo um banco de atestados de capacidade técnica bem organizado, o PMO pode apoiar a área de vendas no aten- dimento das exigências técnicas das propostas comerciais, que muitas vezes é um fator decisivo no fechamento de um negócio. Além disso, esse histórico pode ajudar o PMO a encontrar projetos por suas ca- racterísticas técnicas (por exemplo, outros projetos que utilizaram a linguagem de programação Java) para analisar lições aprendidas, reaproveitar partes, ou contatar membros do time envolvido para resolução de dúvidas ou problemas nos projetos atuais. Além de oferecer assistência aos gerentes de projetos/programas sempre que solicitada, com metodologias e ferramentas específicas, o PMO também pode ge- renciar um ou mais programas ou projetos. Isso pode ser necessário, por exemplo, em projetos estratégicos nos quais a Alta Gerência demande essa abordagem, ou mesmo em casos em que o gerente de um projeto precise ser substituído, seja por questões de desempenho na condução do projeto ou por quaisquer outras ques- tões. Isso também pode ser necessário em situações em que é necessário executar um projeto pontual, de curta duração, e que não justifique a contratação de um gerente de projetos exclusivamente para isso e um profissional do PMO assume o papel em tempo parcial. Esse tipo de situação, apesar de desviar o gerente de proje- tos das atividades do PMO por uma parte de seu tempo, pode ser uma experiência positiva, uma vez que, ao assumir o papel de um gerente de projetos e responder ao PMO, o profissional experimenta na prática a condição de ser um cliente do PMO. Assim, pode identificar oportunidades de melhoria nos processos, nas documenta- ções e no treinamento dado aos gerentes de projeto. Pós-Universo 20 O PMO pode, também, conduzir auditorias de projetos reativas ou proativas em toda a organização, e utilizando os resultados para dar retorno aos envolvidos e propor ações preventivas ou corretivas. Nesse processo é normal que exista re- sistência por parte dos gerentes de projeto auditados, que podem interpretar essa ação como um “julgamento” ou uma “intervenção” e sentirem-se ameaçados pelo PMO. Entretanto, conforme os gerentes de projetos vão percebendo que essa pode ser uma oportunidade para ter o apoio do PMO para ajustar desvios, essa resistên- cia tende a diminuir. Da mesma forma, quanto maior a maturidade da organização, menor tende a ser essa resistência. Uma das formas de proceder na auditoria é a geração de um checklist em uma planilha contendo todos os passos da metodolo- gia nas linhas e tendo colunas para definição da necessidade de execução de cada passo para o projeto e se eles foram executados ou não, e se os entregáveis de cada passo foram gerados, conforme mostra a Figura 2 – Modelo de checklist de auditoria. # Processo da Metodologia de Gerenciamento de Projetos É obrigatório? O projeto atende? Entregáveis gerados Observações Si m N ão Si m N ão 1 Identificar a oportunidade X 2 Levantar Requisitos de Negócio X 3 Desenvolver WBS / Cronograma Macro X 4 Definir perfis necessários na equipe X 5 Maper riscos e definir respostas X 6 Definir Ações de Qualidade X 7 Planejar comunicações X 8 Planejar aquisições X 9 Determinar o orçamento X Figura 2 – Modelo de checklist de auditoria Fonte: Elaborado pelo autor. Pós-Universo 21 Assim, por exemplo, o responsável pela auditoria pode conferir se o passo de obrigató- rio de confecção de cronograma foi realizado e se os demais entregáveis obrigatórios associados ao cronograma (a Estrutura Analítica do Projeto e seu dicionário, por exemplo) foram feitos e estão salvos no repositório de documentação. Ao executar tarefas especializadas para os gerentes de projetos o PMO pode prover serviços avançados de gerenciamento de projetos aos gerentes de projeto de toda a organização. Esses serviços podem ser, entre outros, a análises de riscos, a elaboração e gestão de contratos e a recuperação de projetos com desvios. Um exemplo desse tipo de situação poderia ser o caso de um PMO que possua ferramentas de análise específicas e de uso pontual cujo valor não permita a aquisição de licenças indivi- duais para todos os gerentes. Nesse caso, o PMO pode fornecer o serviço de análise aos gerentes de projeto quando eles tiverem a necessidade, sem prejuízo ao anda- mento dos projetos e sem gerar custos de licenciamento desnecessários. Outro exemplo seria o PMO contar com um profissional com certificação em avaliação de riscos ou com uma certificação em análise de negócios para validar os planos de projeto e a lista de requisitos definidos pelo cliente, respectivamente. No caso da empresa não ter uma grande quantidade de projetos, e desses profissionais conseguirem atender à necessidade, não haveria necessidade de exigir dos demais gerentes de projeto ou analistasde negócios tais certificações e os recursos podem ser investidos em outras certificações mais relevantes para o momento. Conduzir revisões pós-gerenciamento do projeto, geralmente realizadas sob a denominação de “reunião de lições aprendidas”, também pode ser um serviço pres- tado pelo PMO. Além de facilitar o processo de condução dessa atividade, o PMO pode estabelecer, em sua metodologia, um processo que direcione o reaproveita- mento das lições aprendidas, disseminando o aprendizado obtido nos projetos atuais ou futuros da organização. Essas reuniões devem, preferencialmente, ser realizadas a cada encerramento de etapa ou entrega do projeto, de modo que as lições aprendi- das naquela etapa possam gerar ações que evitem que elas se repitam na próxima etapa pois, se forem deixadas apenas para o final do projeto, essas lições não mais servirão para o projeto em si, mas apenas para próximos projetos que talvez possam utilizá-las. E, a não ser que as lições capturadas gerem ações de mudança na forma de condução dos projetos, elas serão apenas “lições identificadas”, e não se tornarão “lições aprendidas”. Pós-Universo 22 Em sua empresa, costuma-se realizar reuniões de lições aprendidas? Essas lições são registradas e ficam disponíveis para todos? Você costuma ver pro- blemas em projetos se repetindo pelas mesmas razões? Por que as lições aprendidas não geram mudanças para evitar essas repetições? Fonte: Elaborado pelo autor. reflita Conforme vimos nesta aula, o PMO pode ter diversas funções ligadas diretamente ao contexto operacional, e voltadas para o atendimento de necessidades específicas de um projeto ou de um gerente de projetos. Apesar de termos a tendência natural a considerar que algo de nível estratégico é necessariamente mais importante que algo operacional, convido você a fazer a si mesmo os seguintes questionamentos: onde os projetos acontecem de fato? Onde os entregáveis são construídos e sua qua- lidade verificada? Onde ocorrem os problemas relativos a atrasos de cronograma? Onde ocorrem os problemas de relacionamento com a equipe ou com o cliente? Onde as crises geradas por problemas reportados ou ações corretivas mal imple- mentadas surgem? Todos os pontos levantados nesses questionamentos fazem parte do contexto de operação do projeto, ou seja, da linha de frente de execução das atividades, que é onde o projeto acontece de fato. Ambientes de projeto costumam ter muita pressão, e é comum ver gerentes de projetos e equipes atuando em mais de um projeto ao mesmo tempo e buscando atingir prazos que, geralmente, precisam ser cumpridos para que a empresa possa emitir o faturamento mensal ao cliente. Desse modo, é fundamental que os profissionais do PMO tenham experiên- cia sólida na execução dos projetos e saibam transmitir esses conhecimentos com confiança e firmeza em suas orientações ou ações de intervenção em projetos pro- blemáticos (Kendall & Rollins, 2003). Isso envolve não apenas conhecimentos técnicos, mas também a capacidade de abordar e se comunicar com os gerentes de projeto não com uma postura acu- sadora ou de cobrança por resultados, mas sim se posicionando como um parceiro para auxiliar no que for possível para a resolução dos problemas. Pós-Universo 23 Sem uma atuação competente no nível operacional, que consiga transformar em ação as decisões tomadas no nível estratégico e planejadas no nível tático, a empresa não conseguirá transformar em realidade os seus objetivos. Em um projeto de desenvolvimento de software, por exemplo, no momento em que uma propos- ta comercial para um projeto é aprovada pelo cliente ou que se opta pela execução de um projeto estratégico, os clientes externos ou internos à empresa estão, de fato, comprando uma ideia que está escrita no papel e investindo seus recursos em algo que imagina como resultado. Para que essa ideia vire uma entrega de fato, é neces- sária a coordenação de uma série de esforços, sejam eles técnicos, de comunicação, organização, enfim, tudo o que for preciso para que se tenha a entrega de um sistema funcional ao final da etapa ou do projeto. Quem faz com que tudo isso aconteça é o gerente de projetos, atuando junto com sua equipe e seus clientes no nível operacio- nal. Cabe ao PMO procurar a melhor forma de apoiá-los na materialização das ideias. Pós-Universo 24 Na aula anterior vimos como o PMO pode atuar no nível operacional, ou seja, envol- ve-se diretamente no contexto de execução de um projeto ou de trabalho de um indivíduo. Quando atua desse modo, o PMO está trabalhando para garantir que os objetivos dos projetos sejam atingidos, que as práticas de gestão definidas sejam se- guidas e que as metodologias estabelecidas sejam corretamente utilizadas. Mas, se existem práticas a serem seguidas, modelos de documentação a serem utilizados, objetivos a serem atingidos, como eles são definidos? Como estabelecer a metodologia de trabalho, treinar os profissionais para utilizá-la, verificar se ela está sendo utilizada corretamente e propor melhorias quando necessário? Como fazer o desdobramento dos objetivos estratégicos nos projetos, ações e metas, que serão o escopo de trabalho do nível operacional? FUNÇÕES TÁTICAS Pós-Universo 25 As repostas para essas questões podem ser encontradas no nível tático, que é o elo de ligação entre o nível estratégico e o nível operacional. Uma atuação de nível tático implica em que o PMO busca ofereça serviços que atendam a um grupo de projetos ou indivíduos (Pinto; Cota e Levin, 2010). Segundo Pinto, Cota e Levin (2010), são nove as funções táticas que podem ser exercidas pelos PMOs: desenvolver e implementar a metodologia padrão: desenvol- ver as competências dos profissionais, incluindo treinamento; implementar e operar sistemas de informação dos projetos; gerenciar interfaces de clientes; prover um conjunto de ferramentas para o gerenciamento de projetos; alocar recursos entre os projetos; implementar e gerenciar banco de dados de lições aprendidas; implemen- tar e gerenciar banco de dados de riscos; e recrutar, selecionar, avaliar e determinar salários dos gerentes de projetos. Funções Táticas do PMO 1 Desenvolver e implementar a metodologia padrão 2 Desenvolver as competências dos profissionais 3 Implementar e operar sistemas de informação dos projetos 4 Gerenciar interfaces de clientes 5 Prover um conjunto de ferramentas para o gerenciamento de projetos 6 Alocar recursos entre os projetos 7 Implementar e gerenciar banco de dados de lições aprendidas 8 Implementar e gerenciar banco de dados de riscos 9 Recrutar, selecionar, avaliar e determinar salários dos gerentes de projetos Quadro 1 - Funções Táticas do PMO Fonte: Pinto, Cota e Levin (2010). Uma metodologia de gerenciamento de projetos envolve um conjunto de proces- sos, princípios e regras a serem seguidas para que os projetos possam ser executados segundo um mesmo padrão de trabalho. Geralmente, isso envolve o alinhamento de metodologias que possam já existir em diferentes áreas, resultando na definição de uma metodologia única a ser seguida por todos. Pós-Universo 26 Tal passo é fundamental para que os gerentes de projeto e o PMO possam atuar de forma organizada e colaborativa. Por isso, uma das funções mais exercidas pelos PMOs é a de desenvolver e implementar a metodologia padrão de gerenciamento de projetos utilizada pela organização. Ter passos definidos a serem seguidos na condução dos projetos e utilizar modelos de documentação comuns a todos facilita o treinamento dos gerentes de projeto (aplica-se o mesmo treinamento a todos), a identificação de desvios (ao se detec- tar que um passo não foi executado) e a verificação da qualidade da documentação gerada (permite focar no conteúdo do documento sem precisar “decifrar” o formato). Além disso, a comunicação é facilitada uma vez que uma linguagem comum emerge da padronização de nomes e termos,assim evitam-se mal-entendidos. Por exemplo, imagine uma situação onde um gerente de projetos utiliza o termo “status report”, enquanto outro usa “relatório de progresso” e outro usa “resumo de acompa- nhamento”, todos se referindo ao mesmo documento. Provavelmente, a cada reunião de equipe, será necessário dispender alguns minutos no início das reuniões de status para equalizar como cada um chama seu relatório. Se a metodologia define claramente as fases de ciclo de vida dos projetos, também é facilitada a análise do progresso dos projetos, sendo possível concluir que x projetos estão em “Iniciação”, y em “Planejamento” e assim por diante. Sem uma organização assim, é necessário analisar os projetos caso a caso para chegar a uma conclusão de como eles se enquadram em cada etapa. Pós-Universo 27 O ciclo de vida do projeto é definido pelas fases que um projeto passa durante sua execução, desde o início até seu término. Apesar de serem de- finidas como sequenciais, as fases podem sobrepor-se de acordo com o planejamento definido para o projeto. Além disso, o número de fases e os nomes atribuídos a elas variam de acordo com a necessidade das organi- zações envolvida, a natureza do projeto, ou a área de aplicação. As fases, também, podem ser dividas com base em objetivos ou entregas interme- diárias a serem realizadas. Um ciclo de vida pode ser documentado em uma metodologia moldada de acordo com aspectos exclusivos da organização, setor ou tecnologia empregada. Assim, as entregas e atividades específicas conduzidas entre o início e o fim do projeto podem variar de empresa para empresa ou mesmo de projeto para projeto. De qualquer modo, o ciclo de vida oferece uma estrutura básica para o gerenciamento do projeto, qualquer que seja o tra- balho a ser desenvolvido. Fonte: Elaborado pelo autor. saiba mais O PMO pode, também, atuar para desenvolver as competências dos gerentes de projetos, inclusive através da realização de treinamentos na metodologia padrão da organização ou nas ferramentas utilizadas para o gerenciamento de projetos. O PMO pode, inclusive, estabelecer uma carreira específica para os gerentes de projetos, por exemplo, definindo níveis funcionais com base nas funções a serem exercidas, respon- sabilidades e grau de formação, inclusive propondo participações em treinamentos internos ou externos ou a obtenção de certificações ou diplomas acadêmicos. Pós-Universo 28 Por exemplo, o PMO apoiar a área de Recrutamento e Seleção ao definir que um gerente de projetos nível 1 pode gerenciar projetos de até 600 horas de esforço ou 3 meses de duração e que para essa função precisa de certificação PMP, boa capacida- de de comunicação e domínio de cronogramas. Suponha que exista um profissional da empresa que atue como coordenador de projetos e queira ser promovido a gerente de projetos que domine cronogramas, não possua certificação PMP e tenha dificuldades de comunicação. Nesse caso, o PMO pode orientá-lo informando os re- quisitos para a promoção e indicando a ele como proceder para obter a certificação e o que ele pode fazer para melhorar sua comunicação. Com isso, tem-se transpa- rência quanto aos critérios de promoção, clareza quanto ao que se deve buscar nos profissionais contratados e facilidade na orientação dos profissionais quanto a seu caminho para a evolução na empresa. Também pode ser responsabilidade do PMO a implementação de um sistema de informação dos projetos corporativo, que utilize uma base de dados única. Assim, as informações referentes aos projetos podem ser alimentadas, disponibilizadas e acom- panhadas de forma centralizada, tanto pelos gerentes de projeto quanto pelas partes interessadas. Um exemplo disso poderia ser um sistema alimentado continuamente com todas as informações dos projetos da empresa e que disponibilize uma visão de indicadores de portfólio para a Alta Gerência, uma visão de indicadores de projetos para os gerentes de projetos e relatórios de progresso para as demais partes interes- sadas da organização ou mesmo para os clientes do projeto. Outra atribuição de um PMO pode ser a de gerenciar interfaces com clientes, ou seja, gerenciar o relacionamento com os clientes dos projetos executados pela organização. Isso pode envolver a administração de expectativas, a avaliação da sa- tisfação e a garantia do cumprimento dos acordos estabelecidos, sendo que o PMO deve ter autoridade para influenciar diretamente a gestão dos projetos envolvidos. Nesse sentido, uma prática que pode ser interessante é a de que, para cada re- latório de progresso gerado, o PMO seja o responsável pela captação da percepção do cliente em relação ao projeto. Isso pode ser uma boa prática pois, por ter uma relação próxima ao gerente de projetos, o cliente pode sentir-se constrangido em emitir opiniões críticas ou reclamações diretamente a ele. Assim, o PMO pode atuar para criar empatia com o cliente, captar a real percepção dele quanto ao projeto e orientar o gerente de projetos como proceder. Pós-Universo 29 Pode, também, detectar problemas que possam estar ocorrendo entre o gerente de projetos e o cliente, essa prática também mostra ao cliente que ele tem o apoio da empresa que está prestando o serviço, independentemente de quem seja o gerente de projetos. Sua empresa utiliza alguma ferramenta de gestão de projetos padronizada? Mesmo que toda a empresa utilize a ferramenta, a forma de organização dos projetos dentro da ferramenta é a mesma para todos os projetos? Fonte: Elaborado pelo autor. reflita Além de fornecer um sistema de informações corporativo, o PMO também pode ser responsável por prover as ferramentas a serem utilizadas para o gerenciamento de projetos. Podem contemplar, por exemplo, funcionalidades de controle de crono- gramas, controle de orçamentos, gestão da qualidade, entre outros. Numa situação ideal, essas ferramentas devem ser padronizadas e utilizadas por toda a organização de maneira integrada, e também, serem alinhadas às metodologias existentes. Por exemplo, se a organização tem um fluxo para aprovação de iniciativas de projetos, que envolva a aprovação por diferentes setores, esse fluxo poderia estar em uma fer- ramenta de workflow corporativa. Tal realidade, entretanto, está muito longe do se costuma observar nas empresas. Geralmente, os PMOs possuem uma metodologia de gerenciamento que está publicada em planilhas ou arquivos de texto compartilhados em um diretório com- partilhado na rede interna, os orçamentos são controlados por planilhas de cálculo que ficam sob poder dos gerentes de projetos, assim como os cronogramas e as pla- nilhas de garantia e controle de qualidade. As aprovações são realizadas por e-mail, e geralmente os responsáveis precisam ser cobrados por telefone para dar retorno dentro dos prazos necessários. Desse modo, o PMO precisa estabelecer um proces- so claro de organização e controle desse fluxo de informações quando não existem ferramentas corporativas disponíveis, o que pode ser bastante trabalhoso ou mesmo inviável. Pós-Universo 30 Outra atribuição que pode caber ao PMO é a aloção de recursos entre os projetos. Nesse caso, o PMO precisa ter a visão do conjunto de recursos humanos e autoridade para que possa definir a alocação e a movimentação dos recursos necessários entre os projetos. Esse tipo de função costuma ser mais comuns em PMOs que atuem em organizações com estruturas projetizadas, onde têm mais poder sobre a gestão dos recursos humanos, financeiros e materiais. Essas atividades podem ser executadas em diferentes níveis. Por exemplo, em uma empresa com estrutura matricial o PMO pode ter sob sua responsabilidade um time de gerentes de projeto e todos os projetos executados pela organização são conduzidos por esses gerentes. Quando um projeto é aprovado pela Alta Gerência, o PMO indica o profissional mais adequado para a condução do projeto (podendoinclusive retirá-lo de outro projeto e substituí-lo por outro gerente do PMO) e, a esse profissional, caberá nego- ciar os recursos com os gerentes funcionais. Outra forma de atuação seria o PMO, além de ter os gerentes de projetos sob sua gestão, também ter as equipes técnicas sob sua responsabilidade. Essa equipe técnica pode fazer parte do “pool” de recursos do PMO, de modo que o gerente de projetos será responsável por negociar os recursos necessários com os demais geren- tes de projetos, solicitar ao PMO que aumente o “pool” para atender sua necessidade ou contratar novos recursos de forma temporária e exclusiva para o projeto. Cada forma de atuação possui pontos positivos e negativos a serem considera- dos, pois no caso do “pool”, caso a demanda diminua ocorrerão custos de ociosidade e, no caso da contratação temporária, os profissionais podem trabalhar de forma mais lenta para aumentar seu tempo de contrato ou saírem antes do final por encontra- rem outra oportunidade (temporária ou não) em outra empresa. Se no nível operacional o PMO pode ajudar na condução das reuniões de lições aprendidas, no nível tático ele pode ter atribuição de implementar e gerenciar um banco de dados de lições aprendidas. No seu nível mais sofisticado, essa função pode significar a consolidação das lições aprendidas de toda a organização em uma ferra- menta corporativa única que possa ser utilizada por todos para o registro de novas lições e a recuperação das lições armazenadas. Pós-Universo 31 Esse banco de dados, por exemplo, pode ser consultado por gerentes de projeto antes de iniciar um projeto que tenha características semelhantes a um projeto já executado pela organização. Desse modo, pode-se tomar ações preventivas para evitar incorrer nos mesmos problemas ocorridos nesses projetos. Nesse mesmo sentido, o PMO implementar e gerenciar um banco de dados de riscos, que assim como o banco de lições aprendidas, armazenará os riscos levantados nos projetos da organização e, em seu nível mais sofisticado de prestação de serviço, disponibilizar uma ferramenta única corporativa que possa ser acessada por todos. Além disso, pode, também, criar uma estrutura analítica de riscos que consolide os riscos gerenciados pela organização. Com isso, pode-se ter o acompanhamento de todos os riscos que a organização está enfrentando no momento e monitorar seu desenvolvimento. Além dos serviços já citados, o PMO pode também prestar serviços de recruta- mento, seleção, avaliação e definição de salários dos gerentes de projetos. Isso pode incluir a confecção de roteiros de entrevista, definição de critérios a serem usados na seleção e formas de avaliação desses critérios. Essas atividades podem ser exe- cutadas exclusivamente pelo PMO ou em conjunto com o setor responsável pelo recrutamento e seleção de colaboradores da organização. Apesar de parecerem se- melhantes às atividades da função de desenvolver as competências dos gerentes de projetos, estamos falando aqui de atividades que estão muito mais relacionadas com o que um setor de recrutamento e seleção realiza ao buscar os profissionais adequa- dos para a empresa, enquanto o desenvolvimento de competência está relacionado a como apoiar os recursos que entraram na sua evolução como profissionais dentro da organização. Espero que após os conceitos e exemplos tratados nesta aula você consiga com- preender quais são as funções executadas pelos PMOs no nível tático. Se no nível operacional é onde ocorrem as atividades que de fato transformam ideias em entre- gas, no nível tático é onde se planeja como essa transformação será realizada. Assim, ter uma boa organização nesse nível é crucial para que se obter um melhor desem- penho na linha de frente dos projetos e evitar que ocorram retrabalhos por falhas de comunicação ou desatenção quanto às etapas necessárias. Pós-Universo 32 Para isso, é fundamental que exista uma metodologia padrão a ser seguida pelos gerentes de projetos, de modo que todos possam utilizar o mesmo jargão e discutir soluções e trocar experiências quanto a forma de trabalho. O mesmo se aplica para as ferramentas, forma de alocação dos recursos, de registro de lições aprendidas, de- senvolvimento de profissionais e definição de suas carreiras. Isto é, o nível tático está muito ligado aos processos a serem seguidos por um grupo de gerentes de projetos ou por um grupo de projetos para garantir que todos estejam trabalhando de uma forma padronizada que permita a análise dos projetos e seus resultados através de dados e indicadores usados corporativamente. Pós-Universo 33 Para atuar em nível estratégico, o PMO deve oferecer a seus clientes serviços que, de alguma forma, possuam alguma ligação com as questões estratégicas da organiza- ção. Nesse sentido, o PMO pode gerir o portfólio de projetos, prover informação a alta gestão para a tomada de decisão, priorizar projetos, e monitorar a realização da estratégia, entre outros (into, Cota e Levin, 2010). Ainda de acordo com os autores, são dez as funções estratégicas que podem ser exercidas pelos PMOs: prover aconselhamento à alta gerência; coordenar e integrar projetos de um portfólio; desenvolver e manter um quadro estratégico de projetos (project scoreboard); promover o gerenciamento de projetos dentro da organização; monitorar e controlar o desempenho do próprio PMO; participar do planejamento estratégico; gerenciar um ou mais portfólios; identificar, selecionar e priorizar novos projetos; gerenciar os benefícios de projetos e programas; mapear o relacionamen- to e o ambiente de projeto. FUNÇÕES ESTRATÉGICAS Pós-Universo 34 Quadro 1 - Funções estratégicas do PMO Funções Estratégicas do PMO 1 Prover aconselhamento à alta gerência 2 Coordenar e integrar projetos de um portfólio 3 Desenvolver e manter um quadro estratégico de projetos (project scoreboard) 4 Promover o gerenciamento de projetos dentro da organização 5 Monitorar e controlar o desempenho do próprio PMO 6 Participar do planejamento estratégico 7 Gerenciar um ou mais portfólios; 8 Identificar, selecionar e priorizar novos projetos 9 Gerenciar os benefícios de projetos e programas 10 Mapear o relacionamento e o ambiente de projeto Fonte: Pinto, Cota e Levin (2010). O nível mais alto de influência que um PMO pode atingir se dá quando ele é soli- citado a constantemente a prover aconselhamento à Alta Gerência, participando formalmente do processo de tomada de decisão estratégica. Segundo a pesqui- sa PMSurvey.org (2013), apenas de 32,4% participam do planejamento estratégico, enquanto na função de informar o status dos projetos para a alta gerência esse per- centual sobe para 76,7%. Isso indica que, os PMOs já têm o reconhecimento da Alta Gerência quanto à importância de suas atribuições operacionais, especialmente na coleta e presta- ção de informação sobre o andamento dos projetos em execução, e já são vistos, ainda que em menor escala, como parceiros estratégicos na definição dos rumos das organizações. Cabe observar, também, que apenas 9% dos PMOs que participaram da pesquisa declararam estarem no nível mais alto de maturidade (no qual os PMOs são consulta- dos continuamente pela Alta Gerência para tomada de decisão) e somente 28% dos PMOs reportam-se diretamente para a presidência. Embora a pesquisa PMSURVEY não possua critérios para selecionar as empresas e que a tipologia do escritório de projetos avaliados não é claramente definida, uma primeira análise dos resultados nos leva a crer que as funções estratégicas nem sempre estão presentes nos PMOs. Pós-Universo 35 Outra função estratégica dos PMOs pode ser a de coordenar e integrar os proje- tos componentes de um portfólio. Para isso, pode atuar para identificar e monitorar interdependências entre os componentes do portfólio e atuar de forma preventi- va e proativa para garantir a viabilidade de execução do portfólio. Por exemplo,no caso de um programa para implantação de um datacenter, ao identificar um pos- sível atraso no projeto de construção da sala, o PMO pode tomar ações para evitar ou mitigar esse desvio e, também, informar os gerentes dos projetos dependentes e apoiar o replanejamento desses projetos, buscando adiantar outras tarefas que não dependam da sala estar pronta, por exemplo, a instalação de sistemas operacionais e configuração dos servidores. Para facilitar o acompanhamento dos projetos e programas da organização, o PMO pode desenvolver e manter um quadro estratégico de projetos (project score- board), com o objetivo de disponibilizar informações referentes aos componentes do portfólio. Esse quadro pode conter, também, avaliações sobre o retorno dos investi- mentos (ROI – Return of Investment), as dependências entre os projetos e programas, riscos e prazos de portfólio, servindo como apoio para a tomada de decisão pela Alta Gerência. Esse quadro seria uma versão em mais alto nível das informações sobre o andamento dos projetos geradas nas funções operacionais do PMO. A lógica é se- melhante, porém as informações e as análises ocorrem em níveis completamente diversos. Enquanto no nível operacional se fala apenas em prazos, percentuais e indica- dores de progresso cada projeto em específico, em nível estratégico, além dessas informações, se fazem analises quanto ao volume de recursos financeiros retornado pelos projetos frente ao investimento realizado (ROI), dependências entre os proje- tos (como o exemplo que vimos acima sobre o programa de implantação de um datacenter), o quanto o projeto está atendendo os objetivos estratégicos e está in- fluenciando os indicadores associados a esse objetivo, entre outros. Como uma área que serve de referência para o assunto, é natural que um dos ser- viços prestados por um PMO seja a promoção do gerenciamento de projetos dentro da organização. Isso pode acontecer através de ações eventuais para sensibilizar as equipes e os níveis hierárquicos, começando pelas gerências de departamento e podendo chegar até a Alta Gerência. Além disso, o PMO pode desenvolver e publi- car políticas e diretrizes para o gerenciamento de projetos nos departamentos ou Pós-Universo 36 para toda a organização. Essas políticas e diretrizes podem, por exemplo, estabelecer normas para a realização de treinamentos periódicos; a realização de eventos, a divul- gação de cases de projetos e a utilização de ferramentas e recursos da organização. Para que o PMO possa justificar os investimentos necessários para sua manuten- ção, e para que possa avaliar se a sua atuação está sendo eficiente, ele deve ser capaz de monitorar e controlar o seu próprio desempenho. Para isso, pode solicitar a seus clientes um retorno formal sobre sua atuação e definir indicadores de desempenho para os processos sob a sua responsabilidade, compartilhando-os com seus clientes. Por exemplo, o PMO pode estabelecer acordos de níveis de serviço (SLA – Service Level Agreement) com prazos para a execução de cada processo e posteriormente divulgar os níveis registrados, tal como prazo de dois dias úteis para revisão de um cronograma, ou de cinco dias úteis para realizar o encerramento administrativo dos projetos etc. Além disso, pode compartilhar metas com seus clientes e definir pro- cessos formais para a melhoria contínua e aumento de sua maturidade, avaliando continuamente a necessidade de eliminar, manter ou criar novos serviços que con- tribuam para esses objetivos. Os Service Level Agreements (SLA) ou Acordos de Nível de Serviço (ANS) são acordos que definem metas, papéis e responsabilidades relativos à prestação de serviços. Eles podem ser firmados entre áreas da organiza- ção e também com prestadores de serviços externos. As metas devem ser definidas com base em Key Performance Indicators (KPIs), ou Indicadores- Chave de Desempenho, que serão monitorados. A manutenção da operação dentro das metas definidas é o que define o nível de prestação de serviço. Por exemplo, pode-se estabelecer um SLA para as revisões de cronograma feitas pelo Escritório de Projetos definindo, por exemplo, que se o Escritório de Projetos ficar acima dos 95% de entregas no prazo para revisões de cro- nograma, ele recebera US$ 100,00 por revisão; se ficar entre 95% e 85%, receberá US$ 90,00; qualquer percentual abaixo de 70% receberá US$ 50,00 e, caso o SLA fique três meses consecutivos abaixo de 70%, o contrato pode ser automaticamente cancelado pelo cliente. Fonte: The Official Introduction to the ITIL Service Lifecicle, Office of Government Commerce. (2007),.Norfolk, United Kingdom: TSO. saiba mais Pós-Universo 37 Além de prover aconselhamento à Alta Gerência, o PMO também pode ter, como um de seus serviços, a participação no planejamento estratégico corporativo ou de- partamental. Essa participação pode ser regular ou eventual, e a forma como o PMO poderá contribuir varia de acordo com os serviços por ele prestados. Uma forma de colaboração, por exemplo, pode ser a comunicação, aos participantes do plane- jamento estratégico, da situação atual dos projetos de desenvolvimento de novos produtos, pois, com base no prazo de conclusão desses projetos, a empresa pode estabelecer suas estratégias de marketing e metas de faturamento. Outro serviço estratégico que pode ser prestado por um PMO é o de gerenciar um ou mais portfólios de projetos e/ou programas da organização. Essa divisão dos projetos em diversos portfólios pode ser realizada para facilitar o processo de gestão estratégica. Por exemplo, caso a empresa tenha cinco objetivos estratégicos, cada qual com dez projetos associados e seis indicadores para aferimento. Nessa situa- ção, pode ser mais fácil para a empresa separar os projetos em portfólios específicos para cada objetivo estratégico. Além disso, o PMO pode manter uma lista dos projetos ativos da organização, com suas respectivas prioridades, estabelecer e facilitar processos formais de defini- ção, desenvolvimento e execução do portfólio. Realizar essa função pode implicar na definição de uma metodologia padrão específica para a gestão de portfólios, uma vez que o objetivo, o nível de análise e procedimentos desse tipo de atividades pra- ticamente não tem relação com uma metodologia de gerenciamento de projetos. Para controlar o processo de gestão do portfólio, o PMO pode contar com sistemas específicos que facilitem a interação entre os envolvidos. Um workflow pode facilitar o controle sobre os fluxos de aprovação especialmente os responsáveis pelas etapas de aprovação dos projetos encontram-se em lugares distantes geograficamente. Outro ponto a considerar é que a seleção e priorização dos projetos pode levar em conta uma série de cálculos relativos a retorno sobre o investimento, percentuais de influência estimados sobre indicadores, entre outros. Assim, ter um sistema que realize esses cálculos e simule diferentes priorizações considerando esses diversos fatores pode ser uma grande ferramenta de apoio à tomada de decisão estratégica. Pós-Universo 38 Segundo a pesquisa Pulse Of The Profession 2014, realizada pelo Project Management Institute (PMI), das empresas participantes da pesquisa, 57% das que apresentam alto desempenho tem um alto alinhamento dos pro- jetos à estratégia da organização. Já nas empresas que apresentam baixo desempenho, apenas 28% também possuem um alto alinhamento. Fonte:<https://www.pmi.org/Knowledge-Center/Pulse.aspx>. Acesso em: 4 jun. 2014. fatos e dados No mesmo sentido, outro serviço que o PMO pode prestar no nível estratégico, é o de identificar, selecionar e priorizar novos projetos. Para isso, o PMO deve buscar o estabelecimento de categorias e critérios formais a serem utilizados pelos departa- mentos ou pela organização como um todo, sendo que esses critérios devem estar alinhados o máximo possível à estratégia do portfólio para o qual os projetosestão sendo considerados. Segundo a PMSurvey.org (2013), apenas 42% das empresas executa seus projetos de maneira completamente alinhada ao planejamento estratégico. Esse desalinha- mento pode resultar em projetos abortados ou cujo resultado pode ser abandonado com pouco ou nenhum retorno para a organização. Uma das principais deficiências das organizações costuma ser a falta de analises quanto ao retorno do investimento realizado nos projetos e programas. Uma solução para isso pode ser a prestação, pelo PMO, de um serviço destinado a gerenciar os be- nefícios de projetos e programas. Nesse sentido, o PMO pode acompanhar a evolução da realização dos benefí- cios esperados durante a realização dos projetos e após seus encerramentos. Desse modo, o PMO pode avaliar os resultados de negócio frente aos objetivos estratégi- cos originais da organização, que constam no planejamento estratégico. Por fim, o PMO pode mapear o relacionamento e o ambiente de projetos na or- ganização. Para isso, o PMO pode identificar as partes interessados nos projetos da organização, analisar suas expectativas e criar uma estratégia de relacionamento com elas, atuando proativamente para implementá-la. Pós-Universo 39 Nessa função, as habilidades de comunicação e negociação são fundamentais para os integrantes do PMO. Não é à toa que essas duas habilidades ficaram em pri- meiro e terceiro lugar, respectivamente, nas funções consideradas mais importantes para o gerenciamento de projetos segundo os participantes da pesquisa PMSurvey. org (2013). Além disso, ainda de acordo com a mesma pesquisa, os principais motivos de fracasso dos projetos são problemas de comunicação, em primeiro lugar, e escopo não definido adequadamente (que sempre exige negociação), em segundo lugar. O apoio do PMO no mapeamento desses relacionamentos pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso do projeto, principalmente quando o gerente de pro- jetos é novo na organização ou está atuando em outra unidade ou área à qual não tem proximidade, ou não tenha acesso a todos os níveis de gerência que podem in- fluencia-lo e aos quais o PMO tenha acesso. Nessas situações, o trabalho do PMO é fundamental para clarear essas áreas de sombra, ou seja, pontos onde há dúvidas quanto a autoridade do gerente de projetos, geradas pela limitação de autoridade ou falta de conhecimento do contexto por parte do gerente de projetos. Nesta aula estudamos as funções realizadas pelo PMO no nível estratégico. Os resultados dos projetos são produzidos no nível operacional, ou seja, ali as ideias são transformadas em entregáveis concretos. O PMO pode trabalhar junto com os ge- rentes de projetos na “linha de frente” de execução, garantido as entregas. No nível tático, define-se como trabalhar para aumentar a probabilidade de que essas ideias possam, de fato, tornarem-se entregáveis. Nesse nível, o PMO apoia os gerentes de- finido, entre outros, metodologias, modelos e ferramentas que organizem e facilitem os trabalhos. Mas é no nível estratégico que se define porque os projetos são rea- lizados e quais são os benefícios que se espera obter através dos entregáveis dos projetos. Aqui o PMO pode, entre outros, apoiar a seleção e a priorização dos pro- jetos que melhor atendam aos objetivos estratégicos da empresa, aconselhando e apoiando a Alta Gerência na tomada de decisões estratégicas. Para os gerentes de projeto, o PMO pode, por exemplo, fornecer apoio no mapeamento do contexto or- ganizacional ou fomentando a cultura de gerenciamento de projetos na empresa. Pós-Universo 40 De acordo com o que estudamos até o momento, vimos que existem vários tipos de PMOs, que podem exercer diferentes funções, em diferentes níveis de sofisticação. Além disso, sabemos que projetos são esforços temporários, mas que são executa- dos dentro de organizações que, em sua maioria, possuem estruturas funcionais ou matriciais. Desse modo, dependo do tipo de PMO, os gerentes de projeto podem ter que se reportar ao PMO e ainda disputar recursos humanos para os projetos com os gerentes funcionais, o que pode gerar um ambiente complexo (Albergarias, 2012). Assim, é preciso ter especial atenção quanto ao perfil dos componentes da equipe que conduzirá as atividades do escritório de projetos, pois a competência técnica, apenas, pode não ser suficiente para o sucesso desses profissionais e do PMO como um todo. O PMI, possui o Project Management Competency Development, que des- creve as habilidades e competências consideradas necessárias para os profissionais EQUIPE DO ESCRITÓRIO DE PROJETOS Pós-Universo 41 de gerenciamento de projetos. Já a International Project Management Association (IPMA) organizou as competências necessárias aos gerentes de projeto em três grupos: grupo de competências técnicas, grupo de competências comportamentais e grupo de competências contextuais. Estudaremos, aqui o modelo proposto pelo IPMA. A lista completa das competências de cada grupo pode ser vista na figura 1. Competências técnicas 1 Sucesso no gerencia- mento do projeto 8 Resolução de problemas 15 alterações (ou modificações) 2 Partes interessadas 9 Estruturas de projetos 16 Controle e reporte 3 Objetivos e requisitos do projeto 10 Escopo de entregas 17 Informações e documentação 4 Riscos: oportunidades do projeto 11 Tempo de fases do projeto 18 Comunicação 5 Qualidade 12 Recursos 19 Iniciação 6 Organização do projeto 13 Custos e finanças 20 Encerramento 7 Trabalho em equipe 14 Aquisições e contratos Competências comportamentais 1 Liderança 6 Abertura 11 Negociação 2 Comprometimento e motivação 7 Criatividade 12 Conflitos e crises 3 Autocontrole 8 Orientação para resultados 13 Confiabilidade 4 Assertividade 9 Eficiência 14 Valores 5 Descontração 10 Aconselhamento 15 Ética Competências contextuais 1 Orientação a projetos 6 Negócio 2 Orientação a programas 7 Sistemas, produtos e tecnologias 3 Orientação a portfólio 8 Gestão de pessoas 4 Implementação de projetos, programas e portfólio (PPP) 9 Saúde, meio-ambien- te e segurança 5 Organização permanente 10 Aspectos legais Figura 1 - Competências dos gerentes de projetos segundo a IPMA. Fonte: IPMA (2012). Pós-Universo 42 A International Project Management Association (IPMA) foi a primeira or- ganização gerenciamento de projetos, fundada na Suíça no ano de 1965 (o Project Management Institute – PMI - surgiu em 1969). Assim como o PMI, é uma organização sem fins lucrativos que busca o desenvolvimento e a pro- moção mundial da profissão de gerenciamento de projetos. Sua atuação, entretanto, está mais voltada para as competências profissionais dos ge- rentes de projeto, sendo que a instituição possui, inclusive, um modelo de certificação baseado em competências. Fonte: Adaptado de < https://klingermenezes.wordpress.com/2007/06/30/ pmi-x-ipma-vamos-entender-quem-sao-e-quais-suas-principais-diferen- cas/>. Acesso em: 08 Set. 2018. saiba mais As competências técnicas tratam das competências necessárias para o gerencia- mento de projetos e relacionados à condução do projeto desde seu início até o seu encerramento. Essas vinte competências envolvem, por exemplo, as habilidades de comunicação que, como já vimos, são fundamentais para os gerentes de projetos; de controle e reporte, imprescindíveis para a geração dos relatórios de status para a Alta Gerência; e de resolução de problemas, muito necessária para a garantir o an- damento do projeto no dia a dia. Como a sua empresa prepara os gerentes de projetos e as equipes para a atuação nos projetos? Você acha que a forma de preparação atual é sufi- ciente? Como você considera que ela deveria ser? Fonte: Elaborado pelo autor. reflita Pós-Universo 43 As competências comportamentais, por sua vez, referem-se às atitudes e compor- tamentos que possam ser relevantes no contexto de gestão de projetos. Entre as quinze competências listadas estão, porexemplo, as competências de negociação, sem a qual um gerente de projetos não sobrevive num ambiente de alta pressão; de orientação para resultados, uma vez que não há sucesso sem que os resultados es- perados sejam atingidos; e de liderança, pois sem a união dos envolvidos em torno dos objetivos, não há resultado. Por fim, as competências contextuais tratam de como os conceitos relativos ao projeto, programa ou portfólio estão ligados às organizações envolvidas no projeto. Isto é, tratam da compreensão de como estes conceitos dentro da situação atual do projeto, ou seja, do contexto de execução do projeto. Entre as onze competências sugeridas estão: negócio, pois os projetos estão sempre relacionados aos objetivos de negócio da empresa; gestão de pessoas, necessária para a o desenvolvimento das equipes; e finanças e contabilidade, uma vez que controles orçamentários são com- plexos e cada organização tem processos específicos. Segundo a pesquisa Pulse Of The Profession 2014, realizada pelo Project Management Institute (PMI), o nível de desempenho das empresas está di- retamente relacionado à práticas de Gestão de Talentos efetivas. Dentre as práticas onde há maior diferença de percentual de utilização entre as em- presas de alto e baixo desempenho estão: treinamento em gerenciamento de projetos (26% a mais nas organizações de maior desempenho), proces- sos formais para desenvolvimento de competências em gerenciamento de projetos (32% a mais), processos formais para aumento de maturidade em gerenciamento de projetos (31%) e carreira de gerenciamento de projetos definida (30%). Fonte: <https://www.pmi.org/Knowledge-Center/Pulse.aspx>. Acesso em: 05 jun. 2014. fatos e dados Pós-Universo 44 Agora que já vimos as competências necessárias aos gerentes de projetos, podemos tratar dos papéis que eles podem assumir quando estiverem atuando em um EP. Segundo Kendall e Rollins (2003), a definição dos papéis necessários para a condução do PMO depende dos objetivos que estão sendo buscados por ele. Esses objetivos norteiam, também, os serviços a serem prestados pelo PMO. A Figura 2, ilustra os papéis sugeridos por Kendall e Rollins (2003), mas é preciso considerar que cada papel deve ser criado dentro da estrutura que estivermos cons- truindo apenas se tivermos a clara percepção de que ele agregará valor para o PMO e seus clientes. A hierarquia proposta na figura é uma sugestão de como organizar os papéis propostos pelos autores. Figura 2 - Papéis do PMO e sugestão de hierarquia Fonte: adaptado de Kendall e Rollins (2003). Pós-Universo 45 O primeiro papel a ser considerado é o de Executivo do PMO (PMO Executive), que é quem estabelece a proposição de valor do PMO. É quem cria o ambiente favorável junto a Alta Gerência e que garante o comprometimento dos gerentes de projeto e gerentes funcionais. Também pode ser o responsável pela contratação e reten- ção da equipe do PMO e pela definição e aprovação dos orçamentos relacionados ao PMO. Deve ter direcionamento executivo, mas precisa saber trabalhar bem com todos os níveis da organização e, preferencialmente, ter um background multidisci- plinar. É o primeiro recurso a ser contratado ou alocado para um PMO. Muitas vezes, esse papel é assumido por um diretor da empresa, que atua de forma semelhante a um patrocinador de projeto, fornecendo recursos e suporte para o PMO, buscando o apoio da organização para a implantação e atuando como seu porta voz do PMO junto à Alta Gerência. Outro possível papel é o de Gerente de Portfólio de Projetos (Project Portfolio Manager), que é o responsável por analisar o portfólio de projetos e fazer recomen- dações à Alta Gerência e pode, também, atuar no balanceamento do portfólio e na definição dos critérios de priorização de projetos. Além disso, também avalia e ajuda a implementar processos para melhorar o fluxo de entrega de projetos. Deve ter ha- bilidade lidar com a sensibilidade dos níveis executivos quando da apresentação de relatórios que demonstrem resultados negativos no portfólio. Com isso, pode ser o backup para o Executivo do PMO. Pós-Universo 46 O Mentor em Gerenciamento de Projetos (Project Management Mentor) é o papel responsável para dar suporte em intervenções para recuperação de projetos e atua junto ao nível operacional para apoiar os times de projetos a aumentar suas velo- cidades de entrega. Também provê treinamento e coaching para os envolvidos no contexto de gestão de projetos. Pode conduzir avaliações de projetos e reporta-se diretamente ao Executivo do PMO. Deve ter habilidade para trabalhar em situações de alto estresse e ter postura consultiva nas suas intervenções. Já o papel de Mentor em Ferramentas de Gerenciamento de Projetos (Project Management Tool Mentor) tem a responsabilidade de prover liderança técnica, mentoring e coaching na utilização de todas as ferramentas do PMO. Deve garantir a integridade dos dados coletados e ter domínio total da ferramenta de controle de cronogramas. Deve ter facilidade de aprendizado no uso de novas ferramentas e ter domínio das melhores práticas do PMI. Outro papel possível dentro do PMO é o de Especialista de Suporte (Help Desk Specialists), que tem como responsabilidade atender e monitorar os chamados dos envolvidos no contexto de gerenciamento de projetos. Devem ter conhecimento completo das metodologias e ferramentas usadas pelo PMOe ter excelente capaci- dade de comunicação. O Gerente de Portfólio de Recursos (Resource Portfolio Manager), por sua vez, é o papel responsável por garantir a utilização completa e correta dos recursos estratégi- cos organizacionais, sejam eles humanos, financeiros ou materiais. Busca a aplicação desses recursos de forma alinhada aos objetivos do portfólio e auxilia os gerentes de projeto a encontrar os recursos necessários rapidamente. Deve ter alta capacidade de negociação e de lidar com situações de estresse. O papel de Especialista em Metodologia (Methodology Specialist) tem como responsabilidade trabalhar com os times de projeto na aplicação da metodologia de gerenciamento de projetos utilizada pelo PMO. Ele avalia o uso da metodologia pelos times e trabalha em conjunto com o Mentor em Gerenciamento de Projetos para identificar e superar obstáculos ou resistências ao uso. Deve ter um alto conhe- cimento de práticas de gerenciamento de projetos e ter habilidade para ensinar os conceitos necessários aos times. Pós-Universo 47 O Instrutor em Gerenciamento de Projetos (Project Management Trainer) é o papel responsável por treinar os times de projeto, unidades funcionais e outras or- ganizações nos conceitos básicos e avançados em gerenciamento de projetos. Deve, preferencialmente, ter experiência sólida em treinamentos previamente à contrata- ção para o PMO. Por fim, o Administrador de Dados (Data Administrator) é o papel que atua na organização da documentação do PMO e que gera análises referentes às previsões financeiras e de alocação da equipe. Deve ter habilidade para organizar grandes quantidades de informação, realizar consolidação de dados e trabalhar em situa- ções de estresse. Após conhecer os possíveis papéis assumidos pela equipe de um PMO, segundo a classificação proposta por Kendall e Rollins (2003), você deve estar se questionan- do quanto à viabilidade de se ter tantas pessoas em um PMO na sua organização. A Figura 3 mostra a quantidade de profissionais que trabalham nos PMOs das empre- sas participantes da pesquisa PMSurvey.org realizada em 2013. Figura 3 - Quantidade de Profissionais no PMO Corporativo Fonte: (PMSurvey, 2013). Pós-Universo 48 Percebe-se, na figura 3, que a quantidade de profissionais atuando nos PMOs varia bastante entre as empresas. Mas, se vimos que uma equipe de PMO pode ter os vários papéis descritos nesse material de estudo, como funcionam as situações em que há poucas, ou até mesmo uma só pessoa trabalhando? É preciso observar
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