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Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT Faculdade de Engenharia – FAENG Campus Universitário de Várzea Grande - CUVG Fenômenos de Transporte 3 Novembro de 2021 Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi prof.ghjusti@gmal.com . gabrielhjusti , Unidade 4 Tópicos: Introdução. 1. Equações diferenciais (ED) de transferência de massa. 2. Formas especiais da ED de transferência de massa. 3. Condições de contorno comumente empregadas. 4. Etapas para modelar processos (difusão molecular). Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 2 ❑ Nos FTs anteriores... ▪ As equações diferenciais foram deduzidas a partir do conceito de volume de controle (VC) diferencial. ▪ Assim, usaremos a mesma abordagem para a TM. ❑ A partir de um balanço de massa em um volume de controle diferencial, vamos estabelecer a equação da continuidade para uma dada espécie química. ❑ As equações da continuidade permitem analisar pontualmente o fenômeno de transferência de massa por intermédio do conhecimento da distribuição de: ▪ Concentração de um determinado soluto, ▪ No tempo e ▪ No espaço, sujeito ou não a transformações. INTRODUÇÃO FT 3 3 ❑ Considere o escoamento: ▪ Uma mistura contendo o componente A. ▪ Volume de controle: ∆𝑥∆𝑦∆𝑧. ❑ Conservação da massa: taxa líquida de massa que escoa através do volume de controle + taxa líquida de acúmulo de massa dentro do volume de controle = 0 Fluxo Elemento de volume ඵ s.c. 𝜌 𝐯 ∙ 𝐧 𝑑𝐴 + 𝜕 𝜕𝑡 ම v.c. 𝜌𝑑𝑉 = 0 2.1 Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS (ED) DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA FT 3 4 ❑ Conservação da massa: ▪ Inclui-se um termo de geração ou o desaparecimento de A. • Taxa de reação. taxa líquida de massa que escoa através do volume de controle + taxa líquida de acúmulo de massa dentro do volume de controle − taxa de geração de 𝐴 por reação química dentro do volume de controle = 0 Fluxo 𝑦 𝑧 𝑥 Entra (→) Sai (←) Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS (ED) DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA FT 3 5 ❑ Conservação da massa: ▪ Taxa líquida: 𝜌𝐴𝐯𝐴𝐴|saida − 𝜌𝐴𝐯𝐴𝐴|entrada 2.2𝑎 ▪ Taxa líquida de acúmulo: 𝜕𝜌𝐴 𝜕𝑡 𝑉 2.2𝑏 ▪ Taxa de geração: 𝑟𝐴𝑉 2.2𝑐 𝑛𝐴,𝑥|𝑥 𝑛𝐴,𝑧|𝑧 𝑛𝐴,𝑥|𝑥+∆𝑥 𝑛𝐴,𝑦|𝑦 𝑛𝐴,𝑦|𝑦+∆𝑦 𝑛𝐴,𝑧|𝑧+∆𝑧 Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS (ED) DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 6 ❑ Balanço material: ▪ Nas direções 𝑥, 𝑦 e 𝑧; ▪ Termo de acúmulo e de geração... ... ▪ Simplificando alguns termos; ▪ Limite: ∆𝑥, ∆𝑦 e ∆𝑧 tendendo a zero; • Definição de derivada parcial: 𝑓 𝑥 + ∆𝑥 ≅ 𝑓 𝑥 + 𝜕𝑓 𝑥 𝜕𝑥 𝑑𝑥 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS (ED) DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 7 𝜕𝜌𝐴 𝜕𝑡 + 𝛁 ∙ 𝐧𝐴 − 𝑟𝐴 = 0 2.3 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS (ED) DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 8 ❑ Análogo ao componente A, a espécie B fica: 𝜕𝜌𝐵 𝜕𝑡 + 𝛁 ∙ 𝐧𝐵 − 𝑟𝐵 = 0 2.4 ❑ Somando as equações das espécies A e B, temos: 𝜕 𝜌𝐴 + 𝜌𝐵 𝜕𝑡 + 𝛁 ∙ 𝐧𝐴 + 𝐧𝐵 − 𝑟𝐴 + 𝑟𝐵 = 0 2.5 ▪ Fazendo: 𝑟𝐴 = −𝑟𝐵 = 0 𝜌 = 𝜌𝐴 + 𝜌𝐵 𝐧 = 𝐧𝐴 + 𝐧𝐵 = 𝜌𝐴𝐯 + 𝜌𝐵𝐯 = 𝜌𝐯 𝜕𝜌 𝜕𝑡 + 𝛁 ∙ 𝜌𝐯 = 0 2.6 Equação da continuidade para um fluido homogêneo (FT 1). 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS (ED) DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 9 ❑ Equação da continuidade em termos molar da espécie A: ▪ Dividindo pela massa molar (𝑀𝐴). 𝜕 𝜌𝐴 𝑀𝐴 𝜕𝑡 + 𝛁 ∙ 𝐧𝐴 𝑀𝐴 − 𝑟𝐴 𝑀𝐴 = 0 → 𝜕𝑐𝐴 𝜕𝑡 + 𝛁 ∙ 𝐍𝐴 − 𝑅𝐴 = 0 2.7 ❑ Análogo ao componente A, a espécie B fica: 𝜕𝑐𝐵 𝜕𝑡 + 𝛁 ∙ 𝐍𝐵 − 𝑅𝐵 = 0 2.8 ❑ Somando as equações das espécies A e B, temos: 𝜕 𝑐𝐴 + 𝑐𝐵 𝜕𝑡 + 𝛁 ∙ 𝐍𝐴 + 𝐍𝐵 − 𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 = 0 2.9 ou 𝜕𝑐 𝜕𝑡 + 𝛁 ∙ 𝑐𝐕 − 𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 = 0 2.10 ቊ 𝑐 = 𝑐𝐴 + 𝑐𝐵 𝐍 = 𝐍𝐴 + 𝐍𝐵 = 𝒄𝐴𝐕 + 𝒄𝐵𝐕 = 𝒄𝐕 Equação 2.10: ▪ Se 𝑅𝐴 = −𝑅𝐵: • 1 mol A (cons.) → 1 mol de B (prod.) ▪ Se (𝑅𝐴 + 𝑅𝐵) ≠ 0: • Número de mols não se conserva. 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS (ED) DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 10 Conservação da massa versus número de mols...??? Exemplo: oxidação do dióxido de enxofre. 𝟐SO2 + O2 → 𝟐SO3 ❑ Ponto de vista de massa: + → A B C 𝑀 64 g/gmol 32 g/gmol 80 g/gmol 𝑚 128 g 32 g 160 g 160 g 160 g ❑ Ponto de vista de mol: + → A B C 𝑀 64 g/gmol 32 g/gmol 80 g/gmol 𝑛 2 mols 1 mol 2 mols 3 mols 2 mols A massa é conservada na reação! O número de mols não se conserva na reação! 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS (ED) DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 11 ❑ Equação da continuidade: ▪ Representa as características geométricas: • Coordenadas retangulares (𝑥, 𝑦, 𝑧); • Coordenadas cilíndricas (𝑟, 𝜃, 𝑧); e • Coordenadas esféricas (𝑟, 𝜃, 𝜑). ❑ A “lei” que representa o fenômeno físico: 𝐪 = −𝑘𝛁𝐓 𝐍𝐴 = −𝑐𝐷𝐴𝐵𝛁𝑦𝐴 + 𝑦𝐴 𝐍𝐴 + 𝐍𝐵 𝑥, 𝑦, 𝑧 𝑟, 𝜃, 𝑧 𝑟, 𝜃, 𝜑 2. FORMAS ESPECIAIS DA ED DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 12 ❑ Aplicando a: ▪ A lei do fenômeno... 𝐍𝐴 = −𝑐𝐷𝐴𝐵𝛁𝑦𝐴 + 𝑦𝐴 𝐍𝐴 + 𝐍𝐵 𝐍𝐴 = −𝑐𝐷𝐴𝐵𝛁𝑦𝐴 + 𝑐𝐴𝐕 ▪ Na equação da continuidade: 𝜕𝑐𝐴 𝜕𝑡 + 𝛁 ∙ 𝐍𝐴 − 𝑅𝐴 = 0 ❑ Substituindo... 𝜕𝑐𝐴 𝜕𝑡 + 𝛁 ∙ −𝑐𝐷𝐴𝐵𝛁𝑦𝐴 + 𝑐𝐴𝐕 − 𝑅𝐴 = 0 𝜕𝜌𝐴 𝜕𝑡 − 𝛁 ∙ 𝜌𝐷𝐴𝐵𝛁𝑤𝐴 + 𝛁 ∙ 𝜌𝐴𝐕 − 𝑟𝐴 = 0 (massa) ❑ Substituindo... 𝜕𝑐𝐴 𝜕𝑡 + 𝛁 ∙ −𝑐𝐷𝐴𝐵𝛁𝑦𝐴 + 𝑐𝐴𝐕 − 𝑅𝐴 = 0 𝜕𝑐𝐴 𝜕𝑡 − 𝛁 ∙ 𝑐𝐷𝐴𝐵𝛁𝑦𝐴 + 𝛁 ∙ 𝑐𝐴𝐕 − 𝑅𝐴 = 0 (molar) 2. FORMAS ESPECIAIS DA ED DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 13 𝜕𝑐𝐴 𝜕𝑡 + 𝛁 ∙ 𝑐𝐴𝐕 − 𝛁 ∙ 𝑐𝐷𝐴𝐵𝛁𝑦𝐴 − 𝑅𝐴 = 0 (2.11) 𝜕𝜌𝐴 𝜕𝑡 + 𝛁 ∙ 𝜌𝐴𝐯 − 𝛁 ∙ 𝜌𝐷𝐴𝐵𝛁𝑤𝐴 − 𝑟𝐴 = 0 (2.12) ❑ As equações acima: ▪ Os perfis de concentração dentro de um sistema. ▪ Completamente gerais, porém relativamente complexas. ▪ Mas dependendo do sistema, elas podem ser simplificadas fazendo algumas suposições restritivas. Acúmulo Convecção Difusão Geração 2. FORMAS ESPECIAIS DA ED DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 14 ❑ A partir da equação 2.11 abaixo... 𝜕𝑐𝐴 𝜕𝑡 + 𝛁 ∙ 𝑐𝐴𝐕 − 𝛁 ∙ 𝑐𝐷𝐴𝐵𝛁𝑦𝐴 − 𝑅𝐴 = 0 ❑ Suposições: i. Se a concentração 𝑐, e o coeficiente de difusão, 𝐷𝐴𝐵 , for constante, reduz-se a: ii. Se não há termo de geração, e se a concentração e o coeficiente de difusão forem constantes, reduz-se a: 𝜕𝑐𝐴 𝜕𝑡 + 𝐕 ∙ 𝛁𝑐𝐴 − 𝐷𝐴𝐵𝛁 2𝑐𝐴 − 𝑅𝐴 = 0 (2.13𝑎) 𝜕𝑐𝐴 𝜕𝑡 + 𝐕 ∙ 𝛁𝑐𝐴 − 𝐷𝐴𝐵𝛁 2𝑐𝐴 = 0 (2.13𝑏) 2. FORMAS ESPECIAIS DA ED DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 15 ❑ A partir da equação 2.11 abaixo... 𝜕𝑐𝐴 𝜕𝑡 + 𝛁 ∙ 𝑐𝐴𝐕 − 𝛁 ∙ 𝑐𝐷𝐴𝐵𝛁𝑦𝐴 − 𝑅𝐴 = 0 ❑ Suposições: iii. Não escoamento do fluido, v = 0, nenhuma geração, 𝑅𝐴 = 0, e a densidade e a difusividade constante, reduz-se a: iv. Se o processo estiver em estado estacionário e a densidade e a difusividade constantes, reduz-se a: • Sem reação química, 𝑅𝐴 = 0: • Se v = 0: 𝜕𝑐𝐴 𝜕𝑡 − 𝐷𝐴𝐵𝛁 2𝑐𝐴 = 0 (2.13𝑐) 𝐕 ∙ 𝛁𝑐𝐴 − 𝐷𝐴𝐵𝛁 2𝑐𝐴 − 𝑅𝐴 = 0 (2.13𝑑) 𝐕 ∙ 𝛁𝑐𝐴 − 𝐷𝐴𝐵𝛁 2𝑐𝐴 = 0 (2.13𝑒) 𝛁2𝑐𝐴 = 0 (2.13𝑓) 2. FORMAS ESPECIAIS DA ED DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 16 ❑ A equação da continuidade para componente A: 𝜕𝑐𝐴 𝜕𝑡 + 𝛁 ∙ 𝐍𝐴 − 𝑅𝐴 = 0 2.7 ▪ Coordenadas retangulares (𝑥, 𝑦 e 𝑧): 𝜕𝑐𝐴 𝜕𝑡 + 𝜕𝑁𝐴,𝑥 𝜕𝑥 + 𝜕𝑁𝐴,𝑦 𝜕𝑦 + 𝜕𝑁𝐴,𝑧 𝜕𝑧 − 𝑅𝐴 = 0 (2.14𝑎) ▪ Coordenadas cilíndricas (𝑟, 𝜃 e 𝑧): 𝜕𝑐𝐴 𝜕𝑡 + 1 𝑟 𝜕 𝜕𝑟 𝑟𝑁𝐴,𝑟 + 1 𝑟sen(𝜃) 𝜕𝑁𝐴,𝜃 𝜕𝜃 + 𝜕𝑁𝐴,𝑧 𝜕𝑧 − 𝑅𝐴 = 0 (2.14𝑏) ▪ Coordenadas esféricas (𝑟, 𝜃 e 𝜙): 𝜕𝑐𝐴 𝜕𝑡 + 1 𝑟2 𝜕 𝜕𝑟 𝑟2𝑁𝐴,𝑟 + 1 𝑟sen(𝜃) 𝜕 𝜕𝜃 sen(𝜃)𝑁𝐴,𝜃 + 1 𝑟sen(𝜃) 𝜕𝑁𝐴,𝜙 𝜕𝜙 − 𝑅𝐴 = 0 (2.14𝑐) 2. FORMAS ESPECIAIS DA ED DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 17 ❑ Os processos de TM são descritos: ▪ Equações diferenciais, correspondentessomente se as: • Condições iniciais e de contorno forem especificadas. . C.I.: Condições iniciais. . C.C.: Condições de contorno. ❑ As C.I e C.C. são especificadas para: ▪ Definir os limites de integração, ou ▪ Determinar as constantes de integração. 2. FORMAS ESPECIAIS DA ED DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 18 ❑ As C.I.: ▪ Implica o conhecimento da propriedade concentração ou fração (mássica ou molar) do soluto no início do processo de transferência de massa. 𝑡 = 0, → 𝑐𝐴 = 𝑐𝐴,0, 𝜌𝐴 = 𝜌𝐴,0, 𝑥𝐴 = 𝑥𝐴,0, 𝑤𝐴 = 𝑤𝐴,0, em um determinado espaço. ❑ As C.C.: ▪ Referem-se ao valor ou informação da concentração ou fração (mássica ou molar) do soluto em posições específicas no volume de controle ou nas fronteiras desse volume. ❑ Quatro tipos de C.C. são usualmente encontrados em TM: 1) A concentração da espécie A (que se transfere) na superfície do volume de controle é especificada. 2) Uma superfície onde ocorre uma reação especificada. 3) O fluxo da espécie que está sendo transferida é nulo na fronteira ou na linha central de simetria. 4) O fluxo convectivo de massa na superfície é especificado. 3. CONDIÇÕES DE CONTORNO COMUMENTE EMPREGADAS Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 19 ❑ A concentração na superfície pode ser especificada em termos de diferentes unidades: ▪ Concentração molar, 𝑐𝐴,𝑆 . ▪ Concentração mássica, 𝜌𝐴,𝑆 . ▪ Fração molar do líquido e do gás, 𝑥𝐴,𝑆 e 𝑦𝐴,𝑆. ▪ Fração mássica, 𝑤𝐴,𝑆 . 𝑥 𝑦 fronteira s inicial fronteira s final 𝜌𝐴 = 𝜌𝐴,𝑆 𝑐𝐴 = 𝐶𝐴,𝑆 𝑤𝐴 = 𝑤𝐴,𝑆 𝑥𝐴 = 𝑥𝐴,𝑆 𝑦𝐴 = 𝑦𝐴,𝑆 Fluxo Fluxo VC 3. CONDIÇÕES DE CONTORNO COMUMENTE EMPREGADAS 3.1. A concentração da espécie A (que se transfere) na superfície do volume de controle é especificada Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 20 ❑ Quando a superfície de controle é definida para um componente puro em uma única fase e uma mistura na segunda fase: ▪ Nessa interface, a concentração do componente A: • Está em condições termodinâmicas. Líquido A Vapor A + Gás de arraste Bz 𝑧 = 0 Gás A A dissolvido + Solvente de arraste B z 𝑧 = 0 Sólido A A dissolvido + Solvente de arraste B z 𝑧 = 0 Gás A A dissolvido + Material sólido B z 𝑧 = 0 3. CONDIÇÕES DE CONTORNO COMUMENTE EMPREGADAS 3.1. A concentração da espécie A (que se transfere) na superfície do volume de controle é especificada Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 21 ❑ Para um gás e um líquido em contato: ▪ Há diversas maneiras de especificar a concentração na interface: • Lei de Dalton. • Lei de Raoult. • Lei de Henry. ❑ Lei de Dalton (gases): 𝑝𝐴,𝑆 = 𝑦𝐴,𝑆𝑃 (2.15) onde: 𝑃 = 𝑖=1 𝑛 𝑝𝑖 2.16 Em termos de concentração (lei dos gases ideais): 𝑐𝐴,𝑆 = 𝑝𝐴,𝑆 𝑅𝑇 (2.17) Líquido volátil 100% de A z Escoamento do ar (B) Sumidouro Fonte líquido volátil ar 3. CONDIÇÕES DE CONTORNO COMUMENTE EMPREGADAS 3.1. A concentração da espécie A (que se transfere) na superfície do volume de controle é especificada Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 22 ❑ Lei de Raoult (líquidos): 𝑝𝐴,𝑆 = 𝑥𝐴𝑃𝐴 vap 2.18 ▪ Como calcular/estimar a pressão de vapor: • Dados experimentais; • Livros de termodinâmica; • Correlações (polinômios): . CHERIC (𝑃𝐴 vap [kPa], 𝑇[K]): ln 𝑃𝐴 vap = 𝐴 ln 𝑇 + 𝐵 𝑇 + 𝐶 + 𝐷𝑇2 Líquido volátil 100% de A z Escoamento do ar (B) Sumidouro Fonte líquido volátil ar Espécies A B C D Água -7,342973 -7,276391x103 6,702455x101 4,161914x10-6 Benzeno -8,433613 -6,281040x103 7,110718x101 6,198413x10-6 Etanol -5,089412 -6,606453x103 5,317030x101 5,954048x10-7 3. CONDIÇÕES DE CONTORNO COMUMENTE EMPREGADAS 3.1. A concentração da espécie A (que se transfere) na superfície do volume de controle é especificada Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 23 ❑ Lei de Henry: ▪ A lei de Henry aplica-se somente quando: • A concentração do soluto e a sua pressão parcial são baixas. • Isto é, quando o gás e sua solução são essencialmente ideais, e • Quando o soluto não interage fortemente de nenhuma maneira com o solvente. 𝑝𝐴 = ℋ𝑥𝐴 2.19 Tabela 2.1. Valores da constante de Henry para vários gases em soluções aquosas (ℋ, em bar). Fonte: Welty eT al. (2017). 3. CONDIÇÕES DE CONTORNO COMUMENTE EMPREGADAS 3.1. A concentração da espécie A (que se transfere) na superfície do volume de controle é especificada Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 24 ❑ Nas condições de equilíbrio termodinâmico: ▪ Na fronteira ou interface, s, e admitindo fases ideais: • Igualando-se a lei de Dalton e lei de Henry, tem-se: 𝑦𝐴,𝑆 = m𝑥𝐴,𝑆 ou 𝑝𝐴,𝑆 = m ∗𝑐𝐴,𝑆 (2.20) onde: m = Τℋ 𝑃 e m∗ = Τℋ 𝑐. 𝑥 condensação 𝒙𝑨,𝑺 𝒚𝑨,𝑺 Fronteira “s” Fluxo: fase vapor Fluxo: fase líquida 3. CONDIÇÕES DE CONTORNO COMUMENTE EMPREGADAS 3.1. A concentração da espécie A (que se transfere) na superfície do volume de controle é especificada Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 25 ❑ Ocorrem em três situações comuns: ▪ Todas envolvendo reações heterogêneas em superfícies: 1) O fluxo de uma espécie pode ser relacionado ao fluxo de outra espécie pela estequiometria. 2) A reação química ocorre na superfície de uma partícula. 3) A reação pode ocorrer tão rapidamente. 1) O fluxo de uma espécie pode ser relacionado ao fluxo de outra espécie pela estequiometria. ▪ Considere a seguinte reação: 𝐴 + 2𝐵 → 4𝐶 ▪ Assim os fluxos podem ser representados por: 𝐍𝐵 = +𝟐𝐍𝐴 ou 𝐍𝐶 = −𝟒𝐍𝐴 ▪ Pela lei de Fick: 𝐍𝐴 = −𝑐𝐷𝐴−𝑚𝑖𝑠𝑡𝛁𝑦𝐴 + 𝑦𝐴 𝐍𝐴 + 𝐍𝐵 + 𝐍𝐶 𝐍𝐴 = −𝑐𝐷𝐴−𝑚𝑖𝑠𝑡𝛁𝑦𝐴 + 𝑦𝐴 𝐍𝐴 + 𝟐𝐍𝐴 − 𝟒𝐍𝐴 𝐍𝐴 = −𝑐𝐷𝐴−𝑚𝑖𝑠𝑡𝛁𝑦𝐴 − 𝑦𝐴 𝐍𝐴 3. CONDIÇÕES DE CONTORNO COMUMENTE EMPREGADAS 3.2. Uma superfície onde ocorre uma reação especificada Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 26 2) A reação química ocorre na superfície de uma partícula: A partícula é considerada como uma fronteira à região onde há o transporte do soluto. Reação de 1ª ordem (molar): 𝑅𝐴 = ቚ𝑁𝐴,𝑧 𝑧=𝛿 = −𝑘𝑆𝐶𝐴 = −𝑘𝑆𝑦𝐴𝐶 𝑘𝑆 → taxa de reação na superfície (m/s). 3) A reação pode ocorrer tão rapidamente de modo que 𝑐𝐴,𝑠 = 0: ▪ Se a espécie há for o reagente limitante na reação. Líquido ou sólido 𝑧 𝑁𝐴,𝑧 ou 𝑛𝐴,𝑧 𝑧 = 0, 𝑦𝐴 = 𝑦𝐴0 𝑧 = 𝛿 3. CONDIÇÕES DE CONTORNO COMUMENTE EMPREGADAS 3.2. Uma superfície onde ocorre uma reação especificada Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 27 ❑ Essa condição pode ocorrer no caso de uma fronteira impermeável ou no centro de simetria do volume de controle, onde o fluxo líquido é igual a zero. ❑ Considerando um fluxo unidimensional ao longo de z, temos: ቚ𝑁𝐴 𝑧=0 = −𝐷𝐴𝐵 𝜕𝑐𝐴 𝜕𝑧 = 0 ou 𝜕𝑐𝐴 𝜕𝑧 = 0 3. CONDIÇÕES DE CONTORNO COMUMENTE EMPREGADAS 3.3. O fluxo da espécie que está sendo transferida é nulo na fronteira ou na linha central de simetria Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 28 ❑ Quando um fluido escoa pela fronteira, o fluxo pode ser definido por convecção. ▪ Por exemplo, em uma superfície localizada em 𝑧 = 0, o fluxo convectivo de massa através da camada limite é dado por: ቚ𝑁𝐴 𝑧=0 = 𝑘𝑐 𝑐𝐴,𝑆 − 𝑐𝐴,∞ onde: 𝑐𝐴,∞ → a concentração de A no seio do fluido em escoamento. 𝑐𝐴,𝑆 → a concentração de A na superfície em 𝑧 = 0. 𝑘𝑐 → coeficiente convectivo de transferência de massa. 3. CONDIÇÕES DE CONTORNO COMUMENTE EMPREGADAS 3.4. O fluxo convectivo de massa na superfície é especificado Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 29 Quadro 2.1. Caminhos para o desenvolvimento de um modelo matemático para processos envolvendo difusão molecular. Fonte: Welty elt al. (2008). 4. ETAPAS PARA MODELAR PROCESSOS ENVOLVENDO DIFUSÃO MOLECULAR Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 30 EF 4.1 Dispositivos microeletrônicos são fabricados com várias camadas de filme fino sobre uma pastilha de silício. Cada filme tem propriedades químicas e elétricas únicas. Por exemplo, um filme fino de silício (Si) cristalino sólido, quando dopado com elementos apropriados – por exemplo, boro ou silício– apresenta propriedades de semicondutor. Filmes finos de silício são comumente formados por deposição química por vapor, ou CVD, de silício (SiH4) na superfície da pastilha. A reação química é: SiH4 g → Si s + H2(g) EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO (EF) Essa reação na superfície geralmente acontece a pressões muito baixas (100 Pa) e a altas temperaturas (900 K). Em muitos reatores CVD, a fase gasosa sobre o filme de Si não está misturada. Além disso, a altas temperaturas, a reação na superfície é muito rápida. Consequentemente, a difusão molecular do vapor de SiH4 para a superfície geralmente controla a taxa de formação do filme de Si. Considere o reator CVD bastante simplificado, conforme ilustrado a seguir. Uma mistura gasosa de silano e hidrogênio escoa para dentro do reator. Um difusor provê um espaço com gás quiescente sobre o filme crescente de Si. Desenvolva um modelo diferencial para o fluxo molar do silano, supondo hipóteses simplificadoras e por fim, apresente as condições de contorno para a solução da equação diferencial. Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi FT 3 31 REFERÊNCIAS E LINKS ➢ CREMASCO, M. C. Fundamentos de transferência de massa. 3ª edição. São Paulo: Blucher, 2016. ➢ WELTY, J. R.; RORRER, G. L.; FOSTER, D. G. Fundamentos de transferência de momento, de calor e de massa. 6ª edição. São Paulo: LTC, 2017. [1] [1] Disponível em: <https://tinalison.wixsite.com/savenature/single-post/2015/10/19/11-REFERENCE-LIST>. Acesso em: 06 de ago. de 2020.
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