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Matéria: Direito Tributário Professor: Cadu Carrilho C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 2 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Mais uma aula importantíssima. Essa é uma aula bem peculiar em função das inúmeras decisões jurisprudenciais que pautam esse assunto. Precisamos estar atentos aos posicionamentos atuais, e em relação aos posicionamentos antigos que ainda estão valendo também. Junto com isso, é preciso aprender a fazer prova, no sentido de saber qual a melhor alternativa a marcar na hora da prova, mesmo que outras opções estejam um pouco certa também, as bancas fazem muito esse tipo de pegadinha. SUMÁRIO 1 – Não Incidência ..............................................................................3 2 – Isenção .........................................................................................4 3 – Alíquota Zero .................................................................................5 4 – Imunidade Tributária - Conceito ....................................................6 5 – Imunidade X Isenção X Não Incidência .........................................8 6 – Hipóteses de Imunidade Tributária ................................................9 6.1- Imunidade Recíproca ....................................................................... 9 6.2- Imunidades das Entidades Religiosas ............................................... 15 6.3 - Imunidades de Partidos Políticos, Sindicato dos Trabalhadores, Entidades de Educação e de Assistência Social ........................................................ 16 6.4 - Imunidades das Entidades Beneficentes de Assitência Social em Relação às Contribuições da Seguridade Social .................................................... 20 6.5 – Imunidade dos Livros, Jornais, Periódicos e Respectivo Papel Destinado a sua Impressão. .................................................................................... 21 6.6 - Imunidade Musical ........................................................................ 22 6.7- Imunidade das Mercadorias e Serviços Destinados ao Exterior em Relação ao IPI e ICMS ...................................................................................... 24 6.8 – Outras Imunidades ....................................................................... 24 7 – Questões Comentadas ................................................................. 28 8 – Lista de Exercícios ....................................................................... 62 9 – Gabarito ...................................................................................... 81 Aula – Limitações ao poder de tributar 2: Imunidade. Incidência e não incidência. Isenção. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 3 de 81 www.exponencialconcursos.com.br A segunda parte do assunto limitação constitucional ao poder de tributar refere-se às chamadas imunidades tributárias. Para entendermos um pouco melhor sobre as imunidades é preciso saber a natureza jurídica desse instituto e saber as semelhanças e as diferenças entre imunidade, não- incidência, isenção e alíquota zero. A principal semelhança é a de que o resultado de todos esses institutos será o não pagamento de tributo, ou seja, para o contribuinte a aplicação de qualquer um deles é interessante, mas é bastante relevante, para efeito de concurso, entender melhor as nuances constitucionais e legais sobre eles. Embora a competência tributária seja determinada na Constituição, é por meio das leis que são instituídos os tributos. CF -> DEFINE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA Leis -> INSTITUEM TRIBUTOS A não incidência acontece quando acontece um fato e esse fato não será considerado fato gerador para efeito de cobrança de tributo. A ocorrência da não incidência pode acontecer por meio de três situações. Primeiro, a Constituição Federal atribuiu competência a um ente para instituir um determinado tributo sobre um fato, mas o ente, por vontade de seus representantes, não elenca nas hipóteses do fato gerador desse tributo essa situação. Podem, pois, ocorrer casos em que o LEGISLADOR, embora competente, opte por NÃO INCLUIR determinadas situações NO CAMPO DE INCIDÊNCIA das normas tributárias. Exemplo: Um Estado-membro, ao instituir o imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos, pode prever na lei, como fato gerador do tributo, apenas os casos envolvendo bens imóveis. Nesse caso, na doação de bens móveis não incidirá ITCD, ou seja, não haverá a subsunção do fato à norma. Por esse motivo, estamos diante de uma situação de não incidência. Ou seja, a qualquer momento a não incidência desse caso pode ser alterada, basta que o ente crie uma lei prevendo a possibilidade de cobrança sobre o fato. Segundo, configura-se a não incidência quando não há competência constitucional para que determinada situação possa ser tributada, ou seja, há casos em que o ente tributante não possui competência para incluir determinada situação como hipótese de incidência do tributo, em virtude da delimitação constitucional de competências. Exemplo: É o caso da propriedade de um patinete, na qual não incide IPVA, em virtude de não se tratar de veículo automotor (patinete está fora do campo de incidência do ICMS). 1 – Não Incidência C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 4 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Nesse caso, para que a não incidência deixe de existir seria necessária alteração constitucional da competência tributária, atribuindo ao ente poder para instituir tributo sobre a situação. Terceiro, e mais importante, pois vai tomar um bom tempo de nossa aula, a não incidência prevista na Constituição. E o caso em que o próprio texto constitucional impediu que seja cobrado tributo, chamada de não incidência constitucionalmente qualificada, ou imunidade tributária, trata-se, portanto, de uma limitação constitucional ao poder de tributar. A CF atribui a competência ao ente, mas ao mesmo tempo diz assim: “olha só ente, nessa situação aqui você não pode tributar, porque eu, Constituição, não deixo”. Antes de vermos que situações são essas previstas na Constituição, vamos entender o que é isenção e o que é alíquota-zero. Trata-se de hipótese de exclusão do crédito tributário, consistindo na dispensa legal do pagamento de tributos relativos a fatos geradores posteriores à sua vigência. Na isenção, o ente é competente para instituir determinado tributo e faz uso dessa competência por meio de lei (ocorrendo a incidência tributária). Entretanto, não é possível exigir o crédito tributário em razão de o ente dispensar o pagamento, também por intermédio de lei (situações de isenção). Assim, a norma que estabelece a isenção NÃO afeta o campode incidência do tributo, apenas exclui o crédito tributário (não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias). Então, tenha em mente que as hipóteses de isenção estão inseridas no campo de incidência do tributo! Exemplo: Um determinado Estado pode instituir o IPVA, faz isso por meio de lei estadual, colocando como fato gerador do imposto a propriedade de veículo automotor, esse mesmo Estado coloca nessa mesma lei ou em outra, alguns dispositivos isentando determinada pessoa ou situação de pagar aquele tributo. No caso do IPVA, o Estado coloca na lei que pessoa com deficiência física, mesmo que seja proprietária de veículo automotor será isenta do pagamento do imposto. E perceba que a isenção atua no âmbito do exercício da competência, é concedida por meio do próprio ente tributante. Lembre-se do princípio da vedação da isenção heterônoma, enquanto a imunidade atua no plano da delimitação de competência. Abaixo trouxemos as regras da isenção apenas para você ir se familiarizando, pois serão objeto de aula posterior. 2 – Isenção C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 5 de 81 www.exponencialconcursos.com.br O último instituto que falta você conhecer para não confundir com imunidade é o da alíquota zero. Nos casos de alíquota zero, o ente tem competência para instituir o tributo, ocorre o exercício da competência tributária, ocorre o fato gerador, mas a “obrigação tributária” dele decorrente é nula, em virtude de a alíquota ser zero. Existe lei prevendo fato gerador, sujeito passivo, base de cálculo e alíquota, mas em determinada situação a alíquota, por lei, será zero, ou seja, não haverá valor de tributo a ser pago. Exemplo: adoção de alíquota zero ocorre com o Imposto de Importação e o Imposto de Exportação, como forma de o governo regular a economia. 1. (ESAF/AFRFB/2009) Diversos fatos podem resultar na desoneração tributária. Assinale, entre as que se seguem, a forma de desoneração tributária pela qual não nascem nem a obrigação tributária, nem o respectivo crédito por força do não-exercício da competência a que tem direito o poder tributante. a) Imunidade. b) Não-incidência. c) Isenção. d) Alíquota zero. Isenção Concedida por lei específica da esfera governamental competente que especifique (...) Condições e requisitos para sua concessão tributos a que se aplica prazo de duração Pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante A insenção pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo Exceto se concedida por prazo certo E em função de determinadas condições Pode ser concedida em caráter geral ou individual. Neste último caso, é efetivada por despacho da autoridade administrativa após comprovação de atendimento das condições e requisitos legais. Tal despacho NÃO gera direito adquirido. 3 – Alíquota Zero C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 6 de 81 www.exponencialconcursos.com.br e) Remissão. Comentários: a) Errada - Na imunidade tributária o ente não possui o poder tributante, isto é, a competência tributária. b) Correta - Na não incidência, o ente possui o poder tributante, contudo não o exerce. Assim, não nasce a obrigação tributária, nem o crédito tributário. c) Errada - Na isenção (art. 175, CTN), o ente é competente e exerce a competência, fazendo nascer a obrigação tributária. Contudo, o crédito tributário é excluído por intermédio de lei. d) Errada - Na alíquota zero, o ente é competente e exerce a competência, fazendo nascer a obrigação tributária. Contudo, o valor do tributo a ser pago é nulo, pois o resultado da multiplicação da alíquota zero pela base de cálculo é igual a zero. e) Errada - Como será visto em aula posterior, remissão (art. 172, CTN) consiste no perdão de dívida tributária cujos fatos geradores já tenham se aperfeiçoado no momento de vigência da lei concessiva. Assim, o ente é competente e exerce a competência, fazendo nascer a obrigação tributária. Contudo, o crédito tributário é extinto por intermédio de lei. Gabarito 1: B Sabemos que a Constituição Federal determina a competência tributária. Pois bem, ela também determina casos de incompetência tributária ou imunidade. Ou seja, a imunidade nada mais é do que uma não incidência constitucionalmente qualificada, pois ocorre a alteração do desenho da competência tributária de modo a limitar o poder de tributar do ente. Em termos práticos, a imunidade significa que o legislador, ao instituir um tributo, não dispõe de competência para atingir uma situação imune, sob pena de a lei instituidora ser considerada inconstitucional. 4 – Imunidade Tributária - Conceito C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 7 de 81 www.exponencialconcursos.com.br O aspecto essencial que caracteriza a imunidade tributária é a sua previsão constitucional. Fique atento para não cair em armadilhas por conta de imprecisões terminológicas do texto constitucional: ainda que a CF estabeleça que determinado tributo ”não incidirá” sobre alguma situação ou se refira a ela como “isenta”, estará, na verdade, tratando de uma imunidade. Tenha em mente que não incidência e isenção são institutos estabelecidos pela lei e não pela CF! Exemplo: veja abaixo dois trechos da Constituição utilizando os termos “não-incidirá” e “serão isentas”, ambos os casos tratam de imunidade tributária. Art. 149 - § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; Art. 184 - § 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. MEMORIZE: nada nem ninguém além da CF pode criar uma imunidade. Ainda assim, os examinadores gostam de nos confundir utilizando os mesmos termos da CF, então, para prova, saiba diferenciar juridicamente os institutos, mas saiba também que a questão pode dizer que a “CF estipula imunidade”, ou a “CF estipula não incidência” ou que a “CF estipula isenção”, nos casos como os do artigos transcritos acima, geralmente no enunciado da questão. IMUNIDADE O que é Impossibilidade estebelecida pela CF de instituir determinado tributo sobre uma situação específica Pode abranger qualquer tributo (impostos, taxas, contribuições) Somente podem ser suprimidas mediante emenda à Constituição Pode ser subjetiva ou objetiva IMUNIDADE Prevista na CF ISENÇÃO E NÃO INCIDÊNCIA Previstas em LEI C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão, v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 8 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Há casos em que a proteção constitucional se dirige a determinadas pessoas: são as imunidades subjetivas, como as relativas a partidos políticos, entidades de educação e assistência social, entre outras. Em outros casos, a imunidade refere-se a bens ou mercadorias: são as imunidades objetivas, como as que protegem livros e jornais e a relativa a mercadorias destinadas à exportação. Veremos os casos mais adiante. Veja abaixo um esquema que nos ajuda a entender um pouco melhor as diferenças vistas até aqui. A representação gráfica abaixo proposta pelo professor João Marcelo Rocha ilustra com maestria essa distinção: IMUNIDADE CF determina incompetência tributária NÃO há fato gerador. NÃO INCIDÊNCIA CF determina competência tributária Legislador NÃO faz uso da competência (não inclui determinada situação no campo de incidência do tributo) OU NÃO possui a competência. NÃO há fato gerador ISENÇÃO CF determina competência tributária Legislador faz uso da competência tributária. HÁ fato gerador Lei estabelece exclusão do crédito tributário 5 – Imunidade X Isenção X Não Incidência Não incidência Incidência Isenção Imunidade C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 9 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Vejamos os casos de imunidade, ou seja, as situações e pessoas elencadas na Constituição Federal que configuram imunidades. A CF estipula imunidades quanto às taxas, aos impostos e às contribuições sociais. A Constituição veda que um ente cobre imposto sobre outro ente, em relação especificamente aos impostos sobre o patrimônio, a renda ou serviços. Atenção, essa imunidade aplica-se em relação aos impostos, de maneira que um ente pode cobrar de outro ente taxas, por exemplo. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; CUIDADO! Conforme a literalidade da CF, a imunidade recíproca refere-se somente a impostos sobre patrimônio, renda e serviços. Mas o STF entende que a imunidade recíproca abrange qualquer imposto que onere economicamente o ente imune (Contribuições não são abrangidas pela imunidade e são devidas). Assim, para o STF, o dispositivo alcança inclusive o IOF sobre operações financeiras realizadas por determinado ente, por exemplo. Conforme § 1º do art. 9º do CTN, a imunidade recíproca não exclui a atribuição, por lei, às entidades nele referidas, da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias por terceiros. CTN – Art. 9º - § 1º O disposto no inciso IV não exclui a atribuição, por lei, às entidades nele referidas, da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias por terceiros. Trata-se de um tipo de imunidade subjetiva que visa a proteger a União, os Estados, DF e Municípios, evitando a imposição coercitiva de impostos uns sobre os outros. Por esse motivo é considerada uma cláusula pétrea (pois é uma forma de preservar o pacto federativo). 6 – Hipóteses de Imunidade Tributária 6.1- Imunidade Recíproca C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 10 de 81 www.exponencialconcursos.com.br A imunidade recíproca estende-se às autarquias e fundações públicas. Mas FIQUE LIGADO: em relação a estas, a CF estabeleceu uma restrição extra: a de que somente abrangerá o patrimônio, renda e serviços vinculados às suas finalidades essenciais – aquelas que significam a razão de ser da entidade. Logo, a imunidade tributária recíproca às autarquias e fundações públicas possui uma amplitude menor do que aquela conferida aos entes tributantes. O ente da federação é imune independentemente de condição, já as autarquias e federações só serão abrangidas pela imunidade em relação às situações vinculadas às finalidades essenciais. § 2º A vedação do inciso VI, "a"(imunidade recíproca), é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. ATENÇÃO! Em abril de 2017 o STF julgou um caso de aplicação de imunidade recíproca nos Res 594015 e 601720. Estipulando que um imóvel público, utilizado por empresa privada não estará sujeito à imunidade tributária, ou seja, caberá cobrança de IPTU sobre imóvel pertencente a ente público, mas cedido a empresa privada. Os termos do STF são os seguintes: Repercussão geral - Para fim de repercussão geral, o ministro Roberto Barroso propôs a seguinte tese, que foi aprovada por maioria do Plenário: “A imunidade recíproca não se estende a empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese, é constitucional a cobrança de IPTU pelo município”. Por conta disso, a maioria do STF entendeu que garantir a imunidade, nessa hipótese, seria conferir uma vantagem concorrencial em detrimento das outras empresas privadas, o que prejudicaria a concorrência econômica. Vamos analisar agora a situação da aplicação da imunidade recíproca às empresas públicas e sociedades de economia mista. Na literalidade da CF, art. 173, § 2º, as empresas públicas e sociedades de economia que explorem atividade econômica não são contempladas pela imunidade recíproca. Se não fosse assim, haveria um desequilíbrio na concorrência com a iniciativa privada. Essa regra comporta exceções. Art. 173 - § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 11 de 81 www.exponencialconcursos.com.br No entanto, de acordo com o entendimento do STF, empresas públicas e sociedades de economia mista PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO de prestação obrigatória e exclusiva do Estado (serviços públicos essenciais) estão abrangidas pela imunidade recíproca. Exemplos de casos em que o STF já manifestou entendimento de que se trata de imunidade: ✓ Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT (empresa pública federal); empresa estatal prestadora de serviço público essencial, subsistindo,assim, em relação a todas as suas atividades, inclusive quanto aos serviços não exclusivos. ✓ Infraero ✓ Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia – CAERD (sociedade de economia mista estadual). ✓ Casa da Moeda. ✓ § 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. A imunidade recíproca também não exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel, conforme o § 3º do art. 150 da CF. Isto é, ainda que o imóvel seja de propriedade de ente público, se tiver sido objeto de contrato de promessa de compra e venda a um particular, este assume a posição de contribuinte do IPTU. Veja o teor da Súmula 583 do STF: Promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano. Veja o seguinte trecho de um julgado do STF, o qual já foi objeto de cobrança no concurso do ICMS SP 2013: “É aplicável a imunidade tributária recíproca às autarquias e empresas públicas que prestem inequívoco serviço público, desde que, entre outros requisitos constitucionais e legais não distribuam lucros ou resultados direta ou indiretamente a particulares, ou tenham por objetivo principal conceder acréscimo patrimonial ao poder público (ausência de capacidade contributiva) e não desempenhem atividade econômica, de modo a conferir vantagem não extensível às empresas privadas (livre iniciativa e concorrência).” (RE 399.307/2010). C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 12 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Assim, entende a jurisprudência do STF que a imunidade constitucional recíproca alcança as empresas públicas prestadoras de serviço público, mas não as empresas públicas que exercem atividade econômica em sentido estrito (RE 552.736AgR/2009). Outra decisão relevante do STF é a em que foi reconhecida que a imunidade tributária recíproca se aplica a sociedades de economia mista que se caracterizem inequivocamente como instrumentalidades estatais (sociedades de economia mista anômalas) (RE 253.472/2010). Despois, a Corte também estabeleceu parâmetros para a aplicação da imunidade recíproca às SEM e as EP, sendo esses: a) a imunidade tributária recíproca se aplica apenas à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado; b) atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser submetidas à tributação, por apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política; e c) a desoneração não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da livre concorrência e do livre exercício de atividade profissional ou econômica lícita. [ACO 1460 AgR, rel. min. Dias Toffoli, P, j. 7-10-2015, DJE 249 de 11-12-2015.] A imunidade tributária recíproca pode ser estendida a empresas públicas ou sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de cunho essencial e exclusivo. STF diz o seguinte: Acerca da natureza do serviço público de saneamento básico, trata-se de compreensão iterativa do Supremo Tribunal Federal ser interesse comum dos entes federativos, vocacionado à formação de monopólio natural, com altos custos operacionais. A empresa estatal presta serviço público de abastecimento de água e tratamento de esgoto, de forma exclusiva, por meio de convênios municipais. Constata-se que a participação privada no quadro societário é irrisória e não há intuito lucrativo. Não há risco ao equilíbrio concorrencial ou à livre iniciativa, pois o tratamento de água e esgoto consiste em regime de monopólio natural e não se comprovou concorrência com outras sociedades empresárias no mercado relevante. A cobrança de tarifa, isoladamente considerada, não possui aptidão para descaracterizar a regra imunizante prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição da República. [ACO 2730 AgR, rel. min. Edson Fachin, P, j. 24-3-2017, DJE 66 de 3-4-2017.] Mais uma decisão nesse sentido: É irrelevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a circunstância de a atividade desempenhada estar ou não sujeita a monopólio estatal. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 13 de 81 www.exponencialconcursos.com.br O alcance da salvaguarda constitucional pressupõe o exame (i) da caracterização econômica da atividade (lucrativa ou não), (ii) do risco à concorrência e à livre-iniciativa e (iii) de riscos ao pacto federativo pela pressão política ou econômica. A imunidade tributária recíproca não se aplica à Petrobrás". (RE 285.716/2010) Repare que esses entendimentos do STF contraria a literalidade do texto constitucional, ainda assim, veja que há uma tendência de análise sendo feita mais preocupada com o aspecto substancial do serviço prestado do que pela formalidade e natureza jurídica do prestador, atentando-se à natureza do serviço prestado, a questão da finalidade lucrativa e a questão da concorrência com a iniciativa privada. Em relação aos serviços de SAÚDE também temos a previsão de que a prestação de ações e serviços de saúde por sociedades de economia mista corresponde à própria atuação do Estado, desde que a empresa estatal não tenha por finalidade a obtenção de lucro. Conclusão: As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade tributária prevista na alínea a), do inciso VI, Art. 150 da CF. (RECURSO EXTRAORDINÁRIO 580.264). E os serviços notariais e de registro, são abrangidos pela imunidade recíproca? De acordo com entendimento do STF, NÃO há imunidade de ISS em relação a tais serviços, embora delegados pelo poder público, são prestados por particulares com intuito lucrativo (ADI 3089/2008). Outra importante decisão do STF refere-se ao ICMS devido na operação de fornecimento de iluminação pública a ente/entidade imune: a decisão afirma que a imunidade tributária, relativa ao ICMS, abrange apenas os entes políticos quando estes configurarem como contribuintes de direito (aquele com a obrigação de recolhimento do tributo devido), não se aplicando quando o ente/entidade se encontrar na posição de contribuinte de fato (aquele que de fato suporta o ônus da tributação repassado pelo contribuinte de direito). Nas palavras do STF: “o Município não é contribuinte de direito do ICMS sobre serviços de energia elétrica, por isso não se aplica a imunidade tributária recíproca” (ARE 663552/2012). Além disso, de acordo com a Súmula 75 do STF, o comprador ainda ficará sujeito ao ITBI: “Sendo vendedora uma autarquia, a sua imunidade fiscal não compreende o imposto de transmissão "inter vivos", que é encargo do comprador”. C óp iar eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 14 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Vejamos agora um esquema sobre o regramento constitucional da imunidade recíproca: 2. (CESPE/PGE-PE/Procurador/2018) As hipóteses de limitação ao poder de tributar decorrente do princípio constitucional da imunidade recíproca incluem a) proibir a União de instituir impostos sobre o patrimônio de estados e municípios. b) vedar as limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais. c) proibir que estado estabeleça diferença tributária entre bens e serviços em razão do município de procedência ou de destino. d) vedar isenções de tributos da competência de outros entes federativos. e) proibir a instituição de tributo federal que não seja uniforme em todo o território nacional. Comentários: A questão trata da chamada imunidade recíproca, essa imunidade proíbe que um ente cobre impostos de outro ente. A União está proibida de instituir impostos sobre o Estado ou Município e vice-versa. Gabarito 2: A Imunidade Recíproca União, Estados, DF e Municípios não podem instituir IMPOSTOS sobre patrimônio, renda e serviços uns sobre os outros Abrange autarquias e fundações públicas, somente em relação a patrimônio, renda e serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes NÃO se aplica ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. Não alcança empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica Não abrange taxas e contribuições de melhoria C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 15 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Interessante notar que o termo utilizado pela doutrina e jurisprudência é “imunidade religiosa”, pois abrange as entidades de cunho religioso, não obstante esse termo, a CF utilizada um termo referindo-se aos templos. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: b) templos de qualquer culto; A imunidade sobre templos de qualquer culto também é um tipo de imunidade subjetiva. Veja, poderíamos nos enganar achando que essa imunidade só abrange o templo, mas não, essa imunidade abrange as entidades religiosas, as pessoas jurídicas de direito privado que exercem atividades de cunho religioso e os impostos relativos a essas entidades. O objetivo aqui é garantir a liberdade de crença religiosa, evitando que por meio da tributação o Poder Público interfira nas entidades religiosas. Importante ressaltar que essa imunidade corresponde ao patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. Apesar dos termos, o STF entende que se estende a todos os impostos aplicáveis à entidade, quando vinculados às finalidades essenciais. Em virtude de a liberdade de crença religiosa ser direito individual protegido pela CF (art. 5.º, VI), a imunidade religiosa é uma cláusula pétrea (por proteger esse direito individual). Note que a imunidade religiosa também se aplica somente aos IMPOSTOS. Tenha em mente que toda e qualquer religião está protegida por essa imunidade, seja ela católica, adventista, budista ou outras existentes. Imunidade Religiosa União, Estados, DF e Municípios não podem instituir IMPOSTOS sobre templos de qualquer culto Abrange patrimônio, renda e serviços vinculados às suas finalidades essenciais 6.2- Imunidades das Entidades Religiosas C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 16 de 81 www.exponencialconcursos.com.br CUIDADO: em relação às lojas maçônicas, o STF considera que não podem ser beneficiadas pela imunidade sob o argumento de que a maçonaria não é religião. ATENÇÃO: de acordo com a CF, a imunidade aplica-se somente em relação a patrimônio, renda e serviços relacionados às finalidades essenciais dos templos religiosos, mas vale a mesma observação feita em relação às autarquias e fundações: é suficiente que essa vinculação seja indireta para gozo da imunidade. O STF já pacificou que o benefício não está restrito ao imóvel onde o culto é celebrado, mas inclui os serviços por ele prestados (não incidindo ISS) e os rendimentos obtidos (não incidindo IR). Outra decisão importante do STF é a de que a imunidade de instituição religiosa se estende a cemitério sem fins lucrativos, desde que funcionem como extensões de entidades religiosas e se dediquem exclusivamente à realização de serviços religiosos e funerários, não incidindo IPTU (RE 578.562/2008). Mais uma imunidade subjetiva que abrange algumas entidades, essas imunidades têm relação com o Estado Democrático de Direito. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; § 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. 6.3 - Imunidades de Partidos Políticos, Sindicato dos Trabalhadores, Entidades de Educação e de Assistência Social C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 17 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Nessa imunidade, temos mais uma situação de imunidade subjetiva referindo-se tão somente aos IMPOSTOS. Aqui temos que observar alguns pontos importantes que as bancas adoram fazer pegadinhas: 1) – A imunidade dos partidos políticos tem origem na liberdade política e o fundamento da República que é o pluralismo político. Essas imunidades também alcançam a fundações dos partidos políticos. A condição para que o partido político usufrua da imunidade é a de que esteja devidamente registrado no TSE. 2) – Os sindicatos dos trabalhadores ou empregados também são entidades abrangidas pela imunidade. Essa imunidadenão abrange as entidades representativas de empresas (sindicatos patronais). Essa imunidade protege o lado mais fraco da relação e vai de encontro aos direitos sociais constitucionalmente previstos. 3) - A ressalva contida na parte final do art. 150, VI, “c”, da CF estabelecendo que deverão ser atendidos os requisitos da lei, refere-se APENAS às entidades educacionais e de assistência social sem fins lucrativos. Essas entidades somente estão protegidas se atenderem os requisitos previstos em lei (alguns deles estabelecidos no art. 14 do CTN, conforme o esquema abaixo) e não tiverem finalidade lucrativa. Mas tenha em mente que a exigência de que essas entidades não tenham finalidade lucrativa não impede que tenham receita ou cobrem mensalidades, desde que não haja distribuição de lucros aos fundadores, sócios ou administradores. Ou seja, podem obter receitas e ao final da contagem entre receita e despesa sobrar algum valor, mas desde que esse valor não seja distribuído, esse resultado positivo deve ser revertido para os fins institucionais. Trata-se de imunidade que protege e fomenta o ensino e as ajudas sociais. As instituições de assistência social são as que auxiliam o Estado no atendimento aos direitos sociais. Entidades de educação incluem escolas, universidades, cursos de idiomas, etc. Entidades de assistência social são aquelas que prestam auxílio a pessoas que se encontram em situação de risco social. Imunidades de *Partidos Políticos * Sindicato de Trabalhadores * Entidades de Educação *Entidades de Assistência Social Abrange patrimônio, renda e serviços relacionados às finalidades essenciais das respectivas entidades C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 18 de 81 www.exponencialconcursos.com.br CTN - Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. § 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício. VEJA BEM: em caso de falta de cumprimento dos requisitos, ocorrerá a SUSPENSÃO da aplicação do benefício. Caso volte a atender os requisitos, a entidade voltará a usufruir a imunidade. ATENÇÃO: a fixação dos requisitos pela lei é caso de “regulação das limitações constitucionais ao poder de tributar”. Assim, deve obediência ao art. 146, II, da CF que exige lei complementar. Atualmente é o próprio CTN que realiza essa função. Contudo, o STF entende que as normas sobre a constituição e funcionamento das entidades podem ser previstas por meio de lei ordinária: Imunidades de * Entidades de Educação *Entidades de Assistência Social Somente válida para entidades sem fins lucrativos e que atendam requisitos da lei Requisitos (CTN, art. 14): 1. →Não distribuírem qualquer parcela do patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; 2. →Aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; 3. →Manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão 4. § 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do art. 9º (atribuição de reter tributos como responsável), a autoridade competente pode SUSPENDER a aplicação do benefício. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 19 de 81 www.exponencialconcursos.com.br “Conforme precedente no STF (RE 93.770, Muoz, RTJ 102/304) e na linha da melhor doutrina, o que a Constituição remete à lei ordinária, no tocante à imunidade tributária considerada, é a fixação de normas sobre a constituição e o funcionamento da entidade educacional ou assistencial imune; não, o que diga respeito aos lindes da imunidade, que, quando susceptíveis de disciplina infraconstitucional, ficou reservado à lei complementar.” (ADI 1.802/1998). 4) - Como já mencionado em relação à imunidade de autarquias / fundações e templos de qualquer culto, a imunidade das entidades aqui tratadas estende-se sobre patrimônio, renda e serviços relacionados às suas atividades essenciais, ainda que a vinculação seja indireta. O STF tem mostrado tendência de interpretação extensiva quanto ao requisito de manutenção do patrimônio, renda e serviços das instituições imunes vinculados às suas finalidades essenciais. A Corte Suprema já decidiu ser aplicável a imunidade nos casos de venda realizada por serviço social autônomo (SESC) de ingressos de cinema ao público em geral (AI 155.822-AgR/1995). Considerou constitucional também a imunidade a escolas de ensino profissionalizantes mantidas por essas entidades sociais autônomas como SENAC e SENAI (RE 235.737). Em relação à cobrança de IPTU das entidades desse item, temos súmula vinculante. Súmula Vinculante 52 Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. Nesse sentido, já decidiu também a Corte Máxima que é imune a renda obtida com a exploração do serviço de estacionamento em imóvel pertencente a ente imune, desde que os recursos obtidos sejam destinados a tais finalidades essenciais. Há outras decisões do STF nesse sentido de que a venda de bens de entidade imune não se sujeita ao ICMS. Como já visto, lembre-se que o STF reconhece a imunidade em favor do contribuinte de direito (vendedor) e não em favor do contribuinte de fato (adquirente). Quanto às instituições de assistência social, em regra e na maioria dos casos, as entidades de previdência fechadas possuem contribuição de seus filiados, nesse caso trata-se de entidade de caráter contributivo. Porém há casos em que é criada entidade de previdência fechada em que os filiados beneficiários não precisam contribuir, são verdadeiras entidades de assistência social, essas sim possuem a imunidade. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 20 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Súmula 730 do STF A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se NÃO houver contribuição dos beneficiários. A imunidadeabrange patrimônio, renda e serviços relacionados às finalidades essenciais das respectivas entidades. Veja que apenas os impostos cujo fato gerador seja patrimônio (ex. IPTU e IPVA), renda (ex. IR) e serviços (ex. ISS), haverá a imunidade. Se a entidade efetuar operação financeira deverá pagar IOF, se efetivar a circulação de mercadorias, deverá pagar ICMS, etc. Entendimento do STF garante aos entes imunes a extensão do benefício, porém, não caia em pegadinhas, se a questão abordar esse assunto e não mencionar expressamente o STF, procure a alternativa “mais correta” ou “menos errada”. Diferentemente das anteriores, que se referiam a impostos, esta imunidade exonera do pagamento de contribuições da seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Atenção! O texto constitucional fala em isenção (“são isentas de contribuição para a seguridade social ...”), mas se trata de imunidade! Lembre-se do que falamos: isenção é sempre prevista em lei e imunidade na CF. Esta é a regra, embora nossa Constituição incorra em erro conceitual. Art. 195 - § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Em relação a essa imunidade o STF julgou um caso em função de algumas exigências de lei ordinária para que a entidade conseguisse usufruir da imunidade. O posicionamento admitiu que questões procedimentais, de certificação, de controle e de fiscalização dessas entidades podem sim estar previstas em lei ordinária. No entanto, em relação ao gozo da imunidade devem ser aplicadas os dispositivos de lei complementar como o Art. 14 do CTN. O julgado concluiu o seguinte: “Os requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos em lei complementar”. 6.4 - Imunidades das Entidades Beneficentes de Assitência Social em Relação às Contribuições da Seguridade Social C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 21 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Trata-se de um caso de imunidade objetiva, visando a garantir a liberdade de expressão do pensamento e da imprensa. Abrange livros, jornais e periódicos, independentemente de seu conteúdo, e o papel utilizado para sua impressão. Note que essa imunidade cultural também se aplica somente aos IMPOSTOS. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. O STF tem reconhecido imunidade aos demais insumos assemelhados ao papel, como “papel fotográfico, inclusive para fotocomposição por laser, filmes fotográficos, sensibilizados, não impressionados, para imagens monocromáticas e papel para telefoto”. Nesse sentido, tem-se a Súmula 657 do STF: “a imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos”. No entanto, a Corte não reconhece imunidade a outros tipos de insumos, como tinta e máquinas usadas no parque gráfico. O STF já afirmou que NÃO podem ser imunizados: tinta utilizada na impressão de livros, jornais e periódicos; serviços de composição gráfica; calendários, livros contábeis, blocos de papel para anotação, agendas de anotações; encartes exclusivos de propaganda distribuídos com jornais; produtos utilizados na aceleração do processo de secagem da tinta utilizada na impressão de jornais; tiras plásticas utilizados na amarração de jornais; importação de insumos gráficos. Vê-se, portanto, uma interpretação restritiva no que tange ao “papel”. No entanto, o STF está mudando seu entendimento trazendo uma interpretação mais abrangente, pois, em caso de uma empresa que importou peças para preparo de chapas de impressão, o STF considerou essa operação imune nos seguintes termos: A imunidade tributária relativa a livros, jornais e periódicos é ampla, total, apanhando produto, maquinário e insumos. A referência, no preceito, a papel é exemplificativa e não exaustiva.” (RE 202.149) Como se trata de um tipo de imunidade objetiva, as livrarias e editoras NÃO são imunes. Assim, essa imunidade não exonera uma livraria ou editora de pagar impostos como o IPTU pelos imóveis que ocupam ou IR quanto às rendas que auferem. 6.5 – Imunidade dos Livros, Jornais, Periódicos e Respectivo Papel Destinado a sua Impressão. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 22 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Os impostos abrangidos pela imunidade são aqueles que incidem objetivamente sobre as mercadorias mencionadas, como ICMS, IPI, II e IE. Quanto ao valor cultural das publicações com o objetivo de conferir-lhes ou não imunidade, o STF já afirmou que a imunidade é assegurada irrestritamente pela CF, não importado seu valor cultural. Seguem alguns itens que já foram objeto de decisão favorável do STF e já caíram em provas de concursos: álbuns de figurinhas; listas telefônicas; apostilas (RE 221.239/2004). No que tange aos os encartes com exclusiva finalidade comercial, o STF entende que, mesmo que inseridos dentro de jornais, não estão protegidos pela imunidade em virtude de não serem considerados como destinados à cultura. Entretanto, a Corte Máxima entende que a presença de propaganda no corpo da própria publicação, sendo dela inseparável, não lhe retira a imunidade, pois ajuda a reduzir o preço da publicação, indo ao encontro com o objetivo da norma imunizante. Em relação aos e-books, livros digitais ou eletrônicos, o STF também já se manifestou pela aplicação da imunidade, estendendo, inclusive, essa imunidade aos aparelhos leitores desses livros eletrônicos, chamados pela corte de suporte próprio para sua leitura. São aparelhos leitores digitais como Kindle, Lev, etc. Atenção, esse entendimento não alcança os aparelhos multifuncionais como tablets, smartphones e laptops. Nesse mesmo julgado o STF aprovou a tese em relação a imunidade de peças de montagem que vêm junto com revista de um curso prático de montagem de computadores. As teses do STF estão ditas da seguinte forma: “A imunidade tributária constante do artigo 150, VI, “d”, da Constituição Federal, aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo. Para o RE 595676 os ministros assinalaram que “a imunidade tributária da alínea “d” do inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal alcança componentes eletrônicos destinados exclusivamente a integrar unidades didáticas com fascículos”. Essa imunidade foi introduzida na CF por meio da chamada PEC da música. Prevê o que podemos chamar de imunidade musical. Objetivo de facilitar o comércio e estimular a economias me relação a produtos nacionais e originais, evitando a pirataria e contribuindo com os artistas nacionais. Trata-se de um novo caso de imunidade que foi introduzido pela Emenda Constitucional 75/2013. 6.6 - Imunidade Musical C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rson F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 23 de 81 www.exponencialconcursos.com.br É um tipo de imunidade objetiva que visa proteger a livre manifestação de pensamento e a expressão da atividade artística e intelectual. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. Vamos analisar mais de perto esses casos de imunidade: - Fonograma e videograma musical – fonograma musical é o arquivo que contém música, e videograma musical é o arquivo que contém música e vídeo. Um fonograma é uma gravação de som de uma interpretação musical. Videofonograma é a gravação de som e imagem de uma interpretação musical. - Produzidos no Brasil – o fonograma e o vídeograma devem ser necessariamente produzidos no Brasil, sem exceção. - Obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros – o compositor ou o cantor da música ou do vídeo devem ser brasileiros ou em caso de música estrangeira o cantor tem que ser brasileiro. - Suportes materiais ou arquivos digitais – todos os suportes materiais como CD, DVD, Blu-ray e ainda os suportes digitais em arquivos digitais como app store, google play são imunes. Na categoria de arquivos digitais estão as músicas baixadas na internet, aplicativo de música para celulares. União, Estados, DF e Municípios não podem instituir IMPOSTOS sobre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 24 de 81 www.exponencialconcursos.com.br - Salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser – trata-se da não aplicação da imunidade em tela quando da reprodução das obras musicais a partir da matriz produzida. Essa parte final tem o condão de proteger a Zona Franca de Manaus. Atenção à ressalva! A replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser nada mais é que o processo industrial de multiplicação da matriz do CD ou DVD em cópias idênticas, que pode ser tributado normalmente. Ou seja, a produção e distribuição continua imune, a replicação não. É um tipo de imunidade objetiva que se dirige às mercadorias e serviços destinados ao exterior com a finalidade de incentivar as exportações. É bastante ampla, exonerando de IPI e ICMS qualquer mercadoria ou serviço que se destine ao exterior. Repare mais uma vez que não atinge às pessoas exportadoras e sim aos produtos exportados. Art. 153 - § 3º O imposto previsto no inciso IV (IPI): III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior. Em relação à imunidade do ICMS podemos destacar que se aplica aos produtos e aos serviços exportados e deve ser assegurado o aproveitamento do crédito do imposto pago nas operações anteriores. Art. 155 - § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte (ICMS): X - não incidirá: a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores; É preciso que você saiba que, além das imunidades presentes no Título VI da CF (estudadas nos tópicos anteriores), a CF prevê também outras ao longo de seu texto. Algumas delas referem-se a impostos específicos como ICMS ou ISS e que serão abordados de maneira mais completa na análise de cada imposto, mesmo assim vamos dar uma rápida olhada nas outras imunidades, conforme elencadas abaixo: 6.7- Imunidade das Mercadorias e Serviços Destinados ao Exterior em Relação ao IPI e ICMS 6.8 – Outras Imunidades C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 25 de 81 www.exponencialconcursos.com.br TAXAS EM GERAL - Imunidade de taxas em geral no exercício do direito de petição e na obtenção de certidões; Art. 5º - XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; - Imunidade de custas judiciais (consideradas taxas pelo STF) na ação popular, salvo comprovada má-fé. Art. 5º - LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má- fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; - Imunidade de emolumentos (considerados taxas pelo STF) no registro civil de nascimento e na certidão de óbito, para os reconhecidamente pobres. Art. 5º - LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; - Imunidade de custas judiciais e emolumentos em habeas corpus, habeas data e, na forma da lei, em atos necessários ao exercício da cidadania. Art. 5º - LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. - Imunidade em relação ao casamento civil ter a sua celebração gratuita. Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 26 de 81 www.exponencialconcursos.com.br CONTRIBUIÇÕES - São imunes as contribuições sociais e as de intervenção no domínio econômico (CIDE) em relação às receitas de exportação. Art. 149 - § 2º As contribuições sociais e de intervençãono domínio econômico de que trata o caput deste artigo: I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; IMPOSTOS - Imunidade de ITR para pequenas glebas rurais, definidas em lei, exploradas por proprietário que não possua outro imóvel. Art. 153 - § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput (ITR): II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; - Imunidade das transferências para fins de reforma agrária. (impostos em geral) Art. 184 - § 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. - Mais uma imunidade de ICMS, só que dessa vez em relação às operações que destinem a outros Estados da federação petróleo, combustíveis líquidos e gasosos e seus derivados. A imunidade alcança também energia elétrica. Art. 155 - § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte (ICMS): X - não incidirá: b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; - Imune em relação ao ICMS são as prestações de serviços de comunicação de radio e de sons e imagens livres e grátis. Art. 155 - § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte (ICMS): X - não incidirá: d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 27 de 81 www.exponencialconcursos.com.br - Imunidade em relação aos outros impostos, já que nas operações com energia elétrica, serviços de telecomunicações e derivados de petróleo, combustíveis e minerais do país, só incidirão ICMS, II e IE, nenhum outro imposto poderá incidir. Art. 155 - § 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II (ICMS, II e IE), nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. - O ouro definido como ativo financeiro ou instrumento cambial será imune em relação aos outros impostos, pois só pode incidir sobre ele o IOF. Art. 153 - § 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; - Imunidade de ITBI em relação a transmissão de bens imóveis em casos específicos. 156 § 2º O imposto previsto no inciso II (ITBI): I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; Depois de tantos detalhes, com muitos artigos e bastante jurisprudência, vamos ver como são as questões de prova sobre esse assunto. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 28 de 81 www.exponencialconcursos.com.br 3. (FCC/DPE-AP/Defensor/2018) À luz das normas constitucionais sobre as limitações do poder de tributar e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, I - a prestação de serviços públicos pelos Municípios aos Estados e à União não poderá ser tributada por meio de taxa, tendo em vista o princípio da imunidade recíproca, que decorre do princípio federativo. Comentários: A imunidade recíproca é uma limitação constitucional ao poder de tributar, configurando uma imunidade. Por esse imunidade temos que um ente não pode cobrar impostos de outro ente, porém aplica-se somente aos impostos, de maneira que pode ser cobrada taxa de um ente sobre outro. Gabarito 3: Errada 4. (FCC/TRT-24/Analista Judiciário/2017) O Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, órgão da Administração Pública Federal direta, precisando renovar a frota de veículos automotores de sua propriedade, procedeu à análise do custo anual de manutenção desta frota, composta por cinco veículos, todos eles com seis anos de uso. O resultado desse estudo seria o parâmetro para a renovação da frota. Em razão disso, foram elaborados os devidos estudos dos custos dos diversos itens relacionados com a frota, tais como os de manutenção mecânica, de limpeza, de estacionamento, de consumo de combustíveis e lubrificantes e, inclusive, os de natureza tributária. No tocante especificamente aos custos anuais de natureza tributária, o mencionado estudo, para ser considerado correto à luz das normas constitucionais, deveria ter concluído que o referido Tribunal a) não incorrerá em despesas tributárias relativamente ao Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores − IPVA, pois é vedado aos Estados instituir impostos sobre o patrimônio da União, mas poderá incorrer nessas despesas relativamente às taxas, tais como a taxa de licenciamento de veículos, pois não é vedada constitucionalmente sua instituição. b) não incorrerá em despesas tributárias, pois é vedado aos Estados instituir tributos estaduais sobre o patrimônio, renda ou serviço da União. c) incorrerá em despesas tributárias, pois é vedado aos Estados, mas não à própria União, neste caso, instituir tributos estaduais sobre o seu próprio patrimônio, atendendo ao princípio do tratamento isonômico entre contribuintes. 7 – Questões Comentadas C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 29 de 81 www.exponencialconcursos.com.br d) não incorrerá em despesas tributárias relativamente às taxas, tais como a taxa de licenciamento de veículos, pois é vedado aos Estados instituir taxas sobre o patrimônio da União, mas incorrerá nessas despesas relativamente ao IPVA, pois não é vedada a instituição de impostos sobre o patrimônio da União, desde que haja previsão legal nesse sentido. e) poderá incorrer em despesas tributárias, pois o IPVA e a taxa de licenciamento de veículos podem ser instituídos, no presente caso, sobre o patrimônio da União, porque são tributos de competência estadual. Comentários: A vedação de instituição de IPVA do Estado sobre o órgão se dá porque esse órgão pertence à União e em função da imunidade recíproca um ente não pode instituir imposto sobre outro ente. Essa imunidade não impede que sejam cobradas taxas entre os entes. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostossobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; Gabarito 4: A 5. (FCC/SEGEP-MA/Auditor/2016) De acordo com as regras constitucionais atinentes às limitações do poder de tributar, é VEDADO a) aos Municípios, instituir e cobrar a “taxa de lixo” das repartições públicas estaduais, pertencentes à Administração direta estadual. b) instituir e cobrar contribuição de melhoria decorrente da valorização de um terreno baldio de propriedade de instituição religiosa. c) aos Estados, instituir e cobrar o IPVA sobre veículos de propriedade de órgão da Administração direta da União. d) aos Estados, instituir e cobrar a “Taxa de Fiscalização de Prestação de Serviços de Interesse à Saúde”, relativamente a estabelecimento pré-escolar (maternal), entidade sem fins lucrativos e que exerce suas atividades essenciais. e) aos Municípios, instituir e cobrar o ISS sobre a prestação de serviço de saúde por hospitais de propriedade de entidade de economia mista, que cobra pelos serviços que presta, e cuja maior parte do capital pertence ao Estado. Comentários: a) Errada – A imunidade recíproca não se aplica às taxas, então, pode sim um Município cobrar taxa de um Estado. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 30 de 81 www.exponencialconcursos.com.br b) Errada – A imunidade dos templos de qualquer culto que se aplica às entidades religiosas também só vale para impostos, ou seja, pode sim cobrar contribuição de melhoria de terreno de propriedade de entidade religiosa. c) Correta – Em função da aplicação da imunidade tributária recíproca, um ente não pode cobrar imposto de outro ente. Então, o Estado não pode cobrar IPVA da União. d) Errada – Entidades de educação sem fins lucrativos que sigam os requisitos da lei têm direito à imunidade dos impostos e não das taxas. e) Errada – Essa situação de empresa pública prestadora de serviço é bem complicada, já que o próprio STF fica variando seu posicionamento. No entanto, a imunidade, nesse caso, não analisa apenas a pessoa beneficiada, mas outros elementos como tipo de serviço prestado, a questão da finalidade lucrativa e a questão da concorrência com a iniciativa privada. Ou seja, esse hospital não é imune ao ISS. Gabarito 5: C 6. (FCC/METRÔ-SP/Advogado/2016) Considere: I. Partidos políticos. II. Fundações de partidos políticos. III. Entidades sindicais dos trabalhadores. IV. Entidades sindicais dos empregadores. Observados os requisitos legais, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, cobrar impostos sobre o patrimônio, a renda ou serviços dos entes indicados APENAS em a) I, II e III. b) I, III e IV. c) I e II. d) III e IV. e) III. Comentários: A imunidade em tela abrange os partidos políticos, as fundações dos partidos políticos, as entidades sindicais de trabalhadores, mas não abarca a entidade sindicais de empregadores. Portanto, apenas os indicados em I, II e III. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 31 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Gabarito 6: A 7. (FCC/PGE-MT/Analista-Direito/2016) De acordo com as regras insculpidas na Constituição Federal e nas leis complementares às normas por ela estabelecidas, os Estados e o Distrito Federal a) podem instituir e aumentar o ITCMD sobre a doação de livros, desde que observem, necessariamente, os princípios da anterioridade, anterioridade nonagesimal (noventena), legalidade e irretroatividade. b) não podem lançar e cobrar o ICMS incidente sobre a comercialização de obras musicais, produzidos no Brasil, gravadas em CDs ou DVDs, contendo óperas de Mozart (nacionalidade austríaca), interpretadas por músicos brasileiros. c) podem fixar a base de cálculo do IPVA, desde que observem, necessariamente, os princípios da anterioridade, anterioridade nonagesimal (noventena), legalidade e irretroatividade. d) sobre a prestação de serviços em geral, mediante a edição de lei ordinária estadual. e) podem lançar e cobrar o ICMS sobre operações que destinem a outros Estados álcool combustível, inclusive lubrificantes dele derivados, e energia elétrica. Comentários: a) Errada – OS livros são imunes de impostos, portanto, Estado não pode instituir ITCMD sobre doações de livros. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. b) Correta – Perfeita, esta está de acordo com a imunidade musical, já que é fonograma produzido no Brasil e interpretada por brasileiro, essa situação é caso de imunidade musical de impostos. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: Imunidades de *Partidos Políticos * Sindicato de Trabalhadores * Entidades de Educação *Entidades de Assistência Social Abrange patrimônio, renda e serviços relacionados às finalidades essenciais das respectivas entidades C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 32 de 81 www.exponencialconcursos.com.br VI - instituir impostos sobre: e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. c) Errada – Alteração de base de cálculo de IPVA não precisa respeitar a anterioridade nonagesimal. d) Errada – Lei complementar vai tratar das regras gerais sobre o imposto sobre serviços, e a instituição do ISS será feita por lei municipal. e) Errada – Essas situações são imunes de ICMS. Art. 155 - § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte (ICMS): X - não incidirá: b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; Gabarito 7: B 8. (FCC/TJ-PI/Juiz/2015) Atenção: Para responder a questão, considere a seguinte situação hipotética: Empresa Pecúnia Informática S/A, tem sede em Teresina, Piauí. No regular exercício de suas atividades, foi contratada em 2014 pelo Município de São Paulo para prestar serviços de informática de janeiro a dezembro de 2015, prevendo- se no contrato o pagamento mensal dos valores devidos à empresa contratada. Um cidadão propõe uma ação popular questionando a lisura da contratação direta, formalizada em 2014, entre a empresa Pecúnia Informática S/A e o Município de São Paulo, tendo por objeto a prestação de serviços de informática. Segundo o art. 5°
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