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Direito Tributário - Aula 4

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Matéria: Direito Tributário 
Professor: Cadu Carrilho 
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Mais uma aula importantíssima. Essa é uma aula bem peculiar em função 
das inúmeras decisões jurisprudenciais que pautam esse assunto. 
Precisamos estar atentos aos posicionamentos atuais, e em relação aos 
posicionamentos antigos que ainda estão valendo também. Junto com isso, é 
preciso aprender a fazer prova, no sentido de saber qual a melhor alternativa a 
marcar na hora da prova, mesmo que outras opções estejam um pouco certa 
também, as bancas fazem muito esse tipo de pegadinha. 
SUMÁRIO 
1 – Não Incidência ..............................................................................3 
2 – Isenção .........................................................................................4 
3 – Alíquota Zero .................................................................................5 
4 – Imunidade Tributária - Conceito ....................................................6 
5 – Imunidade X Isenção X Não Incidência .........................................8 
6 – Hipóteses de Imunidade Tributária ................................................9 
6.1- Imunidade Recíproca ....................................................................... 9 
6.2- Imunidades das Entidades Religiosas ............................................... 15 
6.3 - Imunidades de Partidos Políticos, Sindicato dos Trabalhadores, Entidades 
de Educação e de Assistência Social ........................................................ 16 
6.4 - Imunidades das Entidades Beneficentes de Assitência Social em Relação 
às Contribuições da Seguridade Social .................................................... 20 
6.5 – Imunidade dos Livros, Jornais, Periódicos e Respectivo Papel Destinado a 
sua Impressão. .................................................................................... 21 
6.6 - Imunidade Musical ........................................................................ 22 
6.7- Imunidade das Mercadorias e Serviços Destinados ao Exterior em Relação 
ao IPI e ICMS ...................................................................................... 24 
6.8 – Outras Imunidades ....................................................................... 24 
7 – Questões Comentadas ................................................................. 28 
8 – Lista de Exercícios ....................................................................... 62 
9 – Gabarito ...................................................................................... 81 
Aula – Limitações ao poder de tributar 2: Imunidade. 
Incidência e não incidência. Isenção. 
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A segunda parte do assunto limitação constitucional ao poder de 
tributar refere-se às chamadas imunidades tributárias. Para entendermos um 
pouco melhor sobre as imunidades é preciso saber a natureza jurídica desse 
instituto e saber as semelhanças e as diferenças entre imunidade, não- 
incidência, isenção e alíquota zero. 
 A principal semelhança é a de que o resultado de todos esses institutos 
será o não pagamento de tributo, ou seja, para o contribuinte a aplicação de 
qualquer um deles é interessante, mas é bastante relevante, para efeito de 
concurso, entender melhor as nuances constitucionais e legais sobre eles. 
 
 
 Embora a competência tributária seja determinada na Constituição, é por 
meio das leis que são instituídos os tributos. 
CF -> DEFINE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
Leis -> INSTITUEM TRIBUTOS 
 A não incidência acontece quando acontece um fato e esse fato não será 
considerado fato gerador para efeito de cobrança de tributo. A ocorrência da 
não incidência pode acontecer por meio de três situações. 
 Primeiro, a Constituição Federal atribuiu competência a um ente para 
instituir um determinado tributo sobre um fato, mas o ente, por vontade de 
seus representantes, não elenca nas hipóteses do fato gerador desse tributo 
essa situação. Podem, pois, ocorrer casos em que o LEGISLADOR, embora 
competente, opte por NÃO INCLUIR determinadas situações NO CAMPO DE 
INCIDÊNCIA das normas tributárias. Exemplo: Um Estado-membro, ao 
instituir o imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens 
ou direitos, pode prever na lei, como fato gerador do tributo, apenas os casos 
envolvendo bens imóveis. Nesse caso, na doação de bens móveis não incidirá 
ITCD, ou seja, não haverá a subsunção do fato à norma. Por esse motivo, 
estamos diante de uma situação de não incidência. Ou seja, a qualquer 
momento a não incidência desse caso pode ser alterada, basta que o ente crie 
uma lei prevendo a possibilidade de cobrança sobre o fato. 
 Segundo, configura-se a não incidência quando não há competência 
constitucional para que determinada situação possa ser tributada, ou seja, há 
casos em que o ente tributante não possui competência para incluir 
determinada situação como hipótese de incidência do tributo, em virtude 
da delimitação constitucional de competências. Exemplo: É o caso da 
propriedade de um patinete, na qual não incide IPVA, em virtude de não se 
tratar de veículo automotor (patinete está fora do campo de incidência do 
ICMS). 
1 – Não Incidência 
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Nesse caso, para que a não incidência deixe de existir seria necessária 
alteração constitucional da competência tributária, atribuindo ao ente poder 
para instituir tributo sobre a situação. 
 Terceiro, e mais importante, pois vai tomar um bom tempo de nossa 
aula, a não incidência prevista na Constituição. E o caso em que o próprio texto 
constitucional impediu que seja cobrado tributo, chamada de não incidência 
constitucionalmente qualificada, ou imunidade tributária, trata-se, portanto, 
de uma limitação constitucional ao poder de tributar. A CF atribui a competência 
ao ente, mas ao mesmo tempo diz assim: “olha só ente, nessa situação aqui 
você não pode tributar, porque eu, Constituição, não deixo”. 
 Antes de vermos que situações são essas previstas na Constituição, 
vamos entender o que é isenção e o que é alíquota-zero. 
 
 
 Trata-se de hipótese de exclusão do crédito tributário, consistindo na 
dispensa legal do pagamento de tributos relativos a fatos geradores 
posteriores à sua vigência. 
Na isenção, o ente é competente para instituir determinado tributo e 
faz uso dessa competência por meio de lei (ocorrendo a incidência tributária). 
Entretanto, não é possível exigir o crédito tributário em razão de o ente 
dispensar o pagamento, também por intermédio de lei (situações de isenção). 
Assim, a norma que estabelece a isenção NÃO afeta o campode 
incidência do tributo, apenas exclui o crédito tributário (não dispensa o 
cumprimento das obrigações acessórias). Então, tenha em mente que as 
hipóteses de isenção estão inseridas no campo de incidência do tributo! 
Exemplo: Um determinado Estado pode instituir o IPVA, faz isso por meio de 
lei estadual, colocando como fato gerador do imposto a propriedade de veículo 
automotor, esse mesmo Estado coloca nessa mesma lei ou em outra, alguns 
dispositivos isentando determinada pessoa ou situação de pagar aquele tributo. 
No caso do IPVA, o Estado coloca na lei que pessoa com deficiência física, 
mesmo que seja proprietária de veículo automotor será isenta do pagamento 
do imposto. 
E perceba que a isenção atua no âmbito do exercício da competência, 
é concedida por meio do próprio ente tributante. Lembre-se do princípio da 
vedação da isenção heterônoma, enquanto a imunidade atua no plano da 
delimitação de competência. 
Abaixo trouxemos as regras da isenção apenas para você ir se 
familiarizando, pois serão objeto de aula posterior. 
2 – Isenção 
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O último instituto que falta você conhecer para não confundir com 
imunidade é o da alíquota zero. Nos casos de alíquota zero, o ente tem 
competência para instituir o tributo, ocorre o exercício da competência 
tributária, ocorre o fato gerador, mas a “obrigação tributária” dele 
decorrente é nula, em virtude de a alíquota ser zero. Existe lei prevendo 
fato gerador, sujeito passivo, base de cálculo e alíquota, mas em determinada 
situação a alíquota, por lei, será zero, ou seja, não haverá valor de tributo a ser 
pago. 
Exemplo: adoção de alíquota zero ocorre com o Imposto de Importação 
e o Imposto de Exportação, como forma de o governo regular a economia. 
1. (ESAF/AFRFB/2009) Diversos fatos podem resultar 
na desoneração tributária. Assinale, entre as que se seguem, a forma de 
desoneração tributária pela qual não nascem nem a obrigação tributária, nem o 
respectivo crédito por força do não-exercício da competência a que tem direito 
o poder tributante. 
a) Imunidade. 
b) Não-incidência. 
c) Isenção. 
d) Alíquota zero. 
Isenção
Concedida por lei específica da 
esfera governamental competente 
que especifique (...)
Condições e requisitos
para sua concessão
tributos a que se aplica
prazo de duração
Pode ser restrita a determinada região do território da 
entidade tributante
A insenção pode ser revogada
ou modificada por lei, a
qualquer tempo
Exceto se concedida por 
prazo certo E em função 
de determinadas 
condições
Pode ser concedida em caráter geral ou individual. Neste 
último caso, é efetivada por despacho da autoridade 
administrativa após comprovação de atendimento das condições 
e requisitos legais. Tal despacho NÃO gera direito adquirido. 
3 – Alíquota Zero 
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e) Remissão. 
Comentários: 
a) Errada - Na imunidade tributária o ente não possui o poder tributante, isto é, 
a competência tributária. 
b) Correta - Na não incidência, o ente possui o poder tributante, contudo não o 
exerce. Assim, não nasce a obrigação tributária, nem o crédito tributário. 
c) Errada - Na isenção (art. 175, CTN), o ente é competente e exerce a 
competência, fazendo nascer a obrigação tributária. Contudo, o crédito 
tributário é excluído por intermédio de lei. 
d) Errada - Na alíquota zero, o ente é competente e exerce a competência, 
fazendo nascer a obrigação tributária. Contudo, o valor do tributo a ser pago é 
nulo, pois o resultado da multiplicação da alíquota zero pela base de cálculo é 
igual a zero. 
e) Errada - Como será visto em aula posterior, remissão (art. 172, CTN) consiste 
no perdão de dívida tributária cujos fatos geradores já tenham se 
aperfeiçoado no momento de vigência da lei concessiva. Assim, o ente é 
competente e exerce a competência, fazendo nascer a obrigação tributária. 
Contudo, o crédito tributário é extinto por intermédio de lei. 
Gabarito 1: B 
 
 
 Sabemos que a Constituição Federal determina a competência tributária. 
Pois bem, ela também determina casos de incompetência tributária ou 
imunidade. Ou seja, a imunidade nada mais é do que uma não incidência 
constitucionalmente qualificada, pois ocorre a alteração do desenho da 
competência tributária de modo a limitar o poder de tributar do ente. 
 Em termos práticos, a imunidade significa que o legislador, ao instituir 
um tributo, não dispõe de competência para atingir uma situação imune, sob 
pena de a lei instituidora ser considerada inconstitucional. 
4 – Imunidade Tributária - Conceito 
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 O aspecto essencial que caracteriza a imunidade tributária é a sua 
previsão constitucional. Fique atento para não cair em armadilhas por conta 
de imprecisões terminológicas do texto constitucional: ainda que a CF 
estabeleça que determinado tributo ”não incidirá” sobre alguma situação ou 
se refira a ela como “isenta”, estará, na verdade, tratando de uma imunidade. 
Tenha em mente que não incidência e isenção são institutos estabelecidos 
pela lei e não pela CF! 
 Exemplo: veja abaixo dois trechos da Constituição utilizando os termos 
“não-incidirá” e “serão isentas”, ambos os casos tratam de imunidade tributária. 
Art. 149 - § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio 
econômico de que trata o caput deste artigo: 
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; 
Art. 184 - § 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais 
as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de 
reforma agrária. 
MEMORIZE: nada nem ninguém além da CF pode criar uma imunidade. 
Ainda assim, os examinadores gostam de nos confundir utilizando os 
mesmos termos da CF, então, para prova, saiba diferenciar juridicamente os 
institutos, mas saiba também que a questão pode dizer que a “CF estipula 
imunidade”, ou a “CF estipula não incidência” ou que a “CF estipula isenção”, 
nos casos como os do artigos transcritos acima, geralmente no enunciado da 
questão. 
 
IMUNIDADE
O que é
Impossibilidade estebelecida pela CF de instituir 
determinado tributo sobre uma situação específica 
Pode abranger
qualquer tributo
(impostos, taxas, 
contribuições)
Somente podem 
ser suprimidas
mediante 
emenda à 
Constituição
Pode ser 
subjetiva ou 
objetiva
IMUNIDADE
Prevista na CF
ISENÇÃO E NÃO 
INCIDÊNCIA
Previstas em LEI
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 Há casos em que a proteção constitucional se dirige a determinadas 
pessoas: são as imunidades subjetivas, como as relativas a partidos 
políticos, entidades de educação e assistência social, entre outras. 
Em outros casos, a imunidade refere-se a bens ou mercadorias: são as 
imunidades objetivas, como as que protegem livros e jornais e a relativa a 
mercadorias destinadas à exportação. Veremos os casos mais adiante. 
 
 
Veja abaixo um esquema que nos ajuda a entender um pouco melhor as 
diferenças vistas até aqui. 
 
 
A representação gráfica abaixo proposta pelo professor João Marcelo Rocha 
ilustra com maestria essa distinção: 
 
 
IMUNIDADE
CF determina 
incompetência
tributária
NÃO há fato gerador.
NÃO INCIDÊNCIA
CF determina 
competência tributária
Legislador NÃO faz uso 
da competência (não 
inclui determinada 
situação no campo de 
incidência do tributo) OU
NÃO possui a 
competência.
NÃO há fato gerador
ISENÇÃO
CF determina 
competência tributária
Legislador faz uso da 
competência tributária. 
HÁ fato gerador
Lei estabelece exclusão 
do crédito tributário
5 – Imunidade X Isenção X Não Incidência 
Não incidência 
Incidência 
Isenção 
Imunidade 
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 Vejamos os casos de imunidade, ou seja, as situações e pessoas 
elencadas na Constituição Federal que configuram imunidades. A CF estipula 
imunidades quanto às taxas, aos impostos e às contribuições sociais. 
 
 
 A Constituição veda que um ente cobre imposto sobre outro ente, em 
relação especificamente aos impostos sobre o patrimônio, a renda ou serviços. 
Atenção, essa imunidade aplica-se em relação aos impostos, de maneira que 
um ente pode cobrar de outro ente taxas, por exemplo. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
 
CUIDADO! Conforme a literalidade da CF, a imunidade recíproca 
refere-se somente a impostos sobre patrimônio, renda e serviços. Mas o 
STF entende que a imunidade recíproca abrange qualquer imposto que onere 
economicamente o ente imune (Contribuições não são abrangidas pela 
imunidade e são devidas). Assim, para o STF, o dispositivo alcança inclusive o 
IOF sobre operações financeiras realizadas por determinado ente, por exemplo. 
Conforme § 1º do art. 9º do CTN, a imunidade recíproca não exclui a 
atribuição, por lei, às entidades nele referidas, da condição de responsáveis 
pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da prática de 
atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias 
por terceiros. 
CTN – Art. 9º - § 1º O disposto no inciso IV não exclui a atribuição, por lei, 
às entidades nele referidas, da condição de responsáveis pelos tributos que 
lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da prática de atos, previstos 
em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias por 
terceiros. 
 
Trata-se de um tipo de imunidade subjetiva que visa a proteger a União, 
os Estados, DF e Municípios, evitando a imposição coercitiva de impostos uns 
sobre os outros. Por esse motivo é considerada uma cláusula pétrea (pois é uma 
forma de preservar o pacto federativo). 
 
6 – Hipóteses de Imunidade Tributária 
6.1- Imunidade Recíproca 
 
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A imunidade recíproca estende-se às autarquias e fundações públicas. 
Mas FIQUE LIGADO: em relação a estas, a CF estabeleceu uma restrição extra: 
a de que somente abrangerá o patrimônio, renda e serviços vinculados às 
suas finalidades essenciais – aquelas que significam a razão de ser da 
entidade. Logo, a imunidade tributária recíproca às autarquias e fundações 
públicas possui uma amplitude menor do que aquela conferida aos entes 
tributantes. 
O ente da federação é imune independentemente de condição, já as 
autarquias e federações só serão abrangidas pela imunidade em relação às 
situações vinculadas às finalidades essenciais. 
§ 2º A vedação do inciso VI, "a"(imunidade recíproca), é extensiva às 
autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, 
no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas 
finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
 
ATENÇÃO! Em abril de 2017 o STF julgou um caso de aplicação de 
imunidade recíproca nos Res 594015 e 601720. Estipulando que um imóvel 
público, utilizado por empresa privada não estará sujeito à imunidade 
tributária, ou seja, caberá cobrança de IPTU sobre imóvel pertencente a ente 
público, mas cedido a empresa privada. Os termos do STF são os seguintes: 
Repercussão geral - Para fim de repercussão geral, o ministro Roberto 
Barroso propôs a seguinte tese, que foi aprovada por maioria do Plenário: 
“A imunidade recíproca não se estende a empresa privada arrendatária de 
imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade econômica com 
fins lucrativos. Nessa hipótese, é constitucional a cobrança de IPTU pelo 
município”. 
Por conta disso, a maioria do STF entendeu que garantir a imunidade, 
nessa hipótese, seria conferir uma vantagem concorrencial em detrimento das 
outras empresas privadas, o que prejudicaria a concorrência econômica. 
 
Vamos analisar agora a situação da aplicação da imunidade recíproca às 
empresas públicas e sociedades de economia mista. Na literalidade da 
CF, art. 173, § 2º, as empresas públicas e sociedades de economia que 
explorem atividade econômica não são contempladas pela imunidade 
recíproca. Se não fosse assim, haveria um desequilíbrio na concorrência com a 
iniciativa privada. Essa regra comporta exceções. 
Art. 173 - § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista 
não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. 
 
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No entanto, de acordo com o entendimento do STF, empresas públicas e 
sociedades de economia mista PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO de 
prestação obrigatória e exclusiva do Estado (serviços públicos essenciais) 
estão abrangidas pela imunidade recíproca. Exemplos de casos em que o 
STF já manifestou entendimento de que se trata de imunidade: 
✓ Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT (empresa pública 
federal); empresa estatal prestadora de serviço público essencial, 
subsistindo,assim, em relação a todas as suas atividades, inclusive 
quanto aos serviços não exclusivos. 
✓ Infraero 
✓ Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia – CAERD (sociedade de 
economia mista estadual). 
✓ Casa da Moeda. 
✓ 
§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam 
ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de 
atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a 
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou 
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente 
comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. 
 
A imunidade recíproca também não exonera o promitente comprador 
da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel, conforme o § 3º 
do art. 150 da CF. Isto é, ainda que o imóvel seja de propriedade de ente 
público, se tiver sido objeto de contrato de promessa de compra e venda a um 
particular, este assume a posição de contribuinte do IPTU. Veja o teor da 
Súmula 583 do STF: Promitente comprador de imóvel residencial 
transcrito em nome de autarquia é contribuinte do imposto predial 
territorial urbano. 
 
Veja o seguinte trecho de um julgado do STF, o qual já foi objeto de 
cobrança no concurso do ICMS SP 2013: “É aplicável a imunidade tributária 
recíproca às autarquias e empresas públicas que prestem inequívoco serviço 
público, desde que, entre outros requisitos constitucionais e legais não 
distribuam lucros ou resultados direta ou indiretamente a particulares, ou 
tenham por objetivo principal conceder acréscimo patrimonial ao poder 
público (ausência de capacidade contributiva) e não desempenhem 
atividade econômica, de modo a conferir vantagem não extensível às 
empresas privadas (livre iniciativa e concorrência).” (RE 399.307/2010). 
 
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Assim, entende a jurisprudência do STF que a imunidade constitucional 
recíproca alcança as empresas públicas prestadoras de serviço público, mas não 
as empresas públicas que exercem atividade econômica em sentido estrito 
(RE 552.736AgR/2009). Outra decisão relevante do STF é a em que foi 
reconhecida que a imunidade tributária recíproca se aplica a sociedades de 
economia mista que se caracterizem inequivocamente como 
instrumentalidades estatais (sociedades de economia mista anômalas) (RE 
253.472/2010). 
 
Despois, a Corte também estabeleceu parâmetros para a aplicação da 
imunidade recíproca às SEM e as EP, sendo esses: a) a imunidade tributária 
recíproca se aplica apenas à propriedade, bens e serviços utilizados na 
satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado; b) 
atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a 
aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser submetidas à 
tributação, por apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem a 
salvo a autonomia política; e c) a desoneração não deve ter como efeito 
colateral relevante a quebra dos princípios da livre concorrência e do livre 
exercício de atividade profissional ou econômica lícita. [ACO 1460 AgR, rel. min. 
Dias Toffoli, P, j. 7-10-2015, DJE 249 de 11-12-2015.] 
 
A imunidade tributária recíproca pode ser estendida a empresas 
públicas ou sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de 
cunho essencial e exclusivo. STF diz o seguinte: Acerca da natureza do serviço 
público de saneamento básico, trata-se de compreensão iterativa do 
Supremo Tribunal Federal ser interesse comum dos entes federativos, 
vocacionado à formação de monopólio natural, com altos custos operacionais. 
A empresa estatal presta serviço público de abastecimento de água e 
tratamento de esgoto, de forma exclusiva, por meio de convênios municipais. 
Constata-se que a participação privada no quadro societário é irrisória e não há 
intuito lucrativo. Não há risco ao equilíbrio concorrencial ou à livre iniciativa, 
pois o tratamento de água e esgoto consiste em regime de monopólio natural e 
não se comprovou concorrência com outras sociedades empresárias no mercado 
relevante. A cobrança de tarifa, isoladamente considerada, não possui 
aptidão para descaracterizar a regra imunizante prevista no art. 150, VI, 
“a”, da Constituição da República. [ACO 2730 AgR, rel. min. Edson Fachin, P, j. 
24-3-2017, DJE 66 de 3-4-2017.] 
 
Mais uma decisão nesse sentido: É irrelevante para definição da 
aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a circunstância de a atividade 
desempenhada estar ou não sujeita a monopólio estatal. 
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O alcance da salvaguarda constitucional pressupõe o exame (i) da 
caracterização econômica da atividade (lucrativa ou não), (ii) do risco à 
concorrência e à livre-iniciativa e (iii) de riscos ao pacto federativo pela 
pressão política ou econômica. A imunidade tributária recíproca não se 
aplica à Petrobrás". (RE 285.716/2010) 
 Repare que esses entendimentos do STF contraria a literalidade do texto 
constitucional, ainda assim, veja que há uma tendência de análise sendo feita 
mais preocupada com o aspecto substancial do serviço prestado do que pela 
formalidade e natureza jurídica do prestador, atentando-se à natureza do 
serviço prestado, a questão da finalidade lucrativa e a questão da 
concorrência com a iniciativa privada. 
 
Em relação aos serviços de SAÚDE também temos a previsão de que a 
prestação de ações e serviços de saúde por sociedades de economia mista 
corresponde à própria atuação do Estado, desde que a empresa estatal não 
tenha por finalidade a obtenção de lucro. Conclusão: As sociedades de 
economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social 
seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade tributária prevista na alínea 
a), do inciso VI, Art. 150 da CF. (RECURSO EXTRAORDINÁRIO 580.264). 
 
E os serviços notariais e de registro, são abrangidos pela imunidade 
recíproca? De acordo com entendimento do STF, NÃO há imunidade de ISS 
em relação a tais serviços, embora delegados pelo poder público, são 
prestados por particulares com intuito lucrativo (ADI 3089/2008). 
 
 
Outra importante decisão do STF refere-se ao ICMS devido na operação 
de fornecimento de iluminação pública a ente/entidade imune: a decisão afirma 
que a imunidade tributária, relativa ao ICMS, abrange apenas os entes 
políticos quando estes configurarem como contribuintes de direito (aquele 
com a obrigação de recolhimento do tributo devido), não se aplicando quando 
o ente/entidade se encontrar na posição de contribuinte de fato (aquele que 
de fato suporta o ônus da tributação repassado pelo contribuinte de direito). 
Nas palavras do STF: “o Município não é contribuinte de direito do ICMS sobre 
serviços de energia elétrica, por isso não se aplica a imunidade tributária 
recíproca” (ARE 663552/2012). 
Além disso, de acordo com a Súmula 75 do STF, o comprador ainda 
ficará sujeito ao ITBI: “Sendo vendedora uma autarquia, a sua imunidade fiscal 
não compreende o imposto de transmissão "inter vivos", que é encargo do 
comprador”. 
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Vejamos agora um esquema sobre o regramento constitucional da 
imunidade recíproca: 
 
2. (CESPE/PGE-PE/Procurador/2018) As hipóteses de 
limitação ao poder de tributar decorrente do princípio constitucional da 
imunidade recíproca incluem 
a) proibir a União de instituir impostos sobre o patrimônio de estados e 
municípios. 
b) vedar as limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos 
interestaduais ou intermunicipais. 
c) proibir que estado estabeleça diferença tributária entre bens e serviços em 
razão do município de procedência ou de destino. 
d) vedar isenções de tributos da competência de outros entes federativos. 
e) proibir a instituição de tributo federal que não seja uniforme em todo o 
território nacional. 
Comentários: 
A questão trata da chamada imunidade recíproca, essa imunidade proíbe que 
um ente cobre impostos de outro ente. A União está proibida de instituir 
impostos sobre o Estado ou Município e vice-versa. 
Gabarito 2: A 
Imunidade 
Recíproca
União, Estados, DF e Municípios não podem instituir IMPOSTOS
sobre patrimônio, renda e serviços uns sobre os outros
Abrange autarquias e fundações públicas, somente em relação a 
patrimônio, renda e serviços vinculados às suas finalidades essenciais 
ou às delas decorrentes
NÃO
se aplica ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com 
exploração de atividades econômicas regidas pelas normas 
aplicáveis a empreendimentos privados, 
nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar 
imposto relativamente ao bem imóvel.
Não alcança empresas públicas e sociedades de economia mista
exploradoras de atividade econômica
Não abrange taxas e contribuições de melhoria
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 Interessante notar que o termo utilizado pela doutrina e jurisprudência é 
“imunidade religiosa”, pois abrange as entidades de cunho religioso, não 
obstante esse termo, a CF utilizada um termo referindo-se aos templos. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
b) templos de qualquer culto; 
 
 
 
A imunidade sobre templos de qualquer culto também é um tipo de 
imunidade subjetiva. Veja, poderíamos nos enganar achando que essa 
imunidade só abrange o templo, mas não, essa imunidade abrange as 
entidades religiosas, as pessoas jurídicas de direito privado que exercem 
atividades de cunho religioso e os impostos relativos a essas entidades. 
O objetivo aqui é garantir a liberdade de crença religiosa, evitando 
que por meio da tributação o Poder Público interfira nas entidades religiosas. 
Importante ressaltar que essa imunidade corresponde ao patrimônio, a renda e 
os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas 
mencionadas. Apesar dos termos, o STF entende que se estende a todos os 
impostos aplicáveis à entidade, quando vinculados às finalidades essenciais. 
Em virtude de a liberdade de crença religiosa ser direito individual 
protegido pela CF (art. 5.º, VI), a imunidade religiosa é uma cláusula pétrea 
(por proteger esse direito individual). Note que a imunidade religiosa também 
se aplica somente aos IMPOSTOS. 
Tenha em mente que toda e qualquer religião está protegida por essa 
imunidade, seja ela católica, adventista, budista ou outras existentes. 
Imunidade Religiosa
União, Estados, DF e 
Municípios não podem instituir 
IMPOSTOS sobre templos de 
qualquer culto
Abrange patrimônio, renda e 
serviços vinculados às suas 
finalidades essenciais
6.2- Imunidades das Entidades Religiosas 
 
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CUIDADO: em relação às lojas maçônicas, o STF considera que não 
podem ser beneficiadas pela imunidade sob o argumento de que a maçonaria 
não é religião. 
 
ATENÇÃO: de acordo com a CF, a imunidade aplica-se somente em relação a 
patrimônio, renda e serviços relacionados às finalidades essenciais dos 
templos religiosos, mas vale a mesma observação feita em relação às autarquias 
e fundações: é suficiente que essa vinculação seja indireta para gozo da 
imunidade. 
 O STF já pacificou que o benefício não está restrito ao imóvel onde o culto 
é celebrado, mas inclui os serviços por ele prestados (não incidindo ISS) e 
os rendimentos obtidos (não incidindo IR). 
 
Outra decisão importante do STF é a de que a imunidade de instituição 
religiosa se estende a cemitério sem fins lucrativos, desde que funcionem 
como extensões de entidades religiosas e se dediquem exclusivamente à 
realização de serviços religiosos e funerários, não incidindo IPTU (RE 
578.562/2008). 
 
 
 Mais uma imunidade subjetiva que abrange algumas entidades, essas 
imunidades têm relação com o Estado Democrático de Direito. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas 
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de 
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os 
requisitos da lei; 
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem 
somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as 
finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. 
6.3 - Imunidades de Partidos Políticos, Sindicato dos 
Trabalhadores, Entidades de Educação e de Assistência Social 
 
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Nessa imunidade, temos mais uma situação de imunidade subjetiva 
referindo-se tão somente aos IMPOSTOS. Aqui temos que observar alguns 
pontos importantes que as bancas adoram fazer pegadinhas: 
 
1) – A imunidade dos partidos políticos tem origem na liberdade política e o 
fundamento da República que é o pluralismo político. Essas imunidades também 
alcançam a fundações dos partidos políticos. A condição para que o partido 
político usufrua da imunidade é a de que esteja devidamente registrado no TSE. 
 
2) – Os sindicatos dos trabalhadores ou empregados também são 
entidades abrangidas pela imunidade. Essa imunidadenão abrange as 
entidades representativas de empresas (sindicatos patronais). Essa 
imunidade protege o lado mais fraco da relação e vai de encontro aos direitos 
sociais constitucionalmente previstos. 
 
3) - A ressalva contida na parte final do art. 150, VI, “c”, da CF estabelecendo 
que deverão ser atendidos os requisitos da lei, refere-se APENAS às 
entidades educacionais e de assistência social sem fins lucrativos. Essas 
entidades somente estão protegidas se atenderem os requisitos previstos em 
lei (alguns deles estabelecidos no art. 14 do CTN, conforme o esquema abaixo) 
e não tiverem finalidade lucrativa. Mas tenha em mente que a exigência de que 
essas entidades não tenham finalidade lucrativa não impede que tenham 
receita ou cobrem mensalidades, desde que não haja distribuição de lucros aos 
fundadores, sócios ou administradores. Ou seja, podem obter receitas e ao final 
da contagem entre receita e despesa sobrar algum valor, mas desde que esse 
valor não seja distribuído, esse resultado positivo deve ser revertido para os 
fins institucionais. 
Trata-se de imunidade que protege e fomenta o ensino e as ajudas 
sociais. As instituições de assistência social são as que auxiliam o Estado no 
atendimento aos direitos sociais. 
Entidades de educação incluem escolas, universidades, cursos de idiomas, 
etc. Entidades de assistência social são aquelas que prestam auxílio a pessoas 
que se encontram em situação de risco social. 
Imunidades de
*Partidos Políticos
* Sindicato de Trabalhadores
* Entidades de Educação
*Entidades de Assistência Social
Abrange patrimônio, renda 
e serviços relacionados às 
finalidades essenciais das 
respectivas entidades
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CTN - Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado 
à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: 
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, 
a qualquer título; 
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos 
seus objetivos institucionais; 
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros 
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. 
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 
9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VEJA BEM: em caso de falta de cumprimento dos requisitos, ocorrerá a 
SUSPENSÃO da aplicação do benefício. Caso volte a atender os requisitos, a 
entidade voltará a usufruir a imunidade. 
 
ATENÇÃO: a fixação dos requisitos pela lei é caso de “regulação das 
limitações constitucionais ao poder de tributar”. 
 
Assim, deve obediência ao art. 146, II, da CF que exige lei complementar. 
Atualmente é o próprio CTN que realiza essa função. Contudo, o STF entende 
que as normas sobre a constituição e funcionamento das entidades podem 
ser previstas por meio de lei ordinária: 
Imunidades de 
* Entidades de Educação 
*Entidades de Assistência Social
Somente válida para 
entidades sem fins
lucrativos e que atendam 
requisitos da lei
Requisitos (CTN, art. 14): 
 
1. →Não distribuírem qualquer parcela do patrimônio ou de suas 
rendas, a qualquer título; 
 
2. →Aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na 
manutenção dos seus objetivos institucionais; 
 
3. →Manterem escrituração de suas receitas e despesas em 
livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão 
 
4. § 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no 
§ 1º do art. 9º (atribuição de reter tributos como responsável), a 
autoridade competente pode SUSPENDER a aplicação do benefício. 
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“Conforme precedente no STF (RE 93.770, Muoz, RTJ 102/304) e na linha da 
melhor doutrina, o que a Constituição remete à lei ordinária, no tocante à 
imunidade tributária considerada, é a fixação de normas sobre a constituição 
e o funcionamento da entidade educacional ou assistencial imune; não, o que 
diga respeito aos lindes da imunidade, que, quando susceptíveis de disciplina 
infraconstitucional, ficou reservado à lei complementar.” (ADI 1.802/1998). 
 
4) - Como já mencionado em relação à imunidade de autarquias / fundações e 
templos de qualquer culto, a imunidade das entidades aqui tratadas estende-se 
sobre patrimônio, renda e serviços relacionados às suas atividades essenciais, 
ainda que a vinculação seja indireta. O STF tem mostrado tendência de 
interpretação extensiva quanto ao requisito de manutenção do patrimônio, 
renda e serviços das instituições imunes vinculados às suas finalidades 
essenciais. A Corte Suprema já decidiu ser aplicável a imunidade nos casos de 
venda realizada por serviço social autônomo (SESC) de ingressos de 
cinema ao público em geral (AI 155.822-AgR/1995). Considerou constitucional 
também a imunidade a escolas de ensino profissionalizantes mantidas por 
essas entidades sociais autônomas como SENAC e SENAI (RE 235.737). 
Em relação à cobrança de IPTU das entidades desse item, temos súmula 
vinculante. 
Súmula Vinculante 52 Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune 
ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 
150, VI, "c", da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja 
aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. 
 
Nesse sentido, já decidiu também a Corte Máxima que é imune a renda obtida 
com a exploração do serviço de estacionamento em imóvel pertencente a 
ente imune, desde que os recursos obtidos sejam destinados a tais finalidades 
essenciais. 
Há outras decisões do STF nesse sentido de que a venda de bens de entidade 
imune não se sujeita ao ICMS. Como já visto, lembre-se que o STF reconhece 
a imunidade em favor do contribuinte de direito (vendedor) e não em favor 
do contribuinte de fato (adquirente). 
Quanto às instituições de assistência social, em regra e na maioria dos 
casos, as entidades de previdência fechadas possuem contribuição de seus 
filiados, nesse caso trata-se de entidade de caráter contributivo. Porém há casos 
em que é criada entidade de previdência fechada em que os filiados 
beneficiários não precisam contribuir, são verdadeiras entidades de assistência 
social, essas sim possuem a imunidade. 
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Súmula 730 do STF A imunidade tributária conferida a instituições de 
assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição, 
somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se 
NÃO houver contribuição dos beneficiários. 
 
A imunidadeabrange patrimônio, renda e serviços relacionados às 
finalidades essenciais das respectivas entidades. Veja que apenas os 
impostos cujo fato gerador seja patrimônio (ex. IPTU e IPVA), renda (ex. IR) 
e serviços (ex. ISS), haverá a imunidade. Se a entidade efetuar operação 
financeira deverá pagar IOF, se efetivar a circulação de mercadorias, deverá 
pagar ICMS, etc. Entendimento do STF garante aos entes imunes a 
extensão do benefício, porém, não caia em pegadinhas, se a questão abordar 
esse assunto e não mencionar expressamente o STF, procure a alternativa “mais 
correta” ou “menos errada”. 
 
 
 
 
 Diferentemente das anteriores, que se referiam a impostos, esta 
imunidade exonera do pagamento de contribuições da seguridade social as 
entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências 
estabelecidas em lei. Atenção! O texto constitucional fala em isenção (“são 
isentas de contribuição para a seguridade social ...”), mas se trata de 
imunidade! Lembre-se do que falamos: isenção é sempre prevista em lei e 
imunidade na CF. Esta é a regra, embora nossa Constituição incorra em erro 
conceitual. 
Art. 195 - § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as 
entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências 
estabelecidas em lei. 
 
Em relação a essa imunidade o STF julgou um caso em função de algumas 
exigências de lei ordinária para que a entidade conseguisse usufruir da 
imunidade. O posicionamento admitiu que questões procedimentais, de 
certificação, de controle e de fiscalização dessas entidades podem sim estar 
previstas em lei ordinária. No entanto, em relação ao gozo da imunidade devem 
ser aplicadas os dispositivos de lei complementar como o Art. 14 do CTN. O 
julgado concluiu o seguinte: “Os requisitos para o gozo de imunidade hão 
de estar previstos em lei complementar”. 
 
 
6.4 - Imunidades das Entidades Beneficentes de Assitência 
Social em Relação às Contribuições da Seguridade Social 
 
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Trata-se de um caso de imunidade objetiva, visando a garantir a 
liberdade de expressão do pensamento e da imprensa. Abrange livros, jornais 
e periódicos, independentemente de seu conteúdo, e o papel utilizado para 
sua impressão. Note que essa imunidade cultural também se aplica somente 
aos IMPOSTOS. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
 
O STF tem reconhecido imunidade aos demais insumos 
assemelhados ao papel, como “papel fotográfico, inclusive para 
fotocomposição por laser, filmes fotográficos, sensibilizados, não 
impressionados, para imagens monocromáticas e papel para telefoto”. Nesse 
sentido, tem-se a Súmula 657 do STF: “a imunidade prevista no art. 150, VI, 
“d”, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação 
de jornais e periódicos”. 
No entanto, a Corte não reconhece imunidade a outros tipos de 
insumos, como tinta e máquinas usadas no parque gráfico. O STF já afirmou 
que NÃO podem ser imunizados: tinta utilizada na impressão de livros, jornais 
e periódicos; serviços de composição gráfica; calendários, livros contábeis, 
blocos de papel para anotação, agendas de anotações; encartes exclusivos de 
propaganda distribuídos com jornais; produtos utilizados na aceleração do 
processo de secagem da tinta utilizada na impressão de jornais; tiras plásticas 
utilizados na amarração de jornais; importação de insumos gráficos. Vê-se, 
portanto, uma interpretação restritiva no que tange ao “papel”. 
 
No entanto, o STF está mudando seu entendimento trazendo uma 
interpretação mais abrangente, pois, em caso de uma empresa que importou 
peças para preparo de chapas de impressão, o STF considerou essa operação 
imune nos seguintes termos: A imunidade tributária relativa a livros, jornais e 
periódicos é ampla, total, apanhando produto, maquinário e insumos. A 
referência, no preceito, a papel é exemplificativa e não exaustiva.” (RE 202.149) 
 Como se trata de um tipo de imunidade objetiva, as livrarias e editoras 
NÃO são imunes. Assim, essa imunidade não exonera uma livraria ou editora 
de pagar impostos como o IPTU pelos imóveis que ocupam ou IR quanto às 
rendas que auferem. 
6.5 – Imunidade dos Livros, Jornais, Periódicos e Respectivo 
Papel Destinado a sua Impressão. 
 
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Os impostos abrangidos pela imunidade são aqueles que incidem 
objetivamente sobre as mercadorias mencionadas, como ICMS, IPI, II e IE. 
Quanto ao valor cultural das publicações com o objetivo de conferir-lhes ou 
não imunidade, o STF já afirmou que a imunidade é assegurada 
irrestritamente pela CF, não importado seu valor cultural. Seguem alguns 
itens que já foram objeto de decisão favorável do STF e já caíram em provas de 
concursos: álbuns de figurinhas; listas telefônicas; apostilas (RE 
221.239/2004). 
 No que tange aos os encartes com exclusiva finalidade comercial, o 
STF entende que, mesmo que inseridos dentro de jornais, não estão protegidos 
pela imunidade em virtude de não serem considerados como destinados à 
cultura. Entretanto, a Corte Máxima entende que a presença de propaganda 
no corpo da própria publicação, sendo dela inseparável, não lhe retira a 
imunidade, pois ajuda a reduzir o preço da publicação, indo ao encontro com 
o objetivo da norma imunizante. 
 
Em relação aos e-books, livros digitais ou eletrônicos, o STF também 
já se manifestou pela aplicação da imunidade, estendendo, inclusive, essa 
imunidade aos aparelhos leitores desses livros eletrônicos, chamados pela corte 
de suporte próprio para sua leitura. São aparelhos leitores digitais como 
Kindle, Lev, etc. Atenção, esse entendimento não alcança os aparelhos 
multifuncionais como tablets, smartphones e laptops. Nesse mesmo julgado o 
STF aprovou a tese em relação a imunidade de peças de montagem que vêm 
junto com revista de um curso prático de montagem de computadores. As teses 
do STF estão ditas da seguinte forma: 
“A imunidade tributária constante do artigo 150, VI, “d”, da Constituição 
Federal, aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes 
exclusivamente utilizados para fixá-lo. Para o RE 595676 os ministros 
assinalaram que “a imunidade tributária da alínea “d” do inciso VI do artigo 
150 da Constituição Federal alcança componentes eletrônicos destinados 
exclusivamente a integrar unidades didáticas com fascículos”. 
 
 
 Essa imunidade foi introduzida na CF por meio da chamada PEC da 
música. Prevê o que podemos chamar de imunidade musical. Objetivo de 
facilitar o comércio e estimular a economias me relação a produtos nacionais e 
originais, evitando a pirataria e contribuindo com os artistas nacionais. Trata-se 
de um novo caso de imunidade que foi introduzido pela Emenda Constitucional 
75/2013. 
6.6 - Imunidade Musical 
 
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É um tipo de imunidade objetiva que visa proteger a livre 
manifestação de pensamento e a expressão da atividade artística e 
intelectual. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo 
obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral 
interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou 
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial 
de mídias ópticas de leitura a laser. 
 
 
Vamos analisar mais de perto esses casos de imunidade: 
- Fonograma e videograma musical – fonograma musical é o arquivo que 
contém música, e videograma musical é o arquivo que contém música e vídeo. 
Um fonograma é uma gravação de som de uma interpretação musical. 
Videofonograma é a gravação de som e imagem de uma interpretação musical. 
- Produzidos no Brasil – o fonograma e o vídeograma devem ser 
necessariamente produzidos no Brasil, sem exceção. 
- Obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em 
geral interpretadas por artistas brasileiros – o compositor ou o cantor da 
música ou do vídeo devem ser brasileiros ou em caso de música estrangeira o 
cantor tem que ser brasileiro. 
- Suportes materiais ou arquivos digitais – todos os suportes materiais 
como CD, DVD, Blu-ray e ainda os suportes digitais em arquivos digitais como 
app store, google play são imunes. Na categoria de arquivos digitais estão as 
músicas baixadas na internet, aplicativo de música para celulares. 
União, Estados, DF e Municípios não
podem instituir IMPOSTOS sobre 
fonogramas e
videofonogramas
musicais
produzidos no 
Brasil
contendo obras 
musicais ou 
literomusicais de 
autores brasileiros 
e/ou obras em geral 
interpretadas por 
artistas brasileiros
bem como os 
suportes 
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- Salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a 
laser – trata-se da não aplicação da imunidade em tela quando da reprodução 
das obras musicais a partir da matriz produzida. Essa parte final tem o condão 
de proteger a Zona Franca de Manaus. Atenção à ressalva! A replicação 
industrial de mídias ópticas de leitura a laser nada mais é que o processo 
industrial de multiplicação da matriz do CD ou DVD em cópias idênticas, que 
pode ser tributado normalmente. Ou seja, a produção e distribuição continua 
imune, a replicação não. 
 
 
É um tipo de imunidade objetiva que se dirige às mercadorias e 
serviços destinados ao exterior com a finalidade de incentivar as 
exportações. É bastante ampla, exonerando de IPI e ICMS qualquer 
mercadoria ou serviço que se destine ao exterior. Repare mais uma vez que não 
atinge às pessoas exportadoras e sim aos produtos exportados. 
Art. 153 - § 3º O imposto previsto no inciso IV (IPI): 
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior. 
 
Em relação à imunidade do ICMS podemos destacar que se aplica aos 
produtos e aos serviços exportados e deve ser assegurado o aproveitamento do 
crédito do imposto pago nas operações anteriores. 
Art. 155 - § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte 
(ICMS): 
X - não incidirá: 
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre 
serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção 
e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e 
prestações anteriores; 
 
 
É preciso que você saiba que, além das imunidades presentes no Título 
VI da CF (estudadas nos tópicos anteriores), a CF prevê também outras ao 
longo de seu texto. Algumas delas referem-se a impostos específicos como 
ICMS ou ISS e que serão abordados de maneira mais completa na análise de 
cada imposto, mesmo assim vamos dar uma rápida olhada nas outras 
imunidades, conforme elencadas abaixo: 
6.7- Imunidade das Mercadorias e Serviços Destinados ao 
Exterior em Relação ao IPI e ICMS 
 
6.8 – Outras Imunidades 
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TAXAS EM GERAL 
- Imunidade de taxas em geral no exercício do direito de petição e na obtenção 
de certidões; 
Art. 5º - XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do 
pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou 
contra ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de 
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
 
- Imunidade de custas judiciais (consideradas taxas pelo STF) na ação 
popular, salvo comprovada má-fé. 
Art. 5º - LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação 
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade 
de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente 
e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-
fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
 
- Imunidade de emolumentos (considerados taxas pelo STF) no registro civil 
de nascimento e na certidão de óbito, para os reconhecidamente pobres. 
Art. 5º - LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma 
da lei: 
a) o registro civil de nascimento; 
b) a certidão de óbito; 
 
- Imunidade de custas judiciais e emolumentos em habeas corpus, habeas 
data e, na forma da lei, em atos necessários ao exercício da cidadania. 
Art. 5º - LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, 
e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. 
 
- Imunidade em relação ao casamento civil ter a sua celebração gratuita. 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. 
 
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CONTRIBUIÇÕES 
- São imunes as contribuições sociais e as de intervenção no domínio 
econômico (CIDE) em relação às receitas de exportação. 
Art. 149 - § 2º As contribuições sociais e de intervençãono domínio 
econômico de que trata o caput deste artigo: 
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; 
 
IMPOSTOS 
- Imunidade de ITR para pequenas glebas rurais, definidas em lei, 
exploradas por proprietário que não possua outro imóvel. 
Art. 153 - § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput (ITR): 
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as 
explore o proprietário que não possua outro imóvel; 
 
- Imunidade das transferências para fins de reforma agrária. (impostos em 
geral) 
Art. 184 - § 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais 
as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de 
reforma agrária. 
 
- Mais uma imunidade de ICMS, só que dessa vez em relação às operações que 
destinem a outros Estados da federação petróleo, combustíveis líquidos e 
gasosos e seus derivados. A imunidade alcança também energia elétrica. 
Art. 155 - § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte 
(ICMS): X - não incidirá: 
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive 
lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia 
elétrica; 
 
- Imune em relação ao ICMS são as prestações de serviços de comunicação 
de radio e de sons e imagens livres e grátis. 
Art. 155 - § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte 
(ICMS): X - não incidirá: 
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de 
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; 
 
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- Imunidade em relação aos outros impostos, já que nas operações com 
energia elétrica, serviços de telecomunicações e derivados de petróleo, 
combustíveis e minerais do país, só incidirão ICMS, II e IE, nenhum outro 
imposto poderá incidir. 
Art. 155 - § 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput 
deste artigo e o art. 153, I e II (ICMS, II e IE), nenhum outro imposto 
poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de 
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. 
 
- O ouro definido como ativo financeiro ou instrumento cambial será imune em 
relação aos outros impostos, pois só pode incidir sobre ele o IOF. 
Art. 153 - § 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou 
instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de 
que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; 
 
- Imunidade de ITBI em relação a transmissão de bens imóveis em casos 
específicos. 
156 § 2º O imposto previsto no inciso II (ITBI): 
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao 
patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a 
transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão 
ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade 
preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, 
locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; 
 
Depois de tantos detalhes, com muitos artigos e bastante jurisprudência, 
vamos ver como são as questões de prova sobre esse assunto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. (FCC/DPE-AP/Defensor/2018) À luz das normas constitucionais 
sobre as limitações do poder de tributar e da jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal, 
I - a prestação de serviços públicos pelos Municípios aos Estados e à União não 
poderá ser tributada por meio de taxa, tendo em vista o princípio da imunidade 
recíproca, que decorre do princípio federativo. 
Comentários: 
A imunidade recíproca é uma limitação constitucional ao poder de tributar, 
configurando uma imunidade. Por esse imunidade temos que um ente não pode 
cobrar impostos de outro ente, porém aplica-se somente aos impostos, de 
maneira que pode ser cobrada taxa de um ente sobre outro. 
Gabarito 3: Errada 
 
4. (FCC/TRT-24/Analista Judiciário/2017) O Tribunal Regional do 
Trabalho da 24ª Região, órgão da Administração Pública Federal direta, 
precisando renovar a frota de veículos automotores de sua propriedade, 
procedeu à análise do custo anual de manutenção desta frota, composta por 
cinco veículos, todos eles com seis anos de uso. O resultado desse estudo seria 
o parâmetro para a renovação da frota. 
Em razão disso, foram elaborados os devidos estudos dos custos dos diversos 
itens relacionados com a frota, tais como os de manutenção mecânica, de 
limpeza, de estacionamento, de consumo de combustíveis e lubrificantes e, 
inclusive, os de natureza tributária. 
No tocante especificamente aos custos anuais de natureza tributária, o 
mencionado estudo, para ser considerado correto à luz das normas 
constitucionais, deveria ter concluído que o referido Tribunal 
a) não incorrerá em despesas tributárias relativamente ao Imposto sobre 
Propriedade de Veículos Automotores − IPVA, pois é vedado aos Estados 
instituir impostos sobre o patrimônio da União, mas poderá incorrer nessas 
despesas relativamente às taxas, tais como a taxa de licenciamento de veículos, 
pois não é vedada constitucionalmente sua instituição. 
b) não incorrerá em despesas tributárias, pois é vedado aos Estados instituir 
tributos estaduais sobre o patrimônio, renda ou serviço da União. 
c) incorrerá em despesas tributárias, pois é vedado aos Estados, mas não à 
própria União, neste caso, instituir tributos estaduais sobre o seu próprio 
patrimônio, atendendo ao princípio do tratamento isonômico entre 
contribuintes. 
7 – Questões Comentadas 
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d) não incorrerá em despesas tributárias relativamente às taxas, tais como a 
taxa de licenciamento de veículos, pois é vedado aos Estados instituir taxas 
sobre o patrimônio da União, mas incorrerá nessas despesas relativamente ao 
IPVA, pois não é vedada a instituição de impostos sobre o patrimônio da União, 
desde que haja previsão legal nesse sentido. 
e) poderá incorrer em despesas tributárias, pois o IPVA e a taxa de 
licenciamento de veículos podem ser instituídos, no presente caso, sobre o 
patrimônio da União, porque são tributos de competência estadual. 
Comentários: 
A vedação de instituição de IPVA do Estado sobre o órgão se dá porque esse 
órgão pertence à União e em função da imunidade recíproca um ente não pode 
instituir imposto sobre outro ente. Essa imunidade não impede que sejam 
cobradas taxas entre os entes. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostossobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
Gabarito 4: A 
 
5. (FCC/SEGEP-MA/Auditor/2016) De acordo com as regras 
constitucionais atinentes às limitações do poder de tributar, é VEDADO 
a) aos Municípios, instituir e cobrar a “taxa de lixo” das repartições públicas 
estaduais, pertencentes à Administração direta estadual. 
b) instituir e cobrar contribuição de melhoria decorrente da valorização de um 
terreno baldio de propriedade de instituição religiosa. 
c) aos Estados, instituir e cobrar o IPVA sobre veículos de propriedade de órgão 
da Administração direta da União. 
d) aos Estados, instituir e cobrar a “Taxa de Fiscalização de Prestação de 
Serviços de Interesse à Saúde”, relativamente a estabelecimento pré-escolar 
(maternal), entidade sem fins lucrativos e que exerce suas atividades 
essenciais. 
e) aos Municípios, instituir e cobrar o ISS sobre a prestação de serviço de saúde 
por hospitais de propriedade de entidade de economia mista, que cobra pelos 
serviços que presta, e cuja maior parte do capital pertence ao Estado. 
Comentários: 
a) Errada – A imunidade recíproca não se aplica às taxas, então, pode sim um 
Município cobrar taxa de um Estado. 
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b) Errada – A imunidade dos templos de qualquer culto que se aplica às 
entidades religiosas também só vale para impostos, ou seja, pode sim cobrar 
contribuição de melhoria de terreno de propriedade de entidade religiosa. 
c) Correta – Em função da aplicação da imunidade tributária recíproca, um ente 
não pode cobrar imposto de outro ente. Então, o Estado não pode cobrar IPVA 
da União. 
d) Errada – Entidades de educação sem fins lucrativos que sigam os requisitos 
da lei têm direito à imunidade dos impostos e não das taxas. 
e) Errada – Essa situação de empresa pública prestadora de serviço é bem 
complicada, já que o próprio STF fica variando seu posicionamento. No entanto, 
a imunidade, nesse caso, não analisa apenas a pessoa beneficiada, mas outros 
elementos como tipo de serviço prestado, a questão da finalidade lucrativa e a 
questão da concorrência com a iniciativa privada. Ou seja, esse hospital não é 
imune ao ISS. 
Gabarito 5: C 
 
6. (FCC/METRÔ-SP/Advogado/2016) Considere: 
I. Partidos políticos. 
II. Fundações de partidos políticos. 
III. Entidades sindicais dos trabalhadores. 
IV. Entidades sindicais dos empregadores. 
Observados os requisitos legais, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios, cobrar impostos sobre o patrimônio, a renda ou 
serviços dos entes indicados APENAS em 
a) I, II e III. 
b) I, III e IV. 
c) I e II. 
d) III e IV. 
e) III. 
Comentários: 
A imunidade em tela abrange os partidos políticos, as fundações dos partidos 
políticos, as entidades sindicais de trabalhadores, mas não abarca a entidade 
sindicais de empregadores. 
Portanto, apenas os indicados em I, II e III. 
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Gabarito 6: A 
 
7. (FCC/PGE-MT/Analista-Direito/2016) De acordo com as regras 
insculpidas na Constituição Federal e nas leis complementares às normas por 
ela estabelecidas, os Estados e o Distrito Federal 
a) podem instituir e aumentar o ITCMD sobre a doação de livros, desde que 
observem, necessariamente, os princípios da anterioridade, anterioridade 
nonagesimal (noventena), legalidade e irretroatividade. 
b) não podem lançar e cobrar o ICMS incidente sobre a comercialização de obras 
musicais, produzidos no Brasil, gravadas em CDs ou DVDs, contendo óperas de 
Mozart (nacionalidade austríaca), interpretadas por músicos brasileiros. 
c) podem fixar a base de cálculo do IPVA, desde que observem, 
necessariamente, os princípios da anterioridade, anterioridade nonagesimal 
(noventena), legalidade e irretroatividade. 
d) sobre a prestação de serviços em geral, mediante a edição de lei ordinária 
estadual. 
e) podem lançar e cobrar o ICMS sobre operações que destinem a outros 
Estados álcool combustível, inclusive lubrificantes dele derivados, e energia 
elétrica. 
Comentários: 
a) Errada – OS livros são imunes de impostos, portanto, Estado não pode 
instituir ITCMD sobre doações de livros. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
b) Correta – Perfeita, esta está de acordo com a imunidade musical, já que é 
fonograma produzido no Brasil e interpretada por brasileiro, essa situação é 
caso de imunidade musical de impostos. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
Imunidades de
*Partidos Políticos
* Sindicato de Trabalhadores
* Entidades de Educação
*Entidades de Assistência Social
Abrange patrimônio, renda 
e serviços relacionados às 
finalidades essenciais das 
respectivas entidades
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VI - instituir impostos sobre: 
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo 
obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral 
interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou 
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial 
de mídias ópticas de leitura a laser. 
c) Errada – Alteração de base de cálculo de IPVA não precisa respeitar a 
anterioridade nonagesimal. 
d) Errada – Lei complementar vai tratar das regras gerais sobre o imposto sobre 
serviços, e a instituição do ISS será feita por lei municipal. 
e) Errada – Essas situações são imunes de ICMS. 
Art. 155 - § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte 
(ICMS): 
X - não incidirá: 
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive 
lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia 
elétrica; 
Gabarito 7: B 
 
8. (FCC/TJ-PI/Juiz/2015) Atenção: Para responder a questão, considere 
a seguinte situação hipotética: 
Empresa Pecúnia Informática S/A, tem sede em Teresina, Piauí. No regular 
exercício de suas atividades, foi contratada em 2014 pelo Município de São Paulo 
para prestar serviços de informática de janeiro a dezembro de 2015, prevendo-
se no contrato o pagamento mensal dos valores devidos à empresa contratada. 
Um cidadão propõe uma ação popular questionando a lisura da contratação 
direta, formalizada em 2014, entre a empresa Pecúnia Informática S/A e o 
Município de São Paulo, tendo por objeto a prestação de serviços de informática. 
Segundo o art. 5°

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