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UNIDADE 1

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UNIDADE 1
Olá, aluno!
Você deve estudar os conteúdos desenvolvidos na unidade 1 para se preparar para a prova NP1. Além disso, na unidade 3, você deverá responder os exercícios de 1 a 15 para completar sua preparação. Não se esqueça que ler as referências sugeridas também é muito importante.
Bons estudos!
1 TREINAMENTO: CONCEITOS, OBJETIVOS, CARACTERÍSTICAS
Para facilitar a compreensão sobre o assuntos estudados é necessário que você fique familiarizado com os termos que são utilizados no dia-dia de quem trabalha com treinamento, bem como por aqueles que estudam treinamento, como é o caso dos pesquisadores do esporte.
Então vamos lá...
Um primeiro termo que devemos definir é o termo "treinamento". Em geral o termo "treinamento" é usado  para várias coisas, mas quase sempre indica uma instrução organizada,  cujo objetivo é aumentar o rendimento físico, psicológico, intelectual  ou mecânico dos homens ou dos animais.
Na área do Esporte, fala-se em  treinamento no sentido de preparar o esportista para níveis elevados de  rendimento, daí o termo treinamento esportivo que, num sentido bastante estrito, implica na preparação técnica, física, tática, psicológica e  intelectual do atleta/jogador por meio de exercícios físicos.
O  treinamento esportivo é um processo organizado de aperfeiçoamento, que é  conduzido com base em princípios científicos, estimulando modificações  funcionais e morfológicas no organismo, influindo significantemente na  capacidade de rendimento do esportista.
(obs.: Adaptação Funcional: mudança no funcionamento de um órgão ou sistema; Adaptação Morfológia: Moficação na forma/ estrutura de um órgão ou sistema, que afeta seu funcionamento) 
Tem  sido comum usar o termo treinamento apenas para significar a preparação  de atletas e/ou jogadores. Contudo, por causa das doenças  hipocinéticas, o significado do treinamento deve ir além dos limites do  Esporte. Ele serve para a manutenção, melhora ou recuperação da  capacidade de rendimento e da saúde. Na literatura internacional está se  tornando comum o termo "Treinamento Físico", que significa o processo  de fazer uso propositado de exercícios físicos, para desenvolver e  melhorar as capacidades e os traços que afetam o nível de desempenho de  atividades musculares específicas. O objetivo principal do treinamento  físico é o desenvolvimento das capacidades motoras (condicionais e  coordenativas) do praticante, necessárias para obter rendimentos motores  elevados, que se faz através dos exercícios corporais. Na prática isso  se traduz pela execução variada de exercícios apropriados para  determinados fins.
O treinamento é um  processo de muitos fatores e não uma atividade que se possa fazer  mecanicamente, e que se baseia no relacionamento humano, com pessoas de  diferentes tipos e personalidades. Trata-se, portanto, de trabalhar com um  conjunto de situações bastante complexas, em que estão envolvidas de  forma absolutamente decisiva as emoções humanas e as relações entre as  pessoas.
Como deve ter ficado evidente, existem uma relação entre "treinamento" e "exercício". Os exercícios devem ser repetidos para que o processo de treinamento fique caracterizado. Dito de outra maneira: quem repete exercícios com freqüência regular, e faz isso por algumas semanas, está participando de um programa de treinamento.
Isto esclarecido, é preciso explicar o que é um exercício. Exercício pode ser definido como uma repetição sistemática de movimentos que tem como objetivo a melhora do desempenho. São exemplos de exercícios: correr 5 km, realizar 3 séries de agachamento com 50kg de sobrecarga, nadar 500 metros, subir um lance de escadas 10 vezes, com intervalo de 5 minutos entre as subidas.
Repare que, nesses casos, correr, agachar, e subir escadas, serão atos realizados com o propósito de melhorar o desempenho de quem os realiza. Além disso, essas atividades são sistematizadas, pois há definição prévia de quanto se deve fazer de cada atividade, e e qual grau de esforço. Em outra situação, porém, essas atividades poderiam ser realizadas sem o propósito de melhorar o desempenho e de maneira não sistematizada (não são repetidas com regularidade definida - ex.: 3 vezes por semana-, não se dosa sua intensidade nem a quantidade que são feitas). Por exemplo, alguém pode correr para alcançar o ônibus, agachar para apanhar algo no chão, e subir um lance de escadas para chegar no andar superior. Nesses casos, esses atos são caracterizados como atividade física. Atividade física é qualquer ação que exige atividade muscular voluntária e que é feita sem o propósito de melhorar o desempenho. Também é bem aceita a definição de atividade física como qualquer atividade muscular que promove gasto energético superior ao que temos quando permanecemos em repouso. 
Assim, todo exercício é considerado uma atividade física, já que ocorre através de atividade muscular voluntária. Por outro lado, nem toda atividade física é um exercício (pelas razões que você já entendeu... rs).
Os termos volume e intensidade também são freqüentemente usados no mundo do treinamento. Volume se refere a quantidade do que é realizado, enquanto intensidade está relacionado ao grau de esforço empenhado na ação. Por exemplo, um corredor cobre a distância de 10 km na velocidade de 12 km/h numa sessão de treinamento matinal. A distância percorrida da a idéia de volume (quantidade) do trabalho realizado, enquanto a velocidade da corrida estabelece a noção de intensidade (grau de esforço). Caso o sujeito corra uma distância maior numa segunda sessão, diremos que a exigência de seu treinamento foi aumentada por conta do aumento no volume. Por outro lado, se ele percorrer a mesma distância, porém em velocidade superior, aí o aumento da exigência no treinamento se deu por conta do aumento da intensidade.
É uma norma do treinamento que de tempos em tempos a exigência do treinamento seja elevada. Mais adiante falaremos disso com mais detalhes. Por ora, só quero que você fique sabendo que, no contexto do treinamento, o grau de exigência imposto sobre o organismo, pelos exercícios realizados, é referido como carga de treinamento. Isso mesmo, carga de treinamento. Já sei, você costuma chamar de carga o peso (massa) que utiliza nos exercícios na musculação, não é? Nesse caso, o correto é nos referirmos a carga externa, ou carga adicionada. Portanto, a exigência imposta sobre o organismo (carga de treinamento) depende da quantidade de exercício realizado (volume), e da carga externa (intensidade). Assim, quando você quiser tornar seu exercício mais exigente, você pode aumentar o volume, a intensidade, ou ambos (isso é meio complicado, na maioria das situações, mas pode tentar...).
No processo de treinamento podemos preescrever exercícios que se encaixam em três categorias: os exercícios gerais, os exercícios específicos, e os exercícios de competição, que também podem ser chamados de exercícios de jogos. Para diferenciar esses exercícios, você precisa considerar duas coisas:
a) a finalidade para qual o exercício está sendo prescrito ou a modalidade que o atleta pratica;
b) o grau de semelhança entre as características do exercício e os gestos que o atleta realiza em sua modalidade.
Com exemplos fica mais fácil entender. Vou dar alguns:
1o) Se a modalidade do atleta for a corrida de fundo, o exercício de nadar 1000 m será considerado um exercício geral. Mas se ele for um nadador de fundo, nadar 1000 m será considerado um exercício especifico, porque reflete muito de perto aquilo que o atleta faz em sua prova.
2o) Para um corredor de fundo, correr 10 km, 20 km, é um exercício específico. Mas para um jogador de futebol esse é um exercício geral.
Agora você deve estar pensando: "Isso não está certo, porque outro dia eu ouvi na televisão que um jogador de futebol chega a correr 10 km em uma partida".
É verdade, mas ele não corre essa distância de maneira continua, na mesma velocidade, e sempre pra frente. Ele corre essa distância, repetindo esforços de curta duração, de intensidades e durações variadas, em intervaloscompletamente aleatórios. Isso muda muita coisa...
Quer mais exemplos? lá vai...
3o) O exercício agachamento livre é específico para o levantador olímpico, mas é um exercício geral para o jogador de futebol, para o nadador, para o esgrimista.
Entendeu agora?
Faltou falar dos exercícios de jogos ou competitivos, não é? Exercício de jogo é a realização da própria atiivdade/ modalidade como forma de preparação. Por exemplo, o chamado coletivo usado no futebol, onde são formadas duas equipes (titulares contra reservas) que disputam entre si uma partida com pequenas alterações de regras, é uma forma de exercício de jogo. Também faz um exercício competitivo a ginasta quando repete sua rotina, ou o pugilista quando faz luvas com seu sparring. É isso...
Todas essas formas de exercícios são eficientes, mas devem ser utilizadas em maior ou menor proporção nas diferentes fases da preparação, como você verá nos próximos tópicos.
2 CARACTERÍSTICAS DO TREINAMENTO
De uma forma geral, costumamos ter uma idéia do que consiste o processo de treinamento. No entanto, é importante que tenhamos definidas as suas principais características:
- O treinamento sempre objetiva a obtenção do maior rendimento individual possível no esporte ou na modalidade praticada;
- O  treinamento é quase sempre uma questão individual. O rendimento  esportivo é a soma de vários fatores, que podem variar de pessoa para  pessoa, mesmo se elas conseguem o mesmo resultado na competição. Por  isso é importante identificar e mobilizar completamente o potencial de  cada indivíduo;
- Para  se obter um nível elevado de desenvolvimento físico, técnico, tático e  psicológico, o praticante deve se sujeitar a cargas de treinamento  elevadas. Para consegui-lo, ele deve adaptar seus hábitos de vida às  exigências do esporte. Assim o treinamento se torna uma parte integrante do modo de vida do atleta;
- O  treinamento é caracterizado pela sua natureza planejada e sistemática.  Isso é refletido nos planos de treinamento, que são realizados de acordo  com princípios científicos e pela prática adquirida com experiências bem sucedidas;
- Assim como qualquer outro método de ensino, o treinamento esportivo é marcado pela educação e pelo crescimento;
- E,  finalmente, outra característica importante do treinamento esportivo é o  papel dominante do treinador. Esse papel dominante do treinador não  deve se degenerar em paternalismo e dependência. Um atleta/jogador(a)  deve ser capaz de pensar e agir por si mesmo. O treinador deve estar  consciente da importância de seu papel na formação dos jovens que querem  ser esportistas e que nesta fase tem uma elevada receptividade a este  tipo de influência. Por isso, é bom não esquecer que, para os praticantes , o seu treinador é sempre um exemplo a seguir e que sobre ele vai  estar toda a atenção, recebendo assim todo o tipo de influência que sob  ele pode ser exercida.
É... Treinamento é coisa muito séria. Tá penando o quê? Agora você vai pensar duas vezes antes de dizer que está treinando...
3 TREINAMENTO GENERALIZADO E TREINAMENTO ESPECÍFICO
Calma, não é repetição de conteúdos!
Aqui nós vamos falar de treinamento generalizado e específico, lá traz nós falamos de exercícios gerais e específicos. Exercício é uma coisa, treinamento é outra, lembra? Se você sabe diferenciar, vai lembrar que o treinamento se concretiza com a repetição dos exercícios. Então, lembre-se dessa relação ao ler o conteúdo a seguir...
Entende-se por treinamento generalizado o  treinamento multilateral, o treinamento que induz o fortalecimento/ desenvolvimento harmonioso de todo o  organismo, a aprendizagem de vários fatores, de várias disciplinas, sempre  com o objetivo de formação geral. O treinamento específico é a  forma na qual se estabelece uma relação ótima entre os componentes determinantes do rendimento em uma modalidade esportiva. Com o  treinamento específico se acelera o processo de adaptação física e psíquica do esportista, para cumprir as exigências das competições e/ou  dos jogos.
O treinamento específico  tem efeitos específicos sobre o organismo para satisfazer as exigências próprias da competição/ modalidade. Isso quer dizer que se  realizarmos um treinamento de força, os efeitos produzidos serão  diferentes do que os efeitos produzidos pelo treinamento de resistência.  Isso é válido não só para as capacidades motoras gerais, mas também para as atividades esportivas. Então, um treinamento para corrida de  fundo tem outros efeitos do que um treinamento para a natação ou ciclismo, ainda que todas essas atividades sejam de resistência.
Assim,  se pretendemos melhorar a força não devemos treinar a resistência  aeróbia, visto que essas qualidades são antagônicas. Isso não exclui, no  entanto, a possibilidade dessas qualidades e de outras serem treinadas  juntas, desde que a solicitação da modalidade assim a exija, como é o  caso do remo e do decatlo, onde o organismo é solicitado em força e  resistência. Com esse treino misto, porém, nunca se alcançará uma grande  força nem uma grande resistência, mas se atingirá uma capacidade ótima  para remar e competir no decatlo. É importante se ter em mente que, para um ótimo desenvolvimento de uma capacidade motora, seus componentes  devem ser treinados isoladamente. Como a maioria das atividades  esportivas exige diferentes solicitações e várias capacidades motoras  ao mesmo tempo, o importante é conseguir um desenvolvimento ótimo de todos componentes envolvidos. O desenvolvimento do rendimento em ambos os  tipos de treinamento estabelece o chamado estado de treinamento.
Esse  estado de treinamento se caracteriza pelos resultados obtidos em  competições ou em testes de rendimento, quer dizer, pelos testes  esportivos, pelas provas de função médico-esportivas ou ainda por  investigações bioquímicas. Alguns teóricos do treinamento defendem a idéia de que, para atingir altos  rendimentos nas competições, é necessário orientar inicialmente o  treinamento no desenvolvimento de todos os seus componentes, isto é, priorizar primeiro o  treinamento generalizado para depois dirigir o treinametno para o desenvolvimento dos componentes  específicos da disciplina (treinamento específico). É bom esclarecer que essa é uma visão que nem todos os teóricos do treinamento compartilham, e que isso resultou em muitas discussões entre eles.
Sabe-se  que o comportamento do treinamento generalizado e do treinamento  específico se alternam nos períodos de preparação física. No chamado modelo clássico de periodização (não esquenta, você vai ler sobre isso só na unidade 2), da-se grande importância ao treinamento generalizado, enquanto que em outras propostas de periodização defende-se maior atenção ao treinamento  específico.
Se você está se perguntado: "como faço para realizar esse treinamento generalizado?", a resposta é óbvia: prescrevendo exercícios gerais. Preciso te explicar como realizar o treinamento específico???
4 COMPONENTES DO TREINAMENTO
Como componentes do treinamento são aqueles fatores que de alguma maneira interferem no desempenho do atleta e podem determinar o sucesso em sua modalidade. Não se pode atribuir o sucesso a um componente exclusivo. Em alguns casos, no entanto, ele é dependente de um fator primordialmente, enquanto me outras ele é dependente de múltiplos fatores. Vamos logo ver quais são esses fatores. Isso vai ajudar você a entender do que estamos falando...
4.1 Preparação Física
Esse componente visa  o desenvolvimento das capacidades motoras principais: força,  velocidade, resistência, e flexibilidade.
Ela tem dois aspectos:
a) Preparação Física Geral
b) Preparação Física Específica
Na  preparação física geral se objetiva desenvolver o potencial do  indivíduo no conjunto das qualidades físicas de base (trabalho  generalizado).
A preparação geral se dá por intermédio do uso dos exercícios gerais, aqueles que não têm semelhança, ou que se assemelham muito pouco com os gestos/ ações da modalidade do atleta. O proprósito da preparação física geral é desenvolver a base para o aperfeiçoamento dascapacidades motoras determinantes do desempnho na modalidade.  
Na preparação física especial visamos desenvolver as  qualidades físicas particulares ao esporte ou disciplina praticada. Para isso, faz-se o uso dos exercícios específicos, aqueles com estrutura parcial ou total semelhante aos gestos/ moviementos da modalidade da qual o atleta participa/ compete.
4.2 Preparação Técnica
"Técnica" pode ser entedida como o domínio das ações da modalidade. Assim, a preparação técnica objetiva proporcionar ao atleta a melhora da qualidade das ações que realiza durante o jogo/ prova, o que se concretiza no aumento do indice de acertos de um fundamento, no aumetno da precisão das ações, e na diminuição do gasto de energia para efetuá-las. O treinamento da técnica esportiva é um processo a longo prazo, sem interrupções. Ela deve ser sempre aperfeiçoada, embora o atleta iniciante tenha que dedicar uma amaior quantidade de horas para seu treinaemento, em comparação ao atleta adulto/ experiente. 
A coordenação, a habilidade, e o equilíbrio são as bases motoras para uma melhora da técnica. A  técnica também depende muito da condição de preparação física. Ela pode ser  melhor assimilada quando as condições físicas são boas, mas também é prejudicada quando o sujeito não tem bem desenvolvidas as capacidades motoras. É que se observa quando os atletas começam uma temporada após um período de férias, ou quando acumulam fadiga ao longo do jogo. Nessas duas situações, o indice de acertos dos fundamentos fica abaixo do desempenho normal. 
4.3 Preparação Tática
Nos esportes de combate, bem como nos jogos eportivos coletivos, a tática consiste nos meios/ estratégias que são usadas para neutralizar as ações dos oponentes, e para conseguir por em práticas as suas ações ofensivas, no intutio de vencer uma competição ou jogo. Nos esportes coletivos, esse componente  exige bastante treino, em virtude da sua importância. No atletismo a  possibilidade de tática é maior nas provas de meio-fundo e fundo. Um detalhe importe de destacar é que a preparação tática depende da condição física e técnica. Um atleta pode não conseguir cumprir o papel tático que lhe foi determinado porque não reune condições físicas ou técnicas necessárias para tal. Também pode acontecer de o atleta não compreender o papael tático que lhe foi determinado, o que está relacionado ao componente intelectual.
4.4 Preparação Intelectual
Do latim intellectus, intelecto é o poder cognitivo racional de um ser humano. Trata-se do entendimento e da faculdade de pensar do homem. Assim, quando tratamos da preparação intelectual, nos referimos aos conteúdos que podem ser absorvidos pelo atleta que poderão de alguma forma influenciar no seu sucesso esportivo. O componente intelectual comprende a capacidade do indivíduo e absorver e de processar informações.
Podemos, por exemplo, mencionar que todo atleta deve conhecer bem as regras da modalidade, o regulamento das competições das quais participa, os sistemas táticos, as limitações e as virtudes dos seus adversários. Os  esportistas devem também saber os princípios do treino, como se aquecer,  os aspectos biomecânicos da prova ou esporte, a descrição analítica  das provas, das jogadas. O atleta deve conhecer os benefícios da preparação física, e as demandas fisiológicas da sua modalidade.
Para isso, deve haver uma preparação teórica, que pode ser obtida por iniciativa própria, ou pode ser proporcionada pela comissão técnica e/ou pelo clube que defende. Contudo, como a preparação intelectual é depende das capacidades cognitivas do atleta, pode haver limitação na absorção desses conteúdos.
É importante destacar que a preparação intelectual diferencia-se da preparação psicológica (que você vai ver nas cenas do próximo capítulo).
4.5 Preparação Psicológica
A preparação psicológica, assim como a intelectual, depende das propriedades mentais. Contudo, essa está relacionada com a capacidade do indivíduo de suportar as pressões relacionadas ao esporte e externas a ele, sem que isso afete seu desempenho de forma aguda ou crônica.
Um atleta é um ser humano (embora os treinadores, a torcida e a imprensa as vezes se esqueçam disso) e como tal deve lidar com todas as demandas que afetam sua vida. Além de ser cobrado por bons resultados, de ter que lidar com o medo de perder, com o contrato que está acabando, com as cobranças dos patrocinadores, o atleta muitas vezes trabalha, estuda, é casado, e tem filhos (as vezes tem filhos e não é casado...). Assim, o atleta precisa ser preparado para suportar toda pressão que esses compromissos esportivos ou pessoais lhe impoem, sem que isso tenha efeito negativo na sua preparação e durante as competições.
Em alguns casos, essa preparação deve ser feita pelo profissional da psicologia, mas em outros casos esse profissional não é imprescindível. Por exemplo, um atleta que tem alguém doente em sua família poderia tirar bom proveito de uma conversa com o psicólogo. Por outro lado, um atleta iniciante, recém integrado ao grupo principal (profissional), tiraria melhor proveito de uma conversa com o treinador, o qual deveria lhe deixar à vontade, lhe passar confiança, procurando deixar claro quais suas expectativas em relação ao seu desempenho, o que espera que ela faça no jogo/ competição e lhe garantindo todo apoio em qualquer eventual situação adversa. Ou seja, a preparação psicológica não deve ser pensada como uma tarefa única e exclusiva do psicólogo, mas como um processo que se desenvolve ao longo da carreira do atleta, sem que ele necessariamente deite num divã (sabe o que é isso?).
Vamos pensar numa situação: final de copa do mundo, decisão em cobrança de penaltis. Você é o treinador. Entre dois atletas, quem você escolhe pra fazer a última cobrança: um atleta jovem que participou de todas as sessões com a psicóloga da equipe, ou o atleta que já esteve em outras copas, e que já participou de muitas decisões desse tipo?
Penalti é penalti, mas eu (e aposto que a maioria dos brasileiros) optaria pelo veterano. Você também? Por quê? Claro! Pela experiência dele. Pois é aí que eu queria chegar... A preparação psicológica para essas situações não é algo que se consegue numa semana, ou em sessões de terapia, mas graças as experiências vividas. Por isso, uma maneira de cuidarmos desse componente do desemepenho é possibilitando que o atleta participe de muitas competições com diferentes níveis de importância ao longo do seu processo de formação. Essas participações devem acontecer nas equipes amadoras, em competições de diferentes graus de importância. Esse tipo de vivência certamente possibilitará que o alteta experimente situações de alto grau de pressão mental que induzirão o seu amadurecimento e a sua preparação para eventos como o do nosso exemplo, que poderão acontecer na sua careira profissional.
5 LEI DA SUPERCOMPENSAÇÃO
A repetição sistemática de exercícios  físicos induz a uma série de mudanças no corpo (Astrand & Rodahh,  1970; Hollmann & Hettinger, 1976). Essas mudanças incluem: mudanças  morfológicas, metabólicas e funcionais, e melhora da coordenação das  atividades corporais em relação às regulações nervosas, hormonais e  celulares. Ainda não foi completamente entendido como essas mudanças  acontecem. Não há dúvida de que as mudanças produzidas pelo treinamento  físico expressam uma ADAPTAÇÃO para condições de atividades físicas  posteriores.
Vários conceitos  relacionados aos processos de adaptação foram usados para explicar o  mecanismo do efeito do treinamento, mas apenas o conceito de Weichardt, a  LEI DA SUPERCOMPENSAÇÃO, foi sistematicamente avaliado. Uma adaptação  às condições de vida (também às condições ambientais e a qualquer  espécie de atividade corporal) é sempre dirigida para a manutenção ou  recuperação da constância do meio interno do corpo. Qualquer alteração  do meio interno do corpo produz certas reações específicas. A soma  integrada destas reações foi definida por Cannon em 1929, como homeostase ou regulação homeostática.  Dependendo da intensidade do estímulo paraa síntese de proteína, pode  resultar na produção de grandes quantidades de proteínas para garantir o  desenvolvimento das capacidades funcionais. Estas capacidades são  possíveis devido a uma melhora morfológica, dado a um aumento da massa  das estruturas celulares ativas e a uma melhora metabólica por causa do  aumento do número de moléculas das enzimas relacionadas
O  treinamento físico é um típico exemplo desta adaptação. O exercício  físico causa a acumulação de metabólitos e a produção aumentada de  hormônios, que juntos iniciam a síntese de proteínas. Como resultado  desta síntese, o número de moléculas das várias enzimas aumenta assim  como a massa das estruturas subcelulares, possibilitando, portanto, um  organismo mais poderoso.
A quantidade  das mudanças (adaptações) que ocorrem com a execução de exercícios  físicos depende dos componentes da sobrecarga: tipo de exercício  executado, intensidade, duração, tempo e tipo de descanso e número de  repetições. O tipo de exercício determina a quantidade de músculos  envolvidos. A intensidade tem uma influência direta na produção de  energia. Com a execução de exercícios em moderada ou baixa velocidade,  há mudanças nos processos aeróbios; com intensidade máxima há mudanças  nos processos anaeróbios.
A  consideração importante que se deve fazer é a seguinte: variando  qualquer um desses componentes da sobrecarga, é possível adquirir  diferentes efeitos de treinamento, ainda que o exercício seja o MESMO.
Todo movimento exige ação ou ações de músculos e, conseqüentemente um gasto  de energia provocado pelas reações químicas que se processam no músculo  durante este movimento. Dependendo da duração e da ação muscular, são  usadas diferentes fontes de energias.
Num  esforço com carga máxima e de curtíssima duração predomina a ação do  ATP, a fonte universal de energia para a contração muscular. Para dar  prosseguimento ao trabalho muscular, o ATP é abastecido com uma  velocidade extremamente alta, através de um composto de alta energia, o  fosfato de creatina (CP) cuja quantidade armazenada possibilita um tempo  de contrações musculares máximas mais prolongado até 20 segundos. Com  esforços mais demorados (40-120 seg.) ainda em alta intensidade, o  glicogênio muscular atua com maior intensidade. Trabalhos físicos de  média ou moderada intensidade, que podem durar até várias horas, como as  corridas de longas distâncias, são realizados totalmente, ou quase  totalmente, num equilíbrio entre a absorção de oxigênio e seu consumo  (VO2 máx.).
Em todos os casos, as  reservas energéticas do organismo que são consumidas só podem ser  repostas no período da recuperação. Nocker (1966), esclarece da seguinte  forma: "Todo estímulo a um movimento causa um consumo de substâncias,  este consumo, contudo, traz prontamente, em si, o estímulo a uma nova  reposição". A reposição não é feita em proporção igual à condição  muscular anterior, mas se desenvolve ACIMA desta condição. Este fenômeno  denomina-se SUPERCOMPENSAÇÃO. Portanto, conclui-se que a atuação do  treinamento físico não só leva a uma recuperação das energias gastas,  mas forma a supercompensação.
Os  estudos de Yakovlev (1979) e Korobkov (1964) indicam que o aumento das  reservas de energia do corpo somente é possível se os exercícios físicos  seguintes forem aplicados durante a fase de supercompensação. Desta  maneira, as provisões energéticas são aumentadas, de tal modo que no  treinamento seguinte o cansaço apresenta-se mais tarde. Durante o treino  as reservas energéticas intramusculares diminuem para depois, na fase  de recuperação, subirem acima do nível inicial.
A  elevação da capacidade de VELOCIDADE é muito pequena, pelo fato de que a  elevação desta depende mais da melhora da coordenação, a qual é função  predominante do sistema nervoso. No treinamento da FORÇA muscular, estão  interligados dois sistemas orgânicos: o sistema nervoso e o sistema  muscular; portanto, há uma melhora maior pelo treinamento físico. A  maior ascensão pelo treinamento físico pode ser alcançado pelo  treinamento da RESISTÊNCIA, onde todos os sistemas orgânicos são quase  igualmente solicitados. Como o aumento das provisões energéticas do  organismo só se verifica quando a sobrecarga é aplicada no ponto alto da  supercompensação, torna-se necessário saber quando esta acontece, em  outras palavras, quais são as pausas ou intervalos de recuperação de  cada substrato energético o qual foi utilizado metabolicamente pela  musculatura esquelética durante o exercício físico.
6 PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS DO TREINAMENTO
Os princípios biológicos do treinamento compreendem um conjunto de normas que o treinador deve seguir para que o processo de treinamento seja bem sucedido.
É importante destacar que o sucesso no treinamento não se restringe apenas em alcançar o primeiro lugar, mas sim as metas estabelecidas para uma determinada etapa. De qualquer forma, o sucesso se concretiza nas melhoras observadas no desempenho, as quais são relacionadas as várias adaptações ocorridas no organismo. Ou seja, o sucesso no treinamento está intimamente ligado as possibilidades de adaptação do organismo.
Como adaptação  podemos definir uma  mudança, ou processo de mudança, por meio do qual um organismo, ou espécie, se adéqua as condições do ambiente em que vive. Ou ainda como  uma Modificação que ocorre no organismo em resposta a um agente estressor.
Na literatura do treinamento são muito os princípios do treinamento podem variar em nomenclatura, conforme o autor consultado. Assim, vamos tratar aqui apena daqueles princípios mais comumente mencionados:
6.1 Princípio da Sobrecarga
O  princípio da sobrecarga estipula que as mudanças funcionais no corpo  ocorrem somente quando a carga é suficiente para causar uma ativação  considerável de energia e mudança plástica nas células relacionada à  síntese de novos tecidos (Volkov, 1975). Uma sobrecarga de intensidade  abaixo de uma certa quantidade crítica não providenciará um efeito  positivo de treinamento, levando inclusive a uma redução da capacidade  funcional do organismo. Por exemplo, treinamento isométrico com  intensidade abaixo de 30% do máximo não produz nenhum ganho na força  máxima isométrica (Hettinger & Muller, 1953); com um aumento da  sobrecarga acima daquele limite crítico, segue-se uma mudança funcional  positiva no organismo. A sobrecarga deve ser aumentada sistemática e  progressivamente através do volume, da intensidade e da freqüência do  treinamento físico. A mudanças da atividade, por exemplo variando os  exercícios, é outra forma de aumentar a sobrecarga.
6.2 Princípio da Especificidade
Segundo esse princípio, as adaptações ocorridas no organismo em resposta a programa de treinamento continuado são relacionadas ao tipo de atividade realizada, a sua intensidade, e a seu volume.
Este  princípio é baseado no fato de que as maiores mudanças funcionais e  morfológicas, durante o treinamento, aconteceram somente nos órgãos,  células e estruturas intracelulares que são responsáveis pelo movimento. Um treinamento específico tem efeitos específicos sobre  o organismo, ou seja, o organismo sempre se adapta de modo específico  ao que lhe for oferecido.
Contudo, a adaptação específica e o aumento do rendimento específico são perturbados se o treinamento for  realizado com excesso de outras orientações. Se um jogador nadar muito,  seu organismo terá efeitos de treinamento adicional, no caso, de  natação, e a adaptação específica (o jogo) será perturbada e o  rendimento no jogo, conseqüentemente, diminuído. Por isso, estas formas  de movimentos adicionais deverão sempre ser sublimiares, com objetivos  apenas de auxiliar a recuperação.
6.3 Princípio da Individualidade Biológica
Esse princípio explica porque dois indivíduos, submetidos ao mesmo programa de treinamento, podem apresentar diferentes níveis de melhora e obter essas melhoras em diferentes prazos. Por exemplo, se você e um amigo começassem a praticar musculação e realizarem exatamente os mesmos exercícios, no prazo de três meses você poderiater um aumento de 15% em sua força, enquanto seu amigo poderia ter melhorado 25%.
Essa situação é bastante conhecida por quem já participou de uma rotina de treinamento. Cada indivíduo carrega uma carga genética, a qual determina sua responsividade aos estímulos de treinamento. Além disso, essa resposta é variada conforme a idade e o gênero (sexo) do indivíduo. Já reparou que homens e mulheres não competem entre sí, e que em algumas modalidades os sujeitos são separados por faixas-etárias formando as diferentes categorias? Pois é... Cada indivíduo tem seu rítmo e seu potencial para adaptação.
6.4 Princípio da Reversibilidade
Este princípio serve para nos lmebrar que as mudanças corporais conseguidas pelo processo de treinamento físico são de natureza transitória. As mudanças funcionais e morfológicas adquiridas pelo treinamento físico retornam aos estados iniciais após a paralisação do treinamento. Este retorno aos níveis iniciais se faz na mesma proporção da velocidade de aquisição. Ou seja, o que se adquire rápido se perde rápido, enquanto as modificações que são mais demoradas para se conseguir também demoram mais para serem perdidas quando o treinamento é interrompido. Melhor pensar direito antes de deixar de ir à academia porque está com preguiça...

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